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Teorias do Conhecimento
Prof. Ms. Felipe Saraiva Nunes de Pinho
www.felipepinho.com
A Epistemologia:
Teoria do Conhecimento
• Ramo da filosofia que estuda a natureza do conhecimento.
• Como podemos conhecer os objetos? A realidade? A
natureza? Deus?
• Qual é a origem do conhecimento?
• Conhecemos efetivamente os objetos ou apenas imagens e
representações mentais deles?
• O conhecimento dos objetos é determinado pelas
experiências sensíveis ou é mais determinado por nossas
estruturas mentais?
• Racionalistas x Empiristas.
Prof. Felipe Pinho
Racionalismo
• Doutrina filosófico que defende que a razão é
o fundamento de todo o conhecimento
possível;
• O racionalismo de Descartes utiliza o método
dedutivo, ou seja, um método que utiliza o
raciocínio lógico que nos permite alcançar
novas conclusões ou proposições a partir de
teses consideradas verdadeiras. Exemplo:
 Se A = B e B = C então logicamente (por dedução) A = C.
Prof. Felipe Pinho
René Descartes
• Influenciou o pensamento de
sua época ao defender que os
sujeitos eram seres racionais,
capazes de alcançar o
conhecimento verdadeiro e
que, por isso, não eram simples
prezas do destino divino.
• É considerado o fundador do
racionalismo moderno.
Prof. Felipe Pinho
(1596 - 1650)
Ideias de Descartes
• Utilizando a Dúvida Metódica (duvidar de tudo que não seja
uma certeza inquestionável) Descartes buscou alcançar,
através do exercício racional, verdades indubitáveis.
• Defendia que a razão era a única capaz de chegar ao
conhecimento da realidade, a partir de pensamentos lógicos
e dedutivos e independente da experiência .
• Defendeu que as ideias claras e distintas, descobertas em
nossa mente através da dúvida metódica, são verdadeiras,
pois Deus não daria ao homem uma razão que o enganasse
sistematicamente.
• Para Descartes, jamais devemos admitir uma coisa como
verdadeira a não ser que ela seja evidentemente verdadeira.
Prof. Felipe Pinho
O pensamento racional com fonte
da certeza e da verdade
• Para Descartes quando buscamos as ideias
claras e distintas devemos abandonar todo
conteúdo ou conhecimento derivados da
percepção provenientes dos nossos sentidos,
como cheiros, sons, etc.
• Ele defende que a razão contém ideias inatas
que são prévias à toda experiência e que são
essas ideias que devem guiar o nosso
conhecimento.
Prof. Felipe Pinho
“Penso, logo existo”
Prof. Felipe Pinho
Ceticismo
Doutrina segundo a qual o espírito humano
não pode atingir com certeza nenhuma
verdade de ordem geral e especulativa.
(Lalande, 1993, p. 149).
Prof. Felipe Pinho
Método Cartesiano
1º Verificar se existem evidências reais e indubitáveis
acerca do fenômeno ou coisa estudada;
2º Analisar, ou seja, dividir ao máximo o problema, em
suas unidades mais simples e estudar essas unidades
mais simples;
3º Sintetizar, ou seja, ordenar novamente as unidades
estudadas desde a mais simples à mais complicada;
4º Enumerar e revisar todas as conclusões e princípios
utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento e
ter a certeza de que nada foi esquecido.
Prof. Felipe Pinho
O Empirismo
• Defende que a fonte de todos os conceitos e
conhecimentos humanos é a experiência
sensível (cinco sentidos);
• Ocorre então o deslocamento do foco do
conhecimento do sujeito do conhecimento
(racionalismo) para o objeto do conhecimento
(empirismo).
Prof. Felipe Pinho
O Empirismo de Locke
• Para John Locke (1632 – 1704) não existem
ideias inatas, nem pensamento a priori
(anterior à experiência) e todo o
conhecimento estaria fundado na experiência;
O homem nasce como se
fosse uma "folha em branco"
John Locke
Prof. Felipe Pinho
Prof. Felipe Pinho
John Locke e o Liberalismo
• Locke também influenciou a filosofia política
ao defender a tese dos direitos humanos
naturais - direito à vida, à liberdade e
à propriedade.
