Este documento apresenta um curso sobre revisão gramatical e redação oficial ministrado pela professora Maria Ângela Barbosa na Escola Superior da Magistratura Tocantinense em 2014. O curso aborda tópicos como ortografia, acordo ortográfico da língua portuguesa e sua história, além de exercícios sobre as novas regras ortográficas.
1. Escola Superior da Magistratura Tocantinense
PORTUGUÊS: REVISÃO
GRAMATICAL E REDAÇÃO OFICIAL
UNIDADE I
PROFª. MARIA ÂNGELA BARBOSA
PALMAS
2014
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“Os limites da minha linguagem são também os limites
do meu pensamento”.
(LudwigWittgenstein)
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MÓDULO I –– ORTOGRAFIA
Ortografia (do grego ortographia, escrita correta) é a parte da gramática que trata do emprego correto
das letras e dos sinais gráficos na língua escrita. Na maioria das vezes, a melhor forma de saber a escrita
correta das palavras é enriquecendo nosso vocabulário, pois muitas delas não têm regra fácil de ser
assimilada. O nosso sistema ortográfico atual sofreu pequenas mudanças conforme o Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal,
Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por
Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995. As
novas regras, que começaram a valer a partir de janeiro de 2009, são um passo importante para a
unificação da nossa língua.
Unidade 1: O acordo ortográfico
Desde 1º de janeiro de 2009, estão em vigor no Brasil as regras do novo Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa.
Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa tem o
objetivo primordial de unificar a ortografia nos países que têm o português como língua oficial.
Ao fazê-lo, pretende garantir maior status à língua portuguesa no plano internacional, facilitando o
intercâmbio cultural, comercial e jurídico-institucional entre os países da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP).
Assim, incrementando o prestígio internacional do português, habilita-o a ingressar no rol dos idiomas
oficiais utilizados na Organização das Nações Unidas (ONU).
Tais medidas, entretanto, não têm aplicabilidade imediata. O decreto legislativo assinado pelo
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevê um período de transição para a aplicação das novas regras: de
1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2015.
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Nesse período, as duas grafias são reconhecidas como oficiais. No entanto, a partir de 1º de janeiro de
2016, a ortografia oficial vigente será aquela assentada nas bases do Acordo Ortográfico.
Unidade 2: A presença da língua portuguesa no mundo
Estima-se que mais de 240 milhões de pessoas falem português, o que faz da nossa, a quinta língua mais
falada no mundo e a terceira no Ocidente. Ainda assim, o português ostentava (ou ostenta) o título de
ser o único idioma no mundo a ter duas ortografias oficiais, a do Brasil e a de Portugal.
Países e regiões onde se fala português.
Ocorre que, do ponto de vista das relações internacionais, a dupla grafia oficial implica flagrantes
desvantagens ao País, pois dificulta a afirmação do idioma no âmbito das Nações Unidas, bem
como limita a possibilidade de compartilhamento, entre países lusófonos, de conteúdos no plano
cultural, comercial e político.
Com vistas a mudar essa realidade, um dos propósitos fundamentais do Acordo, como vimos, é
congregar em torno do mesmo sistema ortográfico, todos os Estados signatários (as chamadas partes), a
saber: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-
Leste.
Ressalte-se que as partes, na formulação do Acordo, mesmo buscando o consenso entre as ortografias
brasileira e portuguesa, optaram, em alguns casos, por manter duas redações oficiais.
Exercícios
1. Com relação ao processo de unificação da ortografia da língua portuguesa julgue os itens a
seguir:
a) Em 1931 a Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras assinaram acordo
para unificar a ortografia dos dois países.
b) Por meio do Decreto Presidencial nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, o Estado brasileiro
determinou a implementação do Acordo Ortográfico a partir de 1º de janeiro de 2009 e
estabeleceu o período de transição de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012.
c) Durante a elaboração do novo acordo ortográfico, o Brasil foi o único país que demonstrou
interesse em unificar a ortografia.
2. De acordo com estudado no módulo I, julgue as assertivas abaixo em verdadeiro ou falso:
a) Durante o período de transição para aplicação das novas regras, serão consideradas
válidas as duas ortografias.
b) O Estado brasileiro é o único que tem como idioma oficial o português.
c) O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa tem o objetivo primordial unificar a
ortografia dos países que têm o português como língua oficial.
Unidade 3: Como fica o nosso dicionário?
Do ponto de vista do léxico da língua portuguesa, estima-se que o número de palavras cuja ortografia foi
alterada com a celebração do Acordo, segundo dados da Academia de Ciências de Lisboa, é de pouco
mais de duas mil num universo de cerca de 110.000. Com isso, unifica-se a ortografia de
aproximadamente 98% do total de palavras da língua portuguesa.
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No caso brasileiro, calcula-se que as modificações atingiram aproximadamente 0,5% das palavras. Já no
caso do português de Portugal, a estimativa é de que 1,6% dos vocábulos foi alterado com a entrada em
vigor do novo Acordo.
Observamos que, nesse levantamento, não foram contabilizadas, à época, as alterações decorrentes das
novas regras de uso do hífen, bem como aquelas resultantes da supressão do trema.
Unidade 4: Breve histórico do acordo ortográfico
Pelo quadro abaixo, pode-se acompanhar, no tempo, como evoluiu o processo de unificação da
ortografia da língua portuguesa.
BREVE HISTÓRICO DO ACORDO ORTOGRÁFICO
1904
O foneticista Gonçalves Viana (1840-1914) publica, em Lisboa, a maior obra sobre
ortografia da língua portuguesa, a Ortografia Nacional, que foi adotada pelo governo
português como oficial em 1911. Nela, o estudioso apresenta proposta de simplificar
a ortografia:
• eliminação dos fonemas gregos /th/ (theatro), /ph/ (philosofia), /ch/ (com som de <
k >, como em chimica), /rh/ (rheumatismo) e /y/ (lyrio);
• eliminação das consoantes dobradas, com exceção de < rr > e < ss >: ‘cabello’
(=cabelo); ‘communicar’ (=comunicar); ‘ecclesiastico’ (=eclesiástico); ‘sâbbado’
(=sábado).
• eliminação das consoantes nulas, quando não influenciam na pronúncia da vogal
que as precede: ‘licção’ (=lição); ‘dacta’ (=data); ‘posthumo’ (=póstumo); ‘innundar’
(=inundar); ‘chrystal’ (=cristal);
• regularização da acentuação gráfica.
1907 A partir de uma proposta do jornalista, professor, político e escritor Medeiros e
Albuquerque, a Academia Brasileira de Letras (ABL) elabora projeto de reformulação
ortográfica com base nas propostas de Gonçalves Viana.
1911 Portugal oficializa, com pequenas modificações, o sistema de Gonçalves Viana.
1915 A ABL aprova a proposta do professor, filólogo e poeta Silva Ramos, que ajusta a
reforma ortográfica brasileira aos padrões da reforma portuguesa de 1911.
1919 A ABL volta atrás e revoga o projeto de 1907, ou seja, não há mais reforma.
1931 A Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras assinam acordo
para unir as ortografias dos dois países.
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1933 O governo brasileiro oficializa o acordo de 1931.
1934 A Constituição brasileira revoga o acordo de 1931 e estabelece a volta das regras
ortográficas de 1891, ou seja, ‘ortografia’ voltaria a ser grafada ‘orthographia’.
Protestos generalizados, porém, fazem com que essa ortografia seja considerada
optativa.
1943 Convenção Luso-Brasileira retoma, com pequenas modificações, o acordo de 1931.
1945 As modificações introduzidas pelo novo Acordo, ao priorizarem a ortografia lusitana,
foram de tal monta que provocaram intensos protestos de parte dos brasileiros,
culminando com a revogação do Acordo em 1955, restabelecendo-se o sistema
ortográfico, instituído no Brasil em 1943.
Divergências na interpretação de regras resultam no Acordo Ortográfico Luso-
Brasileiro. Em Portugal, as normas vigoram, mas o Brasil mantém a ortografia de
1943.
Como consequência passaram a existir duas normas ortográficas oficiais para a língua
portuguesa: uma brasileira (1943) e uma lusitana (1945).
1971 Decreto do governo altera algumas regras da ortografia de 1943:
• abolição do trema nos hiatos átonos: ‘saüdade’ (=saudade), ‘vaïdade’ (=vaidade);
• supressão do acento circunflexo diferencial nas letras < e > e < o > da sílaba tônica
das palavras homógrafas, com exceção de ‘pôde’ em oposição a ‘pode’: ‘almôço’
(=almoço), ‘êle’ (=ele), ‘enderêço’ (=endereço), ‘gôsto’ (=gosto);
• eliminação dos acentos circunflexos e graves que marcavam a sílaba subtônica nos
vocábulos derivados com o sufixo < -mente > ou iniciados por < z >: ‘bebêzinho’
(=bebezinho), ‘vovôzinho’ (=vovozinho), ‘sòmente’ (=somente), ‘sòzinho’ (=sozinho),
‘ùltimamente’ (=ultimamente).
1975 As colônias portuguesas na África (São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde,
Angola e Moçambique) tornam-se independentes.
1986 São finalmente redigidas as Bases Analíticas da Ortografia Simplificada de 1945,
renegociadas em 1975 e consolidadas em 1986.
Iniciam-se, assim, as discussões de que resultaram as bases do novo Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa entre Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
1991 Surge outra versão do documento anterior (1986): o Acordo de Ortografia
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Simplificado entre Brasil e Portugal para a Lusofonia, conhecido como Acordo
Ortográfico de 1995, aprovado oficialmente em 1995 pelos dois principais países
envolvidos (Brasil e Portugal).
1995 Brasil e Portugal aprovam oficialmente o documento de 1991, que passa a ser
reconhecido como Acordo Ortográfico de 1995.
1998 Em Cabo Verde, foi assinado um Protocolo Modificado ao Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa, mas apenas Brasil, Portugal e Cabo Verde o aprovaram.
No Primeiro Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, fica
estabelecido que todos os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) devem ratificar as normas propostas no Acordo Ortográfico de 1995, para que
este seja implantado.
2002 Timor-Leste torna-se independente e passa a fazer parte da CPLP.
2004 Com a aprovação do Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa, fica determinado que basta a ratificação por três membros para que o
acordo entre em vigor.
No mesmo ano, o Brasil ratifica o Acordo.
2005 Cabo Verde ratifica o Acordo.
2006 São Tomé e Príncipe ratifica o documento, possibilitando a entrada em vigor do
Acordo.
2008 Portugal aprova o Acordo Ortográfico.
2008 O Decreto Presidencial nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, determina a
implementação do Acordo Ortográfico a partir de 1º de janeiro de 2009 no Brasil,
estabelecendo período de transição de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de
2012.
