1) A Itália é um país localizado na Península Itálica e nas ilhas da Sicília e Sardenha no Mediterrâneo.
2) Ao longo de sua história, a Itália foi o berço de importantes culturas como os Romanos e Etruscos e mais tarde sediou o Renascimento.
3) Atualmente a Itália é uma república democrática e membro fundador da União Europeia, com uma economia desenvolvida e alta qualidade de vida.
A história da Itália desde a Antiguidade até a unificação
1. A Itália (em italiano: Italia), oficialmente República Italiana (em italiano: Repubblica
Italiana), é um país situado na Península Itálica, na Europa meridional, e em duas ilhas
no mar Mediterrâneo, Sicília e Sardenha. A Itália divide suas fronteiras alpinas no norte
com a França, Suíça, Áustria e Eslovénia. Os estados independentes de San Marino e do
Vaticano são enclaves no interior da Península Itálica e Campione d'Italia é um enclave
italiano na Suíça.
O terreno conhecido hoje como Itália foi o berço de várias culturas e povos europeus,
como os Etruscos e os Romanos. A capital da Itália, Roma, foi durante séculos o centro
da civilização ocidental. Mais tarde, tornou-se o berço do Renascimento [2] e também
desempenhou um papel importante no desenvolvimento da ciência e da astronomia
moderna, especialmente o heliocêntrico, bem como a Universidade e a ópera. Durante a
Idade Média, a Itália foi dividida em vários reinos e cidades-estado (como o Reino da
Sardenha, o Reino das Duas Sicílias e o ducado de Milão), mas foi unificada em 1861,[3]
um período da história conhecido como o "Risorgimento". Do final do século XIX até a
Segunda Guerra Mundial, a Itália possuía um império colonial, que estendia seu
domínio a Líbia, Eritreia, Somália Italiana, Etiópia, Albânia, Rodes, Dodecaneso e uma
concessão em Tianjin, na China [4]
A Itália Moderna é uma república democrática e um país desenvolvido, com a oitava
melhor classificação no índice de vida [5] O país goza de um alto padrão de vida, sendo o
18º país mais desenvolvido do mundo.[6] É um membro fundador do que hoje é a União
Europeia, tendo assinado o Tratado de Roma, em 1957, além de ser também um
membro fundador da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). É membro
do G8 e do G20 (com a sétima maior economia PIB nominal), da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), da Organização Mundial do
Comércio (OMC), do Conselho da Europa, da União da Europa Ocidental e da
Iniciativa Centro-Europeia. A Itália é um Estado membro do Acordo de Schengen. O
país possui o oitavo maior orçamento militar do mundo e é uma das nações que
compartilha armas nucleares com a OTAN.
A Itália, especialmente Roma, tem um papel proeminente a nível europeu e mundial em
assuntos culturais, diplomáticos e militares, com grande impacto global na política e na
cultura, sediando organizações mundiais como a Agricultura [7] Fundo Internacional de
Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Global Forum,[8] Programa Alimentar Mundial
(PAM) e o Colégio de Defesa da OTAN. A influência política, económica social e
militar do país na Europa tornou-o uma importante potência regional, a par Reino
Unido, da França, da Alemanha e da Rússia [9][10][11][12][13] O país possui uma educação
pública de alto nível, força de trabalho elevada,[14] índice de caridade alto,[15] além de
ser um país globalizado.[16] A Itália também tem a 18ª expectativa de vida mais alta do
mundo, a frente de países como Noruega e Áustria [17]
Etimologia
2. Quando a hegemonia etrusca ia chegando a seu ocaso com a expansão dos latinos, os
povos do Sul, em particular os oscos, úmbrios e outros povos do centro e Sul da
Península Itálica possuíam um numeroso rebanho bovino. Na língua dos oscos, o
acusativo ‘vitluf’ (aos bezerros) deu lugar em latim a ‘vitellus’ (bezerrinho), palavra
proveniente de vitulos (bezerro de entre um e dois anos). Estas palavras se derivaram do
indo-europeu ‘wet-olo’ (de um ano cumprido), formada por sua vez a partir de ‘wet-‘
(ano), também presente em veterano e veterinário.
O gado vacum era tão importante para esses povos que adoptaram como emblema a
imagem de um touro jovem, que aparece em algumas moedas da época, com o nome de
vitalos, que em pouco tempo converteu-se em ‘italos’, nome com que se denominou as
tribos do Sul e que com o tempo incluiu também os latinos.
Até meados do século I, Itália era usado em latim para designar a Península, e ‘itali –
orum’ para seus habitantes.
História
Ver artigos principais: História da Itália, História da Itália fascista e Itália
republicana.
A história da Itália influenciou fortemente a cultura e o desenvolvimento social, tanto na
Europa como no resto do mundo. Tendo sido o berço da grande civilização romana e do
fascismo, com Mussolini.
Pré-história e Roma antiga
Ver artigo principal: Roma antiga
O Coliseu, em Roma, um dos maiores símbolos do poder do Império Romano,
construído ca. 70-80 DC.
A população da Itália remonta aos tempos pré-históricos, época da qual foram
encontrados importantes vestígios arqueológicos.
