SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  57
EDUARDO HENRIQUE COSTA TIBALI
R3 NEFROLOGIA
Intoxicações exógenas
Universidade Federal de São Paulo
Escola Paulista de Medicina
Introdução
Sem dados nacionais confiáveis...
Nos Estados Unidos (2004)
 2-3 milhões de intoxicações agudas por ano
 5-10% dos atendimentos de emergência
 Mais de 5% das internações em UTI (adultos)
 Aproximadamente 5% dos casos com internação hospitalar
Introdução
Algumas estatísticas
 95% dos episódios cursam com pequenas consequências ou
nenhuma.
 92% dos casos são por ingestão aguda, e não crônica.
 92% dos casos ocorrem por substância única.
 85% dos casos ocorrem de modo não intencional.
 59% dos casos ocorrem em indivíduos de 20 a 49 anos.
 52% dos casos ocorrem em crianças menores de 6 anos.
 47% dos casos envolvem farmacêuticos.
Abordagem inicial
Anamnese dirigida
Sinais vitais
Nível de consciência
Tamanho da pupila
Oximetria de pulso
Monitorização cardíaca contínua
Eletrocardiograma
Acesso periférico calibroso
Glicemia capilar
Suporte de oxigênio (inclui IOT)
Abordagem inicial
Exames complementares
 Maioria: não necessita!
 Hemograma
 Glicemia
 Eletrólitos
 Gasometria arterial
 Urina
 Screening toxicológico
 Qualitativo
 Quantitativo
Abordagem inicial
Terapêutica inicial
Princípios gerais na intoxicação aguda
 Reconhecer uma intoxicação
 Identificação do tóxico
 Avaliar o risco da intoxicação
 Avaliação da gravidade e estabilização clínica
 Diminuir a absorção do tóxico
 Aumentar a eliminação do tóxico
 Prevenir re-exposição: CHAMA A PQ!!!
Antídotos
Caso 1
DJ, 23 anos, deu entrada na sala de emergência do HSP
com queixas de “grande batedeira no peito”, muita
sudorese, dor no peito opressiva e náuseas há 6 horas, além
de discreta cefaleia holocraniana. Ela se mostrava ansiosa e
tinha grande agitação. Referia consumo habitual de
determinada substância (4x por semana) e, há 7 horas,
usou o dobro da dose habitual devido a problema
doméstico.
Ao exame: PA=190x100 mmHg, FC=112 bpm, FR=26 irpm,
SatO2=96% e pulsos simétricos. Pupila midriática.
Apresentava marcas de agulhas na fossa antecubital
esquerda. O restante do exame físico era normal.
Caso 1
Síndrome simpatomimética
(hiperadrenérgica)
Síndrome simpatomimética
Agentes simpatomiméticos
 Anfetaminas
 Efedrina
 Cocaína e análogos (crack...)
 Hormônio tireoideano
 Inibidores da MAO
 Derivados da ergotamina
Síndrome simpatomimética
Cocaína
 Inalatória ou intravenosa
 Euforia em 3 a 5 minutos
 Resposta cardiovascular: aproximadamente 10 minutos.
 Usuários crônicos toleram até 10 g/dia sem reações tóxicas.
 Casos graves
 Convulsões
 Arritmias
 Coma
 Emergências cardiovasculares: AVC, IAM...
Síndrome simpatomimética
Eletrocardiograma
 Taquiarritmias
 TV
 Supra ou infra de segmento ST (SCA)
 BRE
 Alterações de repolarização
Síndrome simpatomimética
Exame toxicológico de urina
Se sintomas neurológicos persistentes
 TC de crânio
Radiografia de tórax
CEATOX
0800-014-8110
CEATOX
0800-014-8110
Síndrome simpatomimética
Tratamento
 Boa hidratação e suporte cardiovascular
 Não usar anti-hipertensivos de longa ação!
 Não usar beta-bloqueadores (piora da vasoconstrição)
 Benzodiazepínicos
 Ansiedade e agitação
 Convulsões
 SCA e emergências hipertensivas
 Nitroglicerina/nitroprussiato
Caso 2
TJ, 42 anos, deu entrada na sala de emergência do HSP com relato
dos familiares de confusão, agitação, boca seca e “batedeira no
peito” há 3 horas, após ingesta excessiva de determinado
medicamento. Sabe-se que o paciente tem histórico de depressão
com acompanhamento irregular no psiquiatra da UBS.
- Ao exame: PA=170x100 mmHg, FC=98 bpm, FR=22 irpm,
SatO2=97%, T=38 ºC e pulsos simétricos.
Ausência de RHA, bexigoma, pele seca e avermelhada e pupila
dilatada com pouca resposta à luz.
- Exames laboratoriais:
-CPK=19.800
-Tigrina > 106
UT
Caso 2
Síndrome anticolinérgica
Síndrome anticolinérgica
Possíveis tóxicos
 Anti-histamínicos H1
 Atropina, hioscina, escopolamina e ipratrópio.
 Antiparkinsonianos: biperideno e benztropina.
 Relaxantes musculares: orfenadrina, ciclobenzaprina e
isomepteno
 Neurolépticos: clozapina, olanzapina e fenotiazinas.
 Antidepressivos tricíclicos.
Síndrome anticolinérgica
Tratamento
 Lavagem gástrica na primeira hora da ingestão
 Carvão ativado após a lavagem
 Benzodiazepínicos (agitação)
 Antídoto
 Fisostigmina: 1-2 mg EV durante 2-5 minutos (a dose pode ser
repetida).
 Não deve ser usada para convulsões ou coma.
 Contraindicada se distúrbios de condução cardíaca.
Parêntesis...
Lavagem gástrica
 SOG de grosso calibre aberta e paciente em DLE com a cabeça
em nível inferior ao corpo
 Pequenos volumes de SF (100-250 mL)
 A eficácia depende do tempo
 90% de recuperação do material ingerido se realizada até 5
minutos após a ingestão
 45% se até 10 minutos
 Após 60 minutos: difícil indicar lavagem gástrica...
Parêntesis... Parte 2
Carvão ativado
 Reduz a absorção sistêmica de diversas substâncias
 Dose: 1 g/kg de peso.
 Diluição: 8 mL de solução para cada grama de carvão.
 SF, água ou catárticos (manitol ou sorbitol).
 Também depende do tempo...
 Reduz a absorção em 73% nos primeiros 5 minutos
 Reduz 69% em até 30 minutos
