O documento discute os principais tipos de antibióticos penicilinas e cefalosporinas. Ele descreve os mecanismos de ação, espectros, usos clínicos e resistência dessas classes de antibióticos.
3. Os quatro principais mecanismos
pelos quais os antibióticos atuam...
Inibição da
síntese da
parede celular;
Inibição da síntese
de proteínas;
Inibição da via de
síntese do ácido
fólico;
Inibição da síntese
de DNA/RNA;.
Penicilinas Cefalosporinas
Carbapenens Monobactans
Outros
5. Introdução
Primeiros antibióticos produzidos em larga
escala;
Descoberta creditada ao Dr. Alexander
Fleming, em 1928 – Penicilium notatum;
Uso no tratamento de infecções a partir de
1941 – Dr. Howard Florey;
Com o tempo, foram necessárias
modificações na sua estrutura química inicial;
6. Mecanismo de ação
A penicilina inibe a síntese da parede celular e
destrói a parede celular funcional ativando
autolisinas;
Ocorre ligação das penicilinas as proteínas
ligantes de penicilina e estas ativam as
autolisinas (carbopeptidades e
endopeptidades), inibindo a reação de
transpeptidação.
8. Estrutura molecular
Trata-se de um grupo de
antibiótico que contém o
ácido 6-
aminopenicilânico, tendo
uma cadeia lateral ligada
ao grupo 6-amino;
O núcleo penicilínico é o
principal requisito
estrutural para a sua
atividade biológica;
Seu rompimento
representa perda completa
da atividade da droga;
A estrutura das cadeias
laterais determina muitas
das características do
antibiótico.
9. Resistência
As bactérias podem tornar-se resistentes à
penicilina por:
Modificação de suas PBPs;
Bombear ativamente o fármaco para fora da
célula;
Clivar a estrutura do anel beta lactâmico da
penicilina dentro do espaço
periplasmático, inativando o fármaco;
Alterar as purinas (Gram -), que previnem que os
fármacos alcancem suas PBP alvos.
10. Efeitos Adversos
Hipersensibilidade;
Doses devem ser menores em pacientes com
Insuficiência Renal;
Em altas doses IV, podem causar convulsões
ou efeitos antiplaquetários;
Destruição da flora normal por ATB de largo
espectro.
11. Interações Medicamentosas
Quando as penicilinas são combinadas com
fármacos bacteriostáticos surgem resultados
antagônicos;
Longa discussão sobre uso combinado de
penicilinas com contraceptivos orais. Reforço
a contracepção deve ser enfatizado em
mulheres de idade fértil.
12. Classificação das penicilinas
Penicilinas
Naturais
Penicilina G cristalina
Penicilina G procaína
Penicilina G
benzatina
Penicilina V
Aminopenicilinas
Ampicilina
Amoxicilina
Resistentes a penicilinase
Oxacilina
Meticilina
Amplo espectro
Ureidopenicilinas
Carboxipenicilinas
16. Espectro antibacteriano:
Estreptococos dos grupos A, B e D não
enterococos, S. viridans, S. pneumoniae
Neisseria meningitidis
Bacillus anthracis, Corynebacterium diphteriae
Streptobacillus moniliformis
Treponema pallidum, Leptospira
17. Uso clínico
Penicilina G benzatina:
Tratamento de sífilis
Profilaxia de febre reumática
Profilaxia de erisipela
18. Uso clínico
Penicilina G cristalina
Erisipelas e celulites
Meningites
Pneumonias comunitárias
Endocardite
neurossífilis
20. DROGA VIA INTERVALO
Penicilina G cristalina IV 4 a 6 hs
Penicilina G procaína IM 12 a 24 hs
Penicilina G benzatina IM Dose única, semanal
ou mensal
Penicilina V VO 6 hs
26. Penicilinas de Amplo Espectro
● Piperaciclina,
Ticarciclina;
● Anti-pseudomonas;
● Sempre associadas
a inibidores da beta-
lactamase. Pseudomonas
Aeruginosa
27. Penicilinas Combinadas com
Inibidores da Beta-lactamase
Combinação Indicações Clínicas
Amoxacilina-clavulanato Empregado na Otite Média Aguda (OMA)
em crianças, sinusite, faringoamigdalite,
exacerbação aguda da bronquite crônica,
mordedura de animais com infecção
secundária, infecções de partes moles
com tecido necrótico, estafilococcia,
infecções ginecológicas e infecções intra-
abdominais.
Ampicilina-sulbactam Ação contra Acinobacter baumannii.
Ticarcilina-ácido clavulânico Infecções abdominais e pneumonia
adquirida em ambiente hospitalar.
Pireracilina-tazobactam Infecções abdominais e pneumonia
adquirida em ambiente hospitalar.
30. Farmacologia
Inibem as enzimas transpeptidase (PBP)
Tempo dendente.
Biodisponibilidade oral alta
Atingem bem quase todos os tecidos do corpo
Excreção renal ou hepática
33. Espectros de ação
Primeira Geração
Cefazodril, Cefalexina, Cefazolina (única que
pode ser usada IV), Cefalotina, Cefapirina e
Cefradina
Cocos GRAM+
Alguns GAM –
(E. coli, Klebsiella peneumoneae e Proteus mirabilis)
34. Espectros de ação
Segunda geração
Cefaclor, cefamandol, cefonicida, cefuroxima,
cefprozil, lorarcabef, cefoanida, CEFAMICINAS
(cefoxitina).
Começa a demonstrar expressiva ação contra
GRAM –
Usadas em profilaxia de cirurgias de cabeça e
pescoço.
