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LIÇÃO      5	                  29 de julho a 4 de agosto de 2012



O Exemplo Apostólico
(I Tessalonicenses 2:1-12)

SÁBADO À TARDE

LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: I Tessalonicenses 2:1-12; Atos 16;
Deuteronómio 10:16; Salmo 51:1-10; II Coríntios 8:1-5; Lucas 11:11-13.

     VERSO ÁUREO: “Mas, como fomos aprovados de Deus, para que o evan-
     gelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos ho-
     mens, mas a Deus, que prova os nossos corações.” I Tessalonicenses 2:4.

PENSAMENTO-CHAVE: Ao revelar o que deve ser a verdadeira motivação no
ministério, o apóstolo Paulo pode ajudar-nos a todos a examinarmos o nosso co-
ração e a nossa vida à luz do evangelho.

   A LIÇÃO DESTA SEMANA MARCA UMA TRANSIÇÃO importante nos argu-
mentos da primeira carta dirigida aos Tessalonicenses. O apóstolo passa do foco
sobre a Igreja (I Tes. 1:2-10) para um foco sobre os apóstolos e a sua experiência
em Tessalónica (2:1-12). No capítulo anterior, Paulo dá graças a Deus por os cren-
tes em Tessalónica terem seguido na vida o exemplo de Paulo e por eles, por sua
vez, se terem tornado eles próprios modelos de fidelidade. Agora, em I Tessalo-
nicenses 2:1-12, Paulo sonda mais profundamente o tipo de vida que capacita os
apóstolos a agirem como exemplos a seguir.
   Ainda que possa haver muitas motivações possíveis para o ensino, a pregação
e o serviço, Paulo põe o dedo naquilo que mais importa: que o ministério seja
agradável a Deus. Paulo estava menos preocupado com o crescimento da igreja
em números do que com o desenvolvimento, mediante a graça de Deus, nos prin-
cípios espirituais corretos.
   Vamos nesta lição dar uma vista de olhos à vida interior de Paulo. O apóstolo
põe a sua alma a descoberto de uma forma que nos estimula a pôr em ordem as
nossas próprias esperanças espirituais, os nossos sonhos e motivações de modo
a agradarmos a Deus e a exercer a influência correta sobre os outros.

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Joel 1-3; D. T. Nações, cap. 64.
60
DOM., 29 de jul.       OUSADIA NO SOFRIMENTO (I Tessalonicenses 2:1 e 2)

   Leia I Tessalonicenses 2:1 e 2 à luz de Atos 16. Que ligação faz o após-
tolo Paulo entre o seu anterior ministério em Filipos e o ministério em Tes-
salónica?




    I Tessalonicenses 2:1 retoma os temas do primeiro capítulo. A expressão “vós
mesmos, irmãos, bem sabeis” deste versículo recorda a mesma linguagem em
I Tessalonicenses 1:5. E a referência do apóstolo à “entrada” na igreja lembra
I Tessalonicenses 1:9. Assim sendo, Paulo dá continuidade aos temas que in-
troduziu no capítulo de abertura desta carta. O final do capítulo anterior estava
interessado naquilo que “toda a gente” sabia acerca dos Tessalonicenses. Neste
capítulo, o apóstolo analisa o que os leitores sabem sobre os apóstolos e a sua
dedicação à fé.
    Paulo lembra a forma como ele e Silas foram vergonhosamente tratados em
Filipos devido à pregação do evangelho. Na longa estrada de Filipos para Tessa-
lónica, cada passo foi uma dolorosa lembrança dessa forma de tratamento. Sem
dúvida eles carregavam os sinais exteriores das suas dores, mesmo depois de
chegados a Tessalónica. Nessa altura teria sido fácil para os apóstolos seguirem
uma via menos direta no evangelismo naquela nova cidade. Afinal, depois de tudo
o que tinham passado, quem é que lhes levaria isso a mal?
    No entanto, os Tessalonicenses demonstraram estar desejosos e abertos à ver-
dade. A realidade dos factos dizia: “Não voltem a pregar o evangelho outra vez.”
Mas, no meio das dores e sofrimentos por que passavam, Deus estava a dizer a
Paulo e Silas: Sejam corajosos. Sejam fortes. E eles “tornaram-se ousados” (como
se percebe em I Tes. 2:2). E isso apesar da probabilidade da perseguição surgir de
novo. Havia um forte e notório contraste entre a sua condição humana (e todas as
fragilidades que lhe são inerentes) e o poder que Deus lhes concedia.
    No fim de tudo, o Senhor aproveitou essas circunstâncias externas para Sua
glória. As feridas visíveis dos pregadores forneciam aos Tessalonicenses prova
de duas coisas. A primeira era que o evangelho que eles pregavam resultava de
convicção pessoal; não o pregavam para benefício próprio (veja I Tes. 2:3-6). A se-
gunda é que se tornava claro para os ouvintes que Deus estava com Paulo e Silas
duma forma poderosa. O evangelho que pregavam não era apenas uma teoria
intelectual; era acompanhado da presença viva do Senhor, tal como revelado na
vida dos apóstolos (veja v. 13).

     O que é que apontaria como prova de que Deus transformou a sua
  vida pessoal? Até que ponto essa evidência é visível aos olhos dos ou-
  tros? Ou nem sequer é visível?

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Luc. 19:45-48; Mar. 10-12:12; D. T. Nações, cap. 65.
                                                                                  61
SEG., 30 de julho     O CARÁTER DOS APÓSTOLOS (I Tessalonicenses 2:3)

  Leia I Tessalonicenses 2:3. Que ponto-chave sobre os motivos está o
apóstolo a apresentar neste versículo?



   Sabia-se muito bem no mundo antigo que havia três segredos para persuadir
as pessoas a mudarem de ideia ou de hábitos. As pessoas avaliam o poder de
um argumento com base no caráter do orador (em grego: ethos), na qualida-
de ou lógica do próprio argumento (logos), e no poder do apelo do orador às
emoções ou aos interesses pessoais do ouvinte (pathos). Em I Tessalonicenses
2:3-6, Paulo concentra-se no caráter dos apóstolos como elemento-chave da
pregação que conduziu a mudanças radicais nos Tessalonicenses.
   Nestes versículos, Paulo traça um contraste entre si próprio e os filósofos
populares, cuja pregação era frequentemente motivada por interesses pessoais
(veja a lição 3). O apóstolo recorre a três palavras no versículo 3 para descrever
os possíveis maus motivos para a pregação ou para o ministério.
   O primeiro é o “engano”, uma falsidade intelectual. Um pregador pode vir todo
entusiasmado com uma ideia que simplesmente está errada. Tal pregador pode
ser perfeitamente sincero, mas está autoiludido. Pensam tais pregadores que
estão a fazer bem aos outros, mas são motivados por falsas ideias.
   O segundo é “imundícia” (ou “desonestidade”, diz a versão TIC). As pessoas
são atraídas para indivíduos que são largamente conhecidos pelo seu poder,
ideias ou desempenho. Algumas figuras públicas podem ser motivadas pelas
oportunidades sexuais que resultam da fama ou da notoriedade.
   A terceira palavra é “fraudulência”. Neste caso, o pregador está ciente de que
as ideias que apresenta estão erradas, nas tenta conscientemente desviar as
pessoas a fim de tirar benefícios pessoais.
   Paulo e Silas não eram motivados por nenhuma destas coisas. Se fossem, a
experiência que viveram em Filipos tê-los-ia provavelmente levado a abandonar
a pregação. A coragem que manifestaram em Tessalónica só foi possível pelo
poder de Deus em ação por intermédio deles. O poder que o evangelho teve em
Tessalónica (veja I Tes. 1:5) ficou em parte a dever-se ao caráter dos apóstolos,
o que irradiava nas suas apresentações. Os argumentos lógicos e os apelos
emocionais não eram o suficiente. O caráter de cada um deles estava de acordo
com as suas afirmações. Esta autenticidade tem um poder tremendo no mundo
de hoje, tal como teve nos tempos da antiguidade.

