Simbologia da bandeira e brasão do Maranhão e de sua capital São Luís. Aspectos heráldicos, meta-históricos e mitológicos são abordados, como o Bequimão, a Sociedade das Plêiades, o poeta Sousândrade e vínculo com a origem franco-luso e a bandeira nacional.
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Simbologia do Maranhão e São Luís (Bandeira e Brasão)
Reunião da Ordem do Ararat
Eduardo Nunes de Carvalho (Eubiose - SI Santana SP/SP)
Cel 11 988637878 encarvalho@ig.com.br
www.vidaconsciencia.com.br
São Luís-MA, 12 de setembro de 2010
Carolina-MA, 5 de fevereiro de 2011
São Luís-MA, 8 de agosto de 2011
Mar Grande-BA, 14 de setembro de 2011
São Lourenço-MG, 5 de fevereiro de 2012
São Paulo-SP, 27 de outubro de 2015
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Origem do nome “Maranhão”
As teorias mais aceitas são as de que Maranhão era o nome dado
ao Rio Amazonas pelos nativos da região antes de os navegantes
europeus chegarem ou que tenha alguma relação com o Rio
Marañón no Peru. Mas há outros possíveis significados, como:
"grande mentira" ou "mexerico", segundo o português antigo.
Outra hipótese seria pelo fato de o estado ter um "emaranhado"
de rios. Também pode ser referente a "mar grande". Ou pode ter
origem na língua tupi, onde significaria "mar que corre", por
meio da junção dos termos pará ("mar") e nhan ("correr“). Para
outros, o nome ter-se-ia originado da maranhas, topônimo de
Minho (província de Portugal). Finalmente, outros procuram
localizar o étimo do nome desse estado na expressão tupi-
guarani mair-anhangá, que significa "espírito de mair".
No contexto da história do Brasil, a primeira referência à região
como sendo o Maranhão ocorreu na época das capitanias
hereditárias, com a criação da Capitania do Maranhão, em 1535
pelo Rei Dom João III.
Fonte: Wikipédia e Site Jangada Brasil.
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Bandeira do Maranhão
Instituída pelo Decreto 6, de 21/12/1889.
Criada pelo poeta maranhanse Sousandrade, que sem
dúvida se inspirou no pavilhão dos Estados Unidos, e
desenhada por Antônio Frazão Catanhede.
Suas listras representam a fusão racial que originou a
etnia brasileira que são nas cores:
Goles/vermelho - os índios;
Argente/branco - os portugueses/europeus;
Sable/preto - os africanos.
A estrela branca, contida no retângulo azul (blau) no
canto superior esquerdo, remete a Acrab (estrela beta
da constelação de Escorpião), simboliza o Maranhão
no céu do Brasil como Estado da Federação.
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A miscigenação é uma realidade
A maior parte dos imigrantes portugueses era oriunda dos Açores
e da região de Trás-os-Montes. No século XX o estado conta com
a chegada de sírios e libaneses, refugiados do desmonte do
Império Otomano.
Os grupos indígenas remanescentes são os da etnia Gê, Kanela,
Krikati e Guajajara, concentrados principalmente na pré-
Amazônia, no Alto Mearim e no Barra do Corda e Grajaú.
Cor/raça/etnia do estado do
Maranhão
Visão poética
Séc XIX (%)
Censo IBGE
Séc XXI (%)
Brancos 44,4% 24,9%
Índios/Amarelos 33,3% 0,7%
Negros 22,3% 5,5%
Pardos - 68,8%
Total 100,0% 100,0%
Fonte: pt.wikipedia.org
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Integração republicana e simbólica
A reprodução da estrela que representa o
Maranhão no lábaro nacional em sua própria
bandeira é uma afirmação de que os Valores da
bandeira nacional vibram neste estado.
Ou seja, os ideais republicanos (liberdade,
igualdade e fraternidade); os ideais positivistas
(ordem e progresso...); a luz vinda do Oriente
para o Ocidente; a proteção do Globo Azul; a
frutificação dos esforços da Nobreza Habsburgo-
Bragança; o glorioso destino assinalado pelo
Cruzeiro do Sul; o triângulo maçônico; e a
grandeza do Brasil - nação do “porvir” estão
representados na bandeira do Maranhão.
