4. Por que conhecer o território?
• Todos nós vivemos em um espaço geográfico e
nesse espaço existem diversas coisas que usamos
para facilitar nossa vida: nossa casa, nosso local
de trabalho, um lugar para encontrar os amigos,
para comprar alimentos etc.
• Da mesma forma, para que a sociedade exista, é
necessário adaptar esse espaço em que ela se
desenvolve. Basta olhar pela janela e ver todas as
construções feitas no espaço, como as ruas,
estradas, prédios, casas.
EAD – Santa Marcelina
8. Fevereiro 2010 : Barra Funda, uma multidão tomou a plataforma de embarque no horário de pico (fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,temporal-em-sp-deixa-dois-mortos-nesta-quarta-feira-3,506255,0.htm)
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10. Crianças afegãs brincam com tijolos em Jalalabad, província de Nangarh.
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11. Como vimos, os lugares estão sempre se
transformando, e essas transformações podem
ser mais harmoniosas ou mais conflituosas.
Isso porque nem todos são iguais. Cada um
vive de um modo, tem um tipo de trabalho,
tem uma relação com o ambiente. No mesmo
lugar existem diferentes atores sociais que têm
diferentes interesses e forças políticas.
EAD – Santa Marcelina
13. Em geral, a localização de populações em um
território não é uma escolha das pessoas.
Participam desse processo a história da
ocupação e apropriação do território, e as
desigualdades sociais, que têm o efeito de
juntar os semelhantes.
EAD – Santa Marcelina
14. Afinal de contas ...
• O território é o resultado de uma acumulação de
situações históricas, ambientais, sociais que
promovem condições particulares para a
produção de doenças (Gondim, et al ).
• O reconhecimento desse território é um passo
básico para a caracterização da população e de
seus problemas de saúde, bem como para
avaliação do impacto dos serviços sobre os níveis
de saúde dessa população.
EAD – Santa Marcelina
15. Espaço Geográfico
• Os espaços são conjuntos de territórios e lugares onde
fatos acontecem simultaneamente, e, suas repercussões
são sentidas em sua totalidade de maneiras diferentes.
• Cada fato é percebido com maior ou menor intensidade
de acordo com a organização sócio-espacial, cultural,
político e econômica de cada população que habita e
produz cada um desses lugares.
• Essa multiplicidade de territórios e lugares modifica a
percepção das pessoas sobre os riscos distribuídos
espacialmente.
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16. • Esse espaço apresenta, portanto, além de uma
delimitação espacial, um perfil histórico,
demográfico, epidemiológico, administrativo,
tecnológico, político, social e cultural, que o
caracteriza como um território em
permanente construção (Miranda et al.,
2008).
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17. Não é sinônimo de território...
• O território é também um espaço, porém singularizado:
sempre tem limites que podem ser político-administrativo ou
de ação de um determinado grupo de atores sociais;
• Internamente é relativamente homogêneo, com uma
identidade que vai depender da história de sua construção, e
o mais importante, é portador de poder – nele se exercitam e
se constroem os poderes de atuação tanto do Estado, das
agências e de seus cidadãos.
EAD – Santa Marcelina
18. • A territorialização representa um importante
instrumento de organização dos processos de
trabalho e das práticas de saúde, posto que as
ações de saúde são implementadas sobre uma
base territorial detentora de uma delimitação
espacial previamente determinada (Monken e
Barcellos, 2005).
Territorialização
EAD – Santa Marcelina
19. • Para além da dimensão político-operativa do
sistema de saúde, o território, na condição de
cotidiano vivido no qual se dá a interação
entre as pessoas e os serviços de saúde no
nível local do SUS;
• Caracteriza-se por uma população específica,
vivendo em tempo e espaço determinados,
com problemas de saúde definidos, mas quase
sempre com condicionantes e determinantes
que emergem de um plano mais geral.
EAD – Santa Marcelina
20. Sendo assim...
• Caracteriza-se por uma população específica,
vivendo em tempo e espaço singulares, com
problemas e necessidades de saúde
determinados, os quais para sua resolução
devem ser compreendidos e visualizados
espacialmente por profissionais e gestores das
distintas unidades prestadoras de serviços de
saúde.
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21. Qual é a “marca” do nosso território?
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22. A Zona Leste em números...
