1. O documento discute como o uso da Web 2.0 pode trazer vantagens competitivas para organizações ao facilitar a troca de informações e conhecimento entre funcionários. 2. É apresentado um estudo de caso hipotético sobre a aplicação de soluções Web 2.0 no SENAI-SE para promover a gestão do conhecimento. 3. A Web 2.0 permite a colaboração e compartilhamento através de ferramentas como blogs, wikis e redes sociais para desenvolver a inteligência coletiva da organização.
POO - Aula 02 - Fatores de Qualidade de Software e Introdução ao Java
Web 2.0 como diferencial competitivo
1. A utilização da Web 2.0 como um diferencial competitivo nas
organizações: estudo de caso aplicado ao SENAISE.
Felipe José Rocha Vieira¹, Diego Armando de Oliveira Meneses¹, Diego Mota
Mesquita¹, Andreza Cruz Trindade dos Reis¹, Rogério P.C. do Nascimento¹
Departamento de Computação – Universidade Federal de Sergipe (UFS)
1
São Cristóvão – SE – Brasil
felipejrvieira@yahoo.com.br,{diegoarmandoo,diego_mota_88}@hotmail.com,
andreza.crt@gmail.com, rogerio@ufs.br
Abstract. The Web 2.0 provides the interaction between all involved in
business. This paper aims to present ways to use Web 2.0 in the corporate
environment, thus creating a competitive differential. A scenario was
developed through a hypothetical case study to be applied to the Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial de Sergipe (SENAISE). To implement
this scenario were conducted research on Knowledge Management, Web 2.0
services and applications such as Blogs, Wikis, RSS, Mashup, Social Networks
and Social Bookmarking and AJAX technologies , SOA and XML Family.
Resumo. A Web 2.0 proporciona a interação entre todos envolvidos no
processo de negócio. Este artigo tem o objetivo de apresentar formas de
utilizar a Web 2.0 no ambiente corporativo, criando assim um diferencial
competitivo. Foi desenvolvido um cenário hipotético através de um estudo de
caso a ser aplicado ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de
Sergipe (SENAISE). Para implantação deste cenário foram realizadas
pesquisas sobre Gestão do Conhecimento, serviços e aplicações Web 2.0
como Blogs, Wikis, RSS, Mashup, Redes Sociais e Social Bookmarking e
tecnologias AJAX, SOA e Família XML.
1. Introdução
Com a globalização as mudanças estão cada vez mais rápidas. Empresas líderes de
mercado hoje, podem ser apenas mais uma entre as demais amanhã. O mercado exigente
faz com que concorrentes desenvolvam produtos e serviços de ótima qualidade e
busquem meios para otimizar seus processos. Em um ambiente como este o que fará
uma organização se manter sempre a frente?
Uma solução é a utilização do capital intelectual, que para Lacombe e Heilborn
(2006), é a soma dos conhecimentos, informações, propriedade intelectual e experiência
de todos em uma empresa, que podem ser utilizados para gerar riqueza e vantagem
competitiva. Já que atualmente o diferencial deixou de ser a mãodeobra barata e os
recursos naturais, e sim, o conhecimento e a capacidade de gerar inovações.
Para maior “rentabilidade” deste capital intelectual, devese investir em novas
tecnologias que possibilitem a troca de informações rapidamente. Para isso usase
serviços de colaboração ágil e simplificada, aumentando a agilidade e produtividade.
A Web 2.0 traz todos esses conceitos, disponibilizando serviços e tecnologias
necessárias para tornar essa colaboração e compartilhamento possíveis. Através de blogs,
2. wikis, web services, entre outros, desenvolvese a inteligência coletiva, criando um
diferencial competitivo às empresas que a utilizam.
Na seção 2, será mostrado o referencial teórico da pesquisa, onde serão descritos
conceitos, serviços e tecnologias. Após, na seção 3, apresentarseá um cenário
hipotético da aplicação de soluções Web 2.0 no SENAISE, seguido de como a Web 2.0
pode trazer vantagens competitiva a organização, na seção 4. Por último, na seção 5, far
seão as considerações finais.
