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O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A ATUAÇÃO DE PEDAGOGOS EM
ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
MIRANDA, Joseval dos Reis1
, - UNEB e UnB
josevalmiranda@yahoo.com.br
Eixo temático: Práticas e Estágios nas licenciaturas
Resumo
Este artigo oriundo da nossa experiência foi o resultado da investigação que buscou analisar e
socializar nossas práticas e também as nossas reflexões sobre as necessidades de atuação do
pedagogo por meio do estágio supervisionado em espaços de educação não-formal bem como
as transformações ocorridas no curso de Pedagogia que contribuíram para a atuação e a
importância nestes espaços. Esse trabalho pautou-se na análise documental das diretrizes
curriculares do curso de Pedagogia e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº
9394/96 e autores como Gohn (2005), Pimenta (2004), Silva e Miranda (2008) onde à luz
desses autores e dos documentos citados podemos compreender um pouco mais sobre as
concepções de estágio supervisionado e a sua operacionalização no espaço não formal. Os
resultados desta experiência no campo do estágio mostraram que é possível oferecer uma
proposta de vivência pedagógica de que trabalhe de forma diferenciada, respeitando o espaço
e a diversidade dos vários espaços educativos e que a universidade pode de fato contribuir
para mudar a situação dos vários espaços onde a mesma estiver inserida. Enfim, consideramos
que este trabalho não está fechado. A nossa expectativa é que as ponderações e socializações
aqui presente provoquem novas reflexões com vistas ao aperfeiçoamento da concepção de
estágio e de novas possibilidades com vista à melhoria do trabalho docente seja em qual
espaço educativo venha a acontecer.
Palavras-chave: Estágio supervisionado. Educação não formal. Pedagogos e Pedagogia.
A concepção de estágio frente aos espaços não escolares
Buscarmos compreender a concepção de estágio que procura subsidiar a formação,
perpassada por vários fatores dentre eles a crença nos valores de constituição do homem, da
1
Doutorando do PPG em Educação da Universidade de Brasília – UnB e professor da Universidade do Estado
da Bahia – UNEB - Campus XVII – Bom Jesus da Lapa – Bahia.
6453
sociedade e que modelos e/ou práticas que desejamos efetivar. Buscar superar as raízes dos
modelos taylorista e fordista que se encontram impregnados no contexto educacional é de
suma importância para a formação, construção de práticas pedagógicas mais significativas e a
organização do trabalho docente e pedagógico mais coerente, envolvente e com qualidade
para todos.
Muito se tem pesquisado, estudado e produzido no campo do estágio supervisionado,
entretanto, ainda configuram-se nos cursos de formação inicial concepções, crenças e práticas
embasadas em modelos aplicacionistas ou simplesmente como um espaço de treinamento para
o estudante no seu futuro campo profissional.
Segundo Pimenta (2004) uma das concepções acerca do estágio supervisionado
perpassa pela prática como imitação de modelos, sendo esta uma concepção onde o ensino e a
realidade apresenta-se estática, imutável e que o estagiário valoriza os instrumentos
consagrados. Neste contexto a prática de estágio reduz-se a simplesmente observar os
professores. Outro modelo que a autora em foco salienta é a prática como instrumentalização
técnica, encontrando-se desvinculada da teoria, e a atividade de estágio reduzida a “hora da
prática” por meio de treinamento de situações e experiências.
Porém compartilhamos com Pimenta (Ibid.), Silva e Miranda (2008) quando propõe
como concepção de estágio perpassada pela pesquisa uma vez que aproxima da realidade de
forma reflexiva e crítica, estabelecendo as conexões entre teoria e prática, analisando o
contexto e o seu entorno bem como proporcionando reflexões sobre o trabalho docente. Ainda
segundo está perspectiva de estágio acreditamos na imersão do estagiário no campo
profissional, o contato com a pesquisa e seus procedimentos científicos, momento de
aprendizagem crítica reflexiva e outros aspectos.
Assim, o estágio supervisionado concebido, executado e avaliado em uma perspectiva
onde a pesquisa e seus elementos estejam presentes buscará superar os modelos tradicionais
de estágio, as abordagens tecnicistas, ativistas, de correções de fichas ou simplesmente como
um espaço para denúncias da realidade sem a devida fundamentação teórica e metodológica.
Diante de tais concepções mencionadas é preciso redimensionar o estágio como um
espaço e tempo para as aprendizagens buscando a relação dialética dialógica entre que alguém
que já é profissional possibilitando dessa maneira a profissionalização do estagiário, pois o
período de estágio também se configura como um espaço de construção da identidade
docente. E, além disso, tudo o estágio em uma concepção perpassada pela pesquisa, configura
6454
para os professores que atum no curso de formação como uma possibilidade de formação
contínua.
Assim sendo, ratificamos mais uma vez que assumimos no presente trabalho de
estágio supervisionado em espaços não escolares a concepção de pesquisa por acreditarmos
em buscar superar os ranços da formação baseada somente na racionalidade técnica de caráter
instrumental que marcou e talvez ainda marque intensamente a educação no atual contexto.
Foi preciso ainda nesta perspectiva assumida de estágio supervisionado repensarmos os
papéis da instituição formadora atrelado ao seu Projeto Político Pedagógico, o papel do
professor de estágio, a escola de campo e também os estudantes estagiários.
Discutindo acerca dos espaços não escolares ou não-formal
Atualmente as novas exigências da sociedade em transformação têm requerido
demandas sócio-educacionais que ultrapassam o âmbito escolar. Essas novas exigências têm
se incorporado em especial de forma desafiadora nos currículos dos cursos de formação de
professores, pois são crescentes as intervenções e ações educativas em meios e organizações
diferenciados do sistema educacional institucionalizado. Atrelado a isso está à busca pela
educação permanente e ao longo da vida, as quais confirmam a necessidade de se discutir essa
nova “modalidade” educacional, chamada educação não-formal ou não escolar.
Ainda são incipientes os estudos referentes à educação não-formal, Gohn (2005) relata
a pouca importância dada até meados dos anos 80 a este campo, pois todas as atenções
estavam voltadas para a educação formal, a qual ocorre em espaços escolares, pois, a
educação não formal vista como extensão da formal. Nesse sentido, a educação não formal ou
não escolar tratava-se de programas ou campanhas de alfabetização de adultos cujos objetivos
transcendiam a mera aquisição da compreensão da leitura e da escrita e se inscreviam no
universo da participação sociopolítica das camadas populares, objetivando integrá-las no
contexto urbano industrial.