2012 O Decreto Presidencial n° 7.875, de 27 de Dezembro de 2012, alterou o Decreto
no 6.583, de 29 de setembro de 2008, e prorrogou o período de transição, que, agora,
corresponderá a 1o de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2015. Durante o período
coexistirão as duas normas ortográficas.
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MÓDULO II –– MUDANÇAS TRAZIDAS PELO NOVO ACORDO
ORTOGRÁFICO
Ao final deste módulo, você deverá conhecer as regras de acentuação gráfica, emprego do hífen e a
composição e eliminação do trema.
Introdução
Com a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, muitos podem pensar: “De que valeu o esforço
para entender por que ‘infraestrutura’ se escrevia com hífen e anti-imperialista, sem ele?”
Entretanto, esteja a favor do Acordo ou contrário a ele, ninguém está livre de uma revisão ortográfica.
O Acordo, porém, visa unificar a ortografia, e não a pronúncia e o significado das palavras.
As tiras abaixo são bons exemplos disso. A primeira saiu em um jornal português; a segunda, num jornal
brasileiro.
ALFABETO
O alfabeto da língua portuguesa é formado por vinte e seis letras, cada uma delas com uma forma
minúscula e outra maiúscula.
TREMA
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Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos
grupos gue, gui, que, qui.
aguentar; quinquênio;equestre; linguiça; sequência; sagui etc.
Observação: O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.
Exemplos: Müller, mülleriano.
Observação: Além destas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos: rr (erre duplo), ss
(esse duplo), ch (ce-agá), lh (ele-agá), nh (ene-agá), gu (guê-u) e qu ( quê-u).
DIVISÃO SILÁBICA
Destacam-se as seguintes regras de divisão silábica:
Vamos conhecer as principais regras de separação silábica.
a) Não se separam os ditongos e tritongos
lei-te, cai-xa, pa-ra-guai, lín-gua, te-sou-ro
b) Separam-se os hiatos:
sa-í-da, vo-o, co-or-de-nar, sa-a-ra, ru-í-do
c) Separam-se grupos formados por ditongo decrescente + vogal (aia, eia, oia, uia, aie, eie, oie, uie, aio,
eio, oio, uio, uiu)
prai-a, tei-a, sa-bo-rei-e, es-tei-o, joi-a, con-lui-o, tui-ui-ú
d) Separam-se os dígrafos RR, SS, SC, SÇ e XC
car-ro, os-so, re-nas-cer, nas-ça, ex-ce-der
e) Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, qu, gu
ra-i-nha, que-ri-do, chu-va, fi-lho
f) Não se Separam os encontros consonantais puros ou próprio
bri-lho, a-tlas, pá-tria, tra-tor
g) Separam-se as letras r e s dos prefixos quando a palavra a que eles se ligam começa por vogal.
su-pe-ra-bun-dan-te, bi-sa-vô, porém: su-per-mer-ca-do, bis-ne-to
h) Separa-se a letra b do prefixo sub quando a palavra a que ele se liga começa por vogal.
su-ba-é-reo, su-bo-fi-ci-al porém sub-se-ção, sub-te-nen-te
Observação 1: na palavra sublinhar, sub está seguido da consoante I. Há uma tendência a pronuncia bl,
tendência essa que leva a pessoa a não separar o grupo, o que é errado, pois l é consoante. A separação
ficaria assim: SUB-LI-NHAR
Observação 2: em sublime (e derivado) sub não é prefixo, pertence ao radical da palavra. A separação
correta é: SU-BLI-ME, SU-BLI-MAR
Observação 3: A palavra abrupto separa-se da seguinte forma: AB-RUP-TO
i) Não há sílaba sem vogal. Portanto, os grupos consonantais no início da palavra não podem ser
separados.
pneu-má-ti-co, psi-có-lo-go, felds-pa-to
Na língua portuguesa, a divisão das sílabas deve ser feita a partir da soletração, usando o hífen para
marcar as sílabas (con-ver-sí-vel).
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Para a separação silábica correta devem-se observar as seguintes regras:
os ditongos e tritongos não podem ser separados (Pa-ra-guai, Ro-gé-rio, au-la);
os hiatos têm as vogais separadas (a-é-re-o);
os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu não são separados (cho-ca-lho);
os dígrafos ss, rr, sc, sç e xc são separados (pás-sa-ro, nas-cer, cor-ri-da);
as vogais idênticas e os grupos consonantais cc e cç são separados (co-or-de-na-dor, in-te-lec-ção);
os encontros consonantais ocorridos em sílabas internas diferentes são separados (em-pre-gar);
grupos consonantais que ocorrem no início dos vocábulos são inseparáveis: psi-co-se, dra-ma,
pneu-mo-ni-a.
TRANSLINEAÇÃO
A translineação segue as normas gramaticais estabelecidas para a divisão silábica, observados alguns
cuidados:
1. Deve-se evitar que a sílaba constituída de vogal fique isolada no final ou no início de linha:
aba-ca-te, e não a-ba-ca-te
2. Deve-se evitar que a translineação provoque a ocorrência de palavras chulas ou inadequadas:
apósto-lo, e não após-tolo; dispu-ta, e não dis-puta
Observação: O novo Acordo Ortográfico recomenda, por clareza gráfica, quando o hífen de palavra
composta coincidir com o final de linha, repeti-lo no início da linha seguinte.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Na acentuação gráfica, o Acordo Ortográfico introduziu significativas mudanças, conforme se
pode notar a seguir:
1. Perdem o acento ortográfico os ditongos representados por ei e oi da sílaba tônica das palavras
paroxítonas:
assembleia, boleia, ideia, tal como aldeia, baleia, cadeia, cheia, meia; epopeico, onomatopeico,
proteico; alcaloide; apoio (do verbo apoiar), tal como apoio (substantivo); boia, boina; comboio
(substantivo), tal como comboio (do verbo comboiar); dezoito; heroico; introito; jiboia;
paranoico; zoina.
Observação 1: Receberá acento gráfico a palavra que, mesmo incluída nesse caso, enquadrar-se em
regra de acentuação, como ocorre com blêizer, contêiner, destróier, gêiser, Méier etc., porque são
paroxítonas terminadas em r.
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Observação 2: Continuarão acentuados os ditongos ei e oi de palavras oxítonas, isto é, heroico
(paroxítona) perde o acento, mas herói, constrói, corrói (oxítonas) e mói (monossílaba) continuam
acentuados; ideia (paroxítona) perde o acento, mas anéis, papéis, fiéis (oxítonas continuam
acentuados). Também continua acentuado o ditongo aberto eu de palavras oxítonas e monossílabas,
como céu, ilhéus, troféu, véu etc.
2. Perdem o acento gráfico as formas verbais paroxítonas que contêm um e tônico oral fechado
em hiato com a terminação em da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do
subjuntivo, conforme os casos:
creem (indic.), deem (subj.), descreem (indic.), preveem (indic.), releem (indic.), reveem
(indic.), veem (indic.).
3. Perde o acento gráfico a vogal tônica fechada do hiato oo em palavras paroxítonas, seguidas ou
não de s, como:
enjoo(s) (substantivo) e enjoo (flexão de enjoar); povoo (flexão de povoar); voo(s)
(substantivo), e voo (flexão de voar) etc.
Observação: Será acentuada a palavra que, mesmo incluída nesse caso, enquadrar-se em regra de
acentuação gráfica, como ocorre com herôon (Port.), paroxítona terminada em n (herôon é uma espécie
de santuário que era construído em homenagem aos antigos heróis gregos e romanos).
4. Perdem o acento gráfico as palavras paroxítonas que, tendo respectivamente vogal tônica
aberta ou fechada, são homógrafas – ou seja, têm a mesma grafia – de artigos, contrações,
prep0osições e conjunções átonas.
Assim, deixam de se distinguir pelo acento gráfico:
para (á) [flexão de parar] e para [preposição];
pela(s) (é) [substantivo e flexão de pelar] e pela(s) [combinação de per e la(s)];
pelo (é) [flexão de pelar] e pelo(s) (ê) [substantivo] e pelo(s) [combinação de per e lo(s)];
pera (ê) [substantivo] e pera (é) [preposição antiga];
polo(s) (ó) [substantivo] e polo (s) [combinação antiga e popular de por e lo(s) etc.
Observação 1: Seguindo essa regra, também perde o acento gráfico a forma para (do verbo parar)
quando entra num composto separado por hífen: para-balas; para-brisa(s), para-choque(s), para-lama(s)
etc.
Portanto, não se usará mais acento gráfico para distinguir palavras homógrafas (aquelas que
possuem a mesma grafia, mas significados diferentes).
Observação 2: Pôr (verbo) continuará acentuado para se distinguir da preposição por; e pôde (pretérito
perfeito do indicativo) continuará acentuado para se distinguir de pode (presente do indicativo).
Observação 3: Com relação à palavra fôrma (substantivo), esta pode ou ao ser acentuada para se
distinguir da palavra forma (substantivo; 3ª pessoa do singular do imperativo do verbo formar), mas a
grafia fôrma (com acento gráfico) deve ser usada apenas nos casos em que houver ambiguidade, como
no poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira: “Reduzi sem danos/A fôrmas a forma.”
5. Não é acentuada nem recebe apóstrofo a forma monossilábica pra, para redução de para. Ou
seja, são inadequadas as grafias prá e p’ra.
6. Não serão mais acentuadas as vogais tônicas i e u das palavras paroxítonas, quando estiverem
precedidas de ditongo:
baiuca, bacaiuva, boiuno, cauila (var. cauira), feiura, feiudo, maoismo, maoista, taoismo,
tauismo.
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Porém, serão acentuadas as vogais tônicas i e u das palavras oxítonas, quando, mesmo precedidas de
ditongo, estiverem em posição final, sozinhas na sílaba ou seguidas de s:
Piauí, teiú, teiús, tuiuiú, tuiuiús. Se, nesse caso, a consoante a seguir for diferente de s, tais
vogais não serão acentuadas: cauim, cauins.
Observação: As palavras paroxítonas feiura e feiudo não serão mais acentuadas, porém feiíssimo
continua acentuado porque é palavra proparoxítona; e todos os proparoxítonos devem ser acentuados.
7. Os verbos arguir e redarguir perdem o acento agudo na vogal tônica u nas formas rizotônicas
(aquelas cuja sílaba tônica está no radical).
arguo (leia-se argúo, mas não leva acento) (Presente do Indicativo);
argua (leia-se argua, mas não leva acento) (Presente do Subjuntivo).