1.1. Trabalhos Relacionados
Segundo Carneiro et al (2008) considera que a Gestão do Conhecimento tem se tornado
um dos fatores mais significantes para determinar o sucesso organizacional. Em Vieira et
al (2008) apresenta a Web 2.0 como uma plataforma aberta e dinâmica, na qual incide
interação entre os internautas e, ainda, os mesmos controlam seus dados.
Benevides et al (2007) demonstra como que a tecnologia da informação aliada às
ferramentas mercadológicas podem contribuir no desenvolvimento de estratégias
competitivas nas empresas de pequeno e médio porte.
Este trabalho mostra a utilização da Web 2.0 como ferramenta que possibilita o
acúmulo de conhecimento por parte da empresa, e também, maior comunicação e
interação entre funcionários.
2. Referencial Teórico
Para o desenvolvimento da pesquisa foram compiladas informações consideradas
fundamentais e pertinentes ao assunto. Estas apontam a linha de raciocínio seguida e
estão estruturadas em três grupos: conceitos gerais, aplicações e serviços e tecnologias
envolvidas.
2.1. Conceitos Gerais
Numa visão geral, será apresentado a Gestão do Conhecimento e a Web 2.0, base da
estruturação do artigo. A junção destes dois conceitos possibilita observar como podese
desenvolver inovação, através da colaboração proposta por estas idéias, sendo este o
intuito da Enterprise 2.0.
2.1.1. Gestão do Conhecimento
Para Terra (2005) Gestão do Conhecimento (GC) significa organizar as principais
políticas, processos e ferramentas gerenciais e tecnológicas à luz de uma melhor
compreensão dos processos de geração, identificação, validação, disseminação,
compartilhamento e uso dos conhecimentos estratégicos para gerar resultados
(econômicos) para empresa e benefícios para os colaboradores.
Na organização encontrase dois tipos de conhecimento: o explícito e o tácito. O
primeiro, é aquele que pode ser, ou está, registrado, através de manuais, normas, etc.,
sendo assim facilmente encontrado e armazenado. Já o tácito é aquele que se dá a partir
das interações dos indivíduos que constituem a organização, por meio de troca de
experiências, ideais, emoções, etc. Zabot e Silva (2002).
A relação entre o conhecimento tácito e o explícito resulta em quatro modos de
conversão do conhecimento: socialização, externalização, combinação e internalização
(figura 1), que representam os mecanismos através dos quais o conhecimento individual
3. é articulado e amplificado na organização. Tenório (2007).
Figura 1. Processo cíclico de conversão do conhecimento.
2.1.2. Web 2.0
O termo Web 2.0, conhecido também como Web Social ou Web Colaborativa, não está
caracterizado por novas especificações técnicas da Web. E sim, por ampliar as formas de
publicar, compartilhar e organizar informações, aumentando a interação entre os
usuários. Isto descaracteriza uma nova versão da Web, na verdade, o que ocorreu foi
uma nova visão da mesma (tabela 1), abrindo novas possibilidades, inexistentes
anteriormente.
Tabela 1. Características e tendências da Web 2.0, comparandoas com a Web.
Adaptação baseada em Bastos (2007)
Web Web 2.0
Complexidade Simplicidade
Audiência de Massa Nichos
Proteger Compartilhar
Assinar Anunciar
Precisão Disponibilização Rápida
Edição Profissional Edição pelo Usuário
Discurso Corporativo Opinião Franca
Publicação Participação
Poucos Muitos
O'Reilly (2006), idealizador do termo Web 2.0, a defini da seguinte forma: é a
mudança para uma Internet como plataforma, e um entendimento das regras para
oferecer sucesso nesta nova estrutura. Entre outras, a regra mais importante é
desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores,
quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva.
Esta nova tendência proporcionou a entrada de novos serviços que atendiam as
premissas propostas por O’Reilly (2005): serviços e não software empacotado, com
4. “escalabilidade” de custo eficiente; controle sobre fontes de dados únicas e difíceis de
serem criadas e que ficam mais ricas quanto mais as pessoas as utilizarem; confiança nos
usuários como codesenvolvedores; agregação de inteligência coletiva; estimular a cauda
longa através de autoserviço para o cliente; software para mais de um dispositivo;
interfaces de usuário, modelos de desenvolvimento e modelos de negócios leves.