Subprefeituras Distritos Área (km²)
População
(1996)
População
(2000)
População
(2010)
Densidade
Demográfica
(Hab/km²)
Cidade Tiradentes
Cidade
Tiradentes
15,00 140,586 189,500 211.501 14.100
Guaianases
Lajeado 9,20 136,022 157,316 103.996 12.093
Guaianases 8,60 90,645 98,391 164.512 17.882
Itaquera
Cidade Líder 10,20 107,913 116,666 126.597 12.411
Itaquera 14,60 189,775 201,291 204.871 14.032
José Bonifácio 14,10 105,808 107,069 124.122 8.803
Parque do
Carmo
15,40 59,838 63,985 68.258 4.432
TOTAL 54,30 463,334 489,011 523.848 9.647
Itaim Paulista
Itaim Paulista 12,00 189,338 212,253 224.074 18.673
Vila Curuçá 9,70 136,396 146,289 149.053 15.366
TOTAL 21,70 325,734 358,542 373.127 17.195
Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/subprefeituras/dados_demograficos/index.php?p=12758
23. Na saúde...
• As várias nomenclaturas que o Sistema Único de Saúde
(SUS) utiliza para as divisões territoriais servem para
operacionalizar suas ações, quais sejam:
• Município;
• Distrito sanitário;
• Área de abrangência , micro-área de unidades de saúde;
• Dentre outros, são áreas de atuação de caráter
administrativo, gerencial, econômico ou político, que se
estruturam no espaço e criam territórios próprios,
dotados de poder.
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24. Ao trabalhar com famílias e
comunidades é preciso pensar:
• Quais são as dificuldades vivenciadas pelas
famílias para o enfrentamento do seu
processo saúde-doença?
• Qual o papel das equipes de saúde frente as
vulnerabilidades das famílias?
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25. Vulnerabilidade
• Conceito surge na área dos Direitos Humanos
para designar “grupos ou indivíduos
fragilizados, jurídica ou politicamente, na
promoção, proteção ou garantia de seus
direitos de cidadania (Ayres, 1999).
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26. Diferente de Risco...
• Risco relaciona-se a probabilidade de ocorrência de
um agravo em determinados grupos ou indivíduos.
• Está relacionado a Epidemiologia Clássica, que busca
isolar um determinado fenômeno, decompondo-o
em partes, e discriminando-o para que assim possa
verificar sua distribuição nas populações afetadas.
• Ou seja, risco representa as chances matemáticas, de
um individuo adoecer, ou melhor, de pertencer ao
grupo dos “afetados” desde que faça parte do
conjunto de expostos a uma dada situação.
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28. Sendo assim...
• A vulnerabilidade é compreendida como conjunto de
determinações que incluem aspectos individuais, coletivos,
sociais e disponibilidade de recursos, que podem resultar em
suscetibilidades ao adoecimento ou agravos a saúde (Munoz-
Sanches, Bertolozzi, 2007).
• “Quer expressar ‘os potenciais’ de adoecimento/não
adoecimento relacionados ‘a todo e cada individuo’ que vive
um certo conjunto de condições” (Ayres et al, 2003).
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29. Vale destacar...
• As suscetibilidades ao adoecimento não estão
relacionadas ao aspecto meramente
individual, mas também ao coletivo, e à
disponibilidade de recursos de todas as
ordens para proteção de pessoas e
coletividades (Ayres, 2008).
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30. Vulnerabilidade individual
• É compreendida como grau e a qualidade das
informações de que dispõem as pessoas, a
capacidade que tem de elaborar essas
informações e incorporá-las ao cotidiano e o
interesse de aplicá-la na prática (Silva, 2011).
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31. Vulnerabilidade Social
• Avalia o acesso a informação, o conteúdo e o
significado dessa informação, bem como a
capacidade de colocá-la em prática. Relaciona-
se com aspectos materiais, culturais, políticos
e morais que dizem respeito à vida em
sociedade.
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32. Vulnerabilidade Programática
• É entendida como avaliação da capacidade de
resposta de programas e instituições as
condições socialmente dadas de vulnerabilidade.
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33. Outros conceitos importantes
• Intersetorialidade
• Autonomia
• Empoderamento (empowerment)
• Família
• Integralidade
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34. Efetivando o conhecimento do Território
Para que este movimento se inicie, a equipe tem
que transpor as barreiras da saúde: o primeiro
passo é entender e fazer valer o princípio da
Intersetorialidade e dos meios envolvidos
para sua efetivação.
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35. Intersetorialidade
• Busca superar a visão isolada e fragmentada
na elaboração e execução das ações de saúde.
