Este documento analisa a canção "Disseram que eu voltei americanizada" gravada por Carmen Miranda em 1940. [1] Discute o contexto sócio-histórico da época marcado por nacionalismo e xenofobia contra alemães e italianos. [2] Explica a diferença entre o "eu-empírico" dos compositores e o "eu-enunciativo" da intérprete Carmen Miranda. [3] Analisa como o "eu-enunciativo" da canção se posiciona discursivamente em resposta às crí
A construção de sentidos em manchetes do meia hora felipe costa_versão finalí...
Análise da produção de sentidos na canção 'Eu não voltei americanizada' de Carmen Miranda
1. DA PRODUÇÃO E EFEITOS DE SENTIDOS EM “DISSERAM QUE EU VOLTEI
AMERICANIZADA”
Felipe de Souza Costa1
1. INTRODUÇÃO
A presente análise traz como corpus uma canção escrita por Luiz Peixoto e
Vicente Paiva na década de 40, a qual, mesmo nos dias atuais é interpretada por
diversos artistas. Entretanto, neste trabalho, nos deteremos em analisar a
interpretação, gravada no mesmo ano, de Maria do Carmo Miranda da Cunha,
popularmente conhecida como Carmen Miranda. O objetivo geral é fazer um
levantamento dos recursos linguístico-discursivos utilizados pelos enunciadores, a
fim de que se possa analisar criticamente, com fundamentações teóricas da análise
do discurso de linha francesa, as vontades de verdade existentes no texto
supracitado e, ao mesmo tempo, as produções de sentidos que neles subexistem.
Ao propormos uma apreciação fundamentada na análise do discurso de linha
francesa, não podemos deixar de observar alguns elementos que são essenciais
para a sua concretização. Iniciaremos, portanto, tomando a canção proposta como
expressão de linguagem. Sabemos, porém, que ela, a linguagem, pode ser
estudada de diversas maneiras, poderíamos concentrar nossa atenção sobre a
língua enquanto sistema de signos, como sistema de regras formais ou, ainda, como
normas que estabelecem padrões de bem dizer. E é justamente pensando que há
diferentes meios de se debruçar em um estudo linguageiro, que propusemos, nesta
análise, trabalhar o discurso, o qual, de certa forma, envolve estudos como os que
foram citados anteriormente, entretanto nossa concentração se dará em estudar a
linguagem funcionando na produção de sentidos. (ORLANDI, 2009).
2. CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO E IDEOLÓGICO
O contexto sócio-histórico é um elemento que nos oferece ferramentas para
desvendarmos de que forma os sentidos produzidos em um enunciado podem ser
evidenciados de maneira mais clara. Falaremos, neste momento, das condições de
produção que envolveram a canção “Eu não voltei americanizada”. O tempo
1
Licenciado em Letras e especialista em Estudos da Linguagem pela Universidade de Mogi das Cruzes.
2. histórico é, para a análise do discurso, como uma chave que abre diversos caminhos
a serem trilhados.
O corpus, proposto neste trabalho, foi escrito no ano de 1940. Nesta década o
mundo vivenciou um período extremamente turbulento: a Segunda Guerra Mundial,
da qual o Brasil não esteve fora. Em 31 de agosto de 1942, o Brasil declarou guerra
à Alemanha e à Itália, encorajado pelos Estados Unidos a unir forças contra o que
conhecemos hoje como Nazismo e Facismo. Aqui, a hostilidade contra os alemães e
italianos refletiu-se com intensidade no cotidiano dos imigrantes desses países. Um
sentimento nacionalista xenofóbico tomou conta da população de tal modo que os
estrangeiros alemães e italianos foram obrigados a obter salvo-conduto para circular
e manter-se no país. Em 1945, com a declaração de Guerra ao Japão, as mesmas
condições discriminatórias foram estendidas à colônia japonesa.
E atracados nesse contexto ideológico de nacionalismo, alguns fatos
inusitados ajudam a ilustrar esse sentimento ufanista desenfreado, eventos como a
mudança de nome dos times de futebol de São Paulo e Minas Gerais, ambos
nominados como Palestra Itália, para Palmeiras e Cruzeiro, respectivamente.
