O documento discute as mudanças na educação com o avanço das tecnologias e como isso afeta a aprendizagem. Argumenta que é importante equilibrar o ensino com novas tecnologias com aprendizagem aprofundada e desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico. Também destaca a importância dos professores como orientadores para ajudar os alunos a interpretar informações de forma significativa.
1. 1. MORAN, José Manuel, MASSETO, Marcos T.,
BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e
mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
ENSINO E APRENDIZAGEM INOVADORES COM TECNOLOGIAS AUDIOVISUAIS E
TELEMÁTICAS.
José Manuel Moran.
Para onde estamos caminhando no ensino?
Com as mudanças na sociedade, as formas de ensinar também sofreram alterações, tantos os
professores como os alunos percebem que muitas aulas convencionais estão ultrapassadas. É
inevitável a pergunta: Para onde mudar? Como ensinar e aprender em uma sociedade
interconectada?
Mudanças na educação é importante para mudar a sociedade. As tecnologias estão cada vez
mais em evidência e os investimentos visam ter cada classe conectada à Internet e cada aluno com
um notebook; investe-se também em educação a distância, educação contínua, cursos de curta
duração. Mas só tecnologia não basta. “Ensinar é um desafio constante”.
Os desafios de ensinar e educar com qualidade.
Preocupa-se hoje mais com ensino de qualidade do que com educação de qualidade. Ensino
e educação são conceitos diferentes. O ensino destina-se a ajudar os alunos a compreender áreas
específicas do conhecimento (ciências, história, matemática).
Educação é um o foco além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e
ética, reflexão e ação, é ajudar a integrar todas as dimensões da vida e encontrar o caminho
intelectual, emocional, profissional que leve o indivíduo a realização e contribuição para a mudança
social.
Educar é transformar a vida em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos
na construção de sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional, mostrar um projeto de vida
que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, tanto no social como no profissional, com o
objetivo de torná-los cidadãos realizados e produtivos.
Ensinar é um processo social de cada cultura com suas normas, tradições e leis, mas não
deixa de ser pessoal, pois cada um desenvolve seu estilo, aprendem e ensinam. O aluno precisa
querer aprender e para isso, precisa de maturidade, motivação e de competência adquirida.
As dificuldades para mudar na educação.
As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar de termos educadores maduros,
intelectuais e emocionalmente curiosos, que saibam motivar e dialogar.
O educador autêntico é humilde e confiante, mostra o que sabe, porém está sempre atento
ao novo, ensina aprendendo a valorizar a diferença, a improvisar. Aprender por sua vez, é passar da
incerteza a uma certeza provisória, pois dará lugar as novas descobertas, não há estagnação no
sistema de aprendizagem e descobertas. O novo deve ser questionado, indagado e não aceito sem
análise prévia. Por isso é importante termos educadores/ pais, com amadurecimento intelectual,
emocional, ético que facilite todo o processo de aprendizagem.
As mudanças na educação dependem também de administradores, diretores e
coordenadores que atendam todos os níveis do processo educativo.
Os alunos também fazem parte da mudança. Alunos curiosos e motivados, ajudam o
professor a educar, pois tornam-se interlocutores e parceiros do professor, visando um ambiente
culturalmente rico.
2. A construção do conhecimento na sociedade da informação.
Conhecer significa compreender todas as dimensões da realidade, captar e saber expressar
essa totalidade de forma cada vez mais ampla e integral. Pensar e aprender a raciocinar, a organizar
o discurso, submetendo-o a critérios. O desenvolvimento da habilidade de raciocínio é fundamental
para a compreensão do mundo. Além do raciocínio, a emoção facilita ou complica o processo de
conhecer.
A informação dá-se de várias formas, segundo o nosso objetivo e o nosso universo cultural.
A forma mais habitual é o processamento lógico-seqüencial, que se expressa na linguagem falada e
escrita, na qual o sentido vai sendo construído aos poucos, em seqüência concatenada.
A informação de forma hiper-textual, contando histórias, relatando situações que se
interlaçam, ampliam-se, nos mostrando novos significados importantes, inesperados. É a
comunicação “linkada”. A construção do pensamento é lógica, coerente, sem seguir uma única
trilha, como em ondas que vão ramificando-se em diversas outras. Hoje, cada vez mais
processamos as informações de forma multimídia, juntando pedaços de textos de várias linguagens
superpostas, que compõem um mosaico ou tela impressionista, e que se conectam com outra tela
multimídico. Uma leitura em flash, uma leitura rápida que cria significações provisórias, dando uma
interpretação rápida para o todo, através dos interesses, percepções, do modo de sentir e relacionar-
se de cada um.
A construção do conhecimento, a partir do processamento multimídia é mais livre, menos
rígida, com maior abertura, passa pelo sensorial, emocional e pelo racional; uma organização
provisória que se modifica com facilidade. Convivemos com essas diferentes formas de
processamento da informação e dependendo da bagagem cultural, da idade e dos objetivos,
predominará o processamento seqüencial, o hipertextual ou o multimídico.
Atualmente perante a rapidez que temos que enfrentar situações diferentes e cada vez mais
utilizamos o processo multimídico. A televisão utiliza uma narrativa com várias linguagens
superpostas, atraentes, rápidas, porém, traz conseqüências para a capacidade de compreender temas
mais abstratos.
Em síntese, as formas de informação multimídia ou hipertextual são mais difundidas. As
crianças, os jovens sintonizados com esta forma de informação quando lidam com textos, fazem-no
de forma mais fácil com o texto conectado através de links, o hipertexto.
O livro então se torna uma opção menos atraente. Não podemos, nos limitar em uma ou
outra forma de lidar com a informação, devemos utilizar todas em diversos momentos.
Há um tipo de conhecimento multimídico de respostas rápidas que é importante. É preciso
saber selecionar para encontrar conexões, causas e efeitos, tudo é fluido e válido, tudo tem sua
importância e em pouco tempo perde o valor anterior.
É uma atitude que se manifesta no navegar na Internet, ao deixar-se ficar diante da
televisão, numa salada de dados, informações e enfoques. As pessoas não permanecem passivas,
elas interagem de alguma forma, mas muitos não estão preparados para receber tal variedade de
dados e adotam a última moda na mídia ou na roupa, que efêmeros, são facilmente esquecidos e/ou
substituídos.
Tornamo-nos cada vez mais dependentes do sensorial. É bom, mas muitos não partem do
sensorial para vôos mais ricos, mais abertos, inovadores. Muitos dados e informações não
significam necessariamente mais e melhor conhecimento. O conhecimento torna-se produtivo se o
integrarmos em uma visão ética pessoal, transformando-o em sabedoria, em saber pensar para agir
melhor.
Caminhos que facilitam a aprendizagem.
Podemos extrair alguma informação ou experiência de tudo, de qualquer situação, leitura ou
pessoa, que nos possa ajudar a ampliar o nosso conhecimento, para confirmar o que já sabemos ou
rejeitar determinadas opiniões.
3. Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar a informação significativa,
escolher as verdadeiramente importantes, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e
profunda.
Aprendemos melhor, quando vivenciamos, experimentamos, sentimos, descobrindo novos
significados, antes despercebidos. Aprendemos mais, quando estabelecemos pontes entre a reflexão
e a ação, entre a experiência e a conceituação, entre a teoria e a prática: quando uma completa a
outra.
Aprendemos quando equilibramos e integramos o sensorial, o racional, o emocional, o
ético, o pessoal e o social.
Aprendemos quando interagimos com os outros e o mundo. Aprendemos pelo interesse,
pela necessidade.
Aprendemos quando percebemos o objetivo, a utilidade de algo, que nos traz vantagens
perceptíveis.
Aprendemos pela criação de hábitos, pela automatização de processos, pela repetição.
Aprendemos mais, quando conseguimos juntar todos os fatores: temos interesse, motivação clara,
desenvolvemos hábitos que facilitam o processo de aprendizagem e sentimos prazer no que
estudamos.
Aprendemos realmente quando conseguimos transformar nossa vida em um processo
constante, paciente, confiante e afetuoso de aprendizagem.
Conhecimento pela comunicação e pela interiorização.
A informação é o primeiro passo para conhecer. Conhecer é relacionar, integrar,
contextualizar, fazer nosso o que vem de fora. Conhecer a aprofundar os níveis de descoberta, é
conseguir chegar ao nível de sabedoria, da integração total.
O conhecimento se dá no processo rico de interação externo e interno. Conseguimos
compreender melhor o mundo e os outros, equilibrando os processos de interação e de
interiorização.
Pela interação, entramos em contato com tudo o que nos rodeia, captamos as mensagens,
mas a compreensão só se completa com a interiorização, com o processo de síntese pessoal de
reelaboração de tudo que captamos pela interação.
Os meios de comunicação puxam-nos em direção ao externo. Hoje há mais pessoas voltadas
para fora do que para dentro de si, mais repetidoras do que criadoras; se equilibrarmos o interagir e
o interiorizar conseguiremos avançar mais e compreender melhor o que nos rodeia, o que somos.
Os processos de conhecimento dependem do social, do ambiente onde vivemos. O
conhecimento depende significativamente de como cada um processa as suas experiências, quando
crianças, principalmente no campo emocional.
As interferências emocionais, os roteiros aprendidos na infância, levam as formas de
aprender automatizadas. Um deles é o da passagem da experiência particular para a geral, chamado
generalização. Com a repetição de situações semelhante a tendência do cérebro é a de acreditar que
elas acontecerão sempre do mesmo modo, e isso torna-se algo geral, padrão.
Com a generalização, facilitamos a compreensão rápida, mas podemos deturpar ou
simplificar a nossa percepção do objetivo focalizado.
Esses processos de generalização levam a mudanças, distorções, a alterações na percepção
da realidade.
Se nossos processos de percepção estão distorcidos, podem nos levar desde pequenos a
enxergar-nos de forma negativa. Um dos eixos de mudança na educação seria um processo de
comunicação autêntica e aberta entre professores e alunos, comunidade, incluindo os funcionários e
os pais. Só aprendemos dentro de um contexto comunicacional participativo, interativo, vivencial.
Autoritarismo não vale a pena, pois os alunos não aprendem a ser cidadãos.
As organizações que quiserem evoluir terão que aprender a reeducar-se em ambientes de
mais confiabilidade, de cooperação, de autenticidade.
4. Podemos modificar a forma de ensinar.
Cada organização através de seus administradores precisa encontrar sua forma de ensinar,
criando um projeto inovador.
Para encaminhar nossas dificuldades em ensinar poderiam ser estas algumas pistas:
• Equilibrar o planejamento institucional e o pessoal nas organizações
educacionais;
• Integrar em planejamento flexível com criatividade sinérgica;
• Realizar um equilíbrio entre flexibilidade, que está ligada ao conceito de
liberdade, criatividade e a organização;
• Avançar os programas previstos às necessidades dos alunos, criando
conexões com o cotidiano, com o inesperado;
• Equilibrar: planejamento e criatividade;
• Aceitar os imprevistos, gerenciar o que podemos prever e a incorporar o
novo;
• Criatividade que envolve sinergia, valorizando as contribuições de cada
um.
Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade, espaço-temporal, pessoal e de
grupo, menos conteúdos fixo, mais pesquisas.
Uma das dificuldades da aprendizagem é conciliar a extensão das informações, a variedade
das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreensão.
O papel principal do professor é ensinar o aluno a interpretar os dados, a relacioná-los, a
contextualizá-los. Aprender depende também do aluno de que ele esteja maduro para entender a
informação.
É importante não começar pelos problemas, erros, pelo negativo, pelos limites, mas sim
pela educação positiva, pelo incentivo, pela esperança.
O docente como orientador/ mediador da aprendizagem
O professor é um pesquisador em serviço. Aprende com a pesquisa com a prática e ensina a
partir do que aprende. O seu papel é fundamentalmente o de um orientador/ mediador:
• Orientador/mediador/intelectual: informa, ajuda a escolher as informações
mais importantes, fazendo os alunos compreendê-las e adaptá-las aos seus conceitos
pessoais. Ajuda a ampliar a compreensão de tudo.
• Orientador/ mediador/ emocional: motiva, incentiva, estimula.
• Orientador/ mediador gerencial e comunicacional: organizam grupos,
atividades de pesquisas, ritmos, interações. Organiza o processo de avaliação, é a ponte
principal entre as instituições, os alunos e os demais grupos envolvidos da comunidade.
Ajuda a desenvolver todas as formas de expressão, de interação de sinergia, de troca de
linguagem, conteúdos e tecnologias.
• Orientador ético: ensina a assumir, vivenciar valores construtivos,
individuais e socialmente vai organizando continuamente seu quadro referencial de valores,
idéias, atitudes, tendo alguns eixos fundamentais comuns como a liberdade, a cooperação, a
integração pessoal.
Alguns princípios metodológicos norteadores:
• Integrar tecnologia, metodologias e atividades.
• Integrar textos escritos, comunicação oral, hipertextual, multimídia.
5. • Aproximação da mídia e das atividades para que haja um fácil trânsito de
um meio ao outro.
• Trazer o universo do audiovisual para dentro da escola.
• Variação no modo de dar aulas e no processo de avaliação.
• Planejar e improvisar, ajustar-se às circunstâncias, ao novo.
• Valorizar a presença e a comunicação virtual,
• Equilibrar a presença e a distância.
Integrar as tecnologias de forma inovadora
É importante na aprendizagem integrar todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais,
lúdicas, as textuais, musicais.
Passamos muito rapidamente do livro, para a televisão e o vídeo e destes para a Internet
sem saber explorar todas as possibilidades de cada meio. O docente deve encontrar a forma mais
adequada de integrar as várias tecnologias e os procedimentos metodológicos.
Integrar os meios de comunicação na escola
Antes de chegar à escola a criança passa por processos de educação importantes como o
familiar e o da mídia eletrônica e neste ambiente vai desenvolvendo suas conexões cerebrais,
roteiros mentais, emocionais e linguagem.
A criança aprende a informar-se, a conhecer os outros, o mundo e a si mesma. A relação
com a mídia eletrônica é prazerosa e sedutora, mesmo durante o período escolar, a mídia mostra o
mundo de outra forma, mais fácil, agradável. A mídia continua educando como contraposto à
educação convencional, educa enquanto entretém.
Os meios de comunicação desenvolvem formas sofisticadas de comunicação e opera
imediatamente com o sensível, o concreto, a imagem em movimento. O olho nunca consegue captar
toda a informação, então o essencial, o suficiente é escolhido para dar sentido ao caos e organizar a
multiplicidade de sensações e dados.
A organização da narrativa televisiva baseia-se numa lógica mais intuitiva, mais conectiva,
portanto não é uma lógica convencional, de causa-efeito.
A televisão estabelece uma conexão aparentemente lógica entre mostrar e demonstrar: “se
uma imagem impressiona então é verdadeira”. Também é muito comum a lógica de generalizar a
partir de uma situação concreta, do individual, tendemos ao geral. Ex: dois escândalos na família
real inglesa e se tira conclusões sobre a ética da realeza como um todo. Uma situação isolada
converte-se em uma situação padrão.
Integrar a televisão e o vídeo na educação escolar
Vídeo para o aluno significa descanso e não aula. Essa expectativa deve ser aproveitada
para atrair o aluno. A televisão e o vídeo partem do concreto, do visível, daquilo que toca todos os
sentidos.
Televisão e vídeo exploram também o ver, o visualizar, ter diante de nós as pessoas, os
cenários, cores, relações espaciais, imagens estáticas e dinâmicas, câmaras fixas ou em movimento,
personagens quietos ou não.
A fala aproxima o vídeo do cotidiano, de como as pessoas se comunicam, enquanto o
narrador costura as cenas, dentro da norma culta, orientando a significação do conjunto. A música e
os efeitos sonoros servem como evocação de situações passadas próximas às personagens do
presente e cria expectativas.
A televisão e o vídeo são sensoriais, visuais as linguagens se interagem não são separadas.
As linguagens da T.V. e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e de adultos. Dirigem-se
mais à afetividade do que a razão. O jovem vê para compreender a linguagem audiovisual,
desenvolve atitudes perceptivas como a imaginação enquanto a linguagem escrita desenvolve mais
a organização, a abstração e a análise lógica.
6. Propostas de utilização da televisão e do vídeo na educação escolar
• Começar com os vídeos mais simples, próximos a sensibilidade dos alunos
e depois partir para exibição de vídeos mais elaborados.
• Vídeo como sensibilização: Um bom vídeo é interessante para introduzir
um novo assunto, despertando e motivando novos temas.
• Para a sala de aula realidades distantes do aluno.
• Vídeo como simulação: É uma ilustração mais sofisticada, pois pode
simular experiências de química que seriam perigosas em laboratórios. Pode mostrar o
crescimento de uma planta, da semente até a maturidade.
• Vídeo como conteúdo de ensino: Mostra o assunto de forma direta
orientando e interpretando um tema de foram indireta, permitindo abordagens diversas
deste tema.
• Vídeo como produção: Registro de eventos, estudo do meio, experiências,
entrevistas, depoimentos.
• Vídeo como intervenção: Interferir, modificar um determinado programa,
acrescentar uma nova trilha sonora ou introduzir novas cenas com novos significados.
• Vídeos como expressão: Como nova forma de comunicação adaptada à
sensibilidade das crianças e dos jovens. Produzem programas informativos feitos pelos
próprios alunos.
• Vídeo integrando o processo de avaliação: dos alunos e do professor.
• Televisão/vídeo – espelho: Os alunos vêem-se nas telas, discutindo seus
gestos, cacoetes, para análise do grupo e dos papéis de cada um. Incentiva os mais retraídos
e corrige os que falam muito.
Algumas dinâmicas de análise da televisão e do vídeo
Análise em conjunto: O professor exibe as cenas principais e as comenta junto com os
alunos. O professor não deve ser o primeiro a opinar e sim posicionar-se depois dos alunos.
Análise globalizante: Depois da exibição do vídeo abordar os alunos a respeito das
seguintes questões: 1- aspectos positivos do vídeo. 2-aspectos negativos. 3- idéias principais que
foram abordadas. 4- o que eles mudariam no vídeo. Discutir essas questões em grupos, que são
depois relatadas por escrito, o professor faz a síntese final.
Leitura concentrada: Escolher depois uma ou duas cenas marcantes e revê-las mais vezes.
Observar o que chamou a atenção.
Análise funcional: Antes da exibição do vídeo escolar, alguns alunos para desenvolverem
algumas funções, anotar palavras chaves, imagens mais significativas, mudanças acontecidas no
vídeo, tudo será anotado no quadro e posteriormente comentado pelo professor.
Análise da linguagem: Reconstrução da história, como é contada a história, que idéias
foram passadas, quais as mensagens não questionadas, aceitas sem discussão, como foram
apresentados a justiça, o trabalho, o amor, o mundo e como cada participante reagiu.
Completar o vídeo: Pedir aos alunos apara modificarem alguma parte do vídeo, criar um
novo material, adaptado à sua realidade.
Vídeo produção: Fazer uma narrativa sobre um determinado assunto. Pesquisa em jornais,
revistas, entrevistar pessoas e exibir em classe.
Vídeo espelho: A câmara registra pessoas ou grupos e depois se observa e comenta-se o
resultado.
Vídeo dramatização: Usar a representação teatral, pelos alunos, expressar o que o vídeo
mostrou.
7. Comparar versões: Observar os pontos de convergência e divergências do vídeo. Ótimo
para aulas de literatura. Comparar o vídeo e a obra literária original.
O computador e a Internet
O computador permite cada vez mais pesquisar, simular situações, testar conhecimentos
específicos, descobrir novos conceitos, lugar e idéias. Com a Internet pode-se modificar mais
facilmente a forma de ensinar e aprender. Procurar estabelecer uma relação de empatia com os
alunos, procurando conhecer seus interesses, formação e perspectivas para o futuro. É importante
para o sucesso pedagógico a forma de relacionamento professor/aluno.
Descobrir as competências dos alunos motivá-los para aprender, para participar de aula-
pesquisa e para a tecnologia que será usada entre elas a Internet.
O professor pode criar uma página pessoal na Internet, um lugar de referência para cada
matéria e para cada aluno. Orientar os alunos para que estes criem suas páginas e participem de
pesquisas em grupo, discutam assuntos em chats. O papel do professor amplia-se – do informador
transforma-se em orientador de aprendizagem, em gerenciador de pesquisa e comunicação dentro e
fora da sala de aula.
Lista eletrônica/ Fórum
Incentivar os alunos a aprender navegar na Internet e que todos tenham seu endereço
eletrônico (e-mail), e com isso criar uma lista interna de cada turma que irá ajudar a criar uma
conexão virtual entre eles.
Aulas – pesquisa
Transformar uma parte das aulas em processos contínuo de informação, comunicação e
pesquisa, equilibrando o conhecimento individual e o grupal, entre o professor- coordenador-
facilitador e os alunos, participantes ativos.
Trabalhar os temas do curso coletivamente, mas pesquisando mais individualmente ou em
pequenos grupos os temas secundários. Os grandes temas são coordenados pelo professor e
pesquisados pelos alunos. Assim o papel do aluno não é de executar atividades, mas o de co-
pesquisador responsável pelo resultado final do trabalho.
O professor coordena a escolha de temas ou questões mais específicas, procura ajudar a
ampliar o universo alcançado pelos alunos, a problematizar, a descobrir novos significados das
informações.
