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CONTRIBUIÇÃO DE ICT AO PROCESSO DE INOVAÇÃO
                             EM MPEs DE BASE TECNOLÓGICA
                                   UMA EXPERIÊNCIA REAL

                             Eduardo Grizendi e Guilherme Marcondes
                          Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações
                                     Santa Rita do Sapucaí, MG.




Resumo – A dificuldade em inovar de uma MPE (Micro e Pequenas Empresa) de base tecnológica
está relacionada, em grande parte, à dificuldade da empresa em perpetuar, ainda que de maneira
não formal, sistemática e metodológica, o processo de inovação que motivou o seu nascimento. O
Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações, em parceria com o Sebrae-MG, está finalizando
um projeto de apoio à inovação em 36 MPEs de base tecnológica, do APL (Arranjo Produtivo
Local) de Eletrônica e Telecomunicações, de Santa Rita do Sapucaí, MG. O projeto está sendo
desenvolvido observando-se os conceitos e apoiando-se fortemente nas diretrizes do Manual de
Oslo, versão traduzida pela Finep. A ótica é o Modelo Interativo de processo de inovação. A P&D
não é vista como única base da inovação e a abordagem seqüencial é considerada somente como
um dos seus caminhos da inovação.

Palavras Chave - Inovação, Empresa de Base Tecnológica, Processo de Inovação, Modelo
Interativo de Inovação, MPE, APL.

Abstract – The difficulty in innovating of a SME (Small and Medium Enterprise) technology based
is related, in a large extent, the difficulty of the company in perpetuating, still that in not formal ,
systematic and methodological way, the innovation process that motivated its birth. The Inatel -
Instituto Nacional de Telecomunicações (Santa Rita do Sapucaí, MG, Brazil) in partnership with
Sebrae-MG (Minas Gerais, Brazil) is finishing a project of support to the innovation in 36 SMEs
technology based, from the Electronics and Telecommunications cluster of Santa Rita do Sapucaí.
The project is being developed observing the concepts and supporting themselves strongly in the
drivers of the Manual of Oslo. The approach is the Interactive Model of innovation process. The
R&D is not seen as unique base of the innovation and the sequential approaching is only
considered as one of its ways of the innovation.

Index Terms - Innovation, Technology Based Firm, Innovation Process, Interactive Model, SME,
Technological Cluster.


   1. Introdução

A dificuldade em inovar de uma MPE de base tecnológica está relacionada, em grande parte, à
dificuldade da empresa em perpetuar, ainda que de maneira não formal, sistemática e metodológica,
o processo de inovação que motivou o seu nascimento.




                                                                                                      1
O Inatel, em parceria com o Sebrae-MG, está finalizando um projeto de apoio à inovação em MPEs
(Micro e Pequenas Empresas)        de base tecnológica, do APL (Arranjo Produtivo Local) de
Eletrônica e Telecomunicações de Santa Rita do Sapucaí, MG. A região também é conhecida como
Vale da Eletrônica. Trinta e seis empresas aderiram ao projeto, atraídas pela motivação de
aumentarem seus graus de inovatividade e experimentando um processo estruturado de busca da
inovação. O projeto tem duração de 12 (doze) meses, iniciou-se em Abril de 2005 e deverá
terminar em Março de 2006.


Este artigo relata esta experiência de contribuição de uma ICT para o processo de inovação nas
empresas. Inicialmente são apresentados o objetivo, a abordagem assumida e as etapas de
desenvolvimento do projeto . Posteriormente, são apresentados diagnósticos para a inovação, alguns
deles comparados com dados da PINTEC 2003 [1] e finalmente, são apresentadas as conclusões.


   2. O Objetivo do Projeto

O objetivo do projeto é apoiar MPEs pertencentes ao APL de Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí a
desenvolverem inovações tecnológicas que possam:
       •    Se transformar em novos produtos, serviços ou processos de produção
       •    Contribuir para a melhoria de seus produtos, serviços ou processos existentes


A definição assumida para inovações é a de Inovações Tecnológicas em Produtos e Processos
(TPP), compreendendo “as implantações de produtos e processos tecnologicamente novos e
substanciais melhorias tecnológicas em produtos e processos”, do Manual de Oslo, versão traduzida
pela Finep [2].

   3. A Abordagem e as Etapas do Projeto

As ações do projeto apoiaram-se fortemente nas diretrizes do Manual de Oslo, versão traduzida
pela Finep. Isto trouxe como benefício para o projeto conceitos, definições e metodologias para
coleta e interpretação de dados extremamente úteis para um maior entendimento do processo de
inovação.


O modelo estimulado de processo de inovação é o do Modelo Interativo [3]. Nele, o centro da
inovação é a empresa. A inovação é uma atividade principalmente da empresa. A visão é que da
empresa derivam as iniciativas que vão possibilitar a inovação, partindo-se de necessidades do
mercado, apoiando-se no conhecimento científico já existente ou buscando um novo conhecimento



                                                                                                2
científico ou tecnológico. A P&D não é vista como única base para a inovação e a abordagem do
modelo linear, essencialmente seqüencial, é considerada somente como um dos seus caminhos.


A abordagem utilizada pelo projeto para se atingir o objetivo proposto foi de:
       •   Estimular a empresa a refletir sobre o seu grau de inovatividade;
       •   Ajudar a empresa a olhar adiante, para saber aonde ir;
       •   Capacitar a empresa para que ela consiga chegar aonde ela quer ir;
       •   Motivar a empresa a realizar a inovação;


A Figura 1 a seguir ilustra esta abordagem.


               Entender          Olhar adiante                    Capacitar-se                  Fazer




           •     A minha         •     Qual o caminho rumo    •     Quais as capacitações   •   Mãos à obra
                 empresa é             à inovação minha             (ferramentas) devo
                 inovadora?            empresa deve seguir?         ter de forma a seguir
           •     Ela tem         •     Para onde vou?               o caminho rumo à
                                                                    inovação?
                 capacidade de
                 inovar?
           •     Como está a
                 minha empresa
                 em relação às
                 outras?




                                     Figura 1 – Abordagem do Projeto ADI


A partir desta abordagem, foram definidas diversas etapas para o projeto, conforme apresentado na
figura 2 a seguir.