Durante a Idade do Ferro existiram várias culturas que podem ser diferenciadas em três
grandes núcleos geográficos, a do Lácio Antigo, a da Magna Grécia e a de Etrúria. Uma
destas culturas, os ligures, foram um enigmático povo que habitava o norte de Itália,
Suíça o sul de França [18]
Entre os diversos povos da Antiguidade são dignos de menção, em particular, os
Lígures, os Vênetos e os Celtas no norte, os latinos e os etruscos Samnitas no centro,
3. enquanto no sul prosperaram colónias Gregas (Magna Grécia), e na Sardenha desde o
segundo milénio a.C. floresceu a antiga civilização dos Sardos.
Uma das mais importantes culturas antigas desenvolvidas em solo italiano foi a Etrusca
(a partir do século VIII a.C.), que influenciou profundamente Roma e sua civilização, na
qual muitas tradições importantes de origem Mediterrânea e Eurasiática encontraram a
mais original e duradoura síntese política, económica e cultural. Nascida na Península
Itálica, desde sempre terra de origem e de encontro entre diversos povos e culturas, a
civilização romana foi capaz de explorar as contribuições provenientes dos etruscos e de
outros povos itálicos, da Grécia e de outras regiões do Mediterrâneo Oriental (Palestina
- o berço do Cristianismo - Síria, Fenícia e Egipto). Graças ao seu império, Roma
difundiu a cultura Heleno-romana pela Europa e pelo Norte de África que foi os limites
de sua civilização.
Idade média
Bandeiras das repúblicas marítimas. Do topo, em sentido horário: Veneza, Génova, Pisa
e Amalfi.
Após a queda do Império Romano do Ocidente, o território da península se dividiu em
vários estados, alguns independentes, alguma parte de estados-maiores (inclusive fora
da península Itálica). O mais duradouro entre eles foi os Estados Pontifícios, que
resistiram até a tomada italiana de Roma em 1870 e que foi mais tarde reconstituído
como o Vaticano, no coração da capital italiana. Depois da queda do último imperador
romano do Ocidente, seguiu-se a o domínio dos Hérulos e, em seguida, dos Ostrogodos.
A re-anexação da Itália ao Império Romano do Oriente realizado por Justiniano, em
virtude das Guerras Góticas, na metade do século VI d.C., foi curta, uma vez que, já
entre 568 e 570, os lombardos, povos germânicos provenientes da Hungria, ocuparam
parte do país, mas representaram uma formidável continuidade política e cultural e a
garantia da prosperidade económica da península e de toda a Europa por muitos anos.
Depois a área sob domínio romano-bizantino foi sujeita a fragmentações territoriais,
mas conseguiu resistir até o final do século XI, enquanto os lombardos tiveram que se
submeter aos Francos comandados por Carlos Magno a partir da segunda metade do
século VIII. No ano 800, a Itália central tornou-se parte do Sacro Império Romano-
Germânico, embora pouco depois a Sicília tenha passado ao domínio árabe. O
desenvolvimento de cidades-estado (a partir do século XI) deu novo impulso à vida
4. económica e cultural do norte e centro da Itália, enquanto no Sul, com a invasão
normanda, formou o Reino da Sicília um dos mais modernos, tolerantes e mais bem
administrados da Europa naquela época. Dos municípios formaram-se as repúblicas
marítimas e mais tarde, as signorias.
Renascença
Ver artigo principal: Renascença italiana
Durante a época das cidades-estado começou o Humanismo e o Renascimento,
caracterizado por um grande renascimento das artes, que teve grande influência no resto
da Europa. A ocupação estrangeira e as diversas transformações dos estados que tinham
se formado continuaram até a primeira metade do século XIX, quando se desenvolveu,
influenciados pela Revolução Francesa e as Guerras Napoleónicas, uma série de
movimentos a favor da criação de uma Itália independente e unificada; este período é
chamado de Risorgimento.
Unificação
Ver artigo principal: Risorgimento
Garibaldi e Vítor Emanuel II.
A Itália contemporânea nasceu como um estado unitário, quando em 17 de Março de
1861, a maioria dos estados da península e as duas principais ilhas foram unidas sob o
comando do Rei da Sardenha Vittorio Emanuele II da casa de Sabóia. O arquitecto da
unificação da Itália era o primeiro-ministro da Sardenha, conde Camillo Benso de
Cavour, que apoiou (embora não reconhecendo directamente) Giuseppe Garibaldi,
permitindo a anexação do Reino das Duas Sicílias ao Reino da Sardenha-Piemonte.
O processo de unificação teve a ajuda da França, que - juntamente com o Reino Unido -
tinha um interesse em criar um estado anti-Habsburgo comandado por uma dinastia
amiga (Sabóia) e capaz de impedir o surgimento de um estado republicano e
democrático na Itália (desejada por alguns "patriotas", como Mazzini e como já tinha
acontecido em parte, em Roma, Milão, Florença e Veneza durante o movimento
revolucionário de 1848).
5. Giuseppe Garibaldi, líder da Expedição dos Mil.
A primeira capital foi Turim, a antiga capital do Reino de Sardenha e ponto de partida
do processo de unificação da Itália. Depois da Convenção de Setembro (1864), a capital
foi transferida para Florença.
Em 1866, a Itália adquiriu do Império Austríaco o Vêneto, após a guerra, na qual a Itália
era aliada à Prússia de Bismarck. Na unificação, permaneceram excluídos a Córsega e a
região de Nice, cidade natal de Garibaldi, assim como Roma e os territórios vizinhos
que estavam sob o controle do Papa e protegido por Napoleão III. Graças à derrota da
França pelos Prussianos, após uma rápida acção militar em 20 de Setembro de 1870,
também fora anexada Roma e proclamada a capital do reino. Mais tarde, com o Tratado
de Latrão em 1929, o Papa obteve a soberania da Cidade do Vaticano. Outra entidade
autónoma dentro das fronteiras italianas é a República de San Marino.
