2. Autobiografia/História de Vida
• A Abordagem (Auto)biográfica aproxima-se das Histórias de Vida como
método, na medida em que visa “a construção de um sentido vital dos
factos temporais” (Couceiro, 2002:31). Apela à interrogação
permanente: “colocar-se face à vida, atribuir-lhe um sentido, construir
um pensamento legitimado pela experiência existencial, compreender
o modo como o sujeito se formou e deu forma à sua existência é, de
facto, um processo de interrogação, de descoberta, de criação e não
de adequação ou eventual transformação em função de algo
previamente definido e conhecido.” (Honoré, 1992 in Couceiro,
1995:360).
6. 7 Passos
• A ideia de criar um conjunto de passos simples para a
realização de uma organização estruturada da
concepção de uma autobiografia, tem como base uma
estratégia de facilitação de registo de indícios e/ou
evidências face ao balanço de competências a realizar no
âmbito do processo de RVCC. Deve ser visto como um
ponto de partida adaptável e não como um manual de
prática.
7. 1.º Passo – Encontrar.
• Comece por dividir a sua história de vida em 4 partes:
a) Infância.
b) Adolescência.
c) Adulto.
d) Actualidade.
Estas fases permitem que consiga analisar de forma isenta
cada um dos momentos da sua história de vida de uma
forma objectiva e consciente.
8. 2.º Passo – Dividir.
• Depois de escrever o conteúdo destas quatro partes, divida-as. Isto é,
para cada uma das partes descreva o que são vivências pessoais,
profissionais e sociais. Procure sempre elaborar um contexto social,
económico e cultural em que tiveram lugar. Pode, por exemplo,
tomando como base os anos em que tiveram lugar, destacar os
acontecimentos locais, regionais, nacionais ou internacionais de maior
relevância. Pode ainda destacar as mudanças profissionais ocorridas
no contexto em que se encontrava ou encontra nos momentos em
que tiveram lugar. Numa palavra, explique o que o rodeia/rodeava nos
momentos mais determinantes da sua vida.
9. 3.º Passo – Documentar.
• Antes de avançar é bom que faça uma pausa. Comece por
reunir todos os documentos que comprovam os seus relatos.
Desde fotografias, a cartas, a certificados, a contratos, tudo o
que possa demonstrar sem sombra de dúvida aquilo que
relata na sua narrativa. Pense que está a fazer prova de tudo
o que conta como verdade e que para tal precisa de
apresentar documentos. É uma forma de descobrir novas
coisas e ao mesmo tempo de relembrar partes que podiam
estar esquecidas.
10. 4.º Passo – Problematizar.
• Releia agora tudo o que já escreveu. Faça essa leitura
tendo como base dois pontos de vista:
a) O que foram vivências pessoais e o que foram
aprendizagens profissionais. (Registe na sua história de
vida).
b) O que aprendi em cada um dos momentos mais
importantes da minha vida a nível pessoal, profissional e
no relacionamento com os outros.
11. 5.º Passo – Reescrever.
• Agora que pensou todas estas vertentes da sua vida,
reescreva as partes que acha que merecem ser
melhoradas, acrescentadas e/ou destacadas. Lembre-se
que tem que explicar o que aprendeu com os
certificados que agora tem na sua posse, assim como, as
fotografias, não bastando fazer uma legenda. Imagine
que está a contar a história daquele momento. Mais do
que indicar, descreva.
12. 6.º Passo – Propor.
• Uma das actividades que pode fazer e que, geralmente
dá muito resultado na melhoria da autobiografia/história
de vida é bastante simples. Dê a ler o que escreveu a
alguém que o/a conheça bem. Peça para fazerem uma
análise crítica, destacando o que falta dizer e não foi
escrito por si. Verá que, no final, terá muito mais para
escrever do que pensa. Peça dentro da sua esfera
familiar e também na esfera profissional.
13. 7.º Passo – Rever.
• Depois de reescrever as partes que considera úteis do
que lhe foi indicado pelas pessoas que leram o seu texto,
faça uma revisão completa de tudo o que conseguiu
fazer. Lembre-se que deve constantemente responder à
pergunta: porquê?. Lembre-se também que deve acabar
de ler a sua história de vida e dizer: Este/esta sou eu!
14. Conclusão
• Estes 7 passos são apenas uma estratégia de construção
de uma primeira abordagem para a realização de uma
autobiografia.
• A abordagem seguinte pode passar por responder a um
conjunto de perguntas predefinidas, tais como: Quem
sou eu ? O que quero ser ? O que gosto de fazer? o que
vou vim fazer a procurar o processo RVCC ? O que vou
fazer após este processo? (entre outras).