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Artigo Original

Análise técnica comparativa através de um estudo estatístico-analítico do
comportamento dos jogadores no campo sintético e no campo pelado no Futebol de
7.

ComparativeTechnical review from a statistic and analytic study about the
behavior of the players in sintetic and gravel´s field in Futeball of 7.

Diferença técnica entre campo relvado e campo pelado.
Artigo Original

Análise técnica comparativa através de um estudo estatístico-analítico do
comportamento dos jogadores no campo sintético e no campo pelado no Futebol de
7.

ComparativeTechnical review from a statistic and analytic study about the
behavior of the players in sintetic and gravel´s field in Futeball of 7.
Diferença técnica entre campo relvado e campo pelado.

Filipe Daniel Pinto Silva
filipe_pinto_silva@hotmail.com

Instituto PIAGET
Campus Académico de Vila Nova de Gaia
Escola Superior de Educação Jean Piaget – Arcozelo
(Decreto – Lei nº 468/88, de 16 de Dezembro)
Diferença técnica entre campo relvado e campo pelado.
Resumo: Este artigo pretende relevar as diferenças técnicas que surgem na comparação
entre campo relvado e campo pelado na vertente de futebol de 7, onde o percentual de
sucesso do teste é maior devido a imaturidade dos atletas envolvidos. No decorrer do
artigo encontra-se em termos de comparação elementos técnicos que tem por base o
contacto com o solo e alguns elementos técnicos que surgem por necessidade devido á
falta de condições do estado do piso. Especifica também alguns motivos que levam às
modificações da dinâmica do jogo resultantes das diferentes dinâmicas dos tipos de
piso.
Palavras-chave: Futebol 7, superfície de campo relvado, superfície de campo pelado,
jogo em relvado, jogo em pelado, elementos técnicos futebol.
Technical difference between grass and gravel´s field
Abstract: This article wants to reveal the technical differences that appear when the
comparison between grass and gravel´s field in Football of 7, where the success
percentage of the test is higher because of the immaturity of the players. During the
article are comparison of technical elements supported by contact with the ground and
some technical elements that exist because of the bad conditions of the field´s ground.
Specifies also some reasons that lead to dynamic changes of the game because of the
different types of ground.
Key-words: Football of 7, grass field, gravel´s field, game in grass, game in gravel,
technical football elements
Introdução

fluidez ao jogo da sua equipa. Cruyff

O futebol de 7 é para o autor a forma

(2002) afirma que as circunstâncias

simplificada

em

específicas que derivam de um tipo de

competição dos escalões mais jovens de

jogo implicam a necessidade de um

formação

melhor

jogador recorrer á técnica de modo a

transmissão aos jovens de todas a

conseguir controlar uma bola que pode

sensações e particularidades do futebol

chegar a meia altura, ao peito ou mesmo

de 11 de uma forma intensa e dinâmica.

à cabeça. Mesmo assim não existe uma

de

jogo

permitindo

a

ter

uma

definição perfeita da técnica, será algo
A técnica é sem dúvida o principal
elemento capaz de caracterizar a relação

claramente que se consegue distinguir
num atletas mas não explicável.

e capacidade que o jogador tem quando
a bola está em seu domínio. Para se

De acordo com Dias (2009), o tipo de

alcançar

piso influência o ressalto da bola,

os

futebolísticos

altos
é

patamares

imprescindível

a

determinando o tipo de jogo que se vai

capacidade de ter uma boa técnica, que

desenrolar.

por vezes se identifica numa recepção

Cruyff (2002) afirmou que quando se

de bola, num passe ou mais evidente por

joga num campo relvado e existe um

vezes no drible.

choque contra um jogador, a tendência é

Horrillo Calvo (2002) assinala que

de cair para o chão sem atribuir

técnica é fundamental para se jogar

qualquer importância, porém quando o

bem. Um jogador de futebol não

mesmo acontece na rua ou no cimento a

alcançará o nível superior se não souber

partir do momento que o atleta se

receber corretamente uma bola, ou se

lesiona aprende a movimentar-se e

não souber passar com qualidade. Calvo

reagir com mais rapidez de modo a

compara ainda que quanto melhor se

evitar um novo choque.

toca na bola, melhor se joga, assim
como quando melhor se fala, melhor se
entende as pessoas.
Quanto maior a exigência do jogo,
maior

serão

as

circunstâncias

especificas capazes apenas de ser
resolvidas por jogadores com técnica
apurada, criando assim uma maior


Caracterização da Amostra
A amostra é constituída por uma seleção
dos elementos com mais tempo de
participação nos jogos, pela equipa de
Benjamins B do Sporting Clube de
Espinho constituída por nove jogadores
de campo e dois guarda-redes. Estes

Número de fintas com êxito;



Metodologia

Número de perdas de bola (má
receção);



bola;




de

passes

errados

Número de passes com sucesso
aéreos;



Número de passes com sucesso
pelo solo; e

tiveram um conhecimento prévio da
utilização dos seus dados estatísticos

Número
aéreos;

e tem um modelo de jogo fomentado.
Os elementos afetados pelo estudo não

Número de passes errados pelo
solo;

têm menos ou dez anos de idade e já
conhecem bem as posições que ocupam

Número de recuperações de



Número de toques na receção.