    Pense com atenção nos seus motivos para tudo o que faz. Até que
  ponto são puros, livres de erro, engano e desonestidade? Se não são o
  que deviam ser, como é que os pode mudar para melhor? Veja também
  Deut. 10:16; Fil. 4:13; Sal. 51:1-10.

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Amós 1 e 2; Mar. 12:13-44; D. T. Nações, cap. 66.
62
TERÇA, 31 de julho		               AGRADAR A DEUS (I Tessalonicenses 2:4-6)

   Leia I Tessalonicenses 2:4-6. Descreva o contraste entre a motivação do
apóstolo Paulo para o ministério e as alternativas mundanas que ele men-
ciona. Que razão torna por vezes tão difícil perceber as diferenças; isto é, de
que modo podem as pessoas enganar-se a si próprias a respeito da pureza
dos seus motivos pessoais? Por que razão se torna tão fácil fazer isso?


   A palavra traduzida frequentemente por “aprovado” (I Tes. 2:4) reflete a ideia
de avaliação ou exame. Os apóstolos permitiam que Deus avaliasse a integrida-
de da sua vida e das suas intenções. O propósito dessa avaliação era garantir
que o evangelho que eles anunciavam não seria distorcido por um contraste
entre aquilo que pregavam e a forma como viviam.
   Os filósofos populares da época escreviam sobre a importância do autoe-
xame. Se querem fazer uma diferença no mundo, ensinavam eles, precisam
de examinar constantemente os vossos motivos e intenções. Paulo levava esta
ideia uma passo mais adiante. Além do autoexame, ele era examinado por Deus.
Deus verificava que aquilo que Paulo pregava era coerente com a sua vida inte-
rior. Em última análise, Deus é o único a quem vale a pena agradar.
   Os seres humanos necessitam de ter um sentimento de valor próprio a fim
de funcionarem. Muitas vezes procuramos este valor pessoal na acumulação
de bens materiais, de realizações ou por meio das opiniões positivas que outros
expressam a nosso respeito. No entanto, todas essas fontes de valor próprio são
frágeis e passageiras. O valor próprio genuíno e duradouro é encontrado apenas
por meio do evangelho. Quando apreendemos totalmente que Cristo morreu por
nós, começamos a experimentar um sentimento de valor que nada neste mundo
consegue abalar.

  O que é que I Tessalonicenses 2:5 e 6 acrescenta às três motivações enu-
meradas no versículo 3?

   O conceito de lisonja fundamenta-se no tema do agradar às pessoas, o que é
uma base frágil para o evangelismo. Paulo não era motivado pelo que as outras
pessoas pensavam dele. Ele excluía também uma outra motivação mundana para
o ministério: o dinheiro. As pessoas que são abençoadas pelo ministério de uma
outra normalmente desejam contribuir para essa atividade missionária ou para a
aquisição de produtos com ela relacionados. Isto pode tentar os obreiros de Deus
a perder o foco na única motivação que realmente interessa, a de agradar a Deus.

    O que é que na sua vida pessoal agrada a Deus, e porquê? O que é que
  não Lhe agrada, e porquê?

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Luc. 20:45-47; Amós 3 e 4; Mat. 23:41-44; Mar. 12;
D. T. Nações, cap. 67.
                                                                                      63
QUA., 1 de ago. PROFUNDAMENTE AFEIÇOADOS (I Tessalonicenses 2:7 e 8)

   Em I Tessalonicenses 2:4, a principal motivação do apóstolo Paulo para a
atividade missionária foi agradar a Deus. Que motivação adicional acrescen-
ta Paulo nos versículos que se seguem? Ver I Tes. 2:6-8.


    No mundo de hoje, o dinheiro, o sexo e o poder são frequentemente considera-
dos as principais motivações do comportamento humano, pelo menos para aque-
les que se consomem com o interesse pessoal. Em I Tessalonicenses 2:3-6, Paulo
utiliza uma série de diferentes palavras para excluir semelhantes motivações em
relação ao seu ministério. A cobiça, a imoralidade, o engano e a lisonja não têm lu-
gar na vida nem na atividade missionária do cristão. Os apóstolos eram motivados
principalmente pelo desejo de agradar a Deus em tudo o que faziam.
    No versículo 6, Paulo refere que os apóstolos poderiam ter sido um encargo
para os Tessalonicenses, ou que, literalmente, podiam “atirar o seu peso para cima
deles”. Como apóstolos ou mestres, podiam exigir o reconhecimento do seu es-
tatuto. Podiam esperar favores monetários e ser tratados com alguma deferência
especial. Mas, Paulo, em Tessalónica, declinou fosse o que fosse que pudesse
distorcer os seus motivos, ou que pudesse ter posto algum obstáculo no caminho
dos novos conversos.
    Embora a principal motivação de Paulo fosse a de agradar a Deus, nos versícu-
los 7 e 8 ele expressa uma motivação adicional, o seu grande afeto pelos próprios
Tessalonicenses. O versículo 8 usa uma linguagem de calor emocional. Pregar o
evangelho era muito mais do que um dever para Paulo; ele deu o seu coração,
todo o seu ser, ao povo.

  De que modo as igrejas da Macedónia, de que Tessalónica fazia parte,
reagiram à ternura dos apóstolos? Veja II Cor. 8:1-5. O que é que isto nos
ensina sobre a importância do caráter na vida daqueles que dão testemu-
nho diante de outros?


   Na secção de segunda-feira mencionámos três antigos segredos da persuasão:
o caráter do orador (ethos), a lógica do argumento (logos) e o apelo às emoções
ou ao interesse pessoal (pathos). Nos versículos 4-6, Paulo enfatiza o caráter dos
apóstolos como sendo a razão para os seguirem. Nos versículos 7 e 8 vemos um
apelo ao pathos, o vínculo emocional que se criou entre os apóstolos e os Tessalo-
nicenses. O evangelho alcança a sua máxima força quando toca o coração.

    Pense no caráter de alguém que o/a influenciou espiritualmente de for-
  ma positiva? O que foi que mais o/a tocou? De que maneira pode apren-
  der a imitar esses mesmos traços?

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Amós 5-7; João 12:20-50; D. T. Nações, cap. 68.
64
QUINTA, 2 de agosto	 PARA NÃO SER UM FARDO (I Tessalonicenses 2:9-12)

  Enquanto Paulo esteve em Tessalónica, que outras coisas fez além de
pregar o evangelho e porquê? Veja I Tes. 2:9 e 10.




   A ideia de que Paulo trabalhava “noite e dia” seria um enorme exagero se
fosse tomada literalmente. O termo grego, porém, exprime uma ideia qualitativa
mais do que uma quantidade real de tempo gasto. Noutras palavras, o apóstolo
estava a dizer que ele trabalhava mais do que seria de esperar a fim de não ser
um fardo para os crentes; Paulo não queria que nada se intrometesse no cami-
nho do seu testemunho aos crentes.
   Além disso, ele tinha muito cuidado em comportar-se de tal maneira que não
causasse ofensa, quer diante de Deus quer diante dos outros (veja I Tes. 2:10;
Lucas 2:52). Paulo e os apóstolos procuravam ser “irrepreensíveis” nos respe-
tivos relacionamentos, de modo a que o evangelho se tornasse o ponto central
da atenção.

  A que analogia recorreu o apóstolo em I Tessalonicenses 2:11 e 12 para
descrever o tratamento que dispensou aos Tessalonicenses? Veja também
Lucas 11:11-13. O que é que essa analogia ensina?




   Um bom pai estabelece limites e dá encorajamento, bem como amor. Adapta o
seu cuidado e disciplina ao caráter singular e à condição emocional de cada filho.
Dependendo da criança e da situação, o pai pode dar ânimo, ou uma repreensão
severa, ou um castigo disciplinar.
   Há uma certa tensão na perspetiva missionária de Paulo. Por um lado, ele
procurava sempre adaptar a sua atitude ao caráter e à situação específica das
pessoas; por outro, estava muito preocupado com a autenticidade, de modo a
que o exterior e o interior fossem um só. Como é que se pode ser autêntico e
genuíno e, no entanto, ser “tudo para todos”?
   O segredo é o amor que o apóstolo Paulo tinha para com os seus conver-
sos. Ele fazia tudo o que podia para ser um modelo de autenticidade diante de-
les; contudo, compreendia que havia coisas que eles não estavam prontos para
atender (veja também João 16:12). Por isso, ele trabalhava com as suas mãos
e adaptava as suas instruções, tudo a fim de evitar pôr demasiadas barreiras na
via de aceitação do evangelho por parte das pessoas. Sem dúvida que esta é
uma extraordinária lição de autossacrifício.