Construção cooperativa
A Internet favorece a construção cooperativa, ou seja, o trabalho conjunto de professor e
alunos.
Um modo interessante de cooperativismo é criar uma página dos alunos, um espaço virtual
de referência, onde vai sendo colocado o que acontece de mais importante no curso. Pode ser um
site provisório ou um conjunto de sites individuais.
É importante combinar o que podemos fazer melhor em sala de aula, conhecer-nos motivar-
nos, reencontrar-nos com o que podemos fazer a distância, comunicar-nos, quando necessário e
acessar os materiais construídos em conjunto na homepage.
O espaço de trocas de conhecimento transita da sala de aula para o virtual.
Preparar os professores para a utilização do computador e da Internet
Tanto o professor como o aluno têm que estar atentos às novas tecnologias, principalmente
à Internet. Para tanto é necessário que haja salas de aula conectadas e adequadas para pesquisa,
laboratórios bem equipados. Facilitar o acesso de alunos e da escola aos meios de informática,
diminuir a distância que separa os que podem e os que não podem pagar pelo acesso à informação.
8. Ajudar na familiarização com o computador e no navegar na Internet, na utilização
pedagógica da Internet e dos programas multimídia. Ensiná-los a fazer pesquisa interagindo com o
mundo.
Questões que a Internet coloca aos professores
Utilizar a Internet para ensinar exige muita atenção dos professores. Não se deter diante de
tantas possibilidades de informação, saber selecionar as mais importantes. Uma página bem
apresentada, atraente dever ser imediatamente selecionada e pesquisada. A Internet facilita a
motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece.
A Internet ajuda a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental e a adaptação a ritmos
diferentes: A intuição porque as informações vão sendo descobertas por acerto e erro. Desenvolve a
flexibilidade, porque as maiores parte das seqüências são imprevisíveis, abertas.
Na Internet também desenvolvemos novas formas de comunicação principalmente escrita.
Escrevemos de forma mais aberta, hipertextual, multilinguística; todos se esforçam para escrever
bem. A comunicação afetiva, a criação de amigos em diferentes países é um outro grande resultado,
individual e coletivo, dos projetos.
Alguns problemas no uso da Internet na educação
Os dados e informações são muitos, e, portanto gera uma certa confusão entre informação e
conhecimento.
Na informação os dados organizam-se dentro de uma lógica, de uma estrutura determinada.
Conhecimento é integrar a informação no nosso referencial tornando-a significativa para
nós. Alguns alunos estão acostumados a receber tudo pronto do professor e, portanto não aceitam
esta mudança na forma de ensinar.
Também há os professores que não aceitam o ensino multimídia, porque parece um modo
de ficar brincando de aula....
Na navegação muitos alunos se perdem pelas inúmeras possibilidades de navegação e
acabam se dispersando. Deve-se orientá-los a selecionar, comparar, sintetizar o que é mais
relevante, possibilitando um aprofundamento maior e um conhecimento significativo.
Mudanças no ensino presencial com tecnologia
Muitos alunos já começam a utilizar o notebook para pesquisa, para solução de problemas.
O professor também acompanha esta mudança motivando os alunos através dos avanços
tecnológicos. Teremos com esta atitude mais ambientes de pesquisa grupal e individual em cada
escola; ex: as bibliotecas transformam-se em espaços de integração de mídias e banco de dados.
Com isto haverá mais participação no processo de comunicação, tornando a relação
professor/aluno mais aberta e interativa, mais integração entre sociedade e a escola, entre
aprendizagem e a vida.
Quando vale a pena encontrar-nos na sala de aula?
Aprendemos e ensinamos com programas que apresentam o melhor da educação presencial
com as novas formas virtuais; porém há momentos que precisamos encontrar-nos fisicamente, em
geral no começo e no final de um assunto ou curso.
Equilibrar o presencial e o virtual
Dificuldades no ensino presencial não serão resolvidos com o virtual. Unir os dois modos
de comunicação o presencial e o virtual e valorizando o melhor de cada um é a solução.
As atividades que fazemos no presencial como comunidades, criação de grupos afins.
Definir objetivos, conteúdos, formas de pesquisas e outras informações iniciais. A comunicação
9. virtual permite interações espaço-temporais mais livres, adaptação a ritmos diferentes dos alunos
novos contatos com pessoas semelhantes, mas distantes, maior liberdade de expressão à distância.
Com o processo virtual o conceito de curso, de aula também muda. As crianças têm mais
necessidade do contato físico para ajudar na socialização, mas nos cursos médios e superiores, o
virtual superará o presencial. Menos salas de aulas e mais salas ambientes, de pesquisa, de encontro,
interconectadas.
Tecnologias na educação a distância
Muitas organizações estão se limitando a transpor para o virtual, adaptações do ensino
presencial. Começamos a passar dos modelos individuais para os grupais. A educação a distância
mudará de concepção, de individualista para mais grupal, de isolada para participação em grupos.
Educação a distância poderá ajudar os participantes a equilibrar as necessidades e habilidades
pessoais com a participação em grupos-presenciais e virtuais.
Alguns caminhos para integrar as tecnologias num ensino inovador
Na sociedade informatizada, estamos aprendendo a conhecer a comunicar-nos, ensinar,
reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico, a integrar o indivíduo, o grupal e o social. É
importante chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis, experiência, imagem, som,
dramatizações, simulações.
Partir de onde o aluno está e ajudá-lo a ir do concreto ao abstrato, do vivencial para o
intelectual. Tanto nos cursos convencionais como nos cursos a distância teremos que aprender a
lidar com a informação e o conhecimento de formas novas, através de muitas pesquisas e
comunicação constante.
Ensinar não é só falar, mas se comunicar, com credibilidade, falando de algo que
conhecemos e vivenciamos e que contribua para que todos avancemos no grau de compreensão do
que existe. As principais reações que o bom professor/ educador desperta no aluno são: confiança,
credibilidade e entusiasmo.
Necessitamos de pessoas livres nas empresas e nas escolas que modifiquem as estruturas
arcaicas e autoritárias existentes. Se somos pessoas abertas iremos utilizar as tecnologias para
comunicar e interagir mais e melhor.
Se formos pessoas fechadas, desconfiadas, as tecnologias serão usadas de forma defensiva.
O poder de interação não está nas tecnologias, mas em nossas mentes. Ensinar com as novas
tecnologias será válido se mudarmos os paradigmas convencionais do ensino que mantém a
distância de professores entre alunos.
Caso contrário conseguiremos dar um verniz de modernidade sem mexer no essencial.
MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA E USO DA TECNOLOGIA
Marcos T. Masetto.
Introdução
A discussão que envolve a análise do uso da tecnologia como mediação pedagógica,
pressupõe alguns fatos que envolvem a questão do emprego de tecnologia no processo de
aprendizagem.
1. Em educação escolar, não se valorizou a tecnologia adequadamente visando a maior
eficácia do ensino-aprendizagem. O professor é formado para valorizar conteúdos e
ensinamentos acima de tudo, e privilegiar a técnica de aula expositiva para transmitir os
ensinamentos.
No ensino superior brasileiro, essa concepção se mantém até hoje valorizando a transmissão
de informação, experiências, técnicas, pesquisas de um profissional para formação de outros.
10. Vê-se uma desvalorização da tecnologia em educação, no entanto há questões tecnológicas
que interessam ao processo aprendizagem.
2. Dois fatos novos trazem a tona à discussão sobre a mediação pedagógica e o uso da
tecnologia:
• O surgimento da informática e da telemática que proporcionam a oportunidade de entrar
em contato com as mais recentes informações, pesquisas e produções cientificas do
mundo em todas as áreas. Desenvolvem-se os processos de aprendizagem à distância.
• Outro fato novo é a abertura no Ensino Superior para formação de competências
pedagógicas dos professores universitários.
Tecnologia e processo de aprendizagem
A tecnologia apresenta-se como meio para colaborar no processo de aprendizagem. Ela tem
sua importância apenas como um instrumento para favorecer a aprendizagem de alguém. Não é a
tecnologia que vai resolver o problema educacional do Brasil. Poderá colaborar, se for usada
adequadamente.
O conceito de ensinar esta mais ligada ao professor que transmite conhecimentos e
experiências ao aluno. O conceito de aprender está diretamente ligadas ao aluno que produz
reflexões e conhecimentos próprios, pesquisas, diálogos, debates, mudanças de comportamento.
Numa palavra o aprendiz cresce e desenvolve-se, o professor fica como mediador entre o aluno e
sua aprendizagem. O aluno assume o papel de aprendiz ativo e participante que o leva a aprender e
a mudar seu comportamento.
Tecnologia e mediação pedagógica
Como fazer para que o uso da tecnologia em educação, principalmente nos cursos
universitários de graduação, possa desenvolver uma mediação pedagógica.
• O que entendemos por mediação pedagógica?
Por mediação pedagógica, entendemos a atitude e o comportamento do professor que se
coloca como um facilitador, incentivando ou motivando da aprendizagem.
Mediação pedagógica em técnicas convencionais
A mediação pedagógica pode estar presente tanto nas estratégias convencionais como nas
novas tecnologias
• Por técnicas convencionais identificamos aquelas que já existem há muito
tempo, importantes para a aprendizagem presencial. Seu uso não tem sido muito freqüente
talvez porque os professores não as conhecem, ou por não dominarem sua pratica. Mas para
muitos professores é uma forma de dinamizar as aulas.
• Novas tecnologias são aquelas que estão vinculadas ao uso do computador,
a informática, a telemática e a educação a distancia.
• As técnicas convencionais, em geral são usadas para iniciar um curso,
despertar um grupo, para que os membros do grupo se conheçam em um clima
descontraído. Essas técnicas ajudam a expressar expectativas ou problemas que afetam o
clima entre eles ou o desempenho de cada um.
• Num segundo grupo as técnicas permitem que os aprendizes desenvolvam-
se em situações simuladas. Ex. dramatizações, jogos dramáticos, jogos de empresa, estudos
de caso, apresentando estratégias de situações da realidade.
São técnicas que desenvolvem a capacidade de analisar problemas e achar soluções,
preparando para enfrentar situações reais e complexas.
- Um terceiro grupo de técnicas coloca o aprendiz em contato com situações reais. Ex.
Estágios, excursões, aulas práticas, visita a obras, indústrias, escolas, enfim em locais próprios das
11. atividades profissionais. É altamente motivador para a aprendizagem. Ajudam a dar significado
para as teorias.
