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Texto: Anísia de Paulo Figueiredo
                   Diagramação: Inêz Maria Zeferino
Arte Gráfica e Ilustrações: Anderson Gomes Ribeiro
PEDAGOGIA DE JESUS MESTRE,
        UMA OPÇÃO METODOLÓGICA
Questões iniciais:
 Método: um caminho do Mestre e do Discípulo
 Jesus Mestre, um paradigma      em que integram Método e
  Conteúdo
 Método é um itinerário pedagógico favorável a um tipo de
  educação
 O ER a serviço da educação em que interagem Mestre e
  Discípulo
 Que habilidades e competências são apontadas por Jesus
  Mestre, em seu itinerário?
 O Mestre tem meta definida: o Discípulo que, de repente, se
  torna Mestre.
I – Introdução

      Como indicadores desse caminho, adotamos
em primeiro momento algumas teorias trabalhadas
pelo Prof. Danilo Gandin que apresenta alguns
aspectos     de    metodologia   que   nos   parecem
inspirados    no   Mestre   de   Nazaré,   designados
“marcos”. Esses figuram como elementos mais
específicos de um roteiro a ser utilizado com as
devidas adaptações.
O autor emprega o temo "marco", que
entendemos como indicador.
O marco referencial reúne três componentes
metodológicos:

 marco situacional,

 o marco doutrinal,

 o marco operativo.
Noutras palavras, o marco referencial inclui

primeiramente um olhar inteligente sobre a realidade

onde atuam ou irão atuar os educadores; a seguir,

um olhar para o ideal que se busca nos parâmetros

de uma reflexão voltada para a ação transformadora.
Esse olhar contém a intenção, a utopia, o

ideal, em se tratando do ser humano e de

sociedade; o terceiro momento    se refere às

propostas de como agir   para alcançar o que se

pretende.
 reflexão,
 ação prospectiva
 realidade avaliada,
 concretização.
Os     três   momentos       visam     à

transformação      da     realidade,      cujo

processo possibilitará o surgimento do

novo, da nova sociedade, do novo ser

humano renovado em seus princípios e

critérios de justiça, solidariedade, paz.
II - Proposta pedagógica para o ER, segundo
  um paradigma


     Jesus de Nazaré é o Mestre de todos as
  épocas.
     Contextos e contingências históricas.
     É Ele que nos apresenta as coordenadas
  dialéticas   da   realização   do   ser   humano
  contextualizado, nas seguintes condições:
 a de ser alguém, em contínua busca do
  significado da sua existência;



 a de estar no mundo como ser vivente,
  integrante de um sistema que reconhece na
  sua totalidade e especificidade e com o qual
  mantém intercâmbio;
a de ser alguém em relação consigo mesmo e

 com os seus semelhantes, mediante o uso da
 razão, dos sentimentos e da vontade;

a de ser alguém que indaga sobre as razões de

 ser quem, por quê, como, onde, para quê; e,
 por   esse   e   outros   motivos,     busca   o
 Transcendente, como ser transcendente, sem
 perda da condição imanente.
(Figueiredo, 1995: 30)
Jesus encontrou alguém, ao longo de seu
 caminho;
olhou profunda e inteligentemente para
 aquela mulher como ser humano,
 contextualizado;
observou a     realidade   onde   ela   se
 encontrava;
refletiu com ela, trazendo à tona
 elementos fundamentais da sua existência
 e experiência, na perspectiva do ser;
impulsionou-a para uma ação, iluminada
 pela razão e por novos sentimentos.
• O agir-proposta decorre da reflexão e da
  mudança de atitude; encaminha para o
  agir-resposta:
• o sujeito assume um novo papel na
  sociedade.
• não é um simples papel.
• tem a ver com o seu Projeto de Vida, nas
  diversas formas e situações do processo de
  seu crescimento e realização pessoal e
  social.
MÉTODO DIALÉTICO



 Método que orienta a proposta pedagógica de muitos
 educadores:

 Paulo Freire, ontem, adotou o método dialético.
 Danilo Gandin, hoje, valoriza o planejamento
  participativo.
 Ambos não admitem “exclusão”, mas são
  humanamente coerentes com o que, há dois mil anos
  atrás, constituiu a prática pedagógica do Mestre de
  Nazaré.
Refleão
   Reflexão?                  x
                            Ação

               Dialética
                 Dos
 Ação          Anos 80
    x                          síntese
Reflexão

                Práxis
               Refletida
Jesus apresenta o método como paradigma

para qualquer proposta pedagógica de ER e

Educação em geral:

 Sua habilidade em fazer o caminho, ao

  andar, é significativa em sua arte de educar;

 Normalmente,    caminha     junto   com    os

  educandos.
 Sua competência de Mestre é destaque: não
  impõe, propõe.