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Amós 8 e 9; Mat. 24; Mar. 13; D. T. Nações, cap. 69.
                                                                                   65
SEXTA, 3 de agosto

ESTUDO ADICIONAL: “Não importa a veemência da afirmação de fé, aquele
cujo coração não está cheio de amor a Deus e aos seus semelhantes não é um
verdadeiro discípulo de Cristo. … Poderá demonstrar uma grande liberalidade,
mas, se por qualquer outro motivo que não o genuíno amor, entregar todos os
seus bens para sustento dos pobres, isso não o recomendará diante de Deus.” –
Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p 225.
   “Ao mesmo tempo que Paulo tinha cuidado em apresentar aos seus conver-
sos os positivos ensinos da Escritura com relação à devida manutenção da obra
de Deus, … em várias ocasiões, durante o seu ministério nos grandes centros
de civilização, ele trabalhou num ofício para obter a sua própria subsistência….
   “É em Tessalónica que primeiro ouvimos a respeito de Paulo trabalhar com as
próprias mãos num trabalho por conta própria enquanto pregava a Palavra [I Tes.
2:6 e 9; II Tes. 3:8 e 9]….
   “Mas Paulo não reputava perdido o tempo assim empregado…. Dava aos
seus companheiros de trabalho instruções quanto às coisas espirituais, e dava
ao mesmo tempo um exemplo de atividade e de esmero. Ele era um trabalhador
desembaraçado e hábil, diligente no negócio, ‘fervoroso no espírito, servindo ao
Senhor’ (Rom. 12:11).” – Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, pp. 234-236.

  PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
    1 Pense em tempos dolorosos pelos quais tenha pessoalmente pas-
  sado (fisicamente, espiritualmente, emocionalmente, ou tudo ao mesmo
  tempo). Em termos práticos, como é que se encontra alegria ou coragem
  no meio desse sofrimento? Por que razão é muito mais fácil falar em en-
  contrar essa alegria e coragem do que encontrá-las realmente?
    2 Pense em alguém cuja vida não refletiu claramente a afirmação de
  ser cristão. De que modo essa pessoa afetou a sua comunhão pessoal
  com o Senhor?
    3 Que perigos há no ficar-se emocionalmente ligados a pessoas com
  quem estamos a partilhar o evangelho? Como é que se estabelecem limi-
  tes adequados para os relacionamentos que se criam sempre que traba-
  lhamos muito de perto com outras pessoas?

Sumário: Na passagem que estudámos, o apóstolo Paulo abriu o coração para
revelar os mais verdadeiros motivos para a atividade missionária. O motivo su-
premo é agradar a Deus, quer aqueles a quem servimos estejam ou não agra-
dados. As motivações do dinheiro, sexo e poder não têm lugar num coração
determinado a agradar a Deus. O motivo mais importante para a atividade de
evangelização é um amor sincero pelos perdidos. Ambos estes motivos estão
claramente expressos em I Tessalonicenses 2:1-12.


Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Miq. 1-3; Mat. 25:31-46; D. T. Nações, cap. 70.
66
As Minhas Notas Pessoais




                           67
AUXILIAR DO MODERADOR



     Texto-Chave: I Tessalonicenses 2:1-12

     Com o Estudo desta Lição o Membro da Classe Vai:
       Aprender: A lembrar-se de que o testemunho que alguém dá de Cristo é
        mais eficaz quando está enraizado na motivação de agradar a Deus e amar
        os outros.
      Sentir: O desejo de se interessar mais genuinamente pelos outros e de
        agradar a Deus em tudo o que faz.
        Fazer: Avaliar as forças motivadoras na sua experiência cristã.

     Esboço da Aprendizagem:
     I. Aprender: O Caráter É Importante
        A. ense nas qualificações que Paulo enumera para os anciãos e diáconos em
            P
           I Timóteo 3:1-13. Por que razão o caráter é tão importante na vida cristã?
        B.  ue motivações identifica o apóstolo Paulo em I Tessalonicenses 2:1-6
            Q
            como sendo impróprios para um cristão? O que é que torna essas moti-
            vações tão destruidoras?
     II. Sentir: Chamados à Integridade
        A.  ue “escândalos de caráter” já presenciou na Igreja? Que motivações
            Q
            levaram a esses escândalos? Que impacto tiveram na vossa igreja, na
            vossa comunidade ou em si especificamente?
        B.  s pessoas que servem de exemplo são importantes. Infelizmente, muitos
           A
           desses exemplos na sociedade de hoje menosprezam as coisas que Deus
           mais aprecia. Paulo foi um exemplo positivo para os Tessalonicenses (I
           Tes. 1:5 e 6, 2:10). Que pessoas são hoje exemplos aos olhos de Deus?
           Pessoalmente, que tipo de exemplo é na sua igreja, no local de trabalho
           ou na família?
     III. Fazer: Avaliação dos Nossos Motivos
        A. 
           Acarinhar motivos errados pode facilmente corroer o caráter e prejudicar a
           causa de Cristo. O que é que podemos fazer para garantir que os nossos
           motivos são puros?
        B.  ecore o versículo de Miqueias 6:8 e peça a Deus que o torne verdadeiro
            D
            na sua vida pessoal.

     Sumário:
     O desejo genuíno de agradar a Deus e de amar os outros é a única motivação
     suficiente para viver uma vida que será verdadeiramente um testemunho eficaz
     em favor de Cristo.




68
AUXILIAR DO MODERADOR


                            CICLO DA APRENDIZAGEM

  1.º PASSO – MOTIVAR!

  Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Servimos melhor a causa
  de Cristo quando somos motivados pelo desejo de agradar a Deus em tudo
  o que fazemos, e quando estamos dispostos a colocar as necessidades dos
  outros genuinamente à frente das nossas.

    Indiscutivelmente, a maior ameaça que a Igreja Cristã tem enfrentado nas últimas
décadas tem vindo não de fora da Igreja, mas da lista de escândalos em constante
crescimento que têm abalado a Igreja a partir do seu interior. Na realidade, infeliz-
mente, qualquer busca na Internet com a expressão “escândalos na igreja” apresen-
ta facilmente milhões de resultados. Ainda que cada escândalo tenha um nome, um
rosto e uma denominação diferentes a ele associado, todos eles brotam de uma de
três motivações para o ministério: o desejo de dinheiro, de poder ou de sexo.
    O dano provado por estes escândalos à causa de Cristo é avassalador. Vive-
mos numa geração em que a Igreja perdeu em grande medida a sua autoridade
moral. Em vez de ser uma voz de limitação contra a depravação moral, os céti-
cos são céleres em apontar que a Igreja é frequentemente parte do problema.
A seguir a cada escândalo, mais pessoas começam a pensar como é que a
mensagem do Cristianismo pode ser verdadeira se parece não fazer qualquer
diferença na vida daqueles que a proclamam.
    Seria fácil culpar deste problema o clero cujos nomes dão realce a estes es-
cândalos, mas isso não resolve realmente nada. Em vez de culpar seja quem for,
precisamos de compreender que, a não ser pela graça de Deus, qualquer um
de nós pode cair presa de tentações similares – afinal, somos todos humanos.
A melhor linha de atuação é, de longe, dar ouvidos à advertência que o apóstolo
Paulo fez aos Tessalonicenses há dois mil anos atrás, sobre os perigos de deixar
que os nossos motivos para O servir sejam vencidos por qualquer tentação de
satisfazer os nossos desejos pessoais.
    Pense Nisto: O que é que podemos fazer para sermos parte da solução para
os escândalos morais que têm atormentado a Igreja em vez de sermos nós mes-
mos parte desses escândalos?

  2.º PASSO – ANALISAR!