Atualmente, já se consegue perceber o amadurecimento da Web 2.0, pois muitos
dos serviços que iniciaram este “boom” foram adquiridos por grandes organizações,
como o Youtube e FeedBurner pelo Google e Del.icio.us e Flickr pelo Yahoo!, entre
outros.
2.2. Aplicações e Serviços aos Moldes da Web Social
Anteriormente foi mostrado que a intenção da Web 2.0 é proporcionar interatividade e
colaboração. Aplicações e serviços que seguem esta estrutura possibilitam a geração de
conhecimento necessário para as organizações. Devido a isto, há a necessidade de
conhecêlas. A seguir, descreveremos sucintamente as principais aplicações e serviços
que existem atualmente:
Blogs: são sistemas que permitem a criação e atualização rápida de conteúdo
multimídia online. Através da adição de conteúdo por um ou mais autores ocorre a
interação com usuários que participam através de comentários. Normalmente blogs
abordam temáticas específicas. Para Stepp (2006), Blogs poderão criar o que a
BusinessWeek chama de “mídia das massas”, um campo de força “editorial do cidadão”
por “jornalistas autônomos”, podendo quebrar “o monopólio dos principais meios de
comunicação”.
Wikis: wikis possibilitam adicionar ou editar conteúdo coletivamente, no
entanto, diferentemente dos Blogs, são mais estruturados e possuem um âmbito formal.
O objetivo é melhorar as informações sobre determinado tema, através da colaboração
do público.
RSS: Really Simple Syndication ou Rich Site Summary é um formato, baseado
em XML, que possibilita a criação e padronização de conteúdos informativos onde estes
podem ser consumidos por sites ou softwares agregadores de informação. O usuário não
precisa procurar atualizações de conteúdo, estas vão até ele. Seu uso no ambiente
corporativo é importante para que a divulgação de notícias na empresa seja mais
abrangente e atrativa.
Mashup: Segundo Merrill (2007), Mashup são utilizados para agregar serviços já
existentes, disponibilizados através do SOA, criando um serviço novo, singular e
inovador. Dependendo do propósito da criação pode se usar vários serviços já
disponíveis na Web. Com isso as organizações podem conciliar sua base de dados com
os mashups para disponibilizar serviços que gerem informações tratadas que possam ser
usadas na tomada de decisão da empresa.
Redes Sociais: As redes sociais são definidas através de atores (pessoas,
instituições ou grupos) e suas conexões. Formamse laços, devido a possuírem fins,
objetivos ou desejos em comum. Recuero (2005). A Web Social possibilitou a criação de
diversos serviços com este intuito.
Social Bookmarking: É um sistema de marcadores que disponibiliza, de forma
online, pública e gratuita, os favoritos do usuário, possibilitando fácil acesso e
compartilhamento. Com a utilização de Social Bookmarking, é possível encontrar
5. pessoas com os mesmos interesses e conhecer novos sites através das sugestões destas.
2.3. Tecnologias que Suportam a Web 2.0
Se devidamente usadas, as tecnologias da Web 2.0 podem gerar grandes benefícios para
as corporações. A família XML, por exemplo, pode ajudar a diminuir custo na troca de
dados, descrever e consumir serviços da Web. Esta dissemina de forma padronizada
dados gerados pela organização, servindo de fontes seguras de informação que possam
ser lidos e entendidos por todos.
O AJAX facilita a implementação de interfaces com o usuário, tornando as
aplicações Web mais rápidas e atrativas para estes. Já o SOA tem o objetivo de tornar as
aplicações “banco de serviços”, podendo ser agregados a outros sistemas. Isto garante a
redução de custos, aumento da produtividade, abstração da complexidade do
desenvolvimento, retorno de investimento, ambientes heterogêneos e maior integração
entre os sistemas.
2.3.1. Família XML
Extended Markup Language (XML) esboçado por Jon Bosack e continuado pelo W3C,
foi desenvolvido para comunicarse com as linguagens e poder ser entendido pelos
softwares.
Obedece alguns princípios que regem sua portabilidade como por exemplo, a
separação do conteúdo da formatação, simplicidade e legibilidade, criação de tags sem
limitação, foco na estrutura da informação e não na sua aparência. Então XML nada
mais é que um padrão para troca de dados. Segundo Almeida (2002) o XML possibilita
ao autor especificar a forma dos dados no documento, além de permitir definições
semânticas, podendo conter, simultaneamente, dados e a descrição do documento.