8. Os verbos do tipo aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar,
obliquar, delinquir e afins podem ser conjugados de duas formas: Ou têm as formas rizotônicas
(cuja sílaba tônica cai no radical) com o u do radical tônico, mas sem acento agudo; ou têm as
formas rizotônicas com a ou i de radical com acento agudo. Vejamos:
averiguo (leia-se averiguo, mas não leva acento) (Presente do Indicativo) ou averiguo;
enxaguo ( leia-se enxáguo, mas não leva acento) (Presente do Indicativo) ou enxáguo;
delinquo (leia-se delinqúo, mas não leva acento) (Presente do Indicativo) ou delínquo (sem
trema, mas com o u pronunciado).
Observação: O verbo delinquir, tradicionalmente dado como defectivo, é tratado agora como verbo que
tem todas as suas formas.
HÍFEN
O novo Acordo Ortográfico introduziu muitas mudanças também quanto ao uso do hífen. É o caso da
expressão tão somente, por exemplo, que agora se grafa sem o hífen.
Emprega-se o hífen para:
1. Separar sílabas na divisão silábica e na translineação;
2. Ligar os pronomes oblíquos átonos enclíticos ou mesoclíticos a formas verbais e também à
palavra eis:
Precisa-se de servidores. Dir-lhe-ei amanhã. Eis-me aqui.
3. Ligar os elementos de palavras formadas por composição:
ano-luz; azul-escuro; decreto-lei; joão-ninguém; boa-fé; quebra-mar; guarda-chuva; porto-alegrense;
porta-voz etc.
4. Ligar prefixos a vocábulos, na formação de novas palavras:
sem-terra; anti-horário etc.
Seguem as regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns e elementos que podem
funcionar como prefixos (pseudoprefixos), bem como nos compostos, locuções, encadeamentos
vocabulares, já com as novas orientações estabelecidas pelo Acordo Ortográfico.
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CASOS EM QUE SE USA O HÍFEN
aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro,
hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, mlti, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro,
semi, sobre, sota, soto, sub, super, supra, tele, ultra, vice, vizo etc.
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h:
anti-higiênico; macro-história; mini-hotel; proto-história; sobre-humano; super-homem; ultra-humano.
Exceções: Formações que contêm em geral os prefixos des e in e nas quais o segundo elemento perdeu
o h inicial: desumano; desumidificar; inábil; inumano etc.
O VOLP ainda registra outras exceções como: coerdar, coerdeiro, coabitar, coabitação, coabitante.
Observação 1: Nos casos em que não houver perda do som da vogal final do 1º elemento e o elemento
seguinte começar com h, serão usadas as duas formas gráficas: carbo-hidrato e carboidrato; zoo-hematina
e zooematina.
Observação 2: Quando houver perda do som da vogal final do 1º elemento, consideraremos que a grafia
consagrada deve ser mantida: cloridrato; cloridria; clorídrico; quinidrona; sulfidrila; xilarmônica.
Observação 3: Devem ficar como estão as palavras de uso consagrado, como: reidratar; reumanizar;
reabilitar e reaver.
2. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela
mesma vogal:
anti-ibérico; anti-inflacionário; contra-almirante; auto-observação; micro-ondas; semi-internato
etc.
Exceções:
O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por
o: coobrigar; coobrigação; coordenar; cooperar; cooperação; cooptar; cooptante etc.
pro - pre e re aglutinam-se, em geral, com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia
por o ou e: preeleito (ou pré-eleito); preeminência; preestabelecer; preembrião (ou pré-embrião);
preexistir; reedição; preesclerose (ou pré-esclerose) etc.
Observação: Há casos em que as vogais (iguais ou diferentes) se fundem: telespectador (em vez de tele-espectador);
radiouvinte (em vez de rádio-ouvinte); eletracústico (em vez de eletroacústico);
arteriosclerose (em vez de arterioesclerose). Contudo, recomenda-se que o uso dessas supressões se
restrinja aos casos já correntes e dicionarizados.
3. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela
mesma consoante:
hiper-requintado; inter-regional; super-resistente.
Observação 1: Nos demais casos, não se usa hífen: hipermercado; intermunicipal; superproteção.
Observação 2: Com o prefixo sub, só se usa hífen diante de palavra iniciada por:
R: sub-região;
H: sub-humano;
B: sub-base.
Observação 3: Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-navegação; pan-americano.
4. Usa-se sempre o hífen com os prefixos: ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró (nestas
formas tônicas acentuadas graficamente, ao contrário das átonas, que aglutinam), sota, soto,
vice, vizo:
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além-mar; aquém-mar; ex-aluno; pós-graduação; pré-história; pró-europeu; recém-nascido;
sem-terra; sota-vento; soto-capitães; vice-diretor; vizo-rei.
Observação: Há casos em que duas grafias são aceitas: preeleito (ou pré-eleito), preembrião (ou pré-embrião).
5. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani açu, guaçu e mirim.
amoré-guaçu; anajá-mirim; capim-açu.
6. Também se usa o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam,
formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares:
ponte Rio-Niterói; eixo Rio-São Paulo.
7. Emprega-se o hífen quando o 1º elemento termina por b (ab, ob, sob, sub) ou d (ad) e o 2º
elemento começa por r:
ab-rupto; ad-renal (e adrenal); ad-referendar; ob-rogar; sob-roda; sub-reitor; sub-réptil; sub-rogar.
Observação: Adrenalina, adrenalite e afins já são exceções consagradas pelo uso. Ab-rupto é preferível a
abrupto.
8. Emprega-se ainda o hífen:
a) Nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo:
cobra-d’água; mestre-d’armas; mãe-d’água; olho-d’água.
b) Nos nomes próprios que entram na formação de palavras (escrevem-se com minúscula inicial
quando se afastam do significado primitivo, excetuando-se os casos em que esse afastamento
não ocorre):
erva-de-santa-maria; água-de-colônia; João-de-barro; além-Brasil; aquém-Atlântico.
MAS: doença de Chagas; mal de Alzheimer; sistema Didot; anel de Saturno.
c) Nos compostos sem elemento de ligação, quando o 1º elemento está representado pela forma
mal e o 2º elemento começa por vogal, h ou i, ou quando mal tiver como significado doença,
grafa-se com hífen:
mal-afortunado; mal-entendido; mal-estar; mal-humorado; mal-caduco (epilepsia); mal-francês
(sífilis); desde que não haja elemento de ligação: mal de Alzheimer.
MAS: malcriado; malditoso; malgrado; malnascido; malpesado; malsoante; malvisto.
d) Nos nomes geográficos compostos pelas formas grã, grão, ou por forma verbal ou, ainda,
naqueles ligados por artigo:
Grã-Bretanha; Grão-Pará; Abre-Campo; Traga-Mouro; Trás-os-Montes.
MAS: os outros nomes geográficos compostos escrevem-se com os elementos separados, sem o
hífen:
América do Sul; Belo Horizonte. Exceções consagradas: Guiné-Bissau e Timor-Leste.
e) Nos compostos que designam espécies botânicas, zoológicas e áreas afins, estejam ou não
ligadas por preposição ou qualquer outro elemento:
abóbora-menina; couve-flor; formiga-branca; coco-da-baía; vassoura-de-bruxa (ou vassoura de
bruxa).
f) Nos adjetivos gentílicos derivados de nomes geográficos que contenham ou não elementos de
ligação:
belo-horizontino; sete-lagoano; juiz-forano; mato-grossense.
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Observação: Escreve-se indo-chinês quando se refere à Índia à China, ou aos indianos e
chineses; mas indochinês quando se refere à Indochina. Da mesma forma, escreve-se
centroafricano, quando se refere à República Centroafricana, e, quando se refere à região
central da África, centro-africano.
g) Salário-mínimo (com hífen) é usado para designar o trabalhador cuja remuneração é o salário
mínimo, ou o trabalhador mal remunerado: Aquele pobre homem é um salário-mínimo. O
plural é salários-mínimos.
CASOS EM QUE SE NÃO USA O HÍFEN
1. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o 2º
elemento:
aeroespacial; agroindustrial; anteontem; antiaéreo; antieducativo; autoaprendizagem; coautor;
coedição; extraescolar; infraestrutura; plurianual; semiaberto etc.
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o 2º elemento começa por consoante
diferente de r ou s:
anteprojeto; antipedagógico; autopeça; coprodução; geopolítica; microcomputador;
pseudoprofessor; semicírculo; supracitado; ultramoderno etc.
Observação: Aos prefixos sota, soto, vice e vizo, aplica-se regra própria.
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o 2º elemento começa por r ou s.
Nesse caso, duplicam-se essas letras:
antirrábico; antissocial; biorritmo; contrarregra; contrarrazões; contrassenso; cosseno;
infrassom; microssistema; minissaia; multissecular; neorrealismo; neossimbolista; semirreta
etc.
4. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa hífen se o 2º elemento começar por vogal:
hiperacidez; interescolar; subaproveitar; supereconômico etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição:
girassol; madressilva; mandachuva; paraquedas; pontapé etc.
Outros compostos com a forma verbal para- continuam sendo grafados por hífen conforme a tradição
lexicográfica:
para-brisa(s); para-choque(s); para-lama(s).
O mesmo ocorre com a forma verbal manda:
manda-lua; manda-tudo.
6. Não se usa o hífen nas locuções, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais,
prepositivas ou conjuncionais, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso
de água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à
queima-roupa):
a) Locuções substantivas: fim de semana; fim de século; sala de jantar.
b) Locuções adjetivas: cor de açafrão; cor de café com leite; cor de vinho.
c) Locuções pronominais: cada um; ele próprio; nós mesmos; quem quer que seja.
d) Locuções adverbiais: à parte (diferentemente do substantivo aparte); à vontade; de mais
(locução que se contrapõe a de menos; escreve-se demais quando é advérbio ou pronome);
depois de amanhã; em cima; por isso.
e) Locuções prepositivas: abaixo de; acerca de; acima de; a par de; à parte de; apesar de; quando
de; debaixo de; enquanto a; por baixo de; por cima de; quanto a.
f) Locuções conjuncionais: a fim de; ao passo que; contanto que; logo que; por conseguinte; visto
que.
7. Não se emprega ainda o hífen:
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a) Em expressões com valor de substantivo, do tipo:
deus nos acuda; salve-se quem puder; um faz de contas; um disse me disse; um Maria vai com
as outras; bumba meu boi; tomara que caia; aqui del rei.
b) Em locuções como:
à toa (adjetivo e advérbio); dia a dia (substantivo e advérbio); arco e flecha; calcanhar de
aquiles; comum de dois; general de divisão; tão somente; ponto e vírgula.
c) Nas formas empregadas adjetivamente do tipo afro-, anglo-, euro-, franco-, indo-, luso-, sino- e
assemelhadas em expressões do tipo:
afrodescendência; afrogenia; atrofilia; anglomania; anglofalante; eurocêntrico; eurodeputado;
francofone; francolatria; lusofonia; lusorama; sinologia.
