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1
O DESAFIO DE ABRIR A “CAIXA-PRETA” NEM SEMPRE ACONTECE 1
Flávia Amaral Rezende
flavia_a_rezende@uol.com.br
Tel ( 11) 9144 8737
Jornalista
LabJor Unicamp
Doutoranda em Cultura Audio Visual e Midia – Instituto de Artes - Unicamp

Resumo
Este artigo discute a notícia jornalística Computadores “escondem” parte da crise
climática, de Eduardo Gerarque, do dia 2 de maio de 2007 no caderno de Ciência da FSP,
à luz da antropologia simétrica de Bruno Latour, descrita na obra Ciência em Ação.
Busca identificar a rede de interesses existente na abordagem escolhida pelo jornalista ao
afirmar que as previsões de aumento de temperatura do Planeta são otimistas demais e
que, ao se abrir a caixa-preta dos modelos de computadores usados pelo IPCC provar-seia que o aquecimento seria mais acentuado. Busca refletir por que a notícia foi replicada
na íntegra em inúmeros sites ambientalistas. E conclui, transitoriamente, que a atividade
de abertura da “caixa-preta” é uma das mais complexas para o jornalismo científico.

Palavras-chave – Controvérsias; linguagem científica; linguagem jornalística, produção
de significado

1

O presente ensaio foi escrito originalmente para a disciplina Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia - Profª Dra. Léa
Velho (IG-UNICAMP) no 1ºsemestre de 2007.
2
Introdução e Objetivos
Este ensaio discute a notícia jornalística Computadores “escondem” parte da crise
climática, de Eduardo Gerarque, publicado no dia 2 de maio de 2007 no caderno de
Ciência da Folha de S.Paulo, à luz da antropologia simétrica de Bruno Latour, descrita
em seu livro Ciência em Ação.
Busca identificar a rede de interesses existente na abordagem escolhida pelo jornalista ao
afirmar que as previsões de aumento de temperatura do Planeta são otimistas demais e
que, ao se abrir a caixa-preta dos modelos de computadores usados pelo IPCC (Painel
Intergovernamental de Mudança de Clima), provar-se-ia que o aquecimento seria mais
acentuado. Para tanto, o autor usa três argumentos de força, sobretudo sobre os nãocientistas: as equações matemáticas decorrentes dos estudos de clima sob a ótica da
Física; a não-existência no Brasil de computadores robustos o suficiente para processar os
milhões de comandos demandados pelos modelos matemáticos; e as afirmações de um
dos mais renomados cientistas brasileiros em modelagem de clima, professor Carlos
Nobre do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O artigo busca refletir, ainda, por que esta notícia acabou sendo replicada na íntegra em
inúmeros sites ambientalistas, aparentemente, como uma ferramenta para reforçar a
posição da instituição (ponto org; ponto.com e ponto.gov) frente ao aquecimento global.
E conclui, transitoriamente, que a atividade de abertura da “caixa-preta” é uma das mais
complexas para o jornalista científico, pois exigiria do analista uma convivência íntima
com os produtores de modelos matemáticos em seus laboratórios (mantendo uma
distância crítica e simétrica); exigiria a localização dos mesmos cientistas na rede de
produção e circulação de conhecimento científico (no centro ou na periferia). Pois, sem
rigorosa análise, sem atender tais exigências, seria leviano anunciar na mídia a abertura
de qualquer “caixa-preta”.

Ponto de partida: antropologia simétrica de Bruno Latour
Para os Estudos Socias da Ciência, sobretudo partir das décadas de 80 e 90, a ciência
passou a ser vista como uma forma de conhecer; uma maneira de se narrar o mundo,
socialmente localizada. Isto é, as ciências são um conjunto (dinâmico) de idéias
hegemônicas que exportam um olhar e uma forma de conhecer o mundo.
Desta maneira, a ciência poderia ser interpretada com uma prática social (Hall, 1997),
realizada a partir de práticas laboratoriais, por meio de recursos humanos e não-humanos
(Latour, 2000) para dar respostas (produzir significado) a fatos e fenômenos, recortados
pelos cientistas. Para tanto, tais idéias, formuladas a partir de determinadas formas de
representação (que refletem as relações e a maneiras de olhar o mundo de seus autores)
teriam de ser aceitas e usadas, como a visão de mundo (preferencialmente hegemônicas).
3
Por isso, o fazer ciência é analisado como uma prática complexa, que inclui inúmeros
atores (não apenas os cientistas) e que não existiria sem a circulação-comunicação das
idéias (significados atribuídos), e sem o reconhecimento dos pares e de uma intricada
rede de representantes de diversos setores da sociedade (academia, mercado e governos).
Por isso, a importância do jornalismo científico como elo forte do poder (político) desta
rede.
Para os sociólogos dos Estudos Sociais da Ciência, como Hall e Latour, para se
compreender o fazer científico, enquanto um instrumento de governância, é preciso
encontrar o caminho que permita abrir a caixa-preta das Ciências. A expressão caixapreta é usada em cibernética sempre que uma máquina ou um conjunto de comandos se
revela complexo demais e, em seu lugar, é desenhada uma caixinha preta. E, por mais
complexa e controvertida que seja sua história, seu funcionamento interno, a rede
comercial ou acadêmica organizada para sua implementação, a única coisa que conta é
o que se põe nela e o que se tira dela. (Latour, 2000 p.14) [grifo nosso].
Qual a porta de entrada para se desvelar a caixa-preta? Para Latour, a porta está na
ciência em construção - e não nos resultados apresentados pelos cientistas. Na Ciência
em construção o contexto e o conteúdo se fundem continuamente. E que, para enxergar
esta rede complexa de relações, deveríamos deixar de lado todos os preconceitos sobre as
distinções entre o contexto em que o saber está inserido e o próprio saber (idem, p.20).
Assim poderiamos compreender as diferenças que aparecem no processo de produção de
significados socialmente localizado – também conhecido como controvérsias – e se
perguntar como e por que elas surgem e como e porque elas se encerram.
Esta diferença de visão da ciência pode ser elucidada com quarta máxima de Juno
apresentada por Latour (p. 28), quando diz que a Ciência pronta (CP) afirma “ O que é
sempre verdade, sempre se sustenta”; enquanto para a Ciência em construção (CemC)
“Quando algo se sustenta, começa a se transformar em verdade.”
Para isso, diz Latour, precisamos aprender a conviver com duas vozes contraditórias que
falam ao mesmo tempo. Enquanto a CP considera fatos e máquinas suficientemente bem
determinados, a CemC acha que fatos e máquinas estão sempre subdeterminados, isto é
nenhum fator isolado é suficiente para o encerramento de uma controvérsia ou a certeza
obtida pelos cientistas. (idem, p.31)
Voltamos à questão central: como abrir uma caixa-preta? Como Latour, entraremos de
mãos dadas com CemC, não levaremos preconceitos relativos ao que constitui o saber,
tentaremos observar o fechamento das caixas-pretas cuidando para perceber as
explicações contraditórias nas várias tentativas de fechamento das controvérsia: Qual a
direção que a controvérsia toma? que tipo de elementos novos a controvérsia adicona
para convencer os colegas? por que sua discussão? para que e por que seus argumentos
são acatados? como acabam sendo escritas (inscritas) nos livros e publicações?
Entrar e sair “impunemente” das Ciências para tentar explicar o “fazer ciência” raramente
acontece. Poucas pessoas de fora – os leigos - penetraram nas atividades internas da
4
ciência e da tecnologia e, depois, sairam para explicar para aqueles que estavam do lado
de fora de que modo aquilo funciona. Aqueles que geralmente entraram para fazer ciência
demonstraram não ter tempo para estudar a propria Ciência. Diz Latour:
Alguns cientistas falam de ciência, de seus métodos e meios, mas poucos se
submetem à disciplina de também agirem como leigos; o que eles dizem sobre o que
fazem é difícil de conferir sem um esquadrinhamento independente. Outras pessoas
falam sobre ciência, de sua solidez, seu fundamento, seu desenvolvimento ou seus
perigos; infelizmente, quase ninguém está interessada no processo de construção da
ciência. Fogem intimidados da mistura caótica revelada pela ciência em ação e
preferem os contornos organizados do método e da racionalidade cientifica.