                                                                                                              3
Plano de
                                                                                  Plano de
                        Diligência
                        Diligência     Prospecção
                                        Pros pecção     Capacitação
                                                        Capacitação                            Comercialização
                                                                                               Comercialização
                                                                                 Inovação
                                                                                  Inovação
                      para Inovação
                      para Inovação    T ecnológica
                                       T ecnológica    para Inovação
                                                       para Inovação                              de E B T
                                                                                                  de E B T
                                                                               T ecnológica
                                                                               T ecnológica

                 Etapas do                                  2005                                       2006
                 programa        Mai   Jun     Jul    Ago          Set   Out      Nov    Dez    Jan    Fev       Mar
              Diligência para
              Inovação
              Prospecção
              Tecnológica
              Capacitação para
              Inovação
              Plano de Inova-
              ção Tecnológica
              Comercialização
              de EBT




                                         Figura 2 – Etapas do Projeto ADI


A Etapa 1 - Diligência para Inovação, consistiu na realização de visitas às empresas participantes do
projeto com o objetivo de mapear as competências tecnológicas e as demandas para
desenvolvimento do processo de inovação dentro da empresa..


Entre as ações desta etapa, destacam-se:
       •    Identificação de um “padrão” de empresa, baseado nas variáveis que sustentam os
            indicadores e as melhores práticas em inovação tecnológica;
       •    Elaboração de um questionário para coleta de dados que subsidiaram a análise das
            empresas em comparação com os parâmetros do “padrão”;
       •    Visitação e aplicação do questionário nas empresas participantes do projeto;
       •    Consolidação dos dados, por empresa e total, e divulgação do relatório com a análise
            setorial do Projeto ADI.


Os relatórios da primeira etapa foram individualizados e trouxeram percepções da equipe de
especialistas do projeto sobre oportunidades de fortalecimento do processo de inovação dentro das
empresas.


A coleta de dados seguiu as diretrizes do Manual de Oslo, definindo-se 5 (cinco) fatores de
avaliação da capacidade inovadora das empresas:
       •    Alocação da Equipe
       •    Perfil da Equipe de P&D


                                                                                                                       4
•   Recursos investidos em P&D
       •   Fontes para identificação de oportunidades inovadoras
       •   Fatores que prejudicam as atividades de inovação


Na Etapa 2 – Prospecção Tecnológica, fez-se estudos de cenários e de tendências de diversos
segmentos, entre eles os segmentos de produtos eletro-eletrônicos e de tecnologia da informação.
Essa etapa foi importante para fomentar os tomadores de decisão das empresas, de informações em
relação aos direcionamentos que as tecnologias estão tomando no médio e longo prazo. Esse
reconhecimento de cenários futuros facilitou a escolha de ações estratégicas de desenvolvimento de
inovações tecnológicas.


As principais ações relativas a essa etapa foram:
       •   Definição de áreas temáticas, com base no levantamento de publicações dos setores e
           análise da matriz de tecnologias relacionadas ao setor;
       •   Realização de estudos exploratórios setoriais definidos na etapa anterior;
       •   Divulgação dos resultados dos estudos temáticos através de “Encontros da Inovação”
           individuais com cada empresa;
       •   Edição dos conteúdos em meios gráfico e digital e entrega a cada empresa um relatório
           individual;


Ao final desta etapa, as empresa obtiveram, individualmente, informações sobre o mercado no qual
cada uma está inserida, as tecnologias promissoras e as tendências de novos produtos, úteis para
identificarem oportunidades de inovações futuras.


A Etapa 3 – Capacitação para Inovação, consistiu na realização de atividades de capacitação
(cursos, seminários, workshops, etc.) identificadas como necessárias durante a Etapa 1 - Diligência
para a Inovação, e cujos conteúdos abordaram, entre outros, a dinâmica e o dilema da inovação,
propriedade intelectual, análise de viabilidade econômica e pesquisa de mercado.


As atividades de capacitação envolveram aproximadamente 192 horas de atividades. Os principais
cursos e seminários ministrados foram:


       •   Em relação às Competências em Inovação
           o Gestão para Inovação;
           o Plano de Inovação Tecnológica;


                                                                                                 5
o Aquisição e Proteção do Conhecimento Tecnológico;
           o Identificação de Alternativas de Financiamento / Fomento;
       •   Em relação às Competências Gerenciais
           o Análise de Viabilidade Econômica;
           o Análise de Riscos;
           o Pesquisa de Mercado;
           o Gestão de Desenvolvimento de Produtos;
           o Gerência de Projetos;
           o Comercialização de Novas Tecnologias;
           o Lançamento de Novos Produtos;
           o Qualidade total na pequena empresa;
       •   Em relação às Competências Específicas
           o Engenharia de Software;
           o Java Básico;
           o Linguagem C;
           o Projeto orientado à Certificação;
           o Metrologia na Indústria;


Além destas, duas importantes capacitações foram programadas. Uma, sobre os Instrumentos de
Fomento à Inovação, já foi realizada. Com ela, foi possível levar às empresas, o conhecimento das
fontes de recursos para o financiamento de atividades de inovação, entre eles, os fundos setoriais, os
editais públicos de recursos de fomento (Finep, Fapemig, CNPq, etc.) e os fundos de investimentos
privados. Outra, que fará o fechamento do projeto em Março de 2006, é representada pelo Curso
Básico de Patentes, ministrado pelo INPI – Instituto Nacional de Propriedade Intelectual e abordará,
entre vários tópicos, uma sensibilização pela importância da proteção da propriedade intelectual,
informação tecnológica contida na documentação de patentes e Classificação Internacional de
Patentes, além de uma demonstração prática de busca de documentos de patente via Internet e um
treinamento para uso de bases internacionais em CD-Rom e on-line


A Etapa 4 – Plano de Inovação Tecnológica, consistiu na orientação para elaboração individual de
um plano de inovação tecnológica em cada empresa. A dedicação individual de cada empresa foi
fundamental para o sucesso do plano.


Entre as atividades realizadas nesta etapa, pode-se destacar:



                                                                                                    6
•   Definição, com cada uma das empresas, da equipe que iria atuar no processo de
           elaboração do plano;
       •   Identificação das oportunidades de inovação nos horizontes de curto, médio e longo
           prazo para essas tecnologias, tendo como base os resultados da Etapa 1 e da Etapa 2;
       •   Elaboração de um plano de desenvolvimento tecnológico para cada uma das empresas.
           Esse plano pôde ser para uma inovação de produto ou processo cujas atividades já
           estavam em andamento ou que ainda;
       •   Seleção, junto com a equipe de tecnologia de cada empresa, de um objeto alvo para
           execução orientada de um projeto de desenvolvimento de produto, serviço ou processo;
       •   Elaboração de um “módulo” de orientação para a implantação do Plano de
           Desenvolvimento Tecnológico;
       •   Orientação (“mentoring”) das empresas em:
           o Processo de desenvolvimento;
           o Desenvolvimento de projetos orientado à certificação;
           o Metrologia e ensaios de produtos;
           o Gestão de projetos;
       •   Orientação para a execução do projeto piloto de desenvolvimento de um produto,
           serviço ou processo.