 Reduz 34% em até 60 minutos
 Ineficaz após 2 horas
Parêntesis... Parte 2
Carvão ativado
 Geralmente dose única
 Diagnóstico diferencial com melena...
 Contraindicações
 RNC (intuba primeiro!!!)
 Ingestão de ácidos ou bases
 Ingestão de hidrocarbonetos
 Risco de hemorragia ou perfuração do TGI
 Substâncias não absorvidas
 Álcool, metanol e etilenoglicol.
 Cianeto, ferro, lítio e flúor.
Síndrome anticolinérgica
Antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos
 Em população com alta chance de suicídio
 Tricíclicos: amitriptilina, imipramina, clomipramina e
nortriptilina.
 Tetracíclicos: bupropiona, maprotilina e mirtazapina.
 Picos séricos após 2-6 horas e altíssima ligação protéica (>95%)
 Complicações graves: hipotensão e arritmias
 Prolongamento do QRS
 Onda R em aVR > 3 mm
 Onda R em aVR > onda S
 Óbito tardio: complicações pulmonares e de múltiplos órgãos.
Síndrome anticolinérgica
Antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos
 Tratamento
 O que já foi falado...
 Diálise não é efetiva!
 Distúrbios de condução e arritmias
 Sódio
 Alcalinização sérica (pH ideal de 7,55)
 Evitar a fisostigmina
 Convulsões: benzodiazepínicos.
 Sem resposta: curare + coma barbitúrico + monitorização
eletroencefálica.
Síndrome anticolinérgica
Neurolépticos
 Quadro clínico específico
 Distonia, acatisia e parkinsonismo.
 Depressão respiratória e do SNC.
 Efeitos anticolinérgicos.
 Síndrome neuroléptica maligna.
 Diazepam, bromocriptina, L-DOPA...
Caso 3
- TC, 25 anos, dá entrada no PS da Clínica Médica com
queixa de maior agitação, náuseas, vômitos, diarreia leve,
tremores e febre (38 ºC) há 15 dias. Há 1 semana com
grande volume urinário e maior fadiga, além de episódios
de dificuldade para a leitura (nistagmo). Há 2 dias com
dificuldade para deambular. Relata fazer acompanhamento
psiquiátrico por transtorno bipolar há 2 anos, sem
mudança na dosagem do medicamento.
- Laboratório: leucocitose e hiperglicemia.
- Eletrocardiograma: taquicardia sinusal.
Caso 3
Intoxicação por lítio
Intoxicação por lítio
Tratamento
 Lavagem gástrica na primeira hora
 Não adianta carvão ativado...
 Tratamento de suporte
 Importantíssimo: aumentar a excreção renal!
 Hemodiálise (litemia > 8 mmol/L); mais precoce se IRA.
 Hidratação venosa
 Alcalinização da urina
Parêntesis... Parte 3
A hemodiálise na intoxicação aguda
 Para substâncias com as seguintes características
 Baixo peso molecular (< 500 daltons)
 Pequeno volume de distribuição (<1 L/kg)
 Baixo grau de ligação às proteínas
 Alta solubilidade em água
 Alto clearance na diálise em comparação ao corpóreo
Parêntesis... Parte 3
Hemodiálise Hemoperfusão
Barbitúricos Ácido valproico
Bromo Barbitúricos
Etanol Carbamazepina
Etilenoglicol Cloranfenicol
Hidrato de cloral Disopiramida
Lítio Fenitoína
Metais pesados Meprobamato
Metanol Paraquat
Procainamida Procainamida
Salicilatos Teofilina
Teofilina
Parêntesis... Parte 4
Alcalinização da urina
 Manter o pH urinário maior que 7,5
 SG 5% 850 mL + NaHCO3 8,4% 150 mL
 1 L a cada 6-8 horas e monitorizar o pH urinário
 Aumento da excreção de
 Fenobarbital
 Salicilatos
 Clorpropramida
 Flúor
 Metotrexate
 Sulfonamidas
 Lítio
Regra geral (lúmen tubular)
Caso 4
S.N.V., 17 anos, deu entrada na sala de emergência do
HSP com história de ingestão de diversos comprimidos
de sua mãe, que tem epilepsia, há 4 horas.
Apresentava-se sonolenta e bradipsíquica com pouca
resposta aos chamados.
Ao exame: PA=70x40 mmHg, FC=66 bpm, FR=11
irpm e SatO2=92%. Glasgow=7. Ausculta pulmonar
com estertores crepitantes difusos em ambos os
hemitórax.
Evolução: necessitou de IOT+VM, passagem de acesso
venoso central e início de DVA + expansão volêmica.
Caso 4
Intoxicação por anticonvulsivantes
Anticonvulsivantes
Tratamento
 Carvão ativado (pode ser usado em múltiplas doses)
 Medidas de suporte
 Convulsões: interrupção do agente e emprego de
benzodiazepínicos
 Apesar de serem ANTIconvulsivantes, se usados em doses
extremas podem induzir convulsões.
 Diálise!
 Fenobarbital, ácido valproico e carbamazepina.
Anticonvulsivantes
Carbamazepina
 Se distúrbios do ritmo: bicarbonato de sódio.
 Pode responder à fisostigmina.
Fenobarbital
 Ácido fraco
 Alcalinização da urina
 Único barbiturato que pode ser dialisado
Caso 5
- BR, 35 anos, capiau, deu entrada no “PS” da grande
metrópole do interior de São Paulo (Dumont) com
história de falta de ar, sudorese, visão borrada, cefaleia
holocraniana, sensação de “batedeira no peito” e
fraqueza há 2 horas. Refere ter invadido a horta do
vizinho para roubar tomates.
- Ao exame: PA=160x90 mmHg, FC=110 bpm, FR=25
irpm, T=37 ºC e SatO2=95%. Pupilas mióticas e sibilos
na ausculta pulmonar.
Caso 5
Síndrome colinérgica
Síndrome colinérgica
Inseticidas organofosforados
 Inibição irreversível da acetilcolinesterase
 Malathion, parathion e gás sarin.
 Extensa distribuição no organismo e lento metabolismo
hepático
 Efeitos podem durar semanas a meses
Inseticidas carbamatos
 Inibição reversível da acetilcolinesterase
 Veneno para rato
 Metabolização pelo fígado e soro em 12-24 horas
 Ação mais curta que a dos organofosforados (raramente
ultrapassam 48 horas)
Síndrome colinérgica
