António Damásio é um neurologista português que defende que a mente não é separada do corpo e que os processos mentais têm uma base biológica. Ele estudou pacientes com lesões cerebrais que perderam a capacidade de sentir emoções e viu que isso prejudicou suas habilidades de tomar decisões. Sua teoria dos "marcadores somáticos" explica como as emoções guiam nossas escolhas ao atribuir significado biológico às possíveis consequências de uma decisão.
A teoria de Damásio sobre a interação entre corpo, cérebro e mente
1. António Damásio Trabalho elaborado por: André Teixeira Joana Gomes Guilherme Silva Filipe Garcia Bárbara Granja
2. Teoria de Damásio Damásio rejeita a ideia de uma mente separada do corpo. Os processos mentais têm uma base biológica. Damásio defende que o organismo é constituído por corpo, cérebro e mente. E não pode ser visto separado da sua interacção com o meio. No “Erro de Descartes” argumenta que é possível separar os processos cognitivos dos emocionais, que o corpo e a mente não são entidades separadas e independentes. No seu entender, o erro de Descartes foi o de julgar que o ser humano podia ser uma razão pura. Nos seus estudos de pacientes com lesões no córtex pré-frontal, Damásio reparou que há uma participação substancial das emoções nos processos de decisão e raciocínio.
3. António Damásio – Biografia Nasceu em Lisboa a 25 de Fevereiro a 1944. É um médico neurologista e neurocientista português que trabalha no estudo do cérebro e das emoções humanas. É professor de neurociências na University of Southern Califórnia, onde dirigiu o instituto de pesquisas do cérebro e da criatividade. Licenciou-se em medicina na faculdade de medicina na universidade de Lisboa. O primeiro livro publicado foi: “O erro de Descartes’’ e mais tarde publicou o “Sentimento de Si” e “Ao encontro de Espinosa”.
4. Por mais racionais que possamos considerar as nossas decisões, há sempre emoções a elas associadas. Ficaríamos incapacitados de tomar decisões e de fazer escolhas se deixássemos de sentir emoções.
5. PhineasGage e Elliot Estes casos mostraram a Damásio que a perda da capacidade de sentir emoções prejudicou profundamente a vida dessas pessoas. Tinham um desempenho normal em tarefas verbais e linguísticas, em raciocínio e cálculo matemático, mas não conseguiam decidir em que restaurantes deveriam almoçar. Tornaram-se irresponsáveis. Damásio interpretou essas deficiências como resultado de lesões com áreas cerebrais cujo a função era controlar os sentimentos e as emoções.
6. O caso de Elliot era elucidativo: em laboratório, ou seja, sem o envolvimento emocional, Elliot conseguia predizer o que aconteceria numa dada situação e planearam uma resposta adequada. Mas na vida real era incapaz de tomar a opção correcta e seguia de desastre em desastre. É crença generalizada e muito enraizada que uma pessoa muito emocional ou que age de «cabeça quente» toma frequentemente más decisões. Tomar decisões sensatas e produtivas parece exigir cabeça fria que de forma desapaixonada e puramente racional pesemos os prós e os contras.
7. Damásio mostrou que um reduzido nível de emoção e de paixão é tão prejudicial como um excesso de emoção. A emoção é tão importante como a razão na tomada de decisões e subjaz a todos os nossos processos cognitivos.
8. Hipótese do marcador somático Apresentada por Damásio para explicar o funcionamento da mente quanto a nossa capacidade de escolha. Procura através dessa hipótese fazer-nos compreender o papel das emoções na tomada de decisões. Sem a excitação da emoção, o processo da razão ficaria simplesmente vazio. Nesta e outras situações em que realizamos opções, é preciso restringir o leque das consequências em que possamos pensar ou retirar-lhes peso. É aqui que então os marcadores somáticos.
9. Objecto de estudo Interacção entre corpo e mente, entre processos cognitivos e biológicos ou emocionais. Defende a integração entre corpo e mente. Rejeita uma concepção imaterial da mente . O corpo é a mente dotada das funções de agir, pensar e sentir.
10. Concepção de Ser Humano O ser humano é uma realidade cuja a dimensão biológica é a base da constituição da sua identidade e subjectividade. O homem é sem duvida um animal racional, mas não no sentido a que se defina pela razão. A razão abstracta não é o centro da nossa identidade, não é o que nos define. O que nos caracteriza fundamentalmente é o enraizamento biológico da nossa razão. Não existem processos cognitivos puramente racionais, nem uma razão separada da emoção.
11. A posição de Damásio não é anti-racionalista. A razão é um trunfo adaptativo valioso porque lhe devemos a capacidade de planear, ou ponderar entre alternativas e de antecipar consequências das nossas acções. O que Damásio nega à nossa razão é que possa por si só tomar decisões e avaliar o que é melhor para nós. A razão não perde direitos. Unicamente perde o privilégio de comandar por si o nosso comportamento, as nossas decisões, e de ser desejável que o faça. A nossa razão tem uma base biológica e esquecê-lo é iludir-se sobre uma verdade básica, no entender de Damásio: as emoções e os sentimentos são os pilares do nosso funcionamento mental e do nosso agir.
12. Dicotomia Inato/Adquirido O nosso organismo possui mecanismos automáticos de avaliação dos nossos estados corporais, cujo objectivo é o assegurar a nossa sobrevivência, a nossa integridade física e o funcionamento regular da nossa vida social. Estes mecanismos são designados marcadores somáticos.
13. Dicotomia Interno/Externo A mente não é uma entidade imaterial. Ela é o corpo que age, pensa e sente. As nossas emoções e sentimentos não são ditados pelo mundo externo porque são a forma de o avaliarmos.