SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  11
Télécharger pour lire hors ligne
Compreensão do texto
1. Todos os elementos cénicos representam o
estatuto social de Fidalgo, sendo o manto a
representação da sua vaidade pela condição
social que tem, o pajem representando todos
aqueles que o servem e sobre os quais ele
exerce a sua tirania e a cadeira representando,
por um lado, os bens materiais e, por outro, o
poder.
2. Esta personagem começa por parar junto à
barca do Diabo, depois dirige-se à barca do Anjo
e, finalmente, regressa à barca do Diabo.
Compreensão do texto
3.1. Inicialmente, o Fidalgo está muito descontraído
e seguro. Quando se afasta da barca do Diabo,
começa a revelar preocupação e, ao mesmo tempo,
irritação, pois chama e ninguém lhe responde.
Quando percebe que não lhe é permitido entrar na
barca do paraíso, mostra-se desanimado e um
pouco arrependido de ter confiado no seu “estado”.
Perto do final, chega a mostrar-se humilde perante
o Diabo, implora-lhe que o deixe regressar à vida e,
finalmente, mostra-se resignado com o seu destino
final.
3.2. O Fidalgo vai mudando o seu estado de espírito
de acordo com a evolução do seu julgamento.
Compreensão do texto
4. Exemplos da ironia do Diabo: «Ó poderoso
dom Anrique»; «Que cousa é esta?»; «Vejo-vos
eu em feição / pera ir ao nosso cais…»;
«Embarqu’a a vossa doçura»; «e, chegando ao
nosso cais, / todos bem vos serviremos».
5.1. Falando com o Diabo, o argumento que o
Fidalgo usa para ser salvo é o facto de ter
deixado na terra quem reze por ele; com o Anjo
usa o argumento de ser «fidalgo de solar».
Compreensão do texto
5.2. Os argumentos usados dizem muito sobre a
personagem. De facto, defendendo-se com as
rezas que alguém ficou a fazer por ele, mostra
que viveu tão confiante da sua condição social e
tão habituado a que os outros fizessem tudo por
ele que nem lhe ocorre que as orações não
seriam suficientes para o salvar. Por outro lado,
o argumento que apresenta ao Anjo mostra toda
a arrogância e presunção do Fidalgo.
Compreensão do texto
6. Através destas palavras, Gil Vicente pretende
criticar a prática errada da religião, levada a
cabo por aqueles que acreditavam que as
orações, as missas e outras práticas superficiais
eram mais importantes do que as obras e a fé.
7. Ao referir que o pai do Fidalgo também foi
condenado ao inferno, Gil Vicente pretende
alargar a crítica à classe social a que pertence o
Fidalgo – à Nobreza –, na medida em que se dá
a entender que os nobres são condenados,
geração após geração.
Compreensão do texto
8.1. O Diabo responde divertido e rindo do
Fidalgo, chama-lhe tolo e mostra-lhe como está
completamente enganado em relação ao
desgosto que a mulher e a amante sentem.
8.2. O «arrais do inferno» apresenta uma
caracterização negativa das mulheres, pois elas
são falsas, hipócritas e infiéis.
8.3. Com estes versos alarga-se a crítica às
mulheres, mostrando como o seu fingimento é
transmitido de mães para filhas.
9.1. O Fidalgo é acusado de ter vivido a seu
prazer, de ser presunçoso e vaidoso e de ter sido
tirano para o povo.
9.2. «DOM ANRIQUE» é um fidalgo de solar, vaidoso e presunçoso. A forma
como se apresenta em cena, com o seu longo manto e o pajem que carrega a sua
cadeira, revela bem essa vaidade e ostentação e a forma como reage face ao
Diabo e depois face ao Anjo revela a arrogância de quem sempre esteve
habituado a que obedecessem às suas ordens. É no estatuto de nobre que ele
confia como razão para ser salvo, tal como sempre confiou ao longo da vida. É
por isso que ele apresenta ao Anjo como único argumento para a salvação o
facto de ser «fidalgo de solar» e é também por isso que desdenha da barca a que
chama “cortiço” e exige que o tratem por “Vossa Senhoria”. Da vida sentimental
ficamos a saber que além da mulher tinha uma amante; no entanto, apesar de
ser tão poderoso, era igualmente enganado por elas. O Fidalgo é uma
personagem tipo, na medida em que representa a nobreza e os seus vícios de
tirania, presunção, arrogância e ostentação. É exactamente por isso que, tal
como aconteceu com seu pai, é condenado ao Inferno.
Funcionamento da Língua
2.1. Neste momento da cena, o Fidalgo passou a
usar um registo de língua popular, porque estava
a ficar aflito e simultaneamente irritado por
sentir que a situação não lhe era favorável.
2.2. Estes versos estão entre parênteses porque
são um aparte.
Na cena do Fidalgo, identifica exemplos de cómico
de situação, cómico de linguagem e cómico de
carácter.