Tratamento
 Retirar as roupas do paciente e exaustiva lavagem
 Intoxicação oral: lavagem gástrica na primeira hora seguida de
carvão ativado
 Tratamento de suporte
 Antídotos
 Atropina: 2 mg-EV para casos leves a moderados e 2-5 mg-EV
para os casos mais graves. Repetir a cada 5-15 minutos.
 Pralidoxima
 Regenera a acetilcolinesterase
 Dose: 1-2 g em 250 mL de SF em infusão lenta (30 minutos).
Pode ser mantida a cada 6 horas ou em BIC (500 mg/hora).
Caso 6
TM, 55 anos, foi encontrado pelos familiares extremamente
sonolento e confuso, sendo por isso trazido ao PS do HSP em
certa madrugada. Em seu bolso havia duas cartelas vazias de
***, que Mongol usava para tratamento de depressão. Sabe-se
que ele tinha ideias recorrentes de morte e que já houve um
episódio prévio de tentativa de suicídio com ingestão
excessiva de medicamentos. Logo que chegou foi levado à sala
de emergência.
Ao exame: PA=90x60 mmHg, FC=70 bpm, FR=7 irpm, T=34
ºC e pulsos finos. Glasgow=6. Hálito etílico.
Necessitou de IOT e, em seguida, transferido para a reta
grave.
Caso 6
Intoxicação por benzodiazepínicos
Intoxicação por benzodiazepínicos
Quanto à duração
 Longa: dizepam, flurazepam e clonazepam.
 Curta: lorazepam, flunitrazepam e alprazolam.
 Ultracurta: midazolam.
Quadro clínico
 Depressão respiratória
 Hipotensão
 Hipotermia
 Coma
 Danger: associação de depressores do SNC
 Álcool, antidepressivos, barbitúricos e opioides.
Intoxicação por benzodiazepínicos
Tratamento
 Suporte clínico
 Lavagem gástrica na primeira hora seguida de carvão ativado
 Atenção: intuba primeiro se necessário!
 Antídoto: flumazenil!
 Dose: 0,1 mg em 1 minuto com diversas repetições até o efeito
desejado.
 Dose máxima: 3 mg.
 Efeito esperado: adequado reflexo de deglutição (não é deixar o
paciente acordado).
 Pode causar síndrome de abstinência e convulsões (“crônicos”)
Intoxicação por benzodiazepínicos
Contraindicações
 Ausência de RNC
 História de convulsões ou de uso de anticonvulsivantes
 Uso concomitante de antidepressivos tricíclicos
 Prolongamento do intervalo QRS
 Curiosidade diagnóstica
Caso 7
- DF, 60 anos, é portadora de mieloma múltiplo e, por isso,
necessita de diversos medicamentos para controle de dor
óssea. Em determinado sábado (madrugada), por dor
refratária, usou uma dose 4x maior que a usual do “remédio
mais forte” e evoluiu com sonolência, irritabilidade e
ansiedade após aproximadamente 30 minutos. Depois,
começou a apresentar náuseas e vermelhidão na face, tórax e
membros com prurido associado. Assim, foi levado ao PS do
HSP, sendo atendida na sala de emêrgência.
- Ao exame: PA=90x50 mmHg, FC= 92 bpm, FR=8 bpm,
T=35.5 ºC e pulsos finos. Desorientação espaço-temporal e
miose marcante.
Caso 7
Intoxicação por opioides
Intoxicação por opioides
Representantes
 Morfina
 Codeína
 Meperidina
 Fentanil
 Alfentanil
 Sufentanil
 Heroína
- Destilação da morfina
- 2-5x a potência analgésica
- Overdose: edema pulmonar
em até 67% dos casos.
Intoxicação por opioides
Intoxicação por opioides
Tratamento
 Suporte clínico
 Lavagem gástrica na primeira hora seguida de carvão ativado
 O carvão pode ser usado mais tardiamente
 Aquecimento ativo ou passivo
 Reposição volêmica
 Danger: EAP!
 RNC + hipoventilação + bradipneia (tríado do mal)
 Antídoto: NALOXONE!
 Dose: 1-4 mg EV, IM ou intratraqueal.
 Repetições a cada 20-60 minutos.
Caso 8
- M.P.D., 28 anos, feminino, tem antecedentes de
hipertireoidismo e de intoxicação por fenoterol durante a
infância (administrado por menor não treinado) e, desde
então, permanece impregnada com a substância. Em sua
última agudização, caracterizada por taquilalia e dispneia,
confundiu-se e trocou seus 13 comprimidos diários de
tapazol pelos de marevan, utilizados por um familiar.
Evoluiu com hematúria e, por isso, procurou o PS do HSP.
- Exame físico: hematúria. Sem outras alterações.
-Exames laboratoriais: RNI=6; TSH=0,00001.
-Evolução: intubada pela dispneia pós taquilalia.
Caso 8
Intoxicação por cumarínicos
Intoxicação por cumarínicos - Tratamento
RNI < 5.0 e ausência de sangramento (ou
leve)
 Reduzir a dose de varfarina ou
 “Pular” 1 dose e reiniciar a varfarina em dose menor quando o
RNI estiverna faixa terapêutica ou
 Não reduzir a dose da varfarina se o RNI estiver levemente
alterado.
Intoxicação por cumarínicos - Tratamento
RNI entre 5.0 e 9.0 sem sangramento (ou
leve)
 “Pular” 1 ou 2 doses, monitorizar o RNI de 6/6 horas e
reiniciar a varfarina em dose menor quando o RNI atingir a
faixa terapêutica ou
 “Pular” 1 dose e administrar 1-2,5 mg de vitamina K1 oral.
Intoxicação por cumarínicos - Tratamento
RNI > 9.0 sem sangramento (ou leve)
 Suspender a varfarina e administrar 2,5-5 mg de vitamina K1
oral.
 Solicitar RNI de 6/6 horas.
 Administrar mais vitamina K1 se necessário.
 Reduzir a dose da varfarina quando o RNI atingir a faixa
terapêutica.
Qualquer RNI com sangramento importante
 Suspender a varfarina
 Administrar vitamina K1 10 mg-EV em infusão lenta
 Administrar plasma fresco congelado ou concentrado de
complexo protrombínico
 Solicitar RNI de 6/6 horas
 Repetir as doses se necessário
Intoxicação por cumarínicos - Tratamento
Intoxicações exógenas   aula