(Latour, 200 p. 33-34)
Jornalistas, sociólogos, historiadores da ciência e das tecnologias, filósofos, antropólogos
e psicólogos cognitivos são algumas dessas pessoas que se interessam em abrir a caixapreta. Como fazem isso? Segundo Latour, eles utilizam métodos, muitas vezes,
implícitos. E, por conta disso, durante dez anos de pesquisa, Latour tentou alinhavar as
regras metodológicas (decisões a tomar sobre os fatos empíricos) e os princípios
(síntese pessoal dos fatos empíricos) para compreender a ciência em ação.

Urdidura: quem e qual Ciência estão “falando” através da notícia?
Para tentar compreender quem e qual Ciência está “falando” através da notícia
Computadores “escondem” parte da crise climática, de Eduardo Gerarque, publicado no
dia 2 de maio de 2007 no caderno de Ciência da Folha de S.Paulo, tomaremos como
ponto de partida a metodologia de Latour, revelada nas Regras (4, 5, 6 e 7) e nos
Princípios 3, 5 e 6. Eles se constituirão nos alicerces desta reflexão na abordagem da
Ciência em ação. O que diz as regras e princípios:
Regra 4 – Como a resolução de uma controvérsia é a causa da estabilidade da sociedade,
não podemos usar a sociedade para explicar como e por que uma controvérsia foi dirimida.
Devemos considerar simétricamente os esforços para alistar recursos humanos e nãohumanos.
Regra 5 – Com relação àquilo de que é feita a tecnociência, devemos permanecer tão
indecisos quanto os vários atores que seguimos; sempre que se constrói um divisor entre
interior e exterior, devemos estudar os dois lados simultaneamente e fazer uma lista (não
importa se longa e heterogênea) daqueles que realmente trabalham.
Regra 6 – Diante da acusação de irracionalidade, não olhamos para a regra da lógica que foi
infringida nem que estrutura social poderia explicar a distorção, mas sim para o ângulo e a
direção do deslocamento do observador, bem como para a extensão da rede que assim está
sendo construída.
Regra 7 – Antes de atribuir qualquer qualidade especial à mente ou ao método das pessoas,
examinemos os muitos modos como as inscrições são coligidas, combinadas, interligadas e
devolvidas. Só se alguma coisa ficar sem explicação depois do estudo da rede é que
deveremos começar a falar em fatores cognitivos.
5
Princípio 3 – Nunca somos postos diante da ciência, da tecnologia e da sociedade, mas sim
diante de uma gama de associações mais fracas e mais fortes; portanto, entender o que são
fatos e máquinas é o mesmo que entender o que as pessoas são.
Princípio 5 – A acusação de irracionalidade é sempre feita por alguém que está construindo
uma rede em relação à outra pessoa que atravessa seu caminho; portando não há Grande
Divisor de mentes, apenas redes maiores ou menores; os fatos duros não são regra, mas
exceção, visto serem necessários em poucos casos para afastar um grande número de
pessoas de seu caminho habitual.
Princípio 6 – A história da tecnociência é, em grande parte, a história dos recursos
espalhados ao longo das redes para acelerar a mobilidade, a fidedignidade, a combinação e a
coesão dos traçados que possibilitam a ação a distância. (Latour, 2000 p. 421-424 [grifo
nosso]