• Para evitar o estado de guerra de todos contra
todos (estado sem a razão) firmar-se-ia entre
os homens um contrato social para garantir os
direitos naturais e instituir o estado civil.
Prof. Felipe Pinho
George Berkeley (1685 – 1753)
• Ser é ser Percebido;
• Para George Berkeley, uma substância
material não pode ser conhecida em si
mesma. O que se conhece, na verdade,
resume-se às qualidades reveladas durante o
processo perceptivo;
• O conhecimento dos objetos se daria pela
percepção dos mesmos, ou seja, é impossível
separar objeto e percepção.
Prof. Felipe Pinho
O Empirismo Radical de David Hume
(1711 – 1776)
• Para Hume as percepções provocam impressões
vivazes e estas são mais intensas e claras (sensações
e emoções) que as ideias que seriam meras cópias
das impressões;
• Hume divide os objetos da razão em:
 Ideias - proposições intuitivas que são demonstradas pelo
próprio pensamento, como por na álgebra, geometria e
aritmética;
Questões de fato – raciocínio sobre as relações de causa e
efeito que existiriam na percepção da ligação entre
objetos e eventos, e que se daria a partir da experiência.
Prof. Felipe Pinho
A origem do conhecimento
• Hume critica o ceticismo radical de Descartes
e propõe um ceticismo moderado:
 os sentidos podem nos enganar, por isso, a sua
informação deve ser apoiada com a razão.
• Para David Hume a sensação é a origem do
conhecimento, ou seja, as nossas
representações mentais têm origem nas
sensações.
Prof. Felipe Pinho
“Nada está no intelecto que não tenha estado
antes nos sentidos” (David Hume).
Prof. Felipe Pinho
Para Hume a confiança nos sentidos é uma espécie
de instinto natural, que nos leva a admitir a existência
de um mundo exterior à nossa mente.
Existem ideias inatas na mente humana
(que foram colocadas por Deus ou
semelhante?)
• Hume: NÃO!
• Descartes: SIM!
Prof. Felipe Pinho
Impressões e Ideias
• Impressões
atos originários do nosso conhecimento
 imagens ou sentimentos que derivam imediatamente da
realidade, vivas e fortes
 correspondem a dados da experiência presente/atual
 sensações, paixões e emoções
• Ideias
representações ou imagens debilitadas, enfraquecidas,
das impressões no pensamento
marcas deixadas pelas impressões na memória
impressão menos viva, cópia enfraquecida da impressão
original Prof. Felipe Pinho
Hume e o problema do conhecimento
•Não há impressões acerca de leis universais
ou de relações necessárias entre dois
fenômenos (causalidade);
•Por isso não podemos considerar o
conhecimento como absolutamente
verdadeiro.
•Para Hume, a relação causal não existe
realmente nos objetos (nas coisas) mas sim no
espírito (mente humana).
Prof. Felipe Pinho
Hume e o problema da causalidade
• Para Hume o hábito seria o grande guia da vida
humana;
• Não existiriam ideais, princípios ou regras inatas na
razão; toda a associação de causalidade entre
fenômenos seria derivada do hábito.
• É o hábito que me faz concluir que existe uma
causalidade A B, e esperar a sua ocorrência.
• O conhecimento científico seria contingente, ou seja,
valeria apenas para as atuais condições da natureza;
• Não chegaríamos por dedução, nem mesmo por
reflexão, à ideia de causalidade, mas apenas pelo
hábito.
Prof. Felipe Pinho
Hume e as crenças causais
“Em que consiste a nossa ideia
de necessidade quando dizemos que dois
objetos estão necessariamente ligados entre
si? A este respeito repetirei o que muitas
vezes disse: como não temos ideia alguma
que não derive de uma impressão, se
afirmarmos ter a ideia de ligação necessária
(ou causal) deveremos encontrar alguma
impressão que esteja na origem desta ideia.”