 Proposta x Resposta

 Proposta exigente e paciente

 Reflexão profunda, a partir do simples, do
  concreto, do simbólico, do humano do
  subjetivo e objetivo.
ITINERÁRIO PEDAGÓGICO DE JESUS MESTRE
               JO 4,3-39
                                               6 - (REAÇÃO)
                                                JO 4, 10-12
                                    5 - (MEDITAÇÃO)
                                                                      7 – (REFLEXÃO)
                                          JO 4, 9
                                                                         JO 4, 13-14

                                                                        8 - (REAÇÃO)
                              4 - (REFLEXÃO)
                                                                         JO 4, 15-17
                                 JO 4, 7B
  15 - CONTINUAÇÃO...
                             3 - (AÇÃO)                               9 - (REFLEXÃO)
        JO 4, 39
                             JO 4, 6-7                                  JO 4, 19-21

                           2 - (REFLEXÃO)                  10 - (AÇÃO REFLETIDA)
                                            1- (AÇÃO)               JO 4, 22-23
                               JO 4, 5
                                            JO 4, 3-4
14 – (AÇÃO/ TRANSFORMAÇÃO)
                                                    11 - (REAÇÃO/INTERIORIZAÇÃO)
        JO 4, 29-30
                                                                   JO 4,25
     13 – (REFLEXÃO/AVALIAÇÃO)
                                              12 - (AÇÃO/ CONSTRUÇÃO)
              JO 4, 28 A
                                                        JO 4, 26
                                                                              VERSÃO 1
ITINERÁRIO PEDAGÓGICO DE JESUS MESTRE
                                                      6 - Realimentação do
                                                              diálogo
                                                            (REAÇÃO)       7 – Proposta impulso à
                                                                                  resposta
                                             5 - Atitude de escuta              (REFLEXÃO)
                                                 (MEDITAÇÃO)

                                      4 - Estímulo alimentador do
                                                pretexto                    8 - Acolhida do novo
                                              (REFLEXÃO)                          (REAÇÃO)

                                    3 - Pretexto para o
  15 - Prosseguimento da             desencadear do                      9 - Opção - Ato livre
realização contínua do Ser,              processo                            (REFLEXÃO)
  com novos pretextos e                   (AÇÃO)
           razões
     CONTINUAÇÃO...             2 - Predisposição do                 10 - Experiência do encontro
                                       educador                     com quem transmite as razões
                                     (REFLEXÃO)                                 do Ser
                                                                          (AÇÃO REFLETIDA)
  14 - Novo Ser - Agente da
        transformação              1- Contexto onde
(AÇÃO/ TRANSFORMAÇÃO)              está o educando
                                                               11 - Experiência na busca de
                                        (AÇÃO)                        plenitude do Ser
                                                               (REAÇÃO/INTERIORIZAÇÃO)
  13 - Predisposição para novas buscas,
       na convivência com os demais
         (REFLEXÃO/AVALIAÇÃO)           12 - Discernimento das razões íntimas
                                          e transcendentes do Ser e Existir
                                                (AÇÃO/ CONSTRUÇÃO)

                                                                                     VERSÃO 2
6 - Realimentação do diálogo
                                                                                (REAÇÃO – CONHECIMENTO CRÍTICO)
                                                                                              JO 4, 10-12



                                                             5 - Atitude de escuta           7 – Proposta, impulso à resposta
                                                           (CONHECIMENTO DADO)          (REFLEXÃO- CONHECIMENTO CONSTRUÍDO)
                                                                     JO 4, 9                           JO 4, 13-14



                                                                                                  8 - Acolhida do novo
                                            4 - Estímulo alimentador do pretexto       (REAÇÃO - CONHECIMENTO CONCRETIZADO)
                                       (REFLEXÃO – CONHECIMENTO DA REALIDADE)                          JO 4, 15-17
                                                           JO 4, 7B

                                                                                                     9 - Opção - Ato livre
                                                   3 - Pretexto para
                                                                                       (REFLEXÃO - RECONHECIMENTO DA REALIDADE)
                                             O desencadear do processo
                                                                                                          JO 4, 19-21
15 – Prosseguimento da realização contínua     (AÇÃO PROSPECTIVA )
    do Ser,com novos pretextos e razões                 JO 4, 6-7
             CONTINUAÇÃO...                                                                           10 - Experiência do encontro
                  JO 4, 39                                                                       com quem transmite as razões do Ser
                                          2 - Predisposição do educador                        (AÇÃO – RECONHECIMENTO DO OUTRO)
                                                    (REFLEXÃO)                                                 JO 4, 22-23
                                                       JO 4, 5
      14 - Novo Ser - Agente da transformação
   (AÇÃO/ TRANSFORMADORA – SABER AGIR)                                                         11 - Experiência na busca
                     JO 4, 29-30                        1- Contexto onde está o educando          de plenitude do Ser
                                                                     (AÇÃO)              (REFLEXÃO-RECONHECIMENTO DE SI)
                                                                     JO 4, 3-4                           JO 4,25
                       13 – Predisposição para novas buscas,
                           na convivência com os demais                        12 - Discernimento das razões íntimas
                              (REFLEXÃO/AVALIAÇÃO)                               e transcendentais do Ser e Existir
                                     JO 4, 28 A                              (AÇÃO/ CONSTRUÇÃO DO NOVO SABER)
                                                                                              JO 4, 26

                                                                                                                  VERSÃO 3
1   1Os fariseus ficaram sabendo que Jesus
          atraía discípulos e batizava mais
                                do que João.
            2(Na verdade, não era Jesus que

         batizava, mas os seus discípulos.)
    3Ao saber disso Jesus deixou a Judéia e

                 foi de novo para a Galiléia.
    4Jesus tinha que atravessar a Samaria.




