SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
O futuro é a engenharia
1. 18º CBENC- CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHEIROS CIVIS
8 a 11 de novembro de 2012- SALVADOR/BAHIA
O FUTURO É A ENGENHARIA
Fernando Alcoforado*
Nossa palestra contempla a abordagem de 4 pontos descritos a seguir:1) A evolução da
Engenharia no mundo da Antiguidade à Era Contemporânea; 2) O futuro da Engenharia
no mundo e como ela poderá contribuir para o progresso da humanidade; 3)
Perspectivas de evolução da Engenharia no Brasil e como ela poderá contribuir para o
seu progresso econômico e social; e, 4) Porque o futuro é a Engenharia.
1) A evolução da Engenharia no mundo da Antiguidade à Era Contemporânea
A Engenharia é sinônimo de progresso, progresso técnico, de desenvolvimento em todo
o mundo. A Engenharia tem sido utilizada ao longo da história da humanidade como um
meio para a conquista de melhores condições de vida para a sociedade em todos os
países do mundo. É o canal através do qual as pessoas podem adquirir condições para
habitar melhor, respirar melhor, se transportar com mais rapidez, adquirir conforto e
segurança, ter acesso a alimentos mais nutritivos e saudáveis. Enfim, viver melhor. O
bom funcionamento da Engenharia, portanto, não é de interesse apenas dos profissionais
e empresários do setor. É de interesse de toda a sociedade, sendo sinônimo de
desenvolvimento.
Desde os primórdios da humanidade, muita gente se ocupou de diversas tarefas que hoje
são atribuições do engenheiro, e aí estão para provar as incontáveis e magníficas obras
de Engenharia desde a Antiguidade, como o Farol de Alexandria, as Pirâmides do Egito,
os Jardins Suspensos da Babilônia, a Acrópole e o Partenon de Atenas, os antigos
aquedutos romanos, a Via Ápia, o Coliseu de Roma, Teotihuacán no México, as
Pirâmides dos Maias, Incas e Astecas e a Grande Muralha da China, entre muitas outras
obras. O primeiro engenheiro foi provavelmente Imhotep que projetou e supervisionou
a construção da Pirâmide de Djoser no Egito, uma pirâmide de degraus em Saqqara, por
volta de 2630 a.C.-2611 a.C.
As obras de Engenharia, desde a Antiguidade até o século XV foram muito mais fruto
do empirismo e da intuição do que do cálculo e de uma verdadeira engenharia.
Leonardo da Vinci e Galileu Galilei, nos séculos XV e XVII, por exemplo, podem ser
considerados os precursores da Engenharia de base científica porque o que eles fizeram
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era regido por leis físicas e matemáticas. Nos séculos XV e XVI, a engenharia naval
surge em Portugal. Os novos tipos de navios então desenvolvidos, como a caravela, irão
ser fundamentais nos grandes descobrimentos marítimos, entre eles o do Brasil.
Desde a Antiguidade até o século XV, a investigação científica, inclusive nas ciências
físicas e matemáticas, era quase mera especulação, em geral sem ter como alvo
aplicações práticas. Havia, quando muito, alguma aplicação com finalidades militares.
A Engenharia moderna se caracteriza pela aplicação generalizada dos conhecimentos
científicos à solução de problemas dedicando-se, basicamente, a problemas da mesma
espécie que a engenharia do passado, porém, com a característica distinta e marcante
que é a aplicação da ciência.
O nascimento da Engenharia moderna foi consequência de dois grandes acontecimentos
que ocorreram na história da humanidade no século XVIII: a Revolução Industrial na
Inglaterra e o movimento filosófico e cultural denominado de Iluminismo na França. Na
medida em que se desenvolviam as ciências matemáticas e físicas, a Engenharia foi se
estruturando, mas somente no século XVIII foi possível chegar-se a um conjunto
sistemático e ordenado de doutrinas, que constituíram a primeira base teórica da
Engenharia.
A Engenharia Civil, a Engenharia Militar e a Engenharia Naval foram as primeiras a se
desenvolver no mundo. A Engenharia Elétrica teve sua origem com as experiências de
Alexandre Volta em 1800 e de Michael Faraday, Georg Ohm e outros, bem como com a
invenção do motor elétrico em 1872. O trabalho de James Maxwell e de Heinrich Hertz
no final do século XIX deram origem à eletrônica. As invenções de Thomas Savery e de
James Watt deram origem à moderna Engenharia Mecânica. O desenvolvimento de
máquinas especializadas e de ferramentas para a sua manutenção durante a Revolução
Industrial levaram ao crescimento acentuado da Engenharia Mecânica. A Engenharia
Química - tal como a Engenharia Mecânica - desenvolveu-se no século XIX, durante a
Revolução Industrial.