Cómico de situação: «Pera lá vai a senhora?» (pág.94)
Cómico de linguagem: «Que jiricocins, salvanor!»
(pág. 95)
Cómico de carácter: «Esperar-me-ês vós aqui, /
tornarei à outra vida / ver minha dama querida / que
se quer matar por mi.» (pág. 96)
Identifica exemplos de eufemismo [suavizar
uma ideia (desagradável ou grosseira) por meio
de uma expressão mais agradável], antítese
(oposição entre dois termos), metáfora (a
significação natural de uma palavra remete para
outra em virtude da relação de semelhança que
se subentende) e de hipérbole (emprego de
termos exagerados, ampliando a verdadeira
dimensão das coisas).
Eufemismo: «Vai pera a ilha perdida» (pág. 94)
Antítese: «Segundo lá escolhestes, / assi cá vos
  contentai.» (pág. 94)
Metáfora: «Oh! que maré tão de prata!» (pág.
96)
Hipérbole: «que m’escrivia mil dias?» (pág. 96)

Contenu connexe

Tendances

Auto da Barca do Inferno - argumentos de acusação e de defesa
Auto da Barca do Inferno - argumentos de acusação e de defesaAuto da Barca do Inferno - argumentos de acusação e de defesa
Auto da Barca do Inferno - argumentos de acusação e de defesaAntónio Fernandes
 
Abi comicos registos_recursos
Abi comicos registos_recursosAbi comicos registos_recursos
Abi comicos registos_recursosTeresa Cabrita
 
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenasAuto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenasClaudia Lazarini
 
Auto Da Barca Do Inferno Cena do Frade
Auto Da Barca Do Inferno Cena do FradeAuto Da Barca Do Inferno Cena do Frade
Auto Da Barca Do Inferno Cena do FradeDelfina Vernuccio
 
O corregedor e o procurador - Português 9º ano
O corregedor e o procurador - Português 9º anoO corregedor e o procurador - Português 9º ano
O corregedor e o procurador - Português 9º anoGabriel Lima
 
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiroAuto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiroRita Galrito
 
Auto da barca do inferno análise global
Auto da barca do inferno  análise globalAuto da barca do inferno  análise global
Auto da barca do inferno análise globalCarla Scala
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do infernoclaudiagandra
 
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_AlcoviteiraAuto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteirasin3stesia
 
Texto expositivo
Texto expositivoTexto expositivo
Texto expositivojlsr1970
 
Auto da barca do Inferno
Auto da barca do InfernoAuto da barca do Inferno
Auto da barca do InfernoMargarida Ramos
 
Auto da Barca do Inferno-Judeu
Auto da Barca do Inferno-JudeuAuto da Barca do Inferno-Judeu
Auto da Barca do Inferno-JudeuPedro Lucas
 
Auto da barca analise completa
Auto da barca   analise completaAuto da barca   analise completa
Auto da barca analise completaWilliam Ferraz
 
Auto da Barca do Inferno - cena VII - Alcoviteira.
Auto da Barca do Inferno - cena VII - Alcoviteira.Auto da Barca do Inferno - cena VII - Alcoviteira.
Auto da Barca do Inferno - cena VII - Alcoviteira.Catarina Faria
 
Sapateiro Auto Da Barca Do Inferno
Sapateiro Auto Da Barca Do InfernoSapateiro Auto Da Barca Do Inferno
Sapateiro Auto Da Barca Do InfernoSaraegli
 
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_pptAuto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_pptsin3stesia
 
Auto da barca do inferno, cena VI-O Frade
Auto da barca do inferno, cena VI-O FradeAuto da barca do inferno, cena VI-O Frade
Auto da barca do inferno, cena VI-O FradeBeatriz Campos
 

