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Edeilson Ferreira da Silva
A APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA METODOLOGIA DE PROJETOS
Artigo acadêmico apresentado ao programa de
Pós Graduação Lato Sensu em Docência no
Ensino Superior pela Universidade Cidade de
São Paulo como requisito para o título de
Especialista.
Orientador(a): Profª Drª Leociléa A. Vieira.
SÃO PAULO
2014
A APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA METODOLOGIA DE
PROJETOS
Edeilson Ferreira da Silva1
RESUMO
Elevar o nível de conhecimento dos alunos a partir do contexto multidisciplinar
de projetos de aprendizagem, exige criatividade e até técnicas de gestão por parte
do professor, a experiência de trabalhar com esta metodologia mostra o quão
flexível e aberto a novas possibilidades este profissional deve estar. Entretanto, cada
projeto, mesmo com um tema já trabalhado e objetivos parecidos, é único e
certamente existirão experiências de aprendizagem mais ou menos marcantes para
cada aluno, o professor deve interpretar nas situações de ensino-aprendizagem para
que haja a avaliação, ato que acaba se tornando arbitrário. Entre diálogos e
discussões foi realizada uma visitação a um museu da cidade com a intenção coletar
as curiosidades e valores culturais para transmiti-los aos colegas de escola, amigos
e familiares, atitudes que aproximariam a sociedade das atividades acadêmicas e
formação escolar. Para entender o processo de ensino aprendizagem no contexto
da metodologia de projeto, procurou-se aplicar atividades em diferentes abordagens
pedagógicas como comportamentalismo e o cognitivismo atendendo as inteligências
múltiplas com a finalidade de fazer do aluno agente de sua própria aprendizagem. A
interação entre os alunos, o interesse por pesquisar temas fora das disciplinas
inseridas no projeto, os diálogos e a realização das atividades foram o objetivo maior
deste projeto interdisciplinar. Para que se tenha uma experiência sólida na educação
através de projetos é necessária a participação efetiva dos professores, da escola e
da comunidade pois o tema pode tomar dimensões que exigem a participação de
todos os envolvidos para um resultado de aprendizagem emancipador.
PALAVRAS-CHAVE: Projetos Educacionais; Pedagogia de Projetos; Teoria das
Inteligências Múltiplas; Gestão do Conhecimento.
1 Especialização em Docência no Ensino Superior pela Universidade Cidade de São Paulo. São Paulo - SP,
Brasil. E-mail do autor: edeilson.fs@gmail.com
1 INTRODUÇÃO
Despertar o desejo de aprender uma disciplina cuja base teórica tenha muita
informação ou outra que exija maior concentração pode ser uma tarefa árdua
quando se trabalha no modelo de educação tradicional. Mostrar a relevância de um
assunto específico, de forma isolada, tem para a vida do aprendiz é um desafio para
os educadores. A participação do aluno como um expectador em um momento que o
acesso a informação é abastado e cheio de novidades, onde existe uma fonte
ilimitada de pensamentos e novas ideias, muda a forma como o aprendiz adquire
novos conhecimentos.
Nesse cenário, a aprendizagem no contexto da metodologia de projetos
mostra-se uma forma interessante e criativa de trazer para o aluno a real
necessidade da coleta de informação para a formação de sua base de
conhecimentos, uma vez que o conhecimento adquirido será aplicado na para
resolver problemas que surgirão a partir do tema trabalhado em seu projeto.
Embora educar através da metodologia de projetos não seja exatamente
uma novidade para os estudiosos da área, expor a ideia de educação por meio
desta metodologia, sem fundamento específico e planejamento sólido, pode não ser
a mais bela das visões para quem trabalha somente na metodologia tradicional.
A exposição da educação multidisciplinar sem uma atenção especial pode
causar desconforto, pois se trata de sair da rotina do ensino linear. Quando
acostumados a ensinar da maneira tradicional, habilidade adquirida ao longo de
anos, o docente logo é cria certa resistência para se trabalhar na nova metodologia,
como consequência o professor e a própria instituição acabam por abdicar de uma
experiência única a cada projeto.
Contrariando os mais conservadores, a metodologia educacional através de
projetos é aprovada em primeira instancia pelos alunos, mas antes de qualquer
passo em direção aos trabalhos através dos projetos é necessário que os
interessados em aplicá-la tenham um cuidado extra em sua utilização.
Apesar de parecer simples trabalhar com a metodologia por conta de seu
caráter aberto e emancipatório, o mal planejamento, a falta de diálogo, rigorosidade
ou tolerância em excesso podem transformar o projeto em uma catástrofe
educacional fazendo com que o aluno não atinja o nível de aprendizagem esperado,
taxando assim a metodologia dos projetos como uma má prática educacional.
Para que a educação através dos projetos seja uma experiência de sucesso
é necessária a participação efetiva de todos que participam do processo educacional
modelando as instruções, atividades e avaliações sempre em equilíbrio com o
projeto político pedagógico da instituição.
A concepção deste projeto educacional, aplicado em caráter experimental
para a formação deste artigo, ocorreu em um período de 61 dias, no retorno das
férias escolares e entre os meses de julho a agosto. Em uma instituição particular de
ensino que oferece cursos de informática e idiomas e média de idade entre 17 e 20
anos. Para o desenvolvimento dos trabalhos a coordenação pedagógica se fez
presente em todos os momentos, porém o projeto não foi totalmente baseado no
planejamento anual da escola.
Mesmo considerando o caráter experimental do projeto entende-se que, ao
aplicar essa metodologia, cada projeto é único e a produção de conhecimento
gerada através dos resultados do projeto deve ser analisada de forma qualitativa,
pois trata-se de uma modalidade de conhecimento coletivo totalmente fora do
contexto linear da metodologia tradicional de educação e avaliação.
Em projetos educacionais o proposito principal no ensino-aprendizagem é
compartilhar saberes produzidos por todos os envolvidos no processo, sua intenção
de aumentar as habilidades cognitivas dos estudantes através da pedagogia de
projetos voltada ao incentivo da pesquisa e estímulos à leitura, produção multimídia
e conhecimento da diversidade cultural gerada no ambiente.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Ao iniciar os trabalhos utilizando a metodologia de projetos logo surge uma
das escolhas mais difíceis num ambiente em que cada participante possui interesses
individuais e características culturais próprias, a escolha do tema gera a primeira e
talvez a mais calorosa das discussões entre os participantes do projeto.
Conforme a própria metodologia sugere é interessante que em conjunto
professor e alunos escolham algo que lhes tomem a curiosidade e desperte o
interesse pela pesquisa, segundo Tozoni-Reis (2009), para uma escolha sensata do
tema é necessário pensar no aprofundamento de um assunto já estudado e que seja
conhecido, mesmo que superficialmente, pelos alunos pois a inquietude de
desbravar em um tema desconhecido é uma maneira equivocada de se escolher o
tema no trabalho educacional através de projetos.