para contribuição deste, de modo a
evitar algum tipo de mudança de

Será então avaliado os aspetos técnicos

comportamento

as

individuais acima referidos da equipa de

qualidades técnicas deste e que pudesse

Benjamins B do Sporting Clube de

de alguma forma descredibilizar o

Espinho contra cinco equipas tanto em

projeto.

campo

que

afeta-se

O instrumento utilizado foi a recolha
estatística de análise técnica retirada a
cada jogador nos jogos com a mesma
equipa tanto em campo pelado como em
campo relvado.
Deste modo, procedeu-se à análise das
seguintes nos aspetos técnicos:
Número

de

desarmes

em

equilíbrio corporal;


Número

de

envolvendo o solo;

como

em

campo

sintético.

Procedimento



pelado

desarmes

Tabela 2 – Jogos observados por tipo de
campo
a bola sofre antes mesmo do momento

Resultados e Discussão
Análise dos jogos entre S.C.

de receção.
Ao nível dos passes a referência vai

Espinho e C.F.U. Lamas

para o campo relvado onde a equipa
conseguiu produzir quase o dobro dos
passes com sucesso comparativamente
com o campo pelado, conforme se pode
verificar no gráfico 1. Quando o passe é
executado maioritariamente, pelo solo
nota-se um significativo aumento do
erro no campo pelado.
Gráfico 1 – Análise comparativa das partidas S.C.
Espinho vs C.F.U. Lamas

Análise dos jogos entre S.C.
Espinho e A.D.R. Vilamaior
A primeira evidência entre estes dois
jogos

prende-se

sobretudo

pela

diminuição dos desarmes em campo
pelado, a razão mais objetiva prende-se
com o receio dos atletas ao nível do
confronto

físico,

pois

possibilita

algumas quedas no solo. A sustentar
esta teoria temos o elevado número de
desarmes envolvendo o solo que os
atletas executaram em campo relvado.
A existência de perdas de bola causadas
por

má

receção

tem

sobretudo

incidência no estado do terreno que com

Gráfico 2 – Análise comparativa das partidas S.C.
Espinho vs A.D.R. Vilamaior

demasiados sobressaltos dificultam e
muito a capacidade técnica ao nível da

Este são dois jogos com características

receção. Neste mesmo aspeto temos

bem diferentes relativamente aos jogos

uma média superior de toques por

analisados neste trabalho. Apesar dos

receção no campo pelado, mais uma vez

desarmes envolvendo o solo serem na

devido às irregularidades do trajeto que

mesma

quantidade

continua-se

a
verificar no geral que o número de

Análise dos jogos entre S.C.

desarmes é superior no relvado, onde o

Espinho e Canedo F.C.

contacto físico tem mais consistência.
Nestes confrontos é no relvado que se
encontra

uma

maior

procura

de

desequilibrar o jogo através de fintas
realizadas

com

sucesso.

Nestes

encontros continua-se a notar algum
equilíbrio ao nível das recuperações de
bola, que deve-se sobretudo à postura
demasiado ofensiva que as duas equipas
tiveram nos dois jogos.
A capacidade de receber o melhor
possível em menor tempo e número de

Gráfico 3 – Análise comparativa das partidas S.C.
Espinho vs Canedo F.C

toques está mais uma vez favorável ao
campo relvado, que produz no compilo
geral um jogo de maior fluidez na
circulação da bola.

Até mesmo pela demonstração dos
resultados consegue-se perceber que
estes são jogos de muito confronto

Mesmo que o total de passes não seja
muito distinto, até mesmo no total de
passes com sucesso, é contínuo ainda a
tendência para errar o passe quando este
é feito pelo solo pelado. O que origina
como os dados evidenciam, conforme
gráfico 2, uma maior tendência para os
atletas procurarem o passe por via aérea
que decerta forma prejudica a qualidade
de jogo e os princípios de rápida

físico o que levam a um jogo mais
individualizado, que neste caso surge
mais favorável à equipa quando esta
jogo no seu campo relvado. Este
pormenor é evidenciado no número de
fintas com sucesso em que a equipa do
S.C. Espinho em casa consegue ter um
aproveitamento

três

vezes

superior

aquando da comparação da prática do
jogo em campo pelado.

circulação de bola incutidos na equipa
desde o início da temporada.

Nestes encontros a ligação entre o tipo
de piso e os desarmes é bem favorável
quando o jogo é praticado em campo
relvado principalmente, quanto aos
desarmes pelo solo em que o S.C.

Análise dos jogos entre S.C.

