O documento descreve a invenção da tecnologia 3D no cinema pelo inventor brasileiro Sebastião Comparato na década de 1930. Apesar de sua invenção ter antecedido a versão norte-americana em quase duas décadas, Comparato não recebeu o devido crédito e viu sua invenção ser atribuída aos EUA. O documento também discute o retorno do 3D nos cinemas a partir de 2000 com o objetivo de atrair público em meio à concorrência da internet.
2. Essa nova tecnologia tr az par a o publico a chance de viver as
historias em tempo r eal, Ou quase, é que a qualidade em 3D
causa a impr essão de estar dentr o da historia vivendo com os
mais desejadas Aventur as.é uma experiência inovador a e
emocionante. O significado da expr essão 3D é r ealidade e
três dimensões , ou seja , mostr a em espaço r eal a imagem.
3. O surgimento da 3ª
dimensão no cinema se
deve ao inventor,
Sebastião Comparato,
um italiano chegado ao
Brasil com seis meses de
idade e cujo maior
orgulho era atribuir a
invenção ao nosso país.
Dois anos depois, já com
patentes internacionais,
Sebastião fez suas
apresentações no Rio.
4. Dezessete anos após
essa exibição carioca,
no antigo cinema
metrópole, a 3D é
anunciada, com
estardalhaço, como
última novidade do
cinema norte-
americano. Sebastião
Comparato
amargurado fecha o
seu laboratório e não
quer mais ouvir falar
de cinema.
5. Comparato Produziu vários filmes de curta-metragem e
inventou também um sistema de filme ao ar livre, mostrado
ao público no começo da década de 30, na Praça da Sé.
Apesar da relatividade notoriedade que conseguiu na época,
seus filmes e seus inventos não conseguiram inscrevê-lo na
história do cinema brasileiro.
6. Nem sequer os raros
pesquisadores do
cinema paulista
registraram o trabalho
pioneiro de Sebastião
Comparato. Ele
empregou grande
parte de sua vida para
inventar a terceira
dimensão, ao mesmo
tempo que a queria
como uma invenção
brasileira, recusando
por isso um convite
para ir trabalhar nos
Estados Unidos.
7. No início dos anos 50, a
televisão já causara
grandes danos ao cinema
nos Estados Unidos,
embora no Brasil as casas
exibidoras ainda
estivessem em pleno
apogeu. Foi nessa época
que a terceira dimensão,
um dos recursos que a
indústria cinematográfica
começava a usar para
fazer frente à TV, chegou
ao Brasil como invenção
norte-americana.
8. Dois filmes feitos em 3-D, nome dado ao sistema, foram
lançados simultaneamente nos antigos cinemas
República e Ópera de São Paulo. Ambos os filmes
exigiam óculos para criar a impressão de profundidade.
Houve uma natural curiosidade, mas logo depois já
ninguém falava no novo sistema, talvez porque a
obrigatoriedade dos óculos limitasse sua aceitação.
9. A invenção de
Comparato, porém,
apresentada quase duas
décadas antes, podia
perfeitamente ser
apreciada a olho nu. O
próprio Comparato
previu o fracasso da 3-D
da maneira como ela
estava sendo
apresentada pelos norte-
americanos, em
entrevista a O Globo, o
único jornal que se
lembrou de procurá-lo
por ocasião do
lançamento dos dois
filmes.
10.
11. A invenção de Comparato dispensava película especial ou qualquer
equipamento adicional, durante as filmagens. Todo o segredo
repousava num pequeno aparato que podia ser adaptado a
projetores comuns e numa tela especial. A esta, na verdade, cabia o
papel mais importante, acondicionada dentro de uma enorme caixa,
semelhante a um palco de teatro. Da tela, a imagem era refletida
num espelho parabólico que a tornava invisível, dando a impressão
que as cenas transcorriam num palco.
12. Para chegar ao
mecanismo, Comparato
gastou mais de 13 anos
de pesquisas,
construindo um
laboratório nos fundos
de sua casa. O trabalho
foi precedido de outras
pesquisas com relação
ao olho humano e, antes
de chegar à terceira
dimensão no cinema,
ele se dedicara
intensamente à
estereoscopia
(fotografia em relevo)
13. Comparato, que chegara a
anunciar a fundação de
uma grande companhia
produtora para a
exploração do novo
sistema, alguns anos
depois, já deixava
transparecer as suas
mágoas, recusando um
convite que lhe fez a
Warner Brother's em 1951,
para transferir-se para os
Estados Unidos: "Eu já
tinha resolvido a desistir
de tudo" conta ele, em
entrevista a O Globo.
14.
15. A hora em que ela surgiu, certamente, não era oportuna.
Poucos anos antes, o cinema havia passado pela revolução
do sonoro e esta inovação quase levara a industria
especializada norte-americana à falência. Qualquer
novidade não poderia ser, portanto, bem-vista, ainda mais
que, já recuperada àquela altura, a indústria cinematográfica
reinava absoluta no campo do entretenimento.
16. A luta maior de
Comparato, porém,
não foi para ser
reconhecido pelos
norte-americanos.
Estes até que
valorizaram o seu
trabalho. Se, nos
primeiros tempos
não se interessaram,
em 1945, quando
procuravam técnicas
inovadoras, não se
esqueceram dele.
17. A convite da mesma
Warner, Comparato
passou três meses nos
Estados Unidos. Sua
recusa em permanecer
definitivamente estava
presa ao desejo de que
a invenção fosse
explorada por
brasileiros. Para isso,
tentou vários
caminhos, mas nada
conseguiu. A terceira
dimensão lançada
como invenção norte-
americana deve ter-lhe
sido uma pílula
amarga.
18. Se nos anos 50, o advento da TV foi o que afugentou o
público dos cinemas, agora em 2010, é a internet que faz com
que as pessoas passem mais tempo em casa em frente à tela
do computador. Por isso, o 3D é resgatado das cinzas com a
promessa de levar as pessoas de volta as salas de projeção e
vivenciarem uma incrível experiência cinematográfica.
19. O retorno do 3D ao
cinema foi em
meados de 2000
com a empresa
RealD a frente da
implantação da
tecnologia em salas
de cinema. Muitos
filmes dessa fase
são documentários
sobre esportes,
natureza e o
espaço.
20. Mais do que uma tecnologia, o 3D é uma forma de
deixar o espectador mais próximo da história do
filme. Ele permite a entrada em um mundo ilusório,
afinal de contas o cinema trata de magia.