Mas mesmo após a conquista de Roma em 1870, a Unificação da Itália ainda não estava
completa, pois faltavam ainda as chamadas "terras irredentas": O Trentino, Trieste, a
Ístria e a Dalmácia que os nacionalistas clamavam como pertencentes à Itália. O
Trentino, Trieste, a Ístria e Fiume foram anexos depois dos tratados de paz, após a
Primeira Guerra Mundial, impostos pela França, Inglaterra e Estados Unidos aos
Impérios Centrais, perdedores da guerra.
Ditadura fascista e república
Benito Mussolini durante a Marcha sobre Roma.
Após a Primeira Guerra Mundial, instalou-se a ditadura fascista, que envolveu a perda
da liberdade política por mais de vinte anos e a desastrosa participação do país na
Segunda Guerra Mundial junto com a Alemanha. Após o fim da guerra, em 2 de Junho
de 1946, um referendo estabeleceu o abandono da monarquia como uma forma de
governo e a adopção de uma república parlamentar. No mesmo dia os cidadãos italianos
6. foram convidados a votar para a eleição de uma Assembleia Constituinte, que em
Dezembro de 1946, começou a trabalhar na elaboração de uma Constituição. A nova
Constituição entrou em vigor em 1° de Janeiro de 1948.
A Itália é um membro fundador da OTAN e da União Europeia, tendo criado junto com
Bélgica, França, Alemanha Ocidental, Luxemburgo, Países Baixos em 18 de Abril de
1951 (através do Tratado de Paris), a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço
(CECA) e tem participado de todos os principais tratados de unificação da Europa,
incluindo a entrada na zona do euro em 1999, quando substituiu a antiga lira italiana.
Geografia
Mapa topográfico da Itália.
A maior parte da Itália está localizada na Península Itálica, no continente europeu, e
onde dois enclaves independentes estão localizados: a República de San Marino e o
Vaticano. As ilhas de Sicília, Sardenha e Elba também fazem parte da Itália.
A Itália limita-se ao norte com Suíça e com Áustria, a leste com a Eslovénia, com o Mar
Adriático (através do qual contacta também com a Croácia, Montenegro, Albânia), e
com o Mar Jónico, que a separa da Grécia. A Itália limita-se a sul com o Mar
Mediterrâneo (incluindo o Canal de Malta que separa a Sicília de Malta), a sudoeste
com o Mar Tirreno e a oeste com o Mar da Ligúria (ambos separando o território
peninsular das ilhas da Sicília e Sardenha e da ilha francesa da Córsega). Finalmente, a
Itália limita-se ao noroeste com a França.
O terreno italiano é bastante acidentado, com os Apeninos formando o esqueleto central
da península. Os Alpes percorrendo as fronteiras continentais do norte do país, onde
localiza-se seu ponto mais alto que é o Monte Branco, na fronteira noroeste, dividido
com a França, com seus 4.808 metros. Mas dois vulcões estão mais associados com o
país: o Monte Etna, na Sicília, e o Monte Vesúvio, perto de Nápoles.
Na cultura popular é comum associar o formato político-geográfico da Itália a uma bota
(em italiano "stivale").
Clima
7. Monte Branco é o ponto mais alto da Itália e da União Europeia.
O clima da Itália varia de região para região. O norte da Itália (Milão, Turim e Bolonha)
tem um clima continental, quando ao sul de Florença apresenta o clima mediterrânico,
com verões tipicamente secos e ensolarados. O clima das áreas litorais da península é
muito diferente do interior, particularmente nos meses de inverno. As áreas mais
elevadas são frias, húmidas e frequentemente recebem a precipitação de neve. As
regiões litorais têm um clima mediterrâneo típico com invernos amenos e verões
quentes, geralmente secos. Há diferenças notáveis nas temperaturas, sobretudo durante
o inverno: em certos dias em Dezembro ou Janeiro pode nevar em Milão a -2 °C,
enquanto em Nápoles as temperaturas estão em +12 °C. Certas manhãs, Turim pode
amanhecer com -12 °C, quando ao mesmo tempo Roma se encontra com +6 °C e
Reggio Calabria +10 °C. No verão a diferença é mais clara, a costa leste não está tão
húmida como a costa ocidental, mas no inverno está geralmente mais fria.
Também a altitude influencia fortemente o clima e as temperaturas médias. Cidades
meridionais como Potenza (na Basilicata), Campobasso (no Molise) ou Enna (na
Sicília) têm invernos rigorosos e temperaturas médias bastante inferiores a outras
localidades costeiras das mesmas regiões. Nos Apeninos neva regularmente durante o
inverno. Geralmente o mês mais quente é Agosto no sul, e Julho no norte. Nesses meses
os termómetros podem marcar 42 °C no sul e 33 °C no norte. O mês mais frio é Janeiro,
com médias no Vale do Rio Pó de 0 °C, Florença 5 °C, Roma 8 °C. Mas as mínimas
podem chegar a -14 °C no Vale do Rio Pó, -5 °C em Florença, -4 °C em Roma, -2° em
Nápoles e em Palermo +1 °C.