MAS: afro-brasileiro; anglo-saxão; euro-asiático.
d) Nas locuções latinas usadas como tais, não substantivadas ou aportuguesadas:
ab initio; ab ovo; ad immortalitatem; ad hoc; data venia; de cujus; carpe diem; causa mortis.
Observação: Embora BECHARA (2008) tenha publicado que, no caso de determinação por artigo, essas
expressões teriam hífen (o ex-libris, o habeas-corpus, in-octavo etc.), o VOLP não ratificou a informação.
Por isso, considerando-se o peso da tradição, não se deve adotar o hífen nesses casos.
e) Com as palavras não e quase com função prefixal:
não agressão; não beligerante; não fumante; não violência; não participação; não periódico;
quase delito; quase equilíbrio; quase domicílio.
MINÚSCULAS E MAIÚSCULAS
1. A letra minúscula inicial é usada:
a) ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos usos correntes.
b) nos nomes dos dias, meses, estações do ano: segunda-feira; outubro; primavera.
c) nos bibliônimos (após o primeiro elemento, que é com maiúscula, os demais vocábulos,
podem ser escritos com minúscula, salvo nos nomes próprios nele contidos, tudo em grifo):
O Senhor do Paço de Ninães, O senhor do paço de Ninães, Menino de Engenho ou Menino
de engenho, Árvore e Tambor ou Árvore e tambor.
d) nos usos de fulano, sicrano, beltrano.
e) nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas); norte, sul (mas: SW sudoeste).
f) nos axiônimos e hagiônimos (opcionalmente, neste caso, também com maiúscula): senhor
doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, o cardeal Bembo; santa Filomena (ou
Santa Filomena).
g) nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas (opcionalmente, também
com maiúscula): português (ou Português), matemática (ou Matemática); línguas e
literaturas modernas (ou Línguas e Literaturas Modernas).
2. A letra maiúscula inicial é usada:
a) nos antropônimos, reais ou fictícios: Pedro Marques; Branca de Neve, D. Quixote.
b) nos topônimos, reais ou fictícios: Lisboa, Luanda, Maputo, Rio de Janeiro; Atlântida,
Hespéria.
c) nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos: Adamastor; Neptuno / Netuno.
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d) nos nomes que designam instituições: Instituto de Pensões e Aposentadorias da Previdência
Social.
e) nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos.
f) nos títulos de periódicos, que retêm o itálico: O Primeiro de Janeiro, O Estado de São Paulo
(ou S. Paulo).
g) nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: Nordeste, por
nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Meio-Dia, pelo sul da França ou de outros
países, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por oriente asiático.
h) em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas com
maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas: FAO, NATO, ONU; H2O; Sr.,
V. Exa.
i) opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquicamente, em
início de versos, em categorizações de logradouros públicos: (rua ou Rua da Liberdade, largo
ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou Templo do
Apostolado Positivista), de edifícios (palácio ou Palácio da Cultura, edifício ou Edifício
Azevedo Cunha).
Observação:
As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam a que obras
especializadas observem regras próprias, provindas de códigos ou normalizações específicas
(terminologias antropológica, geológica, bibliológica, botânica, zoológica etc.), promanadas
de entidades científicas ou normalizadoras, reconhecidas internacionalmente.
Exercícios da FCC
FCC – TRE-AP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2011
1. Entre as frases que seguem, a única correta é:
(A) Ele se esqueceu de que?
(B) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo entre os presentes.
(C) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas.
(D) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos funcionários.
(E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
FCC – TRT-AL (19ª REGIÃO) – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2011
2. Estão grafadas corretamente todas as palavras da frase:
(A) O mercado mais atraente é necessáriamente aquele que possue mais produtos disponíveis.
(B) Com o adivento da internet, deparamos com uma imença cidade virtual, onde há os melhores preços
do mercado.
(C) A escacês de mercadorias no campo foi determinante para explicar o porque dos homens se
agruparem nas cidades.
(D) As empresas virtuais vêm se tornando concorrentes desleais das que se encontram no mundo físico.
(E) O mercado de relacionamentos virtuais assistiu a um avanço discomunal com a consolidassão da
internet.
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FCC – TRT-AL (19ª REGIÃO) – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2011
3. Quanto à ortografia, há INCORREÇÕES na frase:
(A) O crescimento da classe C tem tido uma importância incomensurável para o comércio, mas vem
ocasionando também uma elevação na taxa de inadimplência, o que é perturbador.
(B) Milhões de pessoas têm sido beneficiadas com o crescimento econômico que se vê no país, saltando
da classe D para a C, algo que há poucos anos não pareceria factível.
(C) Alguns especialistas vêm disseminando a teoria de que, a partir da distribuição de riqueza por meio
da geração de milhões de novos empregos, a classe E deixe de existir.
(D) Os “consumidores emergentes”, como vêm sendo chamados os novos integrantes da classe C, ainda
têm dificuldade em poupar e adquirem grande parcela de produtos a crédito.
(E) Sabe-se que a ascenção da classe D tem proporcionado um aumento expresivo do consumo de bens
duráveis, o que pode acelerar sobremaneira esse mercado.
FCC – TRT (14ª REGIÃO) – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2011
4. Das frases abaixo só NÃO há erros de ortografia em:
(A) Carbohidratos ricos em fibras são importantes aliados para manter estável o nivel de energia do
organismo.
(B) Sabe-se que uma substancia encontrada no guaraná pode estimular a função cerebral e auxiliar na
concentrasão.
(C) Consumir alimentos ricos em vitaminas e minerais pode ajudar a reduzir os efeitos negativos do
estresse.
(D) O consumo de proteínas e gorduras em exceço pode ser nossivo para o processo digestivo.
(E) Manter o organismo mau hidratado pode prejudicar a eliminação de toxínas e provocar sérios
problemas de saúde.
FCC – TRF (1ª REGIÃO) – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2011
5. As palavras estão corretamente grafadas na seguinte frase:
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de
passageiros nos aeroportos.
(B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, mas nada que ponha em cheque sua
reputação de pessoa cortês.
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de descançar após o almoço sob a frondoza
árvore do pátio.
(D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho na
superação dessa sua crise.
(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na
concessão de privilégios ilegítimos.
FCC – TRE-TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2011
6. ...capaz de fornecer as mais diferentes soluções para questões humanas eminentes.
Considerando-se o par de palavras eminentes / iminentes, é correto afirmar que se trata de exemplo de
(A) antonímia.
(B) sinonímia.
(C) paronímia.
(D) homonímia.
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(E) homofonia.
FCC – TRE-RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2010
6. A frase em que a palavra destacada está empregada de modo equivocado é:
(A) Inerme diante da ofensiva tão violenta, não lhe restou nada a fazer senão render-se.
(B) Há quem proscreva construções linguísticas de cunho popular.
(C) Fui informado do diferimento da reunião em que o fato seria analisado.
(D) A descriminalização de algumas drogas é questão polêmica.
(E) A flagrância do perfume inebriava a todos os convidados.
FCC – CASA CIVIL-SP – EXECUTIVO PÚBLICO – 2010
7. A frase em que a grafia respeita totalmente o padrão culto escrito é:
(A) Muitas eram as reminiscências, algumas esdrúxulas, outras comuns, repetindo-se iguaizinhas de
tempo em tempo, em circuito que não exorbitava os limites da fazenda.
(B) O espaço era exiguo, à exceção da cozinha, mas nada impedia que os vizinhos tentassem grangear a
simpatia do padre inflingindo-lhe pratos que excitavam sua gula.
(C) Sabiam que pouco tempo teriam para descançar, mas ninguém quis alterar o trajeto,
minuciosamente pensado e repensado durante meses.
(D) Era tão grande a sua presunsão, que entendia como ato lisonjeiro até um breve aceno do mais
distraído dos transeuntes de seu vilarejo.
(E) Tal era sua ogeriza pela política que se excedia em palavras e tons assim que algum desavisado
puxava o assunto tabu, sem intenção alguma de ferí-lo.
FCC – TRE-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2010
8. Na frase Eis por que o espectador não se sente em casa em parte alguma, porque o espetáculo
está em toda parte, os elementos sublinhados podem ser correta e respectivamente
substituídos por
(A) a razão pela qual e visto que.
(B) por cujo motivo e visto que.
(C) a finalidade pela qual e dado que.
(D) o motivo por onde e conquanto.
(E) a alegação de que e conquanto
FCC – TRE-AM –TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2010
9. A frase em que a grafia respeita totalmente o padrão culto escrito é:
(A) À exceção dos que se abstiveram de opinar sobre a qualidade dos serviços, os participantes da
pesquisa puderam usufruir gratuitamente de um dia de lazer no hotel.
(B) A escursão prometida não ocorreu, pois o número de interessados foi excessivo; mas até isso
colaborou para o explendor da viagem, pois o desconto oferecido surpreendeu.
(C) Casualmente encontraram-se no saguão; ela parecia advinhar o que ele tinha a lhe dizer, por isso
não lhe deu oportunidade de ser posta em cheque.
(D) Considerou ultrage o comentário adivindo do seu sucessor, mas, para preservar-se, abdicou de dar-lhe
resposta à altura.
(E) Com a dispensa abarrotada de produtos nobres, não exitou um minuto ao negar um jantar aos
participantes do programa de inclusão social.
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FCC- TRE-RS – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2010
10. A frase totalmente correta do ponto de vista da grafia e/ou da acentuação é:
(A) É o caso de se por em discussão se ele realmente crê na veracidade dos dados.
(B) Referiu-se àquilo que todos esperavam − sua ascensão na empresa −, com um misto de humildade e
prepotência.
(C) Enquanto construimos esta ala, eles constroem a reservada aos aparelhos de rejuvenecimento.
(D) Ele é sempre muito cortês, mas não pode evitar que sua ogeriza à ela
transpareça.
(E) Assinou o cheque, mas ninguém advinha o valor registrado, porisso foi devolvido pelo banco.
FCC – PGE-RJ - TÉCNICO ASSISTENTE DE PROCURADORIA – 2009
11. Todas as palavras estão escritas corretamente na frase (não estão sendo consideradas as
alterações que passaram a vigorar recentemente):
(A) Intervensões governamentais massiças e até agora sem precedentes não conseguiram conter os
impactos da crise financeira em diversos países.
(B) A permanência e a gravidade dos desdobramentos da crise financeira deicham dúvidas e originam
expeculações em todo o mundo.
(C) A ganância por lucros cada vez maiores fez com que os riscos dos investimentos crecessem
esponencialmente no mercado financeiro.
(D) A excessiva circulação de instrumentos financeiros imbutia imenço potencial de perigos redundando,
como se viu, em enormes prejuízos.