O Plano de Inovação Tecnológica foi a etapa que englobou os conhecimentos adquiridos nas demais
etapas. Após conhecer a empresa e seus indicadores de inovação (Etapa 1), identificar as tendências
tecnológicas (Etapa 2) e se capacitar para o desenvolvimento de inovações (Etapa 3), a Etapa 4
consistiu na aplicação desses conhecimentos, de forma estruturada, através de um plano. Cada
empresa pôde, portanto, se organizar para implantar suas inovações tecnológicas.


A Etapa 5 – Comercialização de Tecnologias, última etapa do projeto, desenvolveu junto com cada
empresa um roteiro para lançamento da inovação, quando produto ou serviço.


A Figura 3 sintetiza a abordagem e as etapas do projeto.




                                                                                                  7
P lano de
                                                                                    P lano de
                  Diligência para
                  Diligência para    P ros pecção
                                      P ros pecção         Capacitação
                                                           Capacitação                                  Comercialização
                                                                                                        Comercialização
     Etapas                                                                        Inovação
                                                                                    Inovação
                     Inovação
                      Inovação       T ecnológica
                                     T ecnológica         para Inovação
                                                          para Inovação                                    de E B T
                                                                                                           de E B T
                                                                                 T ecnológica
                                                                                 T ecnológica

    Abordagem         Entender
                      Entender        Olhar adiante
                                      Olhar adiante          Capacitar-se
                                                             Capacitar-se                           Fazer
                                                                                                    Fazer

                                                           Realização de
                                                            Realização de        Reuniões com as
                                                                                  Reuniões com as
                                                           cursos e
                                                            cursos e             empresas para
                                                                                  empresas para
                                     Classificação                               definição do               Elaboração do
                                                                                                             Elaboração do
                                      Classificação        seminários com
                                                            seminários com        definição do
                                     das atividades                              projeto inovador           plano de
                                                                                                             plano de
                   Realização de
                   Realização de      das atividades       base no
                                                            base no               projeto inovador
                                     das empresas do                             a ser                      lançamento e
                                                                                                             lançamento e
                   pesquisa
                   pesquisa           das empresas do      diagnóstico de
                                                            diagnóstico de        a ser
                                     projeto                                     implementado               comercialização
                                                                                                             comercialização
                   primária com as
                   primária com as    projeto              capacitações
                                                            capacitações          implementado
     Modo de                                                                                                do produto
                                                                                                             do produto
                   empresas
                   empresas          Levantamento
                                      Levantamento         requeridas
                                                            requeridas           Elaboração do
                                                                                  Elaboração do
    Operação                                                                                                inovador
                                                                                                             inovador
                   participantes
                   participantes     das tendências
                                      das tendências       realizado na
                                                            realizado na         Plano de
                                                                                  Plano de                  desenvolvido (ou
                                                                                                             desenvolvido (ou
                   Entrevistas com
                   Entrevistas com   do setor
                                      do setor             etapa 01
                                                            etapa 01             Inovação
                                                                                  Inovação                  em
                                                                                                             em
                   os empresários
                   os empresários    Encontros de
                                      Encontros de         Capacitação em
                                                            Capacitação em       Tecnológica
                                                                                  Tecnológica               desenvolvimento)
                                                                                                             desenvolvimento)
                                     Inovação
                                      Inovação             Atração de
                                                            Atração de           Acompanha-
                                                                                  Acompanha-                pelo projeto
                                                                                                             pelo projeto
                                                           Recursos de
                                                            Recursos de          mento da
                                                                                  mento da
                                                           Fomento
                                                            Fomento              implementação
                                                                                  implementação

                                      Relatório de
                                       Relatório de          Material dos
                                                             Material dos
                    Relatório da
                    Relatório da      Prospecção
                                       Prospecção                                                              Plano de
                                                                                                               Plano de
                                                              Cursos e
                                                              Cursos e          Plano de Inovação
                                                                                Plano de Inovação
 “Deliverables”    Diligência para
                   Diligência para    Tecnológica
                                       Tecnológica                                                           Lançamento e
                                                                                                             Lançamento e
                                                             Seminários
                                                             Seminários            Tecnológica
                                                                                   Tecnológica
                       Inovação
                        Inovação      Encontros de
                                      Encontros de                                                          Comercialização
                                                                                                            Comercialização
                                                             Ministrados
                                                             Ministrados
                                        Inovação
                                         Inovação




                                             Figura 3 – Etapas do Projeto ADI


    4.    Algumas reflexões sobre Dados Coletados no Projeto

Algumas reflexões sobre os dados coletados na Etapa 1 – Diagnóstica para Inovação e consolidados
na Etapa 4 – Plana de Inovação Tecnológica, trazem informações interessantes.


A primeira é que as incubadoras de Santa Rita do Sapucaí têm importante papel na motivação para
as empresas inovarem. A cidade possui 2 (duas) incubadoras, uma operada pelo próprio Inatel e
outra pela prefeitura. Cerca de 28% das empresas do projeto são incubadas e outras 25% delas
passaram por uma destas incubadoras. A Figura 4 mostra o importante papel das incubadoras como
motivadoras pela inovação.


                                                          Empresas Pesquisadas
                                                          (Incubadas e Não-Incubadas)

                                             Tipo
                                             Tipo                              Caracterização das empresas não
                                                                               Caracterização das empresas não
                                                                                          incubadas
                                                                                           incubadas

                                                                                                             26


                                       28%


                                                                                             17
                                                    72%




                                           TOTAL
                                        36 empresas                               9


                                       Não Incubadas
                                       Incubadas                              Graduadas    Outras           Total




          Figura 4 – Papel das Incubadoras de Santa Rita do Sapucaí como motivadoras pela Inovação


                                                                                                                                8
Em relação ao ramo de atividade das empresas do projeto, constatou-se que 72% das empresas do
projeto têm como atividade principal a fabricação de eletroeletrônicos. Isto evidencia a vocação de
Santa Rita do Sapucaí por hospedar empresas de eletrônica, daí ela ser conhecia como Vale da
Eletrônica. A Figura 5 mostra os principais ramos de atividades das empresas pesquisadas.