Mediação pedagógica e as novas tecnologias
Por novas tecnologias em educação, entende-se o uso da informática, do computador, da
Internet CD-ROM, da hipermídia, da multimídia, educação a distância, chats, listas de discussão,
correio eletrônico e de outros recursos e linguagens digitais que podem colaborar para tornar a
aprendizagem mais eficaz, cooperam para o desenvolvimento da educação em sua forma presencial
(fisicamente); pois dinamizam as aulas. Cooperam também para a aprendizagem a distancia
(virtual), pois foram criadas para atendimento desta nova modalidade de ensino. São tecnologias,
porém exigem eficiência e adequação aos objetivos aos quais se destinam. Entende-se que estas
técnicas são ótimas no ensino a distância, para transmitir informações e conhecimentos no sentido
mais estrito.
É importante ressaltar que não se pode pensar no uso de uma tecnologia sozinha ou isolada,
seja na educação presencial ou na virtual. Requer um planejamento para várias atividades integrem-
se em busca de objetivos determinados e que as técnicas sejam escolhidas, planejadas para que a
aprendizagem aconteça.
Alguns itens a serem observados:
Teleconferência: caracteriza-se por colocar um especialista em contato com telespectadores
de regiões diversas do planeta.
Chat ou bate-papo: e um momento em que todos os participantes estão no ar, ligados e
convidados a expor suas idéias.
Listas de discussão: cria grupos de pessoas que possam debater um assunto ou tema sobre o
qual sejam especialistas. Seu objetivo e avançar os conhecimentos, as informações ou as
experiências.
Correio eletrônico: facilita o encontro entre aluno e professor para sanar dúvidas. Para tanto
há a necessidade do professor para responder aos e-mails, pois o aluno desmotiva-se não sendo
atendido em suas dúvidas.
Internet: no ensino de graduação depara-se com duas dificuldades no incentivo à leitura e a
pesquisa. O aluno prefere apostilas ao livro. A informática proporciona oportunidade de sanar essa
dificuldade. A Internet é um recurso dinâmico e atraente, de fácil acesso e possibilita a obtenção de
um número ilimitado de informações. Há, porém a necessidade de o professor orientar os alunos, a
direcionar o uso desse recurso para as atividades de pesquisas, para que não façam cópias de textos.
Tecnologia, avaliação e mediação pedagógica.
A avaliação tem que ser um processo motivador da aprendizagem.
Pontos básicos:
1- Considerar a avaliação como um processo as da aprendizagem que motive e incentive e
não como o conjunto de provas e/ou de trabalhos realizados em datas previamente
estipuladas, servindo para aprovar ou reprovar o aluno.
2- A avaliação normalmente indica o índice de erros ou acentos que o aluno comete em
uma prova. Esta abordagem em geral não significa que o aluno aprendeu pouco ou
muito, e também não colabora para a aprendizagem. Para isso acontecer, essas mesmas
atividades deveriam se revestir de outras características, continuidade, variedade de
técnicas, revisão.
3- É importante que se veja a avaliação como um processo de feedback que traga ao
aprendiz informações oportunas no momento que ele precisa para desenvolver sua
aprendizagem, Informações ao longo do processo de aprendizagem para corrigir erros e
falhas. É a avaliação como um elemento incentivador e motivador da aprendizagem e
não como uma forma de julgá-lo.
4- Tanto no uso das técnicas presenciais como no uso da tecnologia a distância, deve-se
12. fazer a avaliação com a aplicação de algum instrumento que ofereça o feedback ou
retroinformação.
5- Quanto à avaliação, observar a reação dos alunos para dialogar sobre a informação
dada, completando ou fazendo colocações adicionais ao que foi explicado.
6- O feedback que medializa a aprendizagem é aquele colocado de forma clara,
orientando, ou por meio de perguntas ou de uma breve sugestão.
7- Fazer registros juntamente com o feedback contínuo, de todos os aprendizes que
permita um diálogo e um acompanhamento sobre a aprendizagem com um todo.
8- Abrir esse processo de avaliação (feedback), juntamente com os alunos, a respeito do
curso, das atividades que estão sendo avaliadas, se está adaptadas ou não aos objetivos
pretendidos.
9- Por último, é preciso que as atividades presenciais e a distância permitam ao aluno e
professor desenvolver sua auto-avaliação.
O professor como mediador pedagógico.
O professor que se propõe a ser um mediador pedagógico desenvolverá algumas
características:
1. Estar mais voltado para a aprendizagem do aluno;
2. Professor e aluno constituem-se como célula básica da aprendizagem;
3. Co-responsabilidade e parcerias são atitudes básicas, incluindo planejamento, sua
realização e avaliação;
4. Respeitar todos os participantes, ênfase nas estratégias cooperativas de aprendizagem,
confiança, envolver os aprendizes num planejamento conjunto de métodos e direções
curriculares;
5. Domínio profundo de sua área de conhecimento, demonstrando competência e
atualização em relação à área;
6. Criatividade para buscar com o aluno soluções para situações novas;
7. Disponibilidade para o diálogo, que deve ser freqüente e contínuo.
8. Subjetividade e individualidade. Observar que tanto o professor e o aluno podem estar
passando por momentos de indisposição e às vezes podem estar usando uma linguagem
mais dura, outra vez mais carinhosa.
9. Comunicação e expressão em função da aprendizagem. Usamos a linguagem para nos
comunicar, o professor deverá cuidar muito da sua expressão vocal, para ajudar no
processo de aprendizagem.
Na prática esse processo de mediação pela expressão e comunicação deverá ser:
• Excepcionalmente para transmitir informações;
• Para dialogar e trocar experiências;
• Para debater dúvidas e lançar perguntas;
• Para motivar o aprendiz e orientá-lo;
• Para propor desafios e reflexões;
• Para relacionar a aprendizagem com a realidade;
• Para incentivar o conhecimento junto com o aprendiz;
• Para ajudar o aprendiz a comandar a máquina.
Segundo Almeida (in Valente - 1996-p.164) o professor que trabalha com a informática na
educação, deverá desenvolver uma mediação pedagógica que promova o pensamento do aluno, seus
projetos, compartilhe seus problemas sem apontar soluções, ajudando o aprendiz a entender,
analisar, testar e corrigir erros.
13. Considerações finais:
A intenção de refletir sobre tecnologia e a mediação pedagógica é chamar a atenção para a
presença e influência que a tecnologia tem na sociedade e na educação escolar e informal, tanto na
presencial como à distância.
Chamar a atenção para a necessidade de empregar essa tecnologia, se quiser ser eficiente no
processo educacional.
Neste texto, foram discutidas técnicas, seu uso e objetivos, e percebe-se que estas, apenas
poderão colaborar como mediadores, para o desenvolvimento e crescimento das pessoas.
O aprendiz tem que ser o centro do processo. Na educação, nota-se um encadeamento de
idéias ao abordar um assunto, nada é isolado, sempre há um entrelaçamento com outros, devido à
própria complexidade educacional, cujo objetivo é propiciar melhores condições de aprendizagem,
e automaticamente maior gratificação para os que se dedicam ao trabalho docente.
PROJETOS DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA NUM PARADIGMA
EMERGENTE
Marilda Aparecida Behrens
As perspectivas para o Séc. XXI indicam a educação como pilar para alicerçar os ideais de
justiça, paz, solidariedade e liberdade. As transformações pelas quais o mundo vem passando são
reais e irreversíveis.
O advento da sociedade do conhecimento e a globalização afetam a sociedade. Essas
mudanças levam a ponderar sobre uma educação planetária, mundial e globalizante. O contexto
de globalização torna as nações mais interdependentes e inter-relacionadas e, ao mesmo tempo mais
dependentes de uma estrutura econômica neoliberal.
O advento da economia globalizada e a forte influência dos avanços dos meios de
comunicação e da informática aliados à mudança de paradigma da ciência não comportam um
ensino conservador repetitivo e acrítico nas universidades.
A produção do saber nas áreas do conhecimento leva o professor e o aluno a buscar
processos de investigação e pesquisa. O aluno precisa ser menos passivo e tornar-se criativo,
crítico, pesquisador e atuante. O professor precisa agir com critério e com visão transformadora.
A era digital e a aprendizagem colaborativa
O desafio imposto aos docentes é mudar o eixo do ensinar para os caminhos que levam a
aprender.
Segundo Pierre Lévy (1993) o conhecimento poderia ser apresentado de três formas
diferentes: a oral, a escrita e a digital.
A digital não descarta todo o caminho feito pela linguagem oral e escrita.
A abertura de novos horizontes mais aproximados da realidade contemporânea, e das
exigências da sociedade depende de uma reflexão crítica do papel da informática na aprendizagem
e benefícios que a era digital pode trazer para o aluno como cidadão, tornando-os transformadores e
produtores de conhecimento.
O desafio do professor ao propor sua ação docente será levar em consideração e contemplar
as oito inteligências denominadas por Gardner (1994) como espacial; interpessoal, intrapessoal,
cinestésico-corporal, lingüística ou verbal, lógico-matemática, musical e naturalista. Além do
desenvolvimento das inteligências múltiplas é fundamental desenvolver a inteligência emocional
(Goleman 1996) para desencadear a formação do cidadão.
Na era das Relações (Moraes 1997) cabe aos gestores e professores derrubar barreiras que
segregam o espaço e a criatividade dos professores e dos alunos.
A aprendizagem precisa ser significativa, desafiadora, problematizadora e instigante para
mobilizar o aluno e o grupo a buscar soluções aos problemas. A relação professor/aluno na
aprendizagem colaborativa contempla a interdependência dos seres humanos.
14. Quatro pilares da aprendizagem colaborativa
O “Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Séc. XXI”,
coordenada por Jacques Delors (1998) aponta a necessidade de uma educação continuada. A
aprendizagem ao longo da vida, assentada em quatro pilares:
- Aprender a conhecer.
- Aprender a fazer.
- Aprender a viver juntos.
- Aprender a ser.
Aprender a conhecer - Este tipo de aprendizagem visa não um repertório de saberes mas o
domínio dos próprios instrumentos do conhecimento. Compreender o mundo que o rodeia para
viver dignamente e desenvolver suas capacidades. Com essa visão enfatiza-se ter prazer em
descobrir, em investigar, em ter curiosidade, em construir o conhecimento.
Segundo Gadotti aprender a conhecer implica ter prazer de compreender, descobrir,
construir e reconstruir o conhecimento.
O aluno precisa ser instigado a buscar o conhecimento, a ter prazer em conhecer, a
aprender a pensar, elaborar as informações para aplicá-la à realidade.
Como segundo pilar Delors apresenta o “aprender a fazer” - aprendizagem associada ao
aprender a conhecer.
Aliando aprender a conhecer e aprender a fazer, o professor precisa superar a dicotomia
teórica e pratica, estas devem caminhar juntas.
Todos os seres vivos interagem e são interdependentes uns dos outros. Buscar a superação
das verdades absolutas e inquestionáveis, do positivismo, da racionalidade e do pensamento
convergente.
“A natureza não são blocos isolados, mas uma complexa teia de relações entre as várias
partes de um todo unificado” (Capra). Visão na qual o mundo é um complicado tecido de eventos,
que se interconectam e se combinam, determinando o todo.
A escola precisa ensinar os alunos a refletir sobre a realidade para que possam administrar
conflitos, pensamentos divergentes e respeitar a opinião dos outros; “aprender a viver juntos”
O quarto pilar apresentado refere-se ao “aprender a ser”. Delors recomenda “A educação
deve contribuir para o desenvolvimento completo da pessoa; espírito e corpo, inteligência,
sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade”. Visão que tenta superar a
desumanização do mundo, dando ao homem liberdade de pensamento e responsabilidade sobre seus
atos.
Paradigma emergente na prática pedagógica
Paradigma emergente é um paradigma inovador que venha atender aos pressupostos
necessários às exigências da sociedade do conhecimento. Caracterizar um paradigma emergente
não é tarefa de fácil resposta, mas o que se pode garantir é que o paradigma inovador engloba
diferentes pressupostos de novas teorias. Por exemplo, Moraes (1997) denomina paradigma
emergente a aliança entre as abordagens vistas construtivas, interacionista, sócio-cultural e
transcendente, onde o ponto de encontro entre os autores a busca da visão da totalidade, o enfoque
da aprendizagem e o desafio de superação da reprodução para a produção do conhecimento.
Behrens(1999) acredita na necessidade de desencadear uma aliança de abordagem
pedagógica, formando uma teia, da visão holística:
1) O ensino com pesquisa – Onde professor e aluno tornam-se pesquisadores e produtores
dos seus próprios conhecimentos.
2) A abordagem progressiva. Instiga o diálogo e a discussão coletiva.
3) A visão holística ou sistêmica – busca a superação da fragmentação do conhecimento.
15. A aliança, a partir das três abordagens, permite uma prática pedagógica competente e que
dê conta dos desafios da sociedade moderna.
Paradigma emergente numa aliança de abordagem pedagógica
Behrens defende o paradigma emergente, uma aliança entre os pressupostos da visão
holística, da abordagem progressiva e do ensino com pesquisa instrumentalizada.
O ensino com pesquisa, proposto por Paoli(1998) por Demo (1991) e por Cunha (1996)
defende uma aprendizagem baseada na pesquisa para a produção de conhecimento, superando a
reprodução, a cópia e a imitação do pensamento newtoniano - cartesiano
a- O ensino com pesquisa necessita de um professor que perceba o aluno como um
parceiro. Segundo Demo, ensinar pela pesquisa apresenta fases, progressivas desde a
interpretação reprodutiva, até a criação e descoberta. O ensino com pesquisa leva a acessar, analisar
e produzir conhecimentos.
b- A abordagem progressiva busca a transformação social. Os professores progressistas
promovem processos de mudança, manifestando-se contra as injustiças sociais, atitudes antiéticas,
injustiças políticas e econômicas.
c- A visão holística caracteriza a prática pedagógica num paradigma emergente aliada ao
ensino com pesquisa e à abordagem progressiva. A proposta da visão holística propõe uma
sociedade com indivíduos que se pautam nos princípios éticos da dignidade humana, da paz, da
justiça, do respeito da solidariedade e da defesa do meio ambiente. Conhecer o universo como um
todo, que leva a interconectividade e inter-relações entre os sistemas vivos.
Tecnologia como ferramenta para aprendizagem colaborativa
A tecnologia da informação, pode ajudar a tornar mais acessíveis as políticas educacionais
dos países, os projetos pedagógicos em todos os níveis, projetos de aprendizagem, metodologia de
ensino.
- A exercitação oferece treinamento de certas habilidades.
- Os programas tutoriais – blocos de informação pedagogicamente organizados como se
fosse um livro animado em vídeo.
- Os aplicativos: programas voltados para funções específicas como planilhas eletrônicas,
processadores de textos e gerenciadores de bancos de dados.
- Programas de autoria eextensão avançada das linguagens de programação, permitem que
qualquer pessoa crie seus próprios programas, sem que possuam conhecimentos avançados de
programação.
- Jogos opção com finalidade de lazer.
- Simulações – programas que possibilitam a interação com situações complexas. Ex:
Simuladores de vôo.
O computador é ferramenta auxiliar no processo de “aprender a aprender”.
Tecnologia da informação e o avanço dos procedimentos
Baseada na proposta de Chikering e Ehrmanm (1999) a tecnologia da informação pode
contribuir para:
1- Encorajar contato entre estudantes e universidades.
2- Encorajar cooperação entre estudantes.
3- Encorajar aprendizagem colaborativa.
4- Dar retorno e respostas imediatas.
5- Enfatizar tempo para as tarefas.
6- Comunicar altas expectativas.
7- Respeitar talentos e modos de aprender diferente.
16. O cyberspace é uma rede que torna todos os computadores participantes e seus conteúdos
acessíveis aos usuários de qualquer computador ligado a essa rede. Possibilitando, via Internet, o
acesso a bibliotecas do mundo inteiro, por exemplo: numa viagem virtual.
O paradigma emergente e a aprendizagem colaborativa baseada em projetos
Os projetos de aprendizagem colaborativos levam em consideração as aptidões e
competências que o professor pretende desenvolver com seus alunos, cuja finalidade é tornar os
alunos aptos a atuar como profissionais em suas áreas de conhecimento. O professor deve
apropriar-se de referências utilizadas na sala de aula e fora dela.
Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma emergente
A aprendizagem baseada em projetos necessita de um ensino que provoque ações
colaborativas num paradigma emergente instrumentalizado pela tecnologia inovadora. Deve-se
contemplar a produção do conhecimento dos alunos e do próprio professor.
Fases do projeto de aprendizagem colaborativa
1ª fase - Apresentação e discussão do projeto
2ª fase - Problematização do tema
3ª fase - Contextualização
4ª fase - Aulas teóricas exploratórias
5ª fase - Pesquisa individual
6ª fase - Produção individual
7ª fase - Discussão coletiva, crítica e reflexiva
8ª fase - Produção, coletiva
9ª fase - Produção final
10ª fase - Avaliação coletiva do projeto
1ª fase - Apresentação e discussão do projeto
Discutir com os alunos cada fase do projeto de aprendizagem, valorizando as contribuições
dos alunos.
2ª fase - Problematização do tema
Fase essencial do projeto de aprendizagem. Refletir sobre os problemas relacionados ao
tema, levando os alunos a buscar referenciais que venham contribuir com a construção de algumas
soluções.
3ª fase – Contextualização
Incita a visão holística do projeto. O professor precisa ficar atento para que na
contextualização estejam presentes dados da realidade, aspectos sociais e históricos, econômicos e
outros referentes à problemática levantada.
4ª fase - Aulas teóricas exploratórias
O professor apresenta a temática e os conhecimentos básicos as aulas expositivas precisam
contemplar os temas, os conteúdos e as informações levando o aluno a perceber quais são os
assunto pertinentes a problematização levantada.
5ª fase - Pesquisa individual
O aluno de posse desses conhecimentos precisa buscar, acessar, investigar as informações
que possam solucionar as problematizações levantadas.
6ª fase - Produção individual
Propor a composição de um texto próprio construído com base na pesquisa elaborada pelo
aluno e no material disponibilizado pelo grupo. Tarefa que pode ser realizada em sala de aula ou
fora dela.
7ª fase - Discussão coletiva, crítica e reflexiva
17. Acontece quando o professor desenvolve os textos produzidos individualmente e provoca a
discussão sobre os dados levantados. Nesse momento os alunos estão mais preparados para discutir
avanços e suas dificuldades, suas dúvidas.
8ª fase - Produção, coletiva
Revela a possibilidade de aprender a trabalhar em parceria; produzir um texto coletivo
partindo das produções individuais.
9ª fase - Produção final
É a fase que propicia o espaço para criar, para buscar um salto maior que os registrados.
Fase que os alunos irão apresentar a produção já finalizada.
10ª fase - Avaliação coletiva do projeto
O professor deve instigar a avaliação de cada fase do projeto. A avaliação perante realinhar
alguma fase ou atividades propostas no desencadear do projeto de aprendizagem.
Aprendizagem para a sociedade do conhecimento:
A busca das competências e da autonomia.
Os projetos de aprendizagem possibilitam a produção do conhecimento significativo. Os
alunos no processo de parceria têm a oportunidade de desenvolver competências, habilidades e
aptidões que serão úteis a vida toda; focalizando o aluno como sujeito crítico e reflexivo no
processo de “aprender a aprender”.
Mediação pedagógica e o uso da tecnologia
Introdução A discussão que envolve a analise do uso da tecnologia como mediação
pedagógica, pressupõem alguns fatos que envolvem a questão do emprego de tecnologia no
processo de aprendizagem.
1- Em educação escolar, não se valorizou a tecnologia adequadamente visando a maior
eficácia do ensino-aprendizagem. O professor é formado para valorizar conteúdos e ensinamentos
acima de tudo, e privilegiar a técnica de aula expositiva para transmitir os ensinamentos.
No ensino superior brasileiro, essa concepção se mantém até hoje valorizando a transmissão
de informação, experiência, técnicas pesquisas de um profissional para formação de outros.
Vê-se uma desvalorização da tecnologia em educação, no entanto há questões tecnológicas
que interessam ao processo aprendizagem.
2- Dois fatos novos trazem a tona a discussão sobre a mediação pedagógica e o uso da
tecnologia., o surgimento da informática e da telematica porque proporciona a oportunidade de
entrar em contato com as mais recentes informações, pesquisas e produção cientificas do mundo em
todas as áreas.
Desenvolvem-se os processos de aprendizagem a distancia.
Tecnologia e processo de aprendizagem
A tecnologia apresenta-se como meio para colaborar no processo de aprendizagem. Ela tem
sua importância apenas como um instrumento para favorecer a aprendizagem de alguém. Não é a
tecnologia que vai resolver o problema educacional do Brasil. Poderá colaborar se for usada
adequadamente.
O conceito de ensinar esta mais ligado ao professor que transmite conhecimentos e
experiências ao aluno. O conceito de aprender está diretamente ligado ao aluno que produz
reflexões e conhecimentos próprios, pesquisa, dialogo, debate, mudança de comportamento. Numa
palavra o aprendiz cresce e desenvolve-se, o professor fica como mediador entre o aluno e sua
aprendizagem. O aluno assume o papel de aprendiz ativo e participante que o leva a aprender e a
mudar seu comportamento.
18. Tecnologia e mediação pedagógica
Como fazer para que o uso da tecnologia em educação, principalmente nos cursos
universitários de graduação , possa desenvolver uma mediação pedagógica.
- O que entendemos por mediação pedagógica?
Por mediação pedagógica, entendemos a atitude e o comportamento do professor que se
coloca como um facilitador, incentivando ou motivador da aprendizagem.
Mediação pedagógica em técnicas convencionais
A mediação pedagógica pode estar presente tanto nas estratégias convencionais como nas
novas tecnologias
- Por técnicas convencionais identificamos aquelas que já existem há muito tempo,
importantes para a aprendizagem presencial. Seu uso não tem sido muito freqüente talvez porque
os professores não as conhecem, ou por não dominarem sua pratica. Mas para muitos professores é
uma forma de dinamizar as aulas .
- Novas tecnologias são aquelas que estão vinculadas ao uso do computador, a informática,
a telematica e a educação a distancia.
- As técnicas convencionais, em geral são usadas para iniciar um curso, despertar um grupo,
para que os membros do grupo se conheçam em um clima descontraído. Essas técnicas ajudam a
expressar expectativas ou problemas que afetam o clima entre eles ou o desempenho de cada um.
- Num segundo grupo as técnicas que permitem que os aprendizes se desenvolvem em
situações simuladas. Ex. dramatizações, jogos dramáticos, jogos de empresa, estudos de caso,
apresentando estratégias de situações da realidade.
São técnicas eu desenvolvem a capacidade de analisar problemas e achar soluções,
preparando para enfrentar situações reais e complexas.
- Um terceiro grupo de técnicas coloca o aprendiz em contato com situações reais. Ex.
Estágios, excursões, aulas praticas visita a obras, industrias, escolas enfim em locais próprios das
atividades profissionais. É altamente motivador para a aprendizagem. Ajuda a dar significado para
as teorias.
Mediação pedagógica e as novas tecnologias
Por novas tecnologias em educação, entende-se o uso da informática, do computador, da
Internet CD-ROM, da hipermidia, da multimídia, educação a distancia, chats, listas de discussão,
correio eletrônico e de outros recursos e linguagens digitais que podem colaborar para tornar a
aprendizagem mais eficaz, cooperam para o desenvolvimento da educação em sua forma presencial
(fisicamente) pois dinamizam as aulas. Cooperam
Tecnologia, avaliação e mediação pedagógica
A avaliação tem que ser um processo motivador da aprendizagem
GESTÃO
2. PARECER CEE N.º 67/1998 - NORMAS
REGIMENTAIS BÁSICAS PARA AS ESCOLAS
ESTADUAIS.
19. Da Caracterização
Artigo 1º- As escolas mantidas pelo Poder Público Estadual e administradas pela Secretaria
de Estado da Educação, com base nos dispositivos constitucionais vigentes, na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Estatuto da Criança e do Adolescente,
respeitadas as normas regimentais básicas aqui estabelecidas, reger-se-ão por regimento
próprio a ser elaborado pela unidade escolar.
§ 1º- As unidades escolares ministram ensino fundamental, ensino médio, educação de jovens e
adultos e educação profissional, e denominam-se Escolas Estaduais, acrescidas do nome do seu
patronímico.
§ 2º- Ficam mantidas as denominações dos Centros Estaduais de Educação Supletiva, dos Centros
Específicos de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério e dos Centros de Estudos de Línguas.
§ 3º- Os níveis, cursos e modalidades de ensino ministrados pela escola deverão ser identificados,
em local visível, para conhecimento da população.
Artigo 2º- O regimento de cada unidade escolar deverá ser submetido à apreciação do Conselho de
Escola e à aprovação da Delegacia de Ensino.
Parágrafo único- Em seu regimento, a unidade escolar dará tratamento diferenciado a aspectos
administrativos e didáticos que assegurem e preservem o atendimento às suas características e
especifidades.
Capítulo II
Dos Objetivos da Educação Escolar
Artigo 3º- A educação escolar, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Artigo 4º- Os objetivos do ensino devem convergir para os fins mais amplos da educação nacional,
expressos na Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Parágrafo único- Os objetivos da escola, atendendo as suas características e peculiaridades locais,
devem constar de seu regimento escolar.
Capítulo III
Da Organização e Funcionamento da Escola
Artigo 5º- As escolas deverão estar organizadas para atender às necessidades sócio-educacionais e
de aprendizagem dos alunos em prédios e salas com mobiliário, equipamentos e material didático-
pedagógico adequados às diferentes faixas etárias, aos níveis de ensino e aos cursos ministrados.
§ 1º- As escolas funcionarão em dois turnos diurnos e um noturno, admitindo-se um terceiro turno
diurno apenas aos casos em que o atendimento à demanda escolar assim o exigir.
§ 2º- Os cursos que funcionam no período noturno terão organização adequada às condições dos
alunos.
Artigo 6º- Cada escola deverá se organizar de forma a oferecer, no ensino fundamental e médio,
carga horária mínima de 800 horas anuais, ministradas em, no mínimo, 200 dias de efetivo trabalho
escolar, respeitada a correspondência, quando for adotada a organização semestral.
§ 1º- Consideram-se de efetivo trabalho escolar os dias em que forem desenvolvidas atividades
regulares de aula ou outras programações didático-pedagógicas planejadas pela escola, desde que
contem com a presença de professores e frequência controlada dos alunos.
§ 2º- Para cumprimento da carga horária prevista em lei, o tempo de intervalo entre uma aula e
outra, assim como o destinado ao recreio, serão considerados como de atividades escolares e
computados na carga horária diária da classe ou, proporcionalmente, na duração da aula de cada
disciplina.
20. TÍTULO II
DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
Capítulo I
Dos Princípios
Artigo 7º- A gestão democrática tem por finalidade possibilitar à escola maior grau de autonomia,
de forma a garantir o pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, assegurando padrão
adequado de qualidade do ensino ministrado.
Artigo 8º- O processo de construção da gestão democrática na escola será fortalecido por meio de
medidas e ações dos órgãos centrais e locais responsáveis pela administração e supervisão da rede
estadual de ensino , mantidos os princípios de coerência, equidade e co-responsabilidade da
comunidade escolar na organização e prestação dos serviços educacionais.
Artigo 9º- Para melhor consecução de sua finalidade, a gestão democrática na escola far-se-á
mediante a:
I- participação dos profissionais da escola na elaboração da proposta pedagógica;
II- participação dos diferentes segmentos da comunidade escolar- direção, professores, pais,
alunos e funcionários- nos processos consultivos e decisórios, através do Conselho de
Escola e da associação de pais e mestres:
III- autonomia da gestão pedagógica, administrativa e financeira, respeitadas as diretrizes e
normas vigentes;
IV- transparência nos procedimentos pedagógicos, administrativos e financeiros, garantindo-se
a responsabilidade e o zelo comum na manutenção e otimização do uso, aplicação e
distribuição adequada dos recursos públicos;
V- valorização da escola enquanto espaço privilegiado de execução do processo educacional.
Artigo 10- A autonomia da escola, em seus aspectos administrativos, financeiros e pedagógicos,
entendidos como mecanismos de fortalecimento da gestão a serviço da comunidade, será
assegurada mediante a:
I- capacidade de cada escola, coletivamente, formular, implementar e avaliar sua proposta
pedagógica e seu plano de gestão;
II- constituição e funcionamento do Conselho de Escola, dos Conselhos de Classe e Série, da
Associação de Pais e Mestres e do Grêmio Estudantil;
III- participação da comunidade escolar, através do Conselho de Escola, nos processos de
escolha ou indicação de profissionais para o exercício de funções, respeitada a legislação
vigente;
IV- administração dos recursos financeiros, através da elaboração, execução e avaliação do
respectivo plano de aplicação, devidamente aprovado pelos órgãos ou instituições escolares
competentes, obedecida a legislação específica para gastos e prestação de contas de
recursos públicos.
Capítulo II
Das Instituições Escolares
Artigo 11- As instituições escolares terão a função de aprimorar o processo de construção da
autonomia da escola e as relações de convivência intra e extra-escolar.
Artigo 12- A escola contará, no mínimo, com as seguintes instituições escolares criadas por lei
específica:
I- Associação de Pais e Mestres;
II- Grêmio Estudantil.
Parágrafo único- Cabe à direção da escola garantir a articulação da Associação de Pais e Mestres
com o Conselho de Escola e criar condições para organização dos alunos no Grêmio Estudantil.
Artigo 13- Todos os bens da escola e de suas instituições juridicamente constituídas serão
patrimoniados, sistematicamente atualizados, e cópia de seus registros encaminhados anualmente ao
órgão de administração local.
21. Artigo 14- Outras instituições e associações poderão ser criadas, desde que aprovadas pelo
Conselho de Escola e explicitadas no plano de gestão.
Capítulo III
Dos Colegiados
Artigo 15- As escolas contarão com os seguintes colegiados:
I- Conselho de Escola, constituído nos termos da legislação;
II- Conselhos de Classe e Série, constituídos nos termos regimentais.
Seção I
Do Conselho de Escola
Artigo 16- O Conselho de Escola, articulado ao núcleo de direção, constitui-se em colegiado de
natureza consultiva e deliberativa, formado por representantes de todos os segmentos da
comunidade escolar.
Artigo 17- O Conselho de Escola tomará suas decisões respeitando os princípios e diretrizes da
política educacional, da proposta pedagógica da escola e a legislação vigente.
Artigo 18- O Conselho de Escola poderá elaborar seu próprio estatuto e delegar atribuições a
comissões e subcomissões, com a finalidade de dinamizar sua atuação e facilitar sua organização.
Artigo 19- A composição e as atribuições do Conselho de Escola estão definidas em legislação
específica.
Seção II
Dos Conselhos de Classe e Série
Artigo 20- Os Conselhos de Classe e Série, enquanto colegiados responsáveis pelo processo
coletivo de acompanhamento e avaliação do ensino e da aprendizagem, organizar-se-ão de forma a:
I- possibilitar a inter-relação entre profissionais e alunos, entre turnos e entre séries e turmas;
II- propiciar o debate permanente sobre o processo de ensino e de aprendizagem;
III- favorecer a integração e a sequência dos conteúdos curriculares de cada série/classe;
IV- orientar o processo de gestão do ensino.
Artigo 21- Os Conselhos de Classe e Série serão constituídos por todos os professores da mesma
classe ou série e contarão com a participação de alunos de cada classe, independentemente de sua
idade.
Artigo 22- Os Conselhos de Classe e Série deverão se reunir, ordinariamente, uma vez por bimestre,
ou quando convocados pelo diretor.
Artigo 23- O regimento escolar disporá sobre a composição, a natureza e as atribuições dos
Conselhos de Classe e Série.
Capítulo IV
Das Normas de Gestão e Convivência
Artigo 24- As normas de gestão e convivência visam orientar as relações profissionais e
interpessoais que ocorrem no âmbito da escola e se fundamentarão em princípios de solidariedade,
ética, pluralidade cultural, autonomia e gestão democrática.