Cabe observar que, a partir da Engenharia Militar, começou a desenvolver-se
formalmente o ramo da moderna Engenharia Civil. Posteriormente, a Engenharia Civil
subdividiu-se em cinco especialidades tradicionais:
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Engenharia Civil (em sentido restrito) - vocacionada para o projeto e construção de
obras públicas e particulares, como infraestruturas, estradas, pontes e edifícios.
Engenharia Mecânica - vocacionada para o projeto de sistemas mecânicos, como
máquinas e veículos.
Engenharia Elétrica - vocacionada para o projeto e o estudo de sistemas de
produção e de aplicação da eletricidade, como geradores, motores elétricos e
telecomunicações.
Engenharia Química - vocacionada para a execução de processos químicos
industriais em larga escala, bem como para desenvolver novos materiais e produtos
químicos.
Engenharia de Minas - vocacionada para o estudo e o desenvolvimento de
processos de extração e de processamento de minerais.
Paralelamente, algumas das ciências agrárias aproximaram-se da Engenharia e
acabaram por nela se integrar, originando especialidades como:
Engenharia Agronômica - vocacionada para a concepção e exploração de processos
agropecuários.
Engenharia Florestal - vocacionada para a exploração das florestas e para a
produção de produtos florestais.
Engenharia Zootécnica - vocacionada para o desenvolvimento das pecuária.
A Engenharia Industrial que, inicialmente era um agrupamento de especialidades,
tornou-se ela própria uma especialidade da Engenharia, vocacionada para o
aperfeiçoamento de processos e da gestão industrial através da integração dos fatores
tecnológicos, humanos e econômicos. Posteriormente, com o rápido avanço da
tecnologia, foram-se desenvolvendo e ganhando proeminência diversos novos campos
da engenharia, como o dos materiais, produção, aeronáutica, computação, informática,
eletromecânica, mecatrônica, robótica, nanotecnologia, nuclear, molecular, ambiente,
geológica, alimentar e muitos outros.
Cabe destacar que a Engenharia Aeronáutica lida com o projeto de aeronaves. Nos
tempos modernos, começou-se também a designá-la como "Engenharia Aeroespacial",
dando ênfase à expansão daquele campo da Engenharia que passou também lidar com o
projeto de veículos espaciais. As suas origens podem ser traçadas desde os pioneiros da
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aviação na virada do século XIX para o século XX. Durante a Segunda Guerra Mundial,
inicia-se o desenvolvimento da Engenharia de Computação. A expansão radical da
informática depois do final da guerra, irá tornar tanto os engenheiros de computação
como os engenheiros informáticos em alguns dos maiores grupos de profissionais da
Engenharia. Surgiu também a Engenharia Mecatrônica vocacionada para o projeto e o
estudo de sistemas robóticos. Basicamente é a união das engenharias mecânica com
eletrônica.
2) O futuro da Engenharia no mundo e como ela poderá contribuir para o
progresso da humanidade
O futuro da Engenharia no mundo depende bastante da formação que o engenheiro
venha a ter nos anos futuros a ser ministrado pelas escolas de engenharia. Para
contribuir para o progresso da humanidade, seria desejável que a formação do
engenheiro do futuro fosse orientada no sentido de que o mesmo adquira uma visão
totalizante das engenharias estabelecendo as relações entre as partes e o todo em seu
conjunto ao contrário do que ocorre em muitos países do mundo, inclusive no Brasil, na
atualidade, que impõe o conhecimento fragmentado de acordo com as especialidades.
No momento atual, existe excessiva especialização das áreas de engenharia imposta pela
era industrial. Esta excessiva proliferação de especializações produz engenheiros pouco
adaptáveis à era atual, pós-industrial, que podem rapidamente tornarem-se obsoletos.
Esta situação é desastrosa na era atual, onde a mudança permanente é a regra. Na era
atual é extremamente recomendável formar um engenheiro básico, tal como o médico e
o advogado, e especializá-lo de acordo com as necessidades profissionais. Para formar o
engenheiro básico, deve haver a eliminação das atuais especializações na graduação e
fazer com que estas sejam oferecidas nos cursos de pós-graduação. É preciso fazer,
também, com que a educação continuada e a reciclagem sejam partes inseparáveis da
vida profissional e não uma exceção como ocorre hoje.
