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Ano V - Número 82               Informativo quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de Campinas                   16 a 29 de março/2009
                                                   www.puc-campinas.edu.br
                                                                                                                                  Fotos: Ricardo Lima




Essa tal felicidade...
A felicidade está na pauta das discussões de cientistas, psi-
cólogos e filósofos. Até a Organização das Nações Unidas
                                                                     soa; a Psicologia reconhece a influência do ambiente na con-
                                                                     dição de ‘ser feliz’ e diversas reflexões sobre o tema já foram
(ONU) reconhece como um medidor do progresso de um                   feitas por diferentes filósofos, em momentos distintos. Mas
país o índice Felicidade Interna Bruta (FIB). A ciência já           em um ponto os pesquisadores são unânimes: cada um tem
descobriu que a Genética interfere na felicidade de uma pes-         sua base para a felicidade.                         Páginas 04 e 05




          Museu do Futebol                                                                                       MURAL
                                                                                                   PATATIVA DO ASSARÉ: 100 ANOS
                                                                                                   O maior poeta
                                                                                                   popular do Brasil e
                                                             Os alunos Ana Gabriela Pinesso        da América Latina,
                                                             Prado, da Faculdade de Jorna-         o cearense Patativa
                                                             lismo e Ademilson Ramos, da
                                                                                                   do Assaré,
                                                             Faculdade de Arquitetura e
                                                                                                   completaria cem
                                                             Urbanismo (FAU) visitaram o
                                                                                                   anos se estivesse
                                                             novo Museu do Futebol, loca-
                                                             lizado no Estádio do Pacaembu,
                                                                                                   vivo. Cantado em
                                                             em São Paulo, com a equipe de         verso e prosa,
                                                             reportagem do Jornal da               Patativa teve seus
                                                             PUC-Campinas. O local, que            versos musicados por grandes nomes da
                                                             mescla a tecnologia e a intera-       música brasileira, como Luiz Gonzaga,
                                                             tividade, conta a história do fute-   Fagner, Chico Buarque e pelo grupo
                                                             bol brasileiro, que faz parte da      pernambucano Cordel do Fogo
                                                             cultura do país.         Página 08    Encantado.                    Página 07

De 23 a 25 deste mês, uma Comissão Externa de Avaliação Institucional do MEC visitará a PUC-Campinas.                             Página 06
16 a 29 de março/2009
                                                                                                       02                                                                       Jornal da PUC-Campinas



Editorial


Cultura autoritária alimenta a impunidade
                     alar da impunidade é falar de um problema que vivenciamos no coti-                      constitui característica de nossa formação social. O fenômeno do coronelismo,


          F          diano. Não só porque parece “faltar” algo quando os meios de comu-
                     nicação não nos mostram algum fato novo, mas, sobretudo, porque
                     sentimos na carne a lentidão da justiça quando se trata de lidar com
           os pobres e na sua presteza em acudir os poderosos. Mais ainda: uma lenti-
           dão posta a serviço dos que têm meios de garantir indefinidamente a trami-
                                                                                                             a política da troca de favores, do apadrinhamento contribuíram para, de for-
                                                                                                             ma velada, ocultar o braço do forte que oprime o fraco. A opressão aparece sob
                                                                                                             a marca do favor. Marco de uma cultura autoritária. Torna os poderosos cio-
                                                                                                             sos de sua dignidade e certos de sua impunidade. Não fora isso o que levaria
                                                                                                             a norte-americana Dorothy Stang, religiosa de 78 anos, desarmada, a cami-
           tação dos processos de que são vítimas. E, se condenados, as garantias de                         nho de seu trabalho com os pobres, a ser morta por pistoleiros? Uma visão
           “prisão especial”, de habeas corpus, fatos tão corriqueiros que levam a um                        moralista pode reduzir isso à crueldade e até mesmo a desvios comportamen-
           descrédito generalizado nas instituições, mais especificamente naquelas liga-                     tais, explicáveis por uma psicologia de manual. E, anos depois, nenhum dos
           das à justiça. Há também uma espécie de reação. A sociedade organizada                            responsáveis estar preso?
           consegue assegurar direitos antes inimagináveis. Os meios de comunicação                              Costuma-se ver no Livro de Jó uma espécie de convite à aceitação da "impu-
           vivem dos anunciantes – poderosos – mas, para assegurar a fidelidade do                           nibilidade", um elogio à paciência, mesmo quando a vida pessoal e social não
           leitor, dão espaço à defesa do consumidor. Também faz parte da realidade                          justifica qualquer espécie de castigo. Antonio Negri, intelectual, ex-militante da
           uma reação surda presente em ditos populares, como aquele dito no Brasil                          luta armada na Itália nos anos 70, redescobre Jó. Um homem que não con-
           que só vão presos os pobres, negros e prostitutas. E aqueles que dão de ombros                    funde existência e destino. Face à prova a que é submetido por Deus, Jó não se
           quando injustiçados, pois sabem, de antemão, que perderão tempo, saúde                            arrepende, não se retrata, não se justifica. Redescobre-se a si mesmo no momen-
           com carimbos, atestados, documentos, provas. Resignar-se como tentativa de                        to em que se defronta com o infinito e o santo do qual é criatura: é colhido por
           manter a sanidade.                                                                                sua finitude ao receber a revelação de um infinito.
                O que temos aqui é um dos retratos da sociedade de classes, suficiente para                      O poeta espanhol Rafael Alberti faz uma leitura política dos aparentemente
           levar muitas pessoas a verem a Constituição Brasileira, que preconiza como fun-                   impunes. Sua situação de impunidade assemelha-se à morte. Homenageando
           damento a igualdade de todos perante a lei, como ideologia em estado puro. O                      o poeta Pablo Neruda, diz dos ditadores: “No morireis, cuervos sangrientos de
           risco dessa visão é ignorar que essa afirmação fundante é a garantia que, no                      sangrientas uñas; no morireis porque estais muertos !”
           mínimo, permite lutar por garantias e conquistas, ainda que pequenas.
                                                                                                                                                                                  Padre Wilson Denadai
               Uma longa tradição histórico-cultural, marcada por um viés autoritário,                                                                                              Reitor da PUC-Campinas



   Notas

Professor da PUC-Campinas                                                                                                      Comissão Europeia quer
                                                                                                                                                                                           Agenda
recebe título de Pesquisador Sênior pelo CNPq                                                                                  atrair jovens brasileiros
                                                                                                         Fotos: Ricardo Lima
     O professor e assessor da Pró-Reitoria de Graduação da                                                                    A Comissão Europeia escolheu o Brasil como foco
                                                                                                                                                                                            16 a 26/03
PUC-Campinas, Newton César Balzan, recebeu, no mês de                                                                          do programa educacional “Study in Europe”, em                    Período de inscrição
fevereiro, do Conselho Nacional de Desenvolvimento                                                                             2009. O objetivo é atrair os jovens brasileiros às ins-          para o Processo
Científico e Tecnológico (CNPq), o título de Pesquisador                                                                       tituições de ensino superior de 32 países europeus,              Seletivo do Crédito
Sênior, considerado o grau máximo da carreira de pesquisa-                                                                     como Reino Unido, França, Portugal, Islândia,                    Educativo APLUB
dor. Recebem o título apenas os pesquisadores que tenham                                                                       Lituânia e República Checa, entre outros. No ano
                                                                                                                                                                                            17/03
uma constante produção científica em sua área de atuação e                                                                     passado, mais de 12 mil brasileiros estudaram em                 Divulgação do crono-
mais de 10 anos de carreira como pesquisador na categoria 1-                                                                   universidades europeias. Criado em 2007, o “Study                grama das atividades de
A, considerado o mais alto nível de pesquisa do CNPq.                                                                          in Europe” é um projeto destinado a jovens de todo               Monitoria para o 2º
     Com a nova denominação, o professor terá seu título                                                                       o mundo, embora, neste momento, o foco da                        semestre de 2009
renovado a cada seis anos, além de continuar como avaliador                                                                    Comissão Europeia sejam os países que compõem
                                                                                                                                                                                            19/03
de projetos e pedidos de bolsa. De acordo com o docente, o                                                                     o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). A opção                  Reunião do CONSUN
novo cargo é um reconhecimento do trabalho como pesqui-                                                                        deve-se pelo fato de que essas nações apresentam
sador. “É um passo importante, porque a carreira como pes-                                                                     potencial econômico e um grande número de estu-              23/03
quisador exige muita dedicação”, afirmou o professor.                                                                          dantes. No ano passado, o alvo foi a Rússia e, em                Início das atividades de
     A carreira de Balzan como pesquisador no CNPq começou em 1986, mas desde 1975 ele orienta teses, disser-                  2009, as atenções se voltam para o Brasil.                       Iniciação à Extensão
tações, trabalhos científicos e teve textos publicados em livros e revistas acadêmicas. Formado na área de Ciências            O programa “Study in Europe” será oficialmente               27/03
Humanas (Geografia e História) pela Universidade de São Paulo (USP), ele fez seu doutorado em Educação na USP                  apresentado no Brasil durante a ExpoBelta, tra-                  Data-limite para
e UNESP e seu pós-doutorado na Universidade de Boston, nos Estados Unidos.                                                     dicional feira de educação, que ocorre de 27 a                   pedido de trancamento
     Há 22 anos como professor da PUC-Campinas, Balzan sempre dedicou suas pesquisas a temas relacionados à                    29 de março, na capital paulista. Mais informa-                  de matrícula dos alunos
avaliação de ensino superior, avaliação institucional e formação de professores. Além de ser professor titular da PUC-         ções podem ser obtidas por meio do site www.stu-                 dos cursos de
                                                                                                                                                                                                Graduação e dos
Campinas, ele é docente aposentado pela Unicamp. Para o professor, títulos como o do CNPq são um incentivo                     dy-in-europe.org. Nesse espaço, os interessados
                                                                                                                                                                                                cursos dos Programas
para a pesquisa no país. “O Brasil precisa de pesquisa em muitas áreas básicas, com destaque à área educacional. As            encontram, em português, dados sobre os paí-                     de Pós-Graduação
pesquisas dão vida ao ensino em salas de aulas e laboratórios, exigem muita reflexão, atualização permanente e dedi-           ses participantes, as universidades e o que é                    stricto sensu
cação por parte do pesquisador”, disse.                                                                                        necessário para viver e estudar no exterior.


Professor de Filosofia lança livro de                                                          Missa dos Universitários                                     Desenvolvimento regional
elaboração de projetos e monografias                                                           No próximo dia 29, às 19 horas, será realizada               é tema de palestra
O professor da Faculdade de Filosofia e Direito                                                a Missa dos Universitários da Paróquia Divino
                                                                                               Salvador, presidida pelo padre João Batista                  A Faculdade de Ciências Econômicas da
e coordenador do Núcleo de Pesquisa, do                                                                                                                     PUC-Campinas realiza no dia 20 de março a
Centro de Ciências Humanas Sociais Aplicadas                                                   Cesário, da Pastoral Universitária da PUC-
                                                                                               Campinas. Na ocasião, serão homenageados                     palestra “A discussão sobre a importância do
(CCHSA) da PUC-Campinas Samuel Men-                                                                                                                         desenvolvimento regional no processo de desenvol-
donça lança este mês o livro ‘Projeto e                                                        os alunos que ganharam o concurso para cria-
                                                                                               ção do cartaz da Campanha da Fraternidade                    vimento econômico nacional”. Ministrada pela
Monografia Jurídica’, que, na sua 4ª edição, está
                                                                                               2009 e os professores orientadores da Agência                diretora do Instituto de Pesquisa Econômica
totalmente atualizado. A publicação tem como
                                                                                               Experimental (Agex), da Faculdade de                         Aplicada (Ipea), Liana Maria da Frota Carleial, a
objetivo orientar os estudantes de Direito e
                                                                                               Publicidade e Propaganda, do Centro de                       palestra tem como objetivo discutir a importância
também os da área de Ciências Humanas na ela-
                                                                                               Linguagem e Comunicação (CLC), da                            do desenvolvimento regional para a economia
boração de projetos. Entre os temas abordados
pelo livro estão normas técnicas da ABNT e discussões relativas à teoria do conhecimen-        PUC-Campinas. A Igreja está localizada na                    nacional. O evento será realizado no Auditório
to. O livro já está à venda no site www.millenniumeditora.com.br e custa R$ 22,00.             Avenida Júlio de Mesquita, 126, Cambuí.                      Dom Gilberto, no Campus I, às 19h30.