(Hume, D., Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, Edições 70, 1989, pp. 46-47)
Prof. Felipe Pinho
Immanuel Kant
• Um dos mais importantes
filósofos da modernidade;
• Influenciou profundamente
o Iluminismo e buscou uma
síntese entre racionalismo e
empirismo;
• Sua reflexão filosófica
buscou responder a 3
perguntas:
1. Que posso saber?
2. Que devo fazer?
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Prof. Felipe Pinho
(1724 – 1804)
Immanuel Kant
• Para Kant é essencial que o sujeito saia do seu estado
de menoridade (mediocridade, ignorância,
comodismo) através da coragem de fazer uso de teu
próprio entendimento (esclarecimento).
• Para ele os indivíduos são capazes de pensamento
próprio e precisam cultivar a liberdade de pensar.
• Kant procurou distinguir o conhecimento puro (a
priori) do conhecimento empírico (proveniente da
experiência);
• O conhecimento, para Kant, tem início na experiência.
Kant dizia que Hume o havia despertado do seu sono
dogmático. No entanto Kant buscou superar o
ceticismo de Hume. Prof. Felipe Pinho
Racionalismo e Empirismo
• Para Kant o racionalismo e o empirismo são
concepções insuficientes para explicar o
conhecimento humano (o que podemos saber);
• “Kant afirmou que apesar da origem do
conhecimento ser a experiência se alinhando aí
com o empirismo, existem certas condições a
priori para que as impressões sensíveis se
convertam em conhecimento fazendo assim uma
concessão ao racionalismo”. (Fernando Lang da
Silveira, 2002).
Prof. Felipe Pinho
O Conhecimento Transcendental
• Transcendental = o que é comum a todos os homens,
transcende os casos particulares e individuais;
• São as condições a priori do entendimento de
qualquer experiência, ou seja, o entendimento, a
razão impõe aos objetos conceitos a priori.
• O conhecimento para Kant só é possível porque
existem as faculdades humanas de cognição, ou seja,
“estruturas” mentais que nos possibilita organizar as
percepções e o conhecimento. Essas estruturas são
transcendentais e a priori, comuns a todos os
indivíduos.
Prof. Felipe Pinho
O Conhecimento Transcendental
“Denomino transcendental todo o
conhecimento que em geral se ocupa não
tanto com os objetos, mas com nosso modo de
conhecimento de objetos na medida em que
este deve ser possível a priori. Um sistema de
tais conceitos denominar-se-ia filosofia
transcendental” (Kant. Crítica da Razão Pura).
Prof. Felipe Pinho
O Idealismo Transcendental
• A nossa percepção “organiza” o nosso
conhecimento das coisas, por isso, os objetos
que vemos não são os objetos em si (“as
coisas em si mesmas”, mas sim a forma como
esses objetos se apresentam para nós, como
fenômeno;
• Para Kant o que vemos é a representação das
coisas na nossa percepção.
Prof. Felipe Pinho
O conhecimento humano
• Para Kant, há duas fontes principais de
conhecimento no sujeito:
A sensibilidade, modo receptivo-passivo por meio
do qual os objetos nos afetam, sendo a intuição a
maneira como nos referimos a esses objetos.
O entendimento, por meio do qual os objetos são
pensados nos conceitos (categorias).
Prof. Felipe Pinho
As formas a priori da intuição
(sensibilidade)
• O espaço e o tempo são condições a priori
necessárias e universais de nossa intuição
para que possamos conhecer os objetos.
• Para Kant espaço e tempo não fazem parte
das coisas em si, não são propriedades dos
objetos, são “formas” de nossa sensibilidade,
ou seja, faculdades do sujeito.
Prof. Felipe Pinho
As formas a priori do entendimento
• Após o sujeito ser afetado pelo objeto na
intuição (sensibilidade), esse objeto precisa
ser organizado na razão para poder ser
entendido;
• As percepções nos apresentam objetos
múltiplos e desordenados; a organização da
percepção a partir dos conceitos puros do
entendimento (categorias), possibilita impor
uma ordem que torne inteligível a
compreensão dos objetos.
Prof. Felipe Pinho
As categorias a priori do entendimento
1.Quantidade: Unidade, Pluralidade e Totalidade.
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Necessidade.
Prof. Felipe Pinho
Prof. Felipe Pinho
 "Sem  sensibilidade  nenhum 
objeto nos seria dado, e sem 
entendimento  nenhum  seria 
pensado.  Pensamentos  sem 
conteúdo  são  vazios, 
intuições  sem  conceitos  são 
cegas.“  (kant,  Crítica  da 
Razão Pura, p. 75).