      “O mestre é um articulador do
      processo da educação. Precisa
        saber o que quer, antes de
    atravessar as Samarias da vida, as
         Samarias da educação”.
5Chegou  então, a uma cidade da      2
  Samaria chamada Sicar, perto do
  campo que Jacó tinha dado ao seu
  filho José.
6Aí ficava o poço de Jacó. Cansado

  da viagem, Jesus sentou-se junto
  ao poço.
  Era quase meio-dia.

 O educador é, antes de tudo,
 alguém aberto para receber o
  educando, junto a um outro
 Poço, onde beberá a água que
     gera vida, faz crescer!
     O Poço da Educação!
3        7Entãochegou uma mulher da
              Samaria para tirar água.


       “O Educador, antes de ser um
         especialista, é um clínico
    competente. Como tal, é capaz de
     um diagnóstico que lhe permite
     ter em mãos todos os elementos
           que orientarão o seu
         desempenho pedagógico”
     O processo educativo tem um
    objetivo que, para ser alcançado,
      exige conhecimento claro da
     realidade para a qual se busca
           educar e educar-se.
4
7(...)   Jesus lhe pediu:
 “Dê-me de beber”.
8(Os discípulos tinham ido à
 cidade para comprar
 mantimentos.)


 O educador que faz a opção
  pelo princípio dialético é
  alguém que vivência e faz
vivenciar novas experiências,
 articuladas com a lógica do
          educando.
5



      O Educador é, acima de tudo,
      alguém que sabe escutar com
      paciência, principalmente no
     início dos primeiros passos da
    caminhada que faz junto com o
    educando. O Mestre desperta o
     desejo de mudança em função
    de um ideal e dos propósitos de
       vida em função desse ideal.
6
                        10Jesusrespondeu: “Se você conhecesse
                               o dom de Deus, e quem lhe está
                               pedindo de beber, você é que lhe
                          pediria. E ele daria a você água viva”.
                                        11A mulher disse a Jesus:

                               “Senhor, não tens um balde, e o
                               poço é fundo. De onde vais tirar
                                                      água viva?
                        12Certamente não pretendes ser maior

                          do que o nosso pai Jacó, que nos deu
                           este poço, e do qual ele bebeu junto
                                    com seus filhos e animais!”




Educando e Educador são sujeitos da busca!
13Jesus  respondeu: “Quem bebe desta
7                  água vai ter sede de novo.
        14Mas aquele que beber da água que

            eu vou dar, esse nunca mais terá
                                         sede.
             E a água que eu lhe darei vai se
           tornar dentro dele uma fonte que
                    jorra para a vida eterna”.
    15A mulher disse: “Senhor, dá-me dessa

          água, para que eu não tenha mais
      sede, nem precise vir aqui para tirar”.


    Impulsionada a pedir daquela água, a
       mulher sente-se desafiada pela
     necessidade que surge. É despertada
                 para algo.
    O Mestre sustenta o contínuo esforço
    de alguém ao andar rumo a algo mais.
16Jesus  disse à samaritana:
8    Vá chamar o seu marido e volte aqui”.
       17A mulher respondeu: Eu não tenho
                                    marido”,
      Jesus disse: “Você tem razão ao dizer
                       que não tem marido.
         18De fato, você teve cinco maridos.

     E o homem que você tem agora não é
                                 seu marido.
                Nisso você falou a verdade”.


        A intercomunicação entre duas
    consciências que se respeitam favorece
     o discernimento e a opção pelo que é
    verdadeiro, pelo que dá sentido a uma
                  vida livre.
19A  mulher então disse a Jesus:
               9                              “Senhor, vejo que és profeta!
                                         20Os nossos pais adoram a Deus

                                                         nesta montanha.
                                           E vocês judeus dizem que é em
                                           Jerusalém o lugar onde se deve
                                                                   adorar”.
                                       21Jesus disse: “Mulher, acredite em

                                           mim. Está chegando a hora em
                                           não adorarão o Pai, nem sobre
                                                 esta montanha e nem em
                                                                Jerusalém.
                                                22Vocês adoram o que não

                                          conhecem, nós adoramos o que
                                          conhecemos, porque a salvação
                                                          vem dos judeus”.

   Educandos têm sede de tudo o que pode ajuda-los a discernir e a
encontrar as razões de seu “ser quem”, “existir para quê” e “agir por quê,
                         onde, quando, como”.
23“Mas  está chegando a hora, e é agora,
   em que os verdadeiros adoradores
                                                      10
   vão adorar o Pai em espírito e
   verdade.
   Porque são estes os adoradores que o
   Pai procura.
24Deus é espírito, e aqueles que o

   adoram devem adorá-lo em espírito e
   verdade.”
25A Mulher disse a Jesus:

   “Eu sei que vai chegar um Messias
   (aquele que se chama Cristo); e,
   quando chegar, ele nos vai mostrar
   todas as coisas”.
26Jesus disse: “Esse Messias sou eu, que

   estou falando com você”.

  O ER visa a busca do significado mais profundo da existência, ao mesmo
  tempo em que se constrói o conhecimento a ser transformado em saber
    escolar. E ainda concorre para discernir o que fazer com esse saber.
11
                                    27Nesse  momento, os discípulos de
                                                       Jesus chegaram.
                                            E ficaram admirados de ver
                                  Jesus falando com uma mulher, mas
                                          ninguém perguntou o que ele
                                          queria, ou por que ele estava
                                           conversando com a mulher.
                                 28Então a mulher deixou o balde e foi

                                                     para a cidade (...).