Pela sua grande difusão e capacidade de adaptação, gerando vantagens na
recuperação e compartilhamento dos dados na internet, o XML tornase um padrão para
a criação dos modelos e serviços que são disponibilizados na Web. Estes são conhecidos
por “Família XML”. Fazem parte desta família as tecnologias WSDL, RSS, XHTML,
SOAP, UDDI, entre outras. A seguir, será explicado o uso e conceito de algumas delas:
WSDL: Web Services Description Language (WSDL), de acordo com W3C
(2001), o WSDL descreve serviços de rede (Web services) como um conjunto de
parâmetros. WSDL é extensível para permitir a descrição dos parâmetros e das suas
mensagens, independente do formato da mensagem ou do protocolo de rede que será
usado para se comunicar. Fornece documentação para sistemas distribuídos e serve
como uma receita para automatizar os detalhes envolvidos em aplicações em
comunicação.
SOAP: Simple Object Access Protocol (SOAP), para W3C (2000), é um simples
protocolo que permiti que aplicações troquem informações sobre HTTP. Já que este é
suportado por todos os navegadores e servidores de Internet.
UDDI: Universal Description, Discovery and Integration (UDDI), em UDDI
(2002), é um serviço de diretórios para armazenamento e pesquisa de informações sobre
Web services, descritas através de WSDL, comunicandose via SOAP.
2.3.2. AJAX
Para Garrett (2005), Asynchronous Javascript And XML (AJAX) é um agregado de
6. técnicas de desenvolvimento para Web composta por XHTML e CSS, que apresentam
os dados, DOM, que possibilita a exposição e interação dinâmica, XML, que realiza o
intercâmbio e manipulação dos dados, XMLHTTPREQUEST, que recupera de forma
assíncrona os dados e Javascript, que as uni. Isto aumenta a velocidade e a facilidade de
uso das aplicações Web.
Com isso essa coleção de tecnologias é responsável pelo aumento no conteúdo
colaborativo existente na internet e também no crescimento de usuários comuns que até
então não possuíam conhecimentos necessários para publicar conteúdo e utilizar
informação de forma rápida e constante na internet pela falta de aplicações de uso
simples.
A utilização do AJAX torna as aplicações Web mais parecidas com as aplicações
desktop criando assim um atrativo, a usabilidade. Esta é muito importante, pois
possibilita combinar a interação do usuário e as solicitações ao servidor de forma mais
completa. Com isso podemos criar aplicações Web mais dinâmicas e criativas, que
contenham funcionalidade.
2.3.3. SOA
A Web 2.0 baseiase em uma arquitetura tecnológica e num modelo de desenvolvimento
já existentes somado a um novo paradigma de implementação, construção e execução
das aplicações.
Essa arquitetura chamase Serviceoriented Architecture (SOA), que em
português significa: arquitetura orientada a serviços. Com ela, mudase a forma como os
serviços de aplicações são diferenciados e a forma como são desenvolvidos, criando
aplicações inteiras, consumindo serviços de diferentes sistemas, independente da
linguagem usada. O SOA fornece um modelo globalmente conectado e desenvolvido em
redes. No entanto, para Benedete Junior (2007) existe diversas definições para SOA.
Segundo o mesmo, a depender do ponto de vista o conceito pode ser interpretado de
outras maneiras.
3. Criação de um Cenário Hipotético para Utilização da Web 2.0 no
SENAISE
Para o desenvolvimento da pesquisa foi escolhida uma instituição, neste caso o SENAI
SE, levando em consideração seu perfil, missão e visão. Após isto, foi realizado uma
análise do seu site para observar a existência de recursos Web 2.0. E por último
elaborado um cenário hipotético para a utilização destes, não se limitando apenas ao site,
mas também, sugerindo soluções que gerassem agilidade na comunicação dentro da
organização, possibilitando maior competitividade para a mesma.
3.1. Situação Atual do SENAISE
O SENAISE, criado em 1942, é um dos mais importantes pólos nacionais de
geração e difusão de conhecimento aplicado ao desenvolvimento industrial. Em Sergipe,
atua desde 1945, quando inaugurou seu primeiro Centro de Formação Profissional em
Aracaju. SENAISE (2008).