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Poeta Sousândrade I
Joaquim de Sousa Andrade (Guimarães, 9 de julho de
1833 — São Luís, 21 de abril de 1902) foi um escritor e
poeta brasileiro, formado Letras pela Sorbonne.
Republicano convicto e militante, transfere-se, em
1870, para os Estados Unidos, onde publicou seu
primeiro livro de poesia: Harpas Selvagens em 1857.
Com a Proclamação da República, ele retorna ao
Maranhão. Em 1890 foi presidente da Intendência
Municipal de São Luís. Realizou a reforma do ensino,
fundou escolas mistas e idealizou a bandeira do Estado
e foi presidente da Comissão de preparação do projeto
da Constituição do estado. Morreu em São Luís,
abandonado, na miséria e considerado louco. Sua obra
foi esquecida durante décadas.
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Sousândrade o “João Batista da poesia moderna”
Em 1871 publicou a obra poética O Guesa, em que
utiliza recursos expressivos, como a criação de
neologismos e de metáforas vertiginosas. Lançada em
1962, pelos poetas Augusto e Haroldo de Campos,
revelou-se uma das mais originais e instigantes do
Romantismo.
O poema discorre sobre uma lenda do povo “quichua”,
onde há um ritual religioso que sacrifica o coração de
um menino de 15 anos a ser ofertado ao Deus Sol. Um
auto-retrato do poeta, conforme escrito dele em 1877:
"Ouvi dizer já por duas vezes que o Guesa Errante
será lido 50 anos depois; entristeci - decepção de
quem escreve 50 anos antes".
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Brasão do Estado do Maranhão
A forma do contorno da superfície do escudo será a mesma
do escudo da Confederação Suíça e será limitada por
molduras de estilo barroco amoldadas ao contorno; o campo
do escudo está dividido em quatro partes - duas, em um dos
lados, contendo as cores nacionais, verde e amarelo, e duas,
do outro lado, contendo, a de cima, a bandeira do Estado
reproduzida, e a de baixo o emblema da Instrução no meio
de raios de luz (não é a toa que a capital tem o epíteto de
“Atenas brasileira”); o escudo será encimado por uma coroa
de louros e as molduras, ornatos e a coroa serão da cor
dourada.
O Escudo Estadual foi criado pelo Decreto nº 58, de
30/12/1905, baixado pelo 1º Vice-Governador em exercício
Alexandre Colares Moreira Junior e mantido pela Lei nº
416, de 27/8/1906, sancionada pelo Governador Benedito
Pereira Leite.
O modelo original traz a assinatura do desenhista Lucílio.
Fonte: http://www.brasilrepublica.com/masimbolos.htm
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Batalha pelas armas e letras
“... percebemos que a empresa da conquista do Maranhão
está inserida em uma ordem teológico política...
... “a expansão portuguesa, inscreve-se no sentido meta-
histórico da história – a dilatação do reino de Deus – é
não só querida e aprovada, mas até sobrenaturalmente
apoiada pelas forças celestes.” Assim, os relatos de
aparições de santos durante as batalhas com franceses e
os apelos ao sagrado eram utilizados para explicar,
justificar e legitimar a conquista do Maranhão,
configurando uma batalha pelas armas e pelas letras...”
Fonte:
THOMAZ, Luís Filipe F.R.; ALVES, Jorge Santos. Da Cruzada ao Quinto Império. In.
BETHENCOURT, F.
CURTO, Diogo Ramada. A memória da nação. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1991. p.122.
In. “Os Escritos do Padre Luiz Figueira e a Fundação de São Luís no Maranhão”, Menezes, Aline
Bezerra.
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Brasão e bandeira de São Luís - MA
Criada pelo Decreto Municipal 13 de 31/12/1926,
Prefeito Jayme Tavares.
A coroa mural de oito torres ameadas (três de fundo
invisíveis) em ouro, simbolizando se tratar do brasão de
uma capital de estado.
As portas dos castelos indicam estarem abertas, ou seja,
cidade receptiva.
Ramos de louro sugerem a intrepidez e virtude do povo
maranhense.
A bandeira da cidade reproduz o brasão sobre
fundo dourado, podendo indicar o desejo popular
de que as glórias passadas se reproduzem no
futuro.
Fonte: MEIRELES, Mário M. O Brasão d'armas de São Luís do Maranhão - Editora
Alcântara, 1983.
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Brasão e bandeira de São Luís - MA
Na esfera central, uma tríade de flores de lis
em jalne (ouro), símbolo sacro francês e
nome da cidade em homenagem a Luís XIII.
Além da simbologia sagrada que encerra a
tríade no alto sob mar sinople (verde). A
tríade também representa as naus francesas
Regente, Charlotte e Saint’Anne da
expedição de La Ravardiàre de 1612.
Uma cruz contendo cinco quinas em blau
(azuis), símbolo português sob fundo prata
(branco), indicando a Paz como propósito fim
e a influência desta nação sobre a História da
cidade.
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Posição de São Luís no Estado
Escudo francês, por regras heráldicas,
representando o estado do Maranhão em
campo blau (azul) provavelmente
representando o firmamento literário.
O escudete representa a ilha de São Luís em
posição equivalente ao do mapa.
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Plêiade Sociedade Literária - Atenas Brasileira
Gonçalves Dias
João Lisboa
Odorico Mendes
Gomes de Sousa
Sotero dos Reis
Henriques Leal
Belarmino de Matos.
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1685 e o Herói “Bequimão”
1682 – Para aumentar o comércio na região, foi criada a Companhia
do Comércio do Maranhão, devendo suprir mensalmente escravos
africanos, alimentos e produtos europeus com preços tabelados
(monopólio do Estanco). Para compensar, a região deveria contribuir
anualmente, enviando um navio a Lisboa com produtos locais.
1684 – O descumprimento das promessas por parte da Companhia
gerou protestos locais e resultou na Revolta de Beckman. O líder da
mobilização, Manuel Beckman, e os demais revoltados,
questionavam os altos valores dos produtos e a desorganização no
fornecimento de escravos. Os atos foram violentos e os protestantes
aprisionaram o capitão-mor de São Luis, Francisco de Sá de
Meneses e outras autoridades.
1685 – Após um ano à frente do Estado, Manuel Beckman enviou o
irmão Tomás a Lisboa para esclarecer à Corte as reivindicações dos
colonos e convencer o rei de extinguir a Companhia e os jesuítas,
mas a Coroa reagiu e enviou ao estado o governante Gomes Freire
de Andrade, que condenou Manuel à forca em praça pública (2/11).
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Brasão SL na versão de 1674
Fonte: MEIRELES, Mário M. O Brasão d'armas de São Luís do
Maranhão - Editora Alcântara, 1983.
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Antigo brasão de São Luís
Painel cerâmico B da maranhense Dileusa Dinis Rodrigues (Dila
Rodrigues) em exposição no Aeroporto Internacional Marechal
Cunha Machado em São Luís-MA.
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A Lenda da Serpente
O Maranhão é rico em lendas importantes. Vamos apreciar
uma das mais conhecidas.
Diz a lenda (a mais famosa entre os ludovicenses) que uma
serpente encantada de proporção descomunal vive debaixo de São
Luís. O gigantesco animal crescerá sem parar até o dia que sua
cabeça e sua calda se encontrarem levando para o fundo do mar a
Ilha, provocando seu completo desaparecimento.
Recentemente, em homenagem a São Luís, a Beija-Flor levou para a
Marquês de Sapucaí o enredo “São Luís; o poema encantado do
Maranhão”. Durante o desfile, a comissão de frente da escola tentou
mostrar um pouco desta lenda. Já na capital, no meio da Lagoa da
Jansen, hoje existem apenas partes da serpente feita pelo
artista plástico Jesus Santos, escultura que fazia alusão à
lenda.
lenda. Fonte: http://pt.slideshare.net/JooVictor291/lendas-da-cidade-de-so-lus-49578389
Seria o Ouroboros adaptado ao Hemisfério Sul?