Para contribuir para o progresso da humanidade, o engenheiro do futuro deveria ser
preparado para valorizar os aspectos sociais (o ser humano) e ambientais (a natureza),
além dos aspectos técnicos e econômicos, no exercício de suas atividades. O
profissional da engenharia do futuro deveria ser preparado para assumir sua identidade
com todos os seres humanos procurando não comprometer com suas atividades o futuro
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planetário do gênero humano com o desenvolvimento de projetos que atentem contra a
vida no planeta como, por exemplo, aqueles que agridam o meio ambiente do planeta e
alimentam a guerra.
O engenheiro do futuro deveria aprender a incorporar as incertezas abordadas pelas
várias áreas da ciência e a delinear estratégias que permitam a sociedade enfrentar os
imprevistos, o inesperado como, por exemplo, os terremotos e fenômenos atmosféricos.
O engenheiro do futuro deveria adquirir a capacidade de fazer com que a Engenharia
contribua para que as relações humanas no mundo saiam de seu estado bárbaro atual ao
se opor à guerra e pugnar pela construção de um novo mundo baseado na cooperação
entre todos os seres humanos. Finalmente, o engenheiro do futuro deveria contribuir
para que a humanidade se constitua em uma comunidade planetária solidária.
Esta proposta de Edgar Morin (antropólogo, sociólogo e filósofo francês, pesquisador
emérito do Centre National de la Recherche Scientifique de Paris e autor de mais de
trinta livros), apresentada em sua obra Os sete saberes necessários à educação do
futuro (São Paulo: Editora Cortez, 2011), aplicada ao engenheiro do futuro representa a
antítese do método adotado atualmente pelos engenheiros e empresas de engenharia no
desenvolvimento de suas atividades quando, na elaboração de projetos, consideram
exclusivamente os aspectos técnicos, incluindo uma margem de segurança para reduzir
o risco de falha inesperada, e os econômicos visando a redução de custos e/ou a
maximização dos lucros.
O método atualmente adotado pelos engenheiros e empresas de engenharia traduz uma
visão eminentemente tecnocrática porque desconsidera os impactos negativos e os
custos dos projetos do ponto de vista social e ambiental. É inadmissível elaborar, por
exemplo, projetos industriais, energéticos, de transporte, etc. sem avaliar os problemas
que os mesmos trazem para as populações residentes na área ou fora dela e os riscos
para o meio ambiente.
Sem esta nova abordagem, os engenheiros e as empresas de engenharia não contribuirão
para o progresso da humanidade. Na grade curricular dos cursos de engenharia ou na
pós-graduação deveriam ser incorporadas disciplinas relacionadas com as ciências
sociais, o meio ambiente e a gestão, o que significa dizer que o engenheiro do futuro
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deve ser preparado para fazer com que o seu papel seja capaz de contribuir para o
progresso humano.
Existe a tendência de que a engenharia seja totalmente "computer based". Todas as
áreas da Engenharia usarão a informática. Os problemas a serem resolvidos serão
sistêmicos e as soluções serão multidisciplinares. O projeto de uma edificação, ponte ou
qualquer obra de Engenharia será toda feita em computador e todas as variáveis como
vento, estrutura, matéria-prima etc., serão testadas e simuladas em sistemas de
processamento de dados. Um avião, por exemplo, será projetado, "construído" e voará
milhões de horas dentro do computador antes mesmo que uma única peça física deste
avião seja fabricada. As obras de engenharia contarão mais com tecnologias cada vez
avançadas e sistemas inteligentes de controle computarizado na sua execução.
Os profissionais da Engenharia do futuro contarão cada vez mais com novas
ferramentas para a criação e o desenvolvimento de projetos, execução de obras e outros
serviços de engenharia. Os engenheiros de hoje já dispõem de muitas ferramentas que
seriam inimagináveis há dez anos. Isso acontece porque os recursos de computação
avançam rapidamente e seu custo chega próximo de zero. Na realidade, a capacidade de
processamento disponível hoje é quase infinita. A simples ideia de poder fazer mais de
uma dezena de projetos alternativos diferentes para uma mesma obra e, em questão de
minutos, obter respostas sobre a viabilidade de cada um deles é fantástico. Isso é o tipo
de coisa que levaria anos para se fazer no passado.