Espinho executa cinco vezes mais

Espinho e Fiães S.C.

quando o futebol é praticado em campo
relvado,

uma

diferença

bastante

considerável tendo em atenção que esta
equipa tem dois excelentes executantes
neste tipo de desarmes.
Sendo estes jogos mais de cariz de
confronto

individual,

muitas

vezes

baseados na força é natural que o
número de recuperações (recuperação
da posse de bola quando esta se
encontra fora do alcance das duas
equipas) esteja num patamar muito
idêntico.
Mesmo que a média do número de

Gráfico 4 – Análise comparativa das partidas S.C.
Espinho vs Fiães S.C.

toques por receção em campo relvado
não seja muito inferior em campo
pelado é de salientar que o número de

Este dois jogos confrontam a equipa do

passes em campo relvado é bastante

S.C. de Espinho a jogar no seu habitual

superior, e o cenário mais ainda

relvado sintético e a jogar num dos

favorece a equipa do S.C. de Espinho

campos pelados mais complicados do

quando este joga no campo relvado no

campeonato devido à suas grandes

momento em que repara na diferença

dimensões e à falta de qualidade que

entre campos em termos de sucesso na

este cada vez mais acentua.

realização do passe pelo solo. De

Na comparação relativa aos desarmes a

encontra a este mesmo sentido vai o

falta de desarmes que envolvendo o solo

aumento da percentagem de erros na

no campo pelado demonstram bem o

execução dos passes em campo pelado,

possível receio intencional dos atletas

conforme tabela7.

em relação a terem contacto com o solo
que possa originária alguma dor.
Mais uma vez é evidente no campo
pelado o número de vezes em que se
perde uma bola por má receção, o que
leva a uma adaptação dos jogadores ao
meio e o consecutivo aumento da média
de toques por receção neste campo.
Ao contrário de aquilo que vem sendo
normal nestes jogos foi no campo
pelado a ocorrência de mais passes,
porém dobrou o aumento de erro nesses
mesmos passes, conforme gráfico 4.
Esta inconsistência que acontece ao

Gráfico 5 – Análise comparativa das partidas S.C.
Espinho vs A.D.C. Sanguedo

nível do passe leva adaptações dos
atletas, que com o erro a surgir muitas
vezes desviam do plano de jogo como

Os dois jogos anteriores atribuíam a

se evidência num aumento desmedido

equipa do S.C. Espinho um maior

da tentativa de passes por via aérea. Por

favoritismo promovendo assim a seu

consequência, a menor capacidade dos

favor as estatísticas resultantes do jogo.

atletas neste tipo de passe nas suas

O aumento do espaço, de forma a pôr

idades leva a que no pelado a bola

em prática o seu jogo resulta também

desloque-se

num maior procura da finta durante o

aumente

por

espaços

assim

o

vazios

número

recuperações de bola.

e
de

jogo.
Em continuação ao que vem sendo os
resultados, mais uma vez, os atletas da
equipa

S.C.

Espinho

evitam

os

desarmes que envolvam o solo quando o
Análise dos jogos entre S.C.

jogo se desenrola em campo pelado,

Espinho e A.D.C. Sanguedo

conforme demonstra o gráfico 5.
Torna-se interessante identificar um
aumento desmedido da perda de bola
por má receção no campo pelado, que
pode estar associado ao aumento do
espaço para a equipa espinhense impor
o seu jogo, isto origina a execução de
muitos

passes

tensos

de

maior
dificuldade de receção mas ditando um

discrepância com 86% do resultado

maior

Outra

total a verificar-se em campo relvado.

consequência de arriscar mais o passe é

Um fator muito importante é o feedback

sem dúvida a média de toques por

recebido, dos atletas durante todo este

receção que levará a um aumento no

processo, estes davam conta do receio

campo pelado.

de contato com um solo, uma vez que

ritmo

ao

jogo.

A disparidade ao nível do passe é mais

este tinha muitas “pedras” e provocava

uma mas vez evidente, na maior procura

dor, ainda nesta mesma linha de

do passe aéreo no campo pelado e uma

pensamento, há que considerar todas as

maior utilização e concretização com

mazelas

sucesso do passe pelo solo no campo

anteriores que aumentavam o receio no

relvado.

contacto com o solo.

adquiridas

nos

encontros

Outro dos dados que evidenciam a
diferença entre estes campos é no
número de fintas com êxito, conforme
Análise global dos jogos analisados

se pode verificar na tabela 10, é bastante
superior no campo relvado, isto porque
neste campo, sendo a trajetória da bola
mais linear não leva a uma preocupação
tão intensa para o domínio desta.
As perdas de bola e a média de toques
por receção dois dos critérios mais
importantes no decorrer do jogo a ter
em conta por parte do treinador
aumentou no campo pelado, muito

Gráfico 6 – Análise global das partidas analisadas

sobretudo a incapacidade de receção
nos momentos de pressão mais intensa
por parte da equipa adversária.