Em um projeto educacional cada tema apresentado deve ser debatido e sua
relevância deve ser criticamente analisada por todos os envolvidos pois certamente
haverá muitos prós e contras em todas as sugestões apresentadas, neste momento
o professor deve agir como um facilitador expondo as diretrizes que o projeto dever
seguir.
No processo de escolha do tema devem ser consideradas as disciplinas
envolvidas, disponibilidade de locomoção para a realização das atividades que
devem ser previamente aprovadas pelos pais e pela escola, disponibilidade
financeira e cultural. Conforme Vasconcellos (2004, p. 161), “Dependendo da
realidade de trabalho, haverá maior ou menor grau de liberdade na escolha dos
objetos de pesquisa pelos alunos”.
Foi sugerido aos alunos que realizassem uma pesquisa na web sobre locais
e pontos turísticos gratuitos como parques e museus na cidade de São Paulo.
Sites como o da Secretária da Cultura do Governo do Estado de São Paulo2
e o Catraca Livre3, cujos objetivos são informar ao usuário os eventos culturais
promovidos com custo baixo, foram acessados em busca de algum assunto que
levasse a escolha do tema. Entre pesquisas e visitas digitais alguns alunos
comentaram sobre os locais que já haviam visitado e relataram como foi rica a
2 http://www.cultura.sp.gov.br/
3 http://www.catracalivre.com.br/sp/
experiência da visitação. Após citarem que gostariam de uma nova oportunidade
para convidar os amigos levantou-se a seguinte questão, por que o acesso a cultural
é tão limitado e não é informado em nossa escola?
Este questionamento deu margem para a escolha definitiva do tema para o
projeto educacional que seria aplicado, que em sua ideia central seria o de realizar
uma visitação a um dos lugares escolhidos, inicialmente o museu Catavento
Cultural4 localizado no centro de São Paulo, fazer o máximo de anotações curiosas e
produzir conteúdo multimídia como fotos e vídeos no intuito de convidar os colegas
da própria escola para conhecer o local. Após a coleta de dados e realizada a
produção textual sobre o museu os alunos deveriam, de acordo com as disciplinas
ministradas, construir um website que formalizaria o convite à todos os outros
colegas da escola para uma próxima visita.
O processo da escolha do tema é uma etapa importante do projeto
educacional e após esta definição é essencial que a organização das atividades
como instruções de conteúdo, orientações e pesquisa sejam feitas em um
cronograma geral para que haja um controle das datas por parte de todos os
envolvidos.
Dessa forma o professor pode avaliar os alunos de acordo com o andamento
das atividades, fornecer feedback contínuo e estabelecer diálogos para planejar as
etapas seguintes. O cronograma deve relacionar todas as atividades de acordo com
o período em que os alunos estão na escola, no contexto deste projeto as aulas
ocorreram em um encontro semanal de três horas.
Para organizar todas as atividades foi utilizado um documento chamado
Termo de Abertura do Projeto (TAP) cujo objetivo é mapear as atividades e
esclarecer aos alunos, responsáveis e a instituição os motivos iniciais que levaram
ao desenvolvimento do projeto, qual o objetivo geral, como se daria a organização
no planejamento, desenvolvimento e conclusão do projeto.
Nos encontros os alunos foram instruídos e incentivados a realizar leituras
sobre as tecnologias utilizadas para a construção do website, tomar livros
empresados na biblioteca da escola para obter novos pensamentos, navegar na web
em busca de conteúdos relacionados às disciplinas que estavam sendo
4 http://www.cataventocultural.org.br/
apresentadas e principalmente discutir sobre o que era relevante para o projeto
gerando feedbacks sobre a dimensão que o projeto estava tomando.
A ideia da pesquisa através de diversas fontes faz com que cada aluno
busque a informação onde se sinta mais à vontade visando atender os diferentes
estilos de aprendizagem, o que segundo Filatro (2008, p. 15) referenciando o estilo
de aprendizagem Sócio Construtivista diz:
A descoberta individual de princípios é apoiada pelo ambiente social.
Colegas da escola e educadores desempenham papel-chave no
desenvolvimento do aluno, ao travar diálogo com ele, desenvolver uma
compreensão compartilhada da tarefa e prover feedback de suas atividades
e representações.
Na educação através de projetos é essencial que o professor utilize mídias
diferentes para instruir o aluno mas sempre respeitando os níveis intelectuais de
cada indivíduo. O nível de aprendizado deve ser gradual e a possibilidade da
utilização das ferramentas deve seguir o mesmo princípio visando construir ou
aprofundar o conhecimento do aprendiz.
O professor deve analisar o que está sendo discutido para certificar-se de
que as pesquisas não fujam totalmente do escopo do projeto, tentando perceber o
aumento de interesse dos alunos a partir dos novos conteúdos abordados, como o
hábito da leitura e do questionamento, por fim avaliar a participação e aprendizagem
pelos alunos.
Contudo a organização do projeto exige do professor habilidades além das
que são utilizadas em suas aulas na metodologia tradicional pois a quantidade de
informação gerada a partir das instruções, orientações, pesquisas e atividades
realizadas podem confundir o aprendiz e até mesmo o próprio professor.
Para alcançar os objetivos descritos no TAP e chegar à conclusão do projeto
a utilização de ferramentas que possam medir o andamento das atividades se faz
necessária, em especial uma ferramenta compartilhada para acompanhar as datas
de cada encontro e atividades que devem ser desenvolvidas.
Cabe acrescentar que a gestão do conhecimento é melhor quando se tem
uma visão do contexto geral e que cada interação do aluno dentro do projeto está
mapeada através das tabelas de atividades centralizadas, no contexto deste projeto
foi utiliza a ferramenta Microsoft Project 2013, nela todas as atividades foram
inseridas com suas respectivas datas e duração conforme é mostrado na figura a
seguir.
Imagem 1 – gráfico de gantt
Através da tabela de atividades junto ao gráfico de gantt todos os envolvidos
no projeto podem verificar qual o tópico do próximo encontro presencial e se
adiantar nas decisões mantendo a fluidez do projeto. Através do cronograma os
alunos podem realizar novas pesquisas em fontes diversas para a construção do
website, o professor que pode elaborar materiais específicos, trazer novidades ou
planejar suas avaliações e pôr fim a instituição com todo suporte de infraestrutura
como reserva de um laboratório ou disponibilização de um recurso específico.