Tendances (20)

Auto da Barca do Inferno - argumentos de acusação e de defesa
Auto da Barca do Inferno - argumentos de acusação e de defesaAuto da Barca do Inferno - argumentos de acusação e de defesa
Auto da Barca do Inferno - argumentos de acusação e de defesa
 
Abi comicos registos_recursos
Abi comicos registos_recursosAbi comicos registos_recursos
Abi comicos registos_recursos
 
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenasAuto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenas
 
Auto Da Barca Do Inferno Cena do Frade
Auto Da Barca Do Inferno Cena do FradeAuto Da Barca Do Inferno Cena do Frade
Auto Da Barca Do Inferno Cena do Frade
 
Auto da Barca do Inferno
Auto da Barca do InfernoAuto da Barca do Inferno
Auto da Barca do Inferno
 
O corregedor
O corregedorO corregedor
O corregedor
 
O corregedor e o procurador - Português 9º ano
O corregedor e o procurador - Português 9º anoO corregedor e o procurador - Português 9º ano
O corregedor e o procurador - Português 9º ano
 
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiroAuto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
 
Auto da barca do inferno análise global
Auto da barca do inferno  análise globalAuto da barca do inferno  análise global
Auto da barca do inferno análise global
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_AlcoviteiraAuto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
 
Texto expositivo
Texto expositivoTexto expositivo
Texto expositivo
 
A alcoviteira
A alcoviteiraA alcoviteira
A alcoviteira
 
Auto da barca do Inferno
Auto da barca do InfernoAuto da barca do Inferno
Auto da barca do Inferno
 
Auto da Barca do Inferno-Judeu
Auto da Barca do Inferno-JudeuAuto da Barca do Inferno-Judeu
Auto da Barca do Inferno-Judeu
 
Auto da barca analise completa
Auto da barca   analise completaAuto da barca   analise completa
Auto da barca analise completa
 
Auto da Barca do Inferno - cena VII - Alcoviteira.
Auto da Barca do Inferno - cena VII - Alcoviteira.Auto da Barca do Inferno - cena VII - Alcoviteira.
Auto da Barca do Inferno - cena VII - Alcoviteira.
 
Sapateiro Auto Da Barca Do Inferno
Sapateiro Auto Da Barca Do InfernoSapateiro Auto Da Barca Do Inferno
Sapateiro Auto Da Barca Do Inferno
 
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_pptAuto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
 
Auto da barca do inferno, cena VI-O Frade
Auto da barca do inferno, cena VI-O FradeAuto da barca do inferno, cena VI-O Frade
Auto da barca do inferno, cena VI-O Frade
 

Similaire à Cena Fidalgo

Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do infernoBruna Silva
 
Auto da barca do inferno - Fidalgo
Auto da barca do inferno - FidalgoAuto da barca do inferno - Fidalgo
Auto da barca do inferno - FidalgoBruna Silva
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do infernoBruna Silva
 
Resumo barcainferno
Resumo barcainfernoResumo barcainferno
Resumo barcainfernoInês Barão
 
D9 abi 092_c1e2_fidalgo
D9 abi 092_c1e2_fidalgoD9 abi 092_c1e2_fidalgo
D9 abi 092_c1e2_fidalgomiguelribeiro
 
Cena do fidalgo_-_questionario
Cena do fidalgo_-_questionarioCena do fidalgo_-_questionario
Cena do fidalgo_-_questionarioMaria Gonçalves
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do infernoVanda Marques
 
Auto da-barca-do-inferno
Auto da-barca-do-inferno Auto da-barca-do-inferno
Auto da-barca-do-inferno Diógenes Zigar
 
Auto da barca argumentos
Auto da barca   argumentosAuto da barca   argumentos
Auto da barca argumentosWilliam Ferraz
 
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8Gabriel Lima
 
50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt
50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt
50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao pptpaulaoliveiraoliveir2
 
O frade convertido
O frade convertidoO frade convertido
O frade convertidofarruscos
 
Lilith a lua negra - a senhora do destino
Lilith   a lua negra - a senhora do destinoLilith   a lua negra - a senhora do destino
Lilith a lua negra - a senhora do destinoOjr Bentes
 

Similaire à Cena Fidalgo (20)