  O Projeto Educativo, com sua proposta pedagógica, será o marco
                  orientador de todo o itinerário.
Tendo em vista um novo tipo de ser humano e de sociedade que se quer
 formar, não perde de vista o protagonismo de todos os envolvidos no
                  processo, de forma participativa.
28(...)
      e disse para as pessoas:
  29“Venham ver um homem que me        12
  disse tudo o que eu fiz.
30Será que ele não é o Messias?”

  O pessoal saiu da cidade e foi ao
  encontro de Jesus.

  Ao encontrar o que satisfaz sua
    sede de infinito, o educando
sensibilizado, é capaz de perceber o
   significado mais profundo da
             existência.
    Não se chega à busca do
Transcendente, sem a experiência
   do próprio ser na condição
transcendente e imanente, pois o
   ser humano é portador de
     potencialidades que se
 desenvolvem harmonicamente.
13
                                     37(...)
                                           Na verdade, é como diz o
                                      provérbio: “Um semeia e outro
                                                              colhe”.
                                38Eu enviei vocês para colher aquilo

                                que vocês não trabalharam. Outros
                                  trabalharam, e vocês entraram no
                                                     trabalho deles.
                                39Muitos samaritanos dessa cidade

                                 acreditaram em Jesus por causa do
                                     testemunho que a mulher tinha
                                                               dado.


O método é em suma um caminho que se percorre para se chegar
até onde queremos. Seu veículo principal é o processo interativo
        das partes que mantêm a marcha da condução.
1.   A linguagem é princípio e, ao mesmo tempo,
     critério    para    a   metodologia      do   ensino
     religioso em ambiente escolar.
2.   Duas faces de uma mesma moeda estarão
     presentes em todo o processo do ensino
     religioso    como       área   de   conhecimento,
     instrumento        pedagógico   eficaz    que   não
     perdeu a sua condição de disciplina, porque
     tem a ver com a matéria que lhe deu origem.
3.   De um lado, as predisposições naturais
     inatas do ser humano para a experiência
     do     religioso.    “Dimensão    natural   que
     envolve todo o ser, mas precisamente por
     isto    ela   deve    ser   de   modo   correto
     educada, desenvolvida”. ( João Paulo II, in
     L’Osservatore Romano, 06/06/1986, p. 04)
4.   Do outro lado, estão os determinantes culturais,
     as         aprendizagens,         as         habilidades
     metodológicas,       as     diferentes       formas    e
     expressões de convivência com o sagrado, nos
     mais diversificados grupos ou ambientes onde
     o    ser    humano     está      inserido!     Não    há
     neutralidade em educação. O texto no contexto
     pressupõe      um    pretexto,     que   desperta     o
     interesse do sujeito para a busca de algo mais,
     seja dentro ou fora do grupo religioso.
5.   A   linguagem   é,   portanto,   o   principal   recurso
     pedagógico do ER. Todo assunto será motivo, sinal
     provocativo e/ou conteúdo de ER, porque tem a ver
     com as necessidades e interesses dos educandos. É
     instrumento “sine qua non” no processo ensino /
     aprendizagem.

6.   Sem ela não é possível     desvelar e apropriar-se do
     conhecimento na sua especificidade e singularidade
     sem perda da afinidade com a matéria que lhe dá
     origem e permite o diálogo do ER com outras áreas de
     conhecimento.
É proposta impregnada de inúmeros
aspectos da prática pedagógica de Jesus
Mestre e seus seguidores:


   predispõe educadores e educandos
    para a participação;
   incentiva a responsabilidade;
   promove a autonomia;
 exercita o respeito mútuo;

 facilita o ensino e a aprendizagem;

 constrói    o   conhecimento     de   forma

 interativa

 concorre para o desenvolvimento         das

 potencialidades     do(a),       educando(a),

 enquanto ser pessoal e social.
É   oportunidade     para    desafiar     a
 educandos       e      educadores         a
 confrontarem suas aspirações com os
 eventuais     conflitos,    a       superar
 obstáculos; e a manter o entusiasmo em
 função   de   um    bem    comum,    como
 pessoas conscientes de seu papel no
 grupo e no mundo.
 É um dos caminhos mais adequados
 para a aquisição de conhecimento e sua
 aplicação a curto, médio e longo prazo.
Em se tratando de discípulos que, de repente,
assumem o papel de continuadores da missão
do Mestre, educadoras e educadores brasileiros
nos legaram ricas experiências e fundamentos
 nesta perspectiva, como as de Paulo Freire,
  declarado Patrono da Educação Brasileira.
   Convém conferir, através da retomada de
        alguns de suas pensamentos.
DE QUE DISCÍPULO ESTAMOS FALANDO?

                 Ser pessoal, enquanto
                  personalidade única, mas aberto
                  aos demais: ser de relações.

                 O Ser do DEVER /SER nas
                  dimensões mais profundas da
                  existência.

                 SER AQUI, um SER-AÍ, LÁ, com
                  perspectivas, do VIR-A-SER : ser
                  imanente/transcendente, em
                  processo de aperfeiçoamento.