(E) O êxito das resoluções tomadas em outros países depende de um maior controle das instituições
financeiras, o que atinge interesses múltiplos e provoca resistência.
FCC- TJ-SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2009
12. Constituem parônimos os vocábulos grifados nas frases apresentadas em:
(A) Constava do relatório a descrição pormenorizada da destruição do centro de treinamento
decorrente da invasão de torcedores.
Com discrição e muita simpatia, o novo jogador logo conquistou a confiança da torcida.
(B) O descontentamento dos torcedores culminou com um protesto no próprio estádio.
Como protesto contra as medidas tomadas pela diretoria, funcionários se recusaram a trabalhar.
(C) Torcedores descontentes invadiram a sede do clube e a depredaram.
Com sede de vitória, os torcedores estimulavam o time ao ataque.
(D) O recinto foi atacado por bombas de fabricação caseira.
Na festa junina soltaram-se bombas e fogos de artifício coloridos.
(E) Os feridos no confronto foram encaminhados ao hospital mais próximo.
Vários espectadores ficaram feridos no último festival.
FCC – TRT (16R) – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2009
13. A frase em que há palavras escritas de modo INCORRETO é:
(A) A aridez que sempre caracterizou as paisagens do Nordeste brasileiro aparece agora, para assombro
de todos, na região Sul, comprometendo as safras de grãos.
(B) Alguns estudiosos reagem com sensatez às recentes explicações, considerando se o papel da bomba
biótica é realmente crucial na circulação do ar.
(C) Se for comprovada a correção da nova teoria, a preservação das florestas torna-se essencial para
garantir a qualidade de vida em todo o planeta.
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(D) O desmatamento indescriminado, que reduz os índices de chuvas e altera o ciclo das águas, pode
transformar um continente em um extenso e inabitável deserto.
(E) Com ventos mais próximos ao mar, o ar úmido resultante da evaporação da água do oceano é
puxado para o continente, distribuindo a chuva ao redor do planeta.
FCC – MPE-AP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 2009
14. Está correta a grafia de todas as palavras da frase:
(A) Compadecido com a humilhação de seu velho servo, o rei Psamênito não conteu as lágrimas e as
verteu abundantemente.
(B) O príncipe e a princesa ainda poderiam insurgir-se contra os persas, mas não o velho servo, cujas
forças esmoresciam.
(C) Talvez Psamênito não previlegiasse o velho servo, talvez este tivesse sido a última gota de tanto
sofrimento.
(D) As forças e a dignidade do rei egípcio apenas titubiaram quando se deparou com a imagem do velho
servo.
(E) Há divergências quanto à interpretação do porquê de haver chorado o rei Psamênito, sucumbindo à
visão do velho servo.
FCC – PGE-RJ – TÉCNICO SUPERIOR DE PROCURADORIA – 2009
15. É adequado o emprego e correta a grafia de todas as palavras da frase:
(A) É prazeroso o reconhecimento de uma pessoa que, surgindo longínqua, parece então mais próxima
que nunca – paradoxo pleno de poesia.
(B) A abstensão da proximidade de alguém não impede, segundo o cronista, que nossa afetividade
aflore e haja para promover uma aproximação.
(C) Nenhuma distância dilui o afeto, pelo contrário: o reconhecimento da amada longeva avisinha-a de
nós, fá-la mais próxima que nunca.
(D) O cronista ratifica o que diz um velho provérbio: a distância que os olhos acusam não exclue a
proximidade que o nosso coração promove.
(E) Os poetas românticos eram obsecados por imagens que, figurando a distância, expressavam com ela
a gososa inatingibilidade de um ideal.
FCC – MPE-SE – TÉCNICO DO MP – 2009
16. Identificam-se parônimos no par de expressões transcritas em:
(A) importância capital // importância fundamental.
(B) tráfico de pessoas // tráfego de pessoas.
(C) tecnologias de informação // comunicação tecnológica.
(D) violações cometidas // violações reprimidas.
(E) vida com liberdade // vida com dignidade.
17. Considere as frases abaixo:
I. Os horrores trazidos pela II Guerra Mundial marcaram o porquê da criação de um documento
internacional que garantisse o respeito aos direitos humanos.
II. Sem conhecer seus direitos, os indivíduos não saberão dispor dos instrumentos nem apresentar
razões porque reivindicar sua efetiva aplicação.
III. Por falta de divulgação dos termos previstos na Declaração Universal, grupos minoritários se tornam
mais vulneráveis à violação de seus direitos, sem mesmo saber por quê.
IV. São inúmeros os benefícios trazidos pela Declaração Universal, embora exista desrespeito aos
direitos nela previstos, como a persistência da pobreza, por que passa um terço da população mundial.
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Estão escritos corretamente os termos que aparecem grifados em
(A) I, II, III e IV.
(B) I, II e III, apenas.
(C) I, III e IV, apenas.
(D) II, III e IV, apenas.
(E) I, II e IV, apenas.
18. Todas as palavras estão escritas corretamente na frase (não estão sendo consideradas as
alterações que passaram a vigorar recentemente):
(A) A era digital atinjiu uma nova e insólita fronteira com a digitalização do dia-a-dia de um indivíduo, o
que resulta numa espécie de memória sobressalente e assessível ao clique de um mouse.
(B) A indústria de eletrônicos busca hoje consiliar o menor número de assessórios no menor espaço
possível – daí o celular atual ter-se tornado bem mais leve do que o primeiro modelo, lançado nos anos
80.
(C) Uma série de novidades tecnológicas está à disposição dos usuários, como os sensores em celulares
que monitoram o deslocamento das pessoas, para compreender o mecanismo de disseminação de
epidemias.
(D) O ritmo das inovações evoluiu lentamente apartir do desenvolvimento da linguagem, mas, com a
eletricidade, as gerações se suscedem cada vez mais rapidamente, com saltos ininterruptos entre uma
novidade e outra.
(E) O avanço das tecnologias de comunicação sempre exerceu facínio na história da humanidade e,
atualmente, o mercado dos serviços baseados em localização encontra-se em franca expanção.
FCC – TCE-AL - ANALISTA DE SISTEMAS – 2008
19. Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras em:
(A) A inverossimilhança dos nossos enfáticos propósitos de Ano Novo constitui uma prova de que, via de
regra, somos uns inconseqüentes.
(B) Há quem formule com tanta desfaçateza seus propósitos de Ano Novo que acaba provocando em
todos um mixto de irrisão e pena.
(C) Não há porquê imaginar que nos baste divizar imagens do futuro para que elas venham a se tornar
uma inextricável realidade.
(D) O dilema que constitue nosso desejo de liberdade diante de amarras entrincadas está diretamente
associado à questão da liberdade.
(E) É prazeirosa a experiência de quem formula propósitos e promove ações que vão de encontro aos
mesmos.
Exercícios de Motivação do Novo Acordo Ortográfico
Com base no Novo Acordo Ortográfico, reescreva corretamente as seguintes palavras e justifique.
Pára (verbo) =>
idéia =>
pêlo (substantivo) =>
jibóia =>
pêra (substantivo) =>
jóia =>
pólo (substantivo) =>
paranóia =>
apóio =>
platéia =>
assembléia =>
abençôo =>
asteróide =>
abotôo =>
bóia =>
antevêem =>
Coréia =>
assôo =>
estréia =>
caçôo =>
européia =>
côo =>
geléia =>
dêem =>
heróico =>
dôo =>
24. 1. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de monossílabos tônicos.
a) crás, lá, vá, más;
b) fé, pés, és, Sé;
c) quê, vê-lo, mês, três;
d) pó, nós, só, cós;
e) pô-lo, pô-la, pôs, côr
2. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras oxítonas.
a) sofá, atrás, maracujá, dirá, falarás, encaminhá-la, encontrá-lo-a;
b) banzé, pontapés, você, buquê, japonês, obtê-lo, recebê-la-emos;
c) jiló, avô, avós, gigolô, compôs, paletó, indispô-lo;
d) além, alguém, também, ele intervém;
e) armazéns, parabéns, vinténs, tu intervéns.
3. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras paroxítonas.
a) dândi, beribéri, íbis, Cáli;
b) ônus, cáctus, lótus, retrovírus;
c) factótum, parabélum, álbuns, fóruns;
d) hífens, plâncton, elétrons;
e) bíceps, tríceps, quadríceps.
4. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras paroxítonas.
a) âmbar, éter, fêmur, sênior;
b) cóccix, tórax, ônix, Fênix;
c) dólmen, pólen, próton, nêutron;
d) incrível, imóvel, míssil, afável;
e) ímã, Cristovão, sótão, órfã.
5. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras paroxítonas terminadas em ditongo.
a) escritório, etérea, série;
b) suspensório, calendário, abstêmios;
c) ingênuo, anágua, mágoa;
d) bilíngüe, anáguas, contíguo;
e) distíngues, extinguem, conséguem.
6. Assinale a opção que contém erro na grafia de verbos paroxítonos terminados em ditongo (+ M).
a) apropínquo, apropínquas / apropínque, apropínquem;
b) oblíquo, oblíquas / oblíque, oblíquem;
c) averíguo, averíguas / averígue, averíguem;
d) enxáguo, enxáguas / enxágue, enxáguem;
e) minguo, mínguas / míngue, mínguem.
7. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras proparoxítonas.
a) insólito, tétrico, nostálgico;
b) rúbrica, cosmonáutico, letárgico;
c) antropofágico, hiperbólico, ótico;
d) dramático, econômico, hermenêutico;
e) fétido, hálito, metalúrgico.
8. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras com ditongo.
a) andróide, epopéia, tipóia;
b) pastéis, arranha-céus, corrói;
c) europeus, colmeia, centopeia;
d) boi, urubu-rei, apogeu;
e) Gláuber, Áurea, Cleide.
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9. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série de palavras com hiato.
a) voo, enjoo;
b) magôa, corôa;
c) creem, leem;
d) perdoa-o, abençoa-a;
e) deem-me, reveem-nos.
10. Assinale a opção que contém erro de acentuação no I da série de palavras com hiato.
a) Icaraí, Jacareí;
b) saídas, caístes;
c) atraindo, contribuiu;
d) ladainha, coroinha;
e) gratuíto, fluído (subst.)
11. Assinale a opção que contém erro de acentuação no U da série de palavras com hiato.
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a) Grajaú, tuiuiú;
b) reúnem, mundaú;
c) baiúca, feiúra;
d) conteúdo, transeunte
e) Raul, extrauterino.