Demografia
Ver artigo principal: Demografia da Itália
Em Janeiro de 2009, a população italiana passou de 60 milhões [19] a quarta maior da
União Europeia, e a 23ª maior do mundo. A densidade populacional é de 199,3
habitantes por km², o quinto maior da União Europeia, sendo o norte a parte mais densa;
um terço do país contém quase a metade da população.
Depois da II Guerra Mundial, a Itália passou por um grande crescimento económico que
levou a população rural a mover-se para as cidades, e ao mesmo tempo passou de uma
nação caracterizada por massiva emigração a um país receptor de imigrantes. A alta
fertilidade persistiu até a década de 1970, e depois passou para abaixo da taxa de
reposição como em 2007, um em cada cinco italianos é aposentado. Apesar disso,
graças principalmente a imigração das décadas de 80 e 90, nos anos 2000 a Itália viu um
acréscimo populacional natural pela primeira vez em anos [20]
8. ver • editar
Cidades mais populosas da Itália
Estimativas do ISTAT para 31 de Dezembro de 2010
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Migração e etnicidade
9. Número de imigrantes residentes na Itália, por país, em 2006. (Clique para ampliar).
Cerca de 95% da população italiana tem origem na península. Os italianos são
descendentes de uma grande quantidade de povos que se estabeleceram na península
itálica durante os séculos. Os italianos são uma mistura de povos que já viviam na
região, incluindo, dentre vários, os povos latinos (a Oeste), os sabinos (no vale superior
do Tibre), os úmbrios (no centro), os samnitas (no Sul), oscanos, entre outros, com os
etruscos que se estabeleceram no centro do país, os gregos no Sul e os celtas no Norte.
Posteriormente, estabeleceram-se no Norte povos germânicos (ostrogodos, visigodos,
lombardos) e, no Sul, os sarracenos (de origem árabe) e os normandos (de origem
escandinava). Esses últimos deixaram uma menor influência na etnia italiana.
Depois da unificação italiana, o feudalismo que controlava por séculos as terras do país
ruiu, e muitos italianos passaram por severas situações de pobreza.[21] O norte foi o
primeiro afetado, e grandes levas de imigrantes saíram do país principalmente em
direção ao Brasil e à Argentina, a partir da década de 1870. Anos depois, a região sul
também sentiu os efeitos da mudança política na agricultura, e a imigração dobrou de
número em 1900 e o destino principal agora era os Estados Unidos. O pico foi em 1913,
quando 872.598 pessoas deixaram a Itália.[22] O fenômeno só diminuiu devido à eclosão
da I Guerra Mundial, quando a Itália precisou da população para reconstruir o país e a
instalação do regime fascista, que restringiu a imigração na década de 1920.[22]
Imigrantes italianos posando para fotografia no pátio central da Hospedaria dos
Imigrantes, em São Paulo, Brasil, ca. 1890.
O primeiro grande movimento migratório de italianos em direção ao Brasil ocorreu logo
após a unificação, em 1875, pioneiramente para o sul do país, embora a maior massa de
imigrantes tenha se instalado em São Paulo, para trabalhar na colheita do café. A
imigração italiana foi massiva até o começo do século XX, mas depois das constantes
notícias de trabalho semi-escravo no Brasil,[23] a Itália decretou o "decreto Prinetti" que
proibia a imigração subsidiada em direção ao país, direcionando o fluxo imigratório
italiano para os Estados Unidos e a Argentina. As maiores comunidades italianas se
encontram em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde
profundamente fazem parte da cultura local.
10. Depois da II Guerra Mundial, o país que era uma das maiores fontes de imigrantes do
mundo, passou a receber imigrantes vindos do mundo todo, intensificado
principalmente depois da década de 1970. No fim de 2006, estrangeiros compreendiam
5% da população ou quase 3 milhões de pessoas,[24] um aumento de 270.000 desde o
ano antecedente. Em algumas cidades italianas, como Bréscia, Milão e Pádua, o total de
imigrantes é maior que 10% da população.
A mais recente onda de migração tem vindo principalmente das nações europeias
(47,75%), particularmente da Europa oriental, substituindo o Norte da África (17,43%)
como a maior fonte de imigrantes. Por volta de 500.000 romenos estão oficialmente
registrados como habitantes da Itália, mas estimativas não-oficiais afirmam que o
número atual pode ser duas vezes maior, ou ainda mais.[25] Em 2006, os outros
imigrantes vinham da Ásia (17,43%) e América Latina (8,90%). Pequenos grupos
vinham da África subsaariana e América do Norte.[24]
Religião
Basílica de Santa Maria del Fiore. 87,8% da população italiana segue o Catolicismo
Romano.
O Catolicismo Romano é de longe a maior religião do país, embora a Igreja Católica
não seja mais a religião oficial do estado. 87,8% dos italianos identificam-se catolicos
romanos,[26] embora apenas um terço descrevem-se como membros ativos (36,8%). A
sede mundial da Igreja Católica Romana situa-se no Vaticano, um Estado religioso
independente, encravado em território Italiano, e que tem por representante a figura do
Papa. Outros grupos cristãos na Itália incluem mais de 700.000 cristãos ortodoxos,[27]
incluindo 470.000 imigrantes,[28] e por volta de 180.000 gregos ortodoxos, 550.000
pentecostais e evangélicos (0,8%) (dos quais 400.000 são membros da Assembleia de
Deus da Itália), 235.685 testemunhas de Jeová (0,4%),[29] e 104.000 de outras
religiões.[30][31]
A minoria religiosa mais antiga do país é comunidade judaica, que compreende por
volta de 45.000 pessoas, mas não é mais o maior grupo não-cristão da Itália. Como
resultado da significante imigração de outras partes do mundo, 825.000 muçulmanos
(1.4% da população total) moram no país,[32] mas apenas 50.000 são cidadãos italianos.