Prof. Felipe Pinho
Dito de outra forma: “a sensação sem a razão é vazia e a
razão sem a sensação é cega” (Fernando Lang da
Silveira, 2002)
Racionalismo ou Empirismo? Os dois!
• Resumindo:
Os  pensamentos,  sem  o  conteúdo  da 
experiência (dados através da sensibilidade na 
intuição),  seriam  vazios  de  realidade 
(racionalismo);  por  outro  a  experiência  dos 
objetos,  sem  os  conceitos  a priori,  não  teria 
nenhum sentido para nós (empirismo). 
Prof. Felipe Pinho
Racionalismo ou Empirismo? Os dois!
A promessa Iluminista das Ciências 
Modernas
• O avanço do saber científico;
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por meio da ação conjunta da educação e das leis. 
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Esse projeto
se
concretizou?
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 prof.Felipe Pinho
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Teorias do Conhecimento: Racionalismo vs Empirismo

  • 1. Teorias do Conhecimento Prof. Ms. Felipe Saraiva Nunes de Pinho www.felipepinho.com
  • 2. A Epistemologia: Teoria do Conhecimento • Ramo da filosofia que estuda a natureza do conhecimento. • Como podemos conhecer os objetos? A realidade? A natureza? Deus? • Qual é a origem do conhecimento? • Conhecemos efetivamente os objetos ou apenas imagens e representações mentais deles? • O conhecimento dos objetos é determinado pelas experiências sensíveis ou é mais determinado por nossas estruturas mentais? • Racionalistas x Empiristas. Prof. Felipe Pinho
  • 3. Racionalismo • Doutrina filosófico que defende que a razão é o fundamento de todo o conhecimento possível; • O racionalismo de Descartes utiliza o método dedutivo, ou seja, um método que utiliza o raciocínio lógico que nos permite alcançar novas conclusões ou proposições a partir de teses consideradas verdadeiras. Exemplo:  Se A = B e B = C então logicamente (por dedução) A = C. Prof. Felipe Pinho
  • 4. René Descartes • Influenciou o pensamento de sua época ao defender que os sujeitos eram seres racionais, capazes de alcançar o conhecimento verdadeiro e que, por isso, não eram simples prezas do destino divino. • É considerado o fundador do racionalismo moderno. Prof. Felipe Pinho (1596 - 1650)
  • 5. Ideias de Descartes • Utilizando a Dúvida Metódica (duvidar de tudo que não seja uma certeza inquestionável) Descartes buscou alcançar, através do exercício racional, verdades indubitáveis. • Defendia que a razão era a única capaz de chegar ao conhecimento da realidade, a partir de pensamentos lógicos e dedutivos e independente da experiência . • Defendeu que as ideias claras e distintas, descobertas em nossa mente através da dúvida metódica, são verdadeiras, pois Deus não daria ao homem uma razão que o enganasse sistematicamente. • Para Descartes, jamais devemos admitir uma coisa como verdadeira a não ser que ela seja evidentemente verdadeira. Prof. Felipe Pinho
  • 6. O pensamento racional com fonte da certeza e da verdade • Para Descartes quando buscamos as ideias claras e distintas devemos abandonar todo conteúdo ou conhecimento derivados da percepção provenientes dos nossos sentidos, como cheiros, sons, etc. • Ele defende que a razão contém ideias inatas que são prévias à toda experiência e que são essas ideias que devem guiar o nosso conhecimento. Prof. Felipe Pinho
  • 8. Ceticismo Doutrina segundo a qual o espírito humano não pode atingir com certeza nenhuma verdade de ordem geral e especulativa. (Lalande, 1993, p. 149). Prof. Felipe Pinho
  • 9. Método Cartesiano 1º Verificar se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada; 2º Analisar, ou seja, dividir ao máximo o problema, em suas unidades mais simples e estudar essas unidades mais simples; 3º Sintetizar, ou seja, ordenar novamente as unidades estudadas desde a mais simples à mais complicada; 4º Enumerar e revisar todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento e ter a certeza de que nada foi esquecido. Prof. Felipe Pinho
  • 10. O Empirismo • Defende que a fonte de todos os conceitos e conhecimentos humanos é a experiência sensível (cinco sentidos); • Ocorre então o deslocamento do foco do conhecimento do sujeito do conhecimento (racionalismo) para o objeto do conhecimento (empirismo). Prof. Felipe Pinho
