2. O que são os métodos contracetivos e como funcionam?
Os métodos contracetivos são utilizados por pessoas que têm vida sexual ativa e
querem evitar uma gravidez.
É essencial o conhecimento de seu funcionamento, a sua eficácia, vantagens e
desvantagens. O desconhecimento desses fatores leva ao seu uso inadequado, com o
risco de uma gravidez indesejada.
É importante que se tenha em mente que antes de optar por um método
contracetivo, é recomendável que se consulte um ginecologista, que irá dizer-lhe
qual é o método ideal para o seu caso, já que nem todas as mulheres podem usar
todos os métodos disponíveis.
3. Dentro dos métodos contracetivos há os que são reversíveis e os que são
irreversíveis. Os reversíveis, ou temporários, são aqueles que ao deixarem de
ser utilizados, permitirão uma gravidez. Os métodos irreversíveis, ou
definitivos, são aqueles que exigem uma intervenção cirúrgica.
Os métodos contracetivos são classificados em cinco grupos:
• Métodos comportamentais;
Estes métodos evitam a gravidez impedindo o encontro do espermatozoide com o
óvulo.
Exemplos:
- Tabelinha;
- Temperatura basal;
- Muco cervical;
- Coito interrompido.
4. Métodos de barreira:
Os métodos de barreira impõem um obstáculo para dificultar ou impedir o
movimento dos espermatozoides em direção ao trato reprodutivo feminino.
São assim denominados aqueles que evitam a gravidez através do impedimento
da ascensão dos espermatozoides ao útero.
Exemplos:
-Preservativo;
- Diafragma;
- Esponjas;
- Espermicidas;
5. Dispositivo intrauterino (DIU)
Contraceção cirúrgica:
Os métodos cirúrgicos ou de esterilização voluntária visam bloquear os canais
que, no homem ou na mulher, são responsáveis pelo contacto entre o esperma e o
óvulo permitindo a ocorrência de uma gravidez.
Como se tratam de métodos potencialmente irreversíveis, estão indicados apenas
para quem está seguro da decisão de não querer ter mais filhos. De acordo com a
legislação portuguesa, a esterilização voluntária só pode ser feita por maiores de 25
anos.
6. Contraceção hormonal:
Existem vários tipos de contraceção, sendo que a hormonal será a mais
adequada para mulheres jovens que querem viver a sua sexualidade, sem o risco de
uma gravidez não desejada. É eficaz, segura e reversível.
Exemplos:
- Contracetivos orais;
- Contracetivos injetáveis;
- Implantes;
- Anel vaginal;
- Adesivos cutâneos;
- Contraceção de emergência (pílula do dia seguinte);
8. O que é: A tabelinha consiste num cálculo estimado de quando será o
período fértil da mulher. Normalmente, estima-se que esse período seja
entre o 12º e o 15º dia do ciclo. A conta é feita a partir do primeiro dia da
menstruação.
Como funciona: No período fértil, deve evitar relações sexuais.
Vantagens: Não usa medicamentos.
Desvantagens: Só funciona com quem tem o ciclo menstrual regular e,
mesmo assim, não é muito indicado porque, mesmo que os dias sejam
marcados com perfeição, é muito difícil ter a certeza de que aqueles são os
dias férteis da mulher. Portanto, a taxa de erro é alta.
Principais métodos contracetivos
Tabelinha
10. O que é e como funciona: O coito interrompido é quando o homem ejacula para
fora da vagina da mulher.
Vantagens: Não usa medicamentos.
Desvantagens: O ato é considerado um método contracetivo, mas com eficácia
duvidosa. Se homem retarda um segundo e deixa escapar um pouco de sêmen, o
risco de gravidez é eminente. Sem dúvida não é um método recomendável.
Principais métodos contracetivos
Coito interrompido
11. O que é: É um revestimento de borracha fina, que é colocado no pénis quando o
mesmo está enrijecido.
Como funciona: Ela não permite que o esperma entre em contato com a vagina e
também impede que microrganismos causadores das DSTs 1 sejam transmitidos.
Modo de usar: É desenrolado sobre o pénis.
Vantagens: Não apresentam os efeitos colaterais comuns aos métodos hormonais,
dispensa manutenção diária já que é utilizado no momento da relação sexual e previne
DSTs (por ex. SIDA 2). Além disso, ajuda a prolongar o tempo de ejaculação.