Quem fala; para quem fala; com que intenção fala?
O biólogo e jornalista, Eduardo Geraque é editor-adjunto do caderno Folha Ciência, exeditor da agência FAPESP e pesquisador (doutorando) em jornalismo científico na
Universidade de São Paulo. Em 2004, escrevia o jornalista para a Folhaonline sobre as
dissenções políticas em torno do adesão do Protocolo de Kyoto com a decisão da Russia
ratificar o documento: “ Desde 1800, a temperatura da superfície da Terra está 0,6 ºC a
5,8 ºC mais elevada. Mesmo que prevaleça um número conservador, esse aumento do
gradiente térmico terá sido maior em um século do que foi nos últimos 10 mil anos 2 ”.
Em 17 de janeiro de 2007, antes portanto do anúncio do Relatório I do IPCC (Painel
Intergovernamental de Mudança de Clima), Geraque abria sua notícia Interação climahomem com a frase: “ Que a temperatura global vai subir nas próximas décadas já é
quase senso comum (...)” Neste artigo dava voz às opiniões de Carlos Nobre do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do antropólogo norte-americano Emilio Moran
da Universidade de Indiana (EUA) numa conferência sobre o impacto das ações humanas
nas mudanças globais.
Na Folha de São Paulo de 11 de abril de 2007, Geraque publicou um artigo Brasil não
monitora mudanças de clima na qual relatou que o pesquisador Carlos Nobre teria dito
que “o Brasil é um grande vazio de monitoramento do que ocorre nos processos físicos e
biológicos” e que não seríamos [América latina] um ator importante, uma vez que
apenas cinco trabalhos apresentados entre os 30 mil analisados pelo grupo do IPCC
seriam latino-americanos.
Casualmente (ou não) no dia 2 de maio de 2007, o jornalista paulista publica a notícia
Computadores “escondem” parte da crise climática [Anexo I] para mais uma vez
abordar e qualificar que as projeções de aumento da temperatura são otimistas demais,
pois não levam em conta vários processos físicos que tendem a projetar um aquecimento
global mais acentuado. Neste artigo dá voz, novamente, a Carlos Nobre e, acrecenta um
dado duro ao lado não-humano da ciência, representado pelos modelos matemáticos que
2

Retirado da web em http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u940.shtml
6
fazem rodar poderosos computadores dos laboratórios e indica que o Brasil estaria fora
desta controvérsia, pois não detém modelos semelhantes à altura da complexidade
científica (internacional) que a questão mudanças climáticas impõe.
No artigo, aparentemente esclarecendo a frase divulgada no artigo de 11 de abril (sobre o
vazio de monitoramento), Carlos Nobre afirma: ”Apesar de já existirem vários estudos
sobre isso[aquecimento global], os modelos usados para os cenários apresentados este
ano pelo IPCC não consideram o ciclo de carbono acoplado, o processo do derretimento
das geleiras e nem o comportamento dinâmico da vegetação". Frase esta que poderia ser
interpretada: não temos modelo, mas temos especialistas que saberiam indicar o que falta
ser feito.
Nesta notícia, diferentemente das anteriores, a argumentação central deixou de ser a
opinião reconhecida pela comunidade científica de Carlos Nobre (humano), que agora
fica mais elucidativa, e passou a ser os cálculos efetuados pelos modelos matemáticos
(não-humanos) criados nos laboratórios dos Estados Unidos, Japão até 3 Coréia do Sul e
China.
O Brasil não tem nenhum modelo para oferecer (sic), escreveu o jornalista para afirmar
em seguida: “Um modelo climático, na prática, é o resultado do processamento de uma
série de equações matemáticas embutidas em um programa de computador. São,
normalmente, milhões de comandos que precisam ser processados”. O que vem a ser as
equações matématicas na visão da Ciência em ação?
Para Latour, modelos e equações matemáticas são recursos de representação que interrelacionam coisas diferentes e as tornam equivalentes. São ferramentas que permitem
reunir, mobilizar, organizar e apresentar elementos. É o ponto final de uma longa cadeia,
um meio de acelerar ainda mais a mobilidade dos traçados. São subconjuntos de
translações (relacionar algo com algo de diferente natureza), traduzidas em forma de
inscrições, e que deveriam ser estudadas juntamente com toda a construção da rede de
atores (Latour, 2000 p. 388-391).
A notícia, em seguida, interrompe o fluxo dos argumentos humanos [e não humanos] e
abre um sugestivo intertítulo Fé na Física. Tudo, entretanto, nasce da Física, escreveu
Geraque.
Se a controvérsia sobre a formulação da inscrição (equação matemática) foi
aparentemente aberta pelo jornalista quando indica a ausência das variáveis que incluam
o ciclo do carbono e a dinâmica dos processos de geleiras e vegetação; não apresentou o
contexto de sua formulação (laboratórios dos Estados Unidos, China, etc.). Por que não
investigou o contexto de tais laboratórios: seriam laboratórios pertencentes a paises que
acataram o Protocolo de Kyoto ou não?

3

A particula até pode conotar uma diminuição ou ato de surpresa, excluindo a Coréia e a China do centro altamente
qualificado de pesquisa sobre mudanças climáticas.
7
Ao utilizar a Física como argumento cognitivo (que, para além da Matemática, já se
constitui num grande obstáculo de compreensão da Ciência para os leigos), o jornalista
tenta dissolver a controvérsia sobre as diferenças das projeções de aumento da
temperatura, apoiando-se no conceito de “volumes elementar” (tão distante do leigo e,
portanto, inquestionável, com uma convincente descrição acompanhada de um
infográfico 4 (representação ou inscrição), na qual descreve os elementos ou fatores que
comporiam as equações matemáticas que conformariam a caixa-preta.
Porém, se retomarmos o Princípio 3 5 associado à Regra 7 6 e ao Princípio 6 7 de Latour,
algo nesta matéria jornalística nos diz que estamos diante de uma rede de associações,
baseada em formas de inscrições que buscam legitimar a “racionalidade” [ou seria
irracionalidade?] abstrata e constituída socialmente das duas Ciências mais duras: a
Física e a Matemática. Talvez para colocar em movimento (via inscrição matemática) o
rigor, a fidedignidade, a combinação e a coesão dos traçados que possibilitam a ação a
distância da Ciência.
Ao agir assim, consciente ou não, o jornalista infringiu a Regra 6 8 ao valer-se do
argumento duro para tentar sobrepor a controvérsia sobre os números de aumento da
temperatura – principalmente porque escrevia a um público leigo, mas legitimadores das
idéias científicas - apresentando, como suposto fechamento da controvérsia, o modelo
“completo” utilizado pelo computador inglês do Centro Hadley, e por isso capaz de
inscrever a Verdade, de que o acréscimo deverá variar entre 3ºC e 8ºC e não como as
previsões “otimistas” de 1ºC a 5,8º C.
Para Latour, o jornalista estaria contrariando, ainda, a Regra 4 9 que diz: Como a
resolução de uma controvérsia é a causa da estabilidade da sociedade, não podemos
usar a sociedade para explicar como e por que uma controvérsia foi dirimida. Devemos
considerar simétricamente os esforços para alistar recursos humanos e não-humanos.
Assim sendo onde estará o motivo da divulgação de tais argumentos?
Para dirimir controvérsias, segundo Latour, é necessário buscar com rigor respostas para
questões tais como qual a direção que a controvérsia toma? que tipo de elementos novos
a controvérsia adicona para convencer os colegas? por que uma controvérsia para de
4
5