Auto da barca do inferno ppt bom
Auto da barca do inferno ppt bomAuto da barca do inferno ppt bom
Auto da barca do inferno ppt bom
 
Trabalho de AP do 3º Período
Trabalho de AP do 3º PeríodoTrabalho de AP do 3º Período
Trabalho de AP do 3º Período
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Auto da barca do inferno - Fidalgo
Auto da barca do inferno - FidalgoAuto da barca do inferno - Fidalgo
Auto da barca do inferno - Fidalgo
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Resumo barcainferno
Resumo barcainfernoResumo barcainferno
Resumo barcainferno
 
Gil vicente aula
Gil vicente aulaGil vicente aula
Gil vicente aula
 
Gil vicente aula resgate
Gil vicente aula resgateGil vicente aula resgate
Gil vicente aula resgate
 
Gil vicente aula resgate
Gil vicente aula resgateGil vicente aula resgate
Gil vicente aula resgate
 
D9 abi 092_c1e2_fidalgo
D9 abi 092_c1e2_fidalgoD9 abi 092_c1e2_fidalgo
D9 abi 092_c1e2_fidalgo
 
Cena do fidalgo_-_questionario
Cena do fidalgo_-_questionarioCena do fidalgo_-_questionario
Cena do fidalgo_-_questionario
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Auto da-barca-do-inferno
Auto da-barca-do-inferno Auto da-barca-do-inferno
Auto da-barca-do-inferno
 
Auto da barca argumentos
Auto da barca   argumentosAuto da barca   argumentos
Auto da barca argumentos
 
Abi analise em ppt
Abi analise em pptAbi analise em ppt
Abi analise em ppt
 
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8
 
50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt
50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt
50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt
 
Humanismo - Gil Vicente
Humanismo  - Gil VicenteHumanismo  - Gil Vicente
Humanismo - Gil Vicente
 
O frade convertido
O frade convertidoO frade convertido
O frade convertido
 
Lilith a lua negra - a senhora do destino
Lilith   a lua negra - a senhora do destinoLilith   a lua negra - a senhora do destino
Lilith a lua negra - a senhora do destino
 

Plus de Fernanda Soares

Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 B 2 Elim
Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 B 2 ElimResultados Do Campeonato De Ortografia 9 B 2 Elim
Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 B 2 ElimFernanda Soares
 
Resultados do campeonato de ortografia 8 e
Resultados do campeonato de ortografia 8 eResultados do campeonato de ortografia 8 e
Resultados do campeonato de ortografia 8 eFernanda Soares
 
W31 Sub Conc Cons Comp Fin Complet
W31 Sub Conc Cons Comp Fin CompletW31 Sub Conc Cons Comp Fin Complet
W31 Sub Conc Cons Comp Fin CompletFernanda Soares
 
W8 Past Simple Further Practice
W8 Past Simple  Further PracticeW8 Past Simple  Further Practice
W8 Past Simple Further PracticeFernanda Soares
 
W4 Articles Indefinite And Definite
W4 Articles  Indefinite And DefiniteW4 Articles  Indefinite And Definite
W4 Articles Indefinite And DefiniteFernanda Soares
 
W6 My Happy Ending Verbo To Be Simple Past
W6 My Happy Ending   Verbo To Be Simple PastW6 My Happy Ending   Verbo To Be Simple Past
W6 My Happy Ending Verbo To Be Simple PastFernanda Soares
 
W5 Present Simple Pr Continuous
W5 Present Simple Pr ContinuousW5 Present Simple Pr Continuous
W5 Present Simple Pr ContinuousFernanda Soares
 
Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 B
Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 BResultados Do Campeonato De Ortografia 9 B
Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 BFernanda Soares
 
Ft28 Quadro Global Lusiadas
Ft28 Quadro Global LusiadasFt28 Quadro Global Lusiadas
Ft28 Quadro Global LusiadasFernanda Soares
 
Ft24 Figuras Estilo Lusiadas
Ft24 Figuras Estilo LusiadasFt24 Figuras Estilo Lusiadas
Ft24 Figuras Estilo LusiadasFernanda Soares
 

Plus de Fernanda Soares (20)