                              COMENTÁRIO BÍBLICO

                              I. Os Motivos de Paulo
                 (Recapitule com a classe I Tessalonicenses 2:1-8.)

  Da mesma maneira que as pessoas hoje se mostram frequentemente céticas
sobre os evangelistas televisivos, que parecem mais interessados em dinheiro e

                                                                                  69
AUXILIAR DO MODERADOR


fama do que em ajudar os necessitados, também as pessoas no mundo antigo
eram céticas quanto aos filósofos itinerantes e aos oradores públicos, e tinham
razões para isso. Com mais frequência do que seria de esperar, os “pregadores”
itinerantes dos tempos do apóstolo Paulo não eram mais do que charlatães em
busca de fama e fortuna.
    Podemos obter um quadro fascinante do tipo de artistas do engano religioso
presentes nos dias de Paulo, quando observamos a vida de um homem chama-
do Alexandre de Abonoteico. De acordo com Luciano de Samosata, Alexandre
era um charlatão por excelência. No século II, Alexandre fundou um culto muito
popular centrado à volta de um deus cobra chamado Glycon, que supostamente
tinha cabeça humana com cabelos loiros. As pessoas das regiões ali à volta,
incluindo o imperador romano Marco Aurélio, vinham ouvir (e pagar) os oráculos
de Glycon, que eram interpretados por Alexandre. Num só ano, Alexandre rece-
beu 80 000 dracmas (um dracma era aproximadamente o equivalente a uma dia
de salário). Era uma boa maquia. O relato de Luciano e as imagens de Glycon
podem ser vistos procurando na Internet a expressão “Luciano de Samosata:
Alexandre o Falso Profeta”.
    Para evitar ser associado a fraudes religiosas, como a de Alexandre, o após-
tolo defendeu ousadamente o seu ministério em I Tessalonicenses 2:1-12. As
palavras que usa deixam claro que algumas pessoas estavam desconfiadas não
só quanto aos seus ensinos, mas até quanto aos motivos por detrás do seu
ministério. Respondendo a essas acusações, Paulo defende que o seu minis-
tério não se baseava no engano (2:3), nem em motivos impuros (2:3), nem em
truques fraudulentos (2:3), nem na ganância (2:5) – precisamente as coisas que
certamente eram associadas ao culto a Glycon.
    Há aspetos de três das palavras que o apóstolo menciona que vale a pena
salientar. Primeiro, o uso do termo “imundícia” tem provavelmente conotações
sexuais associadas. É nesse sentido que é usado em I Tessalonicenses 4:7,
e Paulo, noutras passagens, coloca-o a par da imoralidade sexual (veja II Cor.
12:21; Gál. 5:19). Isto pode indicar que alguns dos pagãos olhavam com suspei-
ção o facto de Paulo se associar com mulheres proeminentes em Tessalónica,
as quais se tinham convertido ao Cristianismo (Atos 17:4). Segundo, a palavra
que Paulo usa em I Tessalonicenses 2:3 para “engano” vem de uma palavra que
descreve o isco utilizado na apanha de peixes. Refere-se a qualquer atividade
que procura explorar alguém incauto. Por último, embora a palavra avareza (2:5)
faça referência ao desejo de ganho financeiro, ela é, de facto, um termo muito
mais abrangente. Resulta da combinação de duas palavras gregas: a palavra
“ter” e “mais”. Assim, aponta para o desejo humano generalizado de indulgência
própria em todas as fases da vida.

  Pense Nisto: Numa época de charlatães itinerantes, por que razão era tão
importante que Paulo defendesse os seus verdadeiros motivos para o trabalho
missionário? Quais são as implicações que isto tem, se tem alguma, para nós
nos dias de hoje?
70
AUXILIAR DO MODERADOR


                             II. O Método de Paulo
               (Recapitule com a classe I Tessalonicenses 2:9-12.)

    Qualquer indivíduo pode pretender que os seus motivos são retos. Se isso é,
de facto, verdade ou não é uma questão totalmente diferente. O estilo de vida e
o ministério de Paulo, no entanto, forneciam ampla evidência da veracidade das
suas afirmações.
    Ao contrário de outros mestres itinerantes que dependiam de apoio financeiro
das suas audiências, a prática de Paulo era ganhar o seu sustento trabalhando
com as próprias mãos. A razão para tal não era que o apóstolo achasse que os
ministros não devessem ser pagos pelo seu serviço. Noutras das suas cartas,
Paulo afirma claramente que eles deviam receber apoio financeiro (I Tim. 5:17 e
18). Quando se tratava do seu próprio ministério, Paulo preferia não pedir dinhei-
ro, para que ninguém o pudesse acusar de andar simplesmente a tentar obter
ganho financeiro.
    Então, como é que Paulo se sustentava a si próprio em Tessalónica? Exercen-
do a profissão de fabricante de tendas (Atos 18:3; 20:34), Paulo ganhava para o
seu sustento passando o dia a cortar, a moldar e a cozer as peles, fosse na sua
própria oficina ou na de um outro artesão. Ainda que o trabalho com peles não
fosse tarefa fácil, o “trabalho diário” de Paulo proporcionava-lhe a oportunidade
de se encontrar e falar com pessoas que precisavam dos seus serviços. O seu
registo como negociante sério e honesto teria certamente promovido a sua credi-
bilidade junto da comunidade. Por fim, depois de um longo dia de trabalho físico
e durante as horas de Sábado, Paulo voltava a atenção para a sua outra tarefa,
aquela de que ele mais gostava – o privilégio de pregar e ensinar o evangelho
àqueles que estivessem interessados.
    Que razão levava Paulo a fazer tudo isto? “Fazia-o porque queria que os no-
vos cristãos soubessem que ele estava ali por eles, como um pai pelos seus fi-
lhos. Os pais não cobram aos filhos por lhes darem educação, por fazerem deles
as pessoas que devem ser.
    “Era com isto que tinha a ver o trabalho de Paulo.” – Tom Wright, Paul for
Everyone: Galatians and Tessalonians (Paulo para Todos: Gálatas e Tessaloni-
censes). Louisville, Ky.: Westminster John Knox Press, 2004, p. 98.
    Pense Nisto: Os cínicos dizem frequentemente que as igrejas só estão inte-
ressadas no dinheiro. O que é que podemos aprender com o método do apóstolo
Paulo de custear toda a sua atividade missionária pessoal, o qual contrariava
aquelas críticas?

  3.º PASSO – PRATICAR!

Perguntas para Reflexão:
   1. Em contraste com a acusação de ser um charlatão religioso, que duas metá-
foras utiliza Paulo para se descrever a si mesmo em I Tessalonicenses 2:7 e 11?
O que é que estas imagens revelam sobre o seu ministério e os seus motivos?
                                                                               71
AUXILIAR DO MODERADOR


     2.  episódio do profeta Balaão no Velho Testamento (Números 22) e o de
        O
        Simão o mago no Novo Testamento (Atos 8) contêm a história de dois
        homens que perderam de vista a motivação verdadeira para o ministério.
        Como foi que estes homens perderam o caminho? Que lições podemos nós
        aprender com eles?

Perguntas para Aplicação:
  1.  s histórias de José no Egito e de Daniel em Babilónia narram as experi-
     A
     ências de dois homens que foram fiéis a Deus quando muitos não o foram.
     Que lições podemos aprender com estes homens, as quais nos ajudarão
     nos nossos confrontos com as tentações de sexo, poder e dinheiro?

     2.  inguém acorda e decide por capricho dar cabo da vida. Todos os escân-
        N
        dalos públicos no seio da Igreja começaram com alguém a dar pequenos
        passos no sentido da condescendência e do pecado. O que é que podemos
        fazer para assegurar que não vamos seguir o mesmo caminho?

     3.  mbora a Bíblia registe as histórias de pessoas cuja integridade aparen-
        E
        temente nunca vacilava, também nos fala de homens e mulheres que co-
        meteram graves erros e que deles se arrependeram. Qual das histórias
        referidas em segundo lugar lhe oferece a si pessoalmente mais esperança
        em relação à sua própria experiência? Porquê?

     4.º PASSO – APLICAR!