em sua versão impressa original, a matéria estava acompanhada de um gráfico colorido em tres dimensões.
Princípio 3: Nunca somos postos diante da ciência, da tecnologia e da sociedade, mas sim diante de uma gama de

associações mais fracas e mais fortes; portanto, entender o que são fatos e máquinas é o mesmo que entender o que as
pessoas são.
6

Regra 7 : Antes de atribuir qualquer qualidade especial à mente ou ao método das pessoas, examinemos os muitos
modos como as inscrições são coligidas, combinadas, interligadas e devolvidas.

7
Regra 7: A história da tecnociência é, em grande parte, a história dos recursos espalhados ao longo das redes para
acelerar a mobilidade, a fidedignidade, a combinação e a coesão dos traçados que possibilitam a ação a distância.

8

Regra 6 – Diante da acusação de irracionalidade, não olhamos para a regra da lógica que foi infringida nem que
estrutura social poderia explicar a distorção, mas sim para o ângulo e a direção do deslocamento do observador, bem
como para a extensão da rede que assim está sendo construída.
9

Regra 4 – Como a resolução de uma controvérsia é a causa da estabilidade da sociedade, não podemos usar a
sociedade para explicar como e por que uma controvérsia foi dirimida. Devemos considerar simétricamente os esforços
para alistar recursos humanos e não-humanos.
8
ser discutida? e porque a sociedade acata seus argumentos? como acabam sendo
escritas? Dirimir controvérsias não aconteceria, para latour, apenas com a apresentação
de argumentos (instrumento de força) representados dentro e da própria Ciência para
acabar com a “diferença”.
Uma pesquisa na internet realizada um mês depois da publicação desta notícia constatou
que a noticia circulou integralmente (e, portanto, assumida como relevante) em inúmeros
sites ambientalistas, notadamente de sítios favoráveis ao desenvolvimento comercial do
mercado de carbono, inclusive no site do Ministério de Ciência e Tecnologia brasileiro, o
que poderíamos nos levar a refletir sobre que tipo de visão de ciência exerce a hegemonia
no Brasil hoje. O que pode ser tema para outro artigo.

Conclusões transitórias
Na abordagem de Latour, com esta notícia, Geraque pouco adicionou para convencer
seus colegas-cientistas sobre a controvérsia dos números corretos do aquecimento global.
Pois, como acadêmico o jornalista também está no centro da controvérsia (a contar pelas
sucessivas presenças do pesquisador Carlos Nobre, como fonte primária, porém sem
contrapontos). Geraque, acabou, assim, por contribuir para o aprofundamento do fosso 10
entre Ciência e Sociedade (para além do jardim da Ciência, como diria o matemático
Rômulo Lins, 2004) ao afastar da discussão o leitor-leigo, colocando-o na periferia do
debate.
Ao afastar da discussão os leigos, Geraque re-conduz o debate para o interior da
comunidade científica, onde, de maneira controlada, poderá continuar.
Para os leitores, crentes na Física e na Matemática dos deuses, ao contrário de receber
informações que os auxiliassem a compreender os fatos e os fenômenos para tomarem
decisões críticas, esta notícia os leva a permanecer no vazio, na imobilidade. Desta
maneira a rede de cientistas e jornalistas científicos “duros” mais uma vez exerce sua
governância 11 .

10

Da evidência não convincente à evidencia acima da controvérsia (Latour 2000 p. 97) O autor chega a ele empilhando
tantas fileiras de caixa-spretas que, em algum ponto, o leitor, suficientemente obstidado para discordar, topará com fatos
tão antigos e unanimimente aceitos que, se quiser continuar duvidando, ficará sozinho (...) assim o escritor dará um jeito
de atar a sorte de seu artigo à sorte de fatos cada vez mais duros.(idem p. 99)
11

O controle ampliado pela rede pode ser observado também em ações divulgadas pelas notícias do Anexo II e Anexo
III.
9
Referências bibliográficas
LATOUR, B. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora.
São Paulo: UNESP, 2000.
HALL, S A centralidade da Cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso
tempo”. 1997 In: http://www.educacaoonline.pro.br/art_a_centralidade_da_cultura.asp?f_id_artigo=450
(Texto publicado no capítulo 5 do livro Media and Cultural Regulation, organizado por Kenneth
Thompson e editado na Inglaterra em 1997. Publicado em Educação & Realidade com a autorização
do autor.)