Em termos de análise geral é importante
salientar que apesar do número de
desarmes em equilíbrio corporal ser
equilibrado é nos termos dos desarmes
em contacto pelo solo a primeira grande

Em termos do índice técnico do passe
este

tem

uma

percentagem

muito

superior de execução no relvado, pois a
capacidade de impor um maior ritmo
nas execuções dos passes é sem dúvida
mais facilitada. É importante verificar a

com

opção de aumentar o número de passes

percentual na variável fintas

por via aérea quando o jogo se está a

com êxito em campo sintético

desenrolar no campo pelado, em sentido

provocada pela maior rapidez e

contrário a disparidade favorável á

fluidez na condução que este

preferência pela execução do passe pelo

tipo de campo porprociona.

solo toma números bem ilustrativos. Em



a

expressiva

diferença

Devido a vários fatores, por

termos da execução do passe pelo solo o

exemplo o receio, há uma maior

sucesso é em grande percentagem

procura

melhor em campo relvado, e o erro

envolvem o solo em campo

decorre mais vezes no campo pelado.

sintético,

Nos

demonstrada pela percentagem

termos

do

passe

aéreo

a

aos

esta

desarmes

que

situação

é

percentagem de erro e sucesso é

bem

superior em campo pelado, pois é neste

comparada com campo pelado.


que este tipo de passe surge mais.

significativa

quando

Devido a uma inconstância na
capacidade de concluir com
sucesso os passes pelo solo em

Conclusão

campo

pelado

os

atletas

Com e elaboração do presente estudo,

recorrem aos passes pela via

considerando as hipóteses e questões

aérea com maior insistência no

levantadas

campo pelado.

em

conjunto

com

as

respostas obtidas pode-se concluir que:




Existe uma grande disparidade

uma

diferença do número total de

percentagem mais significativa

passes nos dois tipos de campo,

no campo sintético uma vez que

a percentagem expressiva de

a trajetória da bola é mais

passes em campo sintético leva-

uniforme neste tipo de campo.

nos a concluir que neste tipo de

A média de toques de receção da

campo existe uma maior troca

bola é ligeiramente superior no

de bola coletiva e fluidez no seu

campo pelado;


de resultados, no que concerne à

e



O sucesso na execução do passe

jogo.

na

Existe

receção

uma

tem

diferença,

demonstrada no presente estudo



A

desproporcionalidade

no

aumento das recuperações de
bola em campo pelado leva-nos
a concluir o grandíssimo número
de vezes que a bola não tem um
portador de bola definido.
Como foi evidente, durante o estudo,
existe uma diferença na quase totalidade
das variáveis analisadas que comprova
uma

adaptação

do

comportamento

técnico dos atletas aos diferentes pisos,

Desporto e de Educação Física da
Universidade do Porto.
FONSECA, H.; GARGANTA, J.
(2006). Futebol de Rua: um Beco com
Saída: do jogo espontâneo à prática
deliberada, Lisboa: Visão e contextos.
FONSECA, H.; (2006). Futebol de Rua,
um fenómeno em vias de extinção?
Contributos e Implicações para a
aprendizagem. Monografia. Faculdade
de Ciências do Desporto e de Educação
Física da Universidade do Porto.

devido a alterações de eficiência que
estes

sofrem

sobretudo

mais

negativamente em campo pelado.
Na conjugação de todos resultados
surge a evidência que no campo pelado
a bola sofre demasiadas alterações
durante as suas trajetórias, isto leva a
um desinteresse dos atletas por estas
superfícies por lhes causar mais
dificuldades.

Bibliografia
BRITO, P.; (1994). Observação directa
e sistemática do comportamento. Cruz
Quebrada: FMH.
CASTELO, J. (1996). Futebol: A
organização do jogo. Edição do autor.
CRUYFF, J.; (2002). Me gusta el
Fútbol. RBA Libros S.A. Barcelona.
DIAS, C.; (2009). Análise Táctica no
Futebol: Estudo exploratório dos
comportamentos
tácticos
desempenhados por jogadores no
campo relvado e no campo pelado.
Monografia. Faculdade de Ciências do

FRADE, V. (2008). Opção de Futebol.
Porto: Faculdade de Desporto da
Universidade
do
Porto
(Texto
policopiado).
GARGANTA, J.; PINTO, J. (1994). “O
ensino do futebol”. In: GRAÇA, A.;
OLIVERA, J. (Ed.). O ensino dos jogos
desportivos. Faculdade de Ciências do
Desporto e de Educação Física da
Universidade do Porto: Rainho & Neves
Lda, v1. pp.95-136.
GARGANTA, J. (1997). Modelação
táctica do jogo de futebol – estudo da
organização da fase ofensiva em
equipas de alto rendimento. Dissertação
de Doutoramento. Faculdade de
Ciências do Desporto e de Educação
Física da Universidade do Porto.
GARGANTA, J. (1998). Analisar o
jogo nos jogos desportivos colectivos.
Uma preocupação comum ao treinador
e ao investigador. Revista Horizonte
XIV (83): pp. 7-14.
GARGANTA, J.; PINTO, J. (1998). “O
ensino do futebol”. In: GRAÇA, A.;
OLIVEIRA, J. (Eds.). O ensino dos
jogos desportivos. 3. ed. Porto: Centro
de
Estudos
dos
Jogos
Desportivos/FCDEF-UP, pp.95-135.
GARGANTA, J. (2000). “O treino da
táctica e da estratégia nos jogos
desportivos”.In: GARGANTA, J. (Ed.),
Horizonte e órbitas no trino dos jogos
Desportivos. Porto: Converge Artes
Gráficas.
GARGANTA, J. (2001). A análise da
performance nos jogos desportivos.
Revisão acerca da análise do jogo.
Revista Portuguesa de Ciências do
Desporto 1(1): pp. 57-64.
HUGHES, C. (1994). The football
association coaching book of soccer
tactics and skills. British Broadcasting
Corporation.
LOPES, J.; (2007). Análise Diacrónica
Heterocontigente dos Métodos de Jogo
Ofensivo no Futebol. Tese de Mestrado.
Faculdade de Ciências do Desporto e de
Educação Física da Universidade do
Porto.
MOUTINHO, C.; (1993). Construção
de um sistema de observação e
avaliação da distribuição em voleibol,
para
equipas
de
rendimento.
Dissertação. Faculdade de Ciências do
Desporto e de Educação Física da
Universidade do Porto.
PACHECO, R.; GARGANTA, J.
(2001). O ensino do Futebol: Futebol 7:
um jogo de iniciação ao futebol de 11.
S. Mamede Infesta: Grafiasa.
QUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L.
(1992). Manuel de investigaçao em
ciências sociais. Coleção Fragmentos
TEODORESCU, L. (2003). Problemas
de teoria e metodologia nos jogos
desportivos. Lisboa: Edições Livros
Horizonte.