Traçando um panorama do destaque alcançado pela educação não-formal ou não
escolar, Gohn (Ibid.) demonstra que a partir da década de 90, isso ocorre por conta das
transformações na economia, na sociedade e no mundo do trabalho. Havendo assim a
valorização da aprendizagem em grupos, das identidades culturais, entre outros. Surgindo
uma nova cultura organizacional. Ressalta ainda o teor de dois documentos gerados em uma
6455
conferência ocorrida no ano de 1990 na Tailândia, que baseado nas condições particulares da
América Latina e nas experiências de ONGs- Organizações não-governamentais, um novo
quadro de possibilidades foi traçado para a área educacional.
Desse modo, é possível apreender que novos “conteúdos” são inseridos na gama de
conhecimentos necessários para o bem viver do homem na sociedade, pois além dos saberes
teórico-práticos é preciso abranger, dentro desta nova perspectiva, valores e atitudes que
contribuam no desenvolvimento da capacidade humana de se relacionar com a diversidade de
pessoas e situações.
Por conta disso, torna-se necessário,
Desenvolver a aptidão natural do espírito humano para situar todas essas
informações em um contexto e um conjunto. É preciso ensinar os métodos que
permitam estabelecer as relações mútuas e as influências recíprocas entre as partes e
o todo em um mundo complexo. (MORIN, 2004, p. 14).
Portanto, a educação não-formal, definida neste contexto é:
Uma modalidade do processo educação/organização popular que tem como
particularidade procurar que os grupos ou subgrupos populares se organizem a partir
da busca de soluções imediatas a seus problemas e necessidades e procurar que,
através de uma participação autogestionada, estes grupos vão adquirindo os
instrumentos produtivos e sociais que lhes permitam elevar e melhorar sua qualidade
de vida. (BRASIL, 1983, p. 34).
Há nestes pensamentos a relação entre os saberes necessários para o bem viver e a
maneira como lidar com eles, esse campo da educação não-formal abrange o complexo
educacional existente nos vários espaços sociais, pretendendo com isso, desenvolver nos
indivíduos a capacidade organizacional de projetar soluções e buscar transformações sociais
para melhoria de vida.
Cabe aqui, para elucidar melhor as questões discutidas, diferenciarmos
conceitualmente educação formal, informal da não-formal, esta última sendo o alvo da
discussão do presente trabalho, assim,
A educação escolar, formal, oficial desenvolvida nas escolas, ministradas por
entidades públicas ou privadas [...] a educação informal decorre de processos
6456
espontâneos ou naturais, ainda que seja carregada de valores e representações, como é
o caso de educação familiar (GOHN, 2005, p. 98-100).
Nota-se a diferenciação, mas não pode passar despercebido que a educação não-formal
ou não escolar mesmo distinta da que ocorre de forma institucionalizada, a formal, tendo em
seus objetivos de formação a cidadania, a capacitação para o trabalho, a organização para o
trabalho e a aprendizagem de conteúdos escolares em ambientes diferenciados, também é um
ato planejado, intencional e apresenta organização específica.
Sendo assim, quais seriam os espaços onde ocorrem os processos de educação não-
formal ou não escolar? De acordo com Gohn (2005) eles são múltiplos, podendo ser algo
criado ou recriado e que vai de acordo com os objetivos do grupo social que se organiza e cita
como exemplo as associações de bairro, os movimentos sociais, as igrejas, sindicatos, partidos
políticos, espaços culturais, ambientes com idosos, classes hospitalares, educação nos
presídios, entre outros.
Neste cenário a discussão da atuação do pedagogo em espaços não-formais ou não
escolares é recente, e no universo pesquisado o currículo reformulado é pioneiro, tendo tido
até o presente momento apenas quatro turmas com vivências de estágio nestes espaços, as
professoras do curso de formação nas suas falas e também em suas ações demonstram as
dificuldades por quais atravessam nos momentos das aulas, seja no que se refere ao escasso
material teórico e até mesmo ao desafio de identificar as carências educacionais nos espaços
levantados e efetivar alguma ação educativa.
A Resolução CNE/CP N° 1, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Curso de Graduação em Pedagogia, Licenciatura, ratifica a ampla possibilidade de atuação do
pedagogo quando diz que:
§ 2º O curso de Pedagogia, por meio de estudos teórico-práticos, investigação e
reflexão crítica propiciará:
I – o planejamento, execução e avaliação de atividades educativas;
Art. 4º Parágrafo Único. As atividades docentes também compreendem
participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino,
englobando:
II – planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de
projetos e experiências educativas não-escolares;
IV – trabalhar, em espaços escolares e não-escolares, na promoção da
aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em
diversos níveis e modalidades do processo educativo;
6457
XIII – participar da gestão das instituições planejando, executando, acompanhando
e avaliando projetos e programas educacionais, em ambientes escolares e não-
escolares; (BRASIL, 2006).
Sendo assim consideramos que nossa pretensão de discutir a formação do pedagogo
para a atuação por meio do estágio supervisionado em espaços de educação não-formal foi
válida, na medida em que suscitamos estas questões e evidencia-se a necessidade de
aprofundamento teórico e prático neste campo de atuação. Neste sentido esperamos que esta
reflexão não seja conclusiva e sim instigadora de novos olhares e inquietações com vistas a
valorização e ao reconhecimento do pedagogo nos campos educacionais formais e não-
formais que requerem uma formação mais sólida do ponto de vista teórico e metodológico,
articulação da universidade, continuidade no processo de formação profissional, condições de
trabalho dignas para proporcionar a construção de uma prática pedagógica, criativa, humana e
democrática em prol da transformação social.
A experiência de estágio em espaços não escolares ou não formais
A nossa experiência tem por base o currículo do curso de Pedagogia da UNEB, do
campus XVII1
, onde no processo de formação acadêmica a disciplina Pesquisa e Estágio
sendo ministrada no quinto semestre permite a inserção em espaços não formais com o intuito
de o pedagogo compreender a dinâmica deste espaço por meio de observações, entrevistas e
da análise documental sobre o papel do mesmo neste espaço de trabalho. Em seguida no
próprio fluxo da formação no currículo do curso de Pedagogia o estudante no sétimo semestre
por meio da disciplina Pesquisa e Estágio em espaços não formais acontece o planejamento,
execução e avaliação de projetos nos referidos espaços mencionados aqui anteriormente.