  • 11. O Empirismo de Locke • Para John Locke (1632 – 1704) não existem ideias inatas, nem pensamento a priori (anterior à experiência) e todo o conhecimento estaria fundado na experiência; O homem nasce como se fosse uma "folha em branco" John Locke Prof. Felipe Pinho
  • 13. John Locke e o Liberalismo • Locke também influenciou a filosofia política ao defender a tese dos direitos humanos naturais - direito à vida, à liberdade e à propriedade. • Para evitar o estado de guerra de todos contra todos (estado sem a razão) firmar-se-ia entre os homens um contrato social para garantir os direitos naturais e instituir o estado civil. Prof. Felipe Pinho
  • 14. George Berkeley (1685 – 1753) • Ser é ser Percebido; • Para George Berkeley, uma substância material não pode ser conhecida em si mesma. O que se conhece, na verdade, resume-se às qualidades reveladas durante o processo perceptivo; • O conhecimento dos objetos se daria pela percepção dos mesmos, ou seja, é impossível separar objeto e percepção. Prof. Felipe Pinho
  • 15. O Empirismo Radical de David Hume (1711 – 1776) • Para Hume as percepções provocam impressões vivazes e estas são mais intensas e claras (sensações e emoções) que as ideias que seriam meras cópias das impressões; • Hume divide os objetos da razão em:  Ideias - proposições intuitivas que são demonstradas pelo próprio pensamento, como por na álgebra, geometria e aritmética; Questões de fato – raciocínio sobre as relações de causa e efeito que existiriam na percepção da ligação entre objetos e eventos, e que se daria a partir da experiência. Prof. Felipe Pinho
  • 16. A origem do conhecimento • Hume critica o ceticismo radical de Descartes e propõe um ceticismo moderado:  os sentidos podem nos enganar, por isso, a sua informação deve ser apoiada com a razão. • Para David Hume a sensação é a origem do conhecimento, ou seja, as nossas representações mentais têm origem nas sensações. Prof. Felipe Pinho
  • 17. “Nada está no intelecto que não tenha estado antes nos sentidos” (David Hume). Prof. Felipe Pinho Para Hume a confiança nos sentidos é uma espécie de instinto natural, que nos leva a admitir a existência de um mundo exterior à nossa mente.
  • 18. Existem ideias inatas na mente humana (que foram colocadas por Deus ou semelhante?) • Hume: NÃO! • Descartes: SIM! Prof. Felipe Pinho
  • 19. Impressões e Ideias • Impressões atos originários do nosso conhecimento  imagens ou sentimentos que derivam imediatamente da realidade, vivas e fortes  correspondem a dados da experiência presente/atual  sensações, paixões e emoções • Ideias representações ou imagens debilitadas, enfraquecidas, das impressões no pensamento marcas deixadas pelas impressões na memória impressão menos viva, cópia enfraquecida da impressão original Prof. Felipe Pinho
  • 20. Hume e o problema do conhecimento •Não há impressões acerca de leis universais ou de relações necessárias entre dois fenômenos (causalidade); •Por isso não podemos considerar o conhecimento como absolutamente verdadeiro. •Para Hume, a relação causal não existe realmente nos objetos (nas coisas) mas sim no espírito (mente humana). Prof. Felipe Pinho
  • 21. Hume e o problema da causalidade • Para Hume o hábito seria o grande guia da vida humana; • Não existiriam ideais, princípios ou regras inatas na razão; toda a associação de causalidade entre fenômenos seria derivada do hábito. • É o hábito que me faz concluir que existe uma causalidade A B, e esperar a sua ocorrência. • O conhecimento científico seria contingente, ou seja, valeria apenas para as atuais condições da natureza; • Não chegaríamos por dedução, nem mesmo por reflexão, à ideia de causalidade, mas apenas pelo hábito. Prof. Felipe Pinho
  • 22. Hume e as crenças causais “Em que consiste a nossa ideia de necessidade quando dizemos que dois objetos estão necessariamente ligados entre si? A este respeito repetirei o que muitas vezes disse: como não temos ideia alguma que não derive de uma impressão, se afirmarmos ter a ideia de ligação necessária (ou causal) deveremos encontrar alguma impressão que esteja na origem desta ideia.” (Hume, D., Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, Edições 70, 1989, pp. 46-47) Prof. Felipe Pinho