Uma das ações muito diretamente ligadas à Engenharia diz respeito à inovação
tecnológica que pode ser definida como a produção de algo novo que se destina a
melhorar ou substituir produtos e serviços utilizados pelo homem. São exemplos de
inovações, a máquina a vapor, o trem, o avião, a luz elétrica, o telefone, a internet,
produtos farmacêuticos a partir da genética e, recentemente, a nanotecnologia. Hoje, a
inovação se desenvolve em milhares de laboratórios de pesquisa equipados com
modernos e sofisticados instrumentos e povoados de pesquisadores e técnicos altamente
qualificados, sejam de empresas, sejam públicos ou privados.
Cabe observar que a velocidade de introdução de novos produtos, processos e serviços
no mercado vem crescendo de tal maneira que há quem afirme que ainda não foram
inventados 50% dos produtos que consumiremos daqui a 10 anos. Mais de 80% do
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conhecimento que a humanidade acumula, desde seus primórdios, foram descobertos
nos últimos oitenta anos. Assim como é verdade que o processo de inovação se inicia
nos laboratórios de pesquisa, é reconhecido também que ele se conclui na empresa
industrial, agrícola ou de serviços onde o conhecimento científico se transforma em algo
prático, reproduzível em grande escala, capaz de ser utilizado ou consumido pelo
homem. Essa etapa é um processo tipicamente conduzido pela Engenharia.
3) Perspectivas de evolução da Engenharia no Brasil e como ela poderá contribuir
para o seu progresso econômico e social
A história da arquitetura e da engenharia no Brasil começa em 1549, com a fundação do
Governo Geral e da Cidade do Salvador por Thomé de Souza. O primeiro Governador
Geral trouxe consigo um grupo de profissionais construtores com a ordem do Rei D.
João III para que fizessem “uma fortaleza de pedra e cal e uma cidade grande e forte...
como melhor poder ser”. A engenharia entrou no Brasil através das atividades de duas
categorias de profissionais: os oficiais-engenheiros e os então chamados mestres de
risco construtores de edificações civil e religiosa graças a cuja atividade os brasileiros
de então tiveram teto, repartições e templos.
O marco fundamental para o ensino superior no Brasil foi a vinda da família real
portuguesa para o País, em 1808, fato este que permitiu a criação de diversas
instituições. Em 1810 foi criada a Academia Real Militar, a partir das instalações da
Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, cujo objetivo era formar oficiais
de infantaria, de artilharia, de engenharia e oficiais de classe de engenheiros geógrafos e
topógrafos, com a incumbência de dirigir sistemas administrativos, de minas, de
caminhos, portos, canais, pontes, fontes e calçadas.
Ao longo da história da Engenharia brasileira tem sido grande o número de engenheiros
e empresas, das mais diversas áreas de atividades, que se têm se destacado pela
criatividade e pioneirismo das soluções adotadas nos projetos e nas obras que
executaram. Da época da instalação das grandes siderúrgicas a partir da
industrialização na década de 1930, que alteraram o modelo e as possibilidades de
crescimento do País, da fase da abertura dos eixos rodoviários de penetração, da criação
de Brasília, na ação desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek e da construção das
grandes barragens na década de 1950, até o completo domínio da tecnologia de
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exploração de petróleo “off shore” na década de 1990, muitas empresas nacionais e
muitos engenheiros ajudaram a modernizar e a desenvolver o Brasil.
Os engenheiros e empresas de engenharia colaboraram decisivamente para desencadear
o processo de modernização do País. Inserem-se aqui também os administradores
públicos engenheiros que tiveram larga visão e contribuíram para materializar ousados
projetos de infraestrutura de energia, transportes e comunicações implantados no Brasil
nos últimos 60 anos. Cabe lugar de relevo, também, os pioneiros na fabricação de
máquinas e equipamentos, além de bens de capital e fornecedores de insumos que
ajudaram a proporcionar extraordinário impulso à Engenharia e à Construção
brasileiras. A Engenharia foi, portanto, responsável pela construção do Brasil moderno.