                                               Empresas Pesquisadas
                                                       (por atividade)


                                                     Outros
                                                       8%
                                 Fabricação de
                               Eletroeletrônicos -
                                Partes e peças
                                      19%                                     Fabricação de
                                                                            Eletroeletrônicos -
                                                                              Produto Final
                                                                                   47%



                                       Tecnologia da
                                        Informação                               TOTAL
                                            25%                               36 empresas




                     Figura 5 – Setores de Atividades das Empresas do Projeto ADI


Em relação à alocação de recursos em P&D, a consolidação dos dados mostrou que as empresas do
projeto alocam mais recursos em P&D do que as empresas tomadas como referência (“padrão”).
Elas também    alocam seus recursos humanos em P&D, em média, na mesma proporção das
empresas ganhadoras do prêmio Finep de Inovação Tecnológica. As Figuras 6 e 7 apresentam a
alocação da equipe por área de atuação e em detalhes a alocação da equipe de P&D, incluindo
comparativo com as empresas da PINTEC 2003.

                                         Alocação da Equipe
                                           (por área de atuação)



                                         31%                                Administrativo /
                                                                 42%
                                                                            Comercial



                                         42%
                                                                 41%        Produção


                                         27%
                                                                 16%        P&D


                                      Empresas                Empresas de
                                     Pesquisadas               Referência




                      Figura 6 – Alocação de Equipe nas Empresas do Projeto ADI



                                                                                                  9
Alocação da Equipe em P&D                                                Equipe Alocada em P&D
              (tempo de alocação – média entre as empresas)                                   (por nível de qualificação)


             Empresas Pesquisadas                           27%                                                 26%
                                                                                  38%                                             44%
                                                                                                  48%
           Empresas Ganhadoras do                           27%
                     Prêmio Finep


             Referências Nacionais                16%                             45%                           65%
                                                                                                  45%                             48%

                Referências do APL                16%
                                                                                  16%
                                                                                                   6%            9%                8%
                    PINTEC (Setor)        4%                                    Empresas       Referências
                                                                                                                Setor            Brasil
                                                                               Pesquisadas       do APL
                                                                                                                        PINTEC
                   PINTEC (Brasil)   1%
                                                                                                                         Nivel Técnico
                                                                                                                         Nível Superior
                                                                                                                         Pós-graduados




                         Figura 7 – Alocação de Equipe em P&D nas Empresas do Projeto ADI


O perfil das empresas – micro e pequenas – contribui para essa constatação sobre a alocação da
equipe em P&D. Grande parte delas é de pequeno porte. Entretanto, as 27 empresas que
responderam o questionário empregam 304 funcionários, ou seja, uma média de 11 funcionários por
empresa.


A origem dos recursos aplicados em P&D é sem dúvida o capital próprio das empresas. Isto quer
dizer que há muito espaço para as empresas buscarem outras fontes de recursos, incluindo recursos
de agências de fomento e bancos de desenvolvimento, justificando a capacitação de instrumentos de
fomento ministrada na Etapa 3. A Figura 8 mostra a proporção entre capital próprio e capital de
terceiros do total de recursos investidos em P&D.

                                                   Origem dos Recursos
                                                    Investidos em P&D
                                                                     Capital
                                                                     Próprio
                                                                       96%




                                               Capital de
                                                  3os
                                                  4%                 TOTAL
                                                                  27 empresas**




                 Figura 8 – Origem dos Recursos Investidos em P&D nas Empresas do Projeto ADI




                                                                                                                                          10
Finalmente, em relação às fontes de identificação de oportunidades inovadoras, a consolidação dos
dados mostrou importantes fontes não exploradas profundamente pelas empresas, comparadas com
a PINTEC 2003 do setor, entre elas Concorrentes, o próprio Departamento de P&D, as Outras
Áreas da Empresa (por exemplo, marketing) e Fornecedores, este último importantíssimo por se
tratar do setor de eletrônica. A Figura 9 destaca estas fontes.

                           Fontes de Identificação de Oportunidades Inovadoras
                            (% de empresas que apontaram como de alta ou média importância)

                                                 Empresas Pesquisadas
                                                 Empresas Pesquisadas             PINTEC (Setor)
                                                                                  PINTEC (Setor)

                                     Clientes                          67%                             70%

                Conferências, feiras, reuniões                         67%                      52%

                                Concorrentes                          64%                 37%

                                  Depto. P&D                          61%           23%

                     Outras áreas da empresa                    40%                                   68%

                                Fornecedores                36%                                       67%

                     Empresas de Consultoria              28%                6%

                    Universidades e Institutos      17%                           14%           Fonte Externa
                                                                                                Fonte Interna
                      Divulgação de patentes        17%                      5%                 Informações disponíveis
                                                                                                Instituições de ensino
                                                                                                e pesquisa




        Figura 9 – Fontes de Identificação de Oportunidades Inovadoras das Empresas do Projeto ADI


Em relação aos fatores que limitam as atividades inovadoras das empresas do projeto,
comparativamente com a PINTEC 2003 do setor, constatou-se que os fatores Falta de pessoal
qualificado e Falta de Informações sobre o Mercado diferem significativamente da média das
empresas da PINTEC 2003 do setor. A Figura 10 mostra estes fatores comparativamente com a
PINTEC 2003 do setor.




                                                                                                                          11
Fatores que Limitam as Atividades Inovadoras
                              (% de empresas que apontaram como de alta ou média importância)

                                                   Empresas Pesquisadas
                                                   Empresas Pesquisadas              PINTEC (Setor)
                                                                                     PINTEC (Setor)

                          Escassez de fonte de                           58%               37%
                                financiamento

                   Elevados custos de inovação                       53%                    44%

                   Falta de pessoal qualificado                    44%         4%

                  Riscos econômicos excessivos                36%                    21%
                  Falta de informações sobre o               31%               6%
                                     mercado
                           Fraca respostas dos         17%                     5%
                                 consumidores

                  Escassez de serviços técnicos        17%                     3%

                         Rigidez organizacional        14%                      8%
                  Escassez de possibilidades de        14%                     3%
                                   cooperação                                                    Fatores Econômicos
                  Dificuldade para se adequar a   6%                            8%               Fatores das Empresas
                                        padrões
                                                                                                 Outras Razões




        Figura 10 – Principais Fatores limitantes das Atividades Inovadoras das Empresas do Projeto ADI



   5.    Conclusões


O projeto está sendo concluído, mas já se pode precipitar a sua contribuição como agente motivador
e apoiador da inovação pelas empresas. O projeto serve como um exemplo de prestação de serviços
tecnológicos das ICTs ao Sistema Local de Inovação, integrado às perspectivas de desenvolvimento
local econômico e social.


Vislumbra-se, também, um potencial do projeto na contribuição aos modelos de gestão estratégica
da inovação em MPEs, representando um público-alvo significativo e ainda pouco servido de
metodologias e ferramentas de apoio à inovação tecnológica da natureza do Projeto ADI.