LINS, R. Matemática, monstros, significados e Educação Matética. In BICUDO, M.A. e
BORBA, M. Educação matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez
Editora, 2004
RUTHERFORD, P. Ecologia, ciencia natural y biopolitica.in M. Revista Mexicana de
Sociología, Vol. 62, No. 3 México: Universidad Nacional Autónoma de México (Jul. Sep., 2000), pp. 147-165.
10
Anexo I

02/05/2007 - 13h34
Computadores "escondem" parte da crise climática
EDUARDO GERAQUE
enviado especial do jornal Folha de S. Paulo a São José dos Campos
A abertura da "caixa-preta" dos modelos de computador usados pelo IPCC (Painel
Intergovernamental de Mudança do Clima) não deixa dúvida. As previsões feitas neste ano pelos
cientistas são otimistas demais, pois ainda não levam em conta vários processos físicos que
tendem a projetar um aquecimento global mais acentuado.
"Apesar de já existirem vários estudos sobre isso, os modelos usados para os cenários
apresentados este ano pelo IPCC não consideram o ciclo de carbono acoplado, o processo do
derretimento das geleiras e nem o comportamento dinâmico da vegetação", explica à Folha o
climatologista Carlos Nobre, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
No caso do carbono, apenas os gases lançados na atmosfera pelo homem são levados em conta no
cálculo. Quando o carbono natural interage em seu ciclo com o "artificial" (emitido por atividades
humanas), e com o clima, a tendência é que a quantidade de carbono aumente na atmosfera.
Isso já aparece nas contas do Centro Hadley, do Reino Unido, mas ainda não está no modelo que
a instituição desenvolveu para o IPCC. A incorporação do ciclo de carbono ao cálculo pode fazer
com que a estimativa da quantidade de gás emitida até 2100 seja até 30% maior do que a
esperada. Isso implicaria em uma diferença para mais na temperatura da Terra de até 2ºC, o que
pode ser muito conforme o local.
O modelo de computador inglês é um dos 21 usados pelo IPCC nos relatórios apresentados este
ano. Ele é considerado pessimista porque o aumento de temperatura que ele sugere para o fim do
século é um dos maiores. Para os continentes, por exemplo, o acréscimo deverá variar entre 3ºC e
8ºC.
O painel de cientistas montou os diferentes cenários que apresentou em fevereiro com base em
uma média de todos os modelos. Cada um, porém, olha para o clima real de forma diferente. Há
desde modelos criados por EUA e Japão até Coréia do Sul e China. (O Brasil não tem nenhum
para oferecer.)
Apesar dessas discrepâncias, todos os grupos consideram em seus cálculos os processos
atmosféricos, a física do oceano, a vegetação de todo planeta (mas de forma estática) e a
formação do gelo marinho.
Um modelo climático, na prática, é o resultado do processamento de uma série de equações
matemáticas embutidas em um programa de computador. São, normalmente, milhões de
comandos que precisam ser processados.
Fé na física
Tudo, entretanto, nasce na física. Os climatologistas enxergam toda a atmosfera do planeta por
meio do que eles chamam de volumes elementares. É como se tudo fosse dividido em
paralelepípedos de 270 km por 270 km. Isso numa coluna com 39 km de altura, segundo os
números usados pelo Hadley Centre.
11

"Para cada volume existem as medidas de vento, temperatura, umidade e de nuvens. As equações
também calculam a interação desses paralelepípedos entre si e com a superfície da Terra", diz
Nobre.
Segundo o pesquisador do Inpe, a previsão feita por esses modelos do IPCC é considerada
bastante eficiente.
Guardada as devidas proporções, é como ocorre hoje com a previsão do tempo no Brasil.
"O sistema brasileiro é capaz de prever com mais de 90% de precisão as temperaturas para as
próximas 24 horas", garante o cientista. "O índice de acerto é bastante alto", diz.
Para Nobre, crer nos modelos que pretendem saber as características climáticas do futuro --e não
o estado do tempo-- é bem possível. "É uma questão de acreditar que a física básica é bem
representada."
12

Anexo II
Retirado da web em 7 de julho 2007
http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=32171

mudanças climáticas
05/07/2007
PC calcula danos que você causa ao ambiente

Você sabe quanto carbono despeja na atmosfera? Uma boa forma de se conscientizar sobre
práticas sustentáveis e de neutralização desse carbono é usar uma ferramenta específica para
calcular o tamanho do problema. E são várias as opções encontradas na internet, geralmente
levando em conta os estilos de vida norte-americano ou europeu. No Baixatudo, é possível ter
acesso a versões adaptadas para a realidade brasileira.
Desenvolvida pela equipe do projeto Florestas do Futuro, a Calculadora de Emissão de CO2 traz
um questionário em português para analisar as atividades cotidianas realizadas pelo público
brasileiro, como trajetos de carro, ônibus ou avião, por exemplo. Após o questionário ser
preenchido, a ferramenta calcula automaticamente quanto de carbono o usuário emite e mostra o
que fazer para neutralizar seus efeitos nocivos na natureza.
A Calculadora Carbono Neutro é outra ferramenta interativa para calcular a emissão de CO²
em diversas situações: transporte, eletricidade, gás natural, etc. Você pode adicionar diversos
parâmetros e descobrir a quantidade de árvores correspondente ao carbono emitido anualmente
por você e sua família.
Ambos os aplicativos fazem parte do kit especial montado pelo Baixatudo para o Live Earth, que
conta ainda com wallpapers oficiais do evento mundial e tema ecologicamente correto para o
messenger. (Globo Online)
Site http://www.liveearth.org/event.php

Brasil
Applications for media accreditation for Live Earth Brasil will be accepted from June 14th
through June 22nd.
To apply for concert accreditation, please contact:
Vanessa Vascouto or Adriana Rodrigues
IN PRESS PORTER NOVELLI
Av. Juscelino Kubitscheck, 1726, 10th floor.
Tel.: +55 11 3323-1596
Fax: +55 11 3323-1599
E mail: vanessa.vascouto@inpresspni.com.br or adriana.rodrigues@inpresspni.com.br
13
Anexo III Interesses comerciais
http://www.liveearth.org/?p=223