Contenu connexe

Tendances

14ª aula intoxicações exogenas Silvio
14ª aula   intoxicações exogenas Silvio14ª aula   intoxicações exogenas Silvio
14ª aula intoxicações exogenas SilvioProf Silvio Rosa
 
Aula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
Aula - Farmacologia básica - FarmacodinâmicaAula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
Aula - Farmacologia básica - FarmacodinâmicaMauro Cunha Xavier Pinto
 
Anti-hipertensivos
Anti-hipertensivosAnti-hipertensivos
Anti-hipertensivosresenfe2013
 
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de ParkinsonAula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de ParkinsonMauro Cunha Xavier Pinto
 
Assistência ao Paciente Grande Queimado
Assistência ao Paciente Grande QueimadoAssistência ao Paciente Grande Queimado
Assistência ao Paciente Grande QueimadoJanaína Lassala
 
Exame físico do Tórax
Exame físico do TóraxExame físico do Tórax
Exame físico do Tóraxpauloalambert
 
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacosAula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacosMauro Cunha Xavier Pinto
 
Choque
ChoqueChoque
Choquedapab
 
Hipotireoidismo e Hipertireoidismo
Hipotireoidismo e HipertireoidismoHipotireoidismo e Hipertireoidismo
Hipotireoidismo e HipertireoidismoTaillany Caroline
 
Sedação e Analgesia
Sedação e AnalgesiaSedação e Analgesia
Sedação e AnalgesiaRenato Bach
 

Tendances (20)

14ª aula intoxicações exogenas Silvio
14ª aula   intoxicações exogenas Silvio14ª aula   intoxicações exogenas Silvio
14ª aula intoxicações exogenas Silvio
 
Aula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
Aula - Farmacologia básica - FarmacodinâmicaAula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
Aula - Farmacologia básica - Farmacodinâmica
 
Neurointensivismo
NeurointensivismoNeurointensivismo
Neurointensivismo
 
Farmacodinâmica
FarmacodinâmicaFarmacodinâmica
Farmacodinâmica
 
Antiarritmicos (1)
Antiarritmicos (1)Antiarritmicos (1)
Antiarritmicos (1)
 
Anti-hipertensivos
Anti-hipertensivosAnti-hipertensivos
Anti-hipertensivos
 
Aula - SNC - Antidepressivos
Aula - SNC - AntidepressivosAula - SNC - Antidepressivos
Aula - SNC - Antidepressivos
 
Queimaduras
QueimadurasQueimaduras
Queimaduras
 
Aula - SNC - Antipsicóticos
Aula -  SNC - AntipsicóticosAula -  SNC - Antipsicóticos
Aula - SNC - Antipsicóticos
 
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de ParkinsonAula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
 
Choque
Choque   Choque
Choque
 
Assistência ao Paciente Grande Queimado
Assistência ao Paciente Grande QueimadoAssistência ao Paciente Grande Queimado
Assistência ao Paciente Grande Queimado
 
Aula residência ave avc
Aula residência ave avcAula residência ave avc
Aula residência ave avc
 
Exame físico do Tórax
Exame físico do TóraxExame físico do Tórax
Exame físico do Tórax
 
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacosAula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
 
Farmacologia das drogas do snc
Farmacologia das drogas do sncFarmacologia das drogas do snc
Farmacologia das drogas do snc
 
Aula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
Aula - SNC - Ansiolíticos e HipnóticosAula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
Aula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
 
Choque
ChoqueChoque
Choque
 
Hipotireoidismo e Hipertireoidismo
Hipotireoidismo e HipertireoidismoHipotireoidismo e Hipertireoidismo
Hipotireoidismo e Hipertireoidismo
 
Sedação e Analgesia
Sedação e AnalgesiaSedação e Analgesia
Sedação e Analgesia
 

En vedette (9)

Agrotóxico
AgrotóxicoAgrotóxico
Agrotóxico
 
Agrotóxicos
AgrotóxicosAgrotóxicos
Agrotóxicos
 
Agrotoxicos nrfacil
Agrotoxicos nrfacilAgrotoxicos nrfacil
Agrotoxicos nrfacil
 
Agrotoxicos
AgrotoxicosAgrotoxicos
Agrotoxicos
 
Agrotoxicos
AgrotoxicosAgrotoxicos
Agrotoxicos
 
Envenenamento e Intoxicações
Envenenamento e IntoxicaçõesEnvenenamento e Intoxicações
Envenenamento e Intoxicações
 
Intoxicação Exógena por Carbamatos
Intoxicação Exógena por CarbamatosIntoxicação Exógena por Carbamatos
Intoxicação Exógena por Carbamatos
 
Aula sobre Hemorragias
Aula sobre HemorragiasAula sobre Hemorragias
Aula sobre Hemorragias
 
Agrotoxicos slide
Agrotoxicos slideAgrotoxicos slide
Agrotoxicos slide
 

Similaire à Intoxicações exógenas aula

Similaire à Intoxicações exógenas aula (20)

Sessao clinica 2
Sessao clinica 2Sessao clinica 2
Sessao clinica 2
 
Etilismo Crônico
Etilismo CrônicoEtilismo Crônico
Etilismo Crônico
 
Síndrome nefrotica
Síndrome nefroticaSíndrome nefrotica
Síndrome nefrotica
 
Hipertensão na gestação
Hipertensão na gestaçãoHipertensão na gestação
Hipertensão na gestação
 
Caso Clínico: Fibrose Pulmonar Idiopática
Caso Clínico: Fibrose Pulmonar IdiopáticaCaso Clínico: Fibrose Pulmonar Idiopática
Caso Clínico: Fibrose Pulmonar Idiopática
 