• Transpõe a questão “saúde” para além das
paredes das Unidades.
Jorge Harada , COSEMS-SP
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36. “Saúde não é apenas ausência de doença”,
por isto ela incorpora o maior número
possível de políticas públicas como:
– educação, trabalho e renda,
– meio ambiente, habitação,
– transporte, lazer,
– energia, agricultura.
Intersetorialidade
contexto social,
político, econômico,
geográfico e cultural.
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37. Impressões Pessoais relatadas pela ACS:
“Condições precárias de moradia”
(fragmentos de relatos de casos)
“Péssimas condições de higiene”
(fragmentos de relatos de casos)
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38. FUNDAMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DO PST
As reuniões de equipe são fóruns para
compartilhar idéias, rever
potencialidades do grupo e trabalhar o
desenvolvimento das necessidades, tanto
da comunidade como do território.
A reunião de equipe também é fórum para
o aprendizado.
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39. Agora, estamos prontos para iniciar a
construção do PST...
Resgatando o conceito:
O PST é um projeto coletivo para
grupos comunitários que envolve a
relação da equipe com a comunidade
e o seu território.
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40. Fundamentos para a construção do PST
Para a construção do PST quem é o
membro mais importante da
equipe?
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41. Fundamentos para a construção do PST
Cada hora pode ser é um, pois a APS é um filme
que por atos e cenas prevê diferentes
protagonistas.
Então cada hora um está em foco: poderão ser
membros da comunidade, integrantes da ESF
como o ACS, o Fisioterapeuta, o Nutricionista e
aí vai...
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42. Como organizar as informações e
sistematizar as informações para a
construção do PST?
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43. 43
Desenhos para Constituição de Projetos
Situação Problema
(identificado no
coletivo)
Objetivo
(resultado)
Ações
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45. Construção do PST
Passo 1
Conhecer o território (territorialização – elementos naturais,
culturais e sua articulação com as redes sociais e de saúde).
Passo 2
Conhecer os indicadores de saúde – extraídos a partir do
diagnóstico das condições de saúde-doença.
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46. Construção do PST
Passo 3
Conhecer as singularidades das necessidades territoriais (o que levou
a equipe a planejar o PST – elencar as prioridades/situações-
problemas identificados).
Passo 4
Planejamento das ações/estratégias.
Passo 5
Estabelecimento de objetivos e metas (curto, médio e longo prazo).
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47. Construção do PST
Passo 6
Eleição dos responsáveis por ação.
Passo 7
Operacionalização do plano.
Passo 8
Reavaliação (considerando a dinamicidade do território).
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48. MODELO LÓGICO SIMPLIFICADO – PROJETO DE SAÚDE
DO TERRITÓRIO
Descrição do Problema:
Objetivo/Meta:
Estratégias para
alcançar os
objetivos/metas
Atividades a serem
desenvolvidas
(Detalhamento da
Execução)
Recursos necessários
para o
desenvolvimento das
atividades
Resultados
esperados
Responsáveis Prazos
Mecanismos e
indicadores para
avaliar o alcance dos
resultados
EAD – Santa Marcelina
50. Referências Bibliográficas
Gondim, R.; Grabois, V.; Mendes, W; Qualificação Gestores do SUS- 2. ed. Ver.
Ampl- Rio de Janeiro, RJ: EAD/Ensp, 2011.
GONDIM, Grácia M. M; et Al. Território da Saúde: A Organização do Sistema de
Saúde e a Territorialização - Escola de Saúde Pública do Paraná Disponível em:
http://www.escoladesaude.pr.gov.br/arquivos/File/TEXTOS_CURSO_VIGILANCIA/
20.pdf; acesso em 23/01/13.
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51. Referências Bibliográficas
Monken , Maurício; Barcellos Christovam ; Vigilância em saúde e território
utilizado:possibilidades teóricas e metodológicas. Cad. Saúde Pública, Rio
de Janeiro, 21(3):898-906, mai-jun, 2005.
MUNOZ SANCHEZ, Alba Idaly; BERTOLOZZI, Maria Rita. Pode o conceito
de vulnerabilidade apoiar a construção do conhecimento em Saúde
Coletiva?. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, Apr. 2007 .
Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232007000200007&lng=en&nrm=iso>. access
on 29 Apr. 2013. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232007000200007.
Silva, T. M. R; Avaliação de vulnerabilidade de família- São Paulo, 2011.
Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-
20102011-120243/pt-br.php;
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