THE LIGHTS GO OUT ON LIVE EARTH LONDON BUT THE BEAT GOES ON IN RIO
DE JANEIRO AND NEW YORK
Live Earth Global Concerts Have Reached More Than 10 Million Visitors Online at MSN – Most Simultaneous Viewers of Any
Online Concert Ever
London (July 7, 2007) – The London leg of 24-hour, 7-continent Live Earth concert series closed in emphatic fashion tonight with a rousing
speech from actor, Terence Stamp and a stirring closing set from pop icon, Madonna that included “Hey You” – the song she created for
Live Earth – “Ray of Light,” “La Isla Bonita” and “Hung Up”.
The crowd of 65,000 people at Wembley Stadium – and the millions watching worldwide – were treated to an all-star line-up that also
included Razorlight, Snow Patrol, Black Eyed Peas, Red Hot Chili Peppers, Metallica, Beastie Boys, Pussycat Dolls, James Blunt, Genesis,
Damien Rice, David Gray, Kasabian, Paolo Nutini, John Legend, Duran Duran, Bloc Party, Corinne Bailey Rae, Terra Naomi, Keane, Foo
Fighters and Spinal Tap.
At the last count, the Live Earth global concerts had reached more than 10 million visitors online – the most simultaneous viewers of any
online concert — and inspired change in viewers worldwide.
“The climate crisis requires a global solution. Live Earth is using an unprecedented media architecture to reach a global audience,” said
Kevin Wall, Founder and Executive Producer of Live Earth.
Live Earth London was presented by numerous special guests, including Chris Moyles, Eddie Izzard, Alan Carr, Ricky Gervais, Miranda
Richardson, Thandie Newton, Chris Rock, Russell Brand, Rob Reiner, Neve Campbell, June Sarpong, David Tennant and Geri Halliwell.
Special broadcasts were beamed in from former U.S. Vice President Al Gore at the Smithsonian’s National Museum of the American Indian
in Washington, DC, and also from the British Antarctic Research Station in Antarctica where Nunatak, the band of the British Scientific
Team, performed their self-written song “Would You Do It All Again”.
And for those late night revelers, the party is still going on across the pond. A huge beach party is seeing the sun set on Copacabana
Beach, Rio de Janeiro, while The Police, Kanye West and John Mayer are closing Live Earth with “Message in a Bottle” at Giants Stadium
in the New York area.
The 24-hour, 7-continent series of concert events on 7.7.07 have brought together more than 100 artists and 2 billion people to inspire a
global movement to ‘Answer the Call’ and help solve the climate crisis.
In addition to providing over 100 simple actions people can take in their daily lives, which will have a tremendous positive impact when
carried out on a mass scale, Live Earth is asking people to support a 90% reduction in CO2 emissions by 2050 and a comprehensive
international treaty on global warming by 2009.
“Nations all over the world are making progress in tackling the climate crisis. But too many proposals fall short of the strong, decisive action
that’s needed. Individual nations alone cannot solve this crisis. The nations of the world must join together as one if we are to succeed,”
said Al Gore, Live Earth Partner and the chair of the Alliance for Climate Protection.
The Live Earth Pledge
I Pledge:
To demand that my country join an international treaty within the next 2 years that cuts global warming pollution by 90% in developed
countries and by more than half worldwide in time for the next generation to inherit a healthy earth;
To take personal action to help solve the climate crisis by reducing my own CO2 pollution as much as I can and offsetting the rest to
become “carbon neutral;”
To fight for a moratorium on the construction of any new generating facility that burns coal without the capacity to safely trap and store the
CO2;
To work for a dramatic increase in the energy efficiency of my home, workplace, school, place of worship, and means of transportation;
To fight for laws and policies that expand the use of renewable energy sources and reduce dependence on oil and coal;
14

To plant new trees and to join with others in preserving and protecting forests; and,
To buy from businesses and support leaders who share my commitment to solving the climate crisis and building a sustainable, just, and
prosperous world for the 21st century.
Additionally, Live Earth is asking people to commit to making changes at home, at work, while getting around, while shopping, in their
communities and to urge changes by their governments. People can make their commitments and find solutions against the climate crisis at
www.liveearth.org, www.LiveEarth.MSN.com, or by sending a text message of “SOS” to 82004.
The names of people making commitments and signing the pledge through their computers or mobile phones on July 7th were shown on
the Live Earth web site, on the screens at the concerts around the world, and on the global TV broadcasts.
In the UK, people will be able to find out how they can make personal and political changes to combat climate change by visiting one of
Live Earth’s two legacy partners, ‘We’re in this Together’ www.together.com or ‘I Count’ www.icount.org.uk.
ABOUT LIVE EARTH
Live Earth is a monumental music event that will bring together more than 2 billion people on July 7, 2007 to combat the climate crisis. Live
Earth will stage concerts in New York , London , Sydney , Tokyo , Shanghai , Rio de Janeiro , Johannesburg and Hamburg , and will
feature more than 150 of the world’s best music acts – a mix of both legendary music acts like The Police, Genesis, Bon Jovi and Madonna
with the latest headliners like Kanye West, Kelly Clarkson, Black Eyed Peas and Jack Johnson.
Live Earth’s 24 hours of music across 7 continents will deliver a worldwide call to action and the solutions necessary to answer that call.
Live Earth marks the beginning of a multi-year campaign to drive individuals, corporations and governments to take action to solve the
climate crisis. Live Earth is partnering with the Alliance for Climate Protection, The Climate Group, Stop Climate Chaos and other
international organizations in this ongoing effort. Live Earth was founded by Kevin Wall, CEO of Control Room, the company producing the
concerts globally. Former Vice President of the United States Al Gore is the Chair of the Alliance for Climate Protection and a Partner of
Live Earth.
Exclusive online media partner MSN is helping Live Earth reach people in every corner of the globe. Live Earth London will be streamed
live at http://liveearth.uk.msn.com. MSN’s 39 localized web portals worldwide attract 465 million monthly users.
smart is the world’s only automaker serving as an Official Partner. Unlike any other vehicle, the new smart fortwo combines a modern,
individual lifestyle with environmental protection by setting the standard in urban mobility and offering the lowest CO2 emission of any
vehicle on the market. smart responds to environmental demands with innovative, technologically sound solutions and as a result produces
positive and credible answers to the question of ecological driving.
Philips, as the world’s leading lighting supplier, joins Live Earth as an Official Partner. Philips was the first to introduce the energy saving
light bulb in 1980 and has put environmental product improvement at the heart of its business with its EcoDesign program since 1994,
increasing its green product range year by year.
Live Earth is partnering with companies on a local level who share the commitment to helping people live a more energy efficient lifestyle.
PepsiCo, an Official Partner of Live Earth, is committed to making a difference with eco-friendlier packaging, energy and water
conservation and waste reduction. It’s all part of PepsiCo’s commitment to Performance with Purpose — to do better by doing
better. Esurance, the direct-to-consumer personal auto insurance company, joins Live Earth as an Official Sponsor and is the latest
extension of Esurance’s efforts to conserve energy and preserve the planet’s precious resources. For more than seven years, Esurance
policyholders have helped save thousands of trees by buying their auto insurance online and using electronic documents. An official
partner of Live Earth, The Absolut Spirits Company, Inc., a subsidiary of V&S Group, produces and markets ABSOLUT® VODKA,
Level ™ Vodka, FRÏS® Vodka , Plymouth™ Gin and Cruzan® Rum. The Absolut Spirits Company focuses on reducing the impact on
climate change, sustainable agriculture and optimizing use of natural resources as mandated by V&S Group. To view details on the
company’s efforts to combat global warming, visit www.vsgroup.com and click on “Corporate Responsibility/Environment.” Intelsat, the
leading provider of fixed satellite services worldwide, is the official satellite capacity sponsor to Live Earth, providing the global high
definition infrastructure for an unforgettable viewer experience. Intelsat connects the planet to Live Earth through its network of 52 satellites
and global terrestrial facilities.
For more information, visit http://liveearth.org or http://liveearth.msn.com.
###
GLOBAL HEADQUARTERS
MEDIA CONTACT: Matthew diGirolamo
310-402-9107 / mdigirolamo@liveearth.org