Artigo 25- As normas de gestão e convivência, elaboradas com a participação representativa dos
envolvidos no processo educativo- pais, alunos, professores e funcionários -, contemplarão, no
mínimo:
I- os princípios que regem as relações profissionais e interpessoais;
II- os direitos e deveres dos participantes do processo educativo;
III- as formas de acesso e utilização coletiva dos diferentes ambientes escolares;
IV- a responsabilidade individual e coletiva na manutenção de equipamentos, materiais, salas
de aula e demais ambientes.
Parágrafo único- E escola não poderá fazer solicitações que impeçam a frequência de alunos às
atividades escolares ou venham a sujeitá-los à discriminação ou constrangimento de qualquer
ordem.
Artigo 26- Nos casos graves de descumprimento de normas será ouvido o Conselho de Escola para
aplicação de penalidade, ou para encaminhamento às autoridades competentes.
22. Artigo 27- Nenhuma penalidade poderá ferir as normas que regulamentam o servidor público, no
caso de funcionário, ou o Estatuto da Criança e do Adolescente, no caso de aluno, salvaguardados:
I- o direito à ampla defesa e recurso a órgãos superiores, quando for o caso;
II- assistência dos pais ou do responsável , no caso de aluno com idade inferior a 18 anos;
III- o direito do aluno à continuidade de estudos, no mesmo ou em outro estabelecimento
público.
Artigo 28- O regimento da escola explicitará as normas de gestão e convivência entre os diferentes
segmentos escolares, bem como as sanções e os recursos cabíveis.
Capítulo V
Do Plano de Gestão da Escola
Artigo 29- O plano de gestão é o documento traça o perfil da escola, conferindo-lhe identidade
própria, na medida em que contempla as intenções comuns de todos os envolvidos, norteia o
gerenciamento das ações intra-escolares e operacionaliza a proposta pedagógica.
§ 1º- O plano de gestão terá duração quadrienal e contemplará, no mínimo:
I- identificação e caracterização da unidade escolar, de sua clientela, de seus recursos físicos,
materiais e humanos, bem como dos recursos disponíveis na comunidade local;
II- objetivos da escola;
III- definição das metas a serem atingidas e das ações a serem desencadeadas;
IV- planos dos cursos mantidos pela escola;
V- planos de trabalho dos diferentes núcleos que compõem a organização técnico-
administrativa da escola;
VI- critérios para acompanhamento, controle e avaliação da execução do trabalho realizado
pelos diferentes atores do processo educacional.
§ 2º- Anualmente, serão incorporados ao plano de gestão anexos com:
I- agrupamento de alunos e sua distribuição por turno, curso, série e turma;
II- quadro curricular por curso e série;
III- organização das horas de trabalho pedagógica coletivo, explicitando o temário e o
cronograma;
IV- calendário escolar e demais eventos da escola;
V- horário de trabalho e escala de férias dos funcionários;
VI- plano de aplicação dos recursos financeiros;
VII- projetos especiais.
Artigo 30- O plano de cada curso tem por finalidade garantir a organicidade e a continuidade do
curso, e conterá:
I- objetivos;
II- integração e sequência dos componentes curriculares;
III- síntese dos conteúdos programáticos , como subsídio à elaboração dos planos de ensino;
IV- carga horária mínima do curso e dos componentes curriculares;
V- plano de estágio profissional, quando for o caso.
§ 1º- Em se tratando de curso de educação profissional será explicitado o perfil do profissional que
se pretende formar.
§ 2º- O plano de ensino, elaborado em consonância com o plano de curso, constitui documento da
escola e do professor, devendo ser mantido à disposição da direção e supervisão de ensino.
Artigo 31- O plano de gestão será aprovado pelo Conselho de Escola e homologado pelo órgão
próprio de supervisão.
TÍTULO III
DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Capítulo I
Dos Princípios
23. Artigo 32- A avaliação da escola, no que concerne a sua estrutura, organização, funcionamento e
impacto sobre a situação do ensino e da aprendizagem, constitui um dos elementos para reflexão e
transformação da prática escolar e terá como princípio o aprimoramento da qualidade do ensino.
Artigo 33- A avaliação interna, processo a ser organizado pela escola, e a avaliação externa, pelos
órgãos locais e centrais da administração, serão subsidiadas por procedimentos de observações e
registros contínuos e terão por objetivo permitir o acompanhamento:
I- sistemático e contínuo do processo de ensino e de aprendizagem, de acordo com os
objetivos e metas propostos;
II- do desempenho da direção, dos professores, dos alunos e dos demais funcionários nos
diferentes momentos do processo educacional;
III- da participação efetiva da comunidade escolar nas mais diversas atividades proposta pela
escola;
IV- da execução do planejamento curricular.
Capítulo II
Da Avaliação Institucional
Artigo 34- A avaliação institucional será realizada, através de procedimentos internos e externos,
objetivando a análise, a orientação e a correção, quando for o caso, dos procedimentos pedagógicos,
administrativos e financeiros da escola.
Artigo 35- Os objetivos e procedimentos da avaliação interna serão definidos pelo Conselho de
Escola.
Artigo 36- A avaliação externa será realizada pelos diferentes níveis da Administração, de forma
contínua e sistemática e em momentos específicos.
Artigo 37- A síntese dos resultados das diferentes avaliações institucionais será consubstanciada em
relatórios , a serem apreciados pelo Conselho de Escola e anexados ao plano de gestão escolar,
norteando os momentos de planejamento e replanejamento da escola.
Capítulo III
Da Avaliação do Ensino e da Aprendizagem
Artigo 38- O processo de avaliação do ensino e da aprendizagem será realizado através de
procedimentos externos e internos.
Artigo 39- A avaliação externa do rendimento escolar, a ser implantada pela administração, tem por
objetivo oferecer indicadores comparativos de desempenho para a tomada de decisões no âmbito da
própria escola e nas diferentes esferas do sistema central e local.
Artigo 40- A avaliação interna do processo de ensino e de aprendizagem, responsabilidade da
escola, será realizada de forma contínua , cumulativa e sistemática, tendo como um dos seus
objetivos o diagnóstico da situação de aprendizagem de cada aluno, em relação à programação
curricular prevista e desenvolvida em cada nível e etapa da escolaridade.
Artigo 41- A avaliação interna do processo de ensino e de aprendizagem tem por objetivos:
I- diagnosticar e registrar os progressos do aluno e suas dificuldades;
II- possibilitar que os alunos auto-avaliem sua aprendizagem;
III- orientar o aluno quanto aos esforços necessários para superar as dificuldades;
IV- fundamentar as decisões do Conselho de Classe quanto á necessidade de procedimentos
paralelos ou intensivos de reforço e recuperação da aprendizagem, de classificação e
reclassificação de alunos:
V- orientar as atividades de planejamento e replanejamento dos conteúdos curriculares.
Artigo 42- No regimento deverá estar definida a sistemática de avaliação do rendimento do aluno,
incluindo a escala adotada pela unidade escolar para expressar os resultados em todos os níveis,
cursos e modalidades de ensino.
24. § 1º- Os registros serão realizados por meio de sínteses bimestrais e finais em cada disciplina e
deverão identificar os alunos com rendimento satisfatório ou insatisfatório, qualquer que seja a
escala de avaliação adotada pela escola.
§ 2º- No calendário escolar deverão estar previstas reuniões bimestrais dos Conselhos de Classe e
Série, dos professores, alunos e pais para conhecimento, análise e reflexão sobre os procedimentos
de ensino adotados e os resultados de aprendizagem alcançados.
TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO E DO DEESENVOLVIMENTO DO ENSINO
Capítulo I
Da Caracterização
Artigo 43- A organização e o desenvolvimento do ensino compreendem o conjunto de medidas
voltadas para a consecução dos objetivos estabelecidos na proposta pedagógica da escola,
abrangendo:
I- níveis, cursos e modalidades de ensino;
II- currículos;
III- progressão continuada;
IV- progressão parcial;
V- projetos especiais;
VI- estágio profissional.
Capítulo II
Dos Níveis, Cursos e Modalidades de Ensino
Artigo 44- A escola, em conformidade com seu modelo de organização ministrará:
I- ensino fundamental, em regime de progressão continuada, com duração de oito anos,
organizado em dois ciclos, sendo que o ciclo I corresponderá ao ensino das quatro primeiras
séries e o ciclo II, ao ensino das quatro últimas séries;
II- ensino médio, com duração de três anos, sendo que, a critério da escola, poderá ser
organizado um ciclo básico correspondente às duas primeiras séries;
III- curso normal, de nível médio, destinado à formação de professores de educação infantil e
das quatro primeiras séries do ensino fundamental, será organizado em quatro séries anuais
ou em duas, após o ensino médio;
IV- educação profissional, com cursos de duração prevista em normas específicas, destinados à
qualificação profissional ou à formação de técnico em nível médio;
V- educação de jovens e adultos, realizada em curso supletivo correspondentes ao ciclo II do
ensino fundamental, em regime de progressão continuada, com duração mínima de dois
anos, e curso supletivo correspondente ao ensino médio, com duração mínima de um ano
letivo e meio ou três semestre letivos ;
VI- educação especial, para alunos portadores de necessidades especiais de aprendizagem, a ser
ministrada a partir de princípios da educação inclusiva e em turmas específicas, quando for
o caso.
Artigo 45- A escola poderá adotar, nas quatro últimas séries do ensino fundamental e no ensino
médio , a organização semestral e, na educação profissional, a modular, desde que o regimento
escolar contemple as medidas didáticas e administrativas que assegurem a continuidade de estudos
aos alunos.
Artigo 46- A escola poderá instalar outros cursos com a finalidade de atender aos interesses da
comunidade local, dentro de suas possibilidades físicas, humanas e financeiras , ou em regime de
parceria, desde que não haja prejuízo do atendimento à demanda escolar do ensino fundamental e
médio:
I- módulos de cursos de educação profissional básica, de organização livre e com duração
prevista na proposta da escola, destinados à qualificação para profissões de menor
complexidade, com ou sem exigência de estudos anteriores ou concomitantes;
25. II- cursos de educação continuada para treinamento ou capacitação de professores e
funcionários , sem prejuízo para as demais atividades escolares.
§ 1º- Para cumprimento do disposto neste artigo, a escola poderá firmar ou propor termos de
cooperação ou acordos com entidades públicas ou privadas, desde que mantidos os seus objetivos
educacionais.
§ 2º- Os termos de cooperação ou acordos poderão ser firmados pela direção da escola, ou através
de suas instituições jurídicas, ou ainda, pelos órgãos próprios do sistema escolar, sendo que, em
qualquer dos casos, deverão ser submetidos à apreciação do Conselho de Escola e à aprovação do
órgão competente do sistema.
Artigo 47- A instalação de novos cursos está sujeita à competente autorização dos órgãos centrais
ou locais da administração.
Artigo 48- O regimento da unidade escolar disporá sobre os níveis, cursos e modalidades de ensino
mantidos.
