2. Através de experiências científicas constatou-se que o sucesso da criança na aprendizagem da leitura e da escrita depende do seu amadurecimento fisiológico, emocional, neurológico, intelectual e social. O ser humano apresenta basicamente três sistemas verbais: * auditivo (palavra falada) * visual (palavra lida) * escrita
3. Segundo os autores Johson e Myklebust a linguagem possui outras facetas como: * recepção - a compreensão antecede a expressão, ou seja, a leitura antecede a escrita; * expressão A criança passa, portanto da aquisição do significado (através da observação dos objetos que a rodeiam) para a compreensão falada.
4. As habilidades básicas que devem ser trabalhada na pré-escola que tem a função de fornecer à criança os pré-requisitos necessários para a aprendizagem da leitura e da escrita são: 1 – Percepção – é através dos órgãos do sentido que a criança estabelece o contato com o mundo exterior, organizando e compreendendo os fenômenos que ocorrem. 2 – Esquema corporal – implica conhecimento do próprio corpo, de suas partes, dos movimentos, das posturas e das atitudes. Sem o desenvolvimento deste esquema corporal a criança passa a ter: dificuldades de se locomover no espaço ou escrever obedecendo aos limites de uma linha ou folha.
5. 3 – Lateralidade – preferência neurológica que se tem por um lado do corpo. Existem indivíduos: -destros –utilizam a parte direita do corpo; -canhotos – utilizam a parte esquerda do corpo; -ambidestros – usam ambos os lados com a mesma agilidade; As dificuldades que surgem em criança que ainda não tem lateralidade definida são: - tipo grafia apresentada (disgrafia, letra ilegível); - orientação espacial na folha de papel; - posturas inadequadas no ato de escrever;
6. 4 – Orientação espacial e temporal – é ver-se e ver as coisas no espaço em relação a si próprio, é dirigir-se, é avaliar os movimentos e adaptá-los no espaço. É a consciência da relação do corpo com o meio. A criança que inicia a alfabetização sem possuir a orientação especial apresenta os seguintes problemas: * confundir letras (b/d, q/p); * tem dificuldade de respeitar a ordem das letras na palavra e das palavras na frase (brasa/barsa); * não respeita os limites da folha; * não respeita a direção horizontal do traçado; * esbarra nos objetos e pessoas;
7. 5 – Coordenação visomotora global – coloca em ação vários grupos musculares amplos, enquanto a coordenação motora fina envolve habilidades manuais. A criança que não apresenta a habilidade acima tem: * dificuldade na escrita porque os olhos não guiam os movimentos motores da mão, impossibilitando a criança de perceber por onde deve iniciar o traçado das letras. criança com habilidade de coordenação motora fina
8. 6 – Ritmo – dá a criança a noção de duração e sucessão, no que diz respeito à percepção dos sons no tempo. A criança que não tem essa habilidade apresentará: * escrita de duas ou mais palavras unidas; * adicionamento de letras nas palavras ou omissão; * leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequadas;
9. 7 – Análise e síntese visual e auditiva – é a habilidade que a criança precisa ter de visualizar o todo, dividi-lo em partes e depois juntá-las para voltar ao todo. A falta desta habilidade acarreta: * problemas na formação das sílabas, na sequência das letras e, portanto, na formação de novas palavras;
10. 8 – Habilidades visuais – para criança ler e escrever é necessário para que seus olhos funcionem perfeitamente. É através deles que, na fase pré-escolar, ela faz a discriminação de semelhanças e diferenças, de formas e tamanhos, desenvolve a percepção de figura – fundo e a memória visual. A metodologia correta para que a criança desenvolva as habilidades é a partir de objetos conhecidos, discriminar seus detalhes e aos poucos ir apresentando os símbolos gráficos (letras e palavras).