A nossa experiência pautou-se em dois projetos desenvolvidos, sendo um no espaço
hospitalar e o outro na casa do idoso. Assim, no primeiro caso como a proposta de novas
alternativas educacionais e redimensionamento da prática pedagógica, como a perspectiva da
formação de profissionais como uma visão de totalidade do processo educativo foi que o
Projeto “Brincando no Hospital também se aprende – Por uma humanização hospitalar”. O
1
Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus XVII localizado na cidade de Bom Jesus da Lapa – Bahia.
6458
Projeto de Pedagogia Hospitalar desafia a pedagogia tradicional, pois acontece em um
ambiente distante das condições de aprendizagem da sala de aula.
Desse modo, a importância da criatividade e a responsabilidade do pedagogo para
atender individualmente cada criança e/ou adolescente escolar hospitalizado em variadas
idades e condições de saúde exigiu um planejamento diário das atividades a serem propostas
bem como o cuidado na escolha do material e na forma como ele é utilizado para obter de
cada um os melhores resultados possíveis. A presença dos acadêmicos do curso de Pedagogia
envolvidos no Projeto teve como objetivo contribuir para a formação de profissionais capazes
de ingressar no campo pedagógico hospitalar, além de auxiliar no desenvolvimento
psicológico, intelectual, cultural, social e emocional das crianças e adolescentes
hospitalizados, bem com na recuperação mais rápida de sua saúde.
O Projeto “Brincando no Hospital também se aprende – Por uma humanização
hospitalar” visou atender a crianças e/ou adolescentes, com faixa etária compreendida entre
três e quinze anos que procurarem o Hospital Municipal Carmela Dutra no período de
26/11/07 a 21/12/07 durante os turnos matutino e vespertino. Disponibilizando também de um
trabalho de sensibilização e orientação didático hospitalar para os pais e/ou acompanhantes.
A metodologia utilizada para o trabalho com as crianças enfermas, necessariamente,
precisava ser variada, porque todos os dias crianças entram e saem das enfermarias
pediátricas, isto é, algumas crianças ficavam um tempo mais longo de internação, enquanto
outras, muitas vezes passavam pouco tempo no hospital. Todo processo de hospitalização
depende da doença da criança e de seu quadro clínico, além de que, elas têm idades variadas.
Todavia, vale ressaltar, que nosso trabalho não teve o objetivo exclusivo de realizar o
processo de escolarização, mas de diversificar, principalmente, através da literatura infanto-
juvenil e de jogos ludo-pedagógicos, a rotina hospitalar, proporcionando assim, o alívio de
tensões, da ansiedade, do medo da morte, entre outros, bem como, cooperar para o
desenvolvimento de cidadãos leitores.
Cabe salientar, que para cada dia foram realizadas atividades diferentes, pois, a
rotatividade nas enfermarias exigia que tivéssemos uma diversidade de trabalhos que
iniciassem e terminassem no mesmo dia, porque algumas crianças podia não estar mais
fazendo parte do grupo nos dias subseqüentes.
Sendo assim, o planejamento, no ambiente clínico, precisou ser flexível, porém, a
criança/adolescente precisava ser respeitada em suas peculiaridades. Portanto, o trabalho
6459
desenvolvido pelos profissionais das diversas áreas (saúde, educação, assistência social),
necessitava ser integrado, dinâmico, capaz de perceber as diferenças da rotina da internação
pediátrica.
Outra questão também é fundamental para o trabalho no hospital diz respeito às
questões éticas, isto é, toda a comunicação entre pacientes e profissionais das diversas áreas
deve ser resguardada, respeitando assim, o direito de privacidade das informações de cada
paciente, bem como, a confiança que o paciente deposita nas pessoas com que se relaciona.
Desse modo, durante a realização do presente projeto conseguimos alcançar vários dos
nossos objetivos e salientamos alguns aspectos positivos como a ótima avaliação do projeto
pelos envolvidos no mesmo, o ótimo envolvimento dos monitores (estudantes do curso de
Pedagogia), o excelente envolvimento das crianças, adolescentes e pais que passaram pelo
atendimento neste período. Tivemos também alguns aspectos que dificultaram o projeto como
a falta de espaço apropriado para a realização de algumas atividades e a certa indiferença no
início do projeto sobre a presença de pedagogo no espaço hospitalar.
O outro espaço não formal onde foi desenvolvido o segundo projeto com o título
“VIDA ATIVA: envelhecer com dignidade e qualidade de vida” foi desenvolvido na casa do
idoso. Compreendendo que o pedagogo que é por excelência o profissional da educação pode
estar atuando em ambientes educativos que vão além da sala de aula. Conforme a resolução
CNE/CP nº1, de 15 de maio de 2006 em seu artigo 5º, ele deverá trabalhar em espaços
escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do
desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo. Além
disso, deverá identificar problemas socioculturais e educacionais com postura investigativa,
integrativa e propositiva em face de realidades complexas, com vistas a contribuir para
superação de exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, religiosas, políticas e
outras.
O projeto na casa do Idoso de Bom Jesus da Lapa foi desenvolvido com
aproximadamente quarenta idosos, no período de 26 de novembro a 21 de dezembro de 2007,
nos turnos matutino e vespertino, realizando atividades diversificadas que os possibilitaram o
resgate da sua auto-estima, bem como a interação e o sentimento de pertença à sociedade,
além de estarmos dando mais consistência à nossa formação uma vez que foi vivenciado
outros espaços para a atuação profissional do pedagogo.
6460
Dessa forma, o desenvolvimento do projeto visou possibilitar aos idosos do desta
instituição a vivência por meio de atividades diversificadas no sentido de proporcionar-lhes
um envelhecer ativo, com dignidade e qualidade de vida por meio da ludicidade. Foram de
suma importância, a experiência do lúdico para perpassando todas as atividades, pois
proporcionou aos mesmos um envolvimento mais significativo nas atividades propostas pelo
grupo e estando mais abertos às novas possibilidades.
O referido projeto teve como procedimentos metodológicos a ênfase em trabalhos de
grupo, vivências, socialização de mensagens, registro de situações observadas pelo grupo,
análise e interpretação de situações problemas, esclarecimento de dúvida, produção e
socialização das atividades artísticas, histórias ilustradas, músicas, danças, dentre outros
aspectos. Os trabalhos foram distribuídos por temáticas que tiveram diariamente o
envolvimento da ludicidade nas atividades propostas.