Apesar da enorme contribuição da engenharia brasileira à modernização do Brasil, ela
precisa se fortalecer ainda mais para contribuir para o progresso do País. Um dos
grandes desafios para a engenharia brasileira diz respeito à sua contribuição à
participação do Brasil na corrida à inovação ao nível global. A situação brasileira é
desvantajosa porque, enquanto os Estados Unidos, por exemplo, têm 800 mil cientistas
trabalhando em pesquisa e desenvolvimento dos quais 81% estão nas empresas, 4% no
governo e 15% em instituições de ensino superior, o Brasil possui apenas 137 mil
cientistas dos quais 65% dos pesquisadores estão nas universidades, 27% nas empresas
e 8% no governo.
Estes números mostram que, ao contrário dos Estados Unidos, a contribuição das
empresas em P&D no Brasil é muito pequena. Outro aspecto a considerar é a de que é
ridículo falar em inovação tecnológica no Brasil com a indústria desnacionalizada e com
os seus centros das decisões sobre produção e mercados, situados no exterior, como é o
caso da indústria brasileira. Tudo isto explica porque o Brasil continua sendo um dos
países menos inovadores do mundo.
A indústria desnacionalizada é fator determinante para o Brasil ser um país que investe
pouco em pesquisa, menos de 1 % do seu PIB, enquanto a maioria dos países
industrializados está no patamar médio de 3%. O Brasil investe pouco em educação,
algo como 4,5% do PIB, enquanto nos países desenvolvidos esse índice chega a 7% ou
mais. Além disso, o Brasil ainda tem cerca de 10% de sua população analfabeta, sendo
que, dos que leem mais de 30% não sabe interpretar o que leram em uma simples
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matéria de jornal. São os analfabetos funcionais. Enquanto nos países desenvolvidos
esse índice é zero.
Para a Engenharia brasileira elevar seu nível de contribuição ao progresso do Brasil, é
preciso melhorar a qualidade da educação no País que é muito baixa. Segundo avaliação
da OCDE de 2010 – Programa Internacional de Avaliação de Alunos, PISA – o Brasil
está em 55º lugar, entre 65 países analisados. Abaixo do Chile, Uruguai, México e
Trinidad e Tobago. Os dois melhores lugares estão ocupados pela China e pela Coréia
do Sul. Os alunos brasileiros do nível médio brasileiro ficaram abaixo da média em
leitura, matemática e ciência. Ora, são justamente essas disciplinas que representam os
fundamentos para a formação do engenheiro.
A absorção de conhecimentos nos atuais cursos de engenharia no Brasil não é eficiente
porque, além de ter um número excessivo de especializações na graduação, as escolas
de engenharia absorvem boa parte dos alunos de nível médio com insuficiência em
português, matemática e ciência. No Brasil, os cursos de engenharia deveriam ser
reestruturados visando formar o engenheiro básico cujas atribuições seriam redefinidas
pelo CONFEA e pelo CREA, bem como as atribuições dos mestres e doutores de
acordo com sua especialização. Deve-se também incluir a experiência adquirida na
educação continuada.
O Brasil precisa equacionar definitivamente a questão da educação em todos os níveis
de ensino, fundamento de todas as políticas públicas, a principal delas, a única que pode
produzir cidadãos habilitados a participarem como protagonistas do processo de
acumulação e distribuição de riqueza. Daí a importância dos engenheiros, pois eles
resumem na sua formação os saberes do que fazer e como fazer, indispensáveis ao
processo de desenvolvimento de uma sociedade industrial moderna.
Outro grande desafio da engenharia brasileira reside no fato de haver insuficiência de
engenheiros no Brasil. Segundo dados do Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e
Agronomia (Confea), existem 712,4 mil engenheiros no país. De acordo com estudo do
Conselho Nacional da Indústria (CNI), para dar conta da demanda por engenheiros,
seria necessário formar 60 mil engenheiros por ano no Brasil. Mas o que acontece no
Brasil é que apenas 48 mil obtêm este diploma a cada ano. Segundo o levantamento da
CNI iriam faltar 150 mil engenheiros em 2012 no Brasil. Enquanto isto o número de
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diplomados anualmente na China, Índia, Rússia e Coréia do Sul supera amplamente o
do Brasil, conforme demonstra o Quadro 1 a seguir:
Quadro 1- Engenheiros
formados por ano
País Formados
China 400 mil
Índia 250 mil
Rússia 100 mil
Coréia do Sul 80 mil
Brasil 48 mil
Em termos de engenheiros, a Coréia do Sul forma todos os anos 80 mil desses
profissionais, para uma população de 45 milhões de pessoas. O Brasil forma 48 mil
engenheiros para uma população de 190 milhões. Impressiona também que a cada 150
mil estudantes que ingressam no curso de engenharia em nosso país, apenas 48 mil se
formam, ou seja, somente 32%. Esta situação resulta da péssima qualidade do ensino
médio, sobretudo em matemática e ciências porquanto os alunos não têm capacidade de
acompanhar os cursos.