Uma das situações que mais chama a atenção após disponibilização do
cronograma é a organização pessoal de alguns alunos para que possam se dedicar
ainda mais ao projeto, isso fica visível quando os alunos passam a frequentar a
escola em outros períodos apenas para solicitar orientação.
Em trabalhos através de projetos, mesmo com a orientação do professor
dividir as tarefas exige um consenso ético por parte dos alunos e ser sujeito de sua
própria aprendizagem faz com que alguns participem e realizem todas as atividades
demonstrando maior interesse enquanto outros procuram ficar as margens e evitar a
responsabilidade pela tarefa. É importante observar que a timidez é um fator que
também tende ao afastamento desses alunos e portanto o professor deve estar
atento pois negligenciar casos como esse podem trazer o fracasso nos trabalhos por
projeto.
A missão do professor na divisão das tarefas é trabalhar o diálogo, o
respeito ao próximo valorizando suas opiniões, habilidade e diferenças fazendo com
que os alunos escolham atividades que mais se encaixem no seu perfil.
Para o professor que está aplicando um projeto educacional é importante
compreender que as atividades diversificadas e divisão das tarefas entre grupos de
alunos fortalecem o aprendizado de alunos com habilidades diferentes conforme a
teoria das inteligências múltiplas estudadas por Gardner (1995, p. 15):
[...] lista resultante de sete inteligências [...] com um ou dois exemplos de
cada uma delas. A inteligência linguística é o tipo de capacidade exibida em
sua forma mais completa, talvez, pelos poetas. A inteligência lógico-
matemática, como o próprio nome implica, é a capacidade lógica e
matemática, assim como a capacidade científica. [...] A inteligência espacial
a capacidade de formar um modelo mental do mundo espacial e de ser
capaz de manobrar e operar utilizando esse modelo. Os marinheiros,
engenheiros, cirurgiões, escultores e pintores, [...]. A inteligência musical é a
quarta inteligência identificada [...]. A inteligência corporal-cinestésica é a
capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo
inteiro, ou partes do corpo. Dançarinos, atletas, [...]. Finalmente [...] duas
formas de inteligência pessoal - não muito bem compreendidas, difíceis de
estudar, mais intensamente importantes. A inteligência interpessoal
capacidade de entender outras pessoas [...] vendedores, políticos e
professores [...]. A inteligência intrapessoal, um sétimo tipo de inteligência, é
a capacidade correlativa, voltada para dentro. É a capacidade de formar um
modelo acurado e verídico de si mesmo e de utilizar esse modelo para
operar efetivamente na vida.
Uma das formas de favorecer as inteligências múltiplas é disponibilizar
ambientes que estimulem o desenvolvimento da pesquisa e conforme Vanti (2012),
nos trabalhos educacionais utilizando a metodologia de projetos as atividades
devem ser desenvolvidas envolvendo espaços diferentes para o aprendizado,
fornecendo possibilidades para entrevistas, diálogos e observação gerando assim
novas experiências para os alunos.
Contemplando a educação em diferentes ambientes para a aprendizagem
dentro das tarefas que seriam realizadas foi definida uma visitação ao museu
Catavento Cultural com a finalidade de conhecer o ambiente e produzir conteúdo
textual e multimídia que seriam utilizados no website, sendo assim o incentivo aos
visitantes seria feito a partir de uma visão obtida pelo do aluno pesquisador.
A visita inicial para a coleta de dados foi aberta, amigos e familiares foram
convidados favorecendo o relacionamento interpessoal, fomentando a importância
da participação da sociedade formação do processo ensino-aprendizagem. Segundo
Vanti (2012, p. 60), “A família é coparticipante junto com a escola da educação e do
desenvolvimento da criança. As duas instâncias devem se apoiar, oferecendo
oportunidades variadas para os pais se envolverem com a escola e vice-versa;”.
O convite foi essencial para que as famílias pudessem acompanhar o
progresso dos alunos nas atividades que ao contrário da metodologia tradicional não
estavam sendo desenvolvidas somente com anotações no caderno. Para a coleta
dos conteúdos os alunos foram incentivados a utilizar recursos tecnológicos como
smartphones, tablets, câmeras digitais e notebooks onde seriam produzidos textos
sobre cada seção, fotografias e vídeos que mostrassem a experiência vividas por
eles durante a visita.
A visitação ao museu favoreceu inúmeros fatores para se chegar a autonomia
do aluno para a busca de informações, como dizem Hernández e Ventura (1998),
que ao se trabalhar com projetos no ambiente propício ao desenvolvimento é natural
o envolvimento dos alunos com outras pessoas em busca de informações, atitude
que demonstra que a aprendizagem não é um ato passivo e que há possibilidades
de aprender também fora da escola pois a aprendizagem é um ato comunicativo.
Com o conteúdo em mãos os próximos encontros passaram-se dentro do
laboratório de informática e tinham o objetivo de transpor toda a coleta de dados e
formação de conteúdo para o website fornecendo informações essenciais sobre o
museu Catavento aos interessados em uma próxima visita.
Construído em partes cada grupo ficou responsável por uma tarefa específica
na construção do website, porém, o funcionamento e aparência não foram o maior
critério para a avaliação, ao invés da avaliação sistêmica em na metodologia de
projetos procura-se observar as interações entre os grupos, as divisões das tarefas
numa avaliação formativa condicionando assim o estímulo resposta da corrente
comportamentalista como em Filatro (2008, p. 14), “A teoria associativa não se
preocupa com o modo como os conceitos ou as habilidades estão representados
internamente, mas sim com a maneira como eles se manifestam em
comportamentos externos”.
Na educação através de projetos saber avaliar é um ponto em que o
professor deve estar muito atento pois contrariando o método tradicional em que a
aprendizagem é medida através de testes avaliativos e não é levada em conta a
experiência prévia do aluno nos projetos a avaliação deve ter um caráter
emancipatório pois é necessário trazer uma nova experiência nesta importante etapa
de aprendizagem, segundo Albuquerque e Oliveira (2009, p. 145),
É importante relembrarmos que a educação que é produzida pela escola
não se concretiza num vazio cultural, nem fora de um determinado contexto
político. Por isso, o diálogo é fundamental quando se precisa descrever o
que está acontecendo, fazer a sua crítica e criar coletivamente propostas
que possam ser assumidas com autonomia por todos os educadores e
educadoras, educando e educandas da escola.
Em projetos não se pode tomar a avaliação como um momento único pois o
ensino não é linear e para que a avaliação tenha um caráter democrático e
emancipatório o professor deve encontrar as ferramentas ideais para que todos os
alunos sejam avaliados de forma justa sem favorecer esta ou aquela disciplina.