Capítulo III
Dos Currículos
Artigo 49- O currículo dos cursos dos diferentes níveis e modalidades de ensino terá uma base
nacional comum e uma parte diversificada, observada a legislação específica.
Parágrafo único- Excetuam-se os cursos de educação profissional, os cursos supletivos e outros
autorizados a partir de proposta do estabelecimento.
Capítulo IV
Da Progressão Continuada
Artigo 50- A escola adotará o regime de progressão continuada com a finalidade de garantir a todos
o direito público subjetivo de acesso, permanência e sucesso no ensino fundamental.
Artigo 51- A organização do ensino fundamental em dois ciclos favorecerá a progressão bem-
sucedida , garantindo atividades de reforço e recuperação aos alunos com dificuldades de
aprendizagem, através de novas e diversificadas oportunidades para a construção do conhecimento
e o desenvolvimento de habilidades básicas.
Capítulo V
Da Progressão Parcial
Artigo 52- A escola adotará o regime de progressão parcial de estudos para alunos do ensino médio,
regular ou supletivo, que, após estudos de reforço e recuperação, não apresentarem rendimento
escolar satisfatório.
§ 1º- O aluno, com rendimento insatisfatório em até 3 componentes curriculares, será classificado
na série subsequente , devendo cursar, concomitantemente ou não, esses componentes curriculares;
§ 2º- O aluno, com rendimento insatisfatório em mais de 3 componentes curriculares será
classificado na mesma série, ficando dispensado de cursar os componentes curriculares concluídos
com êxito no período letivo anterior.
Artigo 53- Será admitida a progressão parcial de estudos para alunos da 8ª série do ensino
fundamental, regular ou supletivo, desde que sejam asseguradas as condições necessárias à
conclusão do ensino fundamental.
Artigo 54- a progressão parcial de estudos poderá ser adotada em cursos de educação profissional,
respeitadas as normas específicas de cada curso.
Artigo 55- Os procedimentos adotados para o regime de progressão parcial de estudos serão
disciplinados no regimento da escola.
Capítulo VI
Dos Projetos Especiais
Artigo 56- As escolas poderão desenvolver projetos especiais abrangendo:
I- atividades de reforço e recuperação da aprendizagem e orientação de estudos;
II- programas especiais de aceleração de estudos para alunos com defasagem idade/série;
26. III- organização e utilização de salas ambiente, de multimeios, de multimídia, de leitura e
laboratórios;
IV- grupos de estudo e pesquisa;
V- cultura e lazer;
VI- outros de interesse da comunidade.
Parágrafo único- Os projetos especiais, integrados aos objetivos da escola, serão planejados e
desenvolvidos por profissionais da escola e aprovados nos termos das normas vigentes.
Capítulo VII
Do Estágio Profissional
Artigo 57- O estágio profissional, realizado em ambientes específicos, junto a instituições de direito
público ou privado, com profissionais devidamente credenciados, será supervisionado por docente e
visa assegurar ao aluno as condições necessárias a sua integração no mundo do trabalho.
§ 1º- O estágio abrangerá atividades de prática profissional orientada, vivenciadas em situações
reais de trabalho e de ensino-aprendizagem com acompanhamento direto de docentes.
§ 2º- Em se tratando do curso normal, as atividades de prática de ensino abrangerão a aprendizagem
de conhecimentos teóricos e experiências docentes, através da execução de projetos de estágio em
escolas previamente envolvidas.
Artigo 58- As atividades de prática profissional ou de ensino e de estágio supervisionado poderão
ser desenvolvidas no próprio ambiente escolar, desde que a escola, comprovadamente , disponha
das condições necessárias ao desenvolvimento das experiências teórico-práticas programadas para a
formação profissional pretendida.
Artigo 59- A carga horária, a sistemática , as formas de execução e os procedimentos avaliatórios da
prática profissional e do estágio supervisionado serão definidos nos planos de curso.
TÍTULO V
DA ORGANIZAÇÃO TÉCNICO-ADMINISTRATIVA
Capítulo I
Da Caracterização
Artigo 60- A organização técnico-administrativa da escola é de responsabilidade de cada
estabelecimento e deverá constar de seu regimento.
Parágrafo único- O modelo de organização adotado deverá preservar a flexibilidade necessária para
o seu bom funcionamento e estar adequado às características de cada escola, envolvendo a
participação de toda comunidade escolar nas tomadas de decisão, no acompanhamento e na
avaliação do processo educacional.
Artigo 61- A organização técnico-administrativa da escola abrange:
Núcleo de Direção;
Núcleo Técnico-Pedagógico;
Núcleo Administrativo;
Núcleo Operacional;
Corpo Docente;
Corpo Discente.
Parágrafo único- Os cargos e funções previstos para as escolas, bem como as atribuições e
competências, estão regulamentados em legislação específica.
Capítulo II
Do Núcleo de Direção
Artigo 62- O núcleo de direção da escola é o centro executivo de planejamento, organização,
coordenação, avaliação e integração de todas as atividades desenvolvidas no âmbito da unidade
escolar.
Parágrafo único- Integram o núcleo de direção o diretor de escola e o vice-diretor.
Artigo 63- A direção da escola exercerá suas funções objetivando garantir:
a elaboração e a execução da proposta pedagógica;
27. a administração do pessoal e dos recursos materiais e financeiros;
o cumprimento dos dias letivos e horas de aula estabelecidos;
a legalidade, a regularidade e a autenticidade da vida escolar dos alunos;
os meios para o reforço e a recuperação da aprendizagem de alunos;
a articulação e integração da escola com as famílias e a comunidade;
as informações aos pais ou ao responsável sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como
sobre a execução da proposta pedagógica;
a comunicação ao Conselho Tutelar dos casos de maus-tratos envolvendo alunos, assim como de
casos de evasão escolar e de reiteradas faltas, antes que estas atinjam o limite de 25% das aulas
previstas e dadas.
Artigo 64- Cabe ainda à direção subsidiar os profissionais da escola, em especial os representantes
dos diferentes colegiados , no tocante às normas vigentes, e representar aos órgãos superiores da
administração, sempre que houver decisão em desacordo com a legislação .
Capítulo III
Do Núcleo Técnico-Pedagógico
Artigo 65- O núcleo técnico- pedagógico terá a função de proporcionar apoio técnico aos docentes e
discentes, relativo a:
elaboração, desenvolvimento e avaliação da proposta pedagógica:
coordenação pedagógica; supervisão do estágio profissional
Capítulo IV
Do Núcleo Administrativo
Artigo 66- O núcleo administrativo terá a função de dar apoio ao processo educacional, auxiliando a
direção nas atividades relativas a:
documentação e escrituração escolar e de pessoal;
organização e atualização de arquivos
expedição, registro e controle de expedientes;
registro e controle de bens patrimoniais, bem como de aquisição, conservação de materiais e de
gêneros alimentícios;
registro e controle de recursos financeiros.
Capítulo V
Do Núcleo Operacional
Artigo 67- O núcleo operacional terá a função de proporcionar apoio ao conjunto de ações
complementares de natureza administrativa e curricular, relativas às atividades de:
zeladoria, vigilância e atendimento de alunos;
limpeza, manutenção e conservação das áreas interna e externa do prédio escolar;
controle, manutenção e conservação de mobiliários, equipamentos e materiais didático-
pedagógicos;
controle, manutenção, conservação e preparo da merenda escolar.
Capítulo VI
Do Corpo Docente
Artigo 68- Integram o corpo docente todos os professores da escola, que exercerão suas funções
incumbindo-se de:
participar da elaboração da proposta pedagógica da escola;
elaborar e cumprir plano de trabalho;
zelar pela aprendizagem dos alunos;
estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
cumprir os dias letivos e carga horária de efetivo trabalho escolar, além de participar integralmente
dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
colaborar com as atividade de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
Capítulo VII
Do Corpo Discente
28. Artigo 69- Integram o corpo discente todos os alunos da escola, a quem se garantirá o livre acesso
às informações necessárias à sua educação, ao seu desenvolvimento como pessoa, ao seu preparo
para o exercício da cidadania e à sua qualificação para o mundo do trabalho.
TÍTULO VI
DA ORGANIZAÇÃO DA VIDA ESCOLAR
Capítulo I
Da caracterização
Artigo 70- A organização da vida escolar implica um conjunto de normas que visam garantir o
acesso, a permanência e a progressão nos estudos, bem como a regularidade da vida escolar do
aluno, abrangendo, no mínimo, os seguintes aspectos:
formas de ingresso, classificação e reclassificação;
frequência e compensação de ausências;
promoção e recuperação;
expedição de documentos de vida escolar.
Capítulo II
Das Formas de Ingresso, Classificação e Reclassificação
Artigo 71- A matrícula na escola será efetuada pelo pai ou responsável ou pelo próprio aluno,
quando for o caso, observadas as diretrizes para atendimento da demanda escolar e os seguintes
critérios:
por ingresso, na 1ª série do ensino fundamental , com base apenas na idade;
por classificação ou reclassificação, a partir da 2ª série do ensino fundamental,
Artigo 72- A classificação ocorrerá :
por progressão continuada, no ensino fundamental, ao final de cada série durante os ciclos;
por promoção, ao final do Ciclo I e do Ciclo II do ensino fundamental, e, ao final de cada série ou
etapa escolar, para alunos do ensino médio e demais cursos, observadas as normas específicas para
cada curso;
por transferência, para candidatos de outras escolas do País ou do exterior;
mediante avaliação feita pela escola para alunos sem comprovação de estudos anteriores,
observados o critério de idade e outras exigências específicas do curso.
Artigo 73- A reclassificação do aluno, em série mais avançada, tendo como referência a
correspondência idade/série e a avaliação de competências nas matérias da base nacional comum do
currículo, em consonância com a proposta pedagógica da escola, ocorrerá a partir de :
proposta apresentada pelo professor ou professores do aluno, com base nos resultados de avaliação
diagnóstica ou da recuperação intensiva;
solicitação do próprio aluno ou seu responsável mediante requerimento dirigido ao diretor da
escola.
Artigo 74- Para o aluno da própria escola, a reclassificação ocorrerá até o final do primeiro
bimestre letivo, e para aluno recebido por transferência ou oriundo de país estrangeiro, em qualquer
época do período letivo.
Artigo 75- O aluno poderá ser reclassificado, em série mais avançada, com defasagem de
conhecimentos ou lacuna curricular de séries anteriores, suprindo-se a defasagem através de
atividades de reforço e recuperação, de adaptação de estudos ou pela adoção do regime de
progressão parcial, quando se tratar de aluno do ensino médio.
Artigo 76- Em seu regimento, a escola deverá estabelecer os procedimentos para:
matrícula, classificação e reclassificação de alunos;
adaptação de estudos;
avaliação de competências;
aproveitamento de estudos.
Capítulo III
Da Frequência e Compensação de Ausências