1 As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de
preservativo com uma pessoa que esteja infetada, sendo que algumas delas manifestam-se por meio de feridas,
corrimentos, bolhas ou verrugas.
2 A SIDA é uma doença causada pelo vírus HIV, que ataca as células responsáveis pela defesa do organismo, deixando a pessoa
mais vulnerável a doenças oportunistas. A SIDA não tem cura, mas tem tratamento. Se a pessoa passar por alguma situação de
risco (relações sexuais sem preservativo, uso de uma seringa contaminada, transmissão vertical) recomenda-se fazer o teste do
HIV.
Principais métodos contracetivos
Preservativo masculino
12. Desvantagens: Sensibilidade masculina reduzida.
Efeitos colaterais: Alergia ao látex, que pode provocar vermelhidão ou inchaço.
Imagens 4 e 5 :Preservativo masculino
Principais métodos contracetivos
Preservativo masculino
13. O que é: É uma bolsa de plástico leve, que se adapta à vagina e protege o colo do
útero e a vagina.
Como funciona: Não permite que o esperma entre em contato com a vagina e
também impede que microrganismos causadores das DSTs sejam transmitidos de um
parceiro para outro.
Modo de usar: O preservativo possui um anel leve e flexível em cada
extremidade. A parte fechada do preservativo feminino é inserida até o fundo da
vagina. O anel aberto permanece do lado de fora.
Vantagens: Pode ser colocada até oito horas antes da relação sexual, impede a
transmissão de doenças sexuais e a mulher não tem os efeitos colaterais dos métodos
hormonais.
Desvantagens: Difícil adaptação, diminuição do prazer, inapropriado para
algumas posições sexuais. Além de ser pouco prática.
Efeitos colaterais: Alergia ao produto
Principais métodos contracetivos
Preservativo feminino
15. O que é: O diafragma é uma membrana de borracha que serve como uma espécie
de tampa dentro do colo do útero.
Como funciona: Impede que o espermatozoide progrida para as trompas.
Modo de usar: A mulher vai precisar da ajuda do ginecologista para o médico
medir o tamanho certo para a cavidade uterina da paciente e indicar o diafragma
correto, que permita que a mulher se movimente sem que o contracetivo saia do lugar.
Para usar o diafragma, o ideal é que a mulher aplique no contracetivo uma pomada
ginecológica com espermicida. Depois, ela encaixa-o na cavidade uterina até seis horas
antes da relação sexual e só é retirado 24 horas depois.
Vantagens: Segura o fluxo menstrual quando usado durante a menstruação, oferece
relativa proteção contra algumas DSTs, pode ser inserido até seis horas antes do ato
sexual, é reutilizável e dura cerca de cinco anos. A reversibilidade para engravidar é
imediata.
Principais métodos contracetivos
Diafragma
16. Desvantagens: Necessita de exame pélvico para determinar o tamanho adequado,
pode ser difícil removê-lo e exige manutenção – precisa de ser lavado com água e
sabão neutro e guardado dentro de um estojo próprio. Para o ginecologista, além de
não ser um método prático, a margem de erro do diafragma é muito alta. O risco é
grande e torna-se maior ainda quando a paciente usa o dispositivo de maneira
errada e nem percebe.
Efeitos colaterais: O espermicida pode causar irritação. A mulher pode ainda
apresentar dor pélvica, cólicas ou retenção urinária.
Principais métodos contracetivos
Diafragma
18. O que é: É um produto químico em forma de creme, espuma, pomada, ou
supositórios.
Como funciona: Causa a ruptura da membrana celular do espermatozoide, que
afeta a mobilidade e a habilidade de fertilizar o óvulo. Por outras palavras, mata o
espermatozoide.
Modo de usar: Deve ser colocado cerca de 10 minutos antes da relação.
Vantagens: Prático e aumenta a lubrificação vaginal.
Desvantagens: A sua ação só dura uma hora, não previne contra DSTs e
aumenta o risco de infeções.
Efeitos colaterais: Úlceras e erosões genitais, queimaduras, especialmente se
usado várias vezes ao dia. Alergia no local e lubrificação excessiva.