Ao analisar a missão e a visão da instituição, que tem como base contribuir para
o desenvolvimento industrial do Estado de Sergipe, através da educação para o trabalho
e da cidadania, assistência técnica e tecnológica, geração, adequação e difusão de novas
tecnologias, buscando autosustentação, procurando assim ser um referencial de
7. excelência para a Região Nordeste. Percebese o caráter inovador da instituição, sendo
este o principal motivo para a escolha do SENAISE como estudo de caso.
Figura 2. Site do SENAISE
O site (Figura 2) tem caráter informativo, divulgando notícias, eventos, cursos,
informações sobre a instituição, projetos, entre outros. No entanto, não encontrase
nenhuma forma de interatividade com o usuário. A informação é transmitida
unidirecionalmente, não havendo espaço para opinião daqueles que a acessam. Recursos
que possibilitem a interação aumentam a satisfação dos frequentadores deste portal.
3.2. Cenário Hipotético Planejado
O cenário hipotético foi criado através de serviços tradicionais da Web 2.0 já
utilizados em larga escala. A divisão destes serviços foram feitas de acordo com o perfil
de acesso: funcionários, clientes e visitantes, seguindo esta ordem de permissão (Figura
3). Pois funcionários podem ser tanto visitantes, quanto clientes, possuindo acesso a
todos os serviços propostos.
Na figura 3, ilustrase o público alvo e os serviços disponibilizados para cada
perfil. Para os funcionários especificamente são utilizados Wikis, Redes Sociais, Web
Services e Mashup. Os EduBlogs (Blogs Educacionais) estão disponíveis aos clientes e
funcionários, assim como RSS, Mapas e Fotos, estes acessíveis também aos visitantes.
Figura 3. Público alvo dos serviços disponibilizados.
8. O primeiro a ser implementado é o RSS, para que os usuários recebam feeds que
informem as atualizações do portal. Este é um recurso fundamental, pois avisará sobre as
novas turmas existentes.
Outro importante serviço são os visualizadores de mapas, facilitando a
localização das unidades da instituição. Em pesquisas pela Internet foi encontrado
algumas referências do SENAI em sites de localização, entretanto, estas não estão
associadas ao site. Uma forma de agregar maior valor a este recurso, é vincular imagens
do local informado, apresentando as instalações aos usuários.
A utilização de blogs podem ser adequados para o cenário em questão, criando
blogs educacionais com as matérias dadas nos diversos cursos do SENAISE. Assuntos,
datas de provas, referências usadas para criação do conteúdo, ficariam disponibilizados
para os alunos e outros interessados, onde podem ser acessados a qualquer momento de
qualquer lugar que tenha condições para o tal acesso, além de poder receber comentários
e opiniões dos alunos, criando assim um conteúdo colaborativo aos moldes da Web 2.0,
satisfazendo a todos.
O uso de blogs pode ser potencializado com o uso de serviços onde podese
postar vídeos e áudios e acessálos em qualquer página Web. Esses podem ser usados
como complementos, com a disponibilização de novos materiais ou da aula, de forma
parcial ou total, podendo vim a ser também uma forma de ensino à distância.
Outro serviço que pode ser usado neste cenário, só que no âmbito dos
funcionários do SENAISE são os wikis. Estes podem servir para gerência e
documentação de projetos e processos criados pelos funcionários e ainda na descrição de
setores da organização tudo isso ao alcance dos colaboradores.
O uso de redes sociais também pode ser bem construtivo, como forma de análise
de mercado e satisfação do cliente, tendo assim a possibilidade de melhor atendêlos.
Existe diversos tipos de redes sociais, dentre estas as voltadas para fins profissionais.
Podese aproveitar destas como fontes de pesquisa na hora da contratação de
funcionários e professores e disponibilizar aos clientes o perfil profissional das pessoas
que trabalham na instituição.
A implantação de uma intranet personalizável (mashup) possibilita, através de
web services, a criação de páginas que atendessem o perfil de cada funcionário da
organização, agilizando o processo de comunicação, pois as informações mais relevantes
estarão próximos de quem a necessita.