Somente com questionário de múltipla escolha ou perguntas e respostas é
impossível avaliar o que o aluno aprendeu e a avaliação acaba se tornando uma
simples forma de medição por isso é necessário criar novos meios de se avaliar
utilizando ferramentas diferentes como dialogo e feedback constante ao longo de
todo o projeto, porém nem todo feedback deve ser avaliativo.
Neste projeto em específico procurou-se avaliar de maneira formativa as
diversas situações de ensino-aprendizagem desde o início do projeto como por
exemplo o envolvimento nas pesquisas em busca de novidades, o hábito da leitura
sempre que algo novo fosse sugerido, a participação nos fóruns de discussão e
analise da frequência dos alunos. A frequência dos alunos passou a ser um dos
pontos mais importantes na avaliação pois sem a presença física do aluno na aula o
incentivo através dos diálogos e divisão das atividades em grupo estaria
comprometido.
A educação através da metodologia de projetos mostrou-se uma forma
criativa e divertida para se trabalhar a educação, neste contexto abrem-se muitas
portas para explorar a diversidade a partir do tema em discussão o que auxilia
desenvolvimento do senso crítico da pesquisa.
A experiência obtida nesta metodologia é marcante para todos os envolvidos
e é notável que ao término do projeto a proximidade de todas as partes é
consolidada mostrando que princípios como de respeito ao próximo, colaboração e
valorização cultural é uma resposta sólida quando se aplica este tipo de trabalho.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Trabalhar a educação através de uma metodologia em que um dos seus
princípios é a emancipação do aprendiz, onde o aluno dentro do contexto da
aprendizagem proposta é o próprio agente de sua aprendizagem e que ele
literalmente pode escolher o que prefere realizar é sem dúvida um desafio quando
se tem raízes na metodologia tradicional de ensino. Trabalhar de forma linear
certamente traz maior segurança ao professor, porém este profissional certamente
deixará de ter uma nova experiência única com desafios inimagináveis e é uma
forma de manter o aprendizado constante.
A experiência de se trabalhar com a educação no contexto da metodologia
de projetos é marcante e o aprendizado é compartilhado por todos os envolvidos.
Para os estudantes a satisfação em cada uma das etapas alcançadas pode ser
observada ao longo do desenvolvimento pois o interesse por aprender um novo
tema aumenta quando os alunos sentem-se responsáveis pelos rumos em que o
projeto está tomando, com isso a necessidade de estimulo por parte do professor
passa a ser mínima mas não menos necessária.
Para chegar ao ponto do aluno se auto motivar é essencial que a instituição,
coordenação pedagógica e os professores envolvidos tenham um planejamento
sólido que estimule a pesquisa e que integre um ambiente propício para o
desenvolvimento das atividades, as dimensões do projeto devem ser controladas
sem limitar a criatividade dos alunos.
Os projetos tem devem ser emancipatórios e as ideias não podem ser
limitadas ao papel e a caneta, dependendo da instituição em que é aplicado pode
tomar caminhos diferentes e em uma escola pública por exemplo o projeto pode ser
limitado por falta de recursos tecnológicos e financeiros, já em uma escola particular
cuja visão de negócio esteja acima de qualquer possibilidade de inovação
educacional pode comprometer os trabalhos com esta metodologia que necessita da
participação da escola num contexto geral.
O sucesso de um projeto educacional envolve muitas decisões que devem
ser tomadas ao longo do seu desenvolvimento, dentre elas destaco a escolha das
tarefas pelos próprios alunos, essas tarefas devem ser muito bem analisadas antes
de ser atribuída a alguém. Talvez o maior equívoco neste caso seja deixar que os
alunos escolham uma determinada tarefa para que realizem de forma individual,
assim como na escolha do tema a euforia e o entusiasmo que consomem o aprendiz
pode não trazer o resultado esperado quando se trata de um contexto geral de
atividades em grupo, então o ideal é sempre dividir as tarefas em grupos mas
sempre se certificando de que o conteúdo produzido seja compartilhando entre
todos os participantes.
Outra situação em que se deve ter cuidado é na própria formação dos
grupos pois o que ocorre muitas vezes é a junção de pessoas de maior afinidade,
sendo assim os alunos tendem a confiar no colega mais próximo para a realização
de atividades que deveriam ser feitas em grupo, o que acaba sendo um efeito
colateral para a educação através de projetos. Grupos que tenham alunos com
personalidade forte podem assumir uma responsabilidade além do aprendizado
proposto e se sentir unicamente responsável pelo projeto e ultrapassando a fronteira
da ética fazendo com que os outros alunos se desmotivem e também seja criado um
ambiente reverso ao proposto, já um aluno com personalidade baixa pode acontecer
o oposto, a pressão dos colegas para que a possível entrega saia perfeita fará com
que este aluno assuma o peso da responsabilidade que não deveria e acabe por
não absorver o conteúdo proposto na disciplina.
Na metodologia tradicional não é normal que um grupo de alunos realizem
uma determinada atividade e um outro grupo realize outro tipo de atividade
simultaneamente, geralmente o tema é o mesmo e todos os alunos apesar de
separados pesquisam a mesma coisa, logo o fato de grupos diferente pesquisar
conteúdos diferentes pode causar um espanto para professores com raízes nesta
metodologia pois a sensação de falta de controle e planejamento se faz presente na
própria ideia, quando na verdade a metodologia de projetos deve ser um trabalho
elaborado em conjunto com todos os profissionais envolvidos na área para que
juntos pensem em soluções que atinjam o máximo de estilos de aprendizagem.
Foi observado que no contexto deste projeto onde todo o grupo participou de
uma atividade única foi observado que a desvantagem de utilizar esta metodologia é
o fato de que nem todos os alunos terão a oportunidade de fazer a mesma coisa,
tanto pela escolha da atividade quanto pelas habilidades que o mesmo não poderá
aperfeiçoar ao deixar de fazer a tarefa que outro grupo estaria fazendo em paralelo.
Por fim é chegada a conclusão de que a educação através metodologia de
projetos é um grande avanço na educação e este é um terreno que está sendo cada
vez mais explorado por instituições, coordenadores e professores que estão em
busca de um ensino inovador e que se interessam pelo despertar do aluno para o
campo da pesquisa sob uma visão emancipadora tornando-o autônomo e crítico em
suas decisões, sempre através do diálogo e de muita comunicação entre todos os
envolvidos com a finalidade de fazer com que o aluno seja o agente da sua própria
aprendizagem e que a auto avaliação se torne uma prática constante em seu futuro
acadêmico.
4 REFERENCIAS
ALBUQUERQUE, Targélia de Souza; OLIVEIRA, Eloiza da Silva Gomes de.
Avaliação Educacional. 2. ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2009.
FILATRO, Andrea. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson Education
do Brasil. 2008.
GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas: A teoria na prática. Trad. Maria
Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas. 1995.
HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por
projetos de trabalho: O conhecimento é um caleidoscópio. 5. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas. 1998.
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da Pesquisa. 2. ed.
Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2009.
VANTI, Elisa dos Santos. Projetos interdisciplinares. 1. ed., ver. Curitiba, PR:
IESDE Brasil. 2012.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: Do

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Aprendizagem por Projetos no Contexto Cultural

  • 1. Edeilson Ferreira da Silva A APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA METODOLOGIA DE PROJETOS Artigo acadêmico apresentado ao programa de Pós Graduação Lato Sensu em Docência no Ensino Superior pela Universidade Cidade de São Paulo como requisito para o título de Especialista. Orientador(a): Profª Drª Leociléa A. Vieira. SÃO PAULO 2014
  • 2. A APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA METODOLOGIA DE PROJETOS Edeilson Ferreira da Silva1 RESUMO Elevar o nível de conhecimento dos alunos a partir do contexto multidisciplinar de projetos de aprendizagem, exige criatividade e até técnicas de gestão por parte do professor, a experiência de trabalhar com esta metodologia mostra o quão flexível e aberto a novas possibilidades este profissional deve estar. Entretanto, cada projeto, mesmo com um tema já trabalhado e objetivos parecidos, é único e certamente existirão experiências de aprendizagem mais ou menos marcantes para cada aluno, o professor deve interpretar nas situações de ensino-aprendizagem para que haja a avaliação, ato que acaba se tornando arbitrário. Entre diálogos e discussões foi realizada uma visitação a um museu da cidade com a intenção coletar as curiosidades e valores culturais para transmiti-los aos colegas de escola, amigos e familiares, atitudes que aproximariam a sociedade das atividades acadêmicas e formação escolar. Para entender o processo de ensino aprendizagem no contexto da metodologia de projeto, procurou-se aplicar atividades em diferentes abordagens pedagógicas como comportamentalismo e o cognitivismo atendendo as inteligências múltiplas com a finalidade de fazer do aluno agente de sua própria aprendizagem. A interação entre os alunos, o interesse por pesquisar temas fora das disciplinas inseridas no projeto, os diálogos e a realização das atividades foram o objetivo maior deste projeto interdisciplinar. Para que se tenha uma experiência sólida na educação através de projetos é necessária a participação efetiva dos professores, da escola e da comunidade pois o tema pode tomar dimensões que exigem a participação de todos os envolvidos para um resultado de aprendizagem emancipador. PALAVRAS-CHAVE: Projetos Educacionais; Pedagogia de Projetos; Teoria das Inteligências Múltiplas; Gestão do Conhecimento. 1 Especialização em Docência no Ensino Superior pela Universidade Cidade de São Paulo. São Paulo - SP, Brasil. E-mail do autor: edeilson.fs@gmail.com
  • 3. 1 INTRODUÇÃO Despertar o desejo de aprender uma disciplina cuja base teórica tenha muita informação ou outra que exija maior concentração pode ser uma tarefa árdua quando se trabalha no modelo de educação tradicional. Mostrar a relevância de um assunto específico, de forma isolada, tem para a vida do aprendiz é um desafio para os educadores. A participação do aluno como um expectador em um momento que o acesso a informação é abastado e cheio de novidades, onde existe uma fonte ilimitada de pensamentos e novas ideias, muda a forma como o aprendiz adquire novos conhecimentos. Nesse cenário, a aprendizagem no contexto da metodologia de projetos mostra-se uma forma interessante e criativa de trazer para o aluno a real necessidade da coleta de informação para a formação de sua base de conhecimentos, uma vez que o conhecimento adquirido será aplicado na para resolver problemas que surgirão a partir do tema trabalhado em seu projeto. Embora educar através da metodologia de projetos não seja exatamente uma novidade para os estudiosos da área, expor a ideia de educação por meio desta metodologia, sem fundamento específico e planejamento sólido, pode não ser a mais bela das visões para quem trabalha somente na metodologia tradicional. A exposição da educação multidisciplinar sem uma atenção especial pode causar desconforto, pois se trata de sair da rotina do ensino linear. Quando acostumados a ensinar da maneira tradicional, habilidade adquirida ao longo de anos, o docente logo é cria certa resistência para se trabalhar na nova metodologia, como consequência o professor e a própria instituição acabam por abdicar de uma experiência única a cada projeto. Contrariando os mais conservadores, a metodologia educacional através de projetos é aprovada em primeira instancia pelos alunos, mas antes de qualquer passo em direção aos trabalhos através dos projetos é necessário que os interessados em aplicá-la tenham um cuidado extra em sua utilização. Apesar de parecer simples trabalhar com a metodologia por conta de seu caráter aberto e emancipatório, o mal planejamento, a falta de diálogo, rigorosidade ou tolerância em excesso podem transformar o projeto em uma catástrofe
  • 4. educacional fazendo com que o aluno não atinja o nível de aprendizagem esperado, taxando assim a metodologia dos projetos como uma má prática educacional. Para que a educação através dos projetos seja uma experiência de sucesso é necessária a participação efetiva de todos que participam do processo educacional modelando as instruções, atividades e avaliações sempre em equilíbrio com o projeto político pedagógico da instituição. A concepção deste projeto educacional, aplicado em caráter experimental para a formação deste artigo, ocorreu em um período de 61 dias, no retorno das férias escolares e entre os meses de julho a agosto. Em uma instituição particular de ensino que oferece cursos de informática e idiomas e média de idade entre 17 e 20 anos. Para o desenvolvimento dos trabalhos a coordenação pedagógica se fez presente em todos os momentos, porém o projeto não foi totalmente baseado no planejamento anual da escola. Mesmo considerando o caráter experimental do projeto entende-se que, ao aplicar essa metodologia, cada projeto é único e a produção de conhecimento gerada através dos resultados do projeto deve ser analisada de forma qualitativa, pois trata-se de uma modalidade de conhecimento coletivo totalmente fora do contexto linear da metodologia tradicional de educação e avaliação. Em projetos educacionais o proposito principal no ensino-aprendizagem é compartilhar saberes produzidos por todos os envolvidos no processo, sua intenção de aumentar as habilidades cognitivas dos estudantes através da pedagogia de projetos voltada ao incentivo da pesquisa e estímulos à leitura, produção multimídia e conhecimento da diversidade cultural gerada no ambiente.
