Para qualquer tipo de dependência química - e não só o alcoolismo - é fundamental que o dependente queira se tratar, com verdadeiro comprometimento, persistência e disciplina.
Amamentação: motricidade oral e repercussões sistêmicas - TCC
ARSENAL CONTRA O ALCOOLISMO
1. ARSENAL CONTRA O ALCOOLISMO
Por Fernando Vieira Filho (1)
Mães e esposas aflitas muitas vezes me procuram solicitando apoio
profissional para seus filhos e maridos alcoólatras, e grande parte vem ao meu
consultório desacompanhada do familiar doente. Pergunto o porquê da
ausência do marido ou filho em questão. Elas respondem que eles não estão
interessados ou não quiseram vir. Então, digo a elas que não posso fazer nada
por eles, pois para tratar o alcoolismo é preciso que o próprio doente se
comprometa e queira sair do “pântano sedutor” da autopiedade, da
autocomiseração. É necessário que ele aceite iniciar uma luta para o resto de
sua vida, que se responsabilize 100% por seu próprio destino. O que faço com
essas mães e esposas é ensiná-las a lidar com o doente, orientando-as no
sentido de estimulá-lo, de forma bem sutil, na decisão de buscar seu próprio
tratamento.
Em minha vivência profissional percebo que a maioria dos alcoóis-dependentes
não quer deixar o vício, pois estão “viciados” nos ganhos secundários que
advêm da doença, como atenção e cuidados de parentes e amigos. Por
exemplo, quando uma mãe ou esposa se refere ao filho ou marido alcoólatra
dizendo: “Meu filho é muito bonzinho, coitado, sofreu muita decepção na
vida”; “Meu filho, ‘tadinho’, não deixo faltar nada para ele, dou comida, lavo as
roupas e se for preciso dou até banho. Eu o trato com carinho; “Meu marido
bebe todo dia, mas é trabalhador, é bonzinho com a família, o coitado sofreu
2. muito e não sabe falar ‘não’ para os amigos.”; e por aí vai, eu afirmo o
seguinte: enquanto as mães e esposas e, também, os amigos continuarem a
“passar a mão na cabeça” do dependente alcoólico, ele dificilmente tomará a
decisão de sair desta “zona de conforto.” É sempre bom lembrar que o amor
tem que ser exigente.
Infelizmente, até hoje, é expressivo o número de pessoas que desconhecem a
existência de medicamentos seguros e eficientes e, bem antigos, que são de
grande valor no tratamento do alcoolismo. Então, vamos falar de dois deles:
O clordiazepóxido, que no Brasil é conhecido como Psicosedin, foi o primeiro
benzodiazepínico (ansiolítico) sintetizado no mundo, em 1957, e, três anos
depois, começou a ser comercializado nos Estados Unidos e Europa com o
nome comercial Librium. Com o tempo se revelou uma medicação de primeira
linha para interromper o uso da bebida alcoólica. No caso do alcoólatra,
sabemos que não se deve interromper, de supetão, o uso contínuo de álcool,
assim o Psicosedin (clordiazepóxido) é uma ótima escolha para a substituição
do álcool. A interrupção do álcool sem nenhum suporte de medicamento
psicotrópico pode trazer mais problemas do que a continuidade do vício, por
causa da síndrome de abstinência. Esta medicação – o Psicosedin - deve ser
mantida pelo tempo que for necessário até que se constate o término do
período de abstinência alcoólica. A síndrome de abstinência constitui-se no
conjunto de sinais e sintomas observado nas pessoas que interrompem o uso
de álcool, de uma só vez, após longo e intenso uso. As formas mais leves de
síndrome de abstinência se apresentam com tremores, aumento da sudorese,
aceleração do pulso, insônia, náuseas e vômitos, ansiedade depois de 6 a 48
horas desde a última bebida, e, na forma mais violenta, o Delirium Tremens.
Em 1920 foi descoberto, o dissulfiram que é comercializado com o nome de
Antietanol (Brasil), Antabuse (USA) e Antabus (Europa). É outro medicamento
para ser usado no tratamento do alcoolismo, que atua de forma a provocar
desagradáveis efeitos colaterais quando na presença de álcool. O dissulfiram,
uma substância sem atividade psicotrópica, inibe uma das enzimas de
metabolização do álcool, provocando acúmulo desse metabólito no organismo
e consequentemente forte mal estar mesmo para doses pequenas de álcool. O
dissulfiram deve ser usado junto a um apoio psicoterapêutico.
3. Temos outros medicamentos mais modernos como a naltrexone, conhecida
como Revia, e o acamprosato (evita a recaída alcoólica), conhecido como
Campral, que podem ser associados aos mais antigos.
Enfim, existe um verdadeiro “arsenal” medicamentoso para ajudar o álcool-
dependente na “guerra” que irá empreender contra o vício-doença. O doente
vai precisar do apoio da família, do médico psiquiatra (totalmente necessário)
e do psicoterapeuta. E a religiosidade deve ser estimulada por amigos e
familiares, pois é de grande valia no fortalecimento da fé, bem como é
importante frequentar as reuniões dos Alcoólicos Anônimos (A.A. – www.
alcoolicosanonimos.org.br)
No meu trabalho psicoterapêutico, depois do comprometimento do doente
alcoólico com o seu tratamento, inicio com uma investigação das possíveis
causas emocionais, muitas inconscientes, que o levaram a buscar na bebida
uma forma de se autopunir. A autopunição - de forma absolutamente
inconsciente - é uma consequência do remorso que advém da culpa. Mas o
que o levou a sentir culpa? A mágoa (ódio) por si mesmo ou por alguém? Por
ter, tempos atrás, julgado, criticado, humilhado algum parente, amigo, um pai
ou mãe alcoólatra?
Aos poucos, o doente começa a entender e a se conscientizar das causas que
o levaram a se submeter à droga. A partir daí, a pessoa adquire o controle
sobre si mesma e, então, a oriento na utilização das “ferramentas” e técnicas
necessárias para o início de sua luta, que é manter a doença sob seu controle
para o resto de sua existência. Como diz o psicólogo Cel. Edson Ferrarini, que
trabalha gratuitamente há mais de trinta anos na prevenção, orientação e
recuperação de dependentes do álcool, tabagismo e das drogas, na cidade de
São Paulo, o vício é um “leão” dentro da pessoa, e, até hoje, não foi
descoberta uma forma de matar esse “leão”, portanto, a recuperação consiste
em manter o “leão” adormecido por toda a vida. Para entrar em contato com o
Centro de Recuperação, acesse www.coroneledsonferrarini.com.br, ou ligue:
(11) 3886-6789.
E, finalizando, é bom que se diga que para qualquer tipo de dependência
química - e não só o alcoolismo - é fundamental que o dependente queira se
tratar, com verdadeiro comprometimento, persistência e disciplina.
(1) Fernando Vieira Filho
4. Psicoterapeuta/Escritor (CURE SUAS MÁGOAS E SEJA FELIZ!)
(55 11) 99684-0463 (São Paulo e Brasil)
(55 34) 3077-2721 (Uberaba)
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