Uma das causas da insuficiência de engenheiros no Brasil resulta, entre outros fatores,
da desistência ou evasão dos alunos durante o curso que é muito grande chegando a
60%. A evasão acontece no primeiro e no segundo ano principalmente devido ao alto
custo de uma faculdade particular e pela formação deficiente em matemática e física do
estudante no ensino médio que, em muitos casos, tem dificuldade para acompanhar o
curso.
Além da carência de engenheiros, o Brasil forma mais de 77% de engenheiros em
apenas quatro especialidades: técnico industrial (339.822, ou 33,87% do total),
engenheiro civil (201.290, 20,06%), engenheiro eletricista (122.066, 12,16%) e
engenheiro mecânico e metalurgia (109.788, 10,94%). Com a concentração em poucas
especialidades, o mercado fica ainda mais carente em outros nichos. O Instituto de
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Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) diagnosticou que o Brasil precisa, especialmente,
de engenheiros de minas, de petróleo e gás, navais e de computação.
Outra causa da insuficiência de engenheiros no Brasil reside no fato de muitos deles não
trabalharem na profissão. Segundo o Ipea, em 2008, o número de graduados em
Engenharia era de aproximadamente 750 mil profissionais, enquanto que o estoque de
empregos formais nas ocupações típicas destes trabalhadores era de 211,7 mil. Em
outras palavras, para cada dois graduados em engenharia trabalhando com carteira
assinada em ocupações típicas de sua formação, há outros cinco em uma das seguintes
situações: exercendo outras ocupações, desempregados, exercendo atividades como
profissionais não assalariados, trabalhando em outros países ou simplesmente fora do
mercado de trabalho.
O Brasil precisa de mais 150 mil engenheiros até o final de 2012, segundo dados da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), por causa de investimentos no setor de
energia, infraestrutura e a descoberta do pré-sal. Uma das áreas com maior necessidade
de profissionais é a de petróleo e gás. O Ipea estima que em 2015, caso o crescimento
do PIB fique em 5% ao ano, serão necessários 1,155 milhões de engenheiros. E, com
crescimento de 7% ao ano, serão necessários 1,462 milhão de engenheiros. A projeção
para 2022 aponta a necessidade de 1,565 milhões de engenheiros em ocupações típicas.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o setor de petróleo e
gás (incluindo-se extração e refino) continuará expandindo sua demanda por esses
profissionais a taxas entre 13% e 19% ao ano. No Brasil, formam-se anualmente 48 mil
engenheiros em todas as especializações. Segundo os especialistas, nem para todas as
áreas do setor de petróleo e gás a formação de engenheiro, mecânico, eletrônico ou de
produção, é suficiente.
Para superar o problema da insuficiência de engenheiros no Brasil, o governo lançou,
em 2011, o Pró-Engenharia. Elaborado por uma comissão de especialistas nomeada pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o projeto prevê
investimentos de R$ 1,3 bilhões. O objetivo do projeto é ampliar o número de
engenheiros formados no país – a partir de 2016 – e reduzir a taxa de evasão nos cursos
de engenharia. Entre 2000 e 2009, o número de formandos de engenharia saltou de 22,8
mil para 48 mil. Apesar do crescimento, a participação de engenheiros no universo de
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formados nas universidades brasileiras caiu de 7% para menos de 6%. Como forma de
comparação, na China, 35% dos formandos nas universidades são engenheiros; e na
Coreia do Sul, 25%.
Lamentavelmente, continuamos a ser essencialmente um país de baixo crescimento
econômico, de baixa escolaridade da mão de obra (oito anos de estudo em média) e de
reduzida escala de produção de inovação frente aos demais países industrializados ou
recém-industrializados. Embora saibamos extrair petróleo de águas profundas, produzir
navios e aviões, isso ainda é insuficiente para a dimensão das necessidades sociais e
econômicas de nossa população.