Ainda, tem 110.000 budistas (0,2%),[28][33][34] 70.000 sikhs,[35] e 70.000 hindus (0.1%)
na Itália.
Idioma
11. Ver artigo principal: Línguas da Itália
O idioma oficial é o italiano, falado por quase toda a população. O italiano padrão é
uma língua derivada do dialeto da Toscana, sobretudo aquele falado na região de
Florença. Existem diversas línguas e dialetos falados no dia-a-dia pela população
italiana, como o sardo (na Sardenha), napolitano (em Campânia), vêneto (no Vêneto),
friulano (em Friuli-Venezia Giulia), francês (no Valle d'Aosta), alemão (na Província
autónoma de Bolzano), esloveno (em Trieste).
Política
Palazzo Montecitorio, sede do Parlamento da Itália.
A Constituição italiana de 1948[36] estabeleceu um parlamento bicameral, que é formado
por uma Câmara dos Deputados (Camera dei Deputati) e de um Senado (Senato della
Repubblica) além de um sistema judiciário; e um sistema executivo composto de um
Conselho de Ministros (Consiglio dei ministri), encabeçado pelo primeiro-ministro
(Presidente del consiglio dei ministri). O presidente da república (Presidente della
Repubblica) tem direito a um mandato de 7 anos. O presidente escolhe o primeiro-
ministro, e este propõe os outros ministros, que são aprovados pelo presidente. O
Conselho de Ministros precisa ter apoio (fiducia - confiança) de ambas as casas do
parlamento.
Os deputados que são eleitos para o parlamento são eleitos diretamente pela população.
De acordo com a legislação italiana de 1993, a Itália tem membros únicos de cada
distrito do país, para 75% dos postos no parlamento. Os outros 25% dos postos
parlamentares são distribuídos regularmente. A Câmara dos Deputados possui
oficialmente 630 membros (mas de fato, são apenas 619 depois das eleições italianas de
2001). O Senado é composto por 315 senadores, eleitos pelo voto popular, bem como
ex-presidentes e outras pessoas (não mais que cinco), indicadas pelo presidente da
república, de acordo com provisões constitucionais especiais. Ambos, a Câmara de
Deputados e o Senado, são eleitos para um mandato de no máximo cinco anos de
duração, mas eles podem ser dissolvidos antes do término do mandato. Leis podem ser
criadas na Câmara de deputados ou no Senado, e para serem aprovadas, precisam da
maioria em ambas as Câmaras.
O sistema judiciário italiano é baseado nas leis romanas, modificadas pelo Código
Napoleônico e outros estatutos adicionados posteriormente. Há também uma corte
constitucional (Corte Costituzionale), uma inovação pós-segunda guerra mundial.
12. Relações exteriores
Silvio Berlusconi, primeiro-ministro italiano e o presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama.
A Itália foi um membro fundador da Comunidade Europeia - agora União Europeia
(UE). A Itália foi aceita nas Nações Unidas em 1955 e é um membro e um forte braço
da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio/Organização Mundial do Comércio (GATT/OMC), a Organização para a
Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), e o Conselho da Europa. Sua última vez
como Presidente rotativa de organizações internacionais incluem a CSCE (a precursora
da OSCE) em 1994, a UE duas vezes, em 2001 e de Julho a Dezembro de 2003.
A Itália apoia as Nações Unidas e as suas atividades internacionais de segurança. O país
já forneceu tropas de apoio a missões de paz da ONU na Somália, Moçambique, e no
Timor-Leste e dá suporte para operações da OTAN e da ONU na Bósnia, Kosovo e
Albânia. A Itália mobilizou também mais de 2000 soldados para o Afeganistão, em
apoio à Operação Liberdade Duradoura (OEF, do inglês Operation Enduring
Freedom) em fevereiro de 2003 e apoia ainda os esforços internacionais para reconstruir
e estabilizar o Iraque, mas o país retirou o seu contingente militar de cerca de 3.200
soldados em novembro de 2006, mantendo apenas trabalhadores humanitários e pessoal
civil. Em Agosto de 2006, a Itália enviou cerca de 2.450 soldados para o Líbano a
serviço das Nações Unidas em uma missão de paz, a FINUL.[37] Além disso, desde 2 de
Fevereiro de 2007 um italiano, Claudio Graziano é o comandante da força da ONU no
país.
Forças armadas
Um Eurofighter Typhoon operado pela Força Aérea Italiana.
13. O exército, marinha, força aérea e a Arma dos Carabineiros coletivamente formam as
forças armadas italianas, sob o comando do Conselho Supremo de Defesa, presidido
pelo Presidente da República Italiana. Desde 1999, o serviço militar é voluntário.[38] Em
2010, o exército italiano tinha 293.202 soldados ativos,[39] dos quais 114.778 na guarda
nacional.[40]
Os gastos militares italianos totais em 2010 foram os décimos maiores do mundo,
situando-se em 35,8 bilhões dólares, equivalente a 1,7% do PIB nacional. Como parte
da partilha estratégia de armas nucleares da OTAN, a Itália também abriga 90 bombas
nucleares dos Estados Unidos, localizadas nas bases aéreas de Ghedi e Aviano.[41]
Divisões administrativas
As vinte regiões da Itália são a primeira subdivisão do país, tendo sido instituídas com a
Constituição de 1948 com o objetivo de reconhecer, proteger e promover a autonomia
local.
Cinco regiões possuem um estatuto especial (Friuli-Venezia Giulia, Sardenha, Sicília,
Trentino-Alto Ádige, e Vale de Aosta), o que lhes garante mais ampla autonomia para
legislar sobre diversas matérias independentes do governo central. Estas cinco regiões
são autônomas por fatores culturais, linguísticos e geográficos. Cada região tem um
conselho (consiglio regionale, na Sicília assemblea regionale) eleito e uma junta
(giunta regionale) encabeçada por um presidente.
As quinze regiões de estatuto ordinário foram estabelecidas nos anos 1970 e elas
serviam prioritariamente para descentralizar a máquina de governo do estado. Depois
duma reforma da constituição em 2001, as competências legislativas das regiões de
estatuto ordinário foram ampliadas e os controlos estatais foram significativamente
reduzidos senão completamente apagados, como o comissário do governo central. Mas
a autonomia financeira é ainda muito limitada.
Além da capital, Roma, três outras cidades têm mais de um milhão de habitantes: Milão,
a mais rica do país, Nápoles e Turim. Outras cidades importantes são Gênova, Veneza,
Florença e Bolonha.
Áre
a Popula
Regiões da Itália Região Capital
(k ção
m²)
Abruzz 10 1 324
L'Aquila
o 794 000
Basilic 9 591
Potenza
ata 992 000
Calabri Catanzar 15 2 007
a o 080 000
Campâ 13 5 811
Nápoles
nia 595 000
Emília- Bolonha 22 4 276
14. Áre
a Popula
Regiões da Itália Região Capital
(k ção
m²)
Apúlia
Basilicata
Roman 124 000
Calábria
Sicília
ha
Molise
Campânia
Friuli-
Abruzos Venezi 7 1 222
Lácio Trieste
Úmbria a 855 000
Marcas
Toscana
Giulia*
Sardenha
Emilia-Romagna 17 5 561
Lácio Roma
Ligúria
Piemonte
207 000
Friuli 5 1 610
Venezia Giulia Ligúria Gênova
Vale de 421 000
Aosta
Trentino Lombar 23 9 642
Alto Ádige Milão
Vêneto dia 861 000
Lombardia
Mar adriático 9 1 553
Mar Jônico Marche Ancona
Mar mediterrâneo 694 000
Mar Tirreno
Mar Lígure Campob 4 320
Molise
asso 438 000
Piemon 25 4 401
Turim
te 399 000
19 4 076
Apúlia Bari
362 000
Sarden 24 1 666
Cagliari
ha* 090 000
Vale de 3 126
Aosta
Aosta* 263 000
Toscan 22 3 677
Florença
a 997 000
Trentin
13 1 007
o-Alto Trento
607 000
Ádige*
8 884
Úmbria Perugia
456 000
25 5 030
Sicília* Palermo
708 000
18 4 832
Vêneto Veneza
391 000
Fonte: ISTAT - Censo Geral da população italiana (2001)
Economia
15. A Borsa Italiana, localizada em Milão, a principal bolsa de valores da Itália.
Segundo o PIB, a Itália foi a sétima maior economia do mundo em 2006 e a quarto
maior da Europa. Segundo a OCDE, em 2004, a Itália foi a sexta maior exportadora de
produtos manufaturados do mundo. Essa economia permanece dividida em um norte
industrialmente desenvolvido, dominado por empresas privadas, e um menos
desenvolvido e agrícola sul. No Índice de Liberdade Econômica de 2008 o país foi
classificado em 64° de 162 países, ou 29° de 41 países europeus, a mais baixa
qualificação do UE-15 e atrás de muitos países europeus ex-socialistas. De acordo com
esses dados do Banco Mundial, a Itália tem elevados níveis de liberdade de investir,
fazer negócios, e comércio. Por outro lado, nesse país há uma burocracia ineficiente,
direitos de propriedade relativamente baixos e altos níveis de corrupção (comparado
com outros países europeus), altos impostos, e grande consumo público de cerca de
metade do PIB.[42]
A maioria das matérias-primas necessárias às indústrias italianas, e mais de 75% das
necessidades energéticas, são importadas. Ao longo da última década, a Itália tem
prosseguido uma política fiscal apertada, a fim de satisfazer as exigências da União
Econômica e Monetária e tem sido beneficiada com baixas de taxas de juro e inflação.
A Itália aderiu ao euro a partir da sua introdução no bloco em 1999.
Vinhedos em Tirol do Sul. A Itália é o maior produtor mundial de vinho.
16. Ferrari 458 Italia. A Itália é o sétimo maior exportador de mercadorias do mundo.
O desempenho econômico da Itália foi, em algumas vezes, mais atrasado do que o dos
seus parceiros da UE, e o atual governo tem adotado numerosas reformas de curto prazo
destinadas a melhorar a competitividade e o crescimento a longo prazo. Apesar disso,
ela tem andado devagar na execução de certas reformas estruturais aconselhada por
economistas, tais como a diminuição da carga fiscal, a flexibilização das leis trabalhistas
e a revisão do caro sistema de pensão, devido ao abrandamento econômico e da
oposição de sindicatos trabalhistas.
A Itália tem um número menor de corporações multinacionais do que outras economias
de mesma dimensão. Em vez disso, a principal força económica do país tem sido a sua
grande base de pequenas e médias empresas. Algumas destas empresas fabricam
produtos que são tecnologicamente avançados e, por isso, fazem frente à crescente
concorrência da China e outras economias emergentes da Ásia, que são capazes de
oferecer um produto mais barato devido aos baixos custos trabalhistas. Estas empresas
italianas reagem à concorrência asiática concentrando-se em produtos mais avançados
tecnologicamente, enquanto deslocam manufaturas de menor nível tecnológico para
fábricas instaladas em países onde a mão-de-obra é mais barata. As empresas italianas,
em média, são de pequeno porte, e isto é um fator limitante à economia, e o governo
vem trabalhando para incentivar integrações e fusões e para reformar as rígidas
regulamentações que tradicionalmente têm sido um obstáculo ao desenvolvimento de
grandes corporações no país.
O centro financeiro e industrial do país é Milão, sendo também considerada a capital
mundial da moda, de acordo com o Global Language Monitor de 2009.[43]
As principais exportações da Itália são automóveis (Grupo Fiat, Aprilia, Ducati,
Piaggio), produtos químicos, petroquímicos (Eni), eletricidade (Enel, Edison),
eletrodomésticos (Merloni, Candy), tecnologia aeroespacial e de defesa (Alenia, Agusta,
Finmeccanica), armas de fogo (Beretta); mas os produtos exportados mais famosos do
país estão nos campos da moda (Armani, Valentino, Versace, Dolce & Gabbana,
Roberto Cavalli, Benetton, Prada, Luxottica), alimentos (Ferrero, Barilla, Martini &
Rossi, Campari, Parmalat), veículos de luxo (Ferrari, Maserati, Lamborghini, Pagani) e
iates (Ferretti, Azimut).
No entanto, atualmente o país enfrenta alguns problemas socioeconômicos. Enquanto o
norte do país é urbano e indutrializado, contrasta violentamente com o sul, área
chamada de Mezzogiorno, mais agrário e menos industrializado que o norte, além de
possuir alto índice de criminalidade em função das atividades da máfia. O desempenho
econômico da Itália tem sido fraco em relação a seus vizinhos europeus, com tímido
crescimento econômico, principalmente depois da crise económica mundial de 2008-
2009. Outro problema enfrentado é o alto déficit público, sendo classificado como um
dos países PIIGS.
Turismo
O Turismo também é muito importante para a economia italiana: com mais de 37
milhões de turistas por ano, a Itália é classificada como o quinto principal destino
turístico do mundo.[44]
17. A Itália é o quinto país que recebe mais turistas no mundo e Roma é a terceira cidade
mais visitada da União Europeia,[45] sendo constantemente considerada como uma das
mais belas cidades antigas do mundo.[46] Veneza também é considerada a cidade mais
bonita do mundo, segundo o New York Times, que descreve a cidade como "sem dúvida
a mais bela cidade construída pelo homem".[47] O país também foi classificado com
tendo a sexta melhor reputação internacional de 2009.[48]
Infraestrutura
Transportes
ETR 500 na Estação Central de Milão.
As linhas férreas na Itália totalizam 16.627 km, a 17ª maior do mundo, e são operadas
pela Ferrovie dello Stato. Trens de alta velocidade incluem os trens classe ETR, dos
quais o ETR 500 viaja a 300 km/h.
Em 1991, a Treno Alta Velocità SpA foi criada, uma sociedade de propósito específico
pertencente à RFI (controlada pela Ferrovie dello Stato) para o planejamento e
construção de linhas para trem de alta velocidade ao longo das linhas mais importantes e
saturadas da Itália. O objetivo da construção do TAV é de melhorar a viagem ao longo
das linhas ferroviárias mais saturadas da Itália e adicionar novos trilhos a estas linhas,
notadamente Milão-Nápoles e Turim-Milão-Veneza. Uma dos focos do projeto é tornar
a rede ferroviária da Itália um sistema ferroviário de passageiros moderno e de alta
tecnologia, de acordo com os atuais padrões ferroviários. Um propósito secundário era
de introduzir os trens de alta velocidade ao país e aos seus corredores principais.
Quando a demanda das linhas regulares for reduzida com a abertura de linhas de alta
velocidade dedicadas, as linhas regulares serão utilizadas prioritariamente para trens
regionais de baixa velocidade e trens de carga. Com estas ideias concretizadas, a rede
ferroviária italiana poderá ser integrada a outras redes ferroviárias europeias,
particularmente o TGV francês, o ICE alemão e o espanhol AVE.
Existem cerca de 654.676 km de rodovias utilizáveis na Itália, incluindo os 6.957 km de
autoestradas.[49] Existem cerca de 133 aeroportos na Itália, incluindo os dois hubs de
Malpensa Internacional (perto de Milão) e o Internacional Leonardo Da Vinci-
Fiumicino (perto de Roma).
O país tem 27 grandes portos, sendo o maior em Gênova, que também é o segundo
maior do Mar Mediterrâneo, depois de Marselha. 2.400 km de hidrovias passam pela
Itália.
18. Cultura
Ver artigo principal: Cultura da Itália
A Itália é um dos países que mais influência teve e tem na cultura europeia e mundial,
em todas as áreas da arte e cultura. Enquanto país, não existia antes da unificação das
Cidades-Estado. A unificação só se concluiu em 1870. Em função disto, muitas
tradições culturais que hoje reconhecemos como italianas são mais associadas a regiões
específicas do país.