Reuniu-se a metodologia e as ferramentas de apoio, bem como as informações gerais do projeto, em
uma “home-page” de apoio às empresas. A Figura 11 ilustra esta “home-page”, que serve às
empresas como informativo das ações do projeto e como repositório dos documentos e relatórios do
projeto [4]. A página tem uma área aberta aos visitantes em geral e uma área fechada, somente
acessível às empresas do Projeto ADI.




                                                                                                                        12
Figura 11 – “Home-page” do Projeto ADI



      6. Referências


[1]      IBGE, “PINTEC 2003 – Pesquisa Industrial Inovação Tecnológica”, IBGE, Rio de Janeiro,
         2005;
[2]      OCDE, “Manual de Oslo - Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados
         sobre Inovação Tecnológica, tradução FINEP, Rio de Janeiro, 2004
[3]      Kline, S; Rosenberg, N., “An Overview of Innovation”, Landau, R; Rosenberg, N. (orgs.),
         The Positive Sum Strategy, Washington, DC: National Academy of Press, 1986.
[4]      Inatel, “Projeto ADI”, www.inatel.br/ADI


         Eduardo Grizendi é engenheiro eletrônico formado pelo ITA, São José dos Campos, SP.
         Possui Mestrado em Telecomunicações pelo Inatel e MBA pela FGV. É professor da
         cadeira de Negócios em Telecomunicações do Inatel – Instituto Nacional de
         Telecomunicações, em Santa Rita do Sapucaí. MG e Diretor de Apoio a Incubadoras e
         Parques Tecnológicos da Agência de Inovação Inova da Unicamp, em Campinas, SP. Pode
         ser contatado através dos e-mails egrizendi@inatel.br e egrizendi@inova.unicamp.br.


         Guilherme Marcondes é formado em Engenharia de Telecomunicações pelo Inatel -
         Instituto Nacional de Telecomunicações, Santa Rita do Sapucaí, MG. Possui mestrado pela
         mesma instituição. É professor da cadeira de Projetos de Sistemas de Informação e Gerente
         da ICC – Inatel Competence Center, um centro de desenvolvimento de projetos, da mesma
         instituição. Pode ser contatado através do e-mail guilherme@inatel.br .