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Diferença Relvado e Pelado

  • 1. Artigo Original Análise técnica comparativa através de um estudo estatístico-analítico do comportamento dos jogadores no campo sintético e no campo pelado no Futebol de 7. ComparativeTechnical review from a statistic and analytic study about the behavior of the players in sintetic and gravel´s field in Futeball of 7. Diferença técnica entre campo relvado e campo pelado.
  • 2. Artigo Original Análise técnica comparativa através de um estudo estatístico-analítico do comportamento dos jogadores no campo sintético e no campo pelado no Futebol de 7. ComparativeTechnical review from a statistic and analytic study about the behavior of the players in sintetic and gravel´s field in Futeball of 7. Diferença técnica entre campo relvado e campo pelado. Filipe Daniel Pinto Silva filipe_pinto_silva@hotmail.com Instituto PIAGET Campus Académico de Vila Nova de Gaia Escola Superior de Educação Jean Piaget – Arcozelo (Decreto – Lei nº 468/88, de 16 de Dezembro)
  • 3. Diferença técnica entre campo relvado e campo pelado. Resumo: Este artigo pretende relevar as diferenças técnicas que surgem na comparação entre campo relvado e campo pelado na vertente de futebol de 7, onde o percentual de sucesso do teste é maior devido a imaturidade dos atletas envolvidos. No decorrer do artigo encontra-se em termos de comparação elementos técnicos que tem por base o contacto com o solo e alguns elementos técnicos que surgem por necessidade devido á falta de condições do estado do piso. Especifica também alguns motivos que levam às modificações da dinâmica do jogo resultantes das diferentes dinâmicas dos tipos de piso. Palavras-chave: Futebol 7, superfície de campo relvado, superfície de campo pelado, jogo em relvado, jogo em pelado, elementos técnicos futebol.
  • 4. Technical difference between grass and gravel´s field Abstract: This article wants to reveal the technical differences that appear when the comparison between grass and gravel´s field in Football of 7, where the success percentage of the test is higher because of the immaturity of the players. During the article are comparison of technical elements supported by contact with the ground and some technical elements that exist because of the bad conditions of the field´s ground. Specifies also some reasons that lead to dynamic changes of the game because of the different types of ground. Key-words: Football of 7, grass field, gravel´s field, game in grass, game in gravel, technical football elements
  • 5. Introdução fluidez ao jogo da sua equipa. Cruyff O futebol de 7 é para o autor a forma (2002) afirma que as circunstâncias simplificada em específicas que derivam de um tipo de competição dos escalões mais jovens de jogo implicam a necessidade de um formação melhor jogador recorrer á técnica de modo a transmissão aos jovens de todas a conseguir controlar uma bola que pode sensações e particularidades do futebol chegar a meia altura, ao peito ou mesmo de 11 de uma forma intensa e dinâmica. à cabeça. Mesmo assim não existe uma de jogo permitindo a ter uma definição perfeita da técnica, será algo A técnica é sem dúvida o principal elemento capaz de caracterizar a relação claramente que se consegue distinguir num atletas mas não explicável. e capacidade que o jogador tem quando a bola está em seu domínio. Para se De acordo com Dias (2009), o tipo de alcançar piso influência o ressalto da bola, os futebolísticos altos é patamares imprescindível a determinando o tipo de jogo que se vai capacidade de ter uma boa técnica, que desenrolar. por vezes se identifica numa recepção Cruyff (2002) afirmou que quando se de bola, num passe ou mais evidente por joga num campo relvado e existe um vezes no drible. choque contra um jogador, a tendência é Horrillo Calvo (2002) assinala que de cair para o chão sem atribuir técnica é fundamental para se jogar qualquer importância, porém quando o bem. Um jogador de futebol não mesmo acontece na rua ou no cimento a alcançará o nível superior se não souber partir do momento que o atleta se receber corretamente uma bola, ou se lesiona aprende a movimentar-se e não souber passar com qualidade. Calvo reagir com mais rapidez de modo a compara ainda que quanto melhor se evitar um novo choque. toca na bola, melhor se joga, assim como quando melhor se fala, melhor se entende as pessoas. Quanto maior a exigência do jogo, maior serão as circunstâncias especificas capazes apenas de ser resolvidas por jogadores com técnica apurada, criando assim uma maior
  • 6.  Caracterização da Amostra A amostra é constituída por uma seleção dos elementos com mais tempo de participação nos jogos, pela equipa de Benjamins B do Sporting Clube de Espinho constituída por nove jogadores de campo e dois guarda-redes. Estes Número de fintas com êxito;  Metodologia Número de perdas de bola (má receção);  bola;    de passes errados Número de passes com sucesso aéreos;  Número de passes com sucesso pelo solo; e tiveram um conhecimento prévio da utilização dos seus dados estatísticos Número aéreos; e tem um modelo de jogo fomentado. Os elementos afetados pelo estudo não Número de passes errados pelo solo; têm menos ou dez anos de idade e já conhecem bem as posições que ocupam Número de recuperações de  Número de toques na receção. para contribuição deste, de modo a evitar algum tipo de mudança de Será então avaliado os aspetos técnicos comportamento as individuais acima referidos da equipa de qualidades técnicas deste e que pudesse Benjamins B do Sporting Clube de de alguma forma descredibilizar o Espinho contra cinco equipas tanto em projeto. campo que afeta-se O instrumento utilizado foi a recolha estatística de análise técnica retirada a cada jogador nos jogos com a mesma equipa tanto em campo pelado como em campo relvado. Deste modo, procedeu-se à análise das seguintes nos aspetos técnicos: Número de desarmes em equilíbrio corporal;  Número de envolvendo o solo; como em campo sintético. Procedimento  pelado desarmes Tabela 2 – Jogos observados por tipo de campo
  • 7. a bola sofre antes mesmo do momento Resultados e Discussão Análise dos jogos entre S.C. de receção. Ao nível dos passes a referência vai Espinho e C.F.U. Lamas para o campo relvado onde a equipa conseguiu produzir quase o dobro dos passes com sucesso comparativamente com o campo pelado, conforme se pode verificar no gráfico 1. Quando o passe é executado maioritariamente, pelo solo nota-se um significativo aumento do erro no campo pelado. Gráfico 1 – Análise comparativa das partidas S.C. Espinho vs C.F.U. Lamas Análise dos jogos entre S.C. Espinho e A.D.R. Vilamaior A primeira evidência entre estes dois jogos prende-se sobretudo pela diminuição dos desarmes em campo pelado, a razão mais objetiva prende-se com o receio dos atletas ao nível do confronto físico, pois possibilita algumas quedas no solo. A sustentar esta teoria temos o elevado número de desarmes envolvendo o solo que os atletas executaram em campo relvado. A existência de perdas de bola causadas por má receção tem sobretudo incidência no estado do terreno que com Gráfico 2 – Análise comparativa das partidas S.C. Espinho vs A.D.R. Vilamaior demasiados sobressaltos dificultam e muito a capacidade técnica ao nível da Este são dois jogos com características receção. Neste mesmo aspeto temos bem diferentes relativamente aos jogos uma média superior de toques por analisados neste trabalho. Apesar dos receção no campo pelado, mais uma vez desarmes envolvendo o solo serem na devido às irregularidades do trajeto que mesma quantidade continua-se a
  • 8. verificar no geral que o número de Análise dos jogos entre S.C. desarmes é superior no relvado, onde o Espinho e Canedo F.C. contacto físico tem mais consistência. Nestes confrontos é no relvado que se encontra uma maior procura de desequilibrar o jogo através de fintas realizadas com sucesso. Nestes encontros continua-se a notar algum equilíbrio ao nível das recuperações de bola, que deve-se sobretudo à postura demasiado ofensiva que as duas equipas tiveram nos dois jogos. A capacidade de receber o melhor possível em menor tempo e número de Gráfico 3 – Análise comparativa das partidas S.C. Espinho vs Canedo F.C toques está mais uma vez favorável ao campo relvado, que produz no compilo geral um jogo de maior fluidez na circulação da bola. Até mesmo pela demonstração dos resultados consegue-se perceber que estes são jogos de muito confronto Mesmo que o total de passes não seja muito distinto, até mesmo no total de passes com sucesso, é contínuo ainda a tendência para errar o passe quando este é feito pelo solo pelado. O que origina como os dados evidenciam, conforme gráfico 2, uma maior tendência para os atletas procurarem o passe por via aérea que decerta forma prejudica a qualidade de jogo e os princípios de rápida físico o que levam a um jogo mais individualizado, que neste caso surge mais favorável à equipa quando esta jogo no seu campo relvado. Este pormenor é evidenciado no número de fintas com sucesso em que a equipa do S.C. Espinho em casa consegue ter um aproveitamento três vezes superior aquando da comparação da prática do jogo em campo pelado. circulação de bola incutidos na equipa desde o início da temporada. Nestes encontros a ligação entre o tipo de piso e os desarmes é bem favorável quando o jogo é praticado em campo relvado principalmente, quanto aos