  • 23. Immanuel Kant • Um dos mais importantes filósofos da modernidade; • Influenciou profundamente o Iluminismo e buscou uma síntese entre racionalismo e empirismo; • Sua reflexão filosófica buscou responder a 3 perguntas: 1. Que posso saber? 2. Que devo fazer? 3. Que me é dado esperar? Prof. Felipe Pinho (1724 – 1804)
  • 24. Immanuel Kant • Para Kant é essencial que o sujeito saia do seu estado de menoridade (mediocridade, ignorância, comodismo) através da coragem de fazer uso de teu próprio entendimento (esclarecimento). • Para ele os indivíduos são capazes de pensamento próprio e precisam cultivar a liberdade de pensar. • Kant procurou distinguir o conhecimento puro (a priori) do conhecimento empírico (proveniente da experiência); • O conhecimento, para Kant, tem início na experiência. Kant dizia que Hume o havia despertado do seu sono dogmático. No entanto Kant buscou superar o ceticismo de Hume. Prof. Felipe Pinho
  • 25. Racionalismo e Empirismo • Para Kant o racionalismo e o empirismo são concepções insuficientes para explicar o conhecimento humano (o que podemos saber); • “Kant afirmou que apesar da origem do conhecimento ser a experiência se alinhando aí com o empirismo, existem certas condições a priori para que as impressões sensíveis se convertam em conhecimento fazendo assim uma concessão ao racionalismo”. (Fernando Lang da Silveira, 2002). Prof. Felipe Pinho
  • 26. O Conhecimento Transcendental • Transcendental = o que é comum a todos os homens, transcende os casos particulares e individuais; • São as condições a priori do entendimento de qualquer experiência, ou seja, o entendimento, a razão impõe aos objetos conceitos a priori. • O conhecimento para Kant só é possível porque existem as faculdades humanas de cognição, ou seja, “estruturas” mentais que nos possibilita organizar as percepções e o conhecimento. Essas estruturas são transcendentais e a priori, comuns a todos os indivíduos. Prof. Felipe Pinho
  • 27. O Conhecimento Transcendental “Denomino transcendental todo o conhecimento que em geral se ocupa não tanto com os objetos, mas com nosso modo de conhecimento de objetos na medida em que este deve ser possível a priori. Um sistema de tais conceitos denominar-se-ia filosofia transcendental” (Kant. Crítica da Razão Pura). Prof. Felipe Pinho
  • 28. O Idealismo Transcendental • A nossa percepção “organiza” o nosso conhecimento das coisas, por isso, os objetos que vemos não são os objetos em si (“as coisas em si mesmas”, mas sim a forma como esses objetos se apresentam para nós, como fenômeno; • Para Kant o que vemos é a representação das coisas na nossa percepção. Prof. Felipe Pinho
  • 29. O conhecimento humano • Para Kant, há duas fontes principais de conhecimento no sujeito: A sensibilidade, modo receptivo-passivo por meio do qual os objetos nos afetam, sendo a intuição a maneira como nos referimos a esses objetos. O entendimento, por meio do qual os objetos são pensados nos conceitos (categorias). Prof. Felipe Pinho
  • 30. As formas a priori da intuição (sensibilidade) • O espaço e o tempo são condições a priori necessárias e universais de nossa intuição para que possamos conhecer os objetos. • Para Kant espaço e tempo não fazem parte das coisas em si, não são propriedades dos objetos, são “formas” de nossa sensibilidade, ou seja, faculdades do sujeito. Prof. Felipe Pinho
  • 31. As formas a priori do entendimento • Após o sujeito ser afetado pelo objeto na intuição (sensibilidade), esse objeto precisa ser organizado na razão para poder ser entendido; • As percepções nos apresentam objetos múltiplos e desordenados; a organização da percepção a partir dos conceitos puros do entendimento (categorias), possibilita impor uma ordem que torne inteligível a compreensão dos objetos. Prof. Felipe Pinho
  • 32. As categorias a priori do entendimento 1.Quantidade: Unidade, Pluralidade e Totalidade. 2.Qualidade: Realidade, Negação e Limitação. 3.Relação: Substância, Causalidade e Comunidade. 4.Modalidade: Possibilidade, Existência e Necessidade. Prof. Felipe Pinho
  • 34.  "Sem  sensibilidade  nenhum  objeto nos seria dado, e sem  entendimento  nenhum  seria  pensado.  Pensamentos  sem  conteúdo  são  vazios,  intuições  sem  conceitos  são  cegas.“  (kant,  Crítica  da  Razão Pura, p. 75). Prof. Felipe Pinho Dito de outra forma: “a sensação sem a razão é vazia e a razão sem a sensação é cega” (Fernando Lang da Silveira, 2002) Racionalismo ou Empirismo? Os dois!
