A psicologia da religião estuda o fenômeno religioso do ponto de vista psicológico, aplicando os princípios e métodos da psicologia ao comportamento religioso individual e coletivo. Ela não defende ou condena a religião, mas sim estuda o fenômeno religioso de forma objetiva em diferentes crenças. Sua história está ligada a reflexões filosóficas e teológicas sobre a experiência religiosa e teve influência nos estudos práticos de saúde mental e educação religiosa.
2. Psicologia da religião é o estudo do fenômeno religioso do ponto
de vista psicológico, ou seja, a aplicação dos princípios e
métodos da psicologia ao estudo científico do comportamento
religioso do homem, quer como indivíduo, quer como membro
de uma comunidade religiosa.
PSICOLOGIA DA RELIGIÃO
3. Nessa definição, "comportamento religioso" refere-se a qualquer
ato ou atitude, individual ou coletiva, pública ou privada, que
tenha específica referência ao divino ou sobrenatural.
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4. Obviamente, esse divino ou sobrenatural é definido em termos
da fé pessoal de cada indivíduo.
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5. Psicologia da religião, portanto, não é nem a defesa nem a
condenação da religião. Não é tampouco o estudo de um credo
ou de determinada seita, se bem que tal estudo seja possível e
até recomendável.
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6. Psicologia da religião é o estudo descritivo e, tanto quanto
possível, objetivo do fenômeno religioso, onde quer que ele
ocorra.
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7. Gostaríamos de salientar aqui duas implicações da definição
acima sugerida.
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8. Dissemos, em primeiro lugar, que psicologia da religião aplicação
dos princípios e métodos da psicologia ao estudo científico do
comportamento religioso do homem, quer como indivíduo, quer
como parte integrante de um grupo religioso.
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9. Reconhecemos que religião, especialmente do ponto de vista do
seu estudo psicológico, é algo essencialmente individual. Não
podemos negar, entretanto, que essa experiência tipicamente
pessoal se expressa também coletivamente no comportamento
do grupo religioso.
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10. Assim sendo, o psicólogo da religião não se limita ao estudo dos
fenômenos religiosos estritamente pessoais, tais como a
experiência mística, a conversão ou a vocação, mas se interessa
também por aqueles aspectos da experiência que se refletem no
comportamento religioso de uma coletividade, tais como um ato
público de adoração ou uma peregrinação coletiva a um lugar
sagrado.
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11. Dissemos, outrossim, que a psicologia da religião é o estudo
objetivo do fenômeno religioso, onde quer que ele ocorra. Não
se limita, consequentemente, à determinada religião ou a uma
seita particular.
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12. Portanto, quando o psicólogo da religião estuda fenômenos
como a oração, a conversão religiosa ou o misticismo, tanto
quanto possível, ele procura apresentá-los como experiências
religiosas comuns a indivíduos das mais variadas crenças.
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13. Convém salientar, entretanto, que, na maioria dos casos, o
conteúdo deste estudo se aplica quase exclusivamente à
descrição e à interpretação do fenômeno tal como se observa no
cristianismo, e especialmente dentro da tradição protestante.
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14. Procuraremos demonstrar, entretanto, que mesmo aqueles
aspectos da experiência religiosa que alguém suponha exclusivos
do cristianismo são comuns à experiência religiosa de indivíduos
de outras religiões.
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15. Em outras palavras, a dinâmica da experiência religiosa tem
aspectos universais e pode ser estudada do ponto de vista
psicológico, independentemente de qualquer ideia sectária.
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16. Por exemplo, a dinâmica da experiência religiosa da conversão,
da oração ou do misticismo, para citar apenas três aspectos
importantes da experiência religiosa, é essencialmente a mesma,
quer se estude o fenômeno no cristianismo, no budismo ou no
hinduísmo.
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17. HISTÓRIA DA PSICOLOGIA DA RELIGIÃO
À semelhança da psicologia científica moderna, a psicologia da
religião tem suas raízes históricas na filosofia ou na chamada
psicologia racional. Homens como Buda, Sócrates, Platão,
Jeremias, Agostinho, Pascal são exemplos típicos de indivíduos
que refletiram sobre a vida interior e descreveram suas próprias
observações.
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18. O fruto da observação introspectiva desses grandes vultos da
humanidade constitui, por assim dizer, o primeiro esforço rumo
ao estudo psicológico da experiência religiosa.
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19. A história da psicologia da religião está também relacionada com
a chamada teologia filosófica. Os escritores dessa linha se
preocuparam com extensas discussões de teses, como: monísmo
versus dualismo; idealismo versus materialismo e empirismo:
aqui também que encontramos o célebre debate da relação
entre o espírito e a matéria.
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20. O dualismo interacionista de Descartes, o paralelismo psicofísico
de Leibnitz e o psícomontsmo de Berkeley. Que surgiram ao
tempo como solução do problema, ainda hoje são discutidos e
sua influência se faz sentir no mundo moderno.
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21. Por razões didáticas, podemos dizer, com Walter H. Clark, que a
história da psicologia da religião, em sua concepção moderna, se
desenvolveu a partir de estudos teóricos dos fenômenos
relacionados com o comportamento religioso e de preocupações
de ordem prática, tal como se refletem especialmente nos
grandes movimentos de saúde mental no mundo moderno.
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22. Estudos Práticos - Os estudos práticos da psicologia da religião
produziram vários efeitos de profundas consequências na vida e
doutrina da igreja cristã.
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23. Entre esses resultados, podemos mencionar a crescente relação
entre a religião e a medicina, expressa particularmente no
movimento de Religião e Saúde Mental, tão em voga em nossos
dias.
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24. A crescente ênfase em psicologia pastoral e principalmente os
chamados treinamentos clínicos do ministério refletem a grande
influência dos estudos de psicologia da religião. Outra área da
educação teológica em que esta influência se faz sentir é a da
educação religiosa.
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25. O movimento de educação religiosa, que é um fenômeno
tipicamente norte-americano, foi grandemente influenciado pelo
funcionalismo de John Dewey.
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26. Esse movimento de educação religiosa foi, a nosso ver, um bom
antídoto contra o exagerado otimismo daqueles que queriam
"salvar" o mundo nos limites cronológicos de sua própria
geração.
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27. A ênfase da educação religiosa não é "salvar" menos, mas
admitir que a salvação completa é atingida pelo processo da
educação para o cristianismo.
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28. Ao invés da conversão momentânea requerida no tempo do
Grande Avivamento, a ênfase agora é no processo contínuo da
redenção do homem.
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29. Na grande maioria dos seminários do mundo moderno, o
treinamento clínico feito em hospitais de clínicas gerais e em
hospitais de doenças mentais é parte integrante da educação
teológica de ministros e futuros ministros da religião.
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