                                          Expediente
                                            Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Wagner José de Mello, Rogério Bazi e Sílvia Regina Machado de
                                            Campos; Coordenador do Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Editora - Ciça Toledo (MTb. 14.181); Repórteres - Adriana Furtado, Ana Paula Souza
                                            e Raquel Lima; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte;
                                            Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3343-7147 e 3343-7674. E-mail:
                                            jornaldapuc@puc-campinas.edu.br
Jornal da PUC-Campinas                                                                                                                                                                      16 a 29 de março/2009
                                                                                                          03
 Opinião


     Um basta à impunidade
                                Dalmo de Abreu Dallari
                                                           “É tempo de se iniciar                              ca sobre os delitos e as penas, observa que, mais
                                                                                                               do que a intensidade da pena, o que importa é a
                                                                                                                                                                      ros de sua impunidade e, por isso, persistem
                                                                                                                                                                      nas práticas ilegais e altamente prejudiciais aos
             o ponto de vista jurídico, a punição         uma intensa campanha                                 certeza da punição, que pode desencorajar a rein-      interesses do povo brasileiro. É tempo de se

   D         não é um ato de vingança ou um cas-
             tigo, mas sim um ato de justiça. Para
   que se caracterize a punição e para que ela não
                                                             de âmbito nacional
                                                              pela punição dos
                                                                                                               cidência. Em sentido oposto, haverá incentivo à
                                                                                                               prática de novos crimes se o autor e outros que
                                                                                                               pretenderem seguir o mesmo caminho tiverem
                                                                                                                                                                      iniciar uma intensa campanha de âmbito nacio-
                                                                                                                                                                      nal pela punição dos corruptos, envolvendo-
                                                                                                                                                                      se nessa campanha os mais diversos segmen-
   se confunda com alguma forma de violência             corruptos, envolvendo-se                              a certeza de que em relação a eles estará garan-       tos da população, órgãos da grande imprensa
   contra a pessoa humana, é indispensável que                                                                 tida a impunidade.                                     e também autoridades que prezem sua digni-
   sejam atendidos vários pressupostos, como a               nessa campanha os                                      Tudo isso merece especial atenção no Brasil       dade, tenham verdadeiro espírito público e não
   existência de regras jurídicas previamente esta-      mais diversos segmentos                               de hoje pela ocorrência de práticas flagrantemente     fiquem intimidadas pela força econômica ou
   belecidas que deem a base legal para o exer-                                                                ilegais e obviamente antissociais, cujos autores,      política dos corruptos. Quem tem o direito de
   cício, com legitimidade do direito de punir. Mas
                                                           da população, órgãos                                escudados no poder econômico ou encastelados           punir tem também o dever de impedir a impu-
   é importante acrescentar que, observados os             da grande imprensa e                                em altos postos da vida pública e protegidos por       nidade dos que menosprezam o direito, os
   pressupostos legais, a punição, além de ser um                                                              autoridades e agremiações políticas coniventes,        interesses e a dignidade do povo brasileiro.
   direito, é uma obrigação, não uma faculdade
                                                            também autoridades                                 têm a convicção de gozarem do privilégio da mais
   da autoridade que tem competência legal para               que prezem sua                                   absoluta impunidade. Essas ilegalidades manifes-                                              Arquivo pessoal
   punir os faltosos. Não pode a autoridade públi-                                                             tas ocorrem em contratações por órgãos públi-
   ca, a seu arbítrio, conceder privilégios de qual-
                                                                dignidade…”                                    cos, assim como na distribuição de recursos públi-
   quer espécie, criando uma categoria de crimi-                                                               cos por critérios imorais e ilegais, visando, antes
   nosos privilegiados e deixando de cumprir sua         dano imediato a todo o povo, mas, além disso,         de tudo e sem qualquer consideração pelo inte-
   obrigação de punir.                                   causa também um prejuízo indireto pela des-           resse público, o favorecimento de amigos, paren-
        Um ponto essencial que deve ser ressal-          moralização das instituições e pelo desvio ilegal     tes e sócios na distribuição dos recursos. Isso tam-
   tado para que se perceba que a impunidade             de recursos que deveriam ser usados no atendi-        bém ocorre na prática de fraudes financeiras, de
   prejudica direitos de todo o povo é que o direi-      mento de necessidades essenciais da população.        contrabando e de sonegação fiscal. Muitas denún-
   to de punir não decorre de alguma convicção           Assim, pois, existe interesse social na punição dos   cias dessas ilegalidades, apesar de bem fundadas,
   política específica ou dos interesses de algum        faltosos, o que torna necessária a punição quan-      são sufocadas pelos que têm o dever de punir os
   governo, mas está sempre ligado a um inte-            do ocorrer uma hipótese em que ela é cabível.         corruptos. E os autores, às vezes protegidos e
   resse social. Com efeito, aquele que pratica ato      Cabe lembrar aqui a lição do grande jurista italia-   auxiliados por agentes públicos da mais elevada                  Dalmo de Abreu Dallari é jurista e professor
                                                                                                                                                                                         Emérito da Faculdade de Direito da
   ilegal em prejuízo do interesse público causa um      no Cesare Beccaria, quando, na sua obra clássi-       posição hierárquica, estão absolutamente segu-                                    Universidade de São Paulo




    Galeria                                                    O QUE VOCÊ ACHA QUE DEVE SER FEITO PARA ACABAR COM A IMPUNIDADE NO BRASIL?
                                                                                                                                                                                                               Fotos: Ricardo Lima
     “O que vale na hora                                 “Creio que poderia                                    “É difícil pensar                                      “Penso que
     de votar, para a                                    haver leis que                                        em acabar com a                                        faltam exemplos
     maioria das pessoas,                                acompanhassem de                                      impunidade,                                            para os jovens,
     é a aparência do                                    perto o trabalho                                      porque existe todo                                     tanto por parte
     candidato. E se o                                   dos parlamentares,                                    um sistema que                                         dos pais, quanto
     político tiver uma                                  para que fique mais                                   impede. Mas                                            da parte política
     boa apresentação e                                  difícil de se praticar                                acredito que as                                        desse País. É
     retórica, fica mais                                 a corrupção.                                          pessoas deveriam                                       necessário que
     fácil manipular as                                  Acredito que a                                        pesquisar mais                                         os jovens tenham
     pessoas. Nesse                                      população deveria                                     sobre a vida dos                                       bons exemplos,
     caso, é difícil conter a impunidade política, já    ser mais participati-                                 candidatos, na época das eleições, para observar       para que nosso
     que há muitos corruptos no governo.”                va na escolha dos políticos.”                         o caráter de quem estão votando.”                      povo seja mais honesto.”
     Marcelo Magalhães - Aluno do                        Nayla Toretta – Aluna do 4º ano da                    Fabiano Facio – Aluno do 1º ano da                     Márcia Miranda – Assistente Administrativa
     2º ano da Faculdade de Filosofia                    Faculdade de Jornalismo                               Faculdade de Publicidade e Propaganda                  do Comitê de Ética da PUC-Campinas


     “O Brasil deveria                                   “A questão da                                         “A partir do momento                                   “Acho que o
     investir mais em                                    impunidade                                            que se cumpram as leis                                 primeiro passo
     cultura, para que                                   refere-se a um                                        existentes e os direitos                               é criar uma
     a população                                         modelo de estado                                      e deveres de toda a                                    consciência
     tivesse mais                                        ineficiente, que age                                  população, de maneira                                  política para que
     conhecimento e,                                     com distinção de                                      justa e igualitária,                                   as pessoas
     assim, mais                                         classes na hora                                       já estaremos                                           descubram o
     argumentos e                                        de cobrar                                             combatendo a                                           que é ser
     poder de palavra                                    cumprimento de                                        impunidade. Acredito                                   cidadão e,
     para exigir uma                                     leis. Fazer com que                                   que a mídia tem um                                     assim, fiquem
     postura ética dos políticos.”                       todos sigam as leis igualitariamente é uma forma      papel fundamental na fiscalização das                  conscientes de seus direitos e deveres para
     Marcos Antônio Souza – Funcionário                  de combater a impunidade.”                            atividades do poder público.”                          com a comunidade que vivem.”
     da PUC-Campinas e aluno                             Geisa Mendes – Professora da                          Paulo Lot Júnior – Professor da                        Orlanda Dias Rodrigues – Aluna da
     de Engenharia Elétrica                              Faculdade de Pedagogia                                Faculdade de Administração                             Faculdade de Filosofia



          AULA MAGNA -
          O senador da República
                                                                                                                                             Fotos: Ricardo Lima
                                                                                                                                                                            O
                                                                                                                                                                           “O critério
          Pedro Simon (PMDB-RS)
          esteve, no dia 9 de março,
          na PUC-Campinas para
          ministrar no Auditório Dom
                                                                                                                                                                                          DA
          Gilberto, no Campus I, a
          Aula Magna 2009, que
          marca o início do ano letivo
          da Universidade. A aula teve
                                                                                                                                                                                IMPUNIDADE
          como tema a Campanha da
          Fraternidade 2009, que é “A
          paz é fruto da justiça”. No
          mesmo dia, o senador
                                                                                                                                                                                       não É
          visitou o Centro de Ciências
          da Vida (CCV) e o Hospital e
          Maternidade Celso Pierro da                                                                                                                                         jurídico, é
Imagem




          PUC-Campinas, no
          Campus II, acompanhado
          pela vice-reitora Angela de
          Mendonça Engelbrecht, pelo                                                                                                                                         MORAL”.
          diretor da Faculdade de
          Medicina, José Espin Neto e
          outros diretores, professores                                                                                                                                                   Juarez Tavares, doutor em Direito,
          e funcionários.                                                                                                                                                               é subprocurador-geral da República.
16 a 29 de março/2009
                                                                  04                                                                                           Jornal da PU

   polêmica




Qual é a
base da sua
felicidade?                 FELICIDADE est
                                 Tema é objeto de
                               discussão da ciência,
                               Psicologia e Filosofia.
“Acredito que conquistar
os meus objetivos e
                              Até a Organização das
alcançar o sucesso
profissional é a base da      Nações Unidas (ONU)
minha felicidade.”
Luis Torres – Aluno do          reconhece o índice
2º ano da Faculdade
de Odontologia               Felicidade Interna Bruta
                             (FIB) como um medidor
                             do progresso de um país
                                                                            Raquel Lima
                                                            raquel.lima@puc-campinas.edu.br


                                 Foi o ateniense Sócrates (470-399 a.C.) quem




                             F
                             iniciou a discussão, há mais de dois mil anos.
“A minha felicidade é o      Mas hoje, em pleno século 21, a humanidade
meu jardim. Nos finais de    ainda busca respostas sobre a felicidade. O que
semana, passo mais de
três horas cuidando dele,    é, onde e como encontrá-la? Será que todos
faço isso há 20 anos.”       podem ser felizes? É possível atingir a felicida-
Ângela de Campos             de plena?
Trentin – Diretora da
Faculdade de Nutrição            A ciência já descobriu que a genética inter-
                             fere, sim, na felicidade de uma pessoa. “Pesquisas
                             já comprovaram que há genes que a favorecem.                           Acima, o
                             Esses genes, porém, não necessariamente tra-                        professor do
                             zem felicidade, mas oferecem o potencial para                         Centro de
                             que a pessoa seja feliz”, explicou o professor da                  Ciências da Vida
                                                                                                    (CCV) da
                             Faculdade de Biologia, do Centro de Ciências                       PUC-Campinas
                             da Vida (CCV) da PUC-Campinas, Edmilson                           Edmilson Ricardo
                             Ricardo Gonçalves.                                                  Gonçalves; ao
                                                                                               lado, o professor
                                 Por que isso ocorre? “Esses genes coman-                       da Faculdade de
“Escutar os problemas das    dam a produção de determinados neurotrans-                           Filosofia da
pessoas e ajudar da          missores, relacionados à sensação de bem-estar,                    PUC-Campinas
melhor maneira possível,     como a endorfina, que é liberada, por exemplo,                     Arlindo Ferreira
na base da conversa.”                                                                          Gonçalves Júnior e
Antonio Carlos Valota        quando comemos chocolate ou praticamos exer-                      acima, à direita, a
Francisco – Aluno            cícios físicos”, declarou. O que ainda falta, no                    professora da
do 1º ano da Faculdade
de Psicologia                entanto, é a identificação desses genes para o                      Faculdade de
                             aprofundamento dos estudos. “Temos 26 mil                          Psicologia Sofia
                                                                                                 Helena Porto
                             genes e não sabemos a função da metade deles”,                         Di Nucci
                             argumentou.
                                 A própria Psicologia se rendeu à felicidade.
                             Há cerca de 20 anos os estudos sobre senti-
                             mentos negativos, como a tristeza, a angústia e
                             a raiva, passaram a dividir espaço com a cha-
                             mada ‘Psicologia Positiva’, que tem como obje-
                             tivo analisar a relevância das emoções boas para
“A minha felicidade          o nosso equilíbrio físico e mental. “É de extre-
está na religião cristã e    ma importância que a Psicologia tenha a preo-
para alcançá-la é preciso
estar bem                    cupação com tais aspectos, buscando descrever
espiritualmente.”            as contingências que controlam as emoções
Andrius Sperque –                                                                             empenhando-se para realizá-los. À medida              como uma atividade de
Aluno do 2º ano da           positivas, tais como a felicidade, pois, ao fazê-
Faculdade de                 lo, estará ajudando na promoção de uma vida                      que o ambiente nos ensina a lidar desse modo          rado, associando-a com
Engenharia de                mais feliz e bem-sucedida”, disse Sofia Helena                   com nossas emoções e nos gratifica pelas con-         plação”, explicou.
Computação
                             Porto Di Nucci, professora da Faculdade de                       quistas que geram tais emoções, este tem papel             O professor de Filo
                             Psicologia, do CCV.                                              fundamental na construção da felicidade do ser        mação de Bertrand R
                                 É a partir da Psicologia que compreende-                     humano”.                                              várias noções filosófica
                             mos a influência do ambiente em que vivemos                                                                            feitas as necessidades vitais,
                             no nosso grau de felicidade. “Com Skinner, psi-                  Filosofia                                             de, para maioria dos hom
                             cólogo norte-americano, aprendemos que nos-                           Diversas reflexões sobre o tema já foram fei-    trabalho e de suas relações
                             sas emoções, tal como todos os comportamen-                      tas por diferentes filósofos, em momentos dis-             No entanto, Gonça
                             tos, são resultado de mecanismos que envol-                      tintos. De acordo com Arlindo Ferreira Gonçalves      uma importante contri
                             vem aspectos ontogenéticos e o ambiente.                         Júnior, professor da Faculdade de Filosofia da        temporânea, principalm
                             Portanto, ‘ser feliz’ é uma condição que apren-                  PUC-Campinas, dentre algumas concepções de            sua interpretação, está
“A minha felicidade está
em ajudar os jovens e        demos ao longo de nossa vida, com as pessoas                     felicidade presentes na antiguidade, a noção desen-   lógica, sobretudo ao co
crianças a resgatar          com quem convivemos e com as condições que                       volvida por Aristóteles (384 a 322 a.C.) é a que      felicidade como finalid
valores desgastados,
como a família e amigos.”    esse ambiente nos dispõe”, analisou. “A vivên-                   merece destaque para a história da filosofia.         “Daí, podemos compre
Adriana Angélica dos         cia da felicidade vem do aprendizado diário de                   “Aristóteles a faz reconhecer como sendo a pró-       a satisfação de estar cu
Santos - Funcionária                                                                                                                                entre tantos, mas o dev
do Departamento de           conhecer e expressar os desejos e sentimentos,                   pria realização de determinados bens, tais como
Serviços Gerais              construindo os próprios projetos de vida e                       a virtude e a sabedoria, e tende a identificá-la      os poros da existência”
UC-Campinas                                                                                                                                                16 a 29 de março/2009
                                                                                                    05




tá na pauta do dia                                                                                                                                         Qual é a
                                                                                                                                                           base da sua
                                                                                                                                                           felicidade?



                                                                                                                                     Fotos: Ricardo Lima




                                                                                                                                                           “Moro longe da minha
                                                                                                                                                           família, então, quando
                                                                                                                                                           volto pra casa tento ao
                                                                                                                                                           máximo aproveitar os
                                                                                                                                                           momentos juntos.”
                                                                                                                                                           Giullian de Castro –
                                                                                                                                                           Aluna do 2º ano da
                                                                                                                                                           Faculdade de Ciências
                                                                                                                                                           Biológicas




                                                                                                                                                           “Manter um bom
                                                                                                                                                           relacionamento no
                                                                                                                                                           trabalho e com a família e
                                                                                                                                                           ter tempo para atividades
                                                                                                                                                           como fotografia e
                                                                                                                                                           cinema.”
                                                                                                                                                           Lineu Fonseca –
                                                                                                                                                           Professor da Faculdade
                                                                                                                                                           de Medicina

                                                             FIB, O ÍNDICE DE FELICIDADE
                                                             A felicidade pode ajudar no desenvolvimento de
                                                             uma cidade ou país? Para o índice de Felicidade
                                                             Interna Bruta (FIB), sim. O conceito surgiu em
                                                             1972, no Butão, com o objetivo de permitir o
                                                             desenvolvimento social e econômico do país. O FIB
                                                             avalia questões como educação de qualidade,
                                                             bem-estar psicológico, grau de felicidade, proteção
                                                             ambiental, acesso à cultura, além dos Índices de                                              “Respeito é a base da
                                                             Desenvolvimento Humano (IDH) conforme                                                         minha felicidade. Assim
                                                                                                                                                           que passarmos a respeitar
                                                             preconizado pela Organização das Nações Unidas.                                               mais as pessoas e o mundo
                                                             Para o diretor adjunto da Faculdade de                                                        à nossa volta seremos mais
                                                             Administração, Francisco Prisco Neto, o FIB permite um despertar da                           felizes.”
                                                                                                                                                           Daniel Malhado – Aluno
                                                             conscientização da sociedade. “As pessoas terão uma nova visão sobre                          do 2º ano da Faculdade
                                                             desenvolvimento econômico e vão se dar conta dos danos que algumas atitudes                   de Medicina
                                                             podem causar para o país e para suas vidas”, explicou o professor.
                                                             Na França, o presidente Nicolas Sarkozy instituiu uma comissão visando a proposi-
                                                             ção de um indicador que exprima também a felicidade e danos ambientais. Na
                                                             Inglaterra está sendo desenvolvido um indicador que avalie a felicidade do planeta
                                                             (Happy Planet); a China está desenvolvendo o PIB verde, pois descobriram que o
                                                             PIB cresce em média 10 % ao ano, mas após os expurgos dos danos causados à
                                                             natureza e sociedade esse número cai para "0". Finalmente no Canadá as autorida-
                                                             des estão estudando indicadores que demonstrem não só o desenvolvimento
                                                             econômico, como o bem-estar das pessoas. Aqui, no Brasil, o FIB foi colocado em
                                                             prática na cidade de Angatuba e no mês de outubro de 2008, a cidade de São Paulo              “A felicidade começa
                                                             sediou a 1º Conferência Nacional sobre FIB.                                                   dentro de casa. A partir
                                                                                                                                                           disso, conquistamos
                                                                                                                                                           outras coisas que nos
e caráter racional e mode-           De acordo com a professora Sofia, para a            ser feita considerando esses três aspectos, não                   fazem bem.”
                                                                                                                                                           José Roberto Tessarollo
m a faculdade de contem-         Psicologia não há uma definição sobre o que é           adianta se focar em apenas um, como por exem-                     – Funcionário do
                                 felicidade, mas considerações sobre que condi-          plo, o prazer sem se atentar para os outros dois.”                Departamento de
                                                                                                                                                           Serviços Gerais
osofia escolheu uma afir-        ções produzem tal sentimento. Ela explicou              “Assim, podemos nos sentir felizes diante de algu-
Russel para sintetizar as        que, de acordo com o norte-americano Martin             mas situações gratificantes e prazerosas, mas tra-
 as atuais: “Uma vez satis-      Seligman (um dos expoentes da Psicologia Posi-          ta-se de um estado ou uma condição momentâ-
  a felicidade profunda depen-   tiva) a felicidade é a soma de três coisas dife-        nea”, completou.
mens, de duas coisas: de seu     rentes: prazer, engajamento e significado.
 s com os outros”.               Segundo ele, o prazer está relacionado a sensa-         “Impossível necessário”
alves Júnior ressaltou que       ções positivas como, por exemplo, as que as pes-            Na opinião do professor da Faculdade de
 ibuição da filosofia con-       soas costumam sentir no corpo quando estão              Filosofia, não é possível atingirmos a felicidade
 mente pela atualidade de        dançando uma boa música.                                plena. “Se eu considerar que a felicidade é aqui-
  na corrente fenomeno-              Já o engajamento, explicou ela, é caracteriza-      lo pelo qual designo a realização da pretensão de
                                                                                                                                                           “Está na convivência com
 ompreender a noção de           do pela ênfase no envolvimento que a pessoa tem         minha biografia, e considerando que sou um ser                    os amigos, poder contar
dade da vocação pessoal.         em relação à sua vida, é uma pessoa que tem uma         projetivo, lançado sempre adiante, não posso                      com eles para tudo,
                                                                                                                                                           desde resolver problemas
 eender a felicidade como        participação muito ativa na vida. “O significado        considerar a ideia de felicidade plena, uma vez que               ou mesmo um simples
umprindo não um dever            é nada mais do que a sensação de que nossa vida         me reinvento a cada instante e sou condenado a                    bate-papo.”
  ver que preenche todos         faz parte de algo que tem um significado maior.         isso”, disse. “Creio que a essência da felicidade                 Mariana Kry – Aluna do
                                                                                                                                                           1º ano da Faculdade de
”, explicou.                     Segundo esse cientista, a busca da felicidade deve      seja sua condição de ‘impossível necessário’.”                    Ciências Farmacêuticas
16 a 29 de março/2009
                                                                                          06                                                           Jornal da PUC-Campinas

   In loco



                                Universidade é
                              avaliada pelo MEC
                              Comissão de especialistas avalia as atividades da Universidade,
                                bem como sua infraestrutura e responsabilidade social
                                                                                 Ciça Toledo
                                                                 cicatoledo@puc-campinas.edu.br
                                                                                                  dêmico-administrativa, organizar e encaminhar ao MEC-INEP rela-
                                                                                                  tórios com os resultados dos processos avaliativos realizados pelos
            De 23 a 25 deste mês, a PUC-Campinas receberá a visita da                             diferentes setores, bem como divulgar dados e informações à comu-
        Comissão Externa de Avaliação Institucional, designada pelo Ministério                    nidade interna e externa.
        da Educação (MEC). Essa é a primeira vez que a Universidade é ava-                            Na PUC-Campinas, os trabalhos da CPA são apoiados pelo Núcleo
        liada institucionalmente por uma Comissão Externa. O objetivo da                          Técnico de Avaliação - NTA, que também organiza Boletins perió-
        visita in loco dos especialistas é avaliar a qualidade das atividades de                  dicos para divulgação da Avaliação Institucional e já publicou cinco
        Ensino, Pesquisa e Extensão desenvolvidas pela Universidade. Assim,                       números do Cadernos de Avaliação, visando socializar os resultados
        além das políticas que orientam as atividades-fim da PUC-Campinas,                        dos projetos de autoavaliação, realizados no âmbito do Programa de
        serão avaliadas outras dimensões da vida universitária, como, por                         Auto-avaliação Institucional - PROAVI.
        exemplo, as relações com a sociedade, a responsabilidade social, a                            Segundo o coordenador da CPA, professor Pe. José Benedito de
        infraestrutura de laboratórios e bibliotecas, os recursos humanos                         Almeida David, a Universidade tem longa tradição no que se refere
        docente e técnico-administrativo, bem como a gestão.                                      à avaliação. Em 2004, a CPA resgatou, sistematizou e organizou os pro-
            Esse processo de avaliação foi instituído pela Lei nº 10.861/04, que                  cessos avaliativos já desenvolvidos pela Universidade, integrando-os
        criou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES.                      às diretrizes do SINAES. O coordenador ressalta que essa trajetória
        A partir da publicação da Lei, foi constituída, naquele ano, a Comissão                   de avaliação conta com a contribuição de muitos professores, fun-
        Própria de Avaliação - CPA da PUC-Campinas.                                               cionários e alunos. “Ela confirma a busca permanente da PUC-
            A atribuição da CPA é coordenar todos os processos internos de                        Campinas para consolidar, com qualidade, sua identidade e missão
        avaliação das atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão e gestão aca-                      enquanto universidade católica e comunitária”, explica.

                                                                                                                          Ricardo Lima


                                                                                                                                                   VOCÊ SABIA?
                                                                                                                                         A PUC-Campinas tem longa tradição no
                                                                                                                                         que se refere à autoavaliação. Em 1984,
                                                                                                                                         apresentou na III Conferência de
                                                                                                                                         Educação, realizada em Niterói (RJ), os
                                                                                                                                         resultados de uma pesquisa que fez
                                                                                                                                         parte do projeto “A participação do aluno
                                                                                                                                         como base para a re-estruturação da
                                                                                                                                         Universidade”. Esta pesquisa, pioneira
                                                                                                                                         no país à época, envolveu cerca de 10 mil
                                                                                                                                         alunos e contribuiu de forma significativa
                                                                                                                                         com indicadores importantes para a
                                                                                                                                         elaboração e aprimoramento do Projeto
                                                                                                                                         Pedagógico Institucional.