Principais métodos contracetivos
Espermicida
20. O que é: É um anticoncecional com a forma de adesivo, com aproximadamente
quatro centímetros de largura e altura, que deve ser colado na pele (braços,
nádegas).
Como funciona: O adesivo liberta aos poucos no organismo da mulher as
hormonas que evitam a ovulação e dificultam a penetração dos espermatozoides no
óvulo.
Modo de usar: A mulher deve colar o adesivo sobre a pele e deixar durante sete
dias. No oitavo, deve removê-lo e aplicar outro imediatamente. O adesivo deve ser
utilizado durante 21 dias seguidos. Depois, é recomendável descansar uma semana e
voltar a usá-lo.
Principais métodos contracetivos
Adesivo contracetivo
21. Vantagens: Não é necessário ingerir um medicamento todos os dias, como no
caso da pílula.
Desvantagens: Não pode ser utilizado por mulheres que pesam mais de 90kg
porque, segundo estudos, a frequência de gravidez aumenta. Além disso, não
previnem contra DSTs. Mas o maior problema está relacionado à cola do adesivo, já
que ele só será trocado a cada sete dias. Se você toma um banho muito quente ou sua
muito, o adesivo pode descolar.
Efeitos colaterais: Dor de cabeça, náuseas e reação alérgica ao adesivo.
Principais métodos contracetivos
Adesivo contracetivo
23. O que é: É um anel de plástico flexível e transparente, com diâmetro externo de 54
mm e espessura de 4 mm.
Como funciona: Diariamente, o anel liberta uma quantidade de hormonas que
impede a contraceção.
Modo de usar: Cada anel é destinado a um ciclo de uso (que são três semanas de
utilização), seguidas de uma semana sem o anel. É inserido pela própria mulher,
como se fosse um absorvente interno.
Principais métodos contracetivos
Anel contracetivo
24. Vantagens: Diminui o fluxo menstrual, a frequência de cólicas, a incidência de
efeitos colaterais é baixa e dispensa a ingestão oral diária.
Desvantagens: A desvantagem do método é a mesma da pílula que combina dois
hormônios: a contraindicação para algumas pacientes, como mulheres acima de 35
anos fumadoras. Além disso, para as mulheres que não querem ter a obrigação
diária de ingerir o comprimido.
Efeitos colaterais: Dor de cabeça, vaginite e dor abdominal.
Principais métodos contracetivos
Anel contracetivo
26. O que é: Existem dois tipos de DIU: o de cobre e o medicado. Os DIUs medicados e os de
cobre têm durabilidades diferentes. O que é feito de cobre dura até 10 anos. Já o medicado
pode ficar no corpo da mulher por cerca de cinco anos.
Como funciona: Quando o dispositivo está instalado na cavidade uterina, ele dificulta a
passagem do espermatozoide, altera as condições do endométrio (parede do útero que segura
o embrião fecundado) e também age nas trompas.
Como é aplicado: O DIU precisa ser colocado dentro da vagina por um ginecologista.
Mas, antes disso, o médico vai analisar a paciente e fazer um exame ao útero. Somente depois
de ver se a cavidade uterina está em perfeitas condições é que é feita a colocação.
Vantagens: Longa duração, de fácil reversão e a mulher pode engravidar imediatamente
após a retirada. Não diminui o prazer e não ocasiona os efeitos colaterais dos hormonais.
Principais métodos contracetivos
Dispositivo Intrauterino - DIU
27. Desvantagens: Requer pequeno procedimento para a remoção do dispositivo e
pode deslocar-se e sair do útero. Uma das maiores contraindicações do DIU é o risco
de infeção. Se houver algum deslize na colocação do dispositivo e isso gerar um
processo infecioso, as trompas podem ser prejudicadas e a paciente tem o risco de
enfrentar problemas de fertilidade. O dispositivo pode provocar um aumento na
intensidade das cólicas e do volume menstrual e não previne contra DSTs.
Efeitos colaterais: Alteração do fluxo menstrual e cólicas.
Principais métodos contracetivos
Dispositivo Intrauterino - DIU
29. O que é: É um pequeno bastonete, de 4cm de comprimento e 2mm de diâmetro,
que é inserido debaixo da pele.
Como funciona: A haste contém hormonas, que são libertadas lentamente. Com
isso, a mulher para de ovular e inibe a penetração dos espermatozoides.