                                                                                               13

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  • 1. CONTRIBUIÇÃO DE ICT AO PROCESSO DE INOVAÇÃO EM MPEs DE BASE TECNOLÓGICA UMA EXPERIÊNCIA REAL Eduardo Grizendi e Guilherme Marcondes Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Santa Rita do Sapucaí, MG. Resumo – A dificuldade em inovar de uma MPE (Micro e Pequenas Empresa) de base tecnológica está relacionada, em grande parte, à dificuldade da empresa em perpetuar, ainda que de maneira não formal, sistemática e metodológica, o processo de inovação que motivou o seu nascimento. O Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações, em parceria com o Sebrae-MG, está finalizando um projeto de apoio à inovação em 36 MPEs de base tecnológica, do APL (Arranjo Produtivo Local) de Eletrônica e Telecomunicações, de Santa Rita do Sapucaí, MG. O projeto está sendo desenvolvido observando-se os conceitos e apoiando-se fortemente nas diretrizes do Manual de Oslo, versão traduzida pela Finep. A ótica é o Modelo Interativo de processo de inovação. A P&D não é vista como única base da inovação e a abordagem seqüencial é considerada somente como um dos seus caminhos da inovação. Palavras Chave - Inovação, Empresa de Base Tecnológica, Processo de Inovação, Modelo Interativo de Inovação, MPE, APL. Abstract – The difficulty in innovating of a SME (Small and Medium Enterprise) technology based is related, in a large extent, the difficulty of the company in perpetuating, still that in not formal , systematic and methodological way, the innovation process that motivated its birth. The Inatel - Instituto Nacional de Telecomunicações (Santa Rita do Sapucaí, MG, Brazil) in partnership with Sebrae-MG (Minas Gerais, Brazil) is finishing a project of support to the innovation in 36 SMEs technology based, from the Electronics and Telecommunications cluster of Santa Rita do Sapucaí. The project is being developed observing the concepts and supporting themselves strongly in the drivers of the Manual of Oslo. The approach is the Interactive Model of innovation process. The R&D is not seen as unique base of the innovation and the sequential approaching is only considered as one of its ways of the innovation. Index Terms - Innovation, Technology Based Firm, Innovation Process, Interactive Model, SME, Technological Cluster. 1. Introdução A dificuldade em inovar de uma MPE de base tecnológica está relacionada, em grande parte, à dificuldade da empresa em perpetuar, ainda que de maneira não formal, sistemática e metodológica, o processo de inovação que motivou o seu nascimento. 1
  • 2. O Inatel, em parceria com o Sebrae-MG, está finalizando um projeto de apoio à inovação em MPEs (Micro e Pequenas Empresas) de base tecnológica, do APL (Arranjo Produtivo Local) de Eletrônica e Telecomunicações de Santa Rita do Sapucaí, MG. A região também é conhecida como Vale da Eletrônica. Trinta e seis empresas aderiram ao projeto, atraídas pela motivação de aumentarem seus graus de inovatividade e experimentando um processo estruturado de busca da inovação. O projeto tem duração de 12 (doze) meses, iniciou-se em Abril de 2005 e deverá terminar em Março de 2006. Este artigo relata esta experiência de contribuição de uma ICT para o processo de inovação nas empresas. Inicialmente são apresentados o objetivo, a abordagem assumida e as etapas de desenvolvimento do projeto . Posteriormente, são apresentados diagnósticos para a inovação, alguns deles comparados com dados da PINTEC 2003 [1] e finalmente, são apresentadas as conclusões. 2. O Objetivo do Projeto O objetivo do projeto é apoiar MPEs pertencentes ao APL de Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí a desenvolverem inovações tecnológicas que possam: • Se transformar em novos produtos, serviços ou processos de produção • Contribuir para a melhoria de seus produtos, serviços ou processos existentes A definição assumida para inovações é a de Inovações Tecnológicas em Produtos e Processos (TPP), compreendendo “as implantações de produtos e processos tecnologicamente novos e substanciais melhorias tecnológicas em produtos e processos”, do Manual de Oslo, versão traduzida pela Finep [2]. 3. A Abordagem e as Etapas do Projeto As ações do projeto apoiaram-se fortemente nas diretrizes do Manual de Oslo, versão traduzida pela Finep. Isto trouxe como benefício para o projeto conceitos, definições e metodologias para coleta e interpretação de dados extremamente úteis para um maior entendimento do processo de inovação. O modelo estimulado de processo de inovação é o do Modelo Interativo [3]. Nele, o centro da inovação é a empresa. A inovação é uma atividade principalmente da empresa. A visão é que da empresa derivam as iniciativas que vão possibilitar a inovação, partindo-se de necessidades do mercado, apoiando-se no conhecimento científico já existente ou buscando um novo conhecimento 2
  • 3. científico ou tecnológico. A P&D não é vista como única base para a inovação e a abordagem do modelo linear, essencialmente seqüencial, é considerada somente como um dos seus caminhos. A abordagem utilizada pelo projeto para se atingir o objetivo proposto foi de: • Estimular a empresa a refletir sobre o seu grau de inovatividade; • Ajudar a empresa a olhar adiante, para saber aonde ir; • Capacitar a empresa para que ela consiga chegar aonde ela quer ir; • Motivar a empresa a realizar a inovação; A Figura 1 a seguir ilustra esta abordagem. Entender Olhar adiante Capacitar-se Fazer • A minha • Qual o caminho rumo • Quais as capacitações • Mãos à obra empresa é à inovação minha (ferramentas) devo inovadora? empresa deve seguir? ter de forma a seguir • Ela tem • Para onde vou? o caminho rumo à inovação? capacidade de inovar? • Como está a minha empresa em relação às outras? Figura 1 – Abordagem do Projeto ADI A partir desta abordagem, foram definidas diversas etapas para o projeto, conforme apresentado na figura 2 a seguir. 3
  • 4. Plano de Plano de Diligência Diligência Prospecção Pros pecção Capacitação Capacitação Comercialização Comercialização Inovação Inovação para Inovação para Inovação T ecnológica T ecnológica para Inovação para Inovação de E B T de E B T T ecnológica T ecnológica Etapas do 2005 2006 programa Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Diligência para Inovação Prospecção Tecnológica Capacitação para Inovação Plano de Inova- ção Tecnológica Comercialização de EBT Figura 2 – Etapas do Projeto ADI A Etapa 1 - Diligência para Inovação, consistiu na realização de visitas às empresas participantes do projeto com o objetivo de mapear as competências tecnológicas e as demandas para desenvolvimento do processo de inovação dentro da empresa.. Entre as ações desta etapa, destacam-se: • Identificação de um “padrão” de empresa, baseado nas variáveis que sustentam os indicadores e as melhores práticas em inovação tecnológica; • Elaboração de um questionário para coleta de dados que subsidiaram a análise das empresas em comparação com os parâmetros do “padrão”; • Visitação e aplicação do questionário nas empresas participantes do projeto; • Consolidação dos dados, por empresa e total, e divulgação do relatório com a análise setorial do Projeto ADI. Os relatórios da primeira etapa foram individualizados e trouxeram percepções da equipe de especialistas do projeto sobre oportunidades de fortalecimento do processo de inovação dentro das empresas. A coleta de dados seguiu as diretrizes do Manual de Oslo, definindo-se 5 (cinco) fatores de avaliação da capacidade inovadora das empresas: • Alocação da Equipe • Perfil da Equipe de P&D 4
  • 5. Recursos investidos em P&D • Fontes para identificação de oportunidades inovadoras • Fatores que prejudicam as atividades de inovação Na Etapa 2 – Prospecção Tecnológica, fez-se estudos de cenários e de tendências de diversos segmentos, entre eles os segmentos de produtos eletro-eletrônicos e de tecnologia da informação. Essa etapa foi importante para fomentar os tomadores de decisão das empresas, de informações em relação aos direcionamentos que as tecnologias estão tomando no médio e longo prazo. Esse reconhecimento de cenários futuros facilitou a escolha de ações estratégicas de desenvolvimento de inovações tecnológicas. As principais ações relativas a essa etapa foram: • Definição de áreas temáticas, com base no levantamento de publicações dos setores e análise da matriz de tecnologias relacionadas ao setor; • Realização de estudos exploratórios setoriais definidos na etapa anterior; • Divulgação dos resultados dos estudos temáticos através de “Encontros da Inovação” individuais com cada empresa; • Edição dos conteúdos em meios gráfico e digital e entrega a cada empresa um relatório individual; Ao final desta etapa, as empresa obtiveram, individualmente, informações sobre o mercado no qual cada uma está inserida, as tecnologias promissoras e as tendências de novos produtos, úteis para identificarem oportunidades de inovações futuras. A Etapa 3 – Capacitação para Inovação, consistiu na realização de atividades de capacitação (cursos, seminários, workshops, etc.) identificadas como necessárias durante a Etapa 1 - Diligência para a Inovação, e cujos conteúdos abordaram, entre outros, a dinâmica e o dilema da inovação, propriedade intelectual, análise de viabilidade econômica e pesquisa de mercado. As atividades de capacitação envolveram aproximadamente 192 horas de atividades. Os principais cursos e seminários ministrados foram: • Em relação às Competências em Inovação o Gestão para Inovação; o Plano de Inovação Tecnológica; 5
  • 6. o Aquisição e Proteção do Conhecimento Tecnológico; o Identificação de Alternativas de Financiamento / Fomento; • Em relação às Competências Gerenciais o Análise de Viabilidade Econômica; o Análise de Riscos; o Pesquisa de Mercado; o Gestão de Desenvolvimento de Produtos; o Gerência de Projetos; o Comercialização de Novas Tecnologias; o Lançamento de Novos Produtos; o Qualidade total na pequena empresa; • Em relação às Competências Específicas o Engenharia de Software; o Java Básico; o Linguagem C; o Projeto orientado à Certificação; o Metrologia na Indústria; Além destas, duas importantes capacitações foram programadas. Uma, sobre os Instrumentos de Fomento à Inovação, já foi realizada. Com ela, foi possível levar às empresas, o conhecimento das fontes de recursos para o financiamento de atividades de inovação, entre eles, os fundos setoriais, os editais públicos de recursos de fomento (Finep, Fapemig, CNPq, etc.) e os fundos de investimentos privados. Outra, que fará o fechamento do projeto em Março de 2006, é representada pelo Curso Básico de Patentes, ministrado pelo INPI – Instituto Nacional de Propriedade Intelectual e abordará, entre vários tópicos, uma sensibilização pela importância da proteção da propriedade intelectual, informação tecnológica contida na documentação de patentes e Classificação Internacional de Patentes, além de uma demonstração prática de busca de documentos de patente via Internet e um treinamento para uso de bases internacionais em CD-Rom e on-line A Etapa 4 – Plano de Inovação Tecnológica, consistiu na orientação para elaboração individual de um plano de inovação tecnológica em cada empresa. A dedicação individual de cada empresa foi fundamental para o sucesso do plano. Entre as atividades realizadas nesta etapa, pode-se destacar: 6
  • 7. Definição, com cada uma das empresas, da equipe que iria atuar no processo de elaboração do plano; • Identificação das oportunidades de inovação nos horizontes de curto, médio e longo prazo para essas tecnologias, tendo como base os resultados da Etapa 1 e da Etapa 2; • Elaboração de um plano de desenvolvimento tecnológico para cada uma das empresas. Esse plano pôde ser para uma inovação de produto ou processo cujas atividades já estavam em andamento ou que ainda; • Seleção, junto com a equipe de tecnologia de cada empresa, de um objeto alvo para execução orientada de um projeto de desenvolvimento de produto, serviço ou processo; • Elaboração de um “módulo” de orientação para a implantação do Plano de Desenvolvimento Tecnológico; • Orientação (“mentoring”) das empresas em: o Processo de desenvolvimento; o Desenvolvimento de projetos orientado à certificação; o Metrologia e ensaios de produtos; o Gestão de projetos; • Orientação para a execução do projeto piloto de desenvolvimento de um produto, serviço ou processo. O Plano de Inovação Tecnológica foi a etapa que englobou os conhecimentos adquiridos nas demais etapas. Após conhecer a empresa e seus indicadores de inovação (Etapa 1), identificar as tendências tecnológicas (Etapa 2) e se capacitar para o desenvolvimento de inovações (Etapa 3), a Etapa 4 consistiu na aplicação desses conhecimentos, de forma estruturada, através de um plano. Cada empresa pôde, portanto, se organizar para implantar suas inovações tecnológicas. A Etapa 5 – Comercialização de Tecnologias, última etapa do projeto, desenvolveu junto com cada empresa um roteiro para lançamento da inovação, quando produto ou serviço. A Figura 3 sintetiza a abordagem e as etapas do projeto. 7
  • 8. P lano de P lano de Diligência para Diligência para P ros pecção P ros pecção Capacitação Capacitação Comercialização Comercialização Etapas Inovação Inovação Inovação Inovação T ecnológica T ecnológica para Inovação para Inovação de E B T de E B T T ecnológica T ecnológica Abordagem Entender Entender Olhar adiante Olhar adiante Capacitar-se Capacitar-se Fazer Fazer Realização de Realização de Reuniões com as Reuniões com as cursos e cursos e empresas para empresas para Classificação definição do Elaboração do Elaboração do Classificação seminários com seminários com definição do das atividades projeto inovador plano de plano de Realização de Realização de das atividades base no base no projeto inovador das empresas do a ser lançamento e lançamento e pesquisa pesquisa das empresas do diagnóstico de diagnóstico de a ser projeto implementado comercialização comercialização primária com as primária com as projeto capacitações capacitações implementado Modo de do produto do produto empresas empresas Levantamento Levantamento requeridas requeridas Elaboração do Elaboração do Operação inovador inovador participantes participantes das tendências das tendências realizado na realizado na Plano de Plano de desenvolvido (ou desenvolvido (ou Entrevistas com Entrevistas com do setor do setor etapa 01 etapa 01 Inovação Inovação em em os empresários os empresários Encontros de Encontros de Capacitação em Capacitação em Tecnológica Tecnológica desenvolvimento) desenvolvimento) Inovação Inovação Atração de Atração de Acompanha- Acompanha- pelo projeto pelo projeto Recursos de Recursos de mento da mento da Fomento Fomento implementação implementação Relatório de Relatório de Material dos Material dos Relatório da Relatório da Prospecção Prospecção Plano de Plano de Cursos e Cursos e Plano de Inovação Plano de Inovação “Deliverables” Diligência para Diligência para Tecnológica Tecnológica Lançamento e Lançamento e Seminários Seminários Tecnológica Tecnológica Inovação Inovação Encontros de Encontros de Comercialização Comercialização Ministrados Ministrados Inovação Inovação Figura 3 – Etapas do Projeto ADI 4. Algumas reflexões sobre Dados Coletados no Projeto Algumas reflexões sobre os dados coletados na Etapa 1 – Diagnóstica para Inovação e consolidados na Etapa 4 – Plana de Inovação Tecnológica, trazem informações interessantes. A primeira é que as incubadoras de Santa Rita do Sapucaí têm importante papel na motivação para as empresas inovarem. A cidade possui 2 (duas) incubadoras, uma operada pelo próprio Inatel e outra pela prefeitura. Cerca de 28% das empresas do projeto são incubadas e outras 25% delas passaram por uma destas incubadoras. A Figura 4 mostra o importante papel das incubadoras como motivadoras pela inovação. Empresas Pesquisadas (Incubadas e Não-Incubadas) Tipo Tipo Caracterização das empresas não Caracterização das empresas não incubadas incubadas 26 28% 17 72% TOTAL 36 empresas 9 Não Incubadas Incubadas Graduadas Outras Total Figura 4 – Papel das Incubadoras de Santa Rita do Sapucaí como motivadoras pela Inovação 8