                 SER-PROJETO, impulsionado
                  pelo desejo do sempre mais, em
                  comunhão com o Mestre...
Reflexão/Ação
                                 ec-sistência
        EXISTÊNCIA
         HUMANA
                                 possibilidade

       SER AQUI, SER AÍ, LÁ... (“DASEIN”)

  Com – vive =     dialética da reciprocidade.

              RAZÕES DE SER E ESTAR AÍ.
O Projeto de Vida Original dá origem a inúmeros outros
   projetos sob a ótica social, política, pedagógica,
                 cultural e outras mais.
CONSEQUÊNCIAS
      PARA O ENSINO RELIGIOSO

  Todos os conteúdos ganham significado e são
propícios ao ER, assim como o ER perpassa todos
eles, em momentos oportunos e com linguagem
adequada.
Portanto, as ações pedagógicas não são fins, mas
meios para se conseguir o alvo: o ser humano em
processo de crescimento continuado, na busca de
maturidade, realização pessoal e social, em um
mundo    concreto,     onde      será     agente      de
transformação,   utilizando-se   de     habilidades    e
competências no desempenho da missão.
QUESTÕES
 No ano em que Paulo Freire é
   consagrado com o título de
         Patrono da Educação
      Brasileira, que iniciativas
     podem ser tomadas pelos
Educadores e Educadoras, no
sentindo da realização de uma
reflexão mais profunda de sua
        prática, para descobrir
       aspectos da filosofia da
 educação condizentes com a
    proposta de Jesus Mestre?
    De que modo o ER poderia
contribuir para a concretização
     desta prática no ambiente
                       escolar?
E AGORA?
COMO PROSSEGUIR?