Para se desenvolver, o Brasil, não pode abandonar a sua Engenharia e, com o melhor
uso desta, alavancar seu progresso econômico e social e evitar a eterna dependência
tecnológica em relação ao exterior. O Brasil é plenamente desenvolvido em diferentes
setores de Engenharia. Da construção de estradas ao setor energético tudo é possível de
ser projetado e construído no Brasil. Em alguns setores, inclusive, o Brasil é referência
mundial, como é o caso da descida da Serra da Rodovia dos Imigrantes, ganhadora,
recentemente de prêmio Pan-americano de Engenharia, aos programas ligados ao
Proálcool, à exploração de petróleo em águas profundas, construções de grandes
hidroelétricas, como Itaipu, a maior em operação até bem pouco tempo, projetada,
construída e montada por empresas brasileiras.
4) Porque o futuro é a Engenharia.
A Engenharia existe desde os mais remotos tempos. Pode-se afirmar que ela existe
desde o aparecimento do homem na face da Terra. Se a entendermos como a arte de
usar a técnica para realizar aquilo que a imaginação humana concebe, verificaremos
que, enquanto existir a humanidade ela estará presente. A Engenharia, compreendida
como a arte de fazer, consiste em aplicar conhecimentos científicos e empíricos à
criação de estruturas, processos e dispositivos, que são utilizados para converter
recursos naturais em formas adequadas ao atendimento das necessidades humanas.
Na história da ciência, chama-se Revolução Científica o período que começou no século
XVI com o Renascimento e prolongou-se até o século XVIII com a Revolução
Industrial. A partir desse período, a Ciência, que até então estava atrelada à Filosofia,
separa-se desta e passa a ser um conhecimento mais estruturado e prático. O
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Renascimento trouxe como uma de suas características a utilização de um senso crítico
mais elevado e uma maior atenção às necessidades humanas que permitiu ao homem
observar mais atentamente os fenômenos naturais em vez de renegá-los à interpretação
da Igreja Católica.
Eventos marcantes da Revolução Científica, no início do século XVI, foram a
publicação das obras "Das revolucões das esferas celestes" por Nicolau Copérnico e
"Da Organização do Corpo Humano" por Andreas Vesalius. A publicação do Diálogo
sobre os dois principais sistemas do mundo por Galileu Galilei e o enunciado das Leis
de Kepler impulsionaram decisivamente a Revolução Científica. Com esta Revolução,
os objetivos do homem de ciência e da própria ciência acabaram sendo redirecionados
para uma era livre das influências místicas da Idade Média.
Desde o início da Revolução Científica, há aproximadamente quatro séculos, o
exercício da Engenharia tem evoluído rapidamente através da crescente utilização
simultânea dos conhecimentos obtidos nas mais diversas áreas das atividades
científicas. É sabido que a Engenharia está presente em todo o setor produtivo, a saber:
nas fábricas, nos canteiros de obras habitacionais e de infraestrutura, nas universidades,
nos laboratórios científicos, nos centros de pesquisas tecnológicas, nos transportes, na
geração de energia, nas comunicações, na produção de alimentos, entre outros
empreendimentos, e na oferta dos chamados Serviços de Engenharia.
As grandes mudanças que vêm ocorrendo na vida das pessoas, no mundo moderno,
foram geradas pela tecnologia. A tecnologia de amplo domínio pelos países adiantados é
alimentada pelo conhecimento acumulado e os grandes investimentos em pesquisa e
inovação. A humanidade precisa da Engenharia porque é ela que transforma o
conhecimento acumulado em universidades e centros de pesquisa, públicas e privadas,
em produtos e serviços disponibilizados à sociedade.
Modernamente, são inúmeros os empreendimentos no Brasil e no mundo que contaram
com o decisivo apoio da Engenharia tais como as gigantescas usinas hidrelétricas de
Três Gargantas na China e Itaipu no Brasil/Paraguai, edifícios como o Empire State
Building em New York, o Capital Gate na cidade de Abu Dhabi nos Emirados Árabes
Unidos, o Kingdom Tower, ainda em fase de projeto, que será construído na cidade de
Jeddah, Arábia Saudita, que deve possuir 275 andares quando estiver pronto, atingindo
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a incrível marca dos 1,6 mil metros de altura, pontes como a mais longa do mundo
sobre o mar de 36,48 quilômetros construída na cidade litorânea de Qingdao e a Rio-
Niterói no Brasil, grandes estádios de futebol, shopping-centers, aeroportos, ferrovias,
rodovias e viadutos, navios transatlânticos, navios superpetroleiros e supergraneleiros,
aviões a jato, foguetes espaciais, o maior acelerador de partículas e o de maior energia
existente do mundo localizado em Genebra, Suiça, entre outros.
O ser humano tem atualmente ao seu dispor produtos que o conhecimento e a tecnologia
se agregam de forma nunca alcançada antes. O futuro aponta agora para a Engenharia
Genética, que associada à informática, oferece enorme possibilidade de contribuição
para o problema da fome no mundo. As comunicações instantâneas globais, os novos
produtos químicos e farmacêuticos, a intensificação no consumo e produção de energia
e transportes, o aumento da produtividade agrícola, a incrível cooperação tecnológica
acrescentada à medicina, são exemplos flagrantes dessa revolução científica e
tecnológica.
A transformação do conhecimento produzido em laboratórios por profissionais de várias
áreas, inclusive engenheiros, cabe aos engenheiros projetar e realizar. Não é à toa que
em todas as definições da engenharia, e são muitas, encontramos as palavras “aplicação
prática de princípios científicos visando à transformação da natureza com economia de
recursos”. A profissão de engenheiro é tão importante que a China, que vem crescendo à
taxa de 10% do PIB por ano, coloca todos os anos mais de 400 mil engenheiros no
mercado.
A tecnologia e o conhecimento começam a abrir a cortina de um futuro rico e promissor
para a humanidade. Sua influência sobre o social, o econômico e o político transformará
totalmente a estrutura da nossa sociedade. Os engenheiros são agentes transformadores
dessa nova realidade. É o engenheiro quem transforma o conhecimento desenvolvido
nos laboratórios em produtos que vão melhorar a vida das pessoas. É ele, o engenheiro,
o elemento principal da revolucionária transformação silenciosa que ocorre no mundo
moderno. O compromisso da Engenharia é com o ser humano e com a sociedade.
A Engenharia deve ser entendida como uma cultura, aberta para a sociedade, ativa na
promoção de seu desenvolvimento procurando como propósito a melhor qualidade de
vida. Como o desenvolvimento tecnológico depende fundamentalmente da capacidade
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15. 18º CBENC- CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHEIROS CIVIS
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em Engenharia, pode-se afirmar que educação, ciência, engenharia e tecnologia estão
intimamente relacionadas. Os engenheiros são os maiores responsáveis pela
concretização das inovações geradas pela Revolução Científica e Tecnológica ou
Terceira Revolução Industrial em curso. A Engenharia é estratégica para o progresso da
humanidade.
*Fernando Alcoforado, Doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela
Universidade de Barcelona (2003), Graduado em Engenharia Elétrica pela UFBA - Universidade Federal
da Bahia (1966) e Especialista em Engenharia Econômica e Administração Industrial pela UFRJ -
Universidade Federal do Rio de Janeiro (1971), foi Secretário do Planejamento de Salvador (1986/1987),
Vice-Presidente da ABEMURB – Associação Brasileira das Entidades Municipais de Planejamento e
Desenvolvimento Urbano (1986), Subsecretário de Energia do Estado da Bahia (1988/1991), Diretor de
Relações Internacionais da ABEGÁS - Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Gás Canalizado
(1990/1991), Coordenador do Programa Nacional do Dendê- PRONADEN (1991), Presidente do Clube
de Engenharia da Bahia (1992/1993), Presidente do IRAE- Instituto Rômulo Almeida de Altos Estudos
(1999/2000) e Diretor da Faculdade de Administração das Faculdades Integradas Olga Mettig de
Salvador, Bahia (2003/2005). É atualmente professor universitário e consultor de organismos públicos e
privados nacionais e internacionais nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial,
planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos. Foi articulista de diversos jornais da
imprensa brasileira (Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil, A Tarde e Tribuna da Bahia), publicando
artigos versando sobre economia e política mundial e brasileira, questão urbana, energia, meio ambiente e
desenvolvimento, ciência e tecnologia, administração, entre outros temas. É autor dos livros Os Fatores
Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, Paraná, 2012),
Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e
Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), The Necessary Conditions of the Economic and
Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co.
KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora,
Salvador, 2010), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era
Contemporânea (Empresa Gráfica da Bahia, Salvador, 2007), Globalização e Desenvolvimento (Editora
Nobel, São Paulo, 2007), Os Condicionantes do Desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de
doutorado. Universidade de Barcelona, http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Um projeto
para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), De Collor a FHC- o Brasil e a nova (des)ordem mundial
(Editora Nobel, São Paulo, 1998) e Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), entre outros.
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