35. Espectros de ação
Terceira geração
Cefoperazona, cefotaxima, ceftazidima
(pseudomonas), ceftizoxima, ceftriaxona, cefixim
a
Maior ação contra GRAM – em detrimento de
ação contra GRAM +
Atravessam LCR.
Alta potencia contra
proteus, Serratia, enterobacter, citrobacter e uteis
contra Shigella e salmonella
36. Espectros de ação
Quarta geração
Cefepima
Resgata os efeitos contra GRAM + das primeiras
gerações e soma os efeitos contra GRAM – da
terceira geração
Mais resistencia a beta-lactamases
39. Mecanismos de Resistência
1. Hidrólise por enzimas
2. Alteração estrutural do sítio de ação (PBP)
3. Diminuição da permeabilidade da
membrana externa
4. Aumento do efluxo da droga
40. 1. Hidrólise por enzimas
- Predomina em gram negativas
- Ação no espaço periplásmico
- Dois tipos principais: AmpC e ESBL
41. Beta-Lactamase AmpC
- Codificada por gene cromossômico
- Normalmente encontra-se reprimida
- Possui grande importância prática
- Típica dos gêneros: Citrobacter, Enterobacter,
Serratia, Proteus, Providencia e Pseudomonas.
42. Beta-Lactamase: ESBL
- Atua através de hidrólise das cefalosporinas
- Inativadas por IBL
- Em sua presença, indicado o uso de outras
classes
- Importância epidemiológica
- Tipicamente encontrada em: E. Coli e Klebsiela
43. 2. Alteração do Sítio de ação
(PBP)
- Comum em estafilococos
- Penicilinases possuem pouca efetividade sobre
o anel cefêmico.
- Diminuição da afinidade
- Outras: Streptococcus pneumoniae
H. Influenza
Neisseria gonorrhoeae
47. Cefalosporin
a
Dose usual Doença grave Crianças
Cefazolina 0,5-1g a cada
8h
2g a cada 6-8h 12,5 a 33mg/kg –
6h
Cefalotina 0,5-1g a cada 6h 2g a cada 4-6h 20 a 25mg/kg – 6h
Cefalexina 0,25 a 0,5g – 6h 1g a cada 6h 6,25 a 25mg/kg –
6h
Cefadroxila 500mg a cada
12h
1g a cada 12h 15mg/kg a cada
12h
48. Cefalosporinas de 1ª geração –
Oral
- Infecções estafilocócicas ou estreptocócicas
- Leves a moderadas
- Principalmente abrangendo partes moles
- Shift terapêutico (ex: piomiosites, abcessos)
- Ineficaz contra Pasteurella multocida
- Podem ser usadas em ITU baixo não
complicadas em casos de contra-indicação à
quinolonas.
49. Cefalosporinas de 1ª geração –
Parenteral
- Alternativa para infecções estreptocócicas ou
estafilocócicas extensas
- Pacientes com restrição de volume
- Profilaxia em cirurgias limpas ou sítios estéreis
(microbiota da pele), como: pele não infectada,
cirurgias de cabeça e pescoço, mastectomias,
herniorrafias, cirurgias plásticas, partos vaginais,
etc.
50. Cefalosporinas de 2ª geração
Cefuroxima
Atividade aumentada contra Streptococcus
pneumoniae, Haemophilus influenzae e
Moroxella catarrhalis;
Tratamento ambulatorial de infecções
respiratórias:
Via oral;
Amigdalites, sinusites, faringites, epiglotites;
Meningite e pneumonia*
51. Cefalosporinas de 2ª geração
Cefuroxima
Profilaxia (espectro > cefazolina):
Cabeça e pescoço ou otorrinolarigonlógicas com
abordagem de mucosas;
Cardíaca;
Neurológica
Cefoxetina (cefamicina)
Eficaz contra anaeróbios e gram-negativos:
Infecções intrabdominais;
Infecções pélvicas e ginecológicas;
Infecções do pé diabético;
Profilaxia em cirurgias colorretais;
52. Cefalosporinas de 3ª geração
Farmacologia:
Amplo espectro (bacilos gram-negativos,
pneumococos resistentes à penicilina);
Baixa toxicidade;
Concentrações adequadas no líquor;
H. influenzae, S. pneumoniae e N. meningitidis.
53. Cefalosporinas de 3ª geração
Cefotaxima e ceftriaxona:
Pneumonia adquirida na comunidade (pneumococo
resistente);
Meningite no adulto;
Outras indicações:
Pneumonias hospitalares;
Infecções complicadas do TU;
Infecções abdominais e de vias biliares;
Ceftazidima:
Boa ação contra Pseudomonas aeriginosa;
Descompensação infecciosa de pneumopatia crônica,
fibrose cística, meningites;
54. Cefalosporinas de 4ª geração
Cefepima
Maior espectro entre as cefalosporinas;
Boa ação sobre gram-negativos (principalmente
Pseudomonas) e gram-positivos (pneumococos e
estafilococos meticilino-sensíveis);
Tratamento de infecções hospitalares:
Bacteremias, pneumonias, ITU complicadas
Neutropenia febril.
55. Reações adversas e
toxicidades
Em geral, há boa tolerância.
Dentre as reações adversas descritas, as mais
freqüentes são:
a tromboflebite (1 a 5%);
a hipersensibilidade em:
5 a 16% nos pacientes, com antecedente de alergia
às penicilinas, e
1 a 2,5% nos pacientes sem este antecedente);
56. Reações adversas e
toxicidades
A anafilaxia é muito rara.
Nos pacientes com história de reação de
hipersensibilidade grave às penicilinas, o uso
das cefalosporinas deve ser evitado.
Eosinofilia e neutropenia são raramente
observadas.
São pouco nefrotóxicas e hepatotóxicas.