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Pegagogia de jesus mestre

  • 1. Texto: Anísia de Paulo Figueiredo Diagramação: Inêz Maria Zeferino Arte Gráfica e Ilustrações: Anderson Gomes Ribeiro
  • 2. PEDAGOGIA DE JESUS MESTRE, UMA OPÇÃO METODOLÓGICA Questões iniciais:  Método: um caminho do Mestre e do Discípulo  Jesus Mestre, um paradigma em que integram Método e Conteúdo  Método é um itinerário pedagógico favorável a um tipo de educação  O ER a serviço da educação em que interagem Mestre e Discípulo  Que habilidades e competências são apontadas por Jesus Mestre, em seu itinerário?  O Mestre tem meta definida: o Discípulo que, de repente, se torna Mestre.
  • 3. I – Introdução Como indicadores desse caminho, adotamos em primeiro momento algumas teorias trabalhadas pelo Prof. Danilo Gandin que apresenta alguns aspectos de metodologia que nos parecem inspirados no Mestre de Nazaré, designados “marcos”. Esses figuram como elementos mais específicos de um roteiro a ser utilizado com as devidas adaptações.
  • 4.
  • 5. O autor emprega o temo "marco", que entendemos como indicador.
  • 6. O marco referencial reúne três componentes metodológicos: marco situacional, o marco doutrinal, o marco operativo.
  • 7. Noutras palavras, o marco referencial inclui primeiramente um olhar inteligente sobre a realidade onde atuam ou irão atuar os educadores; a seguir, um olhar para o ideal que se busca nos parâmetros de uma reflexão voltada para a ação transformadora.
  • 8. Esse olhar contém a intenção, a utopia, o ideal, em se tratando do ser humano e de sociedade; o terceiro momento se refere às propostas de como agir para alcançar o que se pretende.
  • 9.  reflexão,  ação prospectiva  realidade avaliada,  concretização.
  • 10. Os três momentos visam à transformação da realidade, cujo processo possibilitará o surgimento do novo, da nova sociedade, do novo ser humano renovado em seus princípios e critérios de justiça, solidariedade, paz.
  • 11. II - Proposta pedagógica para o ER, segundo um paradigma Jesus de Nazaré é o Mestre de todos as épocas. Contextos e contingências históricas. É Ele que nos apresenta as coordenadas dialéticas da realização do ser humano contextualizado, nas seguintes condições:
  • 12.  a de ser alguém, em contínua busca do significado da sua existência;  a de estar no mundo como ser vivente, integrante de um sistema que reconhece na sua totalidade e especificidade e com o qual mantém intercâmbio;
  • 13. a de ser alguém em relação consigo mesmo e com os seus semelhantes, mediante o uso da razão, dos sentimentos e da vontade; a de ser alguém que indaga sobre as razões de ser quem, por quê, como, onde, para quê; e, por esse e outros motivos, busca o Transcendente, como ser transcendente, sem perda da condição imanente.
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  • 16. Jesus encontrou alguém, ao longo de seu caminho; olhou profunda e inteligentemente para aquela mulher como ser humano, contextualizado;
  • 17. observou a realidade onde ela se encontrava; refletiu com ela, trazendo à tona elementos fundamentais da sua existência e experiência, na perspectiva do ser; impulsionou-a para uma ação, iluminada pela razão e por novos sentimentos.
  • 18. • O agir-proposta decorre da reflexão e da mudança de atitude; encaminha para o agir-resposta: • o sujeito assume um novo papel na sociedade. • não é um simples papel. • tem a ver com o seu Projeto de Vida, nas diversas formas e situações do processo de seu crescimento e realização pessoal e social.
  • 19. MÉTODO DIALÉTICO Método que orienta a proposta pedagógica de muitos educadores:  Paulo Freire, ontem, adotou o método dialético.  Danilo Gandin, hoje, valoriza o planejamento participativo.  Ambos não admitem “exclusão”, mas são humanamente coerentes com o que, há dois mil anos atrás, constituiu a prática pedagógica do Mestre de Nazaré.
  • 20. Refleão Reflexão? x Ação Dialética Dos Ação Anos 80 x síntese Reflexão Práxis Refletida
  • 21. Jesus apresenta o método como paradigma para qualquer proposta pedagógica de ER e Educação em geral:  Sua habilidade em fazer o caminho, ao andar, é significativa em sua arte de educar;  Normalmente, caminha junto com os educandos.
  • 22.  Sua competência de Mestre é destaque: não impõe, propõe.  Proposta x Resposta  Proposta exigente e paciente  Reflexão profunda, a partir do simples, do concreto, do simbólico, do humano do subjetivo e objetivo.
  • 23. ITINERÁRIO PEDAGÓGICO DE JESUS MESTRE JO 4,3-39 6 - (REAÇÃO) JO 4, 10-12 5 - (MEDITAÇÃO) 7 – (REFLEXÃO) JO 4, 9 JO 4, 13-14 8 - (REAÇÃO) 4 - (REFLEXÃO) JO 4, 15-17 JO 4, 7B 15 - CONTINUAÇÃO... 3 - (AÇÃO) 9 - (REFLEXÃO) JO 4, 39 JO 4, 6-7 JO 4, 19-21 2 - (REFLEXÃO) 10 - (AÇÃO REFLETIDA) 1- (AÇÃO) JO 4, 22-23 JO 4, 5 JO 4, 3-4 14 – (AÇÃO/ TRANSFORMAÇÃO) 11 - (REAÇÃO/INTERIORIZAÇÃO) JO 4, 29-30 JO 4,25 13 – (REFLEXÃO/AVALIAÇÃO) 12 - (AÇÃO/ CONSTRUÇÃO) JO 4, 28 A JO 4, 26 VERSÃO 1
  • 24. ITINERÁRIO PEDAGÓGICO DE JESUS MESTRE 6 - Realimentação do diálogo (REAÇÃO) 7 – Proposta impulso à resposta 5 - Atitude de escuta (REFLEXÃO) (MEDITAÇÃO) 4 - Estímulo alimentador do pretexto 8 - Acolhida do novo (REFLEXÃO) (REAÇÃO) 3 - Pretexto para o 15 - Prosseguimento da desencadear do 9 - Opção - Ato livre realização contínua do Ser, processo (REFLEXÃO) com novos pretextos e (AÇÃO) razões CONTINUAÇÃO... 2 - Predisposição do 10 - Experiência do encontro educador com quem transmite as razões (REFLEXÃO) do Ser (AÇÃO REFLETIDA) 14 - Novo Ser - Agente da transformação 1- Contexto onde (AÇÃO/ TRANSFORMAÇÃO) está o educando 11 - Experiência na busca de (AÇÃO) plenitude do Ser (REAÇÃO/INTERIORIZAÇÃO) 13 - Predisposição para novas buscas, na convivência com os demais (REFLEXÃO/AVALIAÇÃO) 12 - Discernimento das razões íntimas e transcendentes do Ser e Existir (AÇÃO/ CONSTRUÇÃO) VERSÃO 2
  • 25. 6 - Realimentação do diálogo (REAÇÃO – CONHECIMENTO CRÍTICO) JO 4, 10-12 5 - Atitude de escuta 7 – Proposta, impulso à resposta (CONHECIMENTO DADO) (REFLEXÃO- CONHECIMENTO CONSTRUÍDO) JO 4, 9 JO 4, 13-14 8 - Acolhida do novo 4 - Estímulo alimentador do pretexto (REAÇÃO - CONHECIMENTO CONCRETIZADO) (REFLEXÃO – CONHECIMENTO DA REALIDADE) JO 4, 15-17 JO 4, 7B 9 - Opção - Ato livre 3 - Pretexto para (REFLEXÃO - RECONHECIMENTO DA REALIDADE) O desencadear do processo JO 4, 19-21 15 – Prosseguimento da realização contínua (AÇÃO PROSPECTIVA ) do Ser,com novos pretextos e razões JO 4, 6-7 CONTINUAÇÃO... 10 - Experiência do encontro JO 4, 39 com quem transmite as razões do Ser 2 - Predisposição do educador (AÇÃO – RECONHECIMENTO DO OUTRO) (REFLEXÃO) JO 4, 22-23 JO 4, 5 14 - Novo Ser - Agente da transformação (AÇÃO/ TRANSFORMADORA – SABER AGIR) 11 - Experiência na busca JO 4, 29-30 1- Contexto onde está o educando de plenitude do Ser (AÇÃO) (REFLEXÃO-RECONHECIMENTO DE SI) JO 4, 3-4 JO 4,25 13 – Predisposição para novas buscas, na convivência com os demais 12 - Discernimento das razões íntimas (REFLEXÃO/AVALIAÇÃO) e transcendentais do Ser e Existir JO 4, 28 A (AÇÃO/ CONSTRUÇÃO DO NOVO SABER) JO 4, 26 VERSÃO 3
  • 26. 1 1Os fariseus ficaram sabendo que Jesus atraía discípulos e batizava mais do que João. 2(Na verdade, não era Jesus que batizava, mas os seus discípulos.) 3Ao saber disso Jesus deixou a Judéia e foi de novo para a Galiléia. 4Jesus tinha que atravessar a Samaria. “O mestre é um articulador do processo da educação. Precisa saber o que quer, antes de atravessar as Samarias da vida, as Samarias da educação”.
  • 27. 5Chegou então, a uma cidade da 2 Samaria chamada Sicar, perto do campo que Jacó tinha dado ao seu filho José. 6Aí ficava o poço de Jacó. Cansado da viagem, Jesus sentou-se junto ao poço. Era quase meio-dia. O educador é, antes de tudo, alguém aberto para receber o educando, junto a um outro Poço, onde beberá a água que gera vida, faz crescer! O Poço da Educação!
  • 28. 3 7Entãochegou uma mulher da Samaria para tirar água. “O Educador, antes de ser um especialista, é um clínico competente. Como tal, é capaz de um diagnóstico que lhe permite ter em mãos todos os elementos que orientarão o seu desempenho pedagógico” O processo educativo tem um objetivo que, para ser alcançado, exige conhecimento claro da realidade para a qual se busca educar e educar-se.
  • 29. 4 7(...) Jesus lhe pediu: “Dê-me de beber”. 8(Os discípulos tinham ido à cidade para comprar mantimentos.) O educador que faz a opção pelo princípio dialético é alguém que vivência e faz vivenciar novas experiências, articuladas com a lógica do educando.
  • 30. 5 O Educador é, acima de tudo, alguém que sabe escutar com paciência, principalmente no início dos primeiros passos da caminhada que faz junto com o educando. O Mestre desperta o desejo de mudança em função de um ideal e dos propósitos de vida em função desse ideal.
  • 31. 6 10Jesusrespondeu: “Se você conhecesse o dom de Deus, e quem lhe está pedindo de beber, você é que lhe pediria. E ele daria a você água viva”. 11A mulher disse a Jesus: “Senhor, não tens um balde, e o poço é fundo. De onde vais tirar água viva? 12Certamente não pretendes ser maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, e do qual ele bebeu junto com seus filhos e animais!” Educando e Educador são sujeitos da busca!
  • 32. 13Jesus respondeu: “Quem bebe desta 7 água vai ter sede de novo. 14Mas aquele que beber da água que eu vou dar, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe darei vai se tornar dentro dele uma fonte que jorra para a vida eterna”. 15A mulher disse: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise vir aqui para tirar”. Impulsionada a pedir daquela água, a mulher sente-se desafiada pela necessidade que surge. É despertada para algo. O Mestre sustenta o contínuo esforço de alguém ao andar rumo a algo mais.
  • 33. 16Jesus disse à samaritana: 8 Vá chamar o seu marido e volte aqui”. 17A mulher respondeu: Eu não tenho marido”, Jesus disse: “Você tem razão ao dizer que não tem marido. 18De fato, você teve cinco maridos. E o homem que você tem agora não é seu marido. Nisso você falou a verdade”. A intercomunicação entre duas consciências que se respeitam favorece o discernimento e a opção pelo que é verdadeiro, pelo que dá sentido a uma vida livre.
  • 34. 19A mulher então disse a Jesus: 9 “Senhor, vejo que és profeta! 20Os nossos pais adoram a Deus nesta montanha. E vocês judeus dizem que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar”. 21Jesus disse: “Mulher, acredite em mim. Está chegando a hora em não adorarão o Pai, nem sobre esta montanha e nem em Jerusalém. 22Vocês adoram o que não conhecem, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus”. Educandos têm sede de tudo o que pode ajuda-los a discernir e a encontrar as razões de seu “ser quem”, “existir para quê” e “agir por quê, onde, quando, como”.
  • 35. 23“Mas está chegando a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores 10 vão adorar o Pai em espírito e verdade. Porque são estes os adoradores que o Pai procura. 24Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade.” 25A Mulher disse a Jesus: “Eu sei que vai chegar um Messias (aquele que se chama Cristo); e, quando chegar, ele nos vai mostrar todas as coisas”. 26Jesus disse: “Esse Messias sou eu, que estou falando com você”. O ER visa a busca do significado mais profundo da existência, ao mesmo tempo em que se constrói o conhecimento a ser transformado em saber escolar. E ainda concorre para discernir o que fazer com esse saber.