4. A Web 2.0 como Facilitador na Criação de Vantagem Competitiva
Através dos estudos desenvolvidos, percebese que a GC é fundamental para se manter
competitivo no mercado atual, no entanto temos algumas dificuldades em sua
implantação, existe um paradoxo entre a necessidade de uma cultura colaborativa e a
existência de uma atitude individualista do ser humano (Bastos 2007). Um dos fatos que
levam a isto é a resistência a mudança, pois as pessoas interpretam como ameaça, uma
agressão ao seu estado de conforto. Porém isto está mudando.
A utilização da Web 2.0 está se popularizando cada vez mais, redes sociais,
blogs, wikis atingem altos índices de audiência, isto faz com que o termo colaboração se
difunda na sociedade, e isto não é só uma tendência de jovens “antenados”, Daniel
(2007) mostra uma pesquisa realizada pela Booz Allen Hamilton que estudou 2400
consumidores distribuídos entre companhias dos Estados Unidos, Reino Unido e
9. Alemanha, um dos objetivos era descobrir a relevância da Web 2.0 em determinada faixa
etária e descobriuse que nos EUA 41% do usuários do MySpace possuem mais de 35
anos, no Reino Unido o número foi 35% e na Alemanha 29%. Isto mostra que não só
são jovens que utilizam a Web 2.0. Os funcionários que atualmente constituem as
organizações já estão se familiarizando com estas ferramentas.
Outro dado importante desta mesma pesquisa é em relação a influência da Web
2.0 na opinião das pessoas, 39% dos pesquisados buscam informações no MySpace
antes da compra de algum produto.
4.1. Enterprise 2.0: uma Nova Visão para Web 2.0
Como foi comentado anteriormente, os meios de geração, compartilhamento e refinação
de informações já estão populares na Internet. Está forma de interação é importantíssima
para a GC nas organizações. A utilização da Web 2.0 com foco no mundo corporativo é
definido como Enterprise 2.0, termo criado por Andrew P. McAfee.
McAfee (2006), indicou seis componentes necessários para a Enterprise 2.0. São
eles: search, links, authoring, tags, extensions e signals, conforme ilustrado na Tabela 2
abaixo:
Tabela 2. Componentes da Enterprise 2.0
search a informação deve ser de fácil localização
as informações devem estar conectadas, artigos que ligamse com
links
outros
authoring ferramentas de fácil utilização para motivar a colaboração
os usuários tem a capacidade de classificar informações de forma
tags
relevante para ele
extensions os usuários devem ter a capacidade de sugerir e recomendar conteúdo
deve haver formas que informem aos usuários a existência de novos
signals
conteúdos
As vantagens da Enterprise 2.0 são: inovação, colaboração, compartilhamento de
conhecimento, inteligência coletiva, pesquisas e descobertas. Estas se tornam um capital
intelectual valioso para enfrentar o mercado. Pois o conhecimento gerado na organização
ficará documentado, o conhecimento tácito, de certa forma, tornarseá explícito.
No entanto, para a utilização da Enterprise 2.0 são necessárias a criação de boas
políticas de segurança, privacidade e governança. Os empregados devem ser motivados
para a colaboração, e outro ponto importante, é que as aplicações possuam os
componentes definidos por McAfee, caso o contrário, ao invés de trazer benefícios,
ocasionará o aumento do trabalho.
5. Considerações Finais
Este artigo foi concebido durante as aulas da disciplina Gestão de Informação do Curso
de Sistemas de Informação da UFS. O objetivo deste, foi mostrar como os serviços da
Web 2.0 podem ser usados no âmbito corporativo regional, agregando valor e criando
10. facilidades para as empresas, levando a mesma a obter um diferencial competitivo.
Para mostrar como isso é possível foi criado um cenário hipotético no SENAI
SE, onde pudemos explicar como os serviços poderiam ajudar a melhorar ou acrescentar
funcionalidades para gerar um ambiente de colaboração com participação dos
estudantes, da comunidade e dos funcionários do SENAISE.
Outro ponto importante foi observar a necessidade das empresas se adaptarem a
este novo modelo de negócio que surge com o advento de uma Web Social, tanto no
ambiente interno, quanto o externo à organização.
5.1. Trabalhos Futuros
A sequência da pesquisa se dará através de estudos técnicos sobre a implantação da Web
2.0 e tentará, junto ao SENAISE, a viabilidade da implantação do cenário proposto
neste artigo.
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