                                                                                                                                         A PUC-Campinas participou
                                                                                                                                         voluntariamente, em 1994, do Programa
                                                                                                                                         de Avaliação Institucional das
                                                                                                                                         Universidades Brasileiras - PAIUB. A
                                                                                                                                         Universidade apresentou seu projeto
                                                                                                                                         de autoavaliação institucional, que foi
                                                                                                                                         aprovado pelo MEC. Esse projeto
                                                                                                                                         constituiu a base do Programa de
                                                                                                                                         Autoavaliação “Conhecer para
                                                                                                                                         Aprimorar”, que desde 1998 desenvolve,

Avaliação do ensino de graduação                                                                                   Reunião da
                                                                                                                   Comissão
                                                                                                                    Própria
                                                                                                                                         juntamente com todos os setores da
                                                                                                                                         Universidade, diferentes projetos de
                                                                                                                                         avaliação do Ensino, da Pesquisa, da
    A Pró-Reitoria de Graduação (PRO-            qualificação das atividades de ensino.                           de Avaliação
                                                                                                                   (CPA), da             Extensão e da gestão acadêmico-pedagógica.
GRAD) desenvolve, desde 2006, o projeto              Em 2008, além da avaliação feita pelos alu-                 PUC-Campinas
Avaliação do Ensino, que tem como objeti-        nos, também os professores puderam avaliar                                              O SINAES avalia as instituições, os cursos e
vo ouvir alunos e professores sobre a quali-     as condições de ensino, como salas de aula,                                             o desempenho dos estudantes por meio
dade de ensino da graduação, visando seu         bibliotecas, equipamentos e também aspec-                                               do Exame Nacional de Desempenho dos
constante aprimoramento. “Essa avaliação         tos do desenvolvimento curricular, como o                                               Estudantes - Enade, do processo de
configura-se como um processo pedagógico         Estágio e o Trabalho de Conclusão de Curso,                                             autoavaliação, da avaliação externa e da
de crescimento das pessoas e qualificação das    entre outros.                                                                           avaliação dos cursos de graduação.
práticas pedagógicas, tendo como foco prin-          “Hoje contamos com uma série históri-                                               Os resultados das avaliações permitem que
                                                                                                                                         seja traçado um verdadeiro raio X da
cipal a sala de aula”, explica o Pró-Reitor de   ca na avaliação realizada pelos alunos, com
                                                                                                                                         realidade dos cursos e das instituições de
Graduação, Germano Rigacci Junior.               uma média acima de 6.500 alunos que res-
                                                                                                                                         educação superior do País, tendo em vista
    Com um Grupo de Trabalho coordena-           pondem voluntariamente à avaliação, a cada                                              a melhoria de sua qualidade. Os processos
do pelo professor Arnaldo Lemos, a PRO-          semestre, de forma que podemos constatar                                                avaliativos são coordenados e
GRAD tem promovido, desde o início do            a importância dos resultados obtidos para o                                             supervisionados pela Comissão Nacional
processo, reuniões nos Centros e Faculdades,     redirecionamento de muitas questões peda-                                               de Avaliação da Educação Superior -
tanto para discussão dos instrumentos de ava-    gógicas nas Faculdades e Centros, bem como                                              Conaes. A operacionalização é de respon-
liação, quanto para socialização e discussão     uma importante contribuição para o                                                      sabilidade do Instituto Nacional de Estudos
dos resultados e encaminhamento de ações         Programa de Autoavaliação Institucional, o                                              e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira -Inep.
que possam superar dificuldades e avançar na     PROAVI”, explica.
Jornal da PUC-Campinas                                                                                                                                             16 a 29 de março/2009
                                                                                                   07




        Tenho na vida um tesôro
                                       MURAL                                                                                                                                      Fotos:Reprodução




        Que vale mais de que ôro:
        O meu liforme de côro,
        Pernêra, chapéu, gibão.
        Sou vaquêro destemido,
        Dos fazendêro querido,
        O meu grito é conhecido
        Nos campo do meu sertão.
                    (trecho do poema “O vaqueiro”)




           Seara do cordel do Ceará
                                                                      Ricardo Lima
                                                       ricardolima@puc-campinas.edu.br
                                                                                                Seu doutor me dê licença pra minha história contar.
                                                                                                Hoje eu tô na terra estranha, é bem triste o meu penar
                   O maior poeta popular do Brasil e da América                                 Mas já fui muito feliz vivendo no meu lugar.
               Latina, Patativa do Assaré, se estivesse vivo comple-                            Eu tinha cavalo bom e gostava de campear.
               taria cem anos, nascido na longínqua Serra de Santana,                           E todo dia aboiava na porteira do curral.
               a três léguas do município de Assaré, na região do                               (trecho do poema “Vaca estrela e boi fubá”)
               Cariri cearense. Ficou conhecido por seus versos de
               cordel, marcados pela oralidade rara, propagando e                        zia versos clássicos, com padrão erudito. “Considero
               preservando a consciência e o povo nordestino.                            o Patativa do Assaré um gênio da literatura por ser uma
                   Cantado em verso e prosa, Patativa (que é nome de                     pessoa que não teve muitas condições de estudo, mas
               um pássaro, de canto melacólico e triste) teve seus ver-                  adorava literatura e desde muito novo já proclamava
               sos musicados por grandes nomes da música brasilei-                       trechos da obra de Camões em praças", avalia.
Setembro passou, com outubro e novembro ra, como Luiz Gonzaga,                               No Ceará, uma das iniciativas para comemorar o
Já tamo em dezembro.
                                              Fagner, Chico Buarque e                    centenário do poeta foi a criação de um Museu
                                              pelo grupo pernambuca-                     Temático na casa em que morava Patativa (de taipa,
Meu Deus, que é de nós?
                                              no Cordel do Fogo En-                      chão batido, coberta com telhas artesanais), onde os
Assim fala o pobre do seco Nordeste,          cantado. O trabalho do
Com medo da peste,                                                                       visitantes podem ter contato com o mundo retrata-               Poetas niversitário,
                                              poeta ultrapassou as fron-                 do pelo poeta.
Da fome feroz.                                teiras do Brasil e foi estu-                                                                               Poetas de Cademia,
(trecho do poema “A triste partida”,
                                                                                             Em São Paulo, a Casa das Rosas traz uma pro-                De rico vocabularo
gravado por Luiz Gonzaga)
                                              dado na cadeira de                         gramação intensa com palestras, oficinas de literatu-
                                              Literatura Popular Uni-                                                                                    Cheio de mitologia;
                                                                                         ra de cordel, xilogravura e apresentação de repentis-
               versal, sob a regência do professor Raymond Cantel,                       tas. Informações: www.poiesis.org.br/casadasrosas/
                                                                                                                                                         Se a gente canta o que pensa,
               na Universidade de Sorbonne, na França, além de ser                                                                                       Eu quero pedir licença,
               homenageado pelo então presidente da República                                                                                            Pois mesmo sem português
               Fernando Henrique Cardoso, recebendo a medalha                                                                                            Neste livrinho apresento
               “José de Alencar”.                                                                                                                        O prazê e o sofrimento
                   Para a professora Teresa de Moraes, da Faculdade                                                                                      De um poeta camponês.
               de Letras, especialista em literatura brasileira, Patativa
                                                                                                                                                         (trecho do poema
               do Assaré era um gênio da literatura, porque produ-                                                                                       “Aos poetas clássicos)



  Festival de Quadrinhos >> No próximo dia 20, às 19h, a Fnac do Shopping Dom Pedro sediará o 1º Festival de Quadrinhos.
  O evento contará com a participação de caricaturistas, desenhistas, autores de histórias em quadrinhos e profissionais das diversas áreas
  dos cartuns. O Festival terá também a presença do ganhador do prêmio Salão Brasileiro, na categoria Mangá, realizado este ano.
16 a 29 de março/2009
                                                                                                          08                                                                     Jornal da PUC-Campinas

   História




      Museu do Futebol
   imortaliza paixão nacional                                                                                                                                                                   Fotos: Reprodução/Ricardo Lima

                                                                           Jornal da PUC-Campinas
                                                                            visita o local com uma
                                                                            aluna apaixonada pelo
                                                                           esporte e um estudante
                                                                            que não suporta ouvir
    PONTO DE VISTA                                                                falar de gol
                               Garrincha e Mazzola vestem uniforme                                                                 Pelé é aclamado no final               Na foto de 1910, público com
                               social da Seleção Brasileira de 1958                                                                da Copa de 70                          traje social assiste partida de futebol
                                                                                                                                                                                                           Fotos: Ricardo Lima
                                                                                 Du Paulino
                                                                 dupaulino@puc-campinas.edu.br