   Atividade: Conclua o estudo da lição desta semana lembrando aos mem-
bros da classe que ninguém é invencível. Todos nós temos as nossas provas
e tentações. Mesmo os homens e mulheres mais piedosos que conhecemos
defrontam-se com o pecado – é isso que a Bíblia ensina. Todos nós precisamos
de encorajamento e de oração.
   Se possível, divida a classe em pequenos grupos de duas ou três pessoas
para uma sessão de oração. Anime os membros de cada grupo a partilharem
pedidos específicos de oração. Além disso, peça a cada grupo que ore pelos
dirigentes da igreja, pedindo a Deus que os proteja de perderem de vista o ele-
vado propósito do chamado que tiveram e que Ele os ajude a serem inabaláveis
na integridade.




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escola sabatina 05

  • 1. LIÇÃO 5 29 de julho a 4 de agosto de 2012 O Exemplo Apostólico (I Tessalonicenses 2:1-12) SÁBADO À TARDE LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: I Tessalonicenses 2:1-12; Atos 16; Deuteronómio 10:16; Salmo 51:1-10; II Coríntios 8:1-5; Lucas 11:11-13. VERSO ÁUREO: “Mas, como fomos aprovados de Deus, para que o evan- gelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos ho- mens, mas a Deus, que prova os nossos corações.” I Tessalonicenses 2:4. PENSAMENTO-CHAVE: Ao revelar o que deve ser a verdadeira motivação no ministério, o apóstolo Paulo pode ajudar-nos a todos a examinarmos o nosso co- ração e a nossa vida à luz do evangelho. A LIÇÃO DESTA SEMANA MARCA UMA TRANSIÇÃO importante nos argu- mentos da primeira carta dirigida aos Tessalonicenses. O apóstolo passa do foco sobre a Igreja (I Tes. 1:2-10) para um foco sobre os apóstolos e a sua experiência em Tessalónica (2:1-12). No capítulo anterior, Paulo dá graças a Deus por os cren- tes em Tessalónica terem seguido na vida o exemplo de Paulo e por eles, por sua vez, se terem tornado eles próprios modelos de fidelidade. Agora, em I Tessalo- nicenses 2:1-12, Paulo sonda mais profundamente o tipo de vida que capacita os apóstolos a agirem como exemplos a seguir. Ainda que possa haver muitas motivações possíveis para o ensino, a pregação e o serviço, Paulo põe o dedo naquilo que mais importa: que o ministério seja agradável a Deus. Paulo estava menos preocupado com o crescimento da igreja em números do que com o desenvolvimento, mediante a graça de Deus, nos prin- cípios espirituais corretos. Vamos nesta lição dar uma vista de olhos à vida interior de Paulo. O apóstolo põe a sua alma a descoberto de uma forma que nos estimula a pôr em ordem as nossas próprias esperanças espirituais, os nossos sonhos e motivações de modo a agradarmos a Deus e a exercer a influência correta sobre os outros. Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Joel 1-3; D. T. Nações, cap. 64. 60
  • 2. DOM., 29 de jul. OUSADIA NO SOFRIMENTO (I Tessalonicenses 2:1 e 2) Leia I Tessalonicenses 2:1 e 2 à luz de Atos 16. Que ligação faz o após- tolo Paulo entre o seu anterior ministério em Filipos e o ministério em Tes- salónica? I Tessalonicenses 2:1 retoma os temas do primeiro capítulo. A expressão “vós mesmos, irmãos, bem sabeis” deste versículo recorda a mesma linguagem em I Tessalonicenses 1:5. E a referência do apóstolo à “entrada” na igreja lembra I Tessalonicenses 1:9. Assim sendo, Paulo dá continuidade aos temas que in- troduziu no capítulo de abertura desta carta. O final do capítulo anterior estava interessado naquilo que “toda a gente” sabia acerca dos Tessalonicenses. Neste capítulo, o apóstolo analisa o que os leitores sabem sobre os apóstolos e a sua dedicação à fé. Paulo lembra a forma como ele e Silas foram vergonhosamente tratados em Filipos devido à pregação do evangelho. Na longa estrada de Filipos para Tessa- lónica, cada passo foi uma dolorosa lembrança dessa forma de tratamento. Sem dúvida eles carregavam os sinais exteriores das suas dores, mesmo depois de chegados a Tessalónica. Nessa altura teria sido fácil para os apóstolos seguirem uma via menos direta no evangelismo naquela nova cidade. Afinal, depois de tudo o que tinham passado, quem é que lhes levaria isso a mal? No entanto, os Tessalonicenses demonstraram estar desejosos e abertos à ver- dade. A realidade dos factos dizia: “Não voltem a pregar o evangelho outra vez.” Mas, no meio das dores e sofrimentos por que passavam, Deus estava a dizer a Paulo e Silas: Sejam corajosos. Sejam fortes. E eles “tornaram-se ousados” (como se percebe em I Tes. 2:2). E isso apesar da probabilidade da perseguição surgir de novo. Havia um forte e notório contraste entre a sua condição humana (e todas as fragilidades que lhe são inerentes) e o poder que Deus lhes concedia. No fim de tudo, o Senhor aproveitou essas circunstâncias externas para Sua glória. As feridas visíveis dos pregadores forneciam aos Tessalonicenses prova de duas coisas. A primeira era que o evangelho que eles pregavam resultava de convicção pessoal; não o pregavam para benefício próprio (veja I Tes. 2:3-6). A se- gunda é que se tornava claro para os ouvintes que Deus estava com Paulo e Silas duma forma poderosa. O evangelho que pregavam não era apenas uma teoria intelectual; era acompanhado da presença viva do Senhor, tal como revelado na vida dos apóstolos (veja v. 13). O que é que apontaria como prova de que Deus transformou a sua vida pessoal? Até que ponto essa evidência é visível aos olhos dos ou- tros? Ou nem sequer é visível? Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Luc. 19:45-48; Mar. 10-12:12; D. T. Nações, cap. 65. 61
  • 3. SEG., 30 de julho O CARÁTER DOS APÓSTOLOS (I Tessalonicenses 2:3) Leia I Tessalonicenses 2:3. Que ponto-chave sobre os motivos está o apóstolo a apresentar neste versículo? Sabia-se muito bem no mundo antigo que havia três segredos para persuadir as pessoas a mudarem de ideia ou de hábitos. As pessoas avaliam o poder de um argumento com base no caráter do orador (em grego: ethos), na qualida- de ou lógica do próprio argumento (logos), e no poder do apelo do orador às emoções ou aos interesses pessoais do ouvinte (pathos). Em I Tessalonicenses 2:3-6, Paulo concentra-se no caráter dos apóstolos como elemento-chave da pregação que conduziu a mudanças radicais nos Tessalonicenses. Nestes versículos, Paulo traça um contraste entre si próprio e os filósofos populares, cuja pregação era frequentemente motivada por interesses pessoais (veja a lição 3). O apóstolo recorre a três palavras no versículo 3 para descrever os possíveis maus motivos para a pregação ou para o ministério. O primeiro é o “engano”, uma falsidade intelectual. Um pregador pode vir todo entusiasmado com uma ideia que simplesmente está errada. Tal pregador pode ser perfeitamente sincero, mas está autoiludido. Pensam tais pregadores que estão a fazer bem aos outros, mas são motivados por falsas ideias. O segundo é “imundícia” (ou “desonestidade”, diz a versão TIC). As pessoas são atraídas para indivíduos que são largamente conhecidos pelo seu poder, ideias ou desempenho. Algumas figuras públicas podem ser motivadas pelas oportunidades sexuais que resultam da fama ou da notoriedade. A terceira palavra é “fraudulência”. Neste caso, o pregador está ciente de que as ideias que apresenta estão erradas, nas tenta conscientemente desviar as pessoas a fim de tirar benefícios pessoais. Paulo e Silas não eram motivados por nenhuma destas coisas. Se fossem, a experiência que viveram em Filipos tê-los-ia provavelmente levado a abandonar a pregação. A coragem que manifestaram em Tessalónica só foi possível pelo poder de Deus em ação por intermédio deles. O poder que o evangelho teve em Tessalónica (veja I Tes. 1:5) ficou em parte a dever-se ao caráter dos apóstolos, o que irradiava nas suas apresentações. Os argumentos lógicos e os apelos emocionais não eram o suficiente. O caráter de cada um deles estava de acordo com as suas afirmações. Esta autenticidade tem um poder tremendo no mundo de hoje, tal como teve nos tempos da antiguidade. Pense com atenção nos seus motivos para tudo o que faz. Até que ponto são puros, livres de erro, engano e desonestidade? Se não são o que deviam ser, como é que os pode mudar para melhor? Veja também Deut. 10:16; Fil. 4:13; Sal. 51:1-10. Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Amós 1 e 2; Mar. 12:13-44; D. T. Nações, cap. 66. 62