Por meio dessa proposta desenvolvida, acreditamos que houve o momento para que os
idosos refletissem através de atividades diversificadas e apostem na possibilidade do seu
desenvolvimento psicomotor e emocional de forma natural e dentro do seu ritmo e de suas
possibilidades. Com isso o brincar, o cantar e o se movimentar foi o caminho espontâneo do
desenvolvimento humano uma vez que além de proporcionar prazer e descontração
evidenciou aspectos importantes da cultura de um povo tornando-a mais valorizada e
consistente perpetuando entre as gerações.
Salientamos aspectos positivos alcançados como: a ótima avaliação do projeto pelos
envolvidos, o excelente envolvimento dos monitores (estudantes do curso de Pedagogia) e o
ótimo envolvimento dos idoso e também da direção desta instituição. Entretanto, encontramos
algumas dificuldades como: certa indiferença no início do projeto sobre a presença de
pedagogo no espaço da casa do idoso e no início pouco envolvimento dos idosos nas
atividades propostas.
Para fins elucidativos formatamos em um quadro síntese sobre a proposta dos dois
projetos aqui mencionados a partir da nossa exposição para uma melhor compressão acerca
dos mesmos, onde salientamos também a necessidade de um planejamento para uma melhor
organização do trabalho pedagógico no espaço não formal
6461
Projeto Brincando no Hospital também se
aprende – Por uma humanização hospitalar
Projeto: VIDA ATIVA: envelhecer com
dignidade e qualidade de vida
Objetivo
Geral
Inserir e desenvolver no ambiente hospitalar
atividades ludo pedagógicas significativas que
visem uma melhor recuperação da criança
hospitalizada ou em fase de consulta.
Inserir e desenvolver no espaço da casa do
idoso atividades que possibilitem ao idoso
refletir sobre o seu direito de um envelhecer
ativo com dignidade e qualidade de vida.
Conteúdos
Trabalhamos com processo de construção do
conhecimento, tendo como foco os sujeitos
envolvidos no mesmo, possibilitando por meio
das abordagens ludo-pedagógicas uma melhor
recuperação da criança ou adolescente, bem
como informações aos pais e/ou
acompanhantes.
Resgate de memória; Representação e
reprodução da escrita do nome; Atividades de
integração; A importância da música e do
movimento; Artes: pintura, teatro, escultura e
artesanato;
Procedimentos
Metodológicos
Diálogo com fantoches; Leitura de histórias ou
contos infantis; Apresentação de brincadeiras
de criança; Dramatizações de cantigas
populares; Dinâmicas e brincadeiras adequadas
à realidade da criança; Leitura de informativos
sobre saúde e higiene; Trabalhos de arte:
pintura, desenhos, recorte; Brincadeiras
envolvendo movimentos motores; distribuição
de folhetos informativos aos pais e/ou
acompanhantes.
Teatro de bonecos; História ilustrada; Recorte e
colagem; Apresentação de brincadeiras;
Dramatizações bíblicas; Trabalho com cores na
produção de massa de modelar; Brincadeiras
envolvendo movimentos; Confecção de painéis;
Recital de poesias.
Recursos
Trabalharemos com recursos próprios e teremos
como material de trabalho: papel ofício,
cartolina, bexigas, máscaras infantis, tinta
guache, lápis de cor, pincel atômico, CDs de
músicas infantis, aparelho de som, fantoches,
roupas características de personagens de
histórias infantis, cola, tesoura, etc.
Trabalharemos com recursos próprios e
teremos como material de trabalho: papel
ofício, cartolina, bexigas, lápis de cor, pincel
atômico, CDs, aparelho de som, fantoche,
roupas características de personagens bíblicos,
cola, tesoura, etc.
Avaliação
A avaliação será constante. No final de cada dia
os monitores poderão avaliar o trabalho
desenvolvido durante o dia através de reflexões
e discussões com os colegas quanto ao
desenvolvimento das atividades e se os
objetivos foram alcançados. Além disso, serão
observados os seguintes critérios: participação,
interesse e envolvimento nas atividades
propostas por parte das crianças.
A avaliação será constante através de
depoimentos no final de cada dia onde os
participantes poderão responder a questões
quanto ao desenvolvimento das atividades e se
os objetivos foram alcançados. Além disso,
serão observados os seguintes critérios:
participação, interesse e envolvimento nas
atividades propostas.
Quadro 01 – Síntese dos projetos
Finalizando por enquanto...
Assim, diante das evidências expostas e refletidas no tocante as experiências no campo
do estágio supervisionado em espaços não formais buscando a compreensão entre ambas à luz
do diálogo tecido com os teóricos apresentados no decorrer deste trabalho reconhecer a
necessidade de ocorrer algumas transformações complexas e sistematizadas para que estas
superem os dilemas: uma formação mais fundamentada do ponto de vista teórico e
6462
metodológico sobre o espaço que for atuar uma cultura inter ou transdisciplinar de construção
de conhecimento com um olhar para as diversas referências, subjetividades e contextos, um
discernimento crítico e ético que possibilite o desenvolvimento dos processos sociais de
construção de conhecimentos levando em conta as idiossincrasias de cada sujeito e outros
aspectos.
Enfim, consideramos que este trabalho não está fechado, pois buscamos apresentar
alguns elementos para a compreensão, reflexão ou inquietações dos elementos aqui
apresentados. É uma temática que poderá trazer, em discussões futuras, um novo olhar, uma
nova face do mesmo problema ou uma nova abordagem a partir de contextos, leituras, autores
e vivências que fundamentem a relação aqui construída, ou seja, a aprendizagem e a
avaliação.
A nossa expectativa é que as ponderações aqui iniciadas e apresentadas sejam
provocantes e provocadoras de novas reflexões com vistas ao maior entendimento da prática
avaliativa das aprendizagens e à construção de novas possibilidades de atuação dos
professores e estudantes.
REFERÊNCIAS
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – CONSELHO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO/CNE: Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. Resolução
CNE/CP nº 1 de 15 de maio de 2006. In: Diário Oficial da União. Brasília, 16 de maio de
2006.
CONTRERAS, R. N. P. Os Programas de educação não-formal como parte integrante do
processo de educação e de organização popular In: BRASIL. Em Aberto, Brasília, ano 2, n.
12, jan. 1983.- Domínio Público.