                                   A tensão é tanta que enrijece cada múscu-




                               A
                               lo. Um torpor pelo corpo denuncia o sangue
                               fervendo nas veias. As mãos suam frio. A gar-
De todos os museus que         ganta seca. O coração dispara. Tundum!
já visitei, o Museu do         Tundum! Tundum! E tudo culmina num êxta-
Futebol foi único na ques-
tão tecnologia e interati-     se incontrolável que dá vontade de gritar, pular,
vidade. Uma das partes         abraçar o amigo ou mesmo o desconhecido que
mais legais é onde se          estiver mais próximo. Se você é um torcedor
pode escolher um narra-
dor ou uma jogada para
                               apaixonado de futebol, certamente já viveu essas
assistir. Além do futebol,     emoções. A expectativa e a euforia da hora do
o Museu também mostra          gol. Ou a frustração do gol perdido. Pior, ain-
um pouco da história do        da: a decepção de perder o campeonato com o
Brasil e pequenas biogra-
fias de personagens            time jogando em casa.
importantes, como Di               Euforia e decepção são sentimentos repro-
Cavalcanti, Sérgio             duzidos nas salas Exaltação e Rito de Passagem,
Buarque de Holanda,
entre outros. Mas a            situadas do Museu do Futebol, que fica no
melhor parte é a das           Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho,                                                                                   vermelho, onde a bola responde aos movi-
Copas do Mundo, que            o Pacaembu, em São Paulo, e que o Jornal da
tem, além de fotos histó-
                                                                                                                                                              mentos dos pés. Outra possibilidade de colo-
ricas de jogadores e téc-
                               PUC-Campinas visitou no último dia 10 de                                                                                       car a habilidade à prova é bater um pênalti em
nicos, fotos de objetos e      março.                                                                                                                         um dispositivo onde se chuta uma bola real em
pessoas que faziam parte           Além da nossa equipe de reportagem,                                                                                        direção a uma trave virtual defendida, também,
da cultura popular da
época.
                               embarcaram nessa viagem pela história do fute-                                                                                 por um goleiro virtual. “A proposta do Museu
Ana Gabriela Pinesso           bol brasileiro dois alunos da Universidade. Ana                                                                                é dar ao visitante a possibilidade de participar
Prado, 3º ano de               Gabriela Pinesso Prado, estudante do 3º ano                                                                                    da história relatada no local, de poder tocar e inte-
Jornalismo                     da Faculdade de Jornalismo e Ademilson                                 No alto, Ana Gabriela e Ademilson conhecem              ragir realmente, situação que o brasileiro não está
                               Ramos, que cursa o 2º ano da Faculdade de                             uma das exposições do local; acima, tecnologia e
                                                                                                          interatividade são atrações do Museu                acostumado”, analisa a coordenadora do Núcleo
                               Arquitetura e Urbanismo (FAU).                                                                                                 de Ação Educativa do Museu, Larissa Foronda.
    PONTO DE VISTA                 Ana Gabriela é apaixonada por futebol e tor-                  prepara o público para o que está por vir. Na                    O futebol está arraigado não apenas na nos-
                               cedora fanática do Palmeiras. “O esporte repre-                   sala Anjos Barrocos imagens em tamanho natu-                 sa cultura, mas também na história recente do
                               senta minha relação com meu pai, porque foi                       ral de 25 jogadores lendários, representando o               país, seja nas paredes da sala que contam a tra-
                               ele quem me ensinou a gostar do esporte e me                      nosso futebol-arte, revezam-se em telas trans-               jetória do esporte, da sua vinda por Charles
                               incentivou a torcer pelo Palmeiras”,                              parentes que descem do teto e pairam sobre a                 Miller ao Brasil, em 1895, até a década de 30,
                               conta. Já Ramos não suporta ouvir                                       cabeça dos visitantes. Jogadores do passa-             ou na sala que rende homenagem a todas as
                               falar do esporte. Culpa do irmão                                                  do, como Pelé, Garrincha,                    Copas do Mundo, a história está lá, presente.
                               mais velho, um corintiano alucina-                                                 Djalma Santos, só pra citar                 Representada pelos costumes da época em que
                               do que assiste a todos os jogos exi-                                              alguns, dividem o espaço com                 o esporte era praticado pela alta sociedade e os
Eu, particularmente, não
gosto de futebol, mas, mes-    bidos na televisão. “É só passar qual-                                        craques mais atuais como Romário,                negros não podiam praticá-lo, ou retratada nas
mo assim, gostei muito do      quer jogo que ele monopoliza a tevê e ninguém                     Ronaldinho Gaúcho e o badaladíssimo Ronaldo                  mudanças sociais ocorridas no mundo enquan-
conteúdo que está disponí-     pode assistir a mais nada”, reclama.                              Fenômeno, cuja volta aos gramados é o maior                  to o Brasil se tornava o único país a participar
vel no Museu do Futebol,
porque pude entrar em
                                   Com 6.900 metros quadrados de área, divi-                     destaque da imprensa de todo o mundo, no                     de todas as Copas, a história sempre marcou
contato e relembrar de         dida em quatro pavimentos, o Museu do                             momento. Os grandes craques e suas jogadas                   presente no Museu do Futebol.
momentos que marcaram          Futebol foi inaugurado em outubro de 2008 e                       geniais ainda vão encantar o visitan-                             E foi justamente a história que mais cha-
época e ficaram escondidos     é o resultado de uma parceria entre a Fundação
no subconsciente, como o                                                                         te por vários espaços do Museu.                                             mou a atenção dos nossos convi-
sucesso imediato dos           Roberto Marinho e os governos municipal e                             Além dos ídolos que ajudaram a                                               dados, na visita. Ana Gabriela
Mamonas Assassinas, a          estadual de São Paulo. Desde então, cerca de 145                  construir a nossa história futebolís-                                            gostou da história das Copas.
velocidade inalcançável de     mil pessoas já conheceram a estrutura cons-
Ayrton Senna, além de                                                                            tica, também entram em campo a                                                  “Porque todo brasileiro adora
conhecer fatos que aconte-     truída embaixo das arquibancadas do Pacaembu,                     tecnologia e a interatividade no Museu                               acompanhar Copa do Mundo”, justifi-
ceram muito antes do meu       em uma área até então obsoleta do estádio.                        do Futebol. E a tabelinha entre as duas permi-               ca. E Ramos se interessou pelos aspectos his-
próprio nascimento e               Na entrada, a sala chamada de Grande Área
poder traçar um paralelo
                                                                                                 te ao visitante escolher e assistir aos gols prefe-          tóricos que relacionam o esporte e a sociedade.
com o que acontecia no
                               rende homenagens ao torcedor com                                       ridos de alguns fãs famosos do esporte, além            “Gostei de ver que o futebol serviu para redu-
mundo e no                     a exposição de cerca de 480 repro-                                            de ouvir jogadas memoráveis narra-               zir os preconceitos raciais”, revela.
futebol.Também tomei           duções ampliadas de diversos obje-                                                  das por alguns dos principais                  Futebol é um esporte feito de números:
ciência de quando uma
jogada está impedida ou
                               tos que materializam a paixão do                                                     locutores esportivos da histó-            gols, recordes, regras, pontos ou títulos. Você
não – coisa que nunca con-     brasileiro pelo esporte: flâmulas, ban-                                             ria e relembrar dribles, defesas           sabia, por exemplo, que a maior goleada em
segui entender. Ainda conti-   deiras, cartazes, chaveiros e outros                                            e gols, muitos gols. T ambém é pos-            um jogo oficial foi aplicada pelo Botafogo no
nuo não gostando de fute-      tantos apetrechos e adereços. Para recepcionar
bol, mas a visita ao Museu                                                                       sível fazer de conta que se é um craque e ten-               Mangueira, pelo Campeonato Carioca de 1909?
foi algo novo, que, com cer-   o público, ninguém menos que o Rei Pelé. O                        tar balançar as redes, seja jogando em pimbo-                Na ocasião, o time alvinegro fez 24 gols no
teza, valeu muito a pena.      futebol que nasce nos pés descalços nas pela-                     lins que simulam os principais esquemas táti-                adversário e não levou nenhum. Curiosidades
Ademilson Ramos, 2º            das jogadas nos campos de terra, de grama ou
ano de Arquitetura e                                                                             cos usados no futebol ou em minicampos pro-                  que também podem ser encontradas no Museu
Urbanismo                      no asfalto é retratado na seção Pé na Bola, que                   jetados no chão, dotados com sensores de infra-              Futebol.

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Jornal da PUC-Campinas_março2009

  • 1. Ano V - Número 82 Informativo quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de Campinas 16 a 29 de março/2009 www.puc-campinas.edu.br Fotos: Ricardo Lima Essa tal felicidade... A felicidade está na pauta das discussões de cientistas, psi- cólogos e filósofos. Até a Organização das Nações Unidas soa; a Psicologia reconhece a influência do ambiente na con- dição de ‘ser feliz’ e diversas reflexões sobre o tema já foram (ONU) reconhece como um medidor do progresso de um feitas por diferentes filósofos, em momentos distintos. Mas país o índice Felicidade Interna Bruta (FIB). A ciência já em um ponto os pesquisadores são unânimes: cada um tem descobriu que a Genética interfere na felicidade de uma pes- sua base para a felicidade. Páginas 04 e 05 Museu do Futebol MURAL PATATIVA DO ASSARÉ: 100 ANOS O maior poeta popular do Brasil e Os alunos Ana Gabriela Pinesso da América Latina, Prado, da Faculdade de Jorna- o cearense Patativa lismo e Ademilson Ramos, da do Assaré, Faculdade de Arquitetura e completaria cem Urbanismo (FAU) visitaram o anos se estivesse novo Museu do Futebol, loca- lizado no Estádio do Pacaembu, vivo. Cantado em em São Paulo, com a equipe de verso e prosa, reportagem do Jornal da Patativa teve seus PUC-Campinas. O local, que versos musicados por grandes nomes da mescla a tecnologia e a intera- música brasileira, como Luiz Gonzaga, tividade, conta a história do fute- Fagner, Chico Buarque e pelo grupo bol brasileiro, que faz parte da pernambucano Cordel do Fogo cultura do país. Página 08 Encantado. Página 07 De 23 a 25 deste mês, uma Comissão Externa de Avaliação Institucional do MEC visitará a PUC-Campinas. Página 06
  • 2. 16 a 29 de março/2009 02 Jornal da PUC-Campinas Editorial Cultura autoritária alimenta a impunidade alar da impunidade é falar de um problema que vivenciamos no coti- constitui característica de nossa formação social. O fenômeno do coronelismo, F diano. Não só porque parece “faltar” algo quando os meios de comu- nicação não nos mostram algum fato novo, mas, sobretudo, porque sentimos na carne a lentidão da justiça quando se trata de lidar com os pobres e na sua presteza em acudir os poderosos. Mais ainda: uma lenti- dão posta a serviço dos que têm meios de garantir indefinidamente a trami- a política da troca de favores, do apadrinhamento contribuíram para, de for- ma velada, ocultar o braço do forte que oprime o fraco. A opressão aparece sob a marca do favor. Marco de uma cultura autoritária. Torna os poderosos cio- sos de sua dignidade e certos de sua impunidade. Não fora isso o que levaria a norte-americana Dorothy Stang, religiosa de 78 anos, desarmada, a cami- tação dos processos de que são vítimas. E, se condenados, as garantias de nho de seu trabalho com os pobres, a ser morta por pistoleiros? Uma visão “prisão especial”, de habeas corpus, fatos tão corriqueiros que levam a um moralista pode reduzir isso à crueldade e até mesmo a desvios comportamen- descrédito generalizado nas instituições, mais especificamente naquelas liga- tais, explicáveis por uma psicologia de manual. E, anos depois, nenhum dos das à justiça. Há também uma espécie de reação. A sociedade organizada responsáveis estar preso? consegue assegurar direitos antes inimagináveis. Os meios de comunicação Costuma-se ver no Livro de Jó uma espécie de convite à aceitação da "impu- vivem dos anunciantes – poderosos – mas, para assegurar a fidelidade do nibilidade", um elogio à paciência, mesmo quando a vida pessoal e social não leitor, dão espaço à defesa do consumidor. Também faz parte da realidade justifica qualquer espécie de castigo. Antonio Negri, intelectual, ex-militante da uma reação surda presente em ditos populares, como aquele dito no Brasil luta armada na Itália nos anos 70, redescobre Jó. Um homem que não con- que só vão presos os pobres, negros e prostitutas. E aqueles que dão de ombros funde existência e destino. Face à prova a que é submetido por Deus, Jó não se quando injustiçados, pois sabem, de antemão, que perderão tempo, saúde arrepende, não se retrata, não se justifica. Redescobre-se a si mesmo no momen- com carimbos, atestados, documentos, provas. Resignar-se como tentativa de to em que se defronta com o infinito e o santo do qual é criatura: é colhido por manter a sanidade. sua finitude ao receber a revelação de um infinito. O que temos aqui é um dos retratos da sociedade de classes, suficiente para O poeta espanhol Rafael Alberti faz uma leitura política dos aparentemente levar muitas pessoas a verem a Constituição Brasileira, que preconiza como fun- impunes. Sua situação de impunidade assemelha-se à morte. Homenageando damento a igualdade de todos perante a lei, como ideologia em estado puro. O o poeta Pablo Neruda, diz dos ditadores: “No morireis, cuervos sangrientos de risco dessa visão é ignorar que essa afirmação fundante é a garantia que, no sangrientas uñas; no morireis porque estais muertos !” mínimo, permite lutar por garantias e conquistas, ainda que pequenas. Padre Wilson Denadai Uma longa tradição histórico-cultural, marcada por um viés autoritário, Reitor da PUC-Campinas Notas Professor da PUC-Campinas Comissão Europeia quer Agenda recebe título de Pesquisador Sênior pelo CNPq atrair jovens brasileiros Fotos: Ricardo Lima O professor e assessor da Pró-Reitoria de Graduação da A Comissão Europeia escolheu o Brasil como foco 16 a 26/03 PUC-Campinas, Newton César Balzan, recebeu, no mês de do programa educacional “Study in Europe”, em Período de inscrição fevereiro, do Conselho Nacional de Desenvolvimento 2009. O objetivo é atrair os jovens brasileiros às ins- para o Processo Científico e Tecnológico (CNPq), o título de Pesquisador tituições de ensino superior de 32 países europeus, Seletivo do Crédito Sênior, considerado o grau máximo da carreira de pesquisa- como Reino Unido, França, Portugal, Islândia, Educativo APLUB dor. Recebem o título apenas os pesquisadores que tenham Lituânia e República Checa, entre outros. No ano 17/03 uma constante produção científica em sua área de atuação e passado, mais de 12 mil brasileiros estudaram em Divulgação do crono- mais de 10 anos de carreira como pesquisador na categoria 1- universidades europeias. Criado em 2007, o “Study grama das atividades de A, considerado o mais alto nível de pesquisa do CNPq. in Europe” é um projeto destinado a jovens de todo Monitoria para o 2º Com a nova denominação, o professor terá seu título o mundo, embora, neste momento, o foco da semestre de 2009 renovado a cada seis anos, além de continuar como avaliador Comissão Europeia sejam os países que compõem 19/03 de projetos e pedidos de bolsa. De acordo com o docente, o o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). A opção Reunião do CONSUN novo cargo é um reconhecimento do trabalho como pesqui- deve-se pelo fato de que essas nações apresentam sador. “É um passo importante, porque a carreira como pes- potencial econômico e um grande número de estu- 23/03 quisador exige muita dedicação”, afirmou o professor. dantes. No ano passado, o alvo foi a Rússia e, em Início das atividades de A carreira de Balzan como pesquisador no CNPq começou em 1986, mas desde 1975 ele orienta teses, disser- 2009, as atenções se voltam para o Brasil. Iniciação à Extensão tações, trabalhos científicos e teve textos publicados em livros e revistas acadêmicas. Formado na área de Ciências O programa “Study in Europe” será oficialmente 27/03 Humanas (Geografia e História) pela Universidade de São Paulo (USP), ele fez seu doutorado em Educação na USP apresentado no Brasil durante a ExpoBelta, tra- Data-limite para e UNESP e seu pós-doutorado na Universidade de Boston, nos Estados Unidos. dicional feira de educação, que ocorre de 27 a pedido de trancamento Há 22 anos como professor da PUC-Campinas, Balzan sempre dedicou suas pesquisas a temas relacionados à 29 de março, na capital paulista. Mais informa- de matrícula dos alunos avaliação de ensino superior, avaliação institucional e formação de professores. Além de ser professor titular da PUC- ções podem ser obtidas por meio do site www.stu- dos cursos de Graduação e dos Campinas, ele é docente aposentado pela Unicamp. Para o professor, títulos como o do CNPq são um incentivo dy-in-europe.org. Nesse espaço, os interessados cursos dos Programas para a pesquisa no país. “O Brasil precisa de pesquisa em muitas áreas básicas, com destaque à área educacional. As encontram, em português, dados sobre os paí- de Pós-Graduação pesquisas dão vida ao ensino em salas de aulas e laboratórios, exigem muita reflexão, atualização permanente e dedi- ses participantes, as universidades e o que é stricto sensu cação por parte do pesquisador”, disse. necessário para viver e estudar no exterior. Professor de Filosofia lança livro de Missa dos Universitários Desenvolvimento regional elaboração de projetos e monografias No próximo dia 29, às 19 horas, será realizada é tema de palestra O professor da Faculdade de Filosofia e Direito a Missa dos Universitários da Paróquia Divino Salvador, presidida pelo padre João Batista A Faculdade de Ciências Econômicas da e coordenador do Núcleo de Pesquisa, do PUC-Campinas realiza no dia 20 de março a Centro de Ciências Humanas Sociais Aplicadas Cesário, da Pastoral Universitária da PUC- Campinas. Na ocasião, serão homenageados palestra “A discussão sobre a importância do (CCHSA) da PUC-Campinas Samuel Men- desenvolvimento regional no processo de desenvol- donça lança este mês o livro ‘Projeto e os alunos que ganharam o concurso para cria- ção do cartaz da Campanha da Fraternidade vimento econômico nacional”. Ministrada pela Monografia Jurídica’, que, na sua 4ª edição, está 2009 e os professores orientadores da Agência diretora do Instituto de Pesquisa Econômica totalmente atualizado. A publicação tem como Experimental (Agex), da Faculdade de Aplicada (Ipea), Liana Maria da Frota Carleial, a objetivo orientar os estudantes de Direito e Publicidade e Propaganda, do Centro de palestra tem como objetivo discutir a importância também os da área de Ciências Humanas na ela- Linguagem e Comunicação (CLC), da do desenvolvimento regional para a economia boração de projetos. Entre os temas abordados pelo livro estão normas técnicas da ABNT e discussões relativas à teoria do conhecimen- PUC-Campinas. A Igreja está localizada na nacional. O evento será realizado no Auditório to. O livro já está à venda no site www.millenniumeditora.com.br e custa R$ 22,00. Avenida Júlio de Mesquita, 126, Cambuí. Dom Gilberto, no Campus I, às 19h30. Expediente Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Wagner José de Mello, Rogério Bazi e Sílvia Regina Machado de Campos; Coordenador do Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Editora - Ciça Toledo (MTb. 14.181); Repórteres - Adriana Furtado, Ana Paula Souza e Raquel Lima; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3343-7147 e 3343-7674. E-mail: jornaldapuc@puc-campinas.edu.br
  • 3. Jornal da PUC-Campinas 16 a 29 de março/2009 03 Opinião Um basta à impunidade Dalmo de Abreu Dallari “É tempo de se iniciar ca sobre os delitos e as penas, observa que, mais do que a intensidade da pena, o que importa é a ros de sua impunidade e, por isso, persistem nas práticas ilegais e altamente prejudiciais aos o ponto de vista jurídico, a punição uma intensa campanha certeza da punição, que pode desencorajar a rein- interesses do povo brasileiro. É tempo de se D não é um ato de vingança ou um cas- tigo, mas sim um ato de justiça. Para que se caracterize a punição e para que ela não de âmbito nacional pela punição dos cidência. Em sentido oposto, haverá incentivo à prática de novos crimes se o autor e outros que pretenderem seguir o mesmo caminho tiverem iniciar uma intensa campanha de âmbito nacio- nal pela punição dos corruptos, envolvendo- se nessa campanha os mais diversos segmen- se confunda com alguma forma de violência corruptos, envolvendo-se a certeza de que em relação a eles estará garan- tos da população, órgãos da grande imprensa contra a pessoa humana, é indispensável que tida a impunidade. e também autoridades que prezem sua digni- sejam atendidos vários pressupostos, como a nessa campanha os Tudo isso merece especial atenção no Brasil dade, tenham verdadeiro espírito público e não existência de regras jurídicas previamente esta- mais diversos segmentos de hoje pela ocorrência de práticas flagrantemente fiquem intimidadas pela força econômica ou belecidas que deem a base legal para o exer- ilegais e obviamente antissociais, cujos autores, política dos corruptos. Quem tem o direito de cício, com legitimidade do direito de punir. Mas da população, órgãos escudados no poder econômico ou encastelados punir tem também o dever de impedir a impu- é importante acrescentar que, observados os da grande imprensa e em altos postos da vida pública e protegidos por nidade dos que menosprezam o direito, os pressupostos legais, a punição, além de ser um autoridades e agremiações políticas coniventes, interesses e a dignidade do povo brasileiro. direito, é uma obrigação, não uma faculdade também autoridades têm a convicção de gozarem do privilégio da mais da autoridade que tem competência legal para que prezem sua absoluta impunidade. Essas ilegalidades manifes- Arquivo pessoal punir os faltosos. Não pode a autoridade públi- tas ocorrem em contratações por órgãos públi- ca, a seu arbítrio, conceder privilégios de qual- dignidade…” cos, assim como na distribuição de recursos públi- quer espécie, criando uma categoria de crimi- cos por critérios imorais e ilegais, visando, antes nosos privilegiados e deixando de cumprir sua dano imediato a todo o povo, mas, além disso, de tudo e sem qualquer consideração pelo inte- obrigação de punir. causa também um prejuízo indireto pela des- resse público, o favorecimento de amigos, paren- Um ponto essencial que deve ser ressal- moralização das instituições e pelo desvio ilegal tes e sócios na distribuição dos recursos. Isso tam- tado para que se perceba que a impunidade de recursos que deveriam ser usados no atendi- bém ocorre na prática de fraudes financeiras, de prejudica direitos de todo o povo é que o direi- mento de necessidades essenciais da população. contrabando e de sonegação fiscal. Muitas denún- to de punir não decorre de alguma convicção Assim, pois, existe interesse social na punição dos cias dessas ilegalidades, apesar de bem fundadas, política específica ou dos interesses de algum faltosos, o que torna necessária a punição quan- são sufocadas pelos que têm o dever de punir os governo, mas está sempre ligado a um inte- do ocorrer uma hipótese em que ela é cabível. corruptos. E os autores, às vezes protegidos e resse social. Com efeito, aquele que pratica ato Cabe lembrar aqui a lição do grande jurista italia- auxiliados por agentes públicos da mais elevada Dalmo de Abreu Dallari é jurista e professor Emérito da Faculdade de Direito da ilegal em prejuízo do interesse público causa um no Cesare Beccaria, quando, na sua obra clássi- posição hierárquica, estão absolutamente segu- Universidade de São Paulo Galeria O QUE VOCÊ ACHA QUE DEVE SER FEITO PARA ACABAR COM A IMPUNIDADE NO BRASIL? Fotos: Ricardo Lima “O que vale na hora “Creio que poderia “É difícil pensar “Penso que de votar, para a haver leis que em acabar com a faltam exemplos maioria das pessoas, acompanhassem de impunidade, para os jovens, é a aparência do perto o trabalho porque existe todo tanto por parte candidato. E se o dos parlamentares, um sistema que dos pais, quanto político tiver uma para que fique mais impede. Mas da parte política boa apresentação e difícil de se praticar acredito que as desse País. É retórica, fica mais a corrupção. pessoas deveriam necessário que fácil manipular as Acredito que a pesquisar mais os jovens tenham pessoas. Nesse população deveria sobre a vida dos bons exemplos, caso, é difícil conter a impunidade política, já ser mais participati- candidatos, na época das eleições, para observar para que nosso que há muitos corruptos no governo.” va na escolha dos políticos.” o caráter de quem estão votando.” povo seja mais honesto.” Marcelo Magalhães - Aluno do Nayla Toretta – Aluna do 4º ano da Fabiano Facio – Aluno do 1º ano da Márcia Miranda – Assistente Administrativa 2º ano da Faculdade de Filosofia Faculdade de Jornalismo Faculdade de Publicidade e Propaganda do Comitê de Ética da PUC-Campinas “O Brasil deveria “A questão da “A partir do momento “Acho que o investir mais em impunidade que se cumpram as leis primeiro passo cultura, para que refere-se a um existentes e os direitos é criar uma a população modelo de estado e deveres de toda a consciência tivesse mais ineficiente, que age população, de maneira política para que conhecimento e, com distinção de justa e igualitária, as pessoas assim, mais classes na hora já estaremos descubram o argumentos e de cobrar combatendo a que é ser poder de palavra cumprimento de impunidade. Acredito cidadão e, para exigir uma leis. Fazer com que que a mídia tem um assim, fiquem postura ética dos políticos.” todos sigam as leis igualitariamente é uma forma papel fundamental na fiscalização das conscientes de seus direitos e deveres para Marcos Antônio Souza – Funcionário de combater a impunidade.” atividades do poder público.” com a comunidade que vivem.” da PUC-Campinas e aluno Geisa Mendes – Professora da Paulo Lot Júnior – Professor da Orlanda Dias Rodrigues – Aluna da de Engenharia Elétrica Faculdade de Pedagogia Faculdade de Administração Faculdade de Filosofia AULA MAGNA - O senador da República Fotos: Ricardo Lima O “O critério Pedro Simon (PMDB-RS) esteve, no dia 9 de março, na PUC-Campinas para ministrar no Auditório Dom DA Gilberto, no Campus I, a Aula Magna 2009, que marca o início do ano letivo da Universidade. A aula teve IMPUNIDADE como tema a Campanha da Fraternidade 2009, que é “A paz é fruto da justiça”. No mesmo dia, o senador não É visitou o Centro de Ciências da Vida (CCV) e o Hospital e Maternidade Celso Pierro da jurídico, é Imagem PUC-Campinas, no Campus II, acompanhado pela vice-reitora Angela de Mendonça Engelbrecht, pelo MORAL”. diretor da Faculdade de Medicina, José Espin Neto e outros diretores, professores Juarez Tavares, doutor em Direito, e funcionários. é subprocurador-geral da República.
  • 4. 16 a 29 de março/2009 04 Jornal da PU polêmica Qual é a base da sua felicidade? FELICIDADE est Tema é objeto de discussão da ciência, Psicologia e Filosofia. “Acredito que conquistar os meus objetivos e Até a Organização das alcançar o sucesso profissional é a base da Nações Unidas (ONU) minha felicidade.” Luis Torres – Aluno do reconhece o índice 2º ano da Faculdade de Odontologia Felicidade Interna Bruta (FIB) como um medidor do progresso de um país Raquel Lima raquel.lima@puc-campinas.edu.br Foi o ateniense Sócrates (470-399 a.C.) quem F iniciou a discussão, há mais de dois mil anos. “A minha felicidade é o Mas hoje, em pleno século 21, a humanidade meu jardim. Nos finais de ainda busca respostas sobre a felicidade. O que semana, passo mais de três horas cuidando dele, é, onde e como encontrá-la? Será que todos faço isso há 20 anos.” podem ser felizes? É possível atingir a felicida- Ângela de Campos de plena? Trentin – Diretora da Faculdade de Nutrição A ciência já descobriu que a genética inter- fere, sim, na felicidade de uma pessoa. “Pesquisas já comprovaram que há genes que a favorecem. Acima, o Esses genes, porém, não necessariamente tra- professor do zem felicidade, mas oferecem o potencial para Centro de que a pessoa seja feliz”, explicou o professor da Ciências da Vida (CCV) da Faculdade de Biologia, do Centro de Ciências PUC-Campinas da Vida (CCV) da PUC-Campinas, Edmilson Edmilson Ricardo Ricardo Gonçalves. Gonçalves; ao lado, o professor Por que isso ocorre? “Esses genes coman- da Faculdade de “Escutar os problemas das dam a produção de determinados neurotrans- Filosofia da pessoas e ajudar da missores, relacionados à sensação de bem-estar, PUC-Campinas melhor maneira possível, como a endorfina, que é liberada, por exemplo, Arlindo Ferreira na base da conversa.” Gonçalves Júnior e Antonio Carlos Valota quando comemos chocolate ou praticamos exer- acima, à direita, a Francisco – Aluno cícios físicos”, declarou. O que ainda falta, no professora da do 1º ano da Faculdade de Psicologia entanto, é a identificação desses genes para o Faculdade de aprofundamento dos estudos. “Temos 26 mil Psicologia Sofia Helena Porto genes e não sabemos a função da metade deles”, Di Nucci argumentou. A própria Psicologia se rendeu à felicidade. Há cerca de 20 anos os estudos sobre senti- mentos negativos, como a tristeza, a angústia e a raiva, passaram a dividir espaço com a cha- mada ‘Psicologia Positiva’, que tem como obje- tivo analisar a relevância das emoções boas para “A minha felicidade o nosso equilíbrio físico e mental. “É de extre- está na religião cristã e ma importância que a Psicologia tenha a preo- para alcançá-la é preciso estar bem cupação com tais aspectos, buscando descrever espiritualmente.” as contingências que controlam as emoções Andrius Sperque – empenhando-se para realizá-los. À medida como uma atividade de Aluno do 2º ano da positivas, tais como a felicidade, pois, ao fazê- Faculdade de lo, estará ajudando na promoção de uma vida que o ambiente nos ensina a lidar desse modo rado, associando-a com Engenharia de mais feliz e bem-sucedida”, disse Sofia Helena com nossas emoções e nos gratifica pelas con- plação”, explicou. Computação Porto Di Nucci, professora da Faculdade de quistas que geram tais emoções, este tem papel O professor de Filo Psicologia, do CCV. fundamental na construção da felicidade do ser mação de Bertrand R É a partir da Psicologia que compreende- humano”. várias noções filosófica mos a influência do ambiente em que vivemos feitas as necessidades vitais, no nosso grau de felicidade. “Com Skinner, psi- Filosofia de, para maioria dos hom cólogo norte-americano, aprendemos que nos- Diversas reflexões sobre o tema já foram fei- trabalho e de suas relações sas emoções, tal como todos os comportamen- tas por diferentes filósofos, em momentos dis- No entanto, Gonça tos, são resultado de mecanismos que envol- tintos. De acordo com Arlindo Ferreira Gonçalves uma importante contri vem aspectos ontogenéticos e o ambiente. Júnior, professor da Faculdade de Filosofia da temporânea, principalm Portanto, ‘ser feliz’ é uma condição que apren- PUC-Campinas, dentre algumas concepções de sua interpretação, está “A minha felicidade está em ajudar os jovens e demos ao longo de nossa vida, com as pessoas felicidade presentes na antiguidade, a noção desen- lógica, sobretudo ao co crianças a resgatar com quem convivemos e com as condições que volvida por Aristóteles (384 a 322 a.C.) é a que felicidade como finalid valores desgastados, como a família e amigos.” esse ambiente nos dispõe”, analisou. “A vivên- merece destaque para a história da filosofia. “Daí, podemos compre Adriana Angélica dos cia da felicidade vem do aprendizado diário de “Aristóteles a faz reconhecer como sendo a pró- a satisfação de estar cu Santos - Funcionária entre tantos, mas o dev do Departamento de conhecer e expressar os desejos e sentimentos, pria realização de determinados bens, tais como Serviços Gerais construindo os próprios projetos de vida e a virtude e a sabedoria, e tende a identificá-la os poros da existência”
  • 5. UC-Campinas 16 a 29 de março/2009 05 tá na pauta do dia Qual é a base da sua felicidade? Fotos: Ricardo Lima “Moro longe da minha família, então, quando volto pra casa tento ao máximo aproveitar os momentos juntos.” Giullian de Castro – Aluna do 2º ano da Faculdade de Ciências Biológicas “Manter um bom relacionamento no trabalho e com a família e ter tempo para atividades como fotografia e cinema.” Lineu Fonseca – Professor da Faculdade de Medicina FIB, O ÍNDICE DE FELICIDADE A felicidade pode ajudar no desenvolvimento de uma cidade ou país? Para o índice de Felicidade Interna Bruta (FIB), sim. O conceito surgiu em 1972, no Butão, com o objetivo de permitir o desenvolvimento social e econômico do país. O FIB avalia questões como educação de qualidade, bem-estar psicológico, grau de felicidade, proteção ambiental, acesso à cultura, além dos Índices de “Respeito é a base da Desenvolvimento Humano (IDH) conforme minha felicidade. Assim que passarmos a respeitar preconizado pela Organização das Nações Unidas. mais as pessoas e o mundo Para o diretor adjunto da Faculdade de à nossa volta seremos mais Administração, Francisco Prisco Neto, o FIB permite um despertar da felizes.” Daniel Malhado – Aluno conscientização da sociedade. “As pessoas terão uma nova visão sobre do 2º ano da Faculdade desenvolvimento econômico e vão se dar conta dos danos que algumas atitudes de Medicina podem causar para o país e para suas vidas”, explicou o professor. Na França, o presidente Nicolas Sarkozy instituiu uma comissão visando a proposi- ção de um indicador que exprima também a felicidade e danos ambientais. Na Inglaterra está sendo desenvolvido um indicador que avalie a felicidade do planeta (Happy Planet); a China está desenvolvendo o PIB verde, pois descobriram que o PIB cresce em média 10 % ao ano, mas após os expurgos dos danos causados à natureza e sociedade esse número cai para "0". Finalmente no Canadá as autorida- des estão estudando indicadores que demonstrem não só o desenvolvimento econômico, como o bem-estar das pessoas. Aqui, no Brasil, o FIB foi colocado em prática na cidade de Angatuba e no mês de outubro de 2008, a cidade de São Paulo “A felicidade começa sediou a 1º Conferência Nacional sobre FIB. dentro de casa. A partir disso, conquistamos outras coisas que nos e caráter racional e mode- De acordo com a professora Sofia, para a ser feita considerando esses três aspectos, não fazem bem.” José Roberto Tessarollo m a faculdade de contem- Psicologia não há uma definição sobre o que é adianta se focar em apenas um, como por exem- – Funcionário do felicidade, mas considerações sobre que condi- plo, o prazer sem se atentar para os outros dois.” Departamento de Serviços Gerais osofia escolheu uma afir- ções produzem tal sentimento. Ela explicou “Assim, podemos nos sentir felizes diante de algu- Russel para sintetizar as que, de acordo com o norte-americano Martin mas situações gratificantes e prazerosas, mas tra- as atuais: “Uma vez satis- Seligman (um dos expoentes da Psicologia Posi- ta-se de um estado ou uma condição momentâ- a felicidade profunda depen- tiva) a felicidade é a soma de três coisas dife- nea”, completou. mens, de duas coisas: de seu rentes: prazer, engajamento e significado. s com os outros”. Segundo ele, o prazer está relacionado a sensa- “Impossível necessário” alves Júnior ressaltou que ções positivas como, por exemplo, as que as pes- Na opinião do professor da Faculdade de ibuição da filosofia con- soas costumam sentir no corpo quando estão Filosofia, não é possível atingirmos a felicidade mente pela atualidade de dançando uma boa música. plena. “Se eu considerar que a felicidade é aqui- na corrente fenomeno- Já o engajamento, explicou ela, é caracteriza- lo pelo qual designo a realização da pretensão de “Está na convivência com ompreender a noção de do pela ênfase no envolvimento que a pessoa tem minha biografia, e considerando que sou um ser os amigos, poder contar dade da vocação pessoal. em relação à sua vida, é uma pessoa que tem uma projetivo, lançado sempre adiante, não posso com eles para tudo, desde resolver problemas eender a felicidade como participação muito ativa na vida. “O significado considerar a ideia de felicidade plena, uma vez que ou mesmo um simples umprindo não um dever é nada mais do que a sensação de que nossa vida me reinvento a cada instante e sou condenado a bate-papo.” ver que preenche todos faz parte de algo que tem um significado maior. isso”, disse. “Creio que a essência da felicidade Mariana Kry – Aluna do 1º ano da Faculdade de ”, explicou. Segundo esse cientista, a busca da felicidade deve seja sua condição de ‘impossível necessário’.” Ciências Farmacêuticas
  • 6. 16 a 29 de março/2009 06 Jornal da PUC-Campinas In loco Universidade é avaliada pelo MEC Comissão de especialistas avalia as atividades da Universidade, bem como sua infraestrutura e responsabilidade social Ciça Toledo cicatoledo@puc-campinas.edu.br dêmico-administrativa, organizar e encaminhar ao MEC-INEP rela- tórios com os resultados dos processos avaliativos realizados pelos De 23 a 25 deste mês, a PUC-Campinas receberá a visita da diferentes setores, bem como divulgar dados e informações à comu- Comissão Externa de Avaliação Institucional, designada pelo Ministério nidade interna e externa. da Educação (MEC). Essa é a primeira vez que a Universidade é ava- Na PUC-Campinas, os trabalhos da CPA são apoiados pelo Núcleo liada institucionalmente por uma Comissão Externa. O objetivo da Técnico de Avaliação - NTA, que também organiza Boletins perió- visita in loco dos especialistas é avaliar a qualidade das atividades de dicos para divulgação da Avaliação Institucional e já publicou cinco Ensino, Pesquisa e Extensão desenvolvidas pela Universidade. Assim, números do Cadernos de Avaliação, visando socializar os resultados além das políticas que orientam as atividades-fim da PUC-Campinas, dos projetos de autoavaliação, realizados no âmbito do Programa de serão avaliadas outras dimensões da vida universitária, como, por Auto-avaliação Institucional - PROAVI. exemplo, as relações com a sociedade, a responsabilidade social, a Segundo o coordenador da CPA, professor Pe. José Benedito de infraestrutura de laboratórios e bibliotecas, os recursos humanos Almeida David, a Universidade tem longa tradição no que se refere docente e técnico-administrativo, bem como a gestão. à avaliação. Em 2004, a CPA resgatou, sistematizou e organizou os pro- Esse processo de avaliação foi instituído pela Lei nº 10.861/04, que cessos avaliativos já desenvolvidos pela Universidade, integrando-os criou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES. às diretrizes do SINAES. O coordenador ressalta que essa trajetória A partir da publicação da Lei, foi constituída, naquele ano, a Comissão de avaliação conta com a contribuição de muitos professores, fun- Própria de Avaliação - CPA da PUC-Campinas. cionários e alunos. “Ela confirma a busca permanente da PUC- A atribuição da CPA é coordenar todos os processos internos de Campinas para consolidar, com qualidade, sua identidade e missão avaliação das atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão e gestão aca- enquanto universidade católica e comunitária”, explica. Ricardo Lima VOCÊ SABIA? A PUC-Campinas tem longa tradição no que se refere à autoavaliação. Em 1984, apresentou na III Conferência de Educação, realizada em Niterói (RJ), os resultados de uma pesquisa que fez parte do projeto “A participação do aluno como base para a re-estruturação da Universidade”. Esta pesquisa, pioneira no país à época, envolveu cerca de 10 mil alunos e contribuiu de forma significativa com indicadores importantes para a elaboração e aprimoramento do Projeto Pedagógico Institucional. A PUC-Campinas participou voluntariamente, em 1994, do Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras - PAIUB. A Universidade apresentou seu projeto de autoavaliação institucional, que foi aprovado pelo MEC. Esse projeto constituiu a base do Programa de Autoavaliação “Conhecer para Aprimorar”, que desde 1998 desenvolve, Avaliação do ensino de graduação Reunião da Comissão Própria juntamente com todos os setores da Universidade, diferentes projetos de avaliação do Ensino, da Pesquisa, da A Pró-Reitoria de Graduação (PRO- qualificação das atividades de ensino. de Avaliação (CPA), da Extensão e da gestão acadêmico-pedagógica. GRAD) desenvolve, desde 2006, o projeto Em 2008, além da avaliação feita pelos alu- PUC-Campinas Avaliação do Ensino, que tem como objeti- nos, também os professores puderam avaliar O SINAES avalia as instituições, os cursos e vo ouvir alunos e professores sobre a quali- as condições de ensino, como salas de aula, o desempenho dos estudantes por meio dade de ensino da graduação, visando seu bibliotecas, equipamentos e também aspec- do Exame Nacional de Desempenho dos constante aprimoramento. “Essa avaliação tos do desenvolvimento curricular, como o Estudantes - Enade, do processo de configura-se como um processo pedagógico Estágio e o Trabalho de Conclusão de Curso, autoavaliação, da avaliação externa e da de crescimento das pessoas e qualificação das entre outros. avaliação dos cursos de graduação. práticas pedagógicas, tendo como foco prin- “Hoje contamos com uma série históri- Os resultados das avaliações permitem que seja traçado um verdadeiro raio X da cipal a sala de aula”, explica o Pró-Reitor de ca na avaliação realizada pelos alunos, com realidade dos cursos e das instituições de Graduação, Germano Rigacci Junior. uma média acima de 6.500 alunos que res- educação superior do País, tendo em vista Com um Grupo de Trabalho coordena- pondem voluntariamente à avaliação, a cada a melhoria de sua qualidade. Os processos do pelo professor Arnaldo Lemos, a PRO- semestre, de forma que podemos constatar avaliativos são coordenados e GRAD tem promovido, desde o início do a importância dos resultados obtidos para o supervisionados pela Comissão Nacional processo, reuniões nos Centros e Faculdades, redirecionamento de muitas questões peda- de Avaliação da Educação Superior - tanto para discussão dos instrumentos de ava- gógicas nas Faculdades e Centros, bem como Conaes. A operacionalização é de respon- liação, quanto para socialização e discussão uma importante contribuição para o sabilidade do Instituto Nacional de Estudos dos resultados e encaminhamento de ações Programa de Autoavaliação Institucional, o e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira -Inep. que possam superar dificuldades e avançar na PROAVI”, explica.
  • 7. Jornal da PUC-Campinas 16 a 29 de março/2009 07 Tenho na vida um tesôro MURAL Fotos:Reprodução Que vale mais de que ôro: O meu liforme de côro, Pernêra, chapéu, gibão. Sou vaquêro destemido, Dos fazendêro querido, O meu grito é conhecido Nos campo do meu sertão. (trecho do poema “O vaqueiro”) Seara do cordel do Ceará Ricardo Lima ricardolima@puc-campinas.edu.br Seu doutor me dê licença pra minha história contar. Hoje eu tô na terra estranha, é bem triste o meu penar O maior poeta popular do Brasil e da América Mas já fui muito feliz vivendo no meu lugar. Latina, Patativa do Assaré, se estivesse vivo comple- Eu tinha cavalo bom e gostava de campear. taria cem anos, nascido na longínqua Serra de Santana, E todo dia aboiava na porteira do curral. a três léguas do município de Assaré, na região do (trecho do poema “Vaca estrela e boi fubá”) Cariri cearense. Ficou conhecido por seus versos de cordel, marcados pela oralidade rara, propagando e zia versos clássicos, com padrão erudito. “Considero preservando a consciência e o povo nordestino. o Patativa do Assaré um gênio da literatura por ser uma Cantado em verso e prosa, Patativa (que é nome de pessoa que não teve muitas condições de estudo, mas um pássaro, de canto melacólico e triste) teve seus ver- adorava literatura e desde muito novo já proclamava sos musicados por grandes nomes da música brasilei- trechos da obra de Camões em praças", avalia. Setembro passou, com outubro e novembro ra, como Luiz Gonzaga, No Ceará, uma das iniciativas para comemorar o Já tamo em dezembro. Fagner, Chico Buarque e centenário do poeta foi a criação de um Museu pelo grupo pernambuca- Temático na casa em que morava Patativa (de taipa, Meu Deus, que é de nós? no Cordel do Fogo En- chão batido, coberta com telhas artesanais), onde os Assim fala o pobre do seco Nordeste, cantado. O trabalho do Com medo da peste, visitantes podem ter contato com o mundo retrata- Poetas niversitário, poeta ultrapassou as fron- do pelo poeta. Da fome feroz. teiras do Brasil e foi estu- Poetas de Cademia, (trecho do poema “A triste partida”, Em São Paulo, a Casa das Rosas traz uma pro- De rico vocabularo gravado por Luiz Gonzaga) dado na cadeira de gramação intensa com palestras, oficinas de literatu- Literatura Popular Uni- Cheio de mitologia; ra de cordel, xilogravura e apresentação de repentis- versal, sob a regência do professor Raymond Cantel, tas. Informações: www.poiesis.org.br/casadasrosas/ Se a gente canta o que pensa, na Universidade de Sorbonne, na França, além de ser Eu quero pedir licença, homenageado pelo então presidente da República Pois mesmo sem português Fernando Henrique Cardoso, recebendo a medalha Neste livrinho apresento “José de Alencar”. O prazê e o sofrimento Para a professora Teresa de Moraes, da Faculdade De um poeta camponês. de Letras, especialista em literatura brasileira, Patativa (trecho do poema do Assaré era um gênio da literatura, porque produ- “Aos poetas clássicos) Festival de Quadrinhos >> No próximo dia 20, às 19h, a Fnac do Shopping Dom Pedro sediará o 1º Festival de Quadrinhos. O evento contará com a participação de caricaturistas, desenhistas, autores de histórias em quadrinhos e profissionais das diversas áreas dos cartuns. O Festival terá também a presença do ganhador do prêmio Salão Brasileiro, na categoria Mangá, realizado este ano.
  • 8. 16 a 29 de março/2009 08 Jornal da PUC-Campinas História Museu do Futebol imortaliza paixão nacional Fotos: Reprodução/Ricardo Lima Jornal da PUC-Campinas visita o local com uma aluna apaixonada pelo esporte e um estudante que não suporta ouvir PONTO DE VISTA falar de gol Garrincha e Mazzola vestem uniforme Pelé é aclamado no final Na foto de 1910, público com social da Seleção Brasileira de 1958 da Copa de 70 traje social assiste partida de futebol Fotos: Ricardo Lima Du Paulino dupaulino@puc-campinas.edu.br A tensão é tanta que enrijece cada múscu- A lo. Um torpor pelo corpo denuncia o sangue fervendo nas veias. As mãos suam frio. A gar- De todos os museus que ganta seca. O coração dispara. Tundum! já visitei, o Museu do Tundum! Tundum! E tudo culmina num êxta- Futebol foi único na ques- tão tecnologia e interati- se incontrolável que dá vontade de gritar, pular, vidade. Uma das partes abraçar o amigo ou mesmo o desconhecido que mais legais é onde se estiver mais próximo. Se você é um torcedor pode escolher um narra- dor ou uma jogada para apaixonado de futebol, certamente já viveu essas assistir. Além do futebol, emoções. A expectativa e a euforia da hora do o Museu também mostra gol. Ou a frustração do gol perdido. Pior, ain- um pouco da história do da: a decepção de perder o campeonato com o Brasil e pequenas biogra- fias de personagens time jogando em casa. importantes, como Di Euforia e decepção são sentimentos repro- Cavalcanti, Sérgio duzidos nas salas Exaltação e Rito de Passagem, Buarque de Holanda, entre outros. Mas a situadas do Museu do Futebol, que fica no melhor parte é a das Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, vermelho, onde a bola responde aos movi- Copas do Mundo, que o Pacaembu, em São Paulo, e que o Jornal da tem, além de fotos histó- mentos dos pés. Outra possibilidade de colo- ricas de jogadores e téc- PUC-Campinas visitou no último dia 10 de car a habilidade à prova é bater um pênalti em nicos, fotos de objetos e março. um dispositivo onde se chuta uma bola real em pessoas que faziam parte Além da nossa equipe de reportagem, direção a uma trave virtual defendida, também, da cultura popular da época. embarcaram nessa viagem pela história do fute- por um goleiro virtual. “A proposta do Museu Ana Gabriela Pinesso bol brasileiro dois alunos da Universidade. Ana é dar ao visitante a possibilidade de participar Prado, 3º ano de Gabriela Pinesso Prado, estudante do 3º ano da história relatada no local, de poder tocar e inte- Jornalismo da Faculdade de Jornalismo e Ademilson No alto, Ana Gabriela e Ademilson conhecem ragir realmente, situação que o brasileiro não está Ramos, que cursa o 2º ano da Faculdade de uma das exposições do local; acima, tecnologia e interatividade são atrações do Museu acostumado”, analisa a coordenadora do Núcleo Arquitetura e Urbanismo (FAU). de Ação Educativa do Museu, Larissa Foronda. PONTO DE VISTA Ana Gabriela é apaixonada por futebol e tor- prepara o público para o que está por vir. Na O futebol está arraigado não apenas na nos- cedora fanática do Palmeiras. “O esporte repre- sala Anjos Barrocos imagens em tamanho natu- sa cultura, mas também na história recente do senta minha relação com meu pai, porque foi ral de 25 jogadores lendários, representando o país, seja nas paredes da sala que contam a tra- ele quem me ensinou a gostar do esporte e me nosso futebol-arte, revezam-se em telas trans- jetória do esporte, da sua vinda por Charles incentivou a torcer pelo Palmeiras”, parentes que descem do teto e pairam sobre a Miller ao Brasil, em 1895, até a década de 30, conta. Já Ramos não suporta ouvir cabeça dos visitantes. Jogadores do passa- ou na sala que rende homenagem a todas as falar do esporte. Culpa do irmão do, como Pelé, Garrincha, Copas do Mundo, a história está lá, presente. mais velho, um corintiano alucina- Djalma Santos, só pra citar Representada pelos costumes da época em que do que assiste a todos os jogos exi- alguns, dividem o espaço com o esporte era praticado pela alta sociedade e os Eu, particularmente, não gosto de futebol, mas, mes- bidos na televisão. “É só passar qual- craques mais atuais como Romário, negros não podiam praticá-lo, ou retratada nas mo assim, gostei muito do quer jogo que ele monopoliza a tevê e ninguém Ronaldinho Gaúcho e o badaladíssimo Ronaldo mudanças sociais ocorridas no mundo enquan- conteúdo que está disponí- pode assistir a mais nada”, reclama. Fenômeno, cuja volta aos gramados é o maior to o Brasil se tornava o único país a participar vel no Museu do Futebol, porque pude entrar em Com 6.900 metros quadrados de área, divi- destaque da imprensa de todo o mundo, no de todas as Copas, a história sempre marcou contato e relembrar de dida em quatro pavimentos, o Museu do momento. Os grandes craques e suas jogadas presente no Museu do Futebol. momentos que marcaram Futebol foi inaugurado em outubro de 2008 e geniais ainda vão encantar o visitan- E foi justamente a história que mais cha- época e ficaram escondidos é o resultado de uma parceria entre a Fundação no subconsciente, como o te por vários espaços do Museu. mou a atenção dos nossos convi- sucesso imediato dos Roberto Marinho e os governos municipal e Além dos ídolos que ajudaram a dados, na visita. Ana Gabriela Mamonas Assassinas, a estadual de São Paulo. Desde então, cerca de 145 construir a nossa história futebolís- gostou da história das Copas. velocidade inalcançável de mil pessoas já conheceram a estrutura cons- Ayrton Senna, além de tica, também entram em campo a “Porque todo brasileiro adora conhecer fatos que aconte- truída embaixo das arquibancadas do Pacaembu, tecnologia e a interatividade no Museu acompanhar Copa do Mundo”, justifi- ceram muito antes do meu em uma área até então obsoleta do estádio. do Futebol. E a tabelinha entre as duas permi- ca. E Ramos se interessou pelos aspectos his- próprio nascimento e Na entrada, a sala chamada de Grande Área poder traçar um paralelo te ao visitante escolher e assistir aos gols prefe- tóricos que relacionam o esporte e a sociedade. com o que acontecia no rende homenagens ao torcedor com ridos de alguns fãs famosos do esporte, além “Gostei de ver que o futebol serviu para redu- mundo e no a exposição de cerca de 480 repro- de ouvir jogadas memoráveis narra- zir os preconceitos raciais”, revela. futebol.Também tomei duções ampliadas de diversos obje- das por alguns dos principais Futebol é um esporte feito de números: ciência de quando uma jogada está impedida ou tos que materializam a paixão do locutores esportivos da histó- gols, recordes, regras, pontos ou títulos. Você não – coisa que nunca con- brasileiro pelo esporte: flâmulas, ban- ria e relembrar dribles, defesas sabia, por exemplo, que a maior goleada em segui entender. Ainda conti- deiras, cartazes, chaveiros e outros e gols, muitos gols. T ambém é pos- um jogo oficial foi aplicada pelo Botafogo no nuo não gostando de fute- tantos apetrechos e adereços. Para recepcionar bol, mas a visita ao Museu sível fazer de conta que se é um craque e ten- Mangueira, pelo Campeonato Carioca de 1909? foi algo novo, que, com cer- o público, ninguém menos que o Rei Pelé. O tar balançar as redes, seja jogando em pimbo- Na ocasião, o time alvinegro fez 24 gols no teza, valeu muito a pena. futebol que nasce nos pés descalços nas pela- lins que simulam os principais esquemas táti- adversário e não levou nenhum. Curiosidades Ademilson Ramos, 2º das jogadas nos campos de terra, de grama ou ano de Arquitetura e cos usados no futebol ou em minicampos pro- que também podem ser encontradas no Museu Urbanismo no asfalto é retratado na seção Pé na Bola, que jetados no chão, dotados com sensores de infra- Futebol.