  • 5. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Ao iniciar os trabalhos utilizando a metodologia de projetos logo surge uma das escolhas mais difíceis num ambiente em que cada participante possui interesses individuais e características culturais próprias, a escolha do tema gera a primeira e talvez a mais calorosa das discussões entre os participantes do projeto. Conforme a própria metodologia sugere é interessante que em conjunto professor e alunos escolham algo que lhes tomem a curiosidade e desperte o interesse pela pesquisa, segundo Tozoni-Reis (2009), para uma escolha sensata do tema é necessário pensar no aprofundamento de um assunto já estudado e que seja conhecido, mesmo que superficialmente, pelos alunos pois a inquietude de desbravar em um tema desconhecido é uma maneira equivocada de se escolher o tema no trabalho educacional através de projetos. Em um projeto educacional cada tema apresentado deve ser debatido e sua relevância deve ser criticamente analisada por todos os envolvidos pois certamente haverá muitos prós e contras em todas as sugestões apresentadas, neste momento o professor deve agir como um facilitador expondo as diretrizes que o projeto dever seguir. No processo de escolha do tema devem ser consideradas as disciplinas envolvidas, disponibilidade de locomoção para a realização das atividades que devem ser previamente aprovadas pelos pais e pela escola, disponibilidade financeira e cultural. Conforme Vasconcellos (2004, p. 161), “Dependendo da realidade de trabalho, haverá maior ou menor grau de liberdade na escolha dos objetos de pesquisa pelos alunos”. Foi sugerido aos alunos que realizassem uma pesquisa na web sobre locais e pontos turísticos gratuitos como parques e museus na cidade de São Paulo. Sites como o da Secretária da Cultura do Governo do Estado de São Paulo2 e o Catraca Livre3, cujos objetivos são informar ao usuário os eventos culturais promovidos com custo baixo, foram acessados em busca de algum assunto que levasse a escolha do tema. Entre pesquisas e visitas digitais alguns alunos comentaram sobre os locais que já haviam visitado e relataram como foi rica a 2 http://www.cultura.sp.gov.br/ 3 http://www.catracalivre.com.br/sp/
  • 6. experiência da visitação. Após citarem que gostariam de uma nova oportunidade para convidar os amigos levantou-se a seguinte questão, por que o acesso a cultural é tão limitado e não é informado em nossa escola? Este questionamento deu margem para a escolha definitiva do tema para o projeto educacional que seria aplicado, que em sua ideia central seria o de realizar uma visitação a um dos lugares escolhidos, inicialmente o museu Catavento Cultural4 localizado no centro de São Paulo, fazer o máximo de anotações curiosas e produzir conteúdo multimídia como fotos e vídeos no intuito de convidar os colegas da própria escola para conhecer o local. Após a coleta de dados e realizada a produção textual sobre o museu os alunos deveriam, de acordo com as disciplinas ministradas, construir um website que formalizaria o convite à todos os outros colegas da escola para uma próxima visita. O processo da escolha do tema é uma etapa importante do projeto educacional e após esta definição é essencial que a organização das atividades como instruções de conteúdo, orientações e pesquisa sejam feitas em um cronograma geral para que haja um controle das datas por parte de todos os envolvidos. Dessa forma o professor pode avaliar os alunos de acordo com o andamento das atividades, fornecer feedback contínuo e estabelecer diálogos para planejar as etapas seguintes. O cronograma deve relacionar todas as atividades de acordo com o período em que os alunos estão na escola, no contexto deste projeto as aulas ocorreram em um encontro semanal de três horas. Para organizar todas as atividades foi utilizado um documento chamado Termo de Abertura do Projeto (TAP) cujo objetivo é mapear as atividades e esclarecer aos alunos, responsáveis e a instituição os motivos iniciais que levaram ao desenvolvimento do projeto, qual o objetivo geral, como se daria a organização no planejamento, desenvolvimento e conclusão do projeto. Nos encontros os alunos foram instruídos e incentivados a realizar leituras sobre as tecnologias utilizadas para a construção do website, tomar livros empresados na biblioteca da escola para obter novos pensamentos, navegar na web em busca de conteúdos relacionados às disciplinas que estavam sendo 4 http://www.cataventocultural.org.br/
  • 7. apresentadas e principalmente discutir sobre o que era relevante para o projeto gerando feedbacks sobre a dimensão que o projeto estava tomando. A ideia da pesquisa através de diversas fontes faz com que cada aluno busque a informação onde se sinta mais à vontade visando atender os diferentes estilos de aprendizagem, o que segundo Filatro (2008, p. 15) referenciando o estilo de aprendizagem Sócio Construtivista diz: A descoberta individual de princípios é apoiada pelo ambiente social. Colegas da escola e educadores desempenham papel-chave no desenvolvimento do aluno, ao travar diálogo com ele, desenvolver uma compreensão compartilhada da tarefa e prover feedback de suas atividades e representações. Na educação através de projetos é essencial que o professor utilize mídias diferentes para instruir o aluno mas sempre respeitando os níveis intelectuais de cada indivíduo. O nível de aprendizado deve ser gradual e a possibilidade da utilização das ferramentas deve seguir o mesmo princípio visando construir ou aprofundar o conhecimento do aprendiz. O professor deve analisar o que está sendo discutido para certificar-se de que as pesquisas não fujam totalmente do escopo do projeto, tentando perceber o aumento de interesse dos alunos a partir dos novos conteúdos abordados, como o hábito da leitura e do questionamento, por fim avaliar a participação e aprendizagem pelos alunos. Contudo a organização do projeto exige do professor habilidades além das que são utilizadas em suas aulas na metodologia tradicional pois a quantidade de informação gerada a partir das instruções, orientações, pesquisas e atividades realizadas podem confundir o aprendiz e até mesmo o próprio professor. Para alcançar os objetivos descritos no TAP e chegar à conclusão do projeto a utilização de ferramentas que possam medir o andamento das atividades se faz necessária, em especial uma ferramenta compartilhada para acompanhar as datas de cada encontro e atividades que devem ser desenvolvidas. Cabe acrescentar que a gestão do conhecimento é melhor quando se tem uma visão do contexto geral e que cada interação do aluno dentro do projeto está mapeada através das tabelas de atividades centralizadas, no contexto deste projeto foi utiliza a ferramenta Microsoft Project 2013, nela todas as atividades foram
  • 8. inseridas com suas respectivas datas e duração conforme é mostrado na figura a seguir. Imagem 1 – gráfico de gantt Através da tabela de atividades junto ao gráfico de gantt todos os envolvidos no projeto podem verificar qual o tópico do próximo encontro presencial e se adiantar nas decisões mantendo a fluidez do projeto. Através do cronograma os alunos podem realizar novas pesquisas em fontes diversas para a construção do website, o professor que pode elaborar materiais específicos, trazer novidades ou planejar suas avaliações e pôr fim a instituição com todo suporte de infraestrutura como reserva de um laboratório ou disponibilização de um recurso específico. Uma das situações que mais chama a atenção após disponibilização do cronograma é a organização pessoal de alguns alunos para que possam se dedicar ainda mais ao projeto, isso fica visível quando os alunos passam a frequentar a escola em outros períodos apenas para solicitar orientação. Em trabalhos através de projetos, mesmo com a orientação do professor dividir as tarefas exige um consenso ético por parte dos alunos e ser sujeito de sua própria aprendizagem faz com que alguns participem e realizem todas as atividades demonstrando maior interesse enquanto outros procuram ficar as margens e evitar a responsabilidade pela tarefa. É importante observar que a timidez é um fator que também tende ao afastamento desses alunos e portanto o professor deve estar