  • 9. desarmes pelo solo em que o S.C. Análise dos jogos entre S.C. Espinho executa cinco vezes mais Espinho e Fiães S.C. quando o futebol é praticado em campo relvado, uma diferença bastante considerável tendo em atenção que esta equipa tem dois excelentes executantes neste tipo de desarmes. Sendo estes jogos mais de cariz de confronto individual, muitas vezes baseados na força é natural que o número de recuperações (recuperação da posse de bola quando esta se encontra fora do alcance das duas equipas) esteja num patamar muito idêntico. Mesmo que a média do número de Gráfico 4 – Análise comparativa das partidas S.C. Espinho vs Fiães S.C. toques por receção em campo relvado não seja muito inferior em campo pelado é de salientar que o número de Este dois jogos confrontam a equipa do passes em campo relvado é bastante S.C. de Espinho a jogar no seu habitual superior, e o cenário mais ainda relvado sintético e a jogar num dos favorece a equipa do S.C. de Espinho campos pelados mais complicados do quando este joga no campo relvado no campeonato devido à suas grandes momento em que repara na diferença dimensões e à falta de qualidade que entre campos em termos de sucesso na este cada vez mais acentua. realização do passe pelo solo. De Na comparação relativa aos desarmes a encontra a este mesmo sentido vai o falta de desarmes que envolvendo o solo aumento da percentagem de erros na no campo pelado demonstram bem o execução dos passes em campo pelado, possível receio intencional dos atletas conforme tabela7. em relação a terem contacto com o solo que possa originária alguma dor. Mais uma vez é evidente no campo pelado o número de vezes em que se
  • 10. perde uma bola por má receção, o que leva a uma adaptação dos jogadores ao meio e o consecutivo aumento da média de toques por receção neste campo. Ao contrário de aquilo que vem sendo normal nestes jogos foi no campo pelado a ocorrência de mais passes, porém dobrou o aumento de erro nesses mesmos passes, conforme gráfico 4. Esta inconsistência que acontece ao Gráfico 5 – Análise comparativa das partidas S.C. Espinho vs A.D.C. Sanguedo nível do passe leva adaptações dos atletas, que com o erro a surgir muitas vezes desviam do plano de jogo como Os dois jogos anteriores atribuíam a se evidência num aumento desmedido equipa do S.C. Espinho um maior da tentativa de passes por via aérea. Por favoritismo promovendo assim a seu consequência, a menor capacidade dos favor as estatísticas resultantes do jogo. atletas neste tipo de passe nas suas O aumento do espaço, de forma a pôr idades leva a que no pelado a bola em prática o seu jogo resulta também desloque-se num maior procura da finta durante o aumente por espaços assim o vazios número recuperações de bola. e de jogo. Em continuação ao que vem sendo os resultados, mais uma vez, os atletas da equipa S.C. Espinho evitam os desarmes que envolvam o solo quando o Análise dos jogos entre S.C. jogo se desenrola em campo pelado, Espinho e A.D.C. Sanguedo conforme demonstra o gráfico 5. Torna-se interessante identificar um aumento desmedido da perda de bola por má receção no campo pelado, que pode estar associado ao aumento do espaço para a equipa espinhense impor o seu jogo, isto origina a execução de muitos passes tensos de maior
  • 11. dificuldade de receção mas ditando um discrepância com 86% do resultado maior Outra total a verificar-se em campo relvado. consequência de arriscar mais o passe é Um fator muito importante é o feedback sem dúvida a média de toques por recebido, dos atletas durante todo este receção que levará a um aumento no processo, estes davam conta do receio campo pelado. de contato com um solo, uma vez que ritmo ao jogo. A disparidade ao nível do passe é mais este tinha muitas “pedras” e provocava uma mas vez evidente, na maior procura dor, ainda nesta mesma linha de do passe aéreo no campo pelado e uma pensamento, há que considerar todas as maior utilização e concretização com mazelas sucesso do passe pelo solo no campo anteriores que aumentavam o receio no relvado. contacto com o solo. adquiridas nos encontros Outro dos dados que evidenciam a diferença entre estes campos é no número de fintas com êxito, conforme Análise global dos jogos analisados se pode verificar na tabela 10, é bastante superior no campo relvado, isto porque neste campo, sendo a trajetória da bola mais linear não leva a uma preocupação tão intensa para o domínio desta. As perdas de bola e a média de toques por receção dois dos critérios mais importantes no decorrer do jogo a ter em conta por parte do treinador aumentou no campo pelado, muito Gráfico 6 – Análise global das partidas analisadas sobretudo a incapacidade de receção nos momentos de pressão mais intensa por parte da equipa adversária. Em termos de análise geral é importante salientar que apesar do número de desarmes em equilíbrio corporal ser equilibrado é nos termos dos desarmes em contacto pelo solo a primeira grande Em termos do índice técnico do passe este tem uma percentagem muito superior de execução no relvado, pois a capacidade de impor um maior ritmo nas execuções dos passes é sem dúvida
