Este documento discute redes hidrográficas e bacias hidrográficas em Portugal. Explica que uma rede hidrográfica é formada por um rio principal e seus afluentes, e que o volume de água em um rio depende da precipitação na bacia hidrográfica correspondente. Também descreve as diferentes fases de desenvolvimento de um rio e como as atividades humanas impactam os recursos hídricos.
11. Os cursos de água de uma região estão
organizados numa rede hierarquizada, em
que os de menor dimensão escoam as suas
águas para outros sucessivamente mais
importantes até se reunirem num rio principal
que, salvo raras excepções, desagua no mar.
Essa rede de drenagem (escoamento) é a
rede hidrográfica e a área onde está
implantada corresponde à respectiva bacia
hidrográfica.
12. As águas que se precipitam sobre
o solo podem ser:
• de carácter temporário – as torrentes (só
existem em ocasiões em que chove)
• de carácter permanente – os rios, as
ribeiras e os ribeiros
13. Um rio caracteriza-se:
• pelo seu comprimento
• pelo caudal
• pelo regime hidrológico
• pela bacia hidrográfica
14. Um rio pode ser apresentado
através de:
• Um perfil longitudinal
– linha que une todos
os pontos do fundo
do leito de um rio, da
nascente até à foz
• Um perfil transversal
– linha que une as
duas margens de um
rio passando pelo
fundo do leito
15. Elementos topográficos de uma
bacia hidrográfica
• O curso superior do rio,
junto à nascente, apresenta
vales em garganta, ou
canyons. O curso de água
atravessa grandes declives e
ganha velocidade.
• Curso médio do rio
apresenta vales em V abertos
• Curso inferior do rio
apresenta vales em caleira
aluvial. A foz pode estar livre
de sedimentos e o rio desagua
no mar (estuário) ou pode
formar um extenso delta,
criando uma zona extensa de
aluviões.
16.
17. Alterações das bacias hidrográficas
Os rios apresentam uma dinâmica muito própria, que se traduz num
maior ou menor poder erosivo, alterando as paisagens. Um curso de
água passa por três fases bem distintas:
• Fase jovem – corresponde ao
curso superior, onde o rio executa
uma acção de desgaste. O vale é
em garganta, e as vertentes
possuem um declive muito
grande.
• Fase adulta – corresponde ao
curso médio, onde predomina
uma acção de transporte. O rio
começa a reduzir a sua
velocidade pela diminuição do
declive, e o vale é mais aberto e
mais largo.
• Fase idosa – corresponde ao
curso inferior, onde domina uma
acção de acumulação. A
velocidade é já muito baixa, pois o
declive é quase nulo. O vale é
muito largo.
18. • A – vale em garganta ou
em V fechado (fase
jovem)
• B – Vale aberto ou em V
aberto (fase adulta)
• C – Vale muito largo ou
em caleira (fase idosa)
19. Curso superior de um rio curso médio de um rio curso inferior de um rio
20.
21.
22. Gestão dos recursos hídricos e das bacias
hidrográficas
As utilizações que o homem faz das bacias hidrográficas
são muitas e variadas:
• A água é utilizada para abastecimento das cidades e na rega das
explorações agrícolas e pecuárias
• A água utilizada pelas indústrias
• Procede-se a desvios de curso de água, por ser escassa em certas áreas
ou devido ao aumento da rede viária
• Implantam-se barragens para obtenção de energia, armazenamento de
água para abastecer as populações, prevenção de cheias ou para tornar
um rio navegável
• Retêm-se as águas na barragem, formando-se albufeiras, onde as
actividades de recreio e os desportos náuticos começam a aparecer (o que
leva ao aparecimento de estâncias de turismo, hotéis, restaurantes)
Os impactos ambientais das actividades humanas sobre os rios e as suas
bacias hidrográficas são objecto de vários estudos, pois alteram os
ecossistemas e podem provocar graves consequências na vida animal e
vegetal
23. Portugal e os recursos hídricos
o nosso país apresenta contrastes nítidos na rede
hidrográfica
• Há maior nº de rios no Norte do país
(há mais ocorrência de chuva)
• De uma forma geral, os rios
portugueses orientam-se de este para
oeste, conforme a inclinação do relevo
• Muitos rios são internacionais (Douro,
Tejo, Guadiana, …)
• No sul nota-se mais a falta de água e
a desertificação (verões mais quentes
e longos)
• A maior parte das bacias hidrográficas
já estão artificializadas, principalmente
com a construção das barragens
• Nos arquipélagos dos Açores e da
Madeira os cursos de água são pouco
extensos e designam-se por ribeiras.
Como o relevo é bastante inclinado, as
ribeiras escavam vales profundos e
encaixados.