  • 4. TERÇA, 31 de julho AGRADAR A DEUS (I Tessalonicenses 2:4-6) Leia I Tessalonicenses 2:4-6. Descreva o contraste entre a motivação do apóstolo Paulo para o ministério e as alternativas mundanas que ele men- ciona. Que razão torna por vezes tão difícil perceber as diferenças; isto é, de que modo podem as pessoas enganar-se a si próprias a respeito da pureza dos seus motivos pessoais? Por que razão se torna tão fácil fazer isso? A palavra traduzida frequentemente por “aprovado” (I Tes. 2:4) reflete a ideia de avaliação ou exame. Os apóstolos permitiam que Deus avaliasse a integrida- de da sua vida e das suas intenções. O propósito dessa avaliação era garantir que o evangelho que eles anunciavam não seria distorcido por um contraste entre aquilo que pregavam e a forma como viviam. Os filósofos populares da época escreviam sobre a importância do autoe- xame. Se querem fazer uma diferença no mundo, ensinavam eles, precisam de examinar constantemente os vossos motivos e intenções. Paulo levava esta ideia uma passo mais adiante. Além do autoexame, ele era examinado por Deus. Deus verificava que aquilo que Paulo pregava era coerente com a sua vida inte- rior. Em última análise, Deus é o único a quem vale a pena agradar. Os seres humanos necessitam de ter um sentimento de valor próprio a fim de funcionarem. Muitas vezes procuramos este valor pessoal na acumulação de bens materiais, de realizações ou por meio das opiniões positivas que outros expressam a nosso respeito. No entanto, todas essas fontes de valor próprio são frágeis e passageiras. O valor próprio genuíno e duradouro é encontrado apenas por meio do evangelho. Quando apreendemos totalmente que Cristo morreu por nós, começamos a experimentar um sentimento de valor que nada neste mundo consegue abalar. O que é que I Tessalonicenses 2:5 e 6 acrescenta às três motivações enu- meradas no versículo 3? O conceito de lisonja fundamenta-se no tema do agradar às pessoas, o que é uma base frágil para o evangelismo. Paulo não era motivado pelo que as outras pessoas pensavam dele. Ele excluía também uma outra motivação mundana para o ministério: o dinheiro. As pessoas que são abençoadas pelo ministério de uma outra normalmente desejam contribuir para essa atividade missionária ou para a aquisição de produtos com ela relacionados. Isto pode tentar os obreiros de Deus a perder o foco na única motivação que realmente interessa, a de agradar a Deus. O que é que na sua vida pessoal agrada a Deus, e porquê? O que é que não Lhe agrada, e porquê? Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Luc. 20:45-47; Amós 3 e 4; Mat. 23:41-44; Mar. 12; D. T. Nações, cap. 67. 63
  • 5. QUA., 1 de ago. PROFUNDAMENTE AFEIÇOADOS (I Tessalonicenses 2:7 e 8) Em I Tessalonicenses 2:4, a principal motivação do apóstolo Paulo para a atividade missionária foi agradar a Deus. Que motivação adicional acrescen- ta Paulo nos versículos que se seguem? Ver I Tes. 2:6-8. No mundo de hoje, o dinheiro, o sexo e o poder são frequentemente considera- dos as principais motivações do comportamento humano, pelo menos para aque- les que se consomem com o interesse pessoal. Em I Tessalonicenses 2:3-6, Paulo utiliza uma série de diferentes palavras para excluir semelhantes motivações em relação ao seu ministério. A cobiça, a imoralidade, o engano e a lisonja não têm lu- gar na vida nem na atividade missionária do cristão. Os apóstolos eram motivados principalmente pelo desejo de agradar a Deus em tudo o que faziam. No versículo 6, Paulo refere que os apóstolos poderiam ter sido um encargo para os Tessalonicenses, ou que, literalmente, podiam “atirar o seu peso para cima deles”. Como apóstolos ou mestres, podiam exigir o reconhecimento do seu es- tatuto. Podiam esperar favores monetários e ser tratados com alguma deferência especial. Mas, Paulo, em Tessalónica, declinou fosse o que fosse que pudesse distorcer os seus motivos, ou que pudesse ter posto algum obstáculo no caminho dos novos conversos. Embora a principal motivação de Paulo fosse a de agradar a Deus, nos versícu- los 7 e 8 ele expressa uma motivação adicional, o seu grande afeto pelos próprios Tessalonicenses. O versículo 8 usa uma linguagem de calor emocional. Pregar o evangelho era muito mais do que um dever para Paulo; ele deu o seu coração, todo o seu ser, ao povo. De que modo as igrejas da Macedónia, de que Tessalónica fazia parte, reagiram à ternura dos apóstolos? Veja II Cor. 8:1-5. O que é que isto nos ensina sobre a importância do caráter na vida daqueles que dão testemu- nho diante de outros? Na secção de segunda-feira mencionámos três antigos segredos da persuasão: o caráter do orador (ethos), a lógica do argumento (logos) e o apelo às emoções ou ao interesse pessoal (pathos). Nos versículos 4-6, Paulo enfatiza o caráter dos apóstolos como sendo a razão para os seguirem. Nos versículos 7 e 8 vemos um apelo ao pathos, o vínculo emocional que se criou entre os apóstolos e os Tessalo- nicenses. O evangelho alcança a sua máxima força quando toca o coração. Pense no caráter de alguém que o/a influenciou espiritualmente de for- ma positiva? O que foi que mais o/a tocou? De que maneira pode apren- der a imitar esses mesmos traços? Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Amós 5-7; João 12:20-50; D. T. Nações, cap. 68. 64
  • 6. QUINTA, 2 de agosto PARA NÃO SER UM FARDO (I Tessalonicenses 2:9-12) Enquanto Paulo esteve em Tessalónica, que outras coisas fez além de pregar o evangelho e porquê? Veja I Tes. 2:9 e 10. A ideia de que Paulo trabalhava “noite e dia” seria um enorme exagero se fosse tomada literalmente. O termo grego, porém, exprime uma ideia qualitativa mais do que uma quantidade real de tempo gasto. Noutras palavras, o apóstolo estava a dizer que ele trabalhava mais do que seria de esperar a fim de não ser um fardo para os crentes; Paulo não queria que nada se intrometesse no cami- nho do seu testemunho aos crentes. Além disso, ele tinha muito cuidado em comportar-se de tal maneira que não causasse ofensa, quer diante de Deus quer diante dos outros (veja I Tes. 2:10; Lucas 2:52). Paulo e os apóstolos procuravam ser “irrepreensíveis” nos respe- tivos relacionamentos, de modo a que o evangelho se tornasse o ponto central da atenção. A que analogia recorreu o apóstolo em I Tessalonicenses 2:11 e 12 para descrever o tratamento que dispensou aos Tessalonicenses? Veja também Lucas 11:11-13. O que é que essa analogia ensina? Um bom pai estabelece limites e dá encorajamento, bem como amor. Adapta o seu cuidado e disciplina ao caráter singular e à condição emocional de cada filho. Dependendo da criança e da situação, o pai pode dar ânimo, ou uma repreensão severa, ou um castigo disciplinar. Há uma certa tensão na perspetiva missionária de Paulo. Por um lado, ele procurava sempre adaptar a sua atitude ao caráter e à situação específica das pessoas; por outro, estava muito preocupado com a autenticidade, de modo a que o exterior e o interior fossem um só. Como é que se pode ser autêntico e genuíno e, no entanto, ser “tudo para todos”? O segredo é o amor que o apóstolo Paulo tinha para com os seus conver- sos. Ele fazia tudo o que podia para ser um modelo de autenticidade diante de- les; contudo, compreendia que havia coisas que eles não estavam prontos para atender (veja também João 16:12). Por isso, ele trabalhava com as suas mãos e adaptava as suas instruções, tudo a fim de evitar pôr demasiadas barreiras na via de aceitação do evangelho por parte das pessoas. Sem dúvida que esta é uma extraordinária lição de autossacrifício. Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Amós 8 e 9; Mat. 24; Mar. 13; D. T. Nações, cap. 69. 65