Nesse ínterim, as relações culturais com os Estados Unidos estavam cada
vez maiores e mais intensas. Recebemos, no Brasil, a visita de Walt Disney e o
malandro Zé Carioca uniu-se a Panchito e Pato Donald, todos personagens
estadunidenses, que formavam, na imaginação popular, uma aliança amigável na
América, dado que cada personagem representava estereotipadamente alguns
países do Continente Americano. Famosos cineastas como Orson Welles e John
Ford vieram à terra do pau-brasil para gravarem seus filmes.
Concomitantemente a todos esses fatos históricos, que revelam a sociedade
da época da enunciação do nosso corpus, Carmen Miranda brilhava nos Estados
Unidos e, sob influência da cultura estadunidense, ao retornar ao país que acolhera
como seu, uma vez que não era brasileira nata, mas portuguesa, canta em um de
seus shows uma música em inglês. Na ocasião, foi vaiada e deixou o palco
chorando. Pouco tempo depois, grava um samba, cuja autoria já foi citada, em
resposta aos críticos da época. A canção é “especialmente” para esse fim. O título
“Eu não voltei americanizada” é uma resposta contundente e, ao mesmo tempo, um
“prato cheio” para qualquer analista do discurso.
3. 3. EU-EMPÍRICO X EU-ENUNCIATIVO
Após explanarmos acerca do contexto sócio-histórico e ideológico da época,
elementos importantes nesta análise, prosseguiremos falando a respeito de uma
dicotomia que facilmente confunde a muitas pessoas e que, na canção, é fator
determinante na produção de sentidos: o eu-empírico e o eu-enunciativo.
Sabemos bem que uma canção é composta essencialmente de letra e
música. À margem desse casamento artístico existe, também, o intérprete que
impõe à canção certa pessoalidade, pensando na sua materialização fonética. É
costumeiro que grande parte da população atribua à pessoa do intérprete a autoria
de uma canção, entretanto gostaríamos de, neste momento, realizarmos algumas
reflexões de ordem linguageira, que nos ajudarão a remontar esse quadro
enunciativo.
Como bem sabemos, o corpus da nossa análise foi, praticamente,
encomendado para um fim específico. Podemos dizer que, a priori, temos três “eu-
empíricos”, que são formados pelo trio Luiz Peixoto, Vicente Paiva e Carmen
Miranda, dos quais apenas a intérprete coaduna-se e confunde-se com o “eu-
enunciativo”. O “EU” que enuncia no discurso não é, necessariamente, o empírico,
ou seja, aquele que se baseia apenas na experiência palpável da materialidade, pois
segundo Orlandi (2009):
“Assim não são os sujeitos físicos nem os seus lugares empíricos como tal, isto é,
como estão inscritos na sociedade, e que poderiam ser sociologicamente descritos,
que funcionam no discurso, mas suas imagens que resultam de projeções. São essas
projeções que permitem passar das situações empíricas – os lugares dos sujeitos –
para as posições dos sujeitos no discurso.”
No caso da canção “Eu não voltei americanizada”, o próprio título nos ajuda a
refutar a possibilidade de os letristas serem parte integrante da enunciação e, ao
mesmo tempo, coloca numa posição de transição a intérprete, já que ela pode
movimentar-se entre o empirismo e a projeção (eu-enunciativo). O gênero do
enunciador reforça a ideia apresentada. Sabemos que, no plano do discurso, a
questão genérica não é fator determinante, mas no caso específico do nosso corpus,
conseguimos inferir que tal afirmação pode ser validada se confrontarmos as
4. posições dos “eus” evidenciados no texto à condição de produção sócio-histórica e
ideológica que anteveio à concretização da canção.