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O desafio de abrir a caixa preta nem sempre acontece abcj07

  • 1. 1 O DESAFIO DE ABRIR A “CAIXA-PRETA” NEM SEMPRE ACONTECE 1 Flávia Amaral Rezende flavia_a_rezende@uol.com.br Tel ( 11) 9144 8737 Jornalista LabJor Unicamp Doutoranda em Cultura Audio Visual e Midia – Instituto de Artes - Unicamp Resumo Este artigo discute a notícia jornalística Computadores “escondem” parte da crise climática, de Eduardo Gerarque, do dia 2 de maio de 2007 no caderno de Ciência da FSP, à luz da antropologia simétrica de Bruno Latour, descrita na obra Ciência em Ação. Busca identificar a rede de interesses existente na abordagem escolhida pelo jornalista ao afirmar que as previsões de aumento de temperatura do Planeta são otimistas demais e que, ao se abrir a caixa-preta dos modelos de computadores usados pelo IPCC provar-seia que o aquecimento seria mais acentuado. Busca refletir por que a notícia foi replicada na íntegra em inúmeros sites ambientalistas. E conclui, transitoriamente, que a atividade de abertura da “caixa-preta” é uma das mais complexas para o jornalismo científico. Palavras-chave – Controvérsias; linguagem científica; linguagem jornalística, produção de significado 1 O presente ensaio foi escrito originalmente para a disciplina Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia - Profª Dra. Léa Velho (IG-UNICAMP) no 1ºsemestre de 2007.
  • 2. 2 Introdução e Objetivos Este ensaio discute a notícia jornalística Computadores “escondem” parte da crise climática, de Eduardo Gerarque, publicado no dia 2 de maio de 2007 no caderno de Ciência da Folha de S.Paulo, à luz da antropologia simétrica de Bruno Latour, descrita em seu livro Ciência em Ação. Busca identificar a rede de interesses existente na abordagem escolhida pelo jornalista ao afirmar que as previsões de aumento de temperatura do Planeta são otimistas demais e que, ao se abrir a caixa-preta dos modelos de computadores usados pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança de Clima), provar-se-ia que o aquecimento seria mais acentuado. Para tanto, o autor usa três argumentos de força, sobretudo sobre os nãocientistas: as equações matemáticas decorrentes dos estudos de clima sob a ótica da Física; a não-existência no Brasil de computadores robustos o suficiente para processar os milhões de comandos demandados pelos modelos matemáticos; e as afirmações de um dos mais renomados cientistas brasileiros em modelagem de clima, professor Carlos Nobre do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O artigo busca refletir, ainda, por que esta notícia acabou sendo replicada na íntegra em inúmeros sites ambientalistas, aparentemente, como uma ferramenta para reforçar a posição da instituição (ponto org; ponto.com e ponto.gov) frente ao aquecimento global. E conclui, transitoriamente, que a atividade de abertura da “caixa-preta” é uma das mais complexas para o jornalista científico, pois exigiria do analista uma convivência íntima com os produtores de modelos matemáticos em seus laboratórios (mantendo uma distância crítica e simétrica); exigiria a localização dos mesmos cientistas na rede de produção e circulação de conhecimento científico (no centro ou na periferia). Pois, sem rigorosa análise, sem atender tais exigências, seria leviano anunciar na mídia a abertura de qualquer “caixa-preta”. Ponto de partida: antropologia simétrica de Bruno Latour Para os Estudos Socias da Ciência, sobretudo partir das décadas de 80 e 90, a ciência passou a ser vista como uma forma de conhecer; uma maneira de se narrar o mundo, socialmente localizada. Isto é, as ciências são um conjunto (dinâmico) de idéias hegemônicas que exportam um olhar e uma forma de conhecer o mundo. Desta maneira, a ciência poderia ser interpretada com uma prática social (Hall, 1997), realizada a partir de práticas laboratoriais, por meio de recursos humanos e não-humanos (Latour, 2000) para dar respostas (produzir significado) a fatos e fenômenos, recortados pelos cientistas. Para tanto, tais idéias, formuladas a partir de determinadas formas de representação (que refletem as relações e a maneiras de olhar o mundo de seus autores) teriam de ser aceitas e usadas, como a visão de mundo (preferencialmente hegemônicas).
  • 3. 3 Por isso, o fazer ciência é analisado como uma prática complexa, que inclui inúmeros atores (não apenas os cientistas) e que não existiria sem a circulação-comunicação das idéias (significados atribuídos), e sem o reconhecimento dos pares e de uma intricada rede de representantes de diversos setores da sociedade (academia, mercado e governos). Por isso, a importância do jornalismo científico como elo forte do poder (político) desta rede. Para os sociólogos dos Estudos Sociais da Ciência, como Hall e Latour, para se compreender o fazer científico, enquanto um instrumento de governância, é preciso encontrar o caminho que permita abrir a caixa-preta das Ciências. A expressão caixapreta é usada em cibernética sempre que uma máquina ou um conjunto de comandos se revela complexo demais e, em seu lugar, é desenhada uma caixinha preta. E, por mais complexa e controvertida que seja sua história, seu funcionamento interno, a rede comercial ou acadêmica