  • 9. atento pois negligenciar casos como esse podem trazer o fracasso nos trabalhos por projeto. A missão do professor na divisão das tarefas é trabalhar o diálogo, o respeito ao próximo valorizando suas opiniões, habilidade e diferenças fazendo com que os alunos escolham atividades que mais se encaixem no seu perfil. Para o professor que está aplicando um projeto educacional é importante compreender que as atividades diversificadas e divisão das tarefas entre grupos de alunos fortalecem o aprendizado de alunos com habilidades diferentes conforme a teoria das inteligências múltiplas estudadas por Gardner (1995, p. 15): [...] lista resultante de sete inteligências [...] com um ou dois exemplos de cada uma delas. A inteligência linguística é o tipo de capacidade exibida em sua forma mais completa, talvez, pelos poetas. A inteligência lógico- matemática, como o próprio nome implica, é a capacidade lógica e matemática, assim como a capacidade científica. [...] A inteligência espacial a capacidade de formar um modelo mental do mundo espacial e de ser capaz de manobrar e operar utilizando esse modelo. Os marinheiros, engenheiros, cirurgiões, escultores e pintores, [...]. A inteligência musical é a quarta inteligência identificada [...]. A inteligência corporal-cinestésica é a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo inteiro, ou partes do corpo. Dançarinos, atletas, [...]. Finalmente [...] duas formas de inteligência pessoal - não muito bem compreendidas, difíceis de estudar, mais intensamente importantes. A inteligência interpessoal capacidade de entender outras pessoas [...] vendedores, políticos e professores [...]. A inteligência intrapessoal, um sétimo tipo de inteligência, é a capacidade correlativa, voltada para dentro. É a capacidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida. Uma das formas de favorecer as inteligências múltiplas é disponibilizar ambientes que estimulem o desenvolvimento da pesquisa e conforme Vanti (2012), nos trabalhos educacionais utilizando a metodologia de projetos as atividades devem ser desenvolvidas envolvendo espaços diferentes para o aprendizado, fornecendo possibilidades para entrevistas, diálogos e observação gerando assim novas experiências para os alunos. Contemplando a educação em diferentes ambientes para a aprendizagem dentro das tarefas que seriam realizadas foi definida uma visitação ao museu Catavento Cultural com a finalidade de conhecer o ambiente e produzir conteúdo textual e multimídia que seriam utilizados no website, sendo assim o incentivo aos visitantes seria feito a partir de uma visão obtida pelo do aluno pesquisador. A visita inicial para a coleta de dados foi aberta, amigos e familiares foram convidados favorecendo o relacionamento interpessoal, fomentando a importância
  • 10. da participação da sociedade formação do processo ensino-aprendizagem. Segundo Vanti (2012, p. 60), “A família é coparticipante junto com a escola da educação e do desenvolvimento da criança. As duas instâncias devem se apoiar, oferecendo oportunidades variadas para os pais se envolverem com a escola e vice-versa;”. O convite foi essencial para que as famílias pudessem acompanhar o progresso dos alunos nas atividades que ao contrário da metodologia tradicional não estavam sendo desenvolvidas somente com anotações no caderno. Para a coleta dos conteúdos os alunos foram incentivados a utilizar recursos tecnológicos como smartphones, tablets, câmeras digitais e notebooks onde seriam produzidos textos sobre cada seção, fotografias e vídeos que mostrassem a experiência vividas por eles durante a visita. A visitação ao museu favoreceu inúmeros fatores para se chegar a autonomia do aluno para a busca de informações, como dizem Hernández e Ventura (1998), que ao se trabalhar com projetos no ambiente propício ao desenvolvimento é natural o envolvimento dos alunos com outras pessoas em busca de informações, atitude que demonstra que a aprendizagem não é um ato passivo e que há possibilidades de aprender também fora da escola pois a aprendizagem é um ato comunicativo. Com o conteúdo em mãos os próximos encontros passaram-se dentro do laboratório de informática e tinham o objetivo de transpor toda a coleta de dados e formação de conteúdo para o website fornecendo informações essenciais sobre o museu Catavento aos interessados em uma próxima visita. Construído em partes cada grupo ficou responsável por uma tarefa específica na construção do website, porém, o funcionamento e aparência não foram o maior critério para a avaliação, ao invés da avaliação sistêmica em na metodologia de projetos procura-se observar as interações entre os grupos, as divisões das tarefas numa avaliação formativa condicionando assim o estímulo resposta da corrente comportamentalista como em Filatro (2008, p. 14), “A teoria associativa não se preocupa com o modo como os conceitos ou as habilidades estão representados internamente, mas sim com a maneira como eles se manifestam em comportamentos externos”. Na educação através de projetos saber avaliar é um ponto em que o professor deve estar muito atento pois contrariando o método tradicional em que a aprendizagem é medida através de testes avaliativos e não é levada em conta a experiência prévia do aluno nos projetos a avaliação deve ter um caráter
  • 11. emancipatório pois é necessário trazer uma nova experiência nesta importante etapa de aprendizagem, segundo Albuquerque e Oliveira (2009, p. 145), É importante relembrarmos que a educação que é produzida pela escola não se concretiza num vazio cultural, nem fora de um determinado contexto político. Por isso, o diálogo é fundamental quando se precisa descrever o que está acontecendo, fazer a sua crítica e criar coletivamente propostas que possam ser assumidas com autonomia por todos os educadores e educadoras, educando e educandas da escola. Em projetos não se pode tomar a avaliação como um momento único pois o ensino não é linear e para que a avaliação tenha um caráter democrático e emancipatório o professor deve encontrar as ferramentas ideais para que todos os alunos sejam avaliados de forma justa sem favorecer esta ou aquela disciplina. Somente com questionário de múltipla escolha ou perguntas e respostas é impossível avaliar o que o aluno aprendeu e a avaliação acaba se tornando uma simples forma de medição por isso é necessário criar novos meios de se avaliar utilizando ferramentas diferentes como dialogo e feedback constante ao longo de todo o projeto, porém nem todo feedback deve ser avaliativo. Neste projeto em específico procurou-se avaliar de maneira formativa as diversas situações de ensino-aprendizagem desde o início do projeto como por exemplo o envolvimento nas pesquisas em busca de novidades, o hábito da leitura sempre que algo novo fosse sugerido, a participação nos fóruns de discussão e analise da frequência dos alunos. A frequência dos alunos passou a ser um dos pontos mais importantes na avaliação pois sem a presença física do aluno na aula o incentivo através dos diálogos e divisão das atividades em grupo estaria comprometido. A educação através da metodologia de projetos mostrou-se uma forma criativa e divertida para se trabalhar a educação, neste contexto abrem-se muitas portas para explorar a diversidade a partir do tema em discussão o que auxilia desenvolvimento do senso crítico da pesquisa. A experiência obtida nesta metodologia é marcante para todos os envolvidos e é notável que ao término do projeto a proximidade de todas as partes é consolidada mostrando que princípios como de respeito ao próximo, colaboração e valorização cultural é uma resposta sólida quando se aplica este tipo de trabalho.
  • 12. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Trabalhar a educação através de uma metodologia em que um dos seus princípios é a emancipação do aprendiz, onde o aluno dentro do contexto da aprendizagem proposta é o próprio agente de sua aprendizagem e que ele literalmente pode escolher o que prefere realizar é sem dúvida um desafio quando se tem raízes na metodologia tradicional de ensino. Trabalhar de forma linear certamente traz maior segurança ao professor, porém este profissional certamente deixará de ter uma nova experiência única com desafios inimagináveis e é uma forma de manter o aprendizado constante. A experiência de se trabalhar com a educação no contexto da metodologia de projetos é marcante e o aprendizado é compartilhado por todos os envolvidos. Para os estudantes a satisfação em cada uma das etapas alcançadas pode ser observada ao longo do desenvolvimento pois o interesse por aprender um novo tema aumenta quando os alunos sentem-se responsáveis pelos rumos em que o projeto está tomando, com isso a necessidade de estimulo por parte do professor passa a ser mínima mas não menos necessária. Para chegar ao ponto do aluno se auto motivar é essencial que a instituição, coordenação pedagógica e os professores envolvidos tenham um planejamento sólido que estimule a pesquisa e que integre um ambiente propício para o desenvolvimento das atividades, as dimensões do projeto devem ser controladas sem limitar a criatividade dos alunos. Os projetos tem devem ser emancipatórios e as ideias não podem ser limitadas ao papel e a caneta, dependendo da instituição em que é aplicado pode tomar caminhos diferentes e em uma escola pública por exemplo o projeto pode ser limitado por falta de recursos tecnológicos e financeiros, já em uma escola particular cuja visão de negócio esteja acima de qualquer possibilidade de inovação educacional pode comprometer os trabalhos com esta metodologia que necessita da participação da escola num contexto geral. O sucesso de um projeto educacional envolve muitas decisões que devem ser tomadas ao longo do seu desenvolvimento, dentre elas destaco a escolha das
  • 13. tarefas pelos próprios alunos, essas tarefas devem ser muito bem analisadas antes de ser atribuída a alguém. Talvez o maior equívoco neste caso seja deixar que os alunos escolham uma determinada tarefa para que realizem de forma individual, assim como na escolha do tema a euforia e o entusiasmo que consomem o aprendiz pode não trazer o resultado esperado quando se trata de um contexto geral de atividades em grupo, então o ideal é sempre dividir as tarefas em grupos mas sempre se certificando de que o conteúdo produzido seja compartilhando entre todos os participantes. Outra situação em que se deve ter cuidado é na própria formação dos grupos pois o que ocorre muitas vezes é a junção de pessoas de maior afinidade, sendo assim os alunos tendem a confiar no colega mais próximo para a realização de atividades que deveriam ser feitas em grupo, o que acaba sendo um efeito colateral para a educação através de projetos. Grupos que tenham alunos com personalidade forte podem assumir uma responsabilidade além do aprendizado proposto e se sentir unicamente responsável pelo projeto e ultrapassando a fronteira da ética fazendo com que os outros alunos se desmotivem e também seja criado um ambiente reverso ao proposto, já um aluno com personalidade baixa pode acontecer o oposto, a pressão dos colegas para que a possível entrega saia perfeita fará com que este aluno assuma o peso da responsabilidade que não deveria e acabe por não absorver o conteúdo proposto na disciplina. Na metodologia tradicional não é normal que um grupo de alunos realizem uma determinada atividade e um outro grupo realize outro tipo de atividade simultaneamente, geralmente o tema é o mesmo e todos os alunos apesar de separados pesquisam a mesma coisa, logo o fato de grupos diferente pesquisar conteúdos diferentes pode causar um espanto para professores com raízes nesta metodologia pois a sensação de falta de controle e planejamento se faz presente na própria ideia, quando na verdade a metodologia de projetos deve ser um trabalho elaborado em conjunto com todos os profissionais envolvidos na área para que juntos pensem em soluções que atinjam o máximo de estilos de aprendizagem. Foi observado que no contexto deste projeto onde todo o grupo participou de uma atividade única foi observado que a desvantagem de utilizar esta metodologia é o fato de que nem todos os alunos terão a oportunidade de fazer a mesma coisa, tanto pela escolha da atividade quanto pelas habilidades que o mesmo não poderá aperfeiçoar ao deixar de fazer a tarefa que outro grupo estaria fazendo em paralelo.
  • 14. Por fim é chegada a conclusão de que a educação através metodologia de projetos é um grande avanço na educação e este é um terreno que está sendo cada vez mais explorado por instituições, coordenadores e professores que estão em busca de um ensino inovador e que se interessam pelo despertar do aluno para o campo da pesquisa sob uma visão emancipadora tornando-o autônomo e crítico em suas decisões, sempre através do diálogo e de muita comunicação entre todos os envolvidos com a finalidade de fazer com que o aluno seja o agente da sua própria aprendizagem e que a auto avaliação se torne uma prática constante em seu futuro acadêmico. 4 REFERENCIAS ALBUQUERQUE, Targélia de Souza; OLIVEIRA, Eloiza da Silva Gomes de. Avaliação Educacional. 2. ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2009. FILATRO, Andrea. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson Education do Brasil. 2008. GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas: A teoria na prática. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas. 1995. HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho: O conhecimento é um caleidoscópio. 5. ed. Porto Alegre: Artes Médicas. 1998. TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da Pesquisa. 2. ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2009. VANTI, Elisa dos Santos. Projetos interdisciplinares. 1. ed., ver. Curitiba, PR: IESDE Brasil. 2012. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: Do