  • 35. • Resumindo: Os  pensamentos,  sem  o  conteúdo  da  experiência (dados através da sensibilidade na  intuição),  seriam  vazios  de  realidade  (racionalismo);  por  outro  a  experiência  dos  objetos,  sem  os  conceitos  a priori,  não  teria  nenhum sentido para nós (empirismo).  Prof. Felipe Pinho Racionalismo ou Empirismo? Os dois!
  • 36. A promessa Iluminista das Ciências  Modernas • O avanço do saber científico; • O domínio crescente da natureza pela tecnologia; • O  aumento  exponencial  da  produtividade  e  da  riqueza material; • A  emancipação  das  mentes  após  séculos  de  opressão religiosa, superstição e servilismo; • A  transformação  das  instituições  políticas  em  bases racionais; • O aprimoramento intelectual e moral dos homens  por meio da ação conjunta da educação e das leis.  (GIANNETTI, A felicidade, 2008).
  • 38. A Mudança de Paradigma nas Ciências  contemporâneas • Vivemos, na contemporaneidade, uma crise de paradigmas nas ciências.  Os  modelos científicos mecanicista-lógico-matemáticos foram  considerados mecanicistas e reducionistas e não dão conta de explicar a  realidade em sua complexidade; • A  Ciência  hoje,  busca  desenvolver  uma  leitura  mais  sistêmica  dos  fenômenos, considerados complexos e holísticos; • Na  Administração  temos  um  intenso  debate  sobre  a  eficácia  dos  métodos estritamente racionais, além de um resgate da complexidade  humana e da subjetividade; • Estudos sobre valores, cultura e clima, liderança, mostram o quanto a  dimensão  informal  e  não-racional  determina  o  desempenho  nas  empresas.
  • 39. A Mudança no Paradigma Científico • Paradigma Newtoniano-cartesiano (modernidade) - A especialização; - A objetivação e a objetividade; - O método racional; - Causalidade linear. • O Modelo Holístico – Sistêmico (pós-modernidade) - O todo e as partes – a complexidade; - A humanização e a intersubjetividade ; - O resgate da criatividade e da espontaneidade; - Causalidade circular e multicausalidade.  prof.Felipe Pinho
  • 40. A mudança de Paradigma científico PARADIGMA MODERNO PARADIGMA CONTEMPORÂNEO • Objetividade; • Causalidade linear; • Neutralidade científica; • Racionalidade; • Método científico: matemática e  física; • O conhecimento pelo  conhecimento; • O sujeito como parte da  engrenagem organizacional, como  uma peça da máquina • Foco na tarefa.  • Objetividade e Subjetividade; • Multicausalidade; • O envolvimento ético; •  A  compreensão  de  que  outros  fenômenos  psicológicos  e  sociais  interferem  no  comportamento humano; •  Desenvolvimento  de  um  método  científico  próprio ao estudo do “humano”; • A responsabilidade do conhecimento: ética e  bioética; • O sujeito como parte da estrutura informal,  da cultura, da construção social da organização • Foco no ser humano.