  • 7. SEXTA, 3 de agosto ESTUDO ADICIONAL: “Não importa a veemência da afirmação de fé, aquele cujo coração não está cheio de amor a Deus e aos seus semelhantes não é um verdadeiro discípulo de Cristo. … Poderá demonstrar uma grande liberalidade, mas, se por qualquer outro motivo que não o genuíno amor, entregar todos os seus bens para sustento dos pobres, isso não o recomendará diante de Deus.” – Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p 225. “Ao mesmo tempo que Paulo tinha cuidado em apresentar aos seus conver- sos os positivos ensinos da Escritura com relação à devida manutenção da obra de Deus, … em várias ocasiões, durante o seu ministério nos grandes centros de civilização, ele trabalhou num ofício para obter a sua própria subsistência…. “É em Tessalónica que primeiro ouvimos a respeito de Paulo trabalhar com as próprias mãos num trabalho por conta própria enquanto pregava a Palavra [I Tes. 2:6 e 9; II Tes. 3:8 e 9]…. “Mas Paulo não reputava perdido o tempo assim empregado…. Dava aos seus companheiros de trabalho instruções quanto às coisas espirituais, e dava ao mesmo tempo um exemplo de atividade e de esmero. Ele era um trabalhador desembaraçado e hábil, diligente no negócio, ‘fervoroso no espírito, servindo ao Senhor’ (Rom. 12:11).” – Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, pp. 234-236. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: 1 Pense em tempos dolorosos pelos quais tenha pessoalmente pas- sado (fisicamente, espiritualmente, emocionalmente, ou tudo ao mesmo tempo). Em termos práticos, como é que se encontra alegria ou coragem no meio desse sofrimento? Por que razão é muito mais fácil falar em en- contrar essa alegria e coragem do que encontrá-las realmente? 2 Pense em alguém cuja vida não refletiu claramente a afirmação de ser cristão. De que modo essa pessoa afetou a sua comunhão pessoal com o Senhor? 3 Que perigos há no ficar-se emocionalmente ligados a pessoas com quem estamos a partilhar o evangelho? Como é que se estabelecem limi- tes adequados para os relacionamentos que se criam sempre que traba- lhamos muito de perto com outras pessoas? Sumário: Na passagem que estudámos, o apóstolo Paulo abriu o coração para revelar os mais verdadeiros motivos para a atividade missionária. O motivo su- premo é agradar a Deus, quer aqueles a quem servimos estejam ou não agra- dados. As motivações do dinheiro, sexo e poder não têm lugar num coração determinado a agradar a Deus. O motivo mais importante para a atividade de evangelização é um amor sincero pelos perdidos. Ambos estes motivos estão claramente expressos em I Tessalonicenses 2:1-12. Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Miq. 1-3; Mat. 25:31-46; D. T. Nações, cap. 70. 66
  • 8. As Minhas Notas Pessoais 67
  • 9. AUXILIAR DO MODERADOR Texto-Chave: I Tessalonicenses 2:1-12 Com o Estudo desta Lição o Membro da Classe Vai: Aprender: A lembrar-se de que o testemunho que alguém dá de Cristo é mais eficaz quando está enraizado na motivação de agradar a Deus e amar os outros. Sentir: O desejo de se interessar mais genuinamente pelos outros e de agradar a Deus em tudo o que faz. Fazer: Avaliar as forças motivadoras na sua experiência cristã. Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: O Caráter É Importante A. ense nas qualificações que Paulo enumera para os anciãos e diáconos em P I Timóteo 3:1-13. Por que razão o caráter é tão importante na vida cristã? B. ue motivações identifica o apóstolo Paulo em I Tessalonicenses 2:1-6 Q como sendo impróprios para um cristão? O que é que torna essas moti- vações tão destruidoras? II. Sentir: Chamados à Integridade A. ue “escândalos de caráter” já presenciou na Igreja? Que motivações Q levaram a esses escândalos? Que impacto tiveram na vossa igreja, na vossa comunidade ou em si especificamente? B. s pessoas que servem de exemplo são importantes. Infelizmente, muitos A desses exemplos na sociedade de hoje menosprezam as coisas que Deus mais aprecia. Paulo foi um exemplo positivo para os Tessalonicenses (I Tes. 1:5 e 6, 2:10). Que pessoas são hoje exemplos aos olhos de Deus? Pessoalmente, que tipo de exemplo é na sua igreja, no local de trabalho ou na família? III. Fazer: Avaliação dos Nossos Motivos A. Acarinhar motivos errados pode facilmente corroer o caráter e prejudicar a causa de Cristo. O que é que podemos fazer para garantir que os nossos motivos são puros? B. ecore o versículo de Miqueias 6:8 e peça a Deus que o torne verdadeiro D na sua vida pessoal. Sumário: O desejo genuíno de agradar a Deus e de amar os outros é a única motivação suficiente para viver uma vida que será verdadeiramente um testemunho eficaz em favor de Cristo. 68
  • 10. AUXILIAR DO MODERADOR CICLO DA APRENDIZAGEM 1.º PASSO – MOTIVAR! Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Servimos melhor a causa de Cristo quando somos motivados pelo desejo de agradar a Deus em tudo o que fazemos, e quando estamos dispostos a colocar as necessidades dos outros genuinamente à frente das nossas. Indiscutivelmente, a maior ameaça que a Igreja Cristã tem enfrentado nas últimas décadas tem vindo não de fora da Igreja, mas da lista de escândalos em constante crescimento que têm abalado a Igreja a partir do seu interior. Na realidade, infeliz- mente, qualquer busca na Internet com a expressão “escândalos na igreja” apresen- ta facilmente milhões de resultados. Ainda que cada escândalo tenha um nome, um rosto e uma denominação diferentes a ele associado, todos eles brotam de uma de três motivações para o ministério: o desejo de dinheiro, de poder ou de sexo. O dano provado por estes escândalos à causa de Cristo é avassalador. Vive- mos numa geração em que a Igreja perdeu em grande medida a sua autoridade moral. Em vez de ser uma voz de limitação contra a depravação moral, os céti- cos são céleres em apontar que a Igreja é frequentemente parte do problema. A seguir a cada escândalo, mais pessoas começam a pensar como é que a mensagem do Cristianismo pode ser verdadeira se parece não fazer qualquer diferença na vida daqueles que a proclamam. Seria fácil culpar deste problema o clero cujos nomes dão realce a estes es- cândalos, mas isso não resolve realmente nada. Em vez de culpar seja quem for, precisamos de compreender que, a não ser pela graça de Deus, qualquer um de nós pode cair presa de tentações similares – afinal, somos todos humanos. A melhor linha de atuação é, de longe, dar ouvidos à advertência que o apóstolo Paulo fez aos Tessalonicenses há dois mil anos atrás, sobre os perigos de deixar que os nossos motivos para O servir sejam vencidos por qualquer tentação de satisfazer os nossos desejos pessoais. Pense Nisto: O que é que podemos fazer para sermos parte da solução para os escândalos morais que têm atormentado a Igreja em vez de sermos nós mes- mos parte desses escândalos? 2.º PASSO – ANALISAR! COMENTÁRIO BÍBLICO I. Os Motivos de Paulo (Recapitule com a classe I Tessalonicenses 2:1-8.) Da mesma maneira que as pessoas hoje se mostram frequentemente céticas sobre os evangelistas televisivos, que parecem mais interessados em dinheiro e 69