organizada para sua implementação, a única coisa que conta é o que se põe nela e o que se tira dela. (Latour, 2000 p.14) [grifo nosso]. Qual a porta de entrada para se desvelar a caixa-preta? Para Latour, a porta está na ciência em construção - e não nos resultados apresentados pelos cientistas. Na Ciência em construção o contexto e o conteúdo se fundem continuamente. E que, para enxergar esta rede complexa de relações, deveríamos deixar de lado todos os preconceitos sobre as distinções entre o contexto em que o saber está inserido e o próprio saber (idem, p.20). Assim poderiamos compreender as diferenças que aparecem no processo de produção de significados socialmente localizado – também conhecido como controvérsias – e se perguntar como e por que elas surgem e como e porque elas se encerram. Esta diferença de visão da ciência pode ser elucidada com quarta máxima de Juno apresentada por Latour (p. 28), quando diz que a Ciência pronta (CP) afirma “ O que é sempre verdade, sempre se sustenta”; enquanto para a Ciência em construção (CemC) “Quando algo se sustenta, começa a se transformar em verdade.” Para isso, diz Latour, precisamos aprender a conviver com duas vozes contraditórias que falam ao mesmo tempo. Enquanto a CP considera fatos e máquinas suficientemente bem determinados, a CemC acha que fatos e máquinas estão sempre subdeterminados, isto é nenhum fator isolado é suficiente para o encerramento de uma controvérsia ou a certeza obtida pelos cientistas. (idem, p.31) Voltamos à questão central: como abrir uma caixa-preta? Como Latour, entraremos de mãos dadas com CemC, não levaremos preconceitos relativos ao que constitui o saber, tentaremos observar o fechamento das caixas-pretas cuidando para perceber as explicações contraditórias nas várias tentativas de fechamento das controvérsia: Qual a direção que a controvérsia toma? que tipo de elementos novos a controvérsia adicona para convencer os colegas? por que sua discussão? para que e por que seus argumentos são acatados? como acabam sendo escritas (inscritas) nos livros e publicações? Entrar e sair “impunemente” das Ciências para tentar explicar o “fazer ciência” raramente acontece. Poucas pessoas de fora – os leigos - penetraram nas atividades internas da
  • 4. 4 ciência e da tecnologia e, depois, sairam para explicar para aqueles que estavam do lado de fora de que modo aquilo funciona. Aqueles que geralmente entraram para fazer ciência demonstraram não ter tempo para estudar a propria Ciência. Diz Latour: Alguns cientistas falam de ciência, de seus métodos e meios, mas poucos se submetem à disciplina de também agirem como leigos; o que eles dizem sobre o que fazem é difícil de conferir sem um esquadrinhamento independente. Outras pessoas falam sobre ciência, de sua solidez, seu fundamento, seu desenvolvimento ou seus perigos; infelizmente, quase ninguém está interessada no processo de construção da ciência. Fogem intimidados da mistura caótica revelada pela ciência em ação e preferem os contornos organizados do método e da racionalidade cientifica. (Latour, 200 p. 33-34) Jornalistas, sociólogos, historiadores da ciência e das tecnologias, filósofos, antropólogos e psicólogos cognitivos são algumas dessas pessoas que se interessam em abrir a caixapreta. Como fazem isso? Segundo Latour, eles utilizam métodos, muitas vezes, implícitos. E, por conta disso, durante dez anos de pesquisa, Latour tentou alinhavar as regras metodológicas (decisões a tomar sobre os fatos empíricos) e os princípios (síntese pessoal dos fatos empíricos) para compreender a ciência em ação. Urdidura: quem e qual Ciência estão “falando” através da notícia? Para tentar compreender quem e qual Ciência está “falando” através da notícia Computadores “escondem” parte da crise climática, de Eduardo Gerarque, publicado no dia 2 de maio de 2007 no caderno de Ciência da Folha de S.Paulo, tomaremos como ponto de partida a metodologia de Latour, revelada nas Regras (4, 5, 6 e 7) e nos Princípios 3, 5 e 6. Eles se constituirão nos alicerces desta reflexão na abordagem da Ciência em ação. O que diz as regras e princípios: Regra 4 – Como a resolução de uma controvérsia é a causa da estabilidade da sociedade, não podemos usar a sociedade para explicar como e por que uma controvérsia foi dirimida. Devemos considerar simétricamente os esforços para alistar recursos humanos e nãohumanos. Regra 5 – Com relação àquilo de que é feita a tecnociência, devemos permanecer tão indecisos quanto os vários atores que seguimos; sempre que se constrói um divisor entre interior e exterior, devemos estudar os dois lados simultaneamente e fazer uma lista (não importa se longa e heterogênea) daqueles que realmente trabalham. Regra 6 – Diante da acusação de irracionalidade, não olhamos para a regra da lógica que foi infringida nem que estrutura social poderia explicar a distorção, mas sim para o ângulo e a direção do deslocamento do observador, bem como para a extensão da rede que assim está sendo construída. Regra 7 – Antes de atribuir qualquer qualidade especial à mente ou ao método das pessoas, examinemos os muitos modos como as inscrições são coligidas, combinadas, interligadas e devolvidas. Só se alguma coisa ficar sem explicação depