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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
       CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
          DEPARTAMENTO DE LETRAS




Diário de Observação em Sala de Aula




                              Trabalho realizado pela aluna
                              Elannia C. I. Lins, referente
                              à disciplina Prática de
                              Português para avaliação da
                              Professora Márcia Mendonça.




                   Recife
                   2001
1. Informações gerais da escola onde foi realizada as observações
       Estas informações foram retiradas do Boletim Oficial do Colégio
 1.1.Dados de Identificação da Instituição do Ensino
   Escola: Colégio de Aplicação
   Contexto em que se situa: Escola pública, situada em um bairro de classe média, na periferia do
   Recife, ensina crianças e adolescentes.
   Grau de ensino: Fundamental e Médio
   Número de Turmas: 14
   Número de Professores: 51
   Número de Alunos: 421
   Horário de Funcionamento: 2 turnos (manhã / tarde)

 1.2 A Estrutura Organizacional do Colégio
   Administrativos: Pleno do Colégio, Conselho Técnico-administrativo, Coordenadora Geral,
   Secretaria, Serviço disciplinar.
   Técnicos: Área de Estudos, Coordenadora do 1º e 2º graus, Conselhos de Classe, Serviço de
   Orientação Educacional, Biblioteca Juvenil.
   Física:
    Térreo: Portaria, Recepção, Coordenação, Vice-Coordenação, Secretaria, Almoxarifado, 5 salas
       de aula (2º grau, recuperação e Artes), 5 Laboratórios (Biologia, Química/Física, Informática e
       Línguas - Teoria e Prática), Sala de Projeção, 2 Vestiários, Copa/Cozinha, Xerox, 4 WC's.
    1º Andar: Laboratórios (Matemática e Estudos Sociais), 8 salas de aula (1º grau), Sala dos
       Professores, Sala dos Professores de Português, audiovisual, Sala de Reuniões, 4 WC's.
    Recreio Coberto: Sala de Música, Sala de Instrumentos, 2 Camarins, Palco, Área Coberta, 2
       WC's.
    Quadra: 3 Gabinetes (Médico, Oftalmológico e Odontológico), Sala de Enfermagem, Sala dos
       Professores de Educação Física, almoxarifado de Educação Física, Almoxarifado Geral do
       Colégio, Grêmio Estudantil, Sala de Dança, Sala de Ginástica, Recepção Geral.

 1.3. Objetivos do Colégio
        Formar alunos leitores e produtores de textos pela prática de um trabalho funcional com a
           Língua Portuguesa, inserindo-os no universo particular dos textos.
        Desenvolver a capacidade argumentativa dos alunos a fim de que possam expressar com
           criatividade e persuasão as suas ideias.

 1.4. Avaliação
        Realizada através da avaliação processual, pois não contempla só a prova e sim a participação
em classe, a realização das leituras e pesquisas, seminários e trabalhos escritos.

  1.5. Profissionais Existentes na Escola
         Diretora, Coordenadora, Vice-coordenadora, Supervisora de Classe, Porteiro, Secretária,
Psicólogo, Pedagogo, Bibliotecário, Cozinheira, Zeladores, Médico, Enfermeira e Professores.
Diário de Observação em Sala de Aula

   ESTÁGIO GERAL

1. Primeiro Encontro
 1.1. Informações sobre a Sala de Aula:
   Disciplina: LÍNGUA INGLESA
   Professora: Cristina
   Turma: 6ª A - Ensino Fundamental
   Horário: 13:10 às 15:10
   Número de Alunos: +- 25 alunos ( 13 meninos - 18 meninas)
   Faixa Etária: 11 a 13 anos
   Ambiente Físico: Sala pequena, com vídeo, TV, ar condicionado, 1 quadro branco, 20 cadeiras em bom estado de
    conservação.
 Data: 14.03.2001

 1.2. Comentários sobre a observação
        A observação foi realizada em uma classe da 6ª série do Ensino Fundamental, de turno diurno do
Colégio Aplicação. A professora é pontual, chega às 13:10, entra na sala falando em inglês com os
alunos e eles demonstram segurança, firmeza e intimidade com a língua. A primeira atividade é feita
com o auxílio do livro didático. O exercício é feito em conjunto entre a professora e os alunos. Cada
pergunta, feita pela professora, é direcionada para um aluno que responde tranquilamente sem muitas
dificuldades. Os alunos observam o que a professora está falando, assimilam e automaticamente
respondem as questões. Tudo muito rápido e dinâmico.
        A aula é ministrada com um senso crítico-reflexivo, com consciência e sensibilidade social. Esta
constatação ficou clara principalmente na segunda atividade quando a professora exibe o filme com o
título "Instinto". A mensagem deste filme é orientada para os objetivos da proposta educativa
comprometida com a transformação social. O conteúdo é apropriado para o objeto de ensino, que é a
língua inglesa, pois os alunos escutam os próprios nativos falando em inglês e ao mesmo tempo têm
contato com a língua portuguesa, porque o filme é legendado. O conteúdo do filme é bastante
educativo: trabalha com o comportamento humano, com a multiculturalidade, com os valores sociais, os
interesses e as necessidades do ser humano.
        Enquanto os alunos estão assistindo ao filme, a professora escreve no quadro 4 questões que
valorizam as habilidades sócio-intelectuais tanto quanto os conteúdos do filme. Nesta aula não foi
possível ver todo o filme, o tempo foi insuficiente. A professora decide marcar a discussão das 4
questões na próxima aula.
2. Segundo Encontro
 2.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: HISTÓRIA
 Professora: Tatiane
 Turma: 6ª A - Ensino Fundamental
 Horário: 07:20 às 09:00
 Data: 15.03.2001

 2.2. Comentários sobre a observação
        A professora entra na sala e pergunta por "Ulisses" e o "Paraíso". Esses dois termos utilizados
pela professora significam o trabalho e a redação sobre o que eles acham sobre o paraíso e como seria o
paraíso de cada um deles. Ao mencionar a redação, os alunos ficam eufóricos e a maioria faz questão de
ler o seu texto para todos ouvirem. Neste momento, a professora pede silêncio e chama um de cada vez
para ir para frente e ler o que escreveu.
        Os textos elaborados pelos alunos têm coesão, coerência e abordam temas em comum, como por
exemplo, amor, liberdade, prosperidade, igualdade, diversão, violência, paz, alegria, felicidade,
natureza, moradia, alimentação. A maioria dos alunos descrevem os direitos básicos e a minoria aborda
o consumismo atual. Quando todos terminam de ler, a discussão gira em torno de alguns alunos que
descreveram um paraíso individualista sem considerar os direitos básicos de todos. Um outro grupo não
concorda com esta visão e começa a debater sobre esse assunto até que uma aluna intervém e coloca o
seu ponto de vista, que é a de respeitarmos a opinião geral. A partir disso, a professora começa a contar
o papel da história neste contexto geral: "Em toda a história o homem sempre almejou um paraíso, só
que as características são diferentes, de acordo com a cultura do povo, a raça, esse paraíso pode ser
egoísta ou coletivo e vocês se pronunciaram de acordo com o mundo atual de vocês". Palavras da
professora.
        Após esta pequena introdução, a professora faz referência no que está no livro e pede para
alguns alunos lerem. No livro há três textos com três paraíso diferentes retratando épocas distintas. Eles
lêem em voz baixa e depois a professora pede para que eles observem 2 figuras que estão no livro e
analisem em que contexto estão inseridas. Enquanto eles fazem esta tarefa, a professora faz a chamada.
Ao terminar, ela solicita que cada aluno mencione o que conseguiu absorver nas figuras e a tarefa é
cumprida sem problemas. Porém, o último aluno quando faz sua análise, alguns colegas não concordam
com ele. Este aluno fica envergonhado e diz que não responde porque a sua resposta não é correta. A
professora pede para ele repetir sua análise e diz em voz alta para todos que a sua opinião é válida, deve
ser aceita e não pode ser considerada como errada. O aluno fica em silêncio. Antes de terminar a aula, a
professora pede para que os alunos leiam em casa a próxima página do livro.
        As duas atividades da professora usadas nesta turma foram bem satisfatórias. A língua
Portuguesa foi contemplada de forma objetiva e eficaz, partindo da produção de texto, da leitura, da
capacidade dos alunos de comporem. Explorou o lado questionador dos alunos e buscou o
conhecimento deles para depois adentrar no seu objeto de ensino, que é a História. Fez o aluno refletir e
perceber o conhecimento de forma interdisciplinar, propondo pontes de relações entre eles e atribuindo
significados próprios aos conteúdos.
3. Terceiro Encontro
 3.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: ARTES
 Professora: Beatriz
 Turma: 6ª A - Ensino Fundamental
 Horário: 09h:00 - 11h:00
 Ambiente Físico: Sala grande, 1 quadro branco grande, algumas mesas grandes próprias para trabalhar com a arte.
 Data: 15.03.2001

 3.2. Comentários sobre a observação
        Na sala de aula, os alunos têm todo o material disponível para trabalhar com a arte(lápis de cor,
papel, retratos, livros,etc). Logo no início da aula, a professora pede para que os alunos completem as
tarefas anteriores que não foram terminadas. Enquanto isso, ela fica conversando com um colega de trabalho
e não acompanha os alunos. A tarefa que eles têm que concluir refere-se a fazer alguns retratos do seu colega que
está na sua frente, um retrato de alguém da família, de uma paisagem externa do colégio e por último uma
silhueta.
        Depois de alguns minutos a professora encerra a tarefa e diz que eles não vão ter mais
oportunidade para fazê-la. Por conta disso, todos param de fazer a tarefa e ela começa a fazer algumas
perguntas do tipo: o que é espaço, volume, profundidade, dimensão, largura e também se há alguma
relação entre geografia e artes plásticas. Para responder essas perguntas, a professora se dirige a cada
aluno da sala. Cada um responde da sua forma. A partir das respostas, a professora utiliza o quadro para
dar algumas explicações. Ela parte do princípio de não responder tudo logo de imediato; primeiro busca
do aluno o seu conhecimento prévio do assunto e depois o esclarece na medida do possível.
        Quando a professora vai ao armário em busca de um retrato para dar uma explicação sobre o
assunto em questão, uma aluna se pronuncia e diz que a professora só traz problemas . A professora
responde tranquilamente que esse é o objetivo da disciplina. Imediatamente a garota contesta
declarando que a professora tem que resolver os problemas e não trazer problema para a turma.
        Diante desse acontecimento, podemos observar que a prática docente da professora não é aquela
em que o professor é a principal fonte de informação e procura ter todas as respostas prontas para seus
alunos. O seu ponto de partida é valorizar a curiosidade, o questionamento exigente e a incerteza do
aluno. Isso, ficou bem claro durante a sua perfomance em sala.
        Uma das tarefas nesse dia foi dividir a turma em grupos e entregar a cada aluno um retrato para
que eles analisassem o espaço, profundidade etc. Aparentemente, o seu objetivo com esta atividade é
preparar o aluno para o processo mental da busca da criatividade e da crítica. Além disso, prepará-lo
para inovar e exercitar o problema. A professora explica para os estagiários, em particular, que a
finalidade do conteúdo e do programa nesta fase é justamente fazer com que os alunos descubram suas
dificuldades e preocupações.
        A próxima atividade exige que os alunos expliquem o que eles conseguiram abstrair das figuras;
dois componentes da equipe vão para frente mostrar o que entenderam. Cada um se coloca de forma
espontânea e segura do que pensam e acreditam. A medida que eles vão falando, a professora aprofunda
o assunto e conta os detalhes de cada retrato. Neste ritmo, observa-se uma interação mútua de ensino e
aprendizagem concebida sem repetição, sem reprodução das palavras, textos e experiências do professor.
       Dando continuidade ao conteúdo, a professora pergunta que percepção e noção os alunos têm de
espaço. A resposta é imediata: "da cabeça, da visão, da MENTE". Era esse o ponto que a professora
queria chegar e os próprios alunos se pronunciaram com a ajuda indireta dela. Depois ela faz
comentários sobre opressão, ansiedade e discute com a turma a importância de deixar os alunos livres
para criarem o seu mundo e o seu próprio conhecimento.

4. Quarto Encontro
4.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: MATEMÁTICA
 Professor: José Carlos
 Turma: 6ª A - Ensino Fundamental
 Horário: 11h:00 - 12h:40
 Data: 15.03.2001

4.2. Comentários sobre a observação
        Antes do professor chegar a sala, uma aluna faz o seguinte comentário: "essa é a aula que passa
cem anos em 50min." O professor entra na sala, diz bom dia e ressalta que todos já passaram pelo
bebedouro, banheiro, por isso não vão mais sair. De repente, um aluno bate a cadeira com muita força, o
professor reclama com ele e deixa claro que o aluno não está em casa. O estudante fica quieto e se
resguarda no canto da parede.
        Passando estes contratempos, a aula inicia. O assunto é número múltiplo/divisor. A primeira
pergunta é: o que é número múltiplo? O professor exige que cada aluno responda de forma diferente e a
turma faz barulho com conversas paralelas e o professor pede silêncio.
        A primeira atividade é exposta no quadro. Uma questão é colocada para a turma resolver. A
título de ilustração, vejamos o problema: "vai ter eleição em 2056? (1994 - 1998 § 2056?). Após
apresentar o problema, o professor pede para que os alunos venham responder no quadro. Alguns vão
até o quadro, mas não dão respostas satisfatórias e o professor insiste para que alguém vá ao quadro e
mostre o verdadeiro resultado. Um aluno se prontifica a dar o resultado final. Então o professor pede
para que ele vá ao quadro e mostre para os seus colegas. A princípio o aluno não gosta da idéia e diz
que não quer ir, o professor não respeita a escolha do menino e insiste para que ele vá ao quadro. O
garoto não gosta, mas resolve ir. Antes disso, ele diz que o professor é "burro". A resposta do professor
é que não pode fazer nada e está aqui para aprender.
        Destaca-se, nesse particular, a incidência forte da palavra "burro" que os alunos usam
constantemente durante esta aula. É importante ressaltar que a matéria em estudo é exata e exige
exatitude nas respostas dos alunos. Talvez essa concepção os deixe apreensivos e inseguros.
         Depois de quinze minutos, o professor pede para a turma abrir o livro e resolver os exercícios.
Os alunos vão respondendo, mas demonstram pouca confiança no que estão fazendo. Ao resolver um
exercício, um aluno utiliza uma regra diferente do padrão e o professor pergunta ao aluno se esta regra é
válida e o mesmo se aprofunda de tal maneira no assunto que o professor diz que ele não entendeu a
pergunta e vai fazê-la de novo. Mas não dá uma resposta satisfatória ao aluno sobre o assunto abordado.
        Para finalizar, convém destacar que o tempo todo os alunos perguntam quanto tempo falta para
acabar a aula e reclamam do horário.
5. Quinto Encontro
  5.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: EDUCAÇÃO FÍSICA
 Professor: Marcelo
 Turma: 6ª A - Ensino Fundamental
 Horário: 07h:20 - 09h:00
 Espaço Físico: Uma sala pequena dentro da quadra de esportes própria para fazer ginástica.
 Data: 16.03.2001

 5.2. Comentários sobre a observação
       O professor chega 20 minutos atrasado e justifica o atraso para a turma informando que estava a
serviço da instituição. Meninos e meninas fazem ginástica juntos, usam uniforme apropriado para a
educação física.
       Ao entrar na sala de ginástica, o professor tem dificuldades para iniciar o exercício com a turma.
O professor discute com os alunos o que vai ser feito em sala, mas alguns alunos atrapalham a aula, o
professor reclama e chama atenção deles. Ao terminar de falar sobre a atividade, outro aluno pergunta
ao professor o que vai ser feito. O professor responde que já falou a respeito e que o aluno "estava no
mundo da lua".
       O assunto é sobre eixo equilibrado em especial a coluna. O professor solicita aos alunos que eles
formem um círculo para explicar a teoria e depois eles irão para a prática. Enquanto ele fala, os alunos
gritam, falam ao mesmo tempo; ficam agitados querendo brincar e falam muito alto. As horas passam e
depois de 40 minutos o professor consegue explicar o primeiro exercício.
       Após a explicação feita no quadro, a primeira a atividade exige que os alunos se dividam em
pequenos grupos espalhados nos colchões. Os grupos não ficam bem distribuídos e o professor mais
uma vez tem dificuldades de orientar a turma para iniciarem os exercícios. Os gritos começam outra
vez.. O problema é o espaço que não é suficiente para todos. Mas uma aluna vai ao quadro e demonstra
como poderia ser formado os grupos. O professor aceita e recomeça tudo de novo. Os grupos são
formados e a tarefa começa a ser executada. Os alunos fazem exercício que trabalham o equilíbrio.
Cada grupo apresenta o seu exercício de um tipo de equilíbrio físico. O mais interessante é que o
professor não fez o exercício de alongamento com os alunos e o tempo todo demonstrava falta de
controle com a turma, prejudicando o seu possível objetivo.
6. Sexto Encontro
 6.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: PORTUGUÊS
 Professora: Euna
 Turma: 6ª A - Ensino Fundamental
 Horário: 10h:10 - 11h:50
 Data: 16.03.2001

 6.2. Comentários sobre a observação
        Esta aula foi uma revisão da assunto visto na aula anterior. O assunto é Processo de Formação
de Palavras. A professora discute o exercício que trata dos dois processos: derivação e composição. A
explicação é feita no quadro e os alunos participam e relembram o conteúdo. Após essa breve
explanação, a professora entrega um exercício para a turma. Ela faz a leitura em voz alta e uma aluna
pede para que a professora deixe eles resolverem sozinhos, mas ela diz que é melhor ela ir lendo e
perguntando ao mesmo tempo para todos que estão presentes. A professora lê muito rápido e a turma
reclama. Logo, ela diminui o ritmo.
        Uma das questões elaboradas pedia para que o aluno formasse uma palavra parassintética
através da palavra já existente: "castelo". Seguindo a seqüência das outras palavras, como por exemplo:
"castelo" era "encastelar". Essa palavra não faz parte do vocabulário da turma que logo questionou a
existência da mesma e perguntam à professora qual o significado desta palavra. Ela responde sem muita
segurança.
        Passando este episódio, a professora explica o Processo de Formação de Palavras (criação de
novas palavras), fala sobre abreviação vocabular (moto - motocicleta) e também abreviatura(Dr. , Obs.
Etc.). A próxima atividade contempla a leitura de um texto em que há a presença de onomatopéia e a
professora pede para que um aluno leia. Durante a leitura, os alunos tem dúvidas se a palavra CD é
abreviatura ou sigla. A professora não sabe responder com exatidão e deixa em aberto para a próxima
aula.
         O clima da aula gira em torno de alguns alunos que conversam e brincam sem prestar atenção
na aula. Algumas meninas passam papéis para identificar o menino mais bonito da sala. A próxima
atividade é feita individualmente. O assunto é "Oração" também uma revisão sobre sujeito, predicado,
substantivo etc. A professora explica que todos estes assuntos foram vistos na série anterior, ou seja, na
5ª série e esta revisão ajudará a descobrir se eles ainda têm dúvidas sobre o assunto.
        O exercício pede para que os alunos formem orações com os verbos em destaque. Ela faz uma
ressalva para que não passem além do que está sendo pedido. No final da aula, a professora pede para
que todos entreguem o trabalho que ela pediu para ser feito em casa.
Diário de Observação em Sala de Aula

   ESTÁGIO ESPECÍFICO : LÍNGUA PORTUGUESA
1. Primeiro Encontro
 1.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Ynah
 Turma: 3ª B
 Horário: 09:00 às 11:00
 Número de Alunos: +- 25 alunos ( 13 meninos - 18 meninas)
 Faixa Etária: 15 a 20 anos
 Ambiente Físico: Sala pequena, 1 quadro branco, 27 cadeiras.
 Data: 23.03.2001

1.2. Comentários sobre a observação
        Dando sequência as observações no Colégio de Aplicação, o presente diário traz informações
sobre o ensino de Língua Portuguesa em três turmas: 5ª, 1ª e 2ª B. Antes de apresentar os dados
observados nestas três turmas, farei alguns comentários sobre a turma da 6ª A e também do 3ª B que
observei antes da orientação oficial da professora de Prática de Português 1 - Márcia Mendonça.
        A professora entra na sala de aula às nove horas em ponto. Apresenta para os alunos um livro de
língua portuguesa; esclarece as características, as formas e o conteúdo do livro; fala da importância
deste livro para a disciplina e mostra que o livro acompanha um jornal com a história da língua.
        Após essa breve exposição do livro, a professora inicia a aula com uma proposta de redação, que
tem por objetivo analisar a situação da linguagem, discutindo as principais questões envolvidas neste
assunto. A professora entrega aos alunos um texto sobre linguagem e para avaliar as condições de
produção da turma, ela entrega um plano, contendo algumas perguntas referentes ao texto. Trata-se de
um amplo grupo de elementos que constituem a redação, envolvendo o tema, delimitação do tema,
objetivo, banco de idéias, conclusão. Essas perguntas constituem o Plano das Idéias do Texto
Dissertativo.
        O acompanhamento do modo e da postura da professora e dos alunos diante da tarefa exigida foi
possível registrar o seguinte:
 Enquanto os alunos faziam a redação, a professora lia uma revista;
 Um aluno pergunta se pode consultar. A professora responde: "acho que entrei na turma errada. Vou
    matar quem fez esta pergunta."
 Outro lado pergunta se pode mudar o tema que está no texto. A professora responde: " na hora da
    prova da COVEST, você pode fazer isso? Então a sua resposta é não";
 Alguns alunos não mantém silêncio na hora de produzir o seu texto. A professora reclama e pede
    para eles ficarem calados;
 A professora lembra aos alunos o tempo que deve ser gasto para fazer a redação;
 Ocorre algumas interferências dos alunos com relação as regras exigidas pela COVEST no
    momento de fazer a redação. Eles têm dúvidas e não demonstram segurança no que estão fazendo.
Por conta disso, a professora fica indignada e pede para que cada um se dirija a ela para esclarecer
    as dúvidas.
    O que se pode perceber claramente nesta atividade é que o desempenho dos alunos tem como
    objetivo o vestibular. Toda a construção e a produção textual dos estudantes estão remetem a um
    único fim: a redação do vestibular.


2. Segundo Encontro
 2.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professor: Jonatan
 Turma: 6ª B
 Horário: 07:20 às 09:00
 Número de Alunos: +- 35 alunos ( 15 meninos - 20 meninas)
 Faixa Etária: 11 a 13 anos
 Data: 30.03.2001

2.2. Comentários sobre a observação
        O professor chega 20 minutos atrasado. Diz bom dia. Pede para os alunos formarem grupos. O
professor apresenta vários livros e os colocam em cima do birô para que um dos componentes de cada
grupo escolha dois livros didáticos e façam uma leitura rápida e depois observem o título, autor, editora,
edição, apresentação, folha de rosto e biografia do autor. Na concepção do professor essa investigação
ajudará a eleger o livro.
        Durante essa exposição, um aluno chega atrasado e pede para entrar, o professor informa que ele
chegou atrasado e por isso não pode entrar e encaminha o menino para a Coordenação. Passa alguns
minutos e outro aluno chega atrasado e o mesmo professor o deixa entrar.
        Passado estes episódios, o professor explica a atividade. Cada componente do grupo deverá ler o
livro e falar em voz alta porque escolheu tal livro. A explicação dele não fica clara e alguns alunos
entenderam que era para copiar o título, o tema etc. O professor explica de novo e pergunta se
entenderam. Uma aluna responda: "agora sim". Ele diante desse impasse toma uma atitude muita
constrangedora para todos que estavam presentes na sala. Dirige-se para os estagiários, perguntando se
todos haviam entendido a sua explicação. Obviamente todos respondem que haviam entendido.
        Pouco a pouco, os alunos escolhem os livros que aparentemente são os mais finos para
analisarem. As duas aulas resume-se apenas nesta atividade. No final da aula, cada grupo devolve o
livro e entrega o trabalho escrito e o professor faz a chamada.


3. Terceiro Encontro
 3.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professor: Juarez
 Turma: 2ª B
 Horário: 09:00 às 11:00
 Ambiente: Laboratório de Informática
 Data: 30.03.2001

3.2. Comentários sobre a observação
A aula é de Literatura e a atividade é realizada no Laboratório de Informática; trata de
apresentações de equipes que abordam o tema do Classicismo(escola literária que representa o estilo
clássico). A primeira equipe se apresenta com dificuldades, porque dependem do material usado no
laboratório, mas o mesmo não estão em boas condições de uso. Um dos componentes do grupo explica
a situação e comenta o objetivo do trabalho.
        Diante desses contratempos, o professor fica sentado aguardando a equipe se preparar para
apresentar o trabalho. A idéia da equipe era abordar o assunto através do computador e também dos
comentários de cada componente do grupo. A intenção do uso do computador era para ilustrar o que
estava sendo apresentado pela equipe.
        O seminário é bem dinâmico. Parte do grupo fala sobre humanismo e o resto mostra no
computador o que os colegas estão apresentando. A equipe se apresenta com tranquilidade, confiança,
segurança e demonstram ter facilidade para trabalhar dessa forma.
        No final da apresentação, o professor pede para que o grupo faça uma auto análise do que foi
exposto. Um dos componentes da equipe responde que a intenção do grupo era juntar o visual (o
computador), que é bastante moderno e chama atenção dos colegas, além disso eles poderiam levar para
casa o assunto trabalhado em sala. Mas, infelizmente a situação do laboratório não contribuiu muito
para este fim.
        O professor esclarece que não é fácil avaliar o aluno e pede para que todos façam a sua
avaliação, depois ele dará a dele. Na sua opinião, ele justifica que não dá para diagnosticar quem sabe e
quem não sabe, porque cada um se comporta de maneira diferente. Durante a apresentação, alguns
ficam nervosos, outros desinibidos e assim por diante. Por isso, na hora de avaliar o professor deve
utilizar critérios convenientes com o contexto que cada aluno está inserido.


4. Quinto Encontro
 4.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Ynah
 Turma: 1ª B
 Horário: 07:20 às 09:00
 Data: 04.04.2001
 4.2. Comentários sobre a observação
        A professora é bastante pontual. Entra na sala e cumprimenta a turma. Depois que todos se
acomodam, ela escreve no quadro o roteiro e o seu planejamento de aula durante o semestre. O
planejamento está centrado, basicamente, na busca pelo prazer da leitura.
        Os alunos deverão ler os livros Boca do Inferno, Calabar , Ladeira da Saudade, A Moreninha,
Iracema, O Guarani, Lucíola, Senhora e Escrava Isaura. Além da literatura, os alunos devem também
ler revistas, jornais etc. Trata-se de um amplo grupo de leituras que alunos deverão cumprir para serem
avaliados através de uma chamada oral. Cada texto lido em revistas ou jornais deverá ficar exposto no
mural para que os outros colegas tenham acesso. No que diz respeito a leitura de reportagens em
revistas e jornais, a professora esclarece que eles podem ler qualquer coisa, menos a vida alheia dos
artistas.
        A professora passa a lista de leitura para a turma e deixa claro que trabalhará pouco exercício e
muita leitura. Alguns alunos reclamam e diz que é muita coisa. A professora diz que não é. A primeira
atividade refere-se a uma xerox que a professora entrega a cada aluno para prepará-los na hora de ler e
analisar os livros mencionados anteriormente.
Esta ficha de leitura contém bibliografia, resumo de enredo, personagem, tempo, espaço, foco
narrativo, estilo, verosimilhança, movimento literário e conclusão. A proposta da professora pauta-se na
perspectiva dos alunos fazerem uma ponte entre os dois livros, tendo em vista também as peculiaridades
de cada um. Essa finalidade, ela deixa bem claro para o grupo.
        O próximo assunto refere-se a linguagem. A professora pergunta o que foi visto sobre esse tema
em sala. Ninguém responde. Ela insiste e diz que foi visto dois textos que falavam sobre isso e pede
para que leiam de novo o mesmo texto. A partir daí, o assunto começa a ser discutido. O texto fala
sobre a linguagem, a comunicação, a interação e a alienação. A professora remete o poder da linguagem
na mídia atual: as novelas, a música.
        Todos se animam com o tema e cada um quer dar a sua opinião sobre o assunto. Mas a
professora entrega uma proposta de redação para que todos se posicionem com argumentos e objetivos.
A proposta de redação traz dois temas para que eles escolham apenas um. Enquanto os alunos fazem a
redação, a professora faz a chamada.
        Antes de terminar a aula, a professora escreve no quadro as próximas atividades que serão
abordadas na sala. Em cada atividade, ela coloca a data e o que vai ser trabalhado. Por exemplo: leitura
dos capítulos de literatura; avaliação escrita e individual do livro; gramática reflexiva(compreensão de
textos, conteúdos gramaticais, literatura).


5. Quinto Encontro
 5.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Euna
 Turma: 5ª B
 Horário: 07:20 às 09:00
 Data: 06.04.2001

 5.2. Comentários sobre a observação
         A professora entra na sala e fica sabendo que tem um aluno que está aniversariando. Ela pede
para todos cantarem parabéns para ele. Ela é bastante educada, deseja felicidades, paz, saúde para ele e
pergunta a sua idade.
         Passado esse momento, a professora começa a aula e marca a data da leitura do livro: "O
Mistério das Cinco Estrelas". Ela esclarece que os grupos terão que apresentar uma maquete com o
livro. A atividade resume-se assim: sorteará um aluno para ele falar sobre o livro e o resto ficará
observando. Haverá um sorteio de 10 alunos para apresentarem a maquete.
         Depois dos comentários da apresentação, a professora faz o sorteio dos 10 alunos que
aparentemente não gostaram de ser sorteados. Mas aceitam. Neste momento, a professora tem
dificuldades para conter os alunos. Eles fazem perguntas ao mesmo tempo, alguns dizem que não
querem apresentar o trabalho na frente dos colegas. A professora pede silêncio e explica que eles devem
ler e falar na frente de todos e se não souber o assunto, toda a turma será prejudicada.
         A bagunça continua e a professora procura cada aluno sorteado para saber se eles realmente
querem participar. Apenas um disse que não estava interessado. O grupo fica fechado com nove alunos.
         A próxima atividade tem como suporte os classificados de jornal. A tarefa é que todos observem
os verbos mais comuns que aparecem nos classificados e também mostrem as características próprias
deste meio de comunicação e formulem frases, seguindo o modelo dos classificados. A professora
esclarece que o assunto sobre verbos(vende-se, compra-se) já foi visto na aula anterior e por isso não
terão dificuldades em fazer o exercício. Enquanto os alunos fazem a atividade, a professora faz a
chamada.
        Depois que cada aluno fez o seu texto, a professora pede para alguns deles lerem o que
escreveram. Mas os alunos começam a bagunçar de novo e a professora explica que foi discutido no
Conselho de Classe o barulho que esta turma faz e todos estão preocupados com os critérios de
avaliação como ler, escrever e ouvir. Ao terminar de transmitir o recado, a professora segue a atividade
e os alunos começam a ler o texto que fizeram. De acordo com a leitura dos textos elaborados pelos
alunos, eles escreveram anúncios do tipo: "vende-se casa, vende-se uma cadela e procura-se empregada,
aluga-se, troca-se".
        Durante a leitura dos anúncios, um aluno chega atrasado e a professora o recebe com
afetividade. Pede para ele sentar e explica o atividade que os colegas estão fazendo. O aluno usava um
colete para coluna. Ele não estava com problemas na coluna. Entre os textos elaborados havia um que
falava sobre Porto de Galinhas. A professora pergunta se eles sabem porque é Porto de Galinhas.
Alguns alunos respondem que é por causa dos escravos e a professora acrescenta algo mais sobre o
assunto.
        O próximo exercício está no livro. É sobre classificado poético e classificado de jornal. A
professora pergunta a diferença, mas ninguém sabe responder. Ela explica a diferença e depois lê o
texto que está no livro e pede para todos fazerem a compreensão de texto em grupo. A aula termina e a
resolução desta tarefa fica para a próxima aula.


6. Sexto Encontro
 6.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professor: Juarez
 Turma: 2ª B
 Horário: 09:00 às 11:00
 Data: 06.04.2001

 6.2. Comentários sobre a observação

        Esta aula é continuação da apresentação dos seminários de Literatura. O assunto é
Trovadorismo. Antes de iniciar a apresentação, o professor pede para cada componente se apresentar.
Os seminários ocorrem no Laboratório de Informática. O primeiro grupo aborda o tema com clareza e
segurança, utiliza algumas xerox para eles consultarem. O segundo grupo fala sobre as cantigas de
amor, amigo, escárnio e maldizer. Uma das componentes do grupo expõe uma transparência para
explicar o assunto e declara que está muito nervosa. O professor a tranqüiliza, dizendo para ficar à
vontade porque todos estão torcendo por ela.
        O grupo é bastante criativo, utiliza música para mostrar as cantigas. No final da apresentação, o
professor pede para que o grupo dê uma conclusão do trabalho. Eles desabafam e comentam que
tiveram dificuldades para encontrar o material. Antes de encerrar os seminários, o professor faz algumas
comentários sobre a atividade e diz que gostou muito.
        Ao voltarem para a sala, o professor aplica uma prova em dupla para a turma. A prova é para
analisar o livro "O Mulato". O professor explica cada questão do teste. O conteúdo dessa análise
resume-se em:
 Caracterizar a sociedade da época, os personagens
 Quais os obstáculos que os personagens sofreram
   Narrar os episódios
   Explicar a atitude e o destino das 3 mulheres da narrativa
   Quais as mazelas sociais que o autor denuncia em seu texto
   Porque tal personagem assassinou o outro
   Faça um comentário sobre o que representou estes três fatos: a morte de tal personagem, o aborto e
    o casamento.
    Esta foi a última atividade. Antes de terminar a aula, os alunos entregam a prova ao professor e ele
diz que trará na próxima aula.




7. Sétimo Encontro
 7.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Ynah
 Turma: 1ª B
 Horário: 11:10 às 12:40
 Data: 06.04.2001

    7.2. Comentários sobre a observação
        A professora põe no quadro o roteiro visto na aula anterior sobre as atividades do semestre:
chamada oral de Literatura, gramática reflexiva, avaliação escrita do livro "Boca do Inferno", outra
avaliação escrita e individual com os assuntos de compreensão, textos, gramática e literatura. Além
disso, ela agendou para as quartas-feiras chamada oral das leituras de jornal, revista etc.
        A professora brinca com os alunos para que eles tragam ovo de páscoa para ela, já que a prova
será depois da comemoração. Logo após, ela diz que é melhor parar com isso se não o conselho de
classe vai informar que a professora faz chantagem com os alunos.
        Para iniciar a aula, a professora mostra um mapa com as correntes filosóficas que esta turma
verá durante o ano. São elas: Quinhentismo, Barroco, Arcadismo, e Romantismo. No intuito de explorar
os conhecimentos dos alunos, a professora pergunta o que é Literatura. A turma não sabe responder e
fica em silêncio. Como ninguém responde, ela expõe no quadro alguns dados sobre literatura e
realidade. Com base nisso, ela pergunta novamente o quer expressa a literatura e a turma começa a se
manifestar.
        Logo a seguir, a professora pede para os alunos lerem uma poesia do livro. Leitura oral. Em
poucos minutos, ela pergunta se terminaram e diz que se eles continuarem lendo neste ritmo, devagar,
não chegar na frente. Enquanto os alunos estão lendo, a professora não para de falar e atrapalha a leitura
oral dos alunos. Quando terminam de ler, ela quer saber primeiro toda a referência da poesia, como por
exemplo publicação etc. Depois ela pede para alguém ler a poesia em voz alta. Ninguém se pronuncia.
Então ela escolhe um número da chamada e justifica, já que não tem voluntário é por livre e espontânea
pressão. Quando o aluno escolhido termina de ler, ela quer saber o que o autor quis dizer e que época
ele está retratando. O aluno se posiciona e a professora explica que a marca importante da poesia é a
antítese. Para que os alunos compreendam o significado desta palavra, a professora divide a palavra e
explica cada parte. Por exemplo:               antí n tese
                                              Contra   teoria/idéias
       É possível perceber que a cada assunto abordado, a professora busca primeiro o conhecimento
do aluno para depois explicar ou acrescentar alguma coisa quando necessário. O próximo texto lido fala
sobre manifestação artística. De repente, a turma começa a falar sobre o preconceito aos baianos,
dizendo que eles não prestam e só gostam de axé. Diante disso, a professora se pronuncia e repete um
velho ditado da época da sua mãe:" a língua fala e a outra parte paga." Ela diz que não pode falar tudo
porque é pornográfico. A próxima leitura também está no livro. Eles devem ler as 2 páginas e depois
comentar sobre o que leram. Neste momento, a professora se dirige a um aluno e pede para ele explicar
o 2º cap. O aluno explica e ela pergunta se alguém tem algo a declara, a acrescentar, se tem dúvidas.
Outro aluno responde que "a arte é a mentira que revela a verdade". A professora pergunta a todos o que
quer dizer isso e eles respondem que é muito abstrato.
        O outro texto do livro fala sobre os vários Quixotes, a professora pergunta o significado disso.
Neste instante, um aluno que senta atrás fala um palavrão bem baixinho, mas a professora escuta e diz
que não gosta; eles podem falar lá fora, mas aqui dentro ela prefere a linguagem formal. No final da
aula, a professora coloca um CD com a poesia do livro(poeta português) e depois explica o conteúdo do
CD
8. Oitavo Encontro
 8.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Ynah
 Turma: 1ª B
 Horário: 07:20 às 09:0 0
 Data: 18.04.2001

 8.2. Comentários sobre a observação
        A professora é bastante pontual. Entra na sala brincando com os alunos, informando que será
prova e a turma fica apreensiva e diz que ela não avisou. Ela insiste com a brincadeira e diz que era
segredo, por isso não comunicou.
        A aula inicia-se com comentários da professora sobre o resultado das redações que os alunos
fizeram na aula anterior. A medida que ela chama o aluno para entregar a prova, ela conversa com ele e
apresenta os seus erros, dificuldades ou deficiências. Ela diz que "vai puxar a orelha de cada um e
apertar a orelha". Logo em seguida, comunica que vai modificar o estilo da avaliação do livro "Boca de
Inferno". Ela prefere que seja uma avaliação oral e justifica que prefere este meio porque possibilita
uma visão geral e específica do livro, já que o mesmo trata de assuntos históricos e de grande valor para
a história.
        O próximo passo da professora é investigar a leitura dos alunos. Ela pergunta o que eles leram e
cada um responde que leram reportagens nas revistas e jornais. Ao mesmo tempo, ela quer saber que
tipo de assunto eles gostam de ler. Um aluno responde que sente atração por reportagens que falam
sobre guerras(EUA e Palestina). Ao terminar de falar, a professora pergunta se ele gosta da parte
política ou da guerra. O aluno responde que um pouco dos dois.
        As leituras e os assuntos são bem variados e abordam temas atuais e às vezes trazem reflexões
sobre o antigo e o novo, como por exemplo: uma aluna fala sobre festividades, uma reportagem da
revista veja, de imediato a professora fala que as pessoas esqueceram um pouco do sentido das festas.
Os hábitos hoje são diferentes. O consumismo apagou o significado real de algumas coisas. Ela fala
muito rápido sobre isso, mas depois retorna a leitura e exige que todos digam a referência completa do
artigo que leu: fonte, data, autor, ano etc. Essa exigência é importante porque os alunos não se dão conta
disso e ao iniciar a leitura não mencionam esses dados. Para eles o importante é apenas o conteúdo.
        A medida que os alunos falam, a professora registra no caderno. Depois que terminam de ler, ela
pergunta o que acharam do assunto. Os temas são os mais variados possíveis. Através da leitura, eles
têm aula de política, economia, literatura, valores sociais e português. Há um dado interessante, ela faz
questão que leiam em desses jornais de circulação matérias que falem sobre dicas de português. Outro
fato interessante é que ela pede para que leiam e deixem exposto o texto lido no mural para que os
colegas tenham acesso depois. Toda semana há um texto diferente no mural.
        Sobre a leitura de dicas de português, apenas um aluno leu e comenta sobre o conteúdo da
reportagem. O assunto é sobre análise de um comentarista feita na seguinte oração: "Toda Terça, no
observatório da Impressa, Alberto Dimes comenta os fatos da mídia." O problema é que a autora diz
que a expressão "toda terça" é igual "qualquer". A maioria não concorda e começam a discutir sobre o
assunto. A professora escreve no quadro a oração e começam a debater. Ela aproveita esta oração para
falar sobre análise sintática. Pergunta porque as vírgulas aparecem depois de "toda terça". Ela diz que
quer a resposta de acordo com as regras da gramática. Uma aluna responde que tem haver com a ordem
indireta da oração. A professora diz "exatamente" e fala sobre o papel do adjunto adnominal. A mesma
reportagem fala sobre o hífen .
        Dando continuidade as outras leituras que falam sobre eutanásia, sobre o acidente com o cantor
Herbert Viana e a partir disso a professora pede para fazerem um paralelo entre a eutanásia e o estado
do cantor Herbert Viana. Sobre esse assunto as opiniões são bem variadas. Após as leituras, a próxima
atividade está na Gramática Reflexiva de Willian Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães. A
professora faz a apresentação da gramática e mostra o assunto que está no primeiro capítulo e fala sobre
a língua formal(Língua padrão de Portugal diferente do Brasil). A professora procura sempre
exemplificar as diferenças da línguas com o vocabulário bem atual dos jovens. O próximo capítulo trata
da língua, linguagem e interação social. Neste capítulo há presença de figurinhas e a professora explica
o significado do desenho; fala da história da língua, a compreensão, o sentido e o domínio e também
pede a opinião da turma. Antes terminar a aula, a professora conta algumas piadas, considerando o
assunto visto em sala.


9. Nono Encontro
 9.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Euna
 Turma: 5ª B
 Horário: 07:20 às 09:0 0
 Data: 20.04.2001

 9.2. Comentários sobre a observação
       A professora chega 15 minutos atrasada. Ao chegar, refere-se logo a apresentação da maquete,
mas os alunos responsáveis não estavam preparados para apresentar. Ela pede para conversar com o
grupo no final da aula para eles colocarem as suas dificuldades para fazer o trabalho. Logo em seguida,
a professora entregue os trabalhos anteriores que os alunos fizeram e explica o motivo da entrega, é
porque os pais exigiram que ela entregasse. O trabalho é sobre produção de texto e a ela elogia toda a
turma pelos bons resultados, inclusive os pais gostaram muito.
       Para a primeira atividade, os alunos utilizam a gramática de Magda Soares - Português através
de Textos. O assunto é sobre verbos no imperativo e o exercício pede para que eles formulem frases
neste tempo verbal. Quando terminarem, irão ler as frases para os colegas. A professora seleciona
alguns alunos para lerem e depois pergunta se mais alguém fez uma frase interessante no imperativo.
Uma das frases selecionadas fala sobre o seguinte: "porque você não vai trabalhar?". Em virtude do
conteúdo desta frase, a professora pergunta ao aluno o que o mendigo responderia. O aluno responde
que tem muitos mendigos que não querem trabalhar. Outra aluno fala que é porque não tem emprego
para eles.
        Continuando a leitura das frases, o livro pede para formular frases também interrogativas e
exclamativas. Na hora de falar as frases exclamativas, os alunos ficam eufóricos e todos querem ler ao
mesmo tempo. De repente, a aula é desviada para o novo milênio e a profecia de que o mundo ia se
acabar. A professora conta um fato do seu aluno que escreveu um texto sobre esse assunto, desejando
paz, amor nesse novo milênio, e na entrada do ano ele morreu. Ela fica emocionada e diz que guardou
este texto até hoje. Pouco tempo depois, ela retorna a gramática. O próximo exercício é sobre ortografia.
Os alunos vão ao quadro para escreveram o maior número possível de palavras com letras diferentes
que têm o mesmo som. Por exemplo: palça, palsa, pauça, cepala, sepala etc.
        Para ler um texto sobre ortografia que está no livro, a professora pergunta quem quer ler. A
maioria se candidata. Depois da leitura, ela quer saber o que facilita a boa escrita, o que é importante
para ler e escrever bem? Todos respondem que é a leitura que facilita estes caminhos. Outro momento,
ela pede para que eles comentem sobre episódios que seus pais vivenciaram na época escolar deles.
Alguns contam os seus depoimentos e outros, ao mesmo tempo, interrompem com conversas paralelas.
A professora chama atenção e diz que o objetivo não está sendo alcançado. Ela pergunta qual o objetivo
naquele instante: eles respondem que é ouvir e param de falar. A professora fala da importância dessa
atividade que servirá de apoio para a entrevista - próximo tarefa para ser feita em casa. A próxima
pergunta é: quais as diferenças existentes entre a época dos pais dos alunos e a fase em que eles estão
vivendo hoje. Mais um motivo para todos quererem falar ao mesmo tempo. Essa atividade e deixa os
alunos bastante motivados para participar da aula.
        Essa investigação é uma espécie de introdução para o texto que está no livro e fala sobre o
mundo antigo. O título é: "Lembrando do Mundo Antigo" de Carlos Drummond de Andrade. A
professora lê o texto e fala um pouco sobre o autor. Logo após comenta sobre a tarefa de casa. Os
alunos devem ler a página do livro que fala sobre linguagem oral e fazer uma entrevista com uma
pessoa idosa para ela descreve como era o mundo antigo na visão dela. A professora escreve no quadro
o que deve ser feito. Trazer um objeto antigo (moeda, foto) e entrevistar os avôs ou uma pessoa bem
velhinha na rua deles. No momento em que a professora pergunta quem tem avô ou avó, todos gritam
ao mesmo tempo e a professora tem dificuldade para mantê-los quietos.
        Voltando a leitura do texto de Drummond, a professora pede para uma aluna ler e pergunta ao
colega ao aluno qual a opinião dele sobre o texto. O que ele achou. Depois se dirige ao resto da turma
para saber se o mundo de Drummond é o melhor. Os alunos respondem que não havia violência, por
isso era melhor. Para evidenciar mais este aspecto, a professora fala da estatística atual em Recife, que é
a 3ª mais violenta do Brasil. Os alunos se mostram interessados no assunto. Para finalizar a aula, ela
pede para que eles contemplem na entrevista o Rio Capibaribe antigamente e reúne o grupo da maquete
para falar sobre a apresentação.


10. Décimo Encontro
 10.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professor: Juarez
 Turma: 2ª B
 Horário: 09:00 às 11:0 0
 Data: 20.04.2001

 10.2. Comentários sobre a observação
O professor entra na sala e encontra os alunos agitados, falando alto e continuam no mesmo
ritmo mesmo com a presença do professor. Depois de alguns minutos eles se acalmam e escutam o que
professor tem a dizer sobre a primeira atividade, que é para formar duplas e fazer um exercício sobre as
escolas literárias(do Barroco ao Modernismo).
        As perguntas do exercício resume-se em:
 Diferenças entre as escolas
 Explicar, destacar e citar as principais personagens do livro tal
 Características de tal escola
 Em que o autor tal não foi superado
 Qualificar os estilos dos autores em destaque
 Quais os problemas sociais que o autor expõe no livro
 Quando e como se inicia as escolas literárias em destaque
 Quais os principais temas das obras do autor tal
    Antes de fazerem o exercício, o professor entrega as provas feitas na aula anterior em dupla. Depois
ele lê cada questão e discute a resposta com a turma. Antes de iniciar a leitura, ele informa que se
corrigiu uma questão errada, ele pode mudar o conceito desde que o aluno tenha um bom argumento.
Isso ocorre, porque alguns alunos têm dúvida numa questão que menciona as palavras voluntário,
involuntário, atitude mecânica e reflexiva e os alunos não entenderam. O professor tenta explicar mais
não consegue ser objetivo. Na prova há interpretação de texto e a cada questão lida, ele pergunta se
alguém tem dúvidas.
        Numa outra questão explorada na prova deixa os alunos insatisfeitos e indecisos. A pergunta é se
a visão do autor do texto é reflexiva ou pessimista. Os alunos dizem que há a presença dos dois termos.
Mas, o professor insiste em defender que é primeiramente reflexiva. Aparentemente, a sua justificativa
foi pouco convincente e com pouco fundamento, porque a maioria não aceitava a sua explicação.
        Um dado interessante dessa prova refere-se a uma questão em que o professor expôs uma
redação de um aluno, possivelmente colega deles, para que cada um corrigisse e depois desse uma nota.
No final da aula, o professor lembra que será a leitura do livro "Ateneu". A leitura será através de
sorteio.


11. Décimo Primeiro Encontro
 11.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Ynah
 Turma: 1ª B
 Horário: 11:00 às 12:40
 Data: 20.04.2001

 11.2. Comentários sobre a observação
        A professora chega atrasada 5min e encontra na sala apenas quatro alunos. Ela reclama porque a
turma não estava completa e o motivo dessa evasão foi o passeio que o seu colega de trabalho, o
professor de história, fez com a turma para irem a Católica visitar o museu. Ela não se conforma com a
atitude do professor e também da turma, porque foram sem comunicar e neste dia seria a prova oral da
leitura do livro "Boca de Inferno".
        No intuito de não atrasar o programa, ela resolve fazer a prova com os que estão presentes e
reúne os quatro em círculo para comentarem sobre o livro. Antes, entrega um papel com algumas
perguntas e pede para que cada um escolha o tema que quer falar. Enquanto os alunos estão escolhendo,
os outros colegas vão chegando aos poucos. Em tom um pouco autoritário, ela avisa para eles irem
beber água, fazer xixi porque depois será chamada oral. Eles chegaram 20min atrasados.
        A proposta dessa avaliação pauta-se em algumas perguntas a respeito do conteúdo do livro. Mas,
a professora não se prende apenas as perguntas do papel, mas ela improvisa de acordo com o andamento
da interação. Uma das perguntas que ela faz a todo o grupo é o que eles gostaram mais no livro. A
atividade torna-se bem descontraída e proveitosa. Primeiro o aluno se posiciona depois a professora faz
os seus comentários sobre o livro e o que seria uma avaliação pesada transforma-se numa dinâmica
interativa.
        O contexto do livro remete a fatos passados e a professora procura relacionar sempre com o
presente. Esse método utilizado por ela cabe a todos os grupos. No total foram formados 5 grupos
avaliados com o mesmo critério de formar um círculo, escolher uma das perguntas do texto elaboradas
pela professora e por último descrever a leitura que fizeram do livro "Boca de Inferno".




12. Décimo Segundo Encontro
 12.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Ynah
 Turma: 1ª B
 Horário: 07:20 às 09:00
 Data: 25.04.2001

 12.2. Comentários sobre a observação
        A professora é pontual. Chega na hora exata. Há poucos alunos na sala. Ela brinca com o grupo
presente, dizendo que trouxeram muito material para a aula. De imediato, faz comentários sobre a
charge do Diário do Dia e pede para que eles observam. Ela faz questão de falar sobre o jornal e fala
também do programa "Casseta e Planeta", mas isso acontece bem rápido.
        A primeira atividade é saber o que os alunos leram em casa. Ela chama cada um para fala sobre
o que leu. Um dos alunos chamados mostra uma das revistas do mercado e fala sobre a reportagem
"fora do rebanho". O conteúdo da reportagem trata do preconceito. Mais uma vez os temas são os mais
variados possíveis. No caso da reportagem da AIDS, dois alunos leram sobre o mesmo assunto, porém
em fontes diferentes. Quando um termina de ler, ela pergunta se o outro quer acrescentar alguma coisa
ou destacar o que gostou mais, já que duas pessoas leram o mesmo assunto.
        Nesta aula, um aluno leu uma reportagem sobre a região de Pernambuco em uma revista
desconhecida por quase todos que estavam presentes. A primeira revista é Continente e a Segunda é
Caros Amigos. A professora diz que não conhecia a primeira. Sobre a Segunda ela tem conhecimento e
fala sobre a qualidade, o preço, produto e a divulgação. Sem dúvida, esse tipo de leitura sempre traz
discussões sobre política, economia, sociedade, consumo etc.
        A próxima leitura veio de uma reportagem lida na Internet - Diário de Pernambuco -. O assunto
é "redação". A reportagem informa que os alunos não devem ter medo porque isso faz parte do nosso
cotidiano. Escrevemos bilhetinhos para os colegas e isso é redação. Antes da aluna termina a
reportagem, a professora diz que essa idéia é perigosa, porque entra em jogo as diferenças entre a fala e
a escrita e se aprofunda brevemente neste assunto. Outra leitura que feita na sala refere-se a reportagem
sobre Gugu Liberato na revista Veja. Através dessa reportagem, ela denuncia o poder da escrita e da
linguagem. Na sua concepção o texto é muito maldoso. Ela tenta explicar pontos da gramática, como
adjetivo e substantivo, neste texto.
        Quando os alunos têm dúvidas sobre o significado das palavras, eles perguntam sem cerimônia e
a professora responde com muita boa vontade. Com certeza uma das reportagens muito interessante lida
na sala foi sobre o cacófato. A reportagem é de Rita Lee que menciona as expressões e o tipo de
linguagem atual usada principalmente pelos jovens: "tipo assim, com certeza, tá, fui, enfim, veja bem,
vem cá, legal, maior barato, valeu etc.
        Outro dado muito interessante observado nesta turma é que a professora não gosta quando os
alunos usam o vocabulário pobre na sua opinião, como por exemplo: "é um negócio, é uma coisa". Para
ela, os alunos devem evitar este tipo de vocabulário. Além disso, há outro momento que a professora
chama atenção. Quando os alunos começam a falar da reportagem que leu, alguns não param de repetir
marcadores do tipo "aí". Ela não perdoa e corrige. Esses detalhes não passam despercebidos pela
professora. No final das leituras, alguns reportagens são colocadas no mural.
        Passando para a próxima atividade, a professora entrega um texto com o título "Que mulher é
essa?". Os alunos devem ler com atenção para fazer um trabalho. Este texto fala da discriminação da
mulher e ocorre uma espécie de comparação entre o sexo masculino e feminino, porém levantam
aspectos a partir da definição que o Aurélio traz da mulher e do homem. São concepções totalmente
diferente.
        Após a leitura, os alunos devem responder um plano de aula entregue pela professora que se
apresenta da seguinte forma:
                                              Plano da Idéias

       Tema           delimitação do tema       objetivo         banco de idéias          conclusão

       A professora escreve no quadro este esquema e responda estas questões com os alunos. Ela
também analisa as ilustrações do texto e transmite o recado de que isso é importante e também faz parte
do texto. Trabalha a parte das conjunções, marcadores no texto e comenta que isso é fundamental para
dar argumentar. Sobre o plano da forma, ela fala das definições, leitor, proposta, e conclusão. Tudo isso
é trabalhado em conjunto. Antes de terminar a aula, ela informa que a próxima aula será sobre
compreensão de texto.


13. Décimo Terceiro Encontro
 13.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Euna
 Turma: 5ª B
 Horário: 07:20 às 09:00
 Data: 27.04.2001

 13.2. Comentários sobre a observação
       A professora atrasa 10min. Entra na sala e diz que a primeira pergunta é uma cobrança. Cadê a
maquete? Ela demonstra preocupação com esse trabalho porque a maioria ainda não fez. Na sua
opinião, ela não ajudará porque afetará o futuro dos alunos.
       Iniciando a aula, ele pede a leitura da entrevista feita com pessoas mais velhas para mostrar as
diferenças do antigo e o novo. Cada um deverá ler na frente para todos ouvirem. A primeira entrevista
fala sobre o pau de arara. A professora pergunta se alguém sabe o significado, mas ninguém responde,
então ela explica, que é um caminhão de transporte de pessoas. As outras entrevistas contemplam:
brincadeiras antigas como amarelinha, boneca de pano etc. Todos se encantam com as leituras e a
professora sempre tem algo a destacar e acrescenta neste período vividos pela maioria que escreveu. Em
todas as entrevistas, a violência em excesso foi o ponto em comum. Todas falaram desse mal
contemporâneo. No papel de educadora, a professora demonstra afeto e preocupação com os alunos e
fazem questão de enfatizar os problemas sociais de forma bem leve. Além desse assunto, as entrevistas
também descrevem as vestimentas femininas, a fome, as drogas, ladrão de galinha, reunião familiar, a
rigidez e os castigos das escolas antigamente, falta de amor ao próximo, a liberdade, a saúde e o mérito
da tecnologia hoje que muito avançada diferentemente do passado. Neste ponto, a professora fala do
caso específico da tuberculose que matava as pessoas muito cedo e hoje com o avanço da medicina o
tratamento tornou-se possível.
         Durante as leituras, ocorre um episódio diferente, uma aluna não quer ler a sua entrevista , mas
todos insistem inclusive a professora. Com tanta pressão, a menina começa a chorar; duas colegas sua
lêem a sua entrevista e pedem para ela parar de chorar. Ao terminar as leituras, a professora faz a
chamada e anota quem leu a entrevista e marca para a próxima aula, aqueles que não leram.
         A próxima atividade refere-se a leitura do texto "Era uma vez..." que está no livro dos alunos. A
professora pede para um aluno ler a introdução que fala sobre os contos de fada. Ela quer saber a
diferença entre o antes e o hoje. A resposta é que encontramos várias versões. Cada aluno lê um pouco
do conto "O Chapeuzinho Vermelho". Ela acompanha a leitura ao lado do aluno que está lendo. No
final, ela pede para as meninas fazerem a voz de Chapeuzinho e os meninos a voz do Lobo Mal.
         Depois analisam as diferenças entre o conto antigo e este atual. Cada um decifra as diferenças
que são muitas. Um aluno pede para ler a moral da estória e quando termina, a professora pergunta o
que ele entendeu. Para o aluno, a lição deste conto é que não se deve ir pela cabeça dos outros. Dessa
resposta, a professora prossegue no interrogatório sobre quais os lobos de hoje. Ela mesma responde
que é as drogas. Ela pergunta porque Chapeuzinho se deu mal, os alunos respondem porque ela
desobedeceu. A ânsia pela leitura é tanta que uma aluna pede para ler o vocabulário.
         Antes de acabar a aula, a professora entrega as provas dos alunos e explica no quadro o seu
critério de avaliação: NA - não atingiu o objetivo; AP - atingiu parcialmente; A - atingiu. Cada aluno
observa o resultado da prova e depois entrega de volta a professora porque ela não corrigiu todas.


14. Décimo Quarto Encontro
 14.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Juarez
 Turma: 2ª B
 Horário: 09:00 às 11:00
 Data: 27.04.2001

 14.2. Comentários sobre a observação
        O professor chega na hora exata e faz alguns comentários sobre os trabalhos feitos na aula
passada e depois pergunta se alguém já ouviu um discurso político. Os alunos respondem que para
enrolar o povo. O assunto da aula será sobre dissertação. O professor escreve no quadro a seguinte
frase: devemos votar aos 16 anos? As opiniões são bastante variadas. Alguns concordam, outros não.
Alguns alunos declara o seguinte:
   A questão não é se pode ou não, mas o importante é criar desde pequeno uma consciência política, ou uma
    educação política. A educação brasileira não é direcionada para a política.
    O brasileiro só tem consciência política no carnaval, no São João e nos enfeites de Natal. Nas
     outras épocas nem se lembram que a política existe.
     O assunto chama atenção dos alunos e todos se envolvem com o debate. O professor organiza a vez
de cada um para falar e depois escuta atentamente. Antes de terminar a aula, o professor encerra a
discussão e dá sua opinião a respeito do assunto. Ela explica que a redação é isso que cada um fez, ou
seja, expôs sua idéias, opiniões e mostra uma consciência sobre tal assunto. Sem esquecer de colocar os
seus argumentos para convencer as pessoas no que você acredita. O professor faz referência aos
políticos que falam, prometem, argumentam e as vezes ganham, porque convenceu. Para o professor,
esse debate feito em sala pode ser considerada uma dissertação. A aula termina, o professor sai da sal e
os alunos continuam falando sobre o assunto.


15. Décimo Quinto Encontro
 15.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Ynah
 Turma: 1ª B
 Horário: 07:20 às 09:00
 Data: 27.04.2001


 15.2. Comentários sobre a observação
      Infelizmente não foi possível observar esta aula neste dia, porque a professora Ynah não
compareceu a aula.


16. Décimo Sexto Encontro
 16.1. Informações sobre a Sala de Aula:
 Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
 Professora: Ynah
 Turma: 1ª B
 Horário: 07:20 às 09:00
 Data: 02.05.2001

 15.2. Comentários sobre a observação
       A professora não chega atrasada, entra na sala e imediatamente pede para um grupinho se
separar porque vai atrapalhar a aula. Depois pergunta se trouxeram algum texto para leitura. De início,
ela chama aqueles que estão em débito com esta atividade. O esquema é o mesmo das aulas anteriores.
Assuntos diversos são abordados. Ela corrige o vocabulário dos alunos. Escreve no quadro detalhes
relevantes da leitura que trará benefícios para os alunos. Discute cada leitura e pergunta o que eles
acham do que leram e qual a utilidade dessas leituras e informações.
       As leituras dessa aula foram as seguintes:
 O jogo RPG nas salas de aula. Este jogo está sendo adotado em todas as matérias
 Desemprego. Uma jovem de 24 anos mostra sua opinião sobre esse assunto e a professora escreve
    no quadro os argumentos que essa jovem usa para defender a sua concepção sobre o assunto
 O homossexualismo no Rio Grande do Sul
A próxima tarefa da professora é apresentar para os alunos os elementos textuais. Para isso, ela usa
as transparências. Ela mostra os seguintes elementos: apresentação, esquema de construção do texto,
conteúdo, Toda esta explanação é para explicar a redação do vestibular. Ela explica as questões
discursivas, fala das notas. Na transparência também há os elementos lingüísticos, correção lingüística:
vocabulário, pontuação, padrões morfossintáticos e convenções ortográficas.
    Durante a explicação, a professora conta piadas sem fugir do tema. Continuando a aula através da
transparência, há a ênfase sobre o título, legibilidade, introdução, desenvolvimento, conclusão, além de
coerência, argumentatividade e organização. A professora mostra uma reportagem do repórter Zeca
Camargo no episódio "No Limite" em que um dos participantes escreveram o nome Sávio com "l",
ficando assim "Sávil". De acordo com a professora, provavelmente esta pessoa conhece o processo
ortográfico, mas não conhece a norma culta. No final da aula, ela entrega as redações que eles fizeram
na aula anterior e também pede para que leiam um dos capítulos do livro.




No primeiro nível se enfatiza a mera assimilação do texto (reprodução do lido); no segundo, o espaço
aberto ao leitor para sua interpretação (intertextualidade) e no terceiro busca-se incentivar a elaboração
e produção de algo novo, a partir do que o texto transmite. Verificou-se que os textos dos livros de têm
uma estruturação que prestigia e fortalece o primeiro nível de leitura, exigindo somente a assimilação e
reprodução do texto. Os livros de trabalham com o primeiro e o terceiro nível, cobrando a reprodução
dos textos contidos no livro e a reprodução de novos textos com base no que o livro procurou transmitir;
e , finalmente, os de exigem a atuação da criança quase que exclusivamente no terceiro nível, exigindo a
aplicação do conhecimento transmitido pelo livro e produção de conhecimento novo. À luz dos
resultados pouco favoráveis para os livros de , a autora critica a baixa contribuição dadas por esses
livros ao processo de formação do leitor, já que não fortalecem o processo de exploração do texto.
(diário)

Realizar uma reflexão profunda sobre as raízes, o funcionamento e o efeito do livro didático, para
redirecionar uma política que durante os últimos 50 anos não foi capaz de superar dois grandes
problemas da sociedade brasileira: o analfabetismo e - entre os alfabetizados - a falta do hábito de
leitura.

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Diário(prática de port. 1)

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DE LETRAS Diário de Observação em Sala de Aula Trabalho realizado pela aluna Elannia C. I. Lins, referente à disciplina Prática de Português para avaliação da Professora Márcia Mendonça. Recife 2001
  • 2. 1. Informações gerais da escola onde foi realizada as observações Estas informações foram retiradas do Boletim Oficial do Colégio 1.1.Dados de Identificação da Instituição do Ensino Escola: Colégio de Aplicação Contexto em que se situa: Escola pública, situada em um bairro de classe média, na periferia do Recife, ensina crianças e adolescentes. Grau de ensino: Fundamental e Médio Número de Turmas: 14 Número de Professores: 51 Número de Alunos: 421 Horário de Funcionamento: 2 turnos (manhã / tarde) 1.2 A Estrutura Organizacional do Colégio Administrativos: Pleno do Colégio, Conselho Técnico-administrativo, Coordenadora Geral, Secretaria, Serviço disciplinar. Técnicos: Área de Estudos, Coordenadora do 1º e 2º graus, Conselhos de Classe, Serviço de Orientação Educacional, Biblioteca Juvenil. Física:  Térreo: Portaria, Recepção, Coordenação, Vice-Coordenação, Secretaria, Almoxarifado, 5 salas de aula (2º grau, recuperação e Artes), 5 Laboratórios (Biologia, Química/Física, Informática e Línguas - Teoria e Prática), Sala de Projeção, 2 Vestiários, Copa/Cozinha, Xerox, 4 WC's.  1º Andar: Laboratórios (Matemática e Estudos Sociais), 8 salas de aula (1º grau), Sala dos Professores, Sala dos Professores de Português, audiovisual, Sala de Reuniões, 4 WC's.  Recreio Coberto: Sala de Música, Sala de Instrumentos, 2 Camarins, Palco, Área Coberta, 2 WC's.  Quadra: 3 Gabinetes (Médico, Oftalmológico e Odontológico), Sala de Enfermagem, Sala dos Professores de Educação Física, almoxarifado de Educação Física, Almoxarifado Geral do Colégio, Grêmio Estudantil, Sala de Dança, Sala de Ginástica, Recepção Geral. 1.3. Objetivos do Colégio  Formar alunos leitores e produtores de textos pela prática de um trabalho funcional com a Língua Portuguesa, inserindo-os no universo particular dos textos.  Desenvolver a capacidade argumentativa dos alunos a fim de que possam expressar com criatividade e persuasão as suas ideias. 1.4. Avaliação Realizada através da avaliação processual, pois não contempla só a prova e sim a participação em classe, a realização das leituras e pesquisas, seminários e trabalhos escritos. 1.5. Profissionais Existentes na Escola Diretora, Coordenadora, Vice-coordenadora, Supervisora de Classe, Porteiro, Secretária, Psicólogo, Pedagogo, Bibliotecário, Cozinheira, Zeladores, Médico, Enfermeira e Professores.
  • 3. Diário de Observação em Sala de Aula  ESTÁGIO GERAL 1. Primeiro Encontro 1.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA INGLESA  Professora: Cristina  Turma: 6ª A - Ensino Fundamental  Horário: 13:10 às 15:10  Número de Alunos: +- 25 alunos ( 13 meninos - 18 meninas)  Faixa Etária: 11 a 13 anos  Ambiente Físico: Sala pequena, com vídeo, TV, ar condicionado, 1 quadro branco, 20 cadeiras em bom estado de conservação.  Data: 14.03.2001 1.2. Comentários sobre a observação A observação foi realizada em uma classe da 6ª série do Ensino Fundamental, de turno diurno do Colégio Aplicação. A professora é pontual, chega às 13:10, entra na sala falando em inglês com os alunos e eles demonstram segurança, firmeza e intimidade com a língua. A primeira atividade é feita com o auxílio do livro didático. O exercício é feito em conjunto entre a professora e os alunos. Cada pergunta, feita pela professora, é direcionada para um aluno que responde tranquilamente sem muitas dificuldades. Os alunos observam o que a professora está falando, assimilam e automaticamente respondem as questões. Tudo muito rápido e dinâmico. A aula é ministrada com um senso crítico-reflexivo, com consciência e sensibilidade social. Esta constatação ficou clara principalmente na segunda atividade quando a professora exibe o filme com o título "Instinto". A mensagem deste filme é orientada para os objetivos da proposta educativa comprometida com a transformação social. O conteúdo é apropriado para o objeto de ensino, que é a língua inglesa, pois os alunos escutam os próprios nativos falando em inglês e ao mesmo tempo têm contato com a língua portuguesa, porque o filme é legendado. O conteúdo do filme é bastante educativo: trabalha com o comportamento humano, com a multiculturalidade, com os valores sociais, os interesses e as necessidades do ser humano. Enquanto os alunos estão assistindo ao filme, a professora escreve no quadro 4 questões que valorizam as habilidades sócio-intelectuais tanto quanto os conteúdos do filme. Nesta aula não foi possível ver todo o filme, o tempo foi insuficiente. A professora decide marcar a discussão das 4 questões na próxima aula.
  • 4. 2. Segundo Encontro 2.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: HISTÓRIA  Professora: Tatiane  Turma: 6ª A - Ensino Fundamental  Horário: 07:20 às 09:00  Data: 15.03.2001 2.2. Comentários sobre a observação A professora entra na sala e pergunta por "Ulisses" e o "Paraíso". Esses dois termos utilizados pela professora significam o trabalho e a redação sobre o que eles acham sobre o paraíso e como seria o paraíso de cada um deles. Ao mencionar a redação, os alunos ficam eufóricos e a maioria faz questão de ler o seu texto para todos ouvirem. Neste momento, a professora pede silêncio e chama um de cada vez para ir para frente e ler o que escreveu. Os textos elaborados pelos alunos têm coesão, coerência e abordam temas em comum, como por exemplo, amor, liberdade, prosperidade, igualdade, diversão, violência, paz, alegria, felicidade, natureza, moradia, alimentação. A maioria dos alunos descrevem os direitos básicos e a minoria aborda o consumismo atual. Quando todos terminam de ler, a discussão gira em torno de alguns alunos que descreveram um paraíso individualista sem considerar os direitos básicos de todos. Um outro grupo não concorda com esta visão e começa a debater sobre esse assunto até que uma aluna intervém e coloca o seu ponto de vista, que é a de respeitarmos a opinião geral. A partir disso, a professora começa a contar o papel da história neste contexto geral: "Em toda a história o homem sempre almejou um paraíso, só que as características são diferentes, de acordo com a cultura do povo, a raça, esse paraíso pode ser egoísta ou coletivo e vocês se pronunciaram de acordo com o mundo atual de vocês". Palavras da professora. Após esta pequena introdução, a professora faz referência no que está no livro e pede para alguns alunos lerem. No livro há três textos com três paraíso diferentes retratando épocas distintas. Eles lêem em voz baixa e depois a professora pede para que eles observem 2 figuras que estão no livro e analisem em que contexto estão inseridas. Enquanto eles fazem esta tarefa, a professora faz a chamada. Ao terminar, ela solicita que cada aluno mencione o que conseguiu absorver nas figuras e a tarefa é cumprida sem problemas. Porém, o último aluno quando faz sua análise, alguns colegas não concordam com ele. Este aluno fica envergonhado e diz que não responde porque a sua resposta não é correta. A professora pede para ele repetir sua análise e diz em voz alta para todos que a sua opinião é válida, deve ser aceita e não pode ser considerada como errada. O aluno fica em silêncio. Antes de terminar a aula, a professora pede para que os alunos leiam em casa a próxima página do livro. As duas atividades da professora usadas nesta turma foram bem satisfatórias. A língua Portuguesa foi contemplada de forma objetiva e eficaz, partindo da produção de texto, da leitura, da capacidade dos alunos de comporem. Explorou o lado questionador dos alunos e buscou o conhecimento deles para depois adentrar no seu objeto de ensino, que é a História. Fez o aluno refletir e perceber o conhecimento de forma interdisciplinar, propondo pontes de relações entre eles e atribuindo significados próprios aos conteúdos.
  • 5. 3. Terceiro Encontro 3.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: ARTES  Professora: Beatriz  Turma: 6ª A - Ensino Fundamental  Horário: 09h:00 - 11h:00  Ambiente Físico: Sala grande, 1 quadro branco grande, algumas mesas grandes próprias para trabalhar com a arte.  Data: 15.03.2001 3.2. Comentários sobre a observação Na sala de aula, os alunos têm todo o material disponível para trabalhar com a arte(lápis de cor, papel, retratos, livros,etc). Logo no início da aula, a professora pede para que os alunos completem as tarefas anteriores que não foram terminadas. Enquanto isso, ela fica conversando com um colega de trabalho e não acompanha os alunos. A tarefa que eles têm que concluir refere-se a fazer alguns retratos do seu colega que está na sua frente, um retrato de alguém da família, de uma paisagem externa do colégio e por último uma silhueta. Depois de alguns minutos a professora encerra a tarefa e diz que eles não vão ter mais oportunidade para fazê-la. Por conta disso, todos param de fazer a tarefa e ela começa a fazer algumas perguntas do tipo: o que é espaço, volume, profundidade, dimensão, largura e também se há alguma relação entre geografia e artes plásticas. Para responder essas perguntas, a professora se dirige a cada aluno da sala. Cada um responde da sua forma. A partir das respostas, a professora utiliza o quadro para dar algumas explicações. Ela parte do princípio de não responder tudo logo de imediato; primeiro busca do aluno o seu conhecimento prévio do assunto e depois o esclarece na medida do possível. Quando a professora vai ao armário em busca de um retrato para dar uma explicação sobre o assunto em questão, uma aluna se pronuncia e diz que a professora só traz problemas . A professora responde tranquilamente que esse é o objetivo da disciplina. Imediatamente a garota contesta declarando que a professora tem que resolver os problemas e não trazer problema para a turma. Diante desse acontecimento, podemos observar que a prática docente da professora não é aquela em que o professor é a principal fonte de informação e procura ter todas as respostas prontas para seus alunos. O seu ponto de partida é valorizar a curiosidade, o questionamento exigente e a incerteza do aluno. Isso, ficou bem claro durante a sua perfomance em sala. Uma das tarefas nesse dia foi dividir a turma em grupos e entregar a cada aluno um retrato para que eles analisassem o espaço, profundidade etc. Aparentemente, o seu objetivo com esta atividade é preparar o aluno para o processo mental da busca da criatividade e da crítica. Além disso, prepará-lo para inovar e exercitar o problema. A professora explica para os estagiários, em particular, que a finalidade do conteúdo e do programa nesta fase é justamente fazer com que os alunos descubram suas dificuldades e preocupações. A próxima atividade exige que os alunos expliquem o que eles conseguiram abstrair das figuras; dois componentes da equipe vão para frente mostrar o que entenderam. Cada um se coloca de forma espontânea e segura do que pensam e acreditam. A medida que eles vão falando, a professora aprofunda o assunto e conta os detalhes de cada retrato. Neste ritmo, observa-se uma interação mútua de ensino e aprendizagem concebida sem repetição, sem reprodução das palavras, textos e experiências do professor. Dando continuidade ao conteúdo, a professora pergunta que percepção e noção os alunos têm de espaço. A resposta é imediata: "da cabeça, da visão, da MENTE". Era esse o ponto que a professora queria chegar e os próprios alunos se pronunciaram com a ajuda indireta dela. Depois ela faz
  • 6. comentários sobre opressão, ansiedade e discute com a turma a importância de deixar os alunos livres para criarem o seu mundo e o seu próprio conhecimento. 4. Quarto Encontro 4.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: MATEMÁTICA  Professor: José Carlos  Turma: 6ª A - Ensino Fundamental  Horário: 11h:00 - 12h:40  Data: 15.03.2001 4.2. Comentários sobre a observação Antes do professor chegar a sala, uma aluna faz o seguinte comentário: "essa é a aula que passa cem anos em 50min." O professor entra na sala, diz bom dia e ressalta que todos já passaram pelo bebedouro, banheiro, por isso não vão mais sair. De repente, um aluno bate a cadeira com muita força, o professor reclama com ele e deixa claro que o aluno não está em casa. O estudante fica quieto e se resguarda no canto da parede. Passando estes contratempos, a aula inicia. O assunto é número múltiplo/divisor. A primeira pergunta é: o que é número múltiplo? O professor exige que cada aluno responda de forma diferente e a turma faz barulho com conversas paralelas e o professor pede silêncio. A primeira atividade é exposta no quadro. Uma questão é colocada para a turma resolver. A título de ilustração, vejamos o problema: "vai ter eleição em 2056? (1994 - 1998 § 2056?). Após apresentar o problema, o professor pede para que os alunos venham responder no quadro. Alguns vão até o quadro, mas não dão respostas satisfatórias e o professor insiste para que alguém vá ao quadro e mostre o verdadeiro resultado. Um aluno se prontifica a dar o resultado final. Então o professor pede para que ele vá ao quadro e mostre para os seus colegas. A princípio o aluno não gosta da idéia e diz que não quer ir, o professor não respeita a escolha do menino e insiste para que ele vá ao quadro. O garoto não gosta, mas resolve ir. Antes disso, ele diz que o professor é "burro". A resposta do professor é que não pode fazer nada e está aqui para aprender. Destaca-se, nesse particular, a incidência forte da palavra "burro" que os alunos usam constantemente durante esta aula. É importante ressaltar que a matéria em estudo é exata e exige exatitude nas respostas dos alunos. Talvez essa concepção os deixe apreensivos e inseguros. Depois de quinze minutos, o professor pede para a turma abrir o livro e resolver os exercícios. Os alunos vão respondendo, mas demonstram pouca confiança no que estão fazendo. Ao resolver um exercício, um aluno utiliza uma regra diferente do padrão e o professor pergunta ao aluno se esta regra é válida e o mesmo se aprofunda de tal maneira no assunto que o professor diz que ele não entendeu a pergunta e vai fazê-la de novo. Mas não dá uma resposta satisfatória ao aluno sobre o assunto abordado. Para finalizar, convém destacar que o tempo todo os alunos perguntam quanto tempo falta para acabar a aula e reclamam do horário.
  • 7. 5. Quinto Encontro 5.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: EDUCAÇÃO FÍSICA  Professor: Marcelo  Turma: 6ª A - Ensino Fundamental  Horário: 07h:20 - 09h:00  Espaço Físico: Uma sala pequena dentro da quadra de esportes própria para fazer ginástica.  Data: 16.03.2001 5.2. Comentários sobre a observação O professor chega 20 minutos atrasado e justifica o atraso para a turma informando que estava a serviço da instituição. Meninos e meninas fazem ginástica juntos, usam uniforme apropriado para a educação física. Ao entrar na sala de ginástica, o professor tem dificuldades para iniciar o exercício com a turma. O professor discute com os alunos o que vai ser feito em sala, mas alguns alunos atrapalham a aula, o professor reclama e chama atenção deles. Ao terminar de falar sobre a atividade, outro aluno pergunta ao professor o que vai ser feito. O professor responde que já falou a respeito e que o aluno "estava no mundo da lua". O assunto é sobre eixo equilibrado em especial a coluna. O professor solicita aos alunos que eles formem um círculo para explicar a teoria e depois eles irão para a prática. Enquanto ele fala, os alunos gritam, falam ao mesmo tempo; ficam agitados querendo brincar e falam muito alto. As horas passam e depois de 40 minutos o professor consegue explicar o primeiro exercício. Após a explicação feita no quadro, a primeira a atividade exige que os alunos se dividam em pequenos grupos espalhados nos colchões. Os grupos não ficam bem distribuídos e o professor mais uma vez tem dificuldades de orientar a turma para iniciarem os exercícios. Os gritos começam outra vez.. O problema é o espaço que não é suficiente para todos. Mas uma aluna vai ao quadro e demonstra como poderia ser formado os grupos. O professor aceita e recomeça tudo de novo. Os grupos são formados e a tarefa começa a ser executada. Os alunos fazem exercício que trabalham o equilíbrio. Cada grupo apresenta o seu exercício de um tipo de equilíbrio físico. O mais interessante é que o professor não fez o exercício de alongamento com os alunos e o tempo todo demonstrava falta de controle com a turma, prejudicando o seu possível objetivo.
  • 8. 6. Sexto Encontro 6.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: PORTUGUÊS  Professora: Euna  Turma: 6ª A - Ensino Fundamental  Horário: 10h:10 - 11h:50  Data: 16.03.2001 6.2. Comentários sobre a observação Esta aula foi uma revisão da assunto visto na aula anterior. O assunto é Processo de Formação de Palavras. A professora discute o exercício que trata dos dois processos: derivação e composição. A explicação é feita no quadro e os alunos participam e relembram o conteúdo. Após essa breve explanação, a professora entrega um exercício para a turma. Ela faz a leitura em voz alta e uma aluna pede para que a professora deixe eles resolverem sozinhos, mas ela diz que é melhor ela ir lendo e perguntando ao mesmo tempo para todos que estão presentes. A professora lê muito rápido e a turma reclama. Logo, ela diminui o ritmo. Uma das questões elaboradas pedia para que o aluno formasse uma palavra parassintética através da palavra já existente: "castelo". Seguindo a seqüência das outras palavras, como por exemplo: "castelo" era "encastelar". Essa palavra não faz parte do vocabulário da turma que logo questionou a existência da mesma e perguntam à professora qual o significado desta palavra. Ela responde sem muita segurança. Passando este episódio, a professora explica o Processo de Formação de Palavras (criação de novas palavras), fala sobre abreviação vocabular (moto - motocicleta) e também abreviatura(Dr. , Obs. Etc.). A próxima atividade contempla a leitura de um texto em que há a presença de onomatopéia e a professora pede para que um aluno leia. Durante a leitura, os alunos tem dúvidas se a palavra CD é abreviatura ou sigla. A professora não sabe responder com exatidão e deixa em aberto para a próxima aula. O clima da aula gira em torno de alguns alunos que conversam e brincam sem prestar atenção na aula. Algumas meninas passam papéis para identificar o menino mais bonito da sala. A próxima atividade é feita individualmente. O assunto é "Oração" também uma revisão sobre sujeito, predicado, substantivo etc. A professora explica que todos estes assuntos foram vistos na série anterior, ou seja, na 5ª série e esta revisão ajudará a descobrir se eles ainda têm dúvidas sobre o assunto. O exercício pede para que os alunos formem orações com os verbos em destaque. Ela faz uma ressalva para que não passem além do que está sendo pedido. No final da aula, a professora pede para que todos entreguem o trabalho que ela pediu para ser feito em casa.
  • 9. Diário de Observação em Sala de Aula  ESTÁGIO ESPECÍFICO : LÍNGUA PORTUGUESA 1. Primeiro Encontro 1.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Ynah  Turma: 3ª B  Horário: 09:00 às 11:00  Número de Alunos: +- 25 alunos ( 13 meninos - 18 meninas)  Faixa Etária: 15 a 20 anos  Ambiente Físico: Sala pequena, 1 quadro branco, 27 cadeiras.  Data: 23.03.2001 1.2. Comentários sobre a observação Dando sequência as observações no Colégio de Aplicação, o presente diário traz informações sobre o ensino de Língua Portuguesa em três turmas: 5ª, 1ª e 2ª B. Antes de apresentar os dados observados nestas três turmas, farei alguns comentários sobre a turma da 6ª A e também do 3ª B que observei antes da orientação oficial da professora de Prática de Português 1 - Márcia Mendonça. A professora entra na sala de aula às nove horas em ponto. Apresenta para os alunos um livro de língua portuguesa; esclarece as características, as formas e o conteúdo do livro; fala da importância deste livro para a disciplina e mostra que o livro acompanha um jornal com a história da língua. Após essa breve exposição do livro, a professora inicia a aula com uma proposta de redação, que tem por objetivo analisar a situação da linguagem, discutindo as principais questões envolvidas neste assunto. A professora entrega aos alunos um texto sobre linguagem e para avaliar as condições de produção da turma, ela entrega um plano, contendo algumas perguntas referentes ao texto. Trata-se de um amplo grupo de elementos que constituem a redação, envolvendo o tema, delimitação do tema, objetivo, banco de idéias, conclusão. Essas perguntas constituem o Plano das Idéias do Texto Dissertativo. O acompanhamento do modo e da postura da professora e dos alunos diante da tarefa exigida foi possível registrar o seguinte:  Enquanto os alunos faziam a redação, a professora lia uma revista;  Um aluno pergunta se pode consultar. A professora responde: "acho que entrei na turma errada. Vou matar quem fez esta pergunta."  Outro lado pergunta se pode mudar o tema que está no texto. A professora responde: " na hora da prova da COVEST, você pode fazer isso? Então a sua resposta é não";  Alguns alunos não mantém silêncio na hora de produzir o seu texto. A professora reclama e pede para eles ficarem calados;  A professora lembra aos alunos o tempo que deve ser gasto para fazer a redação;  Ocorre algumas interferências dos alunos com relação as regras exigidas pela COVEST no momento de fazer a redação. Eles têm dúvidas e não demonstram segurança no que estão fazendo.
  • 10. Por conta disso, a professora fica indignada e pede para que cada um se dirija a ela para esclarecer as dúvidas. O que se pode perceber claramente nesta atividade é que o desempenho dos alunos tem como objetivo o vestibular. Toda a construção e a produção textual dos estudantes estão remetem a um único fim: a redação do vestibular. 2. Segundo Encontro 2.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professor: Jonatan  Turma: 6ª B  Horário: 07:20 às 09:00  Número de Alunos: +- 35 alunos ( 15 meninos - 20 meninas)  Faixa Etária: 11 a 13 anos  Data: 30.03.2001 2.2. Comentários sobre a observação O professor chega 20 minutos atrasado. Diz bom dia. Pede para os alunos formarem grupos. O professor apresenta vários livros e os colocam em cima do birô para que um dos componentes de cada grupo escolha dois livros didáticos e façam uma leitura rápida e depois observem o título, autor, editora, edição, apresentação, folha de rosto e biografia do autor. Na concepção do professor essa investigação ajudará a eleger o livro. Durante essa exposição, um aluno chega atrasado e pede para entrar, o professor informa que ele chegou atrasado e por isso não pode entrar e encaminha o menino para a Coordenação. Passa alguns minutos e outro aluno chega atrasado e o mesmo professor o deixa entrar. Passado estes episódios, o professor explica a atividade. Cada componente do grupo deverá ler o livro e falar em voz alta porque escolheu tal livro. A explicação dele não fica clara e alguns alunos entenderam que era para copiar o título, o tema etc. O professor explica de novo e pergunta se entenderam. Uma aluna responda: "agora sim". Ele diante desse impasse toma uma atitude muita constrangedora para todos que estavam presentes na sala. Dirige-se para os estagiários, perguntando se todos haviam entendido a sua explicação. Obviamente todos respondem que haviam entendido. Pouco a pouco, os alunos escolhem os livros que aparentemente são os mais finos para analisarem. As duas aulas resume-se apenas nesta atividade. No final da aula, cada grupo devolve o livro e entrega o trabalho escrito e o professor faz a chamada. 3. Terceiro Encontro 3.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professor: Juarez  Turma: 2ª B  Horário: 09:00 às 11:00  Ambiente: Laboratório de Informática  Data: 30.03.2001 3.2. Comentários sobre a observação
  • 11. A aula é de Literatura e a atividade é realizada no Laboratório de Informática; trata de apresentações de equipes que abordam o tema do Classicismo(escola literária que representa o estilo clássico). A primeira equipe se apresenta com dificuldades, porque dependem do material usado no laboratório, mas o mesmo não estão em boas condições de uso. Um dos componentes do grupo explica a situação e comenta o objetivo do trabalho. Diante desses contratempos, o professor fica sentado aguardando a equipe se preparar para apresentar o trabalho. A idéia da equipe era abordar o assunto através do computador e também dos comentários de cada componente do grupo. A intenção do uso do computador era para ilustrar o que estava sendo apresentado pela equipe. O seminário é bem dinâmico. Parte do grupo fala sobre humanismo e o resto mostra no computador o que os colegas estão apresentando. A equipe se apresenta com tranquilidade, confiança, segurança e demonstram ter facilidade para trabalhar dessa forma. No final da apresentação, o professor pede para que o grupo faça uma auto análise do que foi exposto. Um dos componentes da equipe responde que a intenção do grupo era juntar o visual (o computador), que é bastante moderno e chama atenção dos colegas, além disso eles poderiam levar para casa o assunto trabalhado em sala. Mas, infelizmente a situação do laboratório não contribuiu muito para este fim. O professor esclarece que não é fácil avaliar o aluno e pede para que todos façam a sua avaliação, depois ele dará a dele. Na sua opinião, ele justifica que não dá para diagnosticar quem sabe e quem não sabe, porque cada um se comporta de maneira diferente. Durante a apresentação, alguns ficam nervosos, outros desinibidos e assim por diante. Por isso, na hora de avaliar o professor deve utilizar critérios convenientes com o contexto que cada aluno está inserido. 4. Quinto Encontro 4.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Ynah  Turma: 1ª B  Horário: 07:20 às 09:00  Data: 04.04.2001 4.2. Comentários sobre a observação A professora é bastante pontual. Entra na sala e cumprimenta a turma. Depois que todos se acomodam, ela escreve no quadro o roteiro e o seu planejamento de aula durante o semestre. O planejamento está centrado, basicamente, na busca pelo prazer da leitura. Os alunos deverão ler os livros Boca do Inferno, Calabar , Ladeira da Saudade, A Moreninha, Iracema, O Guarani, Lucíola, Senhora e Escrava Isaura. Além da literatura, os alunos devem também ler revistas, jornais etc. Trata-se de um amplo grupo de leituras que alunos deverão cumprir para serem avaliados através de uma chamada oral. Cada texto lido em revistas ou jornais deverá ficar exposto no mural para que os outros colegas tenham acesso. No que diz respeito a leitura de reportagens em revistas e jornais, a professora esclarece que eles podem ler qualquer coisa, menos a vida alheia dos artistas. A professora passa a lista de leitura para a turma e deixa claro que trabalhará pouco exercício e muita leitura. Alguns alunos reclamam e diz que é muita coisa. A professora diz que não é. A primeira atividade refere-se a uma xerox que a professora entrega a cada aluno para prepará-los na hora de ler e analisar os livros mencionados anteriormente.
  • 12. Esta ficha de leitura contém bibliografia, resumo de enredo, personagem, tempo, espaço, foco narrativo, estilo, verosimilhança, movimento literário e conclusão. A proposta da professora pauta-se na perspectiva dos alunos fazerem uma ponte entre os dois livros, tendo em vista também as peculiaridades de cada um. Essa finalidade, ela deixa bem claro para o grupo. O próximo assunto refere-se a linguagem. A professora pergunta o que foi visto sobre esse tema em sala. Ninguém responde. Ela insiste e diz que foi visto dois textos que falavam sobre isso e pede para que leiam de novo o mesmo texto. A partir daí, o assunto começa a ser discutido. O texto fala sobre a linguagem, a comunicação, a interação e a alienação. A professora remete o poder da linguagem na mídia atual: as novelas, a música. Todos se animam com o tema e cada um quer dar a sua opinião sobre o assunto. Mas a professora entrega uma proposta de redação para que todos se posicionem com argumentos e objetivos. A proposta de redação traz dois temas para que eles escolham apenas um. Enquanto os alunos fazem a redação, a professora faz a chamada. Antes de terminar a aula, a professora escreve no quadro as próximas atividades que serão abordadas na sala. Em cada atividade, ela coloca a data e o que vai ser trabalhado. Por exemplo: leitura dos capítulos de literatura; avaliação escrita e individual do livro; gramática reflexiva(compreensão de textos, conteúdos gramaticais, literatura). 5. Quinto Encontro 5.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Euna  Turma: 5ª B  Horário: 07:20 às 09:00  Data: 06.04.2001 5.2. Comentários sobre a observação A professora entra na sala e fica sabendo que tem um aluno que está aniversariando. Ela pede para todos cantarem parabéns para ele. Ela é bastante educada, deseja felicidades, paz, saúde para ele e pergunta a sua idade. Passado esse momento, a professora começa a aula e marca a data da leitura do livro: "O Mistério das Cinco Estrelas". Ela esclarece que os grupos terão que apresentar uma maquete com o livro. A atividade resume-se assim: sorteará um aluno para ele falar sobre o livro e o resto ficará observando. Haverá um sorteio de 10 alunos para apresentarem a maquete. Depois dos comentários da apresentação, a professora faz o sorteio dos 10 alunos que aparentemente não gostaram de ser sorteados. Mas aceitam. Neste momento, a professora tem dificuldades para conter os alunos. Eles fazem perguntas ao mesmo tempo, alguns dizem que não querem apresentar o trabalho na frente dos colegas. A professora pede silêncio e explica que eles devem ler e falar na frente de todos e se não souber o assunto, toda a turma será prejudicada. A bagunça continua e a professora procura cada aluno sorteado para saber se eles realmente querem participar. Apenas um disse que não estava interessado. O grupo fica fechado com nove alunos. A próxima atividade tem como suporte os classificados de jornal. A tarefa é que todos observem os verbos mais comuns que aparecem nos classificados e também mostrem as características próprias deste meio de comunicação e formulem frases, seguindo o modelo dos classificados. A professora esclarece que o assunto sobre verbos(vende-se, compra-se) já foi visto na aula anterior e por isso não
  • 13. terão dificuldades em fazer o exercício. Enquanto os alunos fazem a atividade, a professora faz a chamada. Depois que cada aluno fez o seu texto, a professora pede para alguns deles lerem o que escreveram. Mas os alunos começam a bagunçar de novo e a professora explica que foi discutido no Conselho de Classe o barulho que esta turma faz e todos estão preocupados com os critérios de avaliação como ler, escrever e ouvir. Ao terminar de transmitir o recado, a professora segue a atividade e os alunos começam a ler o texto que fizeram. De acordo com a leitura dos textos elaborados pelos alunos, eles escreveram anúncios do tipo: "vende-se casa, vende-se uma cadela e procura-se empregada, aluga-se, troca-se". Durante a leitura dos anúncios, um aluno chega atrasado e a professora o recebe com afetividade. Pede para ele sentar e explica o atividade que os colegas estão fazendo. O aluno usava um colete para coluna. Ele não estava com problemas na coluna. Entre os textos elaborados havia um que falava sobre Porto de Galinhas. A professora pergunta se eles sabem porque é Porto de Galinhas. Alguns alunos respondem que é por causa dos escravos e a professora acrescenta algo mais sobre o assunto. O próximo exercício está no livro. É sobre classificado poético e classificado de jornal. A professora pergunta a diferença, mas ninguém sabe responder. Ela explica a diferença e depois lê o texto que está no livro e pede para todos fazerem a compreensão de texto em grupo. A aula termina e a resolução desta tarefa fica para a próxima aula. 6. Sexto Encontro 6.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professor: Juarez  Turma: 2ª B  Horário: 09:00 às 11:00  Data: 06.04.2001 6.2. Comentários sobre a observação Esta aula é continuação da apresentação dos seminários de Literatura. O assunto é Trovadorismo. Antes de iniciar a apresentação, o professor pede para cada componente se apresentar. Os seminários ocorrem no Laboratório de Informática. O primeiro grupo aborda o tema com clareza e segurança, utiliza algumas xerox para eles consultarem. O segundo grupo fala sobre as cantigas de amor, amigo, escárnio e maldizer. Uma das componentes do grupo expõe uma transparência para explicar o assunto e declara que está muito nervosa. O professor a tranqüiliza, dizendo para ficar à vontade porque todos estão torcendo por ela. O grupo é bastante criativo, utiliza música para mostrar as cantigas. No final da apresentação, o professor pede para que o grupo dê uma conclusão do trabalho. Eles desabafam e comentam que tiveram dificuldades para encontrar o material. Antes de encerrar os seminários, o professor faz algumas comentários sobre a atividade e diz que gostou muito. Ao voltarem para a sala, o professor aplica uma prova em dupla para a turma. A prova é para analisar o livro "O Mulato". O professor explica cada questão do teste. O conteúdo dessa análise resume-se em:  Caracterizar a sociedade da época, os personagens  Quais os obstáculos que os personagens sofreram
  • 14. Narrar os episódios  Explicar a atitude e o destino das 3 mulheres da narrativa  Quais as mazelas sociais que o autor denuncia em seu texto  Porque tal personagem assassinou o outro  Faça um comentário sobre o que representou estes três fatos: a morte de tal personagem, o aborto e o casamento. Esta foi a última atividade. Antes de terminar a aula, os alunos entregam a prova ao professor e ele diz que trará na próxima aula. 7. Sétimo Encontro 7.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Ynah  Turma: 1ª B  Horário: 11:10 às 12:40  Data: 06.04.2001 7.2. Comentários sobre a observação A professora põe no quadro o roteiro visto na aula anterior sobre as atividades do semestre: chamada oral de Literatura, gramática reflexiva, avaliação escrita do livro "Boca do Inferno", outra avaliação escrita e individual com os assuntos de compreensão, textos, gramática e literatura. Além disso, ela agendou para as quartas-feiras chamada oral das leituras de jornal, revista etc. A professora brinca com os alunos para que eles tragam ovo de páscoa para ela, já que a prova será depois da comemoração. Logo após, ela diz que é melhor parar com isso se não o conselho de classe vai informar que a professora faz chantagem com os alunos. Para iniciar a aula, a professora mostra um mapa com as correntes filosóficas que esta turma verá durante o ano. São elas: Quinhentismo, Barroco, Arcadismo, e Romantismo. No intuito de explorar os conhecimentos dos alunos, a professora pergunta o que é Literatura. A turma não sabe responder e fica em silêncio. Como ninguém responde, ela expõe no quadro alguns dados sobre literatura e realidade. Com base nisso, ela pergunta novamente o quer expressa a literatura e a turma começa a se manifestar. Logo a seguir, a professora pede para os alunos lerem uma poesia do livro. Leitura oral. Em poucos minutos, ela pergunta se terminaram e diz que se eles continuarem lendo neste ritmo, devagar, não chegar na frente. Enquanto os alunos estão lendo, a professora não para de falar e atrapalha a leitura oral dos alunos. Quando terminam de ler, ela quer saber primeiro toda a referência da poesia, como por exemplo publicação etc. Depois ela pede para alguém ler a poesia em voz alta. Ninguém se pronuncia. Então ela escolhe um número da chamada e justifica, já que não tem voluntário é por livre e espontânea pressão. Quando o aluno escolhido termina de ler, ela quer saber o que o autor quis dizer e que época ele está retratando. O aluno se posiciona e a professora explica que a marca importante da poesia é a antítese. Para que os alunos compreendam o significado desta palavra, a professora divide a palavra e explica cada parte. Por exemplo: antí n tese Contra teoria/idéias É possível perceber que a cada assunto abordado, a professora busca primeiro o conhecimento do aluno para depois explicar ou acrescentar alguma coisa quando necessário. O próximo texto lido fala
  • 15. sobre manifestação artística. De repente, a turma começa a falar sobre o preconceito aos baianos, dizendo que eles não prestam e só gostam de axé. Diante disso, a professora se pronuncia e repete um velho ditado da época da sua mãe:" a língua fala e a outra parte paga." Ela diz que não pode falar tudo porque é pornográfico. A próxima leitura também está no livro. Eles devem ler as 2 páginas e depois comentar sobre o que leram. Neste momento, a professora se dirige a um aluno e pede para ele explicar o 2º cap. O aluno explica e ela pergunta se alguém tem algo a declara, a acrescentar, se tem dúvidas. Outro aluno responde que "a arte é a mentira que revela a verdade". A professora pergunta a todos o que quer dizer isso e eles respondem que é muito abstrato. O outro texto do livro fala sobre os vários Quixotes, a professora pergunta o significado disso. Neste instante, um aluno que senta atrás fala um palavrão bem baixinho, mas a professora escuta e diz que não gosta; eles podem falar lá fora, mas aqui dentro ela prefere a linguagem formal. No final da aula, a professora coloca um CD com a poesia do livro(poeta português) e depois explica o conteúdo do CD 8. Oitavo Encontro 8.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Ynah  Turma: 1ª B  Horário: 07:20 às 09:0 0  Data: 18.04.2001 8.2. Comentários sobre a observação A professora é bastante pontual. Entra na sala brincando com os alunos, informando que será prova e a turma fica apreensiva e diz que ela não avisou. Ela insiste com a brincadeira e diz que era segredo, por isso não comunicou. A aula inicia-se com comentários da professora sobre o resultado das redações que os alunos fizeram na aula anterior. A medida que ela chama o aluno para entregar a prova, ela conversa com ele e apresenta os seus erros, dificuldades ou deficiências. Ela diz que "vai puxar a orelha de cada um e apertar a orelha". Logo em seguida, comunica que vai modificar o estilo da avaliação do livro "Boca de Inferno". Ela prefere que seja uma avaliação oral e justifica que prefere este meio porque possibilita uma visão geral e específica do livro, já que o mesmo trata de assuntos históricos e de grande valor para a história. O próximo passo da professora é investigar a leitura dos alunos. Ela pergunta o que eles leram e cada um responde que leram reportagens nas revistas e jornais. Ao mesmo tempo, ela quer saber que tipo de assunto eles gostam de ler. Um aluno responde que sente atração por reportagens que falam sobre guerras(EUA e Palestina). Ao terminar de falar, a professora pergunta se ele gosta da parte política ou da guerra. O aluno responde que um pouco dos dois. As leituras e os assuntos são bem variados e abordam temas atuais e às vezes trazem reflexões sobre o antigo e o novo, como por exemplo: uma aluna fala sobre festividades, uma reportagem da revista veja, de imediato a professora fala que as pessoas esqueceram um pouco do sentido das festas. Os hábitos hoje são diferentes. O consumismo apagou o significado real de algumas coisas. Ela fala muito rápido sobre isso, mas depois retorna a leitura e exige que todos digam a referência completa do artigo que leu: fonte, data, autor, ano etc. Essa exigência é importante porque os alunos não se dão conta disso e ao iniciar a leitura não mencionam esses dados. Para eles o importante é apenas o conteúdo. A medida que os alunos falam, a professora registra no caderno. Depois que terminam de ler, ela pergunta o que acharam do assunto. Os temas são os mais variados possíveis. Através da leitura, eles têm aula de política, economia, literatura, valores sociais e português. Há um dado interessante, ela faz
  • 16. questão que leiam em desses jornais de circulação matérias que falem sobre dicas de português. Outro fato interessante é que ela pede para que leiam e deixem exposto o texto lido no mural para que os colegas tenham acesso depois. Toda semana há um texto diferente no mural. Sobre a leitura de dicas de português, apenas um aluno leu e comenta sobre o conteúdo da reportagem. O assunto é sobre análise de um comentarista feita na seguinte oração: "Toda Terça, no observatório da Impressa, Alberto Dimes comenta os fatos da mídia." O problema é que a autora diz que a expressão "toda terça" é igual "qualquer". A maioria não concorda e começam a discutir sobre o assunto. A professora escreve no quadro a oração e começam a debater. Ela aproveita esta oração para falar sobre análise sintática. Pergunta porque as vírgulas aparecem depois de "toda terça". Ela diz que quer a resposta de acordo com as regras da gramática. Uma aluna responde que tem haver com a ordem indireta da oração. A professora diz "exatamente" e fala sobre o papel do adjunto adnominal. A mesma reportagem fala sobre o hífen . Dando continuidade as outras leituras que falam sobre eutanásia, sobre o acidente com o cantor Herbert Viana e a partir disso a professora pede para fazerem um paralelo entre a eutanásia e o estado do cantor Herbert Viana. Sobre esse assunto as opiniões são bem variadas. Após as leituras, a próxima atividade está na Gramática Reflexiva de Willian Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães. A professora faz a apresentação da gramática e mostra o assunto que está no primeiro capítulo e fala sobre a língua formal(Língua padrão de Portugal diferente do Brasil). A professora procura sempre exemplificar as diferenças da línguas com o vocabulário bem atual dos jovens. O próximo capítulo trata da língua, linguagem e interação social. Neste capítulo há presença de figurinhas e a professora explica o significado do desenho; fala da história da língua, a compreensão, o sentido e o domínio e também pede a opinião da turma. Antes terminar a aula, a professora conta algumas piadas, considerando o assunto visto em sala. 9. Nono Encontro 9.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Euna  Turma: 5ª B  Horário: 07:20 às 09:0 0  Data: 20.04.2001 9.2. Comentários sobre a observação A professora chega 15 minutos atrasada. Ao chegar, refere-se logo a apresentação da maquete, mas os alunos responsáveis não estavam preparados para apresentar. Ela pede para conversar com o grupo no final da aula para eles colocarem as suas dificuldades para fazer o trabalho. Logo em seguida, a professora entregue os trabalhos anteriores que os alunos fizeram e explica o motivo da entrega, é porque os pais exigiram que ela entregasse. O trabalho é sobre produção de texto e a ela elogia toda a turma pelos bons resultados, inclusive os pais gostaram muito. Para a primeira atividade, os alunos utilizam a gramática de Magda Soares - Português através de Textos. O assunto é sobre verbos no imperativo e o exercício pede para que eles formulem frases neste tempo verbal. Quando terminarem, irão ler as frases para os colegas. A professora seleciona alguns alunos para lerem e depois pergunta se mais alguém fez uma frase interessante no imperativo. Uma das frases selecionadas fala sobre o seguinte: "porque você não vai trabalhar?". Em virtude do conteúdo desta frase, a professora pergunta ao aluno o que o mendigo responderia. O aluno responde