  • 11. AUXILIAR DO MODERADOR fama do que em ajudar os necessitados, também as pessoas no mundo antigo eram céticas quanto aos filósofos itinerantes e aos oradores públicos, e tinham razões para isso. Com mais frequência do que seria de esperar, os “pregadores” itinerantes dos tempos do apóstolo Paulo não eram mais do que charlatães em busca de fama e fortuna. Podemos obter um quadro fascinante do tipo de artistas do engano religioso presentes nos dias de Paulo, quando observamos a vida de um homem chama- do Alexandre de Abonoteico. De acordo com Luciano de Samosata, Alexandre era um charlatão por excelência. No século II, Alexandre fundou um culto muito popular centrado à volta de um deus cobra chamado Glycon, que supostamente tinha cabeça humana com cabelos loiros. As pessoas das regiões ali à volta, incluindo o imperador romano Marco Aurélio, vinham ouvir (e pagar) os oráculos de Glycon, que eram interpretados por Alexandre. Num só ano, Alexandre rece- beu 80 000 dracmas (um dracma era aproximadamente o equivalente a uma dia de salário). Era uma boa maquia. O relato de Luciano e as imagens de Glycon podem ser vistos procurando na Internet a expressão “Luciano de Samosata: Alexandre o Falso Profeta”. Para evitar ser associado a fraudes religiosas, como a de Alexandre, o após- tolo defendeu ousadamente o seu ministério em I Tessalonicenses 2:1-12. As palavras que usa deixam claro que algumas pessoas estavam desconfiadas não só quanto aos seus ensinos, mas até quanto aos motivos por detrás do seu ministério. Respondendo a essas acusações, Paulo defende que o seu minis- tério não se baseava no engano (2:3), nem em motivos impuros (2:3), nem em truques fraudulentos (2:3), nem na ganância (2:5) – precisamente as coisas que certamente eram associadas ao culto a Glycon. Há aspetos de três das palavras que o apóstolo menciona que vale a pena salientar. Primeiro, o uso do termo “imundícia” tem provavelmente conotações sexuais associadas. É nesse sentido que é usado em I Tessalonicenses 4:7, e Paulo, noutras passagens, coloca-o a par da imoralidade sexual (veja II Cor. 12:21; Gál. 5:19). Isto pode indicar que alguns dos pagãos olhavam com suspei- ção o facto de Paulo se associar com mulheres proeminentes em Tessalónica, as quais se tinham convertido ao Cristianismo (Atos 17:4). Segundo, a palavra que Paulo usa em I Tessalonicenses 2:3 para “engano” vem de uma palavra que descreve o isco utilizado na apanha de peixes. Refere-se a qualquer atividade que procura explorar alguém incauto. Por último, embora a palavra avareza (2:5) faça referência ao desejo de ganho financeiro, ela é, de facto, um termo muito mais abrangente. Resulta da combinação de duas palavras gregas: a palavra “ter” e “mais”. Assim, aponta para o desejo humano generalizado de indulgência própria em todas as fases da vida. Pense Nisto: Numa época de charlatães itinerantes, por que razão era tão importante que Paulo defendesse os seus verdadeiros motivos para o trabalho missionário? Quais são as implicações que isto tem, se tem alguma, para nós nos dias de hoje? 70
  • 12. AUXILIAR DO MODERADOR II. O Método de Paulo (Recapitule com a classe I Tessalonicenses 2:9-12.) Qualquer indivíduo pode pretender que os seus motivos são retos. Se isso é, de facto, verdade ou não é uma questão totalmente diferente. O estilo de vida e o ministério de Paulo, no entanto, forneciam ampla evidência da veracidade das suas afirmações. Ao contrário de outros mestres itinerantes que dependiam de apoio financeiro das suas audiências, a prática de Paulo era ganhar o seu sustento trabalhando com as próprias mãos. A razão para tal não era que o apóstolo achasse que os ministros não devessem ser pagos pelo seu serviço. Noutras das suas cartas, Paulo afirma claramente que eles deviam receber apoio financeiro (I Tim. 5:17 e 18). Quando se tratava do seu próprio ministério, Paulo preferia não pedir dinhei- ro, para que ninguém o pudesse acusar de andar simplesmente a tentar obter ganho financeiro. Então, como é que Paulo se sustentava a si próprio em Tessalónica? Exercen- do a profissão de fabricante de tendas (Atos 18:3; 20:34), Paulo ganhava para o seu sustento passando o dia a cortar, a moldar e a cozer as peles, fosse na sua própria oficina ou na de um outro artesão. Ainda que o trabalho com peles não fosse tarefa fácil, o “trabalho diário” de Paulo proporcionava-lhe a oportunidade de se encontrar e falar com pessoas que precisavam dos seus serviços. O seu registo como negociante sério e honesto teria certamente promovido a sua credi- bilidade junto da comunidade. Por fim, depois de um longo dia de trabalho físico e durante as horas de Sábado, Paulo voltava a atenção para a sua outra tarefa, aquela de que ele mais gostava – o privilégio de pregar e ensinar o evangelho àqueles que estivessem interessados. Que razão levava Paulo a fazer tudo isto? “Fazia-o porque queria que os no- vos cristãos soubessem que ele estava ali por eles, como um pai pelos seus fi- lhos. Os pais não cobram aos filhos por lhes darem educação, por fazerem deles as pessoas que devem ser. “Era com isto que tinha a ver o trabalho de Paulo.” – Tom Wright, Paul for Everyone: Galatians and Tessalonians (Paulo para Todos: Gálatas e Tessaloni- censes). Louisville, Ky.: Westminster John Knox Press, 2004, p. 98. Pense Nisto: Os cínicos dizem frequentemente que as igrejas só estão inte- ressadas no dinheiro. O que é que podemos aprender com o método do apóstolo Paulo de custear toda a sua atividade missionária pessoal, o qual contrariava aquelas críticas? 3.º PASSO – PRATICAR! Perguntas para Reflexão: 1. Em contraste com a acusação de ser um charlatão religioso, que duas metá- foras utiliza Paulo para se descrever a si mesmo em I Tessalonicenses 2:7 e 11? O que é que estas imagens revelam sobre o seu ministério e os seus motivos? 71
  • 13. AUXILIAR DO MODERADOR 2. episódio do profeta Balaão no Velho Testamento (Números 22) e o de O Simão o mago no Novo Testamento (Atos 8) contêm a história de dois homens que perderam de vista a motivação verdadeira para o ministério. Como foi que estes homens perderam o caminho? Que lições podemos nós aprender com eles? Perguntas para Aplicação: 1. s histórias de José no Egito e de Daniel em Babilónia narram as experi- A ências de dois homens que foram fiéis a Deus quando muitos não o foram. Que lições podemos aprender com estes homens, as quais nos ajudarão nos nossos confrontos com as tentações de sexo, poder e dinheiro? 2. inguém acorda e decide por capricho dar cabo da vida. Todos os escân- N dalos públicos no seio da Igreja começaram com alguém a dar pequenos passos no sentido da condescendência e do pecado. O que é que podemos fazer para assegurar que não vamos seguir o mesmo caminho? 3. mbora a Bíblia registe as histórias de pessoas cuja integridade aparen- E temente nunca vacilava, também nos fala de homens e mulheres que co- meteram graves erros e que deles se arrependeram. Qual das histórias referidas em segundo lugar lhe oferece a si pessoalmente mais esperança em relação à sua própria experiência? Porquê? 4.º PASSO – APLICAR! Atividade: Conclua o estudo da lição desta semana lembrando aos mem- bros da classe que ninguém é invencível. Todos nós temos as nossas provas e tentações. Mesmo os homens e mulheres mais piedosos que conhecemos defrontam-se com o pecado – é isso que a Bíblia ensina. Todos nós precisamos de encorajamento e de oração. Se possível, divida a classe em pequenos grupos de duas ou três pessoas para uma sessão de oração. Anime os membros de cada grupo a partilharem pedidos específicos de oração. Além disso, peça a cada grupo que ore pelos dirigentes da igreja, pedindo a Deus que os proteja de perderem de vista o ele- vado propósito do chamado que tiveram e que Ele os ajude a serem inabaláveis na integridade. 72