Os italianos podem-se vangloriar de uma longa tradição cultural das artes às ciências e
tecnologia, e uma forte tradição de excelência em todas as artes, culturas, literatura e
ciências,corroborado no facto do país possuir o maior número de patrimônios da
UNESCO, totalizando 44. São nomes italianos, grandes polímatas, artistas e gênios,
como Dante, Leonardo da Vinci, Michelangelo e Enrico Fermi.[50][51]
Artes
A Última Ceia de Leonardo da Vinci: igualmente a Mona Lisa, é a mais famosa,
reproduzida e parodiada pintura de todos os tempos.[52]
A Itália é o local de nascimento de diversos movimentos artísticos e intelectuais que se
espalharam pela Europa e pelo mundo, como o Renascimento e o Barroco. A
contribuição italiana para a arte e cultura surge das obras de Michelangelo, Leonardo da
Vinci, Donatello, Botticelli, Fra Angelico, Tintoretto, Caravaggio, Bernini, Ticiano e
Rafael, entre outros. Além da pintura, escultura e arquitetura, as contribuições da Itália
para a literatura, ciência e música são indiscutíveis.
Literatura
A base da moderna língua italiana foi estabelecida pelo poeta florentino Dante
Alighieri, cuja obra A Divina Comédia é considerada a mais importante do período
medieval. Em italiano escreveram Boccaccio, Castiglione e Pirandello, além dos poetas
Tasso, Ariosto, Leopardi, e Petrarca, cujo mais famoso estilo é o soneto, uma invenção
italiana. Grandes filósofos são Bruno, Ficino, Maquiavel, Vico, Gentile, e Eco.
Música
19. Luciano Pavarotti, um dos mais famosos tenores de todos os tempos.
Da música popular à clássica, a expressão dos sons tem um papel importatíssimo na
cultura italiana. A Itália é o local onde nasceu a ópera, por Claudio Monteverdi.
Instrumentos inventados em Itália como o piano e violino permitem executar formas
artísticas como a sinfonia, concerto, e sonata. Alguns dos compositores italianos mais
célebres são Palestrina e Monteverdi, ambos da época da Renascença, os compositores
do Barroco Corelli e Vivaldi, os clássicos Paganini e Rossini, os românticos Verdi e
Puccini e os contemporâneos Berio e Nono.
Cinema
O cinema italiano também exerceu decisiva influência com o movimento do
neorealismo, movimento nascido no país e que revelou grandes diretores como Roberto
Rossellini, Vittorio De Sica e Luchino Visconti. Outros diretores se incluem no panteão
dos maiores mestres da sétima arte, como Michelangelo Antonioni, Federico Fellini,
Sergio Leone, Pier Paolo Pasolini, Ettore Scola, Bernardo Bertolucci, Mario Monicelli,
Dino Risi, Marco Bellocchio, e mais recentemente, Nanni Moretti. Todos eles, de
estilos diversos e fascinantes, possuem ao menos um ponto em comum: são alguns dos
mais polêmicos, criativos e mordazes investigadores e críticos da sociedade
contemporânea, isso nas artes em geral. Atores como Sophia Loren, Marcello
Mastroianni, Vittorio Gassman, Anna Magnani, Monica Vitti, Roberto Benigni são
alguns dos mais conhecidos de todos os tempos.
Esportes
A Itália tem uma longa tradição esportiva. Em diversos esportes, tanto individuais
quanto em equipe, a Itália tem uma boa representação e muitos sucessos. O esporte mais
popular é de longe o futebol. Basquete e vôlei são os próximos mais populares, com a
Itália com uma rica tradição em ambos. A Itália ganhou a Copa do Mundo FIFA de
2006, e atualmente é o segundo time de futebol mais bem sucedido do mundo, depois
do Brasil, tendo vencido quatro Copas do Mundo FIFA. [176] A Itália também tem
fortes tradições no ciclismo, tênis, atletismo, esgrima, esportes de inverno e rugby. A
italiana Scuderia Ferrari é a mais antiga equipe sobrevivente nos Grandes Prêmios,
tendo competido desde 1948 e, estatisticamente, a mais bem sucedida equipe de
Fórmula Um na história com um recorde de campeonatos.
Culinária
20. Uma autêntica pizza napolitana.
A culinária italiana moderna evoluiu através de séculos de mudanças sociais e políticas,
com suas raízes que remontam ao século 4 a.C. Mudanças significativas ocorreram com
a descoberta do Novo Mundo, quando alguns vegetais, tais como batatas, tomates,
pimentões e milho, tornaram-se disponíveis. No entanto, estes ingredientes centrais da
cozinha italiana moderna não foram introduzidos em escala antes do século XVIII.[53]
Ingredientes e pratos variam conforme a região. No entanto, muitos pratos que antes
eram regionais têm proliferado em diferentes variações em todo o país. Queijo e vinho
são partes importantes da cozinha, desempenhando diferentes papéis tanto
regionalmente quanto nacionalmente com suas muitas variações e leis Denominazione
di origine controllata (denominação regulamentada). Café e, mais especificamente o
café expresso, tornou-se muito importante para a cozinha cultural da Itália. Alguns
pratos famosos e artigos incluem massas, pizzas, lasanhas, focaccia e gelato.