12. Assinale a opção que contém apenas acentos diferenciais (aqueles que não podem ser explicados por
nenhuma regra ortográfica) de timbre ou de tonicidade.
a) pôr (verbo), pôde (pret. Perf.) e fôrma (= modelo oco);
b) dê (verbo), é (verbo), réis (= moeda antiga);
c) fábrica (subst.) sábia (adjetivo), sabiá (= subst.)
d) bobó (subst.), lã (subst.), camelô (= comerciante de calçada);
e) convidássemos, envolvêssemos, retornássemos.
13. Assinale a opção que contém um par de formas verbais que caracteriza o segundo componente como caso
de acento diferencial de número (3ª pessoa do plural).
a) (ele) intervém & (eles) intervêm;
b) (ele) relê & (eles) relêem,
c) (ele) entretêm, & (eles) entretém,
d) (ele) prevê & (eles) preveem;
e) (ele) tém & (eles) têm.
14. Assinale a opção cuja série de palavras recebe acento em virtude da mesma regra ortográfica.
a) contratá-la, vendê-la, atraí-la, propô-lo;
b) táxi, pálido, maracujá, hábito;
c) escarcéu, carretéis, caracóis;
d) cânion, ômicron, sêmen;
e) atraísse, faraó, Anhangabaú.
15. Assinale a opção que não contém palavra acentuada em virtude da mesma regra ortográfica de FREGUÊS.
a) carijó;
b) matinês;
c) vatapá;
d) açaí;
e) ioiô.
16. Assinale a opção que não contém palavra acentuada em virtude da mesma regra ortográfica de LUNÁTICA.
a) anômalo;
b) dígrafo;
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c) metáfora;
d) antítese;
e) clímax.
17. Assinale a opção cujas palavras são acentuadas em virtude da mesma regra ortográfica de ÍNDIO.
a) estapafúrdia, espécie;
b) acessível, caráter;
c) chimpanzé, tarumã;
d) Estevão, Asdrúbal;
e) intrínseco, rígido.
18. Assinale a opção que contém palavra acentuada tanto no singular como no plural.
a) (o) inglês;
b) (o) álcool;
c) (o) convés;
d) (o) cós;
e) (ele) antevê.
19. Assinale a opção que contém palavra acentuada apenas no singular.
a) júnior;
b) trenó;
c) pôster;
d) fôrma;
e) sustém.
20. Assinale a opção que contém palavra acentuada apenas no plural.
a) pera;
b) urubu;
c) vez;
d) juiz;
e) item.
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ORTOGRAFIA
Observe a quantidade de erros!!!
“... temos uma imagem
empobrecida da língua escrita: é preciso
reintroduzir, quando consideramos a
alfabetização, a escrita como sistema de
representação da linguagem. Temos uma
imagem empobrecida de criança que
aprende: a reduzimos a um par de
ouvidos, uma mão que pega um
instrumento para marcar e um aparelho
fonador que emite sons. Atrás disso há
um sujeito cognoscente, alguém que
pensa, que constrói interpretações, que
age sobre o real para fazê-lo seu...”.
(FERREIRO: 2003).
1. Assinale a palavra que não se completa com a letra S.
a) can___aço;
b) dan___ar;
c) in___osso;
d) preten___ioso;
e) sal___icha.
2. Assinale a palavra que não se completa com o dígrafo SS.
a) abi___al;
b) fó___il;
c) mi___ionário;
d) pa___oca;
e) percu___ão.
3. Assinale a palavra que não se completa com a letra C.
a) Cali____e;
b) en__íclica;
c) ma___iço;
d) pê___ego;
e) vi___ ejar.
4. Assinale a palavra que não se completa com a letra Ç.
a) al___apão;
b) alma___o;
c) far___ante;
d) mu___ulmano;
e) pregui___a.
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5. Assinale a palavra que não se completa com o dígrafo SC.
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a) cre___imento;
b) di___ente;
c) ino___ente;
d) na___ido;
e) pi___ina.
6. Assinale a palavra que não se completa com o dígrafo XC.
a) e___encial;
b) e___êntrico;
c) e___esso;
d) e___eto;
e) e___itar.
7. Assinale a palavra que não se inicia com a letra H.
a) ___armônico;
b) ___erbívoro;
c) ___ermetismo;
d) ___ierarquia;
e) ___úlcera.
8. Assinale a palavra que não se completa com a letra diacrítica H.
a) c___iar;
b) compan___ia;
c) famil___ar;
d) fil___arada;
e) mil___eiro.
9. Assinale a palavra que não se completa com a letra Z.
a) avali___ar;
b) bati___ar;
c) catequi___ar;
d) envie___ar;
e) simpati___ar.
10. Assinale a palavra que não se completa com a letra X.
a) e___agerado;
b) e___íguo;
c) ê___odo;
d) ine___ato;
e) o___ônio.
11. Assinale a opção cujas palavras se completam com a letra J (e não com G).
a) berin___ela, gor___eta;
b) ___íria, ti___ela;
c) ma___estade, a via___em;
d) eles via___em, an___elical;
e) re___eitado, ___itano.
12. Assinale a opção cujas palavras se completam com a letra Z (e não com S)
a) pu___er, qui___er;
b) fi___er, atravé___;
c) atrá___, a___teca;
d) por um tri___, flor-de-li___;
e) cuscu___, va___ante.
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13. Assinale a opção cujas palavras se completam com a letra X (e não com CH).
a) ___ícara, ___arque;
b) gra___a, ___imarrão;
c) ___erife, re___on___udo;
d) amei___a, fa___ina;
e) la___ante, ca___imbo.
14. Assinale a opção cujas palavras se completam com a letra I (e não com E).
a) al___crim, ár___a (superfície), ___ndireitar;
b) car___stia, confet___, ___mpecilho;
c) dent___frício, ___ntitulado, pr___vilégio;
d) irr___quieto, ___mbutido, qu___sito;
e) lamp___ão, pal___tó, p___n___c___lina.
15. Assinale a opção cujas palavras se completam com a letra U (e não com O).
a) búss___la, c___rtiça, b___tequim;
b) c___ringa (carta), c___rtume, tab___leta;
c) reb___talho, reb___liço (confusão), t___rdilho;
d) l___mbriga, pir___lito, (doce), jab___ticaba;
e) s___petão, s___taque, t___rmalina.
16. Assinale a opção que contém encontros consonantais grafados corretamente porque as duas consoantes
são pronunciadas.
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a) accionar, acto;
b) aflicção, baptismo;
c) colectivo, objeção;
d) erupção, eucalipto;
e) exactamente, óptimo.
17. Assinale a opção que contém encontros consonantais grafados corretamente porque a pronúncia das duas
consoantes é praticada no Brasil.
a) accessório, secção;
b) aspecto, recepção;
c) ceptro, facto;
d) direcção, adopção;
e) súbdito, amígdala.
18. Assinale a opção que contém encontros consonantais grafados corretamente porque a pronúncia das duas
consoantes é praticada no Brasil.
a) aritmética, fricção;
b) efectivo, defectico;
c) ceptro, amnistia;
d) concepção, indemnizar;
e) seccionar, didáctico.
19. Assinale a opção que contém emprego autorizado para K, W ou Y.
a) shakespeariano,
b) ypiranguense;
c) afrikanidade;
d) darwynismo;
e) new-yorkino.
20. Assinale a opção que contém emprego não autorizado para K, W ou Y.
a) Andei 10km para chegar até sua casa.
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b) Acompanhei aquele seriado pelo canal Warner.
c) Gostava de ouvir as piadas de um programa chamado PRK30.
d) Uma lâmpada de 100 watts precisa de quanto carvão para funcionar?
e) Comprei 5 kilos de carne no mercadinho.
No dia 20 de julho de 2005, o Jornal do Brasil estampou a seguinte manchete de primeira página.
O acento diferencial na forma verbal da manchete foi abolido pela reforma de 2008.
21. Qual a consequência disso para o entendimento do texto? Explique.
A tirinha abaixo registra uma cena escolar.
22. Para construir o humor da historinha, o cartunista faz o professor dizer uma frase que pressupõe um
conhecimento metalinguístico de Pedrinho. Explique por que a resposta do aluno mostra que ele compreendeu
a palavra fonológica do professor segundo uma possibilidade semântica diferente da pretendida.
23. A Lei nº 5.765, de 18 de dezembro de 1971, retirou o acento diferencial de timbre da palavra “côco”, que
passou a ser grafada apenas “coco”. A fotografia abaixo demonstra um desvio ortográfico decorrente da
efetiva necessidade do uso de acento nessa palavra?
24. Comente os problemas ortográficos encontráveis no panfleto a seguir.
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25. A historinha que segue está contada na internet.
Cresci ouvindo meu pai contar que alguém de passagem por uma cidade do interior e precisando de
um alfaiate pediu informações e lhe foi recomendado um logo ali, muito bom. Ao ver a placa da alfaiataria
disse ao proprietário lamentar muito que um alfaiate de mão cheia escrevesse errado o nome do próprio
negócio. Não dava para confiar em alguém assim.
- Alfaiataria Águia de Ouro. O senhor não colocou o acento de águia!
O alfaiate olha o visitante com estranheza e explica:
- Não, senhor. Não é Águia de Ouro, não. É Agúia de Ouro.
O acento no ditongo UI não está previsto em nossa convenção ortográfica. Como escrever a palavra “agulha”
do jeito que é pronunciada na piada?
26. Ao final da aula, a professora pede ao Joãozinho que vá ao quadro:
-Escreva uma frase que sirva para encerrarmos a lição de hoje.
-Está bem, tia.
Sem pestanejar, Joãozinho pega o giz e executa a tarefa.
- Ô, Joãozinho! Como é que “puro gesso” pode servir para encerrar a lição de nossa aula?
Ih, professora, desculpe. Esqueci os acentos.
Volta ao quadro e completa:
O efeito de humor dessa piada repousa sobre a compreensão instintiva da função dos acentos gráficos e dos
conceitos de palavra ortográfica, palavra fonológica e homonímia. Comprove esta afirmação, reescrevendo a
frase de Joãozinho de acordo com a convenção ortográfica e explicando o efeito de humor motivado pela
homônima.
27. A ilustração abaixo se aplica ao comentário de Ancelmo Góis em sua coluna O Globo, publicada no dia 15 de
outubro de 2003:
NURSEY: 1. quarto de crianças; 2. viveiro de mudas; 3. berçário; 4. creche. (Fonte: Dic. Michaëlis)
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Não precisa nem CPI. O berço das fraudes no Brasil fica neste banheiro do Aeroporto de Porto Velho, Rondônia,
bem em frente à sala de desembarque. Pelo menos, é o que ficou pensando, ao ver esta foto, a velha
professora dona Gramática – aliás, hoje, salve ela, é Dia do professor! (...)