Caso Clínico Veterinário: Epilepsia Canina
Caso Clínico Veterinário: Epilepsia CaninaCaso Clínico Veterinário: Epilepsia Canina
Caso Clínico Veterinário: Epilepsia Canina
 
Asma brônquica
Asma brônquica Asma brônquica
Asma brônquica
 
Asma
AsmaAsma
Asma
 
Atendimento inicial das intoxicações + Questões de residência
Atendimento inicial das intoxicações + Questões de residênciaAtendimento inicial das intoxicações + Questões de residência
Atendimento inicial das intoxicações + Questões de residência
 
Sepse
SepseSepse
Sepse
 
Febre reumática (davyson sampaio braga)
Febre reumática (davyson sampaio braga)Febre reumática (davyson sampaio braga)
Febre reumática (davyson sampaio braga)
 
Tosse 1
Tosse 1 Tosse 1
Tosse 1
 
Variantes das doenças por lesões mínimas
Variantes das doenças por lesões mínimasVariantes das doenças por lesões mínimas
Variantes das doenças por lesões mínimas
 
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaquecaAnticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
Anticonvulsivantes na profilaxia de enxaqueca
 
Uno cc febril
Uno   cc febrilUno   cc febril
Uno cc febril
 
ASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
ASMA - Aula residência Pediatria Santa CasaASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
ASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
 
Fast Hug
Fast HugFast Hug
Fast Hug
 
Em Tempos De Dengue II
Em Tempos De Dengue IIEm Tempos De Dengue II
Em Tempos De Dengue II
 
Em Tempos De Dengue
Em Tempos De DengueEm Tempos De Dengue
Em Tempos De Dengue
 
HAS
HASHAS
HAS
 

Plus de Eduardo Tibali

Metformin and other antidiabetic agents in renal failure
Metformin and other antidiabetic agents in renal failureMetformin and other antidiabetic agents in renal failure
Metformin and other antidiabetic agents in renal failureEduardo Tibali
 
Doença renal crônica e gestação
Doença renal crônica e gestaçãoDoença renal crônica e gestação
Doença renal crônica e gestaçãoEduardo Tibali
 
Ofidismo e insuficiência renal aguda (acidente ofídico)
Ofidismo e insuficiência renal aguda (acidente ofídico)Ofidismo e insuficiência renal aguda (acidente ofídico)
Ofidismo e insuficiência renal aguda (acidente ofídico)Eduardo Tibali
 
Inibidores do sglt 2 (hipoglicemiantes orais)
Inibidores do sglt 2 (hipoglicemiantes orais)Inibidores do sglt 2 (hipoglicemiantes orais)
Inibidores do sglt 2 (hipoglicemiantes orais)Eduardo Tibali
 
Hipoglicemiantes orais em monoterapia mortalidade
Hipoglicemiantes orais em monoterapia   mortalidadeHipoglicemiantes orais em monoterapia   mortalidade
Hipoglicemiantes orais em monoterapia mortalidadeEduardo Tibali
 
Hipertensão refratária
Hipertensão refratáriaHipertensão refratária
Hipertensão refratáriaEduardo Tibali
 
Nutrição enteral e parenteral no doente crítico
Nutrição enteral e parenteral no doente críticoNutrição enteral e parenteral no doente crítico
Nutrição enteral e parenteral no doente críticoEduardo Tibali
 
Infecção do trato urinário em uti
Infecção do trato urinário em utiInfecção do trato urinário em uti
Infecção do trato urinário em utiEduardo Tibali
 

Plus de Eduardo Tibali (11)

Metformin and other antidiabetic agents in renal failure
Metformin and other antidiabetic agents in renal failureMetformin and other antidiabetic agents in renal failure
Metformin and other antidiabetic agents in renal failure
 
Doença renal crônica e gestação
Doença renal crônica e gestaçãoDoença renal crônica e gestação
Doença renal crônica e gestação
 
Ofidismo e insuficiência renal aguda (acidente ofídico)
Ofidismo e insuficiência renal aguda (acidente ofídico)Ofidismo e insuficiência renal aguda (acidente ofídico)
Ofidismo e insuficiência renal aguda (acidente ofídico)
 
Nefropatia por IgA
Nefropatia por IgANefropatia por IgA
Nefropatia por IgA
 
Inibidores do sglt 2 (hipoglicemiantes orais)
Inibidores do sglt 2 (hipoglicemiantes orais)Inibidores do sglt 2 (hipoglicemiantes orais)
Inibidores do sglt 2 (hipoglicemiantes orais)
 
Hipoglicemiantes orais em monoterapia mortalidade
Hipoglicemiantes orais em monoterapia   mortalidadeHipoglicemiantes orais em monoterapia   mortalidade
Hipoglicemiantes orais em monoterapia mortalidade
 
Suicídio
SuicídioSuicídio
Suicídio
 
Hipertensão refratária
Hipertensão refratáriaHipertensão refratária
Hipertensão refratária
 
Hepatite c
Hepatite cHepatite c
Hepatite c
 
Nutrição enteral e parenteral no doente crítico
Nutrição enteral e parenteral no doente críticoNutrição enteral e parenteral no doente crítico
Nutrição enteral e parenteral no doente crítico
 
Infecção do trato urinário em uti
Infecção do trato urinário em utiInfecção do trato urinário em uti
Infecção do trato urinário em uti
 

Dernier

700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdfMichele Carvalho
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfMedTechBiz
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivProfessorThialesDias
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 

Dernier (11)

700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 

Intoxicações exógenas aula

  • 1. EDUARDO HENRIQUE COSTA TIBALI R3 NEFROLOGIA Intoxicações exógenas Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina
  • 2. Introdução Sem dados nacionais confiáveis... Nos Estados Unidos (2004)  2-3 milhões de intoxicações agudas por ano  5-10% dos atendimentos de emergência  Mais de 5% das internações em UTI (adultos)  Aproximadamente 5% dos casos com internação hospitalar
  • 3. Introdução Algumas estatísticas  95% dos episódios cursam com pequenas consequências ou nenhuma.  92% dos casos são por ingestão aguda, e não crônica.  92% dos casos ocorrem por substância única.  85% dos casos ocorrem de modo não intencional.  59% dos casos ocorrem em indivíduos de 20 a 49 anos.  52% dos casos ocorrem em crianças menores de 6 anos.  47% dos casos envolvem farmacêuticos.
  • 4. Abordagem inicial Anamnese dirigida Sinais vitais Nível de consciência Tamanho da pupila Oximetria de pulso Monitorização cardíaca contínua Eletrocardiograma Acesso periférico calibroso Glicemia capilar Suporte de oxigênio (inclui IOT)
  • 5.
  • 6. Abordagem inicial Exames complementares  Maioria: não necessita!  Hemograma  Glicemia  Eletrólitos  Gasometria arterial  Urina  Screening toxicológico  Qualitativo  Quantitativo
  • 8. Terapêutica inicial Princípios gerais na intoxicação aguda  Reconhecer uma intoxicação  Identificação do tóxico  Avaliar o risco da intoxicação  Avaliação da gravidade e estabilização clínica  Diminuir a absorção do tóxico  Aumentar a eliminação do tóxico  Prevenir re-exposição: CHAMA A PQ!!!
  • 10. Caso 1 DJ, 23 anos, deu entrada na sala de emergência do HSP com queixas de “grande batedeira no peito”, muita sudorese, dor no peito opressiva e náuseas há 6 horas, além de discreta cefaleia holocraniana. Ela se mostrava ansiosa e tinha grande agitação. Referia consumo habitual de determinada substância (4x por semana) e, há 7 horas, usou o dobro da dose habitual devido a problema doméstico. Ao exame: PA=190x100 mmHg, FC=112 bpm, FR=26 irpm, SatO2=96% e pulsos simétricos. Pupila midriática. Apresentava marcas de agulhas na fossa antecubital esquerda. O restante do exame físico era normal.
  • 12. Síndrome simpatomimética Agentes simpatomiméticos  Anfetaminas  Efedrina  Cocaína e análogos (crack...)  Hormônio tireoideano  Inibidores da MAO  Derivados da ergotamina
  • 13. Síndrome simpatomimética Cocaína  Inalatória ou intravenosa  Euforia em 3 a 5 minutos  Resposta cardiovascular: aproximadamente 10 minutos.  Usuários crônicos toleram até 10 g/dia sem reações tóxicas.  Casos graves  Convulsões  Arritmias  Coma  Emergências cardiovasculares: AVC, IAM...
  • 14. Síndrome simpatomimética Eletrocardiograma  Taquiarritmias  TV  Supra ou infra de segmento ST (SCA)  BRE  Alterações de repolarização
  • 15. Síndrome simpatomimética Exame toxicológico de urina Se sintomas neurológicos persistentes  TC de crânio Radiografia de tórax CEATOX 0800-014-8110 CEATOX 0800-014-8110
  • 16. Síndrome simpatomimética Tratamento  Boa hidratação e suporte cardiovascular  Não usar anti-hipertensivos de longa ação!  Não usar beta-bloqueadores (piora da vasoconstrição)  Benzodiazepínicos  Ansiedade e agitação  Convulsões  SCA e emergências hipertensivas  Nitroglicerina/nitroprussiato
  • 17. Caso 2 TJ, 42 anos, deu entrada na sala de emergência do HSP com relato dos familiares de confusão, agitação, boca seca e “batedeira no peito” há 3 horas, após ingesta excessiva de determinado medicamento. Sabe-se que o paciente tem histórico de depressão com acompanhamento irregular no psiquiatra da UBS. - Ao exame: PA=170x100 mmHg, FC=98 bpm, FR=22 irpm, SatO2=97%, T=38 ºC e pulsos simétricos. Ausência de RHA, bexigoma, pele seca e avermelhada e pupila dilatada com pouca resposta à luz. - Exames laboratoriais: -CPK=19.800 -Tigrina > 106 UT
  • 19. Síndrome anticolinérgica Possíveis tóxicos  Anti-histamínicos H1  Atropina, hioscina, escopolamina e ipratrópio.  Antiparkinsonianos: biperideno e benztropina.  Relaxantes musculares: orfenadrina, ciclobenzaprina e isomepteno  Neurolépticos: clozapina, olanzapina e fenotiazinas.  Antidepressivos tricíclicos.
  • 20. Síndrome anticolinérgica Tratamento  Lavagem gástrica na primeira hora da ingestão  Carvão ativado após a lavagem  Benzodiazepínicos (agitação)  Antídoto  Fisostigmina: 1-2 mg EV durante 2-5 minutos (a dose pode ser repetida).  Não deve ser usada para convulsões ou coma.  Contraindicada se distúrbios de condução cardíaca.
  • 21. Parêntesis... Lavagem gástrica  SOG de grosso calibre aberta e paciente em DLE com a cabeça em nível inferior ao corpo  Pequenos volumes de SF (100-250 mL)  A eficácia depende do tempo  90% de recuperação do material ingerido se realizada até 5 minutos após a ingestão  45% se até 10 minutos  Após 60 minutos: difícil indicar lavagem gástrica...
  • 22. Parêntesis... Parte 2 Carvão ativado  Reduz a absorção sistêmica de diversas substâncias  Dose: 1 g/kg de peso.  Diluição: 8 mL de solução para cada grama de carvão.  SF, água ou catárticos (manitol ou sorbitol).  Também depende do tempo...  Reduz a absorção em 73% nos primeiros 5 minutos  Reduz 69% em até 30 minutos  Reduz 34% em até 60 minutos  Ineficaz após 2 horas
  • 23. Parêntesis... Parte 2 Carvão ativado  Geralmente dose única  Diagnóstico diferencial com melena...  Contraindicações  RNC (intuba primeiro!!!)  Ingestão de ácidos ou bases  Ingestão de hidrocarbonetos  Risco de hemorragia ou perfuração do TGI  Substâncias não absorvidas  Álcool, metanol e etilenoglicol.  Cianeto, ferro, lítio e flúor.
  • 24. Síndrome anticolinérgica Antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos  Em população com alta chance de suicídio  Tricíclicos: amitriptilina, imipramina, clomipramina e nortriptilina.  Tetracíclicos: bupropiona, maprotilina e mirtazapina.  Picos séricos após 2-6 horas e altíssima ligação protéica (>95%)  Complicações graves: hipotensão e arritmias  Prolongamento do QRS  Onda R em aVR > 3 mm  Onda R em aVR > onda S  Óbito tardio: complicações pulmonares e de múltiplos órgãos.
  • 25. Síndrome anticolinérgica Antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos  Tratamento  O que já foi falado...  Diálise não é efetiva!  Distúrbios de condução e arritmias  Sódio  Alcalinização sérica (pH ideal de 7,55)  Evitar a fisostigmina  Convulsões: benzodiazepínicos.  Sem resposta: curare + coma barbitúrico + monitorização eletroencefálica.
  • 26. Síndrome anticolinérgica Neurolépticos  Quadro clínico específico  Distonia, acatisia e parkinsonismo.  Depressão respiratória e do SNC.  Efeitos anticolinérgicos.  Síndrome neuroléptica maligna.  Diazepam, bromocriptina, L-DOPA...
  • 27. Caso 3 - TC, 25 anos, dá entrada no PS da Clínica Médica com queixa de maior agitação, náuseas, vômitos, diarreia leve, tremores e febre (38 ºC) há 15 dias. Há 1 semana com grande volume urinário e maior fadiga, além de episódios de dificuldade para a leitura (nistagmo). Há 2 dias com dificuldade para deambular. Relata fazer acompanhamento psiquiátrico por transtorno bipolar há 2 anos, sem mudança na dosagem do medicamento. - Laboratório: leucocitose e hiperglicemia. - Eletrocardiograma: taquicardia sinusal.
  • 29. Intoxicação por lítio Tratamento  Lavagem gástrica na primeira hora  Não adianta carvão ativado...  Tratamento de suporte  Importantíssimo: aumentar a excreção renal!  Hemodiálise (litemia > 8 mmol/L); mais precoce se IRA.  Hidratação venosa  Alcalinização da urina
  • 30. Parêntesis... Parte 3 A hemodiálise na intoxicação aguda  Para substâncias com as seguintes características  Baixo peso molecular (< 500 daltons)  Pequeno volume de distribuição (<1 L/kg)  Baixo grau de ligação às proteínas  Alta solubilidade em água  Alto clearance na diálise em comparação ao corpóreo
  • 31. Parêntesis... Parte 3 Hemodiálise Hemoperfusão Barbitúricos Ácido valproico Bromo Barbitúricos Etanol Carbamazepina Etilenoglicol Cloranfenicol Hidrato de cloral Disopiramida Lítio Fenitoína Metais pesados Meprobamato Metanol Paraquat Procainamida Procainamida Salicilatos Teofilina Teofilina
  • 32. Parêntesis... Parte 4 Alcalinização da urina  Manter o pH urinário maior que 7,5  SG 5% 850 mL + NaHCO3 8,4% 150 mL  1 L a cada 6-8 horas e monitorizar o pH urinário  Aumento da excreção de  Fenobarbital  Salicilatos  Clorpropramida  Flúor  Metotrexate  Sulfonamidas  Lítio Regra geral (lúmen tubular)
  • 33. Caso 4 S.N.V., 17 anos, deu entrada na sala de emergência do HSP com história de ingestão de diversos comprimidos de sua mãe, que tem epilepsia, há 4 horas. Apresentava-se sonolenta e bradipsíquica com pouca resposta aos chamados. Ao exame: PA=70x40 mmHg, FC=66 bpm, FR=11 irpm e SatO2=92%. Glasgow=7. Ausculta pulmonar com estertores crepitantes difusos em ambos os hemitórax. Evolução: necessitou de IOT+VM, passagem de acesso venoso central e início de DVA + expansão volêmica.
  • 34. Caso 4 Intoxicação por anticonvulsivantes
  • 35. Anticonvulsivantes Tratamento  Carvão ativado (pode ser usado em múltiplas doses)  Medidas de suporte  Convulsões: interrupção do agente e emprego de benzodiazepínicos  Apesar de serem ANTIconvulsivantes, se usados em doses extremas podem induzir convulsões.  Diálise!  Fenobarbital, ácido valproico e carbamazepina.
  • 36. Anticonvulsivantes Carbamazepina  Se distúrbios do ritmo: bicarbonato de sódio.  Pode responder à fisostigmina. Fenobarbital  Ácido fraco  Alcalinização da urina  Único barbiturato que pode ser dialisado
  • 37. Caso 5 - BR, 35 anos, capiau, deu entrada no “PS” da grande metrópole do interior de São Paulo (Dumont) com história de falta de ar, sudorese, visão borrada, cefaleia holocraniana, sensação de “batedeira no peito” e fraqueza há 2 horas. Refere ter invadido a horta do vizinho para roubar tomates. - Ao exame: PA=160x90 mmHg, FC=110 bpm, FR=25 irpm, T=37 ºC e SatO2=95%. Pupilas mióticas e sibilos na ausculta pulmonar.
  • 39. Síndrome colinérgica Inseticidas organofosforados  Inibição irreversível da acetilcolinesterase  Malathion, parathion e gás sarin.  Extensa distribuição no organismo e lento metabolismo hepático  Efeitos podem durar semanas a meses Inseticidas carbamatos  Inibição reversível da acetilcolinesterase  Veneno para rato  Metabolização pelo fígado e soro em 12-24 horas  Ação mais curta que a dos organofosforados (raramente ultrapassam 48 horas)
  • 40. Síndrome colinérgica Tratamento  Retirar as roupas do paciente e exaustiva lavagem  Intoxicação oral: lavagem gástrica na primeira hora seguida de carvão ativado  Tratamento de suporte  Antídotos  Atropina: 2 mg-EV para casos leves a moderados e 2-5 mg-EV para os casos mais graves. Repetir a cada 5-15 minutos.  Pralidoxima  Regenera a acetilcolinesterase  Dose: 1-2 g em 250 mL de SF em infusão lenta (30 minutos). Pode ser mantida a cada 6 horas ou em BIC (500 mg/hora).
  • 41. Caso 6 TM, 55 anos, foi encontrado pelos familiares extremamente sonolento e confuso, sendo por isso trazido ao PS do HSP em certa madrugada. Em seu bolso havia duas cartelas vazias de ***, que Mongol usava para tratamento de depressão. Sabe-se que ele tinha ideias recorrentes de morte e que já houve um episódio prévio de tentativa de suicídio com ingestão excessiva de medicamentos. Logo que chegou foi levado à sala de emergência. Ao exame: PA=90x60 mmHg, FC=70 bpm, FR=7 irpm, T=34 ºC e pulsos finos. Glasgow=6. Hálito etílico. Necessitou de IOT e, em seguida, transferido para a reta grave.
  • 42. Caso 6 Intoxicação por benzodiazepínicos
  • 43. Intoxicação por benzodiazepínicos Quanto à duração  Longa: dizepam, flurazepam e clonazepam.  Curta: lorazepam, flunitrazepam e alprazolam.  Ultracurta: midazolam. Quadro clínico  Depressão respiratória  Hipotensão  Hipotermia  Coma  Danger: associação de depressores do SNC  Álcool, antidepressivos, barbitúricos e opioides.
  • 44. Intoxicação por benzodiazepínicos Tratamento  Suporte clínico  Lavagem gástrica na primeira hora seguida de carvão ativado  Atenção: intuba primeiro se necessário!  Antídoto: flumazenil!  Dose: 0,1 mg em 1 minuto com diversas repetições até o efeito desejado.  Dose máxima: 3 mg.  Efeito esperado: adequado reflexo de deglutição (não é deixar o paciente acordado).  Pode causar síndrome de abstinência e convulsões (“crônicos”)
  • 45. Intoxicação por benzodiazepínicos Contraindicações  Ausência de RNC  História de convulsões ou de uso de anticonvulsivantes  Uso concomitante de antidepressivos tricíclicos  Prolongamento do intervalo QRS  Curiosidade diagnóstica
  • 46. Caso 7 - DF, 60 anos, é portadora de mieloma múltiplo e, por isso, necessita de diversos medicamentos para controle de dor óssea. Em determinado sábado (madrugada), por dor refratária, usou uma dose 4x maior que a usual do “remédio mais forte” e evoluiu com sonolência, irritabilidade e ansiedade após aproximadamente 30 minutos. Depois, começou a apresentar náuseas e vermelhidão na face, tórax e membros com prurido associado. Assim, foi levado ao PS do HSP, sendo atendida na sala de emêrgência. - Ao exame: PA=90x50 mmHg, FC= 92 bpm, FR=8 bpm, T=35.5 ºC e pulsos finos. Desorientação espaço-temporal e miose marcante.
  • 48. Intoxicação por opioides Representantes  Morfina  Codeína  Meperidina  Fentanil  Alfentanil  Sufentanil  Heroína - Destilação da morfina - 2-5x a potência analgésica - Overdose: edema pulmonar em até 67% dos casos.
  • 50. Intoxicação por opioides Tratamento  Suporte clínico  Lavagem gástrica na primeira hora seguida de carvão ativado  O carvão pode ser usado mais tardiamente  Aquecimento ativo ou passivo  Reposição volêmica  Danger: EAP!  RNC + hipoventilação + bradipneia (tríado do mal)  Antídoto: NALOXONE!  Dose: 1-4 mg EV, IM ou intratraqueal.  Repetições a cada 20-60 minutos.
  • 51. Caso 8 - M.P.D., 28 anos, feminino, tem antecedentes de hipertireoidismo e de intoxicação por fenoterol durante a infância (administrado por menor não treinado) e, desde então, permanece impregnada com a substância. Em sua última agudização, caracterizada por taquilalia e dispneia, confundiu-se e trocou seus 13 comprimidos diários de tapazol pelos de marevan, utilizados por um familiar. Evoluiu com hematúria e, por isso, procurou o PS do HSP. - Exame físico: hematúria. Sem outras alterações. -Exames laboratoriais: RNI=6; TSH=0,00001. -Evolução: intubada pela dispneia pós taquilalia.
  • 52. Caso 8 Intoxicação por cumarínicos
  • 53. Intoxicação por cumarínicos - Tratamento RNI < 5.0 e ausência de sangramento (ou leve)  Reduzir a dose de varfarina ou  “Pular” 1 dose e reiniciar a varfarina em dose menor quando o RNI estiverna faixa terapêutica ou  Não reduzir a dose da varfarina se o RNI estiver levemente alterado.
  • 54. Intoxicação por cumarínicos - Tratamento RNI entre 5.0 e 9.0 sem sangramento (ou leve)  “Pular” 1 ou 2 doses, monitorizar o RNI de 6/6 horas e reiniciar a varfarina em dose menor quando o RNI atingir a faixa terapêutica ou  “Pular” 1 dose e administrar 1-2,5 mg de vitamina K1 oral.
  • 55. Intoxicação por cumarínicos - Tratamento RNI > 9.0 sem sangramento (ou leve)  Suspender a varfarina e administrar 2,5-5 mg de vitamina K1 oral.  Solicitar RNI de 6/6 horas.  Administrar mais vitamina K1 se necessário.  Reduzir a dose da varfarina quando o RNI atingir a faixa terapêutica.
  • 56. Qualquer RNI com sangramento importante  Suspender a varfarina  Administrar vitamina K1 10 mg-EV em infusão lenta  Administrar plasma fresco congelado ou concentrado de complexo protrombínico  Solicitar RNI de 6/6 horas  Repetir as doses se necessário Intoxicação por cumarínicos - Tratamento

Notes de l'éditeur

  1. Mais por curiosidade...
  2. O screening qualitativo é mais útil quando não conhecemos a substância ingerida ou quando várias substâncias foram ingeridas. Quem necessita: sintomáticos ou com comorbidades significativas; identidade da substância é desconhecida; intoxicações que apresentam potencial significativo de toxicidade sistêmica; ingestão intencional.
  3. A intoxicação com cocaína costuma causar hipotensão após 2-4 horas da ingestão abusiva. Piora da vasoconstrição com beta-bloqueadores: bloqueio dos receptores beta-2 (vasodilatação), predominando o efeito alfa-1 adrenérgico.
  4. Na síndrome anticolinérgica, devemos sempre utilizar a lavagem gástrica, pois a hipomotilidade intestinal contribui para a menor absorção das substâncias ingeridas.
  5. Os antídotos não revertem os efeitos no sistema nervoso central.