  • 17. que tem muitos mendigos que não querem trabalhar. Outra aluno fala que é porque não tem emprego para eles. Continuando a leitura das frases, o livro pede para formular frases também interrogativas e exclamativas. Na hora de falar as frases exclamativas, os alunos ficam eufóricos e todos querem ler ao mesmo tempo. De repente, a aula é desviada para o novo milênio e a profecia de que o mundo ia se acabar. A professora conta um fato do seu aluno que escreveu um texto sobre esse assunto, desejando paz, amor nesse novo milênio, e na entrada do ano ele morreu. Ela fica emocionada e diz que guardou este texto até hoje. Pouco tempo depois, ela retorna a gramática. O próximo exercício é sobre ortografia. Os alunos vão ao quadro para escreveram o maior número possível de palavras com letras diferentes que têm o mesmo som. Por exemplo: palça, palsa, pauça, cepala, sepala etc. Para ler um texto sobre ortografia que está no livro, a professora pergunta quem quer ler. A maioria se candidata. Depois da leitura, ela quer saber o que facilita a boa escrita, o que é importante para ler e escrever bem? Todos respondem que é a leitura que facilita estes caminhos. Outro momento, ela pede para que eles comentem sobre episódios que seus pais vivenciaram na época escolar deles. Alguns contam os seus depoimentos e outros, ao mesmo tempo, interrompem com conversas paralelas. A professora chama atenção e diz que o objetivo não está sendo alcançado. Ela pergunta qual o objetivo naquele instante: eles respondem que é ouvir e param de falar. A professora fala da importância dessa atividade que servirá de apoio para a entrevista - próximo tarefa para ser feita em casa. A próxima pergunta é: quais as diferenças existentes entre a época dos pais dos alunos e a fase em que eles estão vivendo hoje. Mais um motivo para todos quererem falar ao mesmo tempo. Essa atividade e deixa os alunos bastante motivados para participar da aula. Essa investigação é uma espécie de introdução para o texto que está no livro e fala sobre o mundo antigo. O título é: "Lembrando do Mundo Antigo" de Carlos Drummond de Andrade. A professora lê o texto e fala um pouco sobre o autor. Logo após comenta sobre a tarefa de casa. Os alunos devem ler a página do livro que fala sobre linguagem oral e fazer uma entrevista com uma pessoa idosa para ela descreve como era o mundo antigo na visão dela. A professora escreve no quadro o que deve ser feito. Trazer um objeto antigo (moeda, foto) e entrevistar os avôs ou uma pessoa bem velhinha na rua deles. No momento em que a professora pergunta quem tem avô ou avó, todos gritam ao mesmo tempo e a professora tem dificuldade para mantê-los quietos. Voltando a leitura do texto de Drummond, a professora pede para uma aluna ler e pergunta ao colega ao aluno qual a opinião dele sobre o texto. O que ele achou. Depois se dirige ao resto da turma para saber se o mundo de Drummond é o melhor. Os alunos respondem que não havia violência, por isso era melhor. Para evidenciar mais este aspecto, a professora fala da estatística atual em Recife, que é a 3ª mais violenta do Brasil. Os alunos se mostram interessados no assunto. Para finalizar a aula, ela pede para que eles contemplem na entrevista o Rio Capibaribe antigamente e reúne o grupo da maquete para falar sobre a apresentação. 10. Décimo Encontro 10.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professor: Juarez  Turma: 2ª B  Horário: 09:00 às 11:0 0  Data: 20.04.2001 10.2. Comentários sobre a observação
  • 18. O professor entra na sala e encontra os alunos agitados, falando alto e continuam no mesmo ritmo mesmo com a presença do professor. Depois de alguns minutos eles se acalmam e escutam o que professor tem a dizer sobre a primeira atividade, que é para formar duplas e fazer um exercício sobre as escolas literárias(do Barroco ao Modernismo). As perguntas do exercício resume-se em:  Diferenças entre as escolas  Explicar, destacar e citar as principais personagens do livro tal  Características de tal escola  Em que o autor tal não foi superado  Qualificar os estilos dos autores em destaque  Quais os problemas sociais que o autor expõe no livro  Quando e como se inicia as escolas literárias em destaque  Quais os principais temas das obras do autor tal Antes de fazerem o exercício, o professor entrega as provas feitas na aula anterior em dupla. Depois ele lê cada questão e discute a resposta com a turma. Antes de iniciar a leitura, ele informa que se corrigiu uma questão errada, ele pode mudar o conceito desde que o aluno tenha um bom argumento. Isso ocorre, porque alguns alunos têm dúvida numa questão que menciona as palavras voluntário, involuntário, atitude mecânica e reflexiva e os alunos não entenderam. O professor tenta explicar mais não consegue ser objetivo. Na prova há interpretação de texto e a cada questão lida, ele pergunta se alguém tem dúvidas. Numa outra questão explorada na prova deixa os alunos insatisfeitos e indecisos. A pergunta é se a visão do autor do texto é reflexiva ou pessimista. Os alunos dizem que há a presença dos dois termos. Mas, o professor insiste em defender que é primeiramente reflexiva. Aparentemente, a sua justificativa foi pouco convincente e com pouco fundamento, porque a maioria não aceitava a sua explicação. Um dado interessante dessa prova refere-se a uma questão em que o professor expôs uma redação de um aluno, possivelmente colega deles, para que cada um corrigisse e depois desse uma nota. No final da aula, o professor lembra que será a leitura do livro "Ateneu". A leitura será através de sorteio. 11. Décimo Primeiro Encontro 11.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Ynah  Turma: 1ª B  Horário: 11:00 às 12:40  Data: 20.04.2001 11.2. Comentários sobre a observação A professora chega atrasada 5min e encontra na sala apenas quatro alunos. Ela reclama porque a turma não estava completa e o motivo dessa evasão foi o passeio que o seu colega de trabalho, o professor de história, fez com a turma para irem a Católica visitar o museu. Ela não se conforma com a atitude do professor e também da turma, porque foram sem comunicar e neste dia seria a prova oral da leitura do livro "Boca de Inferno". No intuito de não atrasar o programa, ela resolve fazer a prova com os que estão presentes e reúne os quatro em círculo para comentarem sobre o livro. Antes, entrega um papel com algumas perguntas e pede para que cada um escolha o tema que quer falar. Enquanto os alunos estão escolhendo,
  • 19. os outros colegas vão chegando aos poucos. Em tom um pouco autoritário, ela avisa para eles irem beber água, fazer xixi porque depois será chamada oral. Eles chegaram 20min atrasados. A proposta dessa avaliação pauta-se em algumas perguntas a respeito do conteúdo do livro. Mas, a professora não se prende apenas as perguntas do papel, mas ela improvisa de acordo com o andamento da interação. Uma das perguntas que ela faz a todo o grupo é o que eles gostaram mais no livro. A atividade torna-se bem descontraída e proveitosa. Primeiro o aluno se posiciona depois a professora faz os seus comentários sobre o livro e o que seria uma avaliação pesada transforma-se numa dinâmica interativa. O contexto do livro remete a fatos passados e a professora procura relacionar sempre com o presente. Esse método utilizado por ela cabe a todos os grupos. No total foram formados 5 grupos avaliados com o mesmo critério de formar um círculo, escolher uma das perguntas do texto elaboradas pela professora e por último descrever a leitura que fizeram do livro "Boca de Inferno". 12. Décimo Segundo Encontro 12.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Ynah  Turma: 1ª B  Horário: 07:20 às 09:00  Data: 25.04.2001 12.2. Comentários sobre a observação A professora é pontual. Chega na hora exata. Há poucos alunos na sala. Ela brinca com o grupo presente, dizendo que trouxeram muito material para a aula. De imediato, faz comentários sobre a charge do Diário do Dia e pede para que eles observam. Ela faz questão de falar sobre o jornal e fala também do programa "Casseta e Planeta", mas isso acontece bem rápido. A primeira atividade é saber o que os alunos leram em casa. Ela chama cada um para fala sobre o que leu. Um dos alunos chamados mostra uma das revistas do mercado e fala sobre a reportagem "fora do rebanho". O conteúdo da reportagem trata do preconceito. Mais uma vez os temas são os mais variados possíveis. No caso da reportagem da AIDS, dois alunos leram sobre o mesmo assunto, porém em fontes diferentes. Quando um termina de ler, ela pergunta se o outro quer acrescentar alguma coisa ou destacar o que gostou mais, já que duas pessoas leram o mesmo assunto. Nesta aula, um aluno leu uma reportagem sobre a região de Pernambuco em uma revista desconhecida por quase todos que estavam presentes. A primeira revista é Continente e a Segunda é Caros Amigos. A professora diz que não conhecia a primeira. Sobre a Segunda ela tem conhecimento e fala sobre a qualidade, o preço, produto e a divulgação. Sem dúvida, esse tipo de leitura sempre traz discussões sobre política, economia, sociedade, consumo etc. A próxima leitura veio de uma reportagem lida na Internet - Diário de Pernambuco -. O assunto é "redação". A reportagem informa que os alunos não devem ter medo porque isso faz parte do nosso cotidiano. Escrevemos bilhetinhos para os colegas e isso é redação. Antes da aluna termina a reportagem, a professora diz que essa idéia é perigosa, porque entra em jogo as diferenças entre a fala e a escrita e se aprofunda brevemente neste assunto. Outra leitura que feita na sala refere-se a reportagem
  • 20. sobre Gugu Liberato na revista Veja. Através dessa reportagem, ela denuncia o poder da escrita e da linguagem. Na sua concepção o texto é muito maldoso. Ela tenta explicar pontos da gramática, como adjetivo e substantivo, neste texto. Quando os alunos têm dúvidas sobre o significado das palavras, eles perguntam sem cerimônia e a professora responde com muita boa vontade. Com certeza uma das reportagens muito interessante lida na sala foi sobre o cacófato. A reportagem é de Rita Lee que menciona as expressões e o tipo de linguagem atual usada principalmente pelos jovens: "tipo assim, com certeza, tá, fui, enfim, veja bem, vem cá, legal, maior barato, valeu etc. Outro dado muito interessante observado nesta turma é que a professora não gosta quando os alunos usam o vocabulário pobre na sua opinião, como por exemplo: "é um negócio, é uma coisa". Para ela, os alunos devem evitar este tipo de vocabulário. Além disso, há outro momento que a professora chama atenção. Quando os alunos começam a falar da reportagem que leu, alguns não param de repetir marcadores do tipo "aí". Ela não perdoa e corrige. Esses detalhes não passam despercebidos pela professora. No final das leituras, alguns reportagens são colocadas no mural. Passando para a próxima atividade, a professora entrega um texto com o título "Que mulher é essa?". Os alunos devem ler com atenção para fazer um trabalho. Este texto fala da discriminação da mulher e ocorre uma espécie de comparação entre o sexo masculino e feminino, porém levantam aspectos a partir da definição que o Aurélio traz da mulher e do homem. São concepções totalmente diferente. Após a leitura, os alunos devem responder um plano de aula entregue pela professora que se apresenta da seguinte forma: Plano da Idéias Tema delimitação do tema objetivo banco de idéias conclusão A professora escreve no quadro este esquema e responda estas questões com os alunos. Ela também analisa as ilustrações do texto e transmite o recado de que isso é importante e também faz parte do texto. Trabalha a parte das conjunções, marcadores no texto e comenta que isso é fundamental para dar argumentar. Sobre o plano da forma, ela fala das definições, leitor, proposta, e conclusão. Tudo isso é trabalhado em conjunto. Antes de terminar a aula, ela informa que a próxima aula será sobre compreensão de texto. 13. Décimo Terceiro Encontro 13.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Euna  Turma: 5ª B  Horário: 07:20 às 09:00  Data: 27.04.2001 13.2. Comentários sobre a observação A professora atrasa 10min. Entra na sala e diz que a primeira pergunta é uma cobrança. Cadê a maquete? Ela demonstra preocupação com esse trabalho porque a maioria ainda não fez. Na sua opinião, ela não ajudará porque afetará o futuro dos alunos. Iniciando a aula, ele pede a leitura da entrevista feita com pessoas mais velhas para mostrar as diferenças do antigo e o novo. Cada um deverá ler na frente para todos ouvirem. A primeira entrevista
  • 21. fala sobre o pau de arara. A professora pergunta se alguém sabe o significado, mas ninguém responde, então ela explica, que é um caminhão de transporte de pessoas. As outras entrevistas contemplam: brincadeiras antigas como amarelinha, boneca de pano etc. Todos se encantam com as leituras e a professora sempre tem algo a destacar e acrescenta neste período vividos pela maioria que escreveu. Em todas as entrevistas, a violência em excesso foi o ponto em comum. Todas falaram desse mal contemporâneo. No papel de educadora, a professora demonstra afeto e preocupação com os alunos e fazem questão de enfatizar os problemas sociais de forma bem leve. Além desse assunto, as entrevistas também descrevem as vestimentas femininas, a fome, as drogas, ladrão de galinha, reunião familiar, a rigidez e os castigos das escolas antigamente, falta de amor ao próximo, a liberdade, a saúde e o mérito da tecnologia hoje que muito avançada diferentemente do passado. Neste ponto, a professora fala do caso específico da tuberculose que matava as pessoas muito cedo e hoje com o avanço da medicina o tratamento tornou-se possível. Durante as leituras, ocorre um episódio diferente, uma aluna não quer ler a sua entrevista , mas todos insistem inclusive a professora. Com tanta pressão, a menina começa a chorar; duas colegas sua lêem a sua entrevista e pedem para ela parar de chorar. Ao terminar as leituras, a professora faz a chamada e anota quem leu a entrevista e marca para a próxima aula, aqueles que não leram. A próxima atividade refere-se a leitura do texto "Era uma vez..." que está no livro dos alunos. A professora pede para um aluno ler a introdução que fala sobre os contos de fada. Ela quer saber a diferença entre o antes e o hoje. A resposta é que encontramos várias versões. Cada aluno lê um pouco do conto "O Chapeuzinho Vermelho". Ela acompanha a leitura ao lado do aluno que está lendo. No final, ela pede para as meninas fazerem a voz de Chapeuzinho e os meninos a voz do Lobo Mal. Depois analisam as diferenças entre o conto antigo e este atual. Cada um decifra as diferenças que são muitas. Um aluno pede para ler a moral da estória e quando termina, a professora pergunta o que ele entendeu. Para o aluno, a lição deste conto é que não se deve ir pela cabeça dos outros. Dessa resposta, a professora prossegue no interrogatório sobre quais os lobos de hoje. Ela mesma responde que é as drogas. Ela pergunta porque Chapeuzinho se deu mal, os alunos respondem porque ela desobedeceu. A ânsia pela leitura é tanta que uma aluna pede para ler o vocabulário. Antes de acabar a aula, a professora entrega as provas dos alunos e explica no quadro o seu critério de avaliação: NA - não atingiu o objetivo; AP - atingiu parcialmente; A - atingiu. Cada aluno observa o resultado da prova e depois entrega de volta a professora porque ela não corrigiu todas. 14. Décimo Quarto Encontro 14.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Juarez  Turma: 2ª B  Horário: 09:00 às 11:00  Data: 27.04.2001 14.2. Comentários sobre a observação O professor chega na hora exata e faz alguns comentários sobre os trabalhos feitos na aula passada e depois pergunta se alguém já ouviu um discurso político. Os alunos respondem que para enrolar o povo. O assunto da aula será sobre dissertação. O professor escreve no quadro a seguinte frase: devemos votar aos 16 anos? As opiniões são bastante variadas. Alguns concordam, outros não. Alguns alunos declara o seguinte:
  • 22. A questão não é se pode ou não, mas o importante é criar desde pequeno uma consciência política, ou uma educação política. A educação brasileira não é direcionada para a política.  O brasileiro só tem consciência política no carnaval, no São João e nos enfeites de Natal. Nas outras épocas nem se lembram que a política existe. O assunto chama atenção dos alunos e todos se envolvem com o debate. O professor organiza a vez de cada um para falar e depois escuta atentamente. Antes de terminar a aula, o professor encerra a discussão e dá sua opinião a respeito do assunto. Ela explica que a redação é isso que cada um fez, ou seja, expôs sua idéias, opiniões e mostra uma consciência sobre tal assunto. Sem esquecer de colocar os seus argumentos para convencer as pessoas no que você acredita. O professor faz referência aos políticos que falam, prometem, argumentam e as vezes ganham, porque convenceu. Para o professor, esse debate feito em sala pode ser considerada uma dissertação. A aula termina, o professor sai da sal e os alunos continuam falando sobre o assunto. 15. Décimo Quinto Encontro 15.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Ynah  Turma: 1ª B  Horário: 07:20 às 09:00  Data: 27.04.2001 15.2. Comentários sobre a observação Infelizmente não foi possível observar esta aula neste dia, porque a professora Ynah não compareceu a aula. 16. Décimo Sexto Encontro 16.1. Informações sobre a Sala de Aula:  Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA  Professora: Ynah  Turma: 1ª B  Horário: 07:20 às 09:00  Data: 02.05.2001 15.2. Comentários sobre a observação A professora não chega atrasada, entra na sala e imediatamente pede para um grupinho se separar porque vai atrapalhar a aula. Depois pergunta se trouxeram algum texto para leitura. De início, ela chama aqueles que estão em débito com esta atividade. O esquema é o mesmo das aulas anteriores. Assuntos diversos são abordados. Ela corrige o vocabulário dos alunos. Escreve no quadro detalhes relevantes da leitura que trará benefícios para os alunos. Discute cada leitura e pergunta o que eles acham do que leram e qual a utilidade dessas leituras e informações. As leituras dessa aula foram as seguintes:  O jogo RPG nas salas de aula. Este jogo está sendo adotado em todas as matérias  Desemprego. Uma jovem de 24 anos mostra sua opinião sobre esse assunto e a professora escreve no quadro os argumentos que essa jovem usa para defender a sua concepção sobre o assunto  O homossexualismo no Rio Grande do Sul
  • 23. A próxima tarefa da professora é apresentar para os alunos os elementos textuais. Para isso, ela usa as transparências. Ela mostra os seguintes elementos: apresentação, esquema de construção do texto, conteúdo, Toda esta explanação é para explicar a redação do vestibular. Ela explica as questões discursivas, fala das notas. Na transparência também há os elementos lingüísticos, correção lingüística: vocabulário, pontuação, padrões morfossintáticos e convenções ortográficas. Durante a explicação, a professora conta piadas sem fugir do tema. Continuando a aula através da transparência, há a ênfase sobre o título, legibilidade, introdução, desenvolvimento, conclusão, além de coerência, argumentatividade e organização. A professora mostra uma reportagem do repórter Zeca Camargo no episódio "No Limite" em que um dos participantes escreveram o nome Sávio com "l", ficando assim "Sávil". De acordo com a professora, provavelmente esta pessoa conhece o processo ortográfico, mas não conhece a norma culta. No final da aula, ela entrega as redações que eles fizeram na aula anterior e também pede para que leiam um dos capítulos do livro. No primeiro nível se enfatiza a mera assimilação do texto (reprodução do lido); no segundo, o espaço aberto ao leitor para sua interpretação (intertextualidade) e no terceiro busca-se incentivar a elaboração e produção de algo novo, a partir do que o texto transmite. Verificou-se que os textos dos livros de têm uma estruturação que prestigia e fortalece o primeiro nível de leitura, exigindo somente a assimilação e reprodução do texto. Os livros de trabalham com o primeiro e o terceiro nível, cobrando a reprodução dos textos contidos no livro e a reprodução de novos textos com base no que o livro procurou transmitir; e , finalmente, os de exigem a atuação da criança quase que exclusivamente no terceiro nível, exigindo a aplicação do conhecimento transmitido pelo livro e produção de conhecimento novo. À luz dos resultados pouco favoráveis para os livros de , a autora critica a baixa contribuição dadas por esses livros ao processo de formação do leitor, já que não fortalecem o processo de exploração do texto. (diário) Realizar uma reflexão profunda sobre as raízes, o funcionamento e o efeito do livro didático, para redirecionar uma política que durante os últimos 50 anos não foi capaz de superar dois grandes problemas da sociedade brasileira: o analfabetismo e - entre os alfabetizados - a falta do hábito de leitura.