  • 9. Em relação ao ramo de atividade das empresas do projeto, constatou-se que 72% das empresas do projeto têm como atividade principal a fabricação de eletroeletrônicos. Isto evidencia a vocação de Santa Rita do Sapucaí por hospedar empresas de eletrônica, daí ela ser conhecia como Vale da Eletrônica. A Figura 5 mostra os principais ramos de atividades das empresas pesquisadas. Empresas Pesquisadas (por atividade) Outros 8% Fabricação de Eletroeletrônicos - Partes e peças 19% Fabricação de Eletroeletrônicos - Produto Final 47% Tecnologia da Informação TOTAL 25% 36 empresas Figura 5 – Setores de Atividades das Empresas do Projeto ADI Em relação à alocação de recursos em P&D, a consolidação dos dados mostrou que as empresas do projeto alocam mais recursos em P&D do que as empresas tomadas como referência (“padrão”). Elas também alocam seus recursos humanos em P&D, em média, na mesma proporção das empresas ganhadoras do prêmio Finep de Inovação Tecnológica. As Figuras 6 e 7 apresentam a alocação da equipe por área de atuação e em detalhes a alocação da equipe de P&D, incluindo comparativo com as empresas da PINTEC 2003. Alocação da Equipe (por área de atuação) 31% Administrativo / 42% Comercial 42% 41% Produção 27% 16% P&D Empresas Empresas de Pesquisadas Referência Figura 6 – Alocação de Equipe nas Empresas do Projeto ADI 9
  • 10. Alocação da Equipe em P&D Equipe Alocada em P&D (tempo de alocação – média entre as empresas) (por nível de qualificação) Empresas Pesquisadas 27% 26% 38% 44% 48% Empresas Ganhadoras do 27% Prêmio Finep Referências Nacionais 16% 45% 65% 45% 48% Referências do APL 16% 16% 6% 9% 8% PINTEC (Setor) 4% Empresas Referências Setor Brasil Pesquisadas do APL PINTEC PINTEC (Brasil) 1% Nivel Técnico Nível Superior Pós-graduados Figura 7 – Alocação de Equipe em P&D nas Empresas do Projeto ADI O perfil das empresas – micro e pequenas – contribui para essa constatação sobre a alocação da equipe em P&D. Grande parte delas é de pequeno porte. Entretanto, as 27 empresas que responderam o questionário empregam 304 funcionários, ou seja, uma média de 11 funcionários por empresa. A origem dos recursos aplicados em P&D é sem dúvida o capital próprio das empresas. Isto quer dizer que há muito espaço para as empresas buscarem outras fontes de recursos, incluindo recursos de agências de fomento e bancos de desenvolvimento, justificando a capacitação de instrumentos de fomento ministrada na Etapa 3. A Figura 8 mostra a proporção entre capital próprio e capital de terceiros do total de recursos investidos em P&D. Origem dos Recursos Investidos em P&D Capital Próprio 96% Capital de 3os 4% TOTAL 27 empresas** Figura 8 – Origem dos Recursos Investidos em P&D nas Empresas do Projeto ADI 10
  • 11. Finalmente, em relação às fontes de identificação de oportunidades inovadoras, a consolidação dos dados mostrou importantes fontes não exploradas profundamente pelas empresas, comparadas com a PINTEC 2003 do setor, entre elas Concorrentes, o próprio Departamento de P&D, as Outras Áreas da Empresa (por exemplo, marketing) e Fornecedores, este último importantíssimo por se tratar do setor de eletrônica. A Figura 9 destaca estas fontes. Fontes de Identificação de Oportunidades Inovadoras (% de empresas que apontaram como de alta ou média importância) Empresas Pesquisadas Empresas Pesquisadas PINTEC (Setor) PINTEC (Setor) Clientes 67% 70% Conferências, feiras, reuniões 67% 52% Concorrentes 64% 37% Depto. P&D 61% 23% Outras áreas da empresa 40% 68% Fornecedores 36% 67% Empresas de Consultoria 28% 6% Universidades e Institutos 17% 14% Fonte Externa Fonte Interna Divulgação de patentes 17% 5% Informações disponíveis Instituições de ensino e pesquisa Figura 9 – Fontes de Identificação de Oportunidades Inovadoras das Empresas do Projeto ADI Em relação aos fatores que limitam as atividades inovadoras das empresas do projeto, comparativamente com a PINTEC 2003 do setor, constatou-se que os fatores Falta de pessoal qualificado e Falta de Informações sobre o Mercado diferem significativamente da média das empresas da PINTEC 2003 do setor. A Figura 10 mostra estes fatores comparativamente com a PINTEC 2003 do setor. 11
  • 12. Fatores que Limitam as Atividades Inovadoras (% de empresas que apontaram como de alta ou média importância) Empresas Pesquisadas Empresas Pesquisadas PINTEC (Setor) PINTEC (Setor) Escassez de fonte de 58% 37% financiamento Elevados custos de inovação 53% 44% Falta de pessoal qualificado 44% 4% Riscos econômicos excessivos 36% 21% Falta de informações sobre o 31% 6% mercado Fraca respostas dos 17% 5% consumidores Escassez de serviços técnicos 17% 3% Rigidez organizacional 14% 8% Escassez de possibilidades de 14% 3% cooperação Fatores Econômicos Dificuldade para se adequar a 6% 8% Fatores das Empresas padrões Outras Razões Figura 10 – Principais Fatores limitantes das Atividades Inovadoras das Empresas do Projeto ADI 5. Conclusões O projeto está sendo concluído, mas já se pode precipitar a sua contribuição como agente motivador e apoiador da inovação pelas empresas. O projeto serve como um exemplo de prestação de serviços tecnológicos das ICTs ao Sistema Local de Inovação, integrado às perspectivas de desenvolvimento local econômico e social. Vislumbra-se, também, um potencial do projeto na contribuição aos modelos de gestão estratégica da inovação em MPEs, representando um público-alvo significativo e ainda pouco servido de metodologias e ferramentas de apoio à inovação tecnológica da natureza do Projeto ADI. Reuniu-se a metodologia e as ferramentas de apoio, bem como as informações gerais do projeto, em uma “home-page” de apoio às empresas. A Figura 11 ilustra esta “home-page”, que serve às empresas como informativo das ações do projeto e como repositório dos documentos e relatórios do projeto [4]. A página tem uma área aberta aos visitantes em geral e uma área fechada, somente acessível às empresas do Projeto ADI. 12
  • 13. Figura 11 – “Home-page” do Projeto ADI 6. Referências [1] IBGE, “PINTEC 2003 – Pesquisa Industrial Inovação Tecnológica”, IBGE, Rio de Janeiro, 2005; [2] OCDE, “Manual de Oslo - Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica, tradução FINEP, Rio de Janeiro, 2004 [3] Kline, S; Rosenberg, N., “An Overview of Innovation”, Landau, R; Rosenberg, N. (orgs.), The Positive Sum Strategy, Washington, DC: National Academy of Press, 1986. [4] Inatel, “Projeto ADI”, www.inatel.br/ADI Eduardo Grizendi é engenheiro eletrônico formado pelo ITA, São José dos Campos, SP. Possui Mestrado em Telecomunicações pelo Inatel e MBA pela FGV. É professor da cadeira de Negócios em Telecomunicações do Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações, em Santa Rita do Sapucaí. MG e Diretor de Apoio a Incubadoras e Parques Tecnológicos da Agência de Inovação Inova da Unicamp, em Campinas, SP. Pode ser contatado através dos e-mails egrizendi@inatel.br e egrizendi@inova.unicamp.br. Guilherme Marcondes é formado em Engenharia de Telecomunicações pelo Inatel - Instituto Nacional de Telecomunicações, Santa Rita do Sapucaí, MG. Possui mestrado pela mesma instituição. É professor da cadeira de Projetos de Sistemas de Informação e Gerente da ICC – Inatel Competence Center, um centro de desenvolvimento de projetos, da mesma instituição. Pode ser contatado através do e-mail guilherme@inatel.br . 13