GOHN, M. da G. Educação Não-Formal e Cultura Política: Impactos sobre o
associativismo do terceiro setor. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários a educação do futuro. São Paulo: Cortez,
2004.
PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. São Paulo:
Cortez, 2004.
6463
SILVA, Lázara Cristina da e MIRANDA, Maria Irene (Orgs.). Estágio supervisionado e
prática de ensino: desafios e possibilidades. Araraquara, SP: Junqueira&Marin; Belo
Horizonte, MG: FAPEMIG, 2008.

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Estagio supervisionado

  • 1. O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A ATUAÇÃO DE PEDAGOGOS EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES MIRANDA, Joseval dos Reis1 , - UNEB e UnB josevalmiranda@yahoo.com.br Eixo temático: Práticas e Estágios nas licenciaturas Resumo Este artigo oriundo da nossa experiência foi o resultado da investigação que buscou analisar e socializar nossas práticas e também as nossas reflexões sobre as necessidades de atuação do pedagogo por meio do estágio supervisionado em espaços de educação não-formal bem como as transformações ocorridas no curso de Pedagogia que contribuíram para a atuação e a importância nestes espaços. Esse trabalho pautou-se na análise documental das diretrizes curriculares do curso de Pedagogia e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 e autores como Gohn (2005), Pimenta (2004), Silva e Miranda (2008) onde à luz desses autores e dos documentos citados podemos compreender um pouco mais sobre as concepções de estágio supervisionado e a sua operacionalização no espaço não formal. Os resultados desta experiência no campo do estágio mostraram que é possível oferecer uma proposta de vivência pedagógica de que trabalhe de forma diferenciada, respeitando o espaço e a diversidade dos vários espaços educativos e que a universidade pode de fato contribuir para mudar a situação dos vários espaços onde a mesma estiver inserida. Enfim, consideramos que este trabalho não está fechado. A nossa expectativa é que as ponderações e socializações aqui presente provoquem novas reflexões com vistas ao aperfeiçoamento da concepção de estágio e de novas possibilidades com vista à melhoria do trabalho docente seja em qual espaço educativo venha a acontecer. Palavras-chave: Estágio supervisionado. Educação não formal. Pedagogos e Pedagogia. A concepção de estágio frente aos espaços não escolares Buscarmos compreender a concepção de estágio que procura subsidiar a formação, perpassada por vários fatores dentre eles a crença nos valores de constituição do homem, da 1 Doutorando do PPG em Educação da Universidade de Brasília – UnB e professor da Universidade do Estado da Bahia – UNEB - Campus XVII – Bom Jesus da Lapa – Bahia.
  • 2. 6453 sociedade e que modelos e/ou práticas que desejamos efetivar. Buscar superar as raízes dos modelos taylorista e fordista que se encontram impregnados no contexto educacional é de suma importância para a formação, construção de práticas pedagógicas mais significativas e a organização do trabalho docente e pedagógico mais coerente, envolvente e com qualidade para todos. Muito se tem pesquisado, estudado e produzido no campo do estágio supervisionado, entretanto, ainda configuram-se nos cursos de formação inicial concepções, crenças e práticas embasadas em modelos aplicacionistas ou simplesmente como um espaço de treinamento para o estudante no seu futuro campo profissional. Segundo Pimenta (2004) uma das concepções acerca do estágio supervisionado perpassa pela prática como imitação de modelos, sendo esta uma concepção onde o ensino e a realidade apresenta-se estática, imutável e que o estagiário valoriza os instrumentos consagrados. Neste contexto a prática de estágio reduz-se a simplesmente observar os professores. Outro modelo que a autora em foco salienta é a prática como instrumentalização técnica, encontrando-se desvinculada da teoria, e a atividade de estágio reduzida a “hora da prática” por meio de treinamento de situações e experiências. Porém compartilhamos com Pimenta (Ibid.), Silva e Miranda (2008) quando propõe como concepção de estágio perpassada pela pesquisa uma vez que aproxima da realidade de forma reflexiva e crítica, estabelecendo as conexões entre teoria e prática, analisando o contexto e o seu entorno bem como proporcionando reflexões sobre o trabalho docente. Ainda segundo está perspectiva de estágio acreditamos na imersão do estagiário no campo profissional, o contato com a pesquisa e seus procedimentos científicos, momento de aprendizagem crítica reflexiva e outros aspectos. Assim, o estágio supervisionado concebido, executado e avaliado em uma perspectiva onde a pesquisa e seus elementos estejam presentes buscará superar os modelos tradicionais de estágio, as abordagens tecnicistas, ativistas, de correções de fichas ou simplesmente como um espaço para denúncias da realidade sem a devida fundamentação teórica e metodológica. Diante de tais concepções mencionadas é preciso redimensionar o estágio como um espaço e tempo para as aprendizagens buscando a relação dialética dialógica entre que alguém que já é profissional possibilitando dessa maneira a profissionalização do estagiário, pois o período de estágio também se configura como um espaço de construção da identidade docente. E, além disso, tudo o estágio em uma concepção perpassada pela pesquisa, configura
  • 3. 6454 para os professores que atum no curso de formação como uma possibilidade de formação contínua. Assim sendo, ratificamos mais uma vez que assumimos no presente trabalho de estágio supervisionado em espaços não escolares a concepção de pesquisa por acreditarmos em buscar superar os ranços da formação baseada somente na racionalidade técnica de caráter instrumental que marcou e talvez ainda marque intensamente a educação no atual contexto. Foi preciso ainda nesta perspectiva assumida de estágio supervisionado repensarmos os papéis da instituição formadora atrelado ao seu Projeto Político Pedagógico, o papel do professor de estágio, a escola de campo e também os estudantes estagiários. Discutindo acerca dos espaços não escolares ou não-formal Atualmente as novas exigências da sociedade em transformação têm requerido demandas sócio-educacionais que ultrapassam o âmbito escolar. Essas novas exigências têm se incorporado em especial de forma desafiadora nos currículos dos cursos de formação de professores, pois são crescentes as intervenções e ações educativas em meios e organizações diferenciados do sistema educacional institucionalizado. Atrelado a isso está à busca pela educação permanente e ao longo da vida, as quais confirmam a necessidade de se discutir essa nova “modalidade” educacional, chamada educação não-formal ou não escolar. Ainda são incipientes os estudos referentes à educação não-formal, Gohn (2005) relata a pouca importância dada até meados dos anos 80 a este campo, pois todas as atenções estavam voltadas para a educação formal, a qual ocorre em espaços escolares, pois, a educação não formal vista como extensão da formal. Nesse sentido, a educação não formal ou não escolar tratava-se de programas ou campanhas de alfabetização de adultos cujos objetivos transcendiam a mera aquisição da compreensão da leitura e da escrita e se inscreviam no universo da participação sociopolítica das camadas populares, objetivando integrá-las no contexto urbano industrial. Traçando um panorama do destaque alcançado pela educação não-formal ou não escolar, Gohn (Ibid.) demonstra que a partir da década de 90, isso ocorre por conta das transformações na economia, na sociedade e no mundo do trabalho. Havendo assim a valorização da aprendizagem em grupos, das identidades culturais, entre outros. Surgindo uma nova cultura organizacional. Ressalta ainda o teor de dois documentos gerados em uma