3.1. O SUJEITO DA/NA CANÇÃO E FORMAÇÃO DISCURSIVA
Ao pensarmos nesse EU como parte central de uma enunciação, não
podemos deixar de considerar que esse eu-enunciativo, no plano discursivo é, sem
dúvida, o que conhecemos como sujeito. É no discurso que sujeitos e sentidos se
constituem como tais. Para a análise do discurso, o sujeito é essencialmente
histórico, marcado pelo espaço e pelo tempo:
“Dessa forma, como ser projetado num e espaço e num tempo e orientado
socialmente, o sujeito situa o seu discurso em relação aos discursos do outro. Outro
que envolve não só o seu destinatário para quem planeja, ajusta a sua fala (nível
intradiscursivo), mas que também envolve outros discursos historicamente já
constituídos e que emergem na sua fala (nível interdiscursivo). Nesse sentido,
questiona-se aquela concepção do sujeito enquanto ser único, central, origem e fonte
do sentido, formulado inicialmente por Benveniste, porque na sua fala outras vozes
também aparecem.” (BRANDÃO, 1996)
A ideologia, presente no cenário sócio-histórico, ajuda-nos a remontar um
quadro extremamente nacionalista e a projeção de imagem que o sujeito enunciativo
do nosso corpus tenta manter é de que não está americanizada, que suas raízes,
nesse caso brasileiras, ainda estão mais vivas do que nunca. Há em todo o texto
uma tentativa de refutar o que é americano e supervalorizar o que é nacional: “Eu
digo mesmo „Eu te amo‟ e nunca „I love you‟/ Enquanto houver Brasil, na hora das
comidas / Eu sou do camarão, ensopadinho com chuchu.”
Tais versos nos permitem fazer uma analogia às ideias de Althusser, no que
diz respeito à noção de que “a ideologia interpela os indivíduos como sujeitos”, as
quais foram divulgadas por Helena Brandão (1996), em seu livro Introdução à
Análise do Discurso:
“O reconhecimento se dá no momento em que o sujeito se insere, a si mesmo e a
suas ações, em práticas reguladas pelos aparelhos ideológicos. Como categoria
constitutiva da ideologia, será somente através do sujeito e no sujeito que a
existência da ideologia será possível.”
5. O EU, marcado linguisticamente nos versos supracitados, revela um sujeito
discursivo que tem no seu bojo um interesse grande em partilhar da mesma
ideologia em que estava afundada a nação. Resume-se a uma explicitação de
demonstração da vontade de verdade, como bem explicita Foucault em “A ordem do
discurso”, imanente do povo em querer reconhecer numa divulgadora dos ideais
brasileiros aquilo que era amplamente propagado.
Orlandi (2009) ao falar a respeito do sujeito locutor e interlocutor - a presença
dos dois é que constitui o sujeito como tal - oferece-nos algumas questões que
auxiliam na ilustração de um eu-enunciativo em busca da projeção de sua imagem
num discurso:
Posição do sujeito locutor:
Quem sou eu para lhe “Eu nasci com o samba
falar assim? e vivo no sereno”
Posição do sujeito interlocutor:
Intérprete ou artista considerada
brasileira que cantou uma canção
Quem é ele para me falar
em inglês, depois de passar um
assim, ou para que eu lhe fale
tempo nos Estados Unidos.
assim?
Objeto do discurso:
Do que estou lhe “Disseram que eu voltei
falando, do que ele me americanizada”
fala?
6. A tríade, representada nas ilustrações acima por duas flechas que estão uma de
encontro a outra, sugere a ideia de que o discurso é um lugar propício para o
conflito. E a partir dele, aquilo que conhecemos como Formação Discursiva começa
a ganhar materialidade nesta análise. Entendemos por Formação Discursiva aquilo
que pode e deve ser dito num determinado contexto. O sujeito da canção só pode
enunciar suas defesas em torno da acusação do outro “disseram que”, se estiver
inserido no contexto e é, justamente por isso, que podemos ligar o sujeito empírico
ao discursivo sem maiores problemas.
4. HETEROGENEIDADE DISCURSIVA, DIALOGISMO E
INTERTEXTUALIDADE
Quando nos referimos ao discurso como efeito de sentido entre locutores
posicionados em diferentes perspectivas (BRANDÃO, 1996), não podemos vê-lo
como algo estático e homogêneo. O discurso é heterogêneo e dialógico por
natureza.