O comentário que o jornalista faz sobre a imagem serve-nos para exemplificar a afirmação de que os assuntos
presentes nos estudos de Língua Portuguesa (fonética/fonologia, morfologia, sintaxe, semântica, estilística,
lexicologia, dialetologia, ortografia...) se inter-relacionam e podem ser motivo de exploração didático-pedagógica.
Interprete o comentário do jornalista à luz dos assuntos gramaticais que ele, direta ou indiretamente,
menciona e acrescente considerações sobre por que o assunto “morfologia” tem vínculos com a fonética, a
fonologia e a ortografia.
Exercícios de Ortografia de Concursos FCC
1. Estão grafadas corretamente todas as palavras da frase:
a) O mercado mais atraente é necessáriamente aquele que possue mais produtos disponíveis.
b) Com o adivento da internet, deparamos com uma imença cidade virtual, onde há os melhores preços do
mercado.
c) A escacês de mercadorias no campo foi determinante para explicar o porque dos homens se agruparem nas
cidades.
d) As empresas virtuais vêm se tornando concorrentes desleais das que se encontram no mundo físico.
e) O mercado de relacionamentos virtuais assistiu a um avanço discomunal com a consolidassão da internet.
2. Quanto à ortografia, há incorreções na frase:
a) O crescimento da classe C tem tido uma importância incomensurável para o comércio, mas vem
ocasionando também uma elevação na taxa de inadimplência, o que é perturbador.
b) Milhões de pessoas têm sido beneficiadas com o crescimento econômico que se vê no país, saltando da
classe D para a C, algo que há poucos anos não pareceria factível.
c) Alguns especialistas vêm disseminando a teoria de que, a partir da distribuição de riqueza por meio da
geração de milhões de novos empregos, a classe E deixe de existir.
d) Os “consumidores emergentes”, como vêm sendo chamados os novos integrantes da classe C, ainda têm
dificuldade em poupar e adquirem grande parcela de produtos a crédito.
e) Sabe-se que a ascenção da classe D tem proporcionado um aumento expresivo do consumo de bens
duráveis, o que pode acelerar sobremaneira esse mercado.
USO DOS PORQUÊS
1. Porquê (junto e com acento) é usado quando for sinônimo de motivo, causa, indagação. Por ser substantivo,
admite artigo e pode ir ao plural:
Os considerandos são os porquês de um decreto.
O relator explicou o porquê de cada emenda.
Qual é o porquê desta vez?
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2. Por quê (separado e com acento) é usado quando a expressão aparecer em final de frase, ou sozinha:
Brigou de novo, por quê?
Brigou de novo? Por quê?
Ria, ria sem saber por quê.
3. Porque (junto e sem acento) é usado nos seguintes casos:
a) Para introduzir explicação, causa, motivo, podendo ser substituído por conjunções causais como pois,
porquanto, visto que:
Traga agasalho, porque vai fazer frio. (conjunção coordenativa explicativa = pois)
A reunião foi adiada porque faltou energia. (conjunção subordinativa causal = pois)
Porque ainda é cedo, proponho esperarmos um pouco mais. (conjunção subordinativa causal = como)
b) Nas frases interrogativas a que se responde com "sim" ou "não":
Ele não votou o projeto porque estava de licença?
Essa medida provisória está na pauta de votação porque é urgente?
Na realidade, a conjunção "porque" continua sendo subordinativa adverbial causal. A diferença é que na
própria pergunta já se dá a causa (oração subordinada adverbial causal), ou seja, resposta implícita.
c) Como conjunção de finalidade (= para que), levando o verbo para o subjuntivo. Esta construção é arcaica,
mas vez por outra tem sido encontrada:
Rezo porque tudo corra bem.
Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas.
Contemporaneamente, para exprimir finalidade, objetivo, prefere-se usar para que em lugar de porque: Rezo
para que tudo corra bem.
4. Por que (separado e sem acento) é usado nos seguintes casos:
a) nas interrogativas diretas e indiretas:
Por que você demorou tanto? (interrogativa direta)
Quero saber por que meu dinheiro está valendo menos. (interrogativa indireta)
b) sempre que se puder inserir as palavras motivo, razão:
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Não sei por que ele se ofendeu. (Não sei por que motivo ele se ofendeu.)
O funcionário explicou por que havia faltado. (O funcionário explicou por que motivo havia faltado.)
c) quando a expressão puder ser substituída por pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, confirma-se que
há pronome relativo "que" antecedido da preposição "por":
(A estrada pela qual passamos está em péssimo estado de conservação.)
Esse é o motivo por que a reunião foi adiada. (Esse é o motivo pelo qual a reunião foi adiada.)
d) quando "que" for conjunção integrante iniciando oração subordinada substantiva objetiva indireta ou
completiva nominal, com imposição da preposição "por" pelo verbo ou nome, respectivamente:
A estrada por que passamos está em péssimo estado de conservação. Torcemos por que tudo se
resolva logo. (= torcemos por isso)
O Relator estava ansioso por que começasse a votação. (= ansioso por isso)
Não se pode confundir este último caso com o uso da conjunção de finalidade (conforme acima – n° 3, letra c).
Veja a diferença:
Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas.
Note que o nome opinião, anterior à conjunção, não exigiu a preposição por. Além disso, percebe-se a
intenção, a finalidade de não expressar sua opinião: para que não desanimasse os colegas.
O Relator estava ansioso por que começasse a votação.
Aqui, o nome ansioso exige a preposição por, razão pela qual deve ser separada do que.
Exercícios de Motivação da Palavra Porquê
Complete as lacunas. Utilize o código.
a) por que b) por quê c) porquê d) porque
1. ( ) Finalmente entendi _________ não gostas de esportes.
2. ( ) O povo, às vezes, reclama sem saber __________.
3. ( ) Não vejo nenhum ___________ para essas divergências.
4. ( )Todos estudam muito __________ querem aprimorar seus conhecimentos.
5. ( ) Ninguém desconhece a causa _______ sempre lutaste.
6. ( ) Não desanimem, _________ isso é sinal de fraqueza.
7. ( ) ________ não tínhamos dinheiro, passamos as férias em casa.
8. ( ) O São Paulo, ninguém sabe _________ perdeu o brilho.
9. ( ) Ela está feliz _________ o filho passou no vestibular?
10. ( ) ________ as provas estão cada vez mais difíceis?
11. Entre as frases que seguem, a única correta é:
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a) Ele se esqueceu de que?
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo entre os presentes.
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas.
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos funcionários.
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
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MAU E MAL
1. Mau
Mau é antônimo de bom. Pode aparecer como:
a) adjetivo – varia em gênero e número:
Não era mau rapaz, apenas um pouco preguiçoso.
Não eram maus rapazes, apenas um pouco preguiçosos.
Observação: (feminino) Não era má atriz nas novelas, mas boa cantora no palco.
b) palavra substantivada:
Os bons vencerão os maus.
2. Mal
Mal é antônimo de bem. Pode aparecer como:
a) advérbio – não varia:
O candidato foi mal recebido.
Fizeram mal em dizer tais coisas.
b) substantivo – varia em número:
O mal nem sempre vence o bem.
Há males que vêm para o bem.
c) conjunção (corresponde a quando) – não varia:
Mal cheguei, ele saiu.
d) mal é também um prefixo:
mal-educado, malcriado, mal-humorado
MAS – MÁS – MAIS
1. Mais pode ser um pronome ou um advérbio. É o contrário de menos:
a) advérbio (indica intensidade) - modifica verbo ou adjetivo:
Converse menos e trabalhe mais.
A garota está mais bonita hoje.
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b) pronome indefinido (indica quantidade) – modifica um substantivo:
Comprei mais lâmpadas para a sala de aula.
2. Mas é uma conjunção adversativa (indica oposição). Equivale a porém, todavia, contudo:
Ele pretendia apoiá-la, mas na última hora desistiu.
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3. Más é adjetivo:
Ela é uma má aluna.
HÁ - A – À
1. Emprega-se o há:
a) Com referência ao verbo fazer, indicando tempo decorrido:
Não o vejo há quinze dias.
Não se encontram há tempos.
Saiu daqui há duas horas.
b) Quando se trata de forma do verbo haver:
Há um artigo interessante nesta revista.
2. Emprega-se o a (preposição):
a) Com referência a tempo futuro:
A dois minutos da peça, o ator ainda retocava a maquilagem.
b) Com referência a distância:
Morava a cinco quadras daqui.
3. Emprega-se o a (artigo) quando se antepõe a substantivo feminino:
A apólice tornou-se grande trunfo na mão do advogado.
4. Emprega-se o à quando houver crase da preposição a com o artigo a ou com o demonstrativo a:
Rendeu à colega uma homenagem semelhante à que recebera.
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SENÃO – SE NÃO
1. A palavra senão é usada equivalendo a:
a) do contrário (conjunção)
Saia daqui, senão vai se molhar.
b) a não ser, salvo, exceto (preposição):
Não podia acreditar, senão vendo com os próprios olhos.
Não faz outra coisa, senão reclamar.
c) mas sim, porém (conjunção adversativa):
Não tive a intenção de exigir, senão de pedir.
Aconselhava não como chefe, senão como amigo.
d) defeito, falha (substantivo):
Fez um discurso perfeito, sem nenhum senão. (Esta é a forma que se usa na expressão "senão
vejamos".)
2. A expressão se não é usada equivalendo a caso não (conjunção condicional e hipotética):
Esperarei mais um pouco; se não vier, irei embora. (caso não venha)
Se não buscares, não encontrarás.
O dispositivo está na Constituição, se não no Regimento Interno.
SE SE
O emprego simultâneo da conjunção condicional se com o pronome se, posto que correto, é desagradável ao
ouvido. Por essa razão, deve evitar-se essa combinação. Nesse caso, a conjunção condicional se pode ser
permutada por caso, contanto que, desde que. Observem-se os exemplos. Haveria ofensa à segurança jurídica,
se se permitisse, antecipadamente, acesso aos dados secretos. (evite) Haveria ofensa à segurança jurídica, caso
se permitisse, antecipadamente, acesso aos dados secretos. (recomendável).
SORTIR – SURTIR
sortir: prover (-se), abastecer-se (de produtos, mercadorias, provisões etc.); colocar junto (coisas diversas);
misturar, combinar, mesclar.
surtir: dar como resultado; dar origem a; provocar; ter êxito, sucesso (para alguém); vir de dentro para fora;
sair, emergir
SUSO
Suso é preposição e advérbio antigo que significa “acima, atrás, anteriormente”. Também existe o
adjetivo susodito, que significa “sobredito”. São termos antigos, mas que fazem parte da língua; podem ser
usados.
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O acórdão suso mencionado traz a posição desta Corte sobre o caso.
A FIM DE – AFIM
A expressão a fim de indica finalidade; corresponde a para:
Cheguei cedo a fim de terminar meu serviço. (Deve-se evitar estar a fim de no sentido de estar com
vontade de em textos mais elaborados, pois se trata de modismo, de gíria. Seu emprego só se justifica
em textos coloquiais: Eu não estou a fim de sair hoje.)
A palavra afim (numa única palavra) corresponde a semelhante ou parente por afinidade:
A Matemática e a Física são ciências afins.
A língua portuguesa é afim da espanhola.
TAL QUAL
Na expressão comparativa tal qual, tal concorda com o termo antecedente, e qual, com o consequente: As
meninas são tais qual a mãe; O menino é tal quais os amigos. Ressalte-se que também existe a locução
conjuntiva tal qual, invariável, que equivale a como: O desembargador pensa tal qual o ministro.
A FINAL
Locução que deve ser evitada em frases do tipo:
Requer, a final, a procedência do pedido.
Exige-se, no caso, a presença do artigo o, dizendo-se, portanto, requer, ao final, a procedência do pedido.
Pode-se usar, todavia, a palavra afinal, com o sentido de enfim, finalmente, quando a frase encerra uma lista
de requerimentos (requer, afinal, a procedência do pedido).
TODO – TODO O – TODOS OS - CADA
“Todo” indica “qualquer”: toda cidade possui prefeitura. “Todo o” significa “inteiro”: toda a cidade é limpa.
“todos os” indica a totalidade: todos os habitantes são alfabetizados.
“Cada” é usado para especificar e deve sempre estar acompanhado de outro termo: cada ano, cada um, cada
pessoa.
TODOS – UNÂNIMES
É pleonasmo dizer ou escrever: Todos foram unânimes ao afirmar isso. Unânimes é relativo a todos. Todos
dispensa o unânimes. Se são todos, está garantida a unanimidade. Diga-se, então: Todos afirmam isso. Os
presentes foram unânimes na afirmação.
AMBOS
É numeral, equivalente a os dois. O gênero deve concordar com o substantivo:
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Pedro e Maria, ambos foram à festa ontem à noite. Ana e Maria, ambas estavam elegantes.
Quando antecede o substantivo, vem seguido de artigo definido:
Ambas as construções estão corretas. Ambos os carros foram danificados no acidente.
Ambos os dois e ambos de dois são construções encontradas em boa literatura, mas só se justificam quando
houver forte necessidade de realçar a ideia de dualidade, sob pena de redundância.
A PAR OU AO PAR?
A expressão a par equivale a ciente, informado, prevenido; em geral, emprega-se com o verbo estar:
O diretor não estava a par do assunto.
A expressão ao par emprega-se em relação a câmbio; indica título ou moeda de valor idêntico:
O real já esteve ao par do dólar.
As ações foram cotadas ao par.
EM VEZ DE – AO INVÉS DE
Invés, que vem de “inverso”, significa “lado oposto”, “avesso”. A expressão ao invés de significa ao contrário
de, ao revés de.
Assim conclui-se que, para usar ao invés de, é preciso que essa locução estabeleça relação de plena oposição
entre as partes conectadas.
“Disseram-me que ele era perdulário (gastador, esbanjador, pródigo). Ao invés disso, mostrou-se
absolutamente sovina (avarento, avaro).”
Nesse caso, perdulário é antônimo de sovina – relação absolutamente oposta entre as palavras.
Ao invés de baixar, o preço dos legumes subiu esta semana.
Já em vez de significa em "lugar de".
“Em vez de baixar a portaria, o ministro reuniu-se com a bancada”.
Note-se que nessa frase não seria possível empregar “ao invés de”, já que “baixar a portaria”, não é antônimo
literal de “reuniu-se com a bancada”.
Em vez de nos ajudar, prejudicou-nos.
Em vez de ir ao cinema, resolveu sair para comer uma pizza.
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TRATA-SE DE
Não é possível, lógica e gramaticalmente, construção com o verbo tratar-se para coisas. Trata-se somente pode
ter por sujeito um ente humano, em acepções específicas: O caso trata-se de acusações. (inadequado); Aqui
todos se tratam por você; Ele somente se trata com remédios caseiros.
Nos demais casos, trata-se de constrói-se impessoalmente: Trata-se de processos novos.
VER – VIR
ver: No futuro do subjuntivo, flexiona-se da seguinte forma: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem. Ex.: Se eu a vir,
entregarei o livro.
vir: No futuro do subjuntivo, tem a seguinte flexão: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem. Ex.: Se eu vier,
trarei o livro.
VEZ QUE, EIS QUE, POSTO QUE, HAJA VISTO
As expressões acima quase sempre são empregadas de forma inadequada na linguagem jurídica.
Vez que, de vez que e haja visto não devem ser empregadas nunca. Estão inadequadas.
Eis que indica surpresa ou tempo. Raramente, será empregada nesse sentido, posto não possuir valor de causa.
O sentido correto da expressão é de concessão.
Observe os exemplos a seguir.
O Tribunal solicitou a cópia, vez que não a possuía (inadequado).
O Tribunal solicitou a cópia, de vez que não a possuía (inadequado).
O Tribunal solicitou a cópia, eis que não a possuía (inadequado).
O Tribunal solicitou a cópia, posto que não a possuía (inadequado).
O Tribunal solicitou a cópia, haja visto não a possuir (inadequado).
O Tribunal solicitou a cópia, haja vista não a possuir (adequado).
VIGER
“Viger” significa vigorar, ter vigor, funcionar. Pertence à segunda conjugação. Conjuga-se como viver, comer e
escrever: Ele escreve (vige). Eles escrevem (vigem). Ele escreveu (vigeu). Eles escreveram (vigeram). Ele
escrevia (vigia). Eles escreviam (vigiam). A lei vige por tempo indeterminado. A medida provisória continua
vigendo. Esta lei vigeu até julho do ano passado.
Observações:
a) O verbo viger é defectivo, conjuga-se apenas em alguns modos e pessoas. Nos demais casos, é necessário
recorrer a um sinônimo;
b) Em caso de dúvida sobre a conjugação do verbo viger, pode-se utilizar, por exemplo, o verbo vigorar: A lei
vigora por tempo indeterminado. A medida provisória continua vigorando.
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VISTA – VISTA DOS AUTOS
Em sentido jurídico, vista traduz o ato de entrega dos autos a pessoas interessadas no processo, como
advogados, representantes do Ministério Público, para manifestar-se acerca de seu conteúdo. O termo vista
costuma ser acompanhado dos verbos ir, pedir, requerer, ter etc.
Vale ressaltar que o correto é o singular, ou seja, vista. Tem-se, nesse ato, o conhecimento de tudo que
compõe os autos. Atente-se aos exemplos.
O Ministério Público terá vistas dos autos depois das partes. (errado)
O Ministério Público terá vista dos autos depois das partes. (certo)
VÍTIMA FATAL – LETAL – MORTAL
Os vocábulos fatal, letal e mortal exprimem algo que é determinado por um fato, que produz a morte ou que
está sujeito à morte; algo inevitável, funesto, marcado pelo destino. Qualificam, portanto, aquilo que causa ou
provoca o resultado.
Vista essa questão semântica, o uso da expressão vítima fatal, letal ou mortal constitui impropriedade
vocabular, uma vez que a vítima não é agente causador; mas sim alguém que sofre a consequência. Por isso, a
qualificação tem de recair sobre o fato, e não sobre o agente causador. Então, fatal, mortal e letal é o evento,
o acidente, a doença.
O acidente causou uma vítima fatal, além de danos materiais. (errado)
O acidente fatal causou uma vítima, além de danos materiais. (certo)
A facada desferida pela autora provocou vítima mortal. (errado)
A facada desferida pela autora provocou a morte da vítima. (certo)
VOTO
1. Grafam-se com hífen os compostos cujo segundo elemento é substantivo: voto-vogal, voto-mérito, voto-preliminar.
2. Não se usa hífen quando o segundo elemento é adjetivo: voto vencido.
VULTOSO – VULTUOSO
vultoso: que faz grande volume; avultado, volumoso; considerável; de grande importância.
vultuoso: acometido de vultuosidade (estado do rosto quando as faces e os lábios estão vermelhos e inchados,
e os olhos salientes).
SENTIDOS DO VERBO HAVER
a) Dê os vários sentidos para o verbo haver nas frases seguintes.
O sentenciado houve do Pode Público a comutação de pena.
Ele é tido e havido por prudente. (Caldas Aulete)
Ele se houve com habilidade.
Comigo se haverá o inimigo...
Há mister de comprovar a veracidade do que afirmou em Juízo.
O juiz houve por bem reconsiderar o seu ato.
Bem hajam os que buscam os porquês dos conceitos.
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Haja vista a presença de vários maus-caracteres na sal, prefiro retirar-me a enfrentá-los.
Hei de expor meus pensamentos no momento azado.
Pediu que o inimigo houvesse piedade deles.
Não há convencê-la do meu amor irrestrito. / Não há (como) negar o ocorrido.
Há inúmeros contratos. / Começou a haver reclamações.
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MÓDULO III –– PRONOME
É palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha um substantivo, indicando-o como
pessoa do discurso.
A diferença entre pronome substantivo e pronome adjetivo pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome,
podendo variar em função do contexto frasal. Assim, o pronome substantivo é aquele que substitui um
substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro). Já o pronome adjetivo é aquele que acompanha um
substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo). Os pronomes pessoais são sempre substantivos.
Quanto às pessoas do discurso, a Língua Portuguesa apresenta três pessoas:
1ª pessoa – aquele que fala, emissor;
2ª pessoa – aquele com quem se fala, receptor;
3ª pessoa – aquele de que ou de quem se fala, referente.
Emprego e funções dos pronomes
Pronomes pessoais:
Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando
na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa (A moça era a melhor secretária, ela mesma
agendava os compromissos do chefe).
A seguir um quadro com todas as formas do pronome pessoal:
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Pronomes pessoais
RETOS
OBLÍQUOS
ÁTONOS TÔNICOS
1ª SING. EU ME MIM – COMIGO
2ª SING. TU TE TI – CONTIGO
3ª SING. ELE(A) SE, O, A, LHE SI, ELE(A) – CONSIGO
1ª PL. NÓS NOS NÓS – CONOSCO
2ª PL. VÓS VOS VÓS – CONVOSCO
3ª PL. ELES(AS) SE, OS, AS, LHES SI, ELES(AS) – CONSIGO
Os pronomes pessoais apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase.
Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos,
geralmente, de complemento.
Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e convosco, a
preposição com já é parte integrante do pronome.
Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados como referência à
pessoa com quem se fala (2ª pessoa), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pessoa. Também são
considerados pronomes de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução de Vossa Mercê),
Senhor, Senhora e Senhorita.