  • 4. 6455 conferência ocorrida no ano de 1990 na Tailândia, que baseado nas condições particulares da América Latina e nas experiências de ONGs- Organizações não-governamentais, um novo quadro de possibilidades foi traçado para a área educacional. Desse modo, é possível apreender que novos “conteúdos” são inseridos na gama de conhecimentos necessários para o bem viver do homem na sociedade, pois além dos saberes teórico-práticos é preciso abranger, dentro desta nova perspectiva, valores e atitudes que contribuam no desenvolvimento da capacidade humana de se relacionar com a diversidade de pessoas e situações. Por conta disso, torna-se necessário, Desenvolver a aptidão natural do espírito humano para situar todas essas informações em um contexto e um conjunto. É preciso ensinar os métodos que permitam estabelecer as relações mútuas e as influências recíprocas entre as partes e o todo em um mundo complexo. (MORIN, 2004, p. 14). Portanto, a educação não-formal, definida neste contexto é: Uma modalidade do processo educação/organização popular que tem como particularidade procurar que os grupos ou subgrupos populares se organizem a partir da busca de soluções imediatas a seus problemas e necessidades e procurar que, através de uma participação autogestionada, estes grupos vão adquirindo os instrumentos produtivos e sociais que lhes permitam elevar e melhorar sua qualidade de vida. (BRASIL, 1983, p. 34). Há nestes pensamentos a relação entre os saberes necessários para o bem viver e a maneira como lidar com eles, esse campo da educação não-formal abrange o complexo educacional existente nos vários espaços sociais, pretendendo com isso, desenvolver nos indivíduos a capacidade organizacional de projetar soluções e buscar transformações sociais para melhoria de vida. Cabe aqui, para elucidar melhor as questões discutidas, diferenciarmos conceitualmente educação formal, informal da não-formal, esta última sendo o alvo da discussão do presente trabalho, assim, A educação escolar, formal, oficial desenvolvida nas escolas, ministradas por entidades públicas ou privadas [...] a educação informal decorre de processos
  • 5. 6456 espontâneos ou naturais, ainda que seja carregada de valores e representações, como é o caso de educação familiar (GOHN, 2005, p. 98-100). Nota-se a diferenciação, mas não pode passar despercebido que a educação não-formal ou não escolar mesmo distinta da que ocorre de forma institucionalizada, a formal, tendo em seus objetivos de formação a cidadania, a capacitação para o trabalho, a organização para o trabalho e a aprendizagem de conteúdos escolares em ambientes diferenciados, também é um ato planejado, intencional e apresenta organização específica. Sendo assim, quais seriam os espaços onde ocorrem os processos de educação não- formal ou não escolar? De acordo com Gohn (2005) eles são múltiplos, podendo ser algo criado ou recriado e que vai de acordo com os objetivos do grupo social que se organiza e cita como exemplo as associações de bairro, os movimentos sociais, as igrejas, sindicatos, partidos políticos, espaços culturais, ambientes com idosos, classes hospitalares, educação nos presídios, entre outros. Neste cenário a discussão da atuação do pedagogo em espaços não-formais ou não escolares é recente, e no universo pesquisado o currículo reformulado é pioneiro, tendo tido até o presente momento apenas quatro turmas com vivências de estágio nestes espaços, as professoras do curso de formação nas suas falas e também em suas ações demonstram as dificuldades por quais atravessam nos momentos das aulas, seja no que se refere ao escasso material teórico e até mesmo ao desafio de identificar as carências educacionais nos espaços levantados e efetivar alguma ação educativa. A Resolução CNE/CP N° 1, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, Licenciatura, ratifica a ampla possibilidade de atuação do pedagogo quando diz que: § 2º O curso de Pedagogia, por meio de estudos teórico-práticos, investigação e reflexão crítica propiciará: I – o planejamento, execução e avaliação de atividades educativas; Art. 4º Parágrafo Único. As atividades docentes também compreendem participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando: II – planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não-escolares; IV – trabalhar, em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo;
  • 6. 6457 XIII – participar da gestão das instituições planejando, executando, acompanhando e avaliando projetos e programas educacionais, em ambientes escolares e não- escolares; (BRASIL, 2006). Sendo assim consideramos que nossa pretensão de discutir a formação do pedagogo para a atuação por meio do estágio supervisionado em espaços de educação não-formal foi válida, na medida em que suscitamos estas questões e evidencia-se a necessidade de aprofundamento teórico e prático neste campo de atuação. Neste sentido esperamos que esta reflexão não seja conclusiva e sim instigadora de novos olhares e inquietações com vistas a valorização e ao reconhecimento do pedagogo nos campos educacionais formais e não- formais que requerem uma formação mais sólida do ponto de vista teórico e metodológico, articulação da universidade, continuidade no processo de formação profissional, condições de trabalho dignas para proporcionar a construção de uma prática pedagógica, criativa, humana e democrática em prol da transformação social. A experiência de estágio em espaços não escolares ou não formais A nossa experiência tem por base o currículo do curso de Pedagogia da UNEB, do campus XVII1 , onde no processo de formação acadêmica a disciplina Pesquisa e Estágio sendo ministrada no quinto semestre permite a inserção em espaços não formais com o intuito de o pedagogo compreender a dinâmica deste espaço por meio de observações, entrevistas e da análise documental sobre o papel do mesmo neste espaço de trabalho. Em seguida no próprio fluxo da formação no currículo do curso de Pedagogia o estudante no sétimo semestre por meio da disciplina Pesquisa e Estágio em espaços não formais acontece o planejamento, execução e avaliação de projetos nos referidos espaços mencionados aqui anteriormente. A nossa experiência pautou-se em dois projetos desenvolvidos, sendo um no espaço hospitalar e o outro na casa do idoso. Assim, no primeiro caso como a proposta de novas alternativas educacionais e redimensionamento da prática pedagógica, como a perspectiva da formação de profissionais como uma visão de totalidade do processo educativo foi que o Projeto “Brincando no Hospital também se aprende – Por uma humanização hospitalar”. O 1 Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus XVII localizado na cidade de Bom Jesus da Lapa – Bahia.