  • 12. mais facilitada. É importante verificar a com opção de aumentar o número de passes percentual na variável fintas por via aérea quando o jogo se está a com êxito em campo sintético desenrolar no campo pelado, em sentido provocada pela maior rapidez e contrário a disparidade favorável á fluidez na condução que este preferência pela execução do passe pelo tipo de campo porprociona. solo toma números bem ilustrativos. Em  a expressiva diferença Devido a vários fatores, por termos da execução do passe pelo solo o exemplo o receio, há uma maior sucesso é em grande percentagem procura melhor em campo relvado, e o erro envolvem o solo em campo decorre mais vezes no campo pelado. sintético, Nos demonstrada pela percentagem termos do passe aéreo a aos esta desarmes que situação é percentagem de erro e sucesso é bem superior em campo pelado, pois é neste comparada com campo pelado.  que este tipo de passe surge mais. significativa quando Devido a uma inconstância na capacidade de concluir com sucesso os passes pelo solo em Conclusão campo pelado os atletas Com e elaboração do presente estudo, recorrem aos passes pela via considerando as hipóteses e questões aérea com maior insistência no levantadas campo pelado. em conjunto com as respostas obtidas pode-se concluir que:   Existe uma grande disparidade uma diferença do número total de percentagem mais significativa passes nos dois tipos de campo, no campo sintético uma vez que a percentagem expressiva de a trajetória da bola é mais passes em campo sintético leva- uniforme neste tipo de campo. nos a concluir que neste tipo de A média de toques de receção da campo existe uma maior troca bola é ligeiramente superior no de bola coletiva e fluidez no seu campo pelado;  de resultados, no que concerne à e  O sucesso na execução do passe jogo. na Existe receção uma tem diferença, demonstrada no presente estudo  A desproporcionalidade no aumento das recuperações de
  • 13. bola em campo pelado leva-nos a concluir o grandíssimo número de vezes que a bola não tem um portador de bola definido. Como foi evidente, durante o estudo, existe uma diferença na quase totalidade das variáveis analisadas que comprova uma adaptação do comportamento técnico dos atletas aos diferentes pisos, Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto. FONSECA, H.; GARGANTA, J. (2006). Futebol de Rua: um Beco com Saída: do jogo espontâneo à prática deliberada, Lisboa: Visão e contextos. FONSECA, H.; (2006). Futebol de Rua, um fenómeno em vias de extinção? Contributos e Implicações para a aprendizagem. Monografia. Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto. devido a alterações de eficiência que estes sofrem sobretudo mais negativamente em campo pelado. Na conjugação de todos resultados surge a evidência que no campo pelado a bola sofre demasiadas alterações durante as suas trajetórias, isto leva a um desinteresse dos atletas por estas superfícies por lhes causar mais dificuldades. Bibliografia BRITO, P.; (1994). Observação directa e sistemática do comportamento. Cruz Quebrada: FMH. CASTELO, J. (1996). Futebol: A organização do jogo. Edição do autor. CRUYFF, J.; (2002). Me gusta el Fútbol. RBA Libros S.A. Barcelona. DIAS, C.; (2009). Análise Táctica no Futebol: Estudo exploratório dos comportamentos tácticos desempenhados por jogadores no campo relvado e no campo pelado. Monografia. Faculdade de Ciências do FRADE, V. (2008). Opção de Futebol. Porto: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (Texto policopiado). GARGANTA, J.; PINTO, J. (1994). “O ensino do futebol”. In: GRAÇA, A.; OLIVERA, J. (Ed.). O ensino dos jogos desportivos. Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto: Rainho & Neves Lda, v1. pp.95-136. GARGANTA, J. (1997). Modelação táctica do jogo de futebol – estudo da organização da fase ofensiva em equipas de alto rendimento. Dissertação de Doutoramento. Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto. GARGANTA, J. (1998). Analisar o jogo nos jogos desportivos colectivos. Uma preocupação comum ao treinador e ao investigador. Revista Horizonte XIV (83): pp. 7-14. GARGANTA, J.; PINTO, J. (1998). “O ensino do futebol”. In: GRAÇA, A.; OLIVEIRA, J. (Eds.). O ensino dos jogos desportivos. 3. ed. Porto: Centro de Estudos dos Jogos Desportivos/FCDEF-UP, pp.95-135.
  • 14. GARGANTA, J. (2000). “O treino da táctica e da estratégia nos jogos desportivos”.In: GARGANTA, J. (Ed.), Horizonte e órbitas no trino dos jogos Desportivos. Porto: Converge Artes Gráficas. GARGANTA, J. (2001). A análise da performance nos jogos desportivos. Revisão acerca da análise do jogo. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto 1(1): pp. 57-64. HUGHES, C. (1994). The football association coaching book of soccer tactics and skills. British Broadcasting Corporation. LOPES, J.; (2007). Análise Diacrónica Heterocontigente dos Métodos de Jogo Ofensivo no Futebol. Tese de Mestrado. Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto. MOUTINHO, C.; (1993). Construção de um sistema de observação e avaliação da distribuição em voleibol, para equipas de rendimento. Dissertação. Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto. PACHECO, R.; GARGANTA, J. (2001). O ensino do Futebol: Futebol 7: um jogo de iniciação ao futebol de 11. S. Mamede Infesta: Grafiasa. QUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L. (1992). Manuel de investigaçao em ciências sociais. Coleção Fragmentos TEODORESCU, L. (2003). Problemas de teoria e metodologia nos jogos desportivos. Lisboa: Edições Livros Horizonte.