11. Observação importante: No início da aprendizagem a criança move os olhos de forma desordenada e em qualquer direção. Cabe a pré-escola estimular os movimentos oculares da criança em todas as direções possíveis, para que ao iniciar a leitura e a escrita, ela possa deslocar os olhos para esquerda e para direita, fazendo paradas e os saltos a que a leitura exige.
12. 9 – Habilidades auditivas – É através da visão e da audição que os símbolos gráficos são recebidos e conduzidos ao cérebro para serem retidos. A criança necessita desta habilidade para descrever os sons e sua ausência fará o sistema nervoso receber as informações distorcidas do ambiente, através desses receptores, dificultando assim ao cérebro a sua resposta.
13. 10 – Memória cinestésica– é a capacidade da criança reter os movimentos necessários à realização gráfica. No início da aprendizagem a criança precisa do professor que lhe indique por onde começar o traçado das letras depois ela retém os atos motores e não necessita mais tanto desta orientação.
14. 11 – Linguagem oral – a criança deve ser capaz de pronunciar as palavras sabendo seus significados. Obs.: A alfabetização só deve ser iniciada depois que a criança for capaz de pronunciar corretamente os sons da língua. Caso a criança não domine a língua oral poderá acarretar problemas na compreensão dos textos;
15. Distúrbios da Leitura SÃO ELES: 1 – Memória – dificuldade auditiva e visual de reter informações. 2 – Orientação espaço-temporal – a criança não é capaz de reconhecer direita e esquerda. É incapaz de reconhecer horas, dias da semana e etc. 3 – Esquema corporal – dificuldade para identificar as partes do corpo e não revelam boa organização da postura corporal no espaço em que vivem. 4 – Motricidade – caem com facilidade, são desajeitadas, não conseguem andar de bicicleta ou mesmo manipular peças pequenas do material pedagógico. 5 – Distúrbio topográfico – incapazes de compreender legendas de mapas, gráficos, globos e maquetes. Não compreendem a escala simbólica que está sendo usadas para definir o espaço real. 6 – Soletração – dificuldade em soletrar.
16. DESTAQUE: Dislexia – é uma das causas do distúrbio de leitura. A criança disléxica apresenta sérias dificuldades com a identificação de símbolos gráficos no início da alfabetização.
17. As principais dificuldades apresentadas pela criança disléxica, de acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD) são: - demora a aprender a falar; - escrever números e letras corretamente; - distinguir esquerda e direita; - dificuldade para lembrar da tabuada; - insegurança e baixa apreciação de si mesma. - atrapalha-se ao pronunciar palavra longas; - tem dificuldade em planejar e fazer redações; - é considerada desatenta, preguiçosa, sem vontade de aprender, o que cria uma situação emocional que tende a se agravar em função das injustiças que vier a sofrer;
22. Reforçar a ordem das letras do alfabeto cantando e dividindo-as em pequenos grupos.
23.
24. 2 – Disortografia – incapacidade de transcrever corretamente a língua oral, havendo trocas ortográficas e trocas de letras. Analisando a escrita: *omissões de letras: pêssego/pesego; assanhada/asanhada; quando/code /// azedo/azdo *confusão de sílabas com tonicidade semelhante: agarraram/agararão - cartaz/cartazão *adições de letras: cachoeira/caichoeira * junções: eu puxei/eupuche cheio d’água/cheidagua * fragmentação: a mão/amão ____ __ _____ ____ __ ___ _____ ___ ________ __________
25. 3 – Erros de formulação e sintaxe – a criança não consegue escrever cartas, histórias e nem dar respostas a perguntas escritas em provas. Na forma escrita, comete erros que não apresenta na forma falada. Além disso, não consegue transmitir para a escrita conhecimentos adquiridos na linguagem.
26. São dificuldades que os alunos possuem não compreendendo instruções e enunciados matemáticos, bem como operações aritméticas. É aconselhável que estes estudantes superem as dificuldades de leitura e escrita antes de poderem resolver as questões matemáticas que lhe são propostas. Distúrbios de Aritmética
27. Discalculia – é a dificuldade em aprender aritmética. Johnson e Myklebust, em seus trabalhos terapêuticos com crianças que apresentavam desordens e fracassos aritméticos (discalculia), consideraram necessários que a terapia desse casos se baseasse na natureza da deficiência. Os autores então agruparam a aritmética e relacionaram os distúrbios de cada uma: 1 – Distúrbio de linguagem receptivo-auditiva e aritmética – a criança se sai bem em cálculos mais é inferior no que diz respeito ao raciocínio e aos testes de vocabulário aritmético.
28. 2 – Memória auditiva e aritmética – há 2 tipos: a) problemas de reorganização auditiva que impede a criança de recordar os números com rapidez; b) a criança consegue ouvir os enunciados apresentados oralmente e não é capaz de guardar os fatos. 3 – Distúrbios de leitura e aritmética –dificuldade em ler enunciados de problemas, mas são capazes de fazer cálculos quando as questões são lidas em voz alta. 4 – Distúrbios de escrita e aritmética – as crianças que tem disgrafia não conseguem aprender os padrões motores para escrever letras ou números.
29. O professor e os distúrbios de leitura, escrita e aritmética A participação da família e do professor no acompanhamento das crianças com problemas de leitura, escrita e aritmética é muito importante. Após uma análise criteriosa junto com os especialistas da escola (coordenador, orientador, psicólogo e diretor) o docente deve encaminhar a criança para um especialista
30. 1 – A senhora já se defrontou com algum problema de aprendizagem? Resp. 1– Sim. Por que está tarefa é uma etapa fundamental para o processo de aprendizagem, pois é através do mesmo que o professor da sala de aula poderá estar trabalhando de acordo com a necessidade do aluno. Resp. 2– Sim. Mais leves e acentuados. Nestes casos temos que utilizar todo o nosso aprendizado, enquanto professores, associado a nossa experiência de vida, para ajudar estes alunos.
31. 2 – Qual a sua conduta ao perceber o problema? Resp. 1 – A conduta que o professo da sala de aula poderá estar adotando de imediato seria comunicar a todo o corpo docente da escola, e logo em seguida, a família deste aluno, para que juntos possam estarem procurando ajudar para melhor trabalhar com está criança. Resp. 2 – Comunico logo a coordenação de minha escola, e esta por sua vez, a família. Em seguida, procuro ensinar sempre respeitando os limites de aprendizagem do discente.
32. 3 – Como se sente diante da descoberta de alunos com problemas de aprendizagem? Resp. 1 – Os casos mais frequentes é a questão da leitura e interpretação, onde muitos alunos não conseguem ler um texto e interpretá-lo. Diante dessa situação, que é grave, sinto me entristecida, porém motivada, buscar todos os meios pedagógicos para ajudar esses alunos. Resp. 2 – Sinto o tamanho da minha responsabilidade diante desse alunos. Comprometo-me comigo mesmo a buscar soluções que aliviem seus problemas, exercitando, carinhosamente, a tolerância com esses discentes e respeitando seus limites. Diante da vitória de seus progressos, compartilho, sinceramente, da felicidade deles.
33. 4 – Diante dos problemas de aprendizagem apresentados em sua escola, a Sra. se sente preparada? Em caso positivo, Existe uma capacitação, discussão a respeito? Resp. 1 – Atualmente o professor como um profissional responsável e comprometido com a educação tenta ao máximo se qualificar profissionalmente para melhor atender as dificuldades encontradas neste alunos. A direção da minha escola sempre realiza reuniões e palestras para nos dar orientações que somadas com as que já possuímos aumentam a possibilidade de um trabalho mais completo junto a estas crianças. Resp. 2 – Sou professora a muito anos e já tenho uma certa experiência em trabalhar com estas crianças. Exige competência profissional, uma dose imensa de amor e tolerância, e isto tudo eu tenho. Mas procuro sempre me atualizar, indo as reuniões realizadas e participando de palestras, quando acontecem, com este tema especifico.