  • 7. 6458 Projeto de Pedagogia Hospitalar desafia a pedagogia tradicional, pois acontece em um ambiente distante das condições de aprendizagem da sala de aula. Desse modo, a importância da criatividade e a responsabilidade do pedagogo para atender individualmente cada criança e/ou adolescente escolar hospitalizado em variadas idades e condições de saúde exigiu um planejamento diário das atividades a serem propostas bem como o cuidado na escolha do material e na forma como ele é utilizado para obter de cada um os melhores resultados possíveis. A presença dos acadêmicos do curso de Pedagogia envolvidos no Projeto teve como objetivo contribuir para a formação de profissionais capazes de ingressar no campo pedagógico hospitalar, além de auxiliar no desenvolvimento psicológico, intelectual, cultural, social e emocional das crianças e adolescentes hospitalizados, bem com na recuperação mais rápida de sua saúde. O Projeto “Brincando no Hospital também se aprende – Por uma humanização hospitalar” visou atender a crianças e/ou adolescentes, com faixa etária compreendida entre três e quinze anos que procurarem o Hospital Municipal Carmela Dutra no período de 26/11/07 a 21/12/07 durante os turnos matutino e vespertino. Disponibilizando também de um trabalho de sensibilização e orientação didático hospitalar para os pais e/ou acompanhantes. A metodologia utilizada para o trabalho com as crianças enfermas, necessariamente, precisava ser variada, porque todos os dias crianças entram e saem das enfermarias pediátricas, isto é, algumas crianças ficavam um tempo mais longo de internação, enquanto outras, muitas vezes passavam pouco tempo no hospital. Todo processo de hospitalização depende da doença da criança e de seu quadro clínico, além de que, elas têm idades variadas. Todavia, vale ressaltar, que nosso trabalho não teve o objetivo exclusivo de realizar o processo de escolarização, mas de diversificar, principalmente, através da literatura infanto- juvenil e de jogos ludo-pedagógicos, a rotina hospitalar, proporcionando assim, o alívio de tensões, da ansiedade, do medo da morte, entre outros, bem como, cooperar para o desenvolvimento de cidadãos leitores. Cabe salientar, que para cada dia foram realizadas atividades diferentes, pois, a rotatividade nas enfermarias exigia que tivéssemos uma diversidade de trabalhos que iniciassem e terminassem no mesmo dia, porque algumas crianças podia não estar mais fazendo parte do grupo nos dias subseqüentes. Sendo assim, o planejamento, no ambiente clínico, precisou ser flexível, porém, a criança/adolescente precisava ser respeitada em suas peculiaridades. Portanto, o trabalho
  • 8. 6459 desenvolvido pelos profissionais das diversas áreas (saúde, educação, assistência social), necessitava ser integrado, dinâmico, capaz de perceber as diferenças da rotina da internação pediátrica. Outra questão também é fundamental para o trabalho no hospital diz respeito às questões éticas, isto é, toda a comunicação entre pacientes e profissionais das diversas áreas deve ser resguardada, respeitando assim, o direito de privacidade das informações de cada paciente, bem como, a confiança que o paciente deposita nas pessoas com que se relaciona. Desse modo, durante a realização do presente projeto conseguimos alcançar vários dos nossos objetivos e salientamos alguns aspectos positivos como a ótima avaliação do projeto pelos envolvidos no mesmo, o ótimo envolvimento dos monitores (estudantes do curso de Pedagogia), o excelente envolvimento das crianças, adolescentes e pais que passaram pelo atendimento neste período. Tivemos também alguns aspectos que dificultaram o projeto como a falta de espaço apropriado para a realização de algumas atividades e a certa indiferença no início do projeto sobre a presença de pedagogo no espaço hospitalar. O outro espaço não formal onde foi desenvolvido o segundo projeto com o título “VIDA ATIVA: envelhecer com dignidade e qualidade de vida” foi desenvolvido na casa do idoso. Compreendendo que o pedagogo que é por excelência o profissional da educação pode estar atuando em ambientes educativos que vão além da sala de aula. Conforme a resolução CNE/CP nº1, de 15 de maio de 2006 em seu artigo 5º, ele deverá trabalhar em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo. Além disso, deverá identificar problemas socioculturais e educacionais com postura investigativa, integrativa e propositiva em face de realidades complexas, com vistas a contribuir para superação de exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, religiosas, políticas e outras. O projeto na casa do Idoso de Bom Jesus da Lapa foi desenvolvido com aproximadamente quarenta idosos, no período de 26 de novembro a 21 de dezembro de 2007, nos turnos matutino e vespertino, realizando atividades diversificadas que os possibilitaram o resgate da sua auto-estima, bem como a interação e o sentimento de pertença à sociedade, além de estarmos dando mais consistência à nossa formação uma vez que foi vivenciado outros espaços para a atuação profissional do pedagogo.
  • 9. 6460 Dessa forma, o desenvolvimento do projeto visou possibilitar aos idosos do desta instituição a vivência por meio de atividades diversificadas no sentido de proporcionar-lhes um envelhecer ativo, com dignidade e qualidade de vida por meio da ludicidade. Foram de suma importância, a experiência do lúdico para perpassando todas as atividades, pois proporcionou aos mesmos um envolvimento mais significativo nas atividades propostas pelo grupo e estando mais abertos às novas possibilidades. O referido projeto teve como procedimentos metodológicos a ênfase em trabalhos de grupo, vivências, socialização de mensagens, registro de situações observadas pelo grupo, análise e interpretação de situações problemas, esclarecimento de dúvida, produção e socialização das atividades artísticas, histórias ilustradas, músicas, danças, dentre outros aspectos. Os trabalhos foram distribuídos por temáticas que tiveram diariamente o envolvimento da ludicidade nas atividades propostas. Por meio dessa proposta desenvolvida, acreditamos que houve o momento para que os idosos refletissem através de atividades diversificadas e apostem na possibilidade do seu desenvolvimento psicomotor e emocional de forma natural e dentro do seu ritmo e de suas possibilidades. Com isso o brincar, o cantar e o se movimentar foi o caminho espontâneo do desenvolvimento humano uma vez que além de proporcionar prazer e descontração evidenciou aspectos importantes da cultura de um povo tornando-a mais valorizada e consistente perpetuando entre as gerações. Salientamos aspectos positivos alcançados como: a ótima avaliação do projeto pelos envolvidos, o excelente envolvimento dos monitores (estudantes do curso de Pedagogia) e o ótimo envolvimento dos idoso e também da direção desta instituição. Entretanto, encontramos algumas dificuldades como: certa indiferença no início do projeto sobre a presença de pedagogo no espaço da casa do idoso e no início pouco envolvimento dos idosos nas atividades propostas. Para fins elucidativos formatamos em um quadro síntese sobre a proposta dos dois projetos aqui mencionados a partir da nossa exposição para uma melhor compressão acerca dos mesmos, onde salientamos também a necessidade de um planejamento para uma melhor organização do trabalho pedagógico no espaço não formal
  • 10. 6461 Projeto Brincando no Hospital também se aprende – Por uma humanização hospitalar Projeto: VIDA ATIVA: envelhecer com dignidade e qualidade de vida Objetivo Geral Inserir e desenvolver no ambiente hospitalar atividades ludo pedagógicas significativas que visem uma melhor recuperação da criança hospitalizada ou em fase de consulta. Inserir e desenvolver no espaço da casa do idoso atividades que possibilitem ao idoso refletir sobre o seu direito de um envelhecer ativo com dignidade e qualidade de vida. Conteúdos Trabalhamos com processo de construção do conhecimento, tendo como foco os sujeitos envolvidos no mesmo, possibilitando por meio das abordagens ludo-pedagógicas uma melhor recuperação da criança ou adolescente, bem como informações aos pais e/ou acompanhantes. Resgate de memória; Representação e reprodução da escrita do nome; Atividades de integração; A importância da música e do movimento; Artes: pintura, teatro, escultura e artesanato; Procedimentos Metodológicos Diálogo com fantoches; Leitura de histórias ou contos infantis; Apresentação de brincadeiras de criança; Dramatizações de cantigas populares; Dinâmicas e brincadeiras adequadas à realidade da criança; Leitura de informativos sobre saúde e higiene; Trabalhos de arte: pintura, desenhos, recorte; Brincadeiras envolvendo movimentos motores; distribuição de folhetos informativos aos pais e/ou acompanhantes. Teatro de bonecos; História ilustrada; Recorte e colagem; Apresentação de brincadeiras; Dramatizações bíblicas; Trabalho com cores na produção de massa de modelar; Brincadeiras envolvendo movimentos; Confecção de painéis; Recital de poesias. Recursos Trabalharemos com recursos próprios e teremos como material de trabalho: papel ofício, cartolina, bexigas, máscaras infantis, tinta guache, lápis de cor, pincel atômico, CDs de músicas infantis, aparelho de som, fantoches, roupas características de personagens de histórias infantis, cola, tesoura, etc. Trabalharemos com recursos próprios e teremos como material de trabalho: papel ofício, cartolina, bexigas, lápis de cor, pincel atômico, CDs, aparelho de som, fantoche, roupas características de personagens bíblicos, cola, tesoura, etc. Avaliação A avaliação será constante. No final de cada dia os monitores poderão avaliar o trabalho desenvolvido durante o dia através de reflexões e discussões com os colegas quanto ao desenvolvimento das atividades e se os objetivos foram alcançados. Além disso, serão observados os seguintes critérios: participação, interesse e envolvimento nas atividades propostas por parte das crianças. A avaliação será constante através de depoimentos no final de cada dia onde os participantes poderão responder a questões quanto ao desenvolvimento das atividades e se os objetivos foram alcançados. Além disso, serão observados os seguintes critérios: participação, interesse e envolvimento nas atividades propostas. Quadro 01 – Síntese dos projetos Finalizando por enquanto... Assim, diante das evidências expostas e refletidas no tocante as experiências no campo do estágio supervisionado em espaços não formais buscando a compreensão entre ambas à luz do diálogo tecido com os teóricos apresentados no decorrer deste trabalho reconhecer a necessidade de ocorrer algumas transformações complexas e sistematizadas para que estas superem os dilemas: uma formação mais fundamentada do ponto de vista teórico e
  • 11. 6462 metodológico sobre o espaço que for atuar uma cultura inter ou transdisciplinar de construção de conhecimento com um olhar para as diversas referências, subjetividades e contextos, um discernimento crítico e ético que possibilite o desenvolvimento dos processos sociais de construção de conhecimentos levando em conta as idiossincrasias de cada sujeito e outros aspectos. Enfim, consideramos que este trabalho não está fechado, pois buscamos apresentar alguns elementos para a compreensão, reflexão ou inquietações dos elementos aqui apresentados. É uma temática que poderá trazer, em discussões futuras, um novo olhar, uma nova face do mesmo problema ou uma nova abordagem a partir de contextos, leituras, autores e vivências que fundamentem a relação aqui construída, ou seja, a aprendizagem e a avaliação. A nossa expectativa é que as ponderações aqui iniciadas e apresentadas sejam provocantes e provocadoras de novas reflexões com vistas ao maior entendimento da prática avaliativa das aprendizagens e à construção de novas possibilidades de atuação dos professores e estudantes. REFERÊNCIAS BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CNE: Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. Resolução CNE/CP nº 1 de 15 de maio de 2006. In: Diário Oficial da União. Brasília, 16 de maio de 2006. CONTRERAS, R. N. P. Os Programas de educação não-formal como parte integrante do processo de educação e de organização popular In: BRASIL. Em Aberto, Brasília, ano 2, n. 12, jan. 1983.- Domínio Público. GOHN, M. da G. Educação Não-Formal e Cultura Política: Impactos sobre o associativismo do terceiro setor. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários a educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2004. PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2004.
  • 12. 6463 SILVA, Lázara Cristina da e MIRANDA, Maria Irene (Orgs.). Estágio supervisionado e prática de ensino: desafios e possibilidades. Araraquara, SP: Junqueira&Marin; Belo Horizonte, MG: FAPEMIG, 2008.