Modo de usar: O implante é colocado sob a pele na parte superior do braço. O
procedimento só pode ser feito por um ginecologista.
Vantagens: Para quem quer diminuir o tempo de menstruação é ideal. Reduz a
tensão pré-menstrual e tem validade de três anos.
Desvantagens: Não previne contra DSTs.
Efeitos colaterais: Falta de menstruação, tonturas e náuseas.
Principais métodos contracetivos
Implante
31. O que é: A laqueação de trompas, é uma cirurgia que impede o encontro do
espermatozoide com o óvulo, rompendo as trompas de Falópio. É nelas que os
materiais genéticos masculino e feminino se encontram.
Como funciona: Com a obstrução nas trompas, o espermatozoide é impedido de
chegar ao óvulo.
Vantagens: Não apresenta efeitos colaterais a longo prazo, protege contra o
cancro de ovário e reduz o risco de doença inflamatória pélvica.
Desvantagens: É permanente e pode causar arrependimento, pois, a cirurgia de
reversão é complexa e cara. Além disso, não protege contra DSTs.
Efeitos colaterais: Dor nos primeiros dias, decorrente do procedimento
cirúrgico.
Principais métodos contracetivos
Laqueação de trompas
32. O que é: É um método de contraceção feminino, à base de comprimidos.
Como funciona: Inibe a ovulação, torna o muco cervical espesso, dificultando a
passagem dos espermatozoides.
Modo de usar: O contracetivo pode ser administrado de três diferentes formas: a
mulher faz uma pausa de sete dias e continua o tratamento, quando a pausa é de
quatro dias e a de uso contínuo. Para que a pílula faça efeito, a paciente tem que
administrá-la da maneira correta, diariamente e de preferência, no mesmo horário.
Vantagens: Regula o ciclo menstrual, previne anemia e reduz a incidência de
cancro de ovário, doenças mamárias. Também pode ser importante no combate ao
acne.
Desvantagens: Requer motivação e uso diário, já que o esquecimento aumenta o
índice de falha. Pode postergar o retorno à fertilidade e não protege contra DSTs.
Principais métodos contracetivos
Pílula contracetiva
33. Efeitos colaterais: Náuseas, dor de cabeça leve, sensibilidade mamária, leve ganho de
peso e alteração de humor.
Imagem 20 : Pílula
Principais métodos contracetivos
Pílula contracetiva
34. O que é: É uma injeção de hormonas que pode ser feita mensalmente ou
trimestralmente, dependendo da formulação. As hormonas utilizadas são parecidas
com as da pílula.
Como funciona: Da mesma maneira que a pílula.
Modo de usar: As hormonas em forma líquida são injetadas via intramuscular
nas nádegas com o auxílio de uma injeção.
Vantagens: A principal característica desse método é a que não há a necessidade
de participação ativa da paciente. É só tomar a injeção mensal ou trimestralmente.
Desvantagens: Sangramento irregular (excessivo ou escasso) em alguns casos,
demora para a fertilidade voltar, não previne contra DSTs e precisa de ser aplicado
numa farmácia.
Principais métodos contracetivos
Injeção contracetiva
35. Efeitos colaterais: Ganho de peso. Outro problema que o contracetivo pode gerar
é uma infertilidade temporária, cuja duração não é possível precisar.
Imagem 21 : Injeção contracetiva
Principais métodos contracetivos
Injeção contracetiva
36. O que é: O preservativo rompeu-se? Esqueceu-se da pílula? Não utilizou outro
método contracetivo? O melhor é recorrer à pílula do dia seguinte.
Como funciona: Ela dificulta a mobilidade do óvulo e dos espermatozoides nas
trompas e deixa a parede que reveste o útero mais hostil à fixação dos mesmos.
Modo de usar: Deve ser usada até 72 horas depois.
Vantagens: É um último recurso para quem não quer engravidar sem proteção.
Desvantagens: O uso rotineiro dessa pílula pode causar irregularidade no ciclo
menstrual, eficácia diminuída e ocasionar problemas vasculares.
Efeitos colaterais: Náuseas, dor de cabeça leve, sensibilidade mamária, leve
ganho de peso e alteração de humor.
Principais métodos contracetivos
Pílula do dia seguinte