A canção principia com um verso escrito num discurso indireto: “Disseram que
eu voltei americanizada”. Todas as demais conjecturas apresentadas ao longo da
letra estão norteadas a partir desse verso. Dele podemos extrair duas condições que
instauram o discurso como tal. A primeira diz respeito à heterogeneidade discursiva,
o que, de certa forma, acusa a presença do outro (AUTHIER-REVUZ, apud,
BRANDÃO, 1996). O discurso relatado é um indício real dessa presença empírica e,
ao mesmo tempo, enunciativa do outro na canção, pois é por motivações exteriores,
ou seja, do outro que o eu-enunciativo se constitui no nosso corpus. Segundo
Brandão (1996): “no discurso indireto, o locutor, colocando-se enquanto tradutor, usa
de suas próprias palavras para remeter a uma outra fonte do „sentido‟.
A segunda condição que confere ao discurso o dialogismo, na nossa análise,
é que para Bakhtin a ideia de dialogização do discurso possui uma linha tênue
bifurcada, sendo que em uma via tem-se a presença de outros discursos e na
segunda uma ideia voltada ao outro da interlocução. No nosso caso,
especificamente com o primeiro verso, temos as duas possibilidades: a voz do outro
e a motivações claras para a enunciação oriundas de declaração desse outro. Dessa
7. forma, podemos pensar em um dialogismo duplo, que é, ao mesmo tempo,
interdependente.
É inerente ao plano da heterogeneidade discursiva o conceito de
intertextualidade, em que o discurso está pautado entre textos, podendo sua relação
se dá no mesmo campo discursivo (interior) ou exterior a ele. Temos um exemplo da
segunda relação que se coaduna ao nosso corpus. No mesmo ano de lançamento
da canção “Eu não voltei americanizada”, houve a divulgação uma outra intitulada
“Voltei pro Morro”, a qual foi escrita pelos mesmos letristas e interpretada, também,
por Carmen Miranda. O tópico discursivo reside, basicamente, na mesma tônica:
“Voltei pro morro, onde está o meu cachorro / Meu cachorro vira-lata, minha cuíca e
meu ganzá? / Voltei pro morro, onde está o meu moreno? / Chamem ele pro sereno,
/ porque se eu não me esbaldar eu morro! / Voltei pro morro, onde estão minhas
chinelas? / Eu quero sambar com elas, / vendo as luzes da cidade! Voltei, voltei,
voltei! / Ai! Se eu não mato esta saudade eu morro / Voltei pro morro, voltei...!”
Podemos perceber que a ligação entre os dois texto é extremamente
pungente e neles a vontade de verdade que se pretende legitimar é a mesma: eu
não esqueci minhas raízes, eu também sou nacionalista como toda população.
5. (IN) CONCLUSÃO
Este trabalho detém-se em estudar os limites da interpretação, utilizando
como base a materialidade linguística presente na canção “Eu não voltei
americanizada”. Os efeitos de sentidos depreendidos do seu contexto histórico e
ideológico foram extremamente úberes para um deslizar teórico e, ao mesmo tempo,
constatativo do corpus proposto. Sob a égide de alguns preceitos que circundam
filiações da análise do discurso de linha francesa, procuramos desconstruir
determinados conceitos enviesados em nossa sociedade, a fim de mostrar a
maneira como a língua e a linguagem estão intimamente ligadas à historicidade e à
ideologia e de como o discurso pode ser construído num contínuo e com objetivos
preestabelecidos.
Além disso, serve para mostrar como a propagação de alguns ideais, como o
nacionalista da época, pode se tornar prejudicial, no que diz respeito à inflexibilidade
8. com o outro e, consequentemente, com sua cultura. Pudemos observar que a
objetividade da língua é um plano inexistente e que o sujeito é inerente ao discurso.