Exame 2010
Exame 2010Exame 2010
Exame 2010
 
Exame 2010
Exame 2010Exame 2010
Exame 2010
 
Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 B 2 Elim
Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 B 2 ElimResultados Do Campeonato De Ortografia 9 B 2 Elim
Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 B 2 Elim
 
Resultados do campeonato de ortografia 8 e
Resultados do campeonato de ortografia 8 eResultados do campeonato de ortografia 8 e
Resultados do campeonato de ortografia 8 e
 
W31 Sub Conc Cons Comp Fin Complet
W31 Sub Conc Cons Comp Fin CompletW31 Sub Conc Cons Comp Fin Complet
W31 Sub Conc Cons Comp Fin Complet
 
Game Rooms House
Game Rooms HouseGame Rooms House
Game Rooms House
 
Musical Challenge
Musical ChallengeMusical Challenge
Musical Challenge
 
Game Types Houses
Game Types HousesGame Types Houses
Game Types Houses
 
A Special House
A Special HouseA Special House
A Special House
 
W8 Past Simple Further Practice
W8 Past Simple  Further PracticeW8 Past Simple  Further Practice
W8 Past Simple Further Practice
 
W8 Past Simple Practice
W8 Past Simple  PracticeW8 Past Simple  Practice
W8 Past Simple Practice
 
W4 Articles Indefinite And Definite
W4 Articles  Indefinite And DefiniteW4 Articles  Indefinite And Definite
W4 Articles Indefinite And Definite
 
W6 My Happy Ending Verbo To Be Simple Past
W6 My Happy Ending   Verbo To Be Simple PastW6 My Happy Ending   Verbo To Be Simple Past
W6 My Happy Ending Verbo To Be Simple Past
 
W5 Present Simple Pr Continuous
W5 Present Simple Pr ContinuousW5 Present Simple Pr Continuous
W5 Present Simple Pr Continuous
 
Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 B
Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 BResultados Do Campeonato De Ortografia 9 B
Resultados Do Campeonato De Ortografia 9 B
 
Ft29 Ines De Castro
Ft29 Ines De CastroFt29 Ines De Castro
Ft29 Ines De Castro
 
Ft28 Quadro Global Lusiadas
Ft28 Quadro Global LusiadasFt28 Quadro Global Lusiadas
Ft28 Quadro Global Lusiadas
 
Ft26 ConsíLio Deuses
Ft26 ConsíLio DeusesFt26 ConsíLio Deuses
Ft26 ConsíLio Deuses
 
Ft25 Relativas
Ft25 RelativasFt25 Relativas
Ft25 Relativas
 
Ft24 Figuras Estilo Lusiadas
Ft24 Figuras Estilo LusiadasFt24 Figuras Estilo Lusiadas
Ft24 Figuras Estilo Lusiadas
 

Dernier

Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaaulasgege
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarIedaGoethe
 

Dernier (20)

Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
 

Cena Fidalgo

  • 1. Compreensão do texto 1. Todos os elementos cénicos representam o estatuto social de Fidalgo, sendo o manto a representação da sua vaidade pela condição social que tem, o pajem representando todos aqueles que o servem e sobre os quais ele exerce a sua tirania e a cadeira representando, por um lado, os bens materiais e, por outro, o poder. 2. Esta personagem começa por parar junto à barca do Diabo, depois dirige-se à barca do Anjo e, finalmente, regressa à barca do Diabo.
  • 2. Compreensão do texto 3.1. Inicialmente, o Fidalgo está muito descontraído e seguro. Quando se afasta da barca do Diabo, começa a revelar preocupação e, ao mesmo tempo, irritação, pois chama e ninguém lhe responde. Quando percebe que não lhe é permitido entrar na barca do paraíso, mostra-se desanimado e um pouco arrependido de ter confiado no seu “estado”. Perto do final, chega a mostrar-se humilde perante o Diabo, implora-lhe que o deixe regressar à vida e, finalmente, mostra-se resignado com o seu destino final. 3.2. O Fidalgo vai mudando o seu estado de espírito de acordo com a evolução do seu julgamento.
  • 3. Compreensão do texto 4. Exemplos da ironia do Diabo: «Ó poderoso dom Anrique»; «Que cousa é esta?»; «Vejo-vos eu em feição / pera ir ao nosso cais…»; «Embarqu’a a vossa doçura»; «e, chegando ao nosso cais, / todos bem vos serviremos». 5.1. Falando com o Diabo, o argumento que o Fidalgo usa para ser salvo é o facto de ter deixado na terra quem reze por ele; com o Anjo usa o argumento de ser «fidalgo de solar».
  • 4. Compreensão do texto 5.2. Os argumentos usados dizem muito sobre a personagem. De facto, defendendo-se com as rezas que alguém ficou a fazer por ele, mostra que viveu tão confiante da sua condição social e tão habituado a que os outros fizessem tudo por ele que nem lhe ocorre que as orações não seriam suficientes para o salvar. Por outro lado, o argumento que apresenta ao Anjo mostra toda a arrogância e presunção do Fidalgo.
  • 5. Compreensão do texto 6. Através destas palavras, Gil Vicente pretende criticar a prática errada da religião, levada a cabo por aqueles que acreditavam que as orações, as missas e outras práticas superficiais eram mais importantes do que as obras e a fé. 7. Ao referir que o pai do Fidalgo também foi condenado ao inferno, Gil Vicente pretende alargar a crítica à classe social a que pertence o Fidalgo – à Nobreza –, na medida em que se dá a entender que os nobres são condenados, geração após geração.
  • 6. Compreensão do texto 8.1. O Diabo responde divertido e rindo do Fidalgo, chama-lhe tolo e mostra-lhe como está completamente enganado em relação ao desgosto que a mulher e a amante sentem. 8.2. O «arrais do inferno» apresenta uma caracterização negativa das mulheres, pois elas são falsas, hipócritas e infiéis. 8.3. Com estes versos alarga-se a crítica às mulheres, mostrando como o seu fingimento é transmitido de mães para filhas. 9.1. O Fidalgo é acusado de ter vivido a seu prazer, de ser presunçoso e vaidoso e de ter sido tirano para o povo.
  • 7. 9.2. «DOM ANRIQUE» é um fidalgo de solar, vaidoso e presunçoso. A forma como se apresenta em cena, com o seu longo manto e o pajem que carrega a sua cadeira, revela bem essa vaidade e ostentação e a forma como reage face ao Diabo e depois face ao Anjo revela a arrogância de quem sempre esteve habituado a que obedecessem às suas ordens. É no estatuto de nobre que ele confia como razão para ser salvo, tal como sempre confiou ao longo da vida. É por isso que ele apresenta ao Anjo como único argumento para a salvação o facto de ser «fidalgo de solar» e é também por isso que desdenha da barca a que chama “cortiço” e exige que o tratem por “Vossa Senhoria”. Da vida sentimental ficamos a saber que além da mulher tinha uma amante; no entanto, apesar de ser tão poderoso, era igualmente enganado por elas. O Fidalgo é uma personagem tipo, na medida em que representa a nobreza e os seus vícios de tirania, presunção, arrogância e ostentação. É exactamente por isso que, tal como aconteceu com seu pai, é condenado ao Inferno.
  • 8. Funcionamento da Língua 2.1. Neste momento da cena, o Fidalgo passou a usar um registo de língua popular, porque estava a ficar aflito e simultaneamente irritado por sentir que a situação não lhe era favorável. 2.2. Estes versos estão entre parênteses porque são um aparte.
  • 9. Na cena do Fidalgo, identifica exemplos de cómico de situação, cómico de linguagem e cómico de carácter. Cómico de situação: «Pera lá vai a senhora?» (pág.94) Cómico de linguagem: «Que jiricocins, salvanor!» (pág. 95) Cómico de carácter: «Esperar-me-ês vós aqui, / tornarei à outra vida / ver minha dama querida / que se quer matar por mi.» (pág. 96)
  • 10. Identifica exemplos de eufemismo [suavizar uma ideia (desagradável ou grosseira) por meio de uma expressão mais agradável], antítese (oposição entre dois termos), metáfora (a significação natural de uma palavra remete para outra em virtude da relação de semelhança que se subentende) e de hipérbole (emprego de termos exagerados, ampliando a verdadeira dimensão das coisas).
  • 11. Eufemismo: «Vai pera a ilha perdida» (pág. 94) Antítese: «Segundo lá escolhestes, / assi cá vos contentai.» (pág. 94) Metáfora: «Oh! que maré tão de prata!» (pág. 96) Hipérbole: «que m’escrivia mil dias?» (pág. 96)