  • 36. 11 27Nesse momento, os discípulos de Jesus chegaram. E ficaram admirados de ver Jesus falando com uma mulher, mas ninguém perguntou o que ele queria, ou por que ele estava conversando com a mulher. 28Então a mulher deixou o balde e foi para a cidade (...). O Projeto Educativo, com sua proposta pedagógica, será o marco orientador de todo o itinerário. Tendo em vista um novo tipo de ser humano e de sociedade que se quer formar, não perde de vista o protagonismo de todos os envolvidos no processo, de forma participativa.
  • 37. 28(...) e disse para as pessoas: 29“Venham ver um homem que me 12 disse tudo o que eu fiz. 30Será que ele não é o Messias?” O pessoal saiu da cidade e foi ao encontro de Jesus. Ao encontrar o que satisfaz sua sede de infinito, o educando sensibilizado, é capaz de perceber o significado mais profundo da existência. Não se chega à busca do Transcendente, sem a experiência do próprio ser na condição transcendente e imanente, pois o ser humano é portador de potencialidades que se desenvolvem harmonicamente.
  • 38. 13 37(...) Na verdade, é como diz o provérbio: “Um semeia e outro colhe”. 38Eu enviei vocês para colher aquilo que vocês não trabalharam. Outros trabalharam, e vocês entraram no trabalho deles. 39Muitos samaritanos dessa cidade acreditaram em Jesus por causa do testemunho que a mulher tinha dado. O método é em suma um caminho que se percorre para se chegar até onde queremos. Seu veículo principal é o processo interativo das partes que mantêm a marcha da condução.
  • 39. 1. A linguagem é princípio e, ao mesmo tempo, critério para a metodologia do ensino religioso em ambiente escolar. 2. Duas faces de uma mesma moeda estarão presentes em todo o processo do ensino religioso como área de conhecimento, instrumento pedagógico eficaz que não perdeu a sua condição de disciplina, porque tem a ver com a matéria que lhe deu origem.
  • 40. 3. De um lado, as predisposições naturais inatas do ser humano para a experiência do religioso. “Dimensão natural que envolve todo o ser, mas precisamente por isto ela deve ser de modo correto educada, desenvolvida”. ( João Paulo II, in L’Osservatore Romano, 06/06/1986, p. 04)
  • 41. 4. Do outro lado, estão os determinantes culturais, as aprendizagens, as habilidades metodológicas, as diferentes formas e expressões de convivência com o sagrado, nos mais diversificados grupos ou ambientes onde o ser humano está inserido! Não há neutralidade em educação. O texto no contexto pressupõe um pretexto, que desperta o interesse do sujeito para a busca de algo mais, seja dentro ou fora do grupo religioso.
  • 42. 5. A linguagem é, portanto, o principal recurso pedagógico do ER. Todo assunto será motivo, sinal provocativo e/ou conteúdo de ER, porque tem a ver com as necessidades e interesses dos educandos. É instrumento “sine qua non” no processo ensino / aprendizagem. 6. Sem ela não é possível desvelar e apropriar-se do conhecimento na sua especificidade e singularidade sem perda da afinidade com a matéria que lhe dá origem e permite o diálogo do ER com outras áreas de conhecimento.
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  • 44. É proposta impregnada de inúmeros aspectos da prática pedagógica de Jesus Mestre e seus seguidores:  predispõe educadores e educandos para a participação;  incentiva a responsabilidade;  promove a autonomia;
  • 45.  exercita o respeito mútuo;  facilita o ensino e a aprendizagem;  constrói o conhecimento de forma interativa  concorre para o desenvolvimento das potencialidades do(a), educando(a), enquanto ser pessoal e social.
  • 46. É oportunidade para desafiar a educandos e educadores a confrontarem suas aspirações com os eventuais conflitos, a superar obstáculos; e a manter o entusiasmo em função de um bem comum, como pessoas conscientes de seu papel no grupo e no mundo.  É um dos caminhos mais adequados para a aquisição de conhecimento e sua aplicação a curto, médio e longo prazo.
  • 47. Em se tratando de discípulos que, de repente, assumem o papel de continuadores da missão do Mestre, educadoras e educadores brasileiros nos legaram ricas experiências e fundamentos nesta perspectiva, como as de Paulo Freire, declarado Patrono da Educação Brasileira. Convém conferir, através da retomada de alguns de suas pensamentos.
  • 48. DE QUE DISCÍPULO ESTAMOS FALANDO?  Ser pessoal, enquanto personalidade única, mas aberto aos demais: ser de relações.  O Ser do DEVER /SER nas dimensões mais profundas da existência.  SER AQUI, um SER-AÍ, LÁ, com perspectivas, do VIR-A-SER : ser imanente/transcendente, em processo de aperfeiçoamento.  SER-PROJETO, impulsionado pelo desejo do sempre mais, em comunhão com o Mestre...
  • 49. Reflexão/Ação ec-sistência EXISTÊNCIA HUMANA possibilidade SER AQUI, SER AÍ, LÁ... (“DASEIN”) Com – vive = dialética da reciprocidade. RAZÕES DE SER E ESTAR AÍ. O Projeto de Vida Original dá origem a inúmeros outros projetos sob a ótica social, política, pedagógica, cultural e outras mais.
  • 50. CONSEQUÊNCIAS PARA O ENSINO RELIGIOSO Todos os conteúdos ganham significado e são propícios ao ER, assim como o ER perpassa todos eles, em momentos oportunos e com linguagem adequada.
  • 51. Portanto, as ações pedagógicas não são fins, mas meios para se conseguir o alvo: o ser humano em processo de crescimento continuado, na busca de maturidade, realização pessoal e social, em um mundo concreto, onde será agente de transformação, utilizando-se de habilidades e competências no desempenho da missão.
  • 52. QUESTÕES No ano em que Paulo Freire é consagrado com o título de Patrono da Educação Brasileira, que iniciativas podem ser tomadas pelos Educadores e Educadoras, no sentindo da realização de uma reflexão mais profunda de sua prática, para descobrir aspectos da filosofia da educação condizentes com a proposta de Jesus Mestre? De que modo o ER poderia contribuir para a concretização desta prática no ambiente escolar?