A condição da linguagem, segundo Orlandi (2009), é a incompletude. Ora, se
a linguagem, arcabouço de nosso trabalho, é incompleta, uma análise que a tem
como sua matéria-prima também o é, portanto outras incursões reflexivas podem ser
adicionadas às apresentadas aqui ou rediscutidas ao longo do que conhecemos
como tempo.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AQUINO, Rubim Santos Leão de (et al). Sociedade brasileira: uma história através
dos movimentos sociais – da crise do escravismo ao apogeu do neoliberalismo. 5ª
ed. Rio de Janeiro: Record, 2007.
9. BARROS, Diana Luz Pessoa de. Estudos do discurso. In: FIORIN, José Luiz (org.).
Introdução à Linguística: II. Princípios de análise. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
BRANDÃO, Helena H. Nagamine. Introdução à análise do discurso. 5ª ed.
Campinas: Editora da UNICAMP, 1996.
CHARAUDEAU, Patrick; MAINGUENEAU, Dominique. Dicionário de análise do
discurso. 2ª. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. 9ª. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. 2ª. ed. São Paulo:
Cortez, 2002.
ORLANDI, Eni P. Análise de discurso: Princípios e procedimentos. 8ª ed. Campinas:
Pontes, 2009.
10. 7. ANEXOS:
Disseram que eu voltei americanizada
(Luiz Peixoto e Vicente Paiva)
Carmen Miranda
Disseram que voltei americanizada
Com o burro do dinheiro, que estou muito rica
Que não suporto mais o breque de um pandeiro
Que fico arrepiada ouvindo uma cuíca
Disseram que com as mãos estou preocupada
E corre por aí que eu sei um certo zum-zum
Que já não tenho molho, ritmo nem nada
E dos balangandãs já não existe mais nenhum
Mas, pra cima de mim, pra que tanto veneno?
Eu posso lá ficar americanizada!
Eu, que nasci com o samba e vivo no sereno
Tocando a noite inteira a velha batucada
Nas rodas de malandro, minhas preferidas
Eu digo mesmo é "eu te amo" e nunca "I love you"
Enquanto houver Brasil, na hora das comidas
Eu sou do camarão ensopadinho com chuchu!
11. Voltei pro Morro
(Luiz Peixoto e Vicente Paiva)
Carmen Miranda
Voltei pro morro, onde está o meu cachorro
Meu cachorro vira-lata, minha cuíca e meu ganzá?
Voltei pro morro, onde está o meu moreno?
Chamem ele pro sereno,
porque se eu não me esbaldar eu morro!
Voltei pro morro, onde estão minhas chinelas?
Eu quero sambar com elas,
vendo as luzes da cidade!
Voltei, voltei, voltei!
Ai! Se eu não mato esta saudade eu morro
Voltei pro morro, voltei...!
Voltando ao berço do samba
que em outras terras cantei
pela luz que me alumia eu juro
que sem a nossa melodia e a cadência dos pandeiros
muitas vezes eu chorei, chorei
E eu também senti saudade quando este morro deixei
É por isso que eu voltei, voltei...!
Voltei pro morro, onde está o meu cachorro
Meu cachorro vira-lata, minha cuíca e meu ganzá?
Voltei pro morro, onde estão minhas chinelas?
12. Chamem ele pro sereno,
porque se eu não me esbaldar eu morro!
Voltei pro morro, onde estão minhas chinelas?
Que eu quero sambar com elas,
vendo as luzes da cidade!
Voltei, voltei, voltei!
Ai! Se eu não mato esta saudade eu morro
Voltei pro morro, voltei...!
E eu também senti saudade quando este morro deixei
E é por isso que eu voltei, voltei...!
Voltei pro morro, onde está o meu cachorro
Meu cachorro, meu cachorro vira-lata, minha cuíca e meu ganzá?
Voltei pro morro, onde está o meu moreno?
Chamem ele pro sereno,
porque se eu não me esbaldar eu morro!
Voltei pro morro, onde estão minhas chinelas?
Eu quero sambar com elas,
vendo as luzes da cidade!
Voltei, voltei, voltei!
Ai! Se eu não mato esta saudade eu morro
Voltei pro morro, voltei...!
Voltei, voltei, voltei!
Ai! Se eu não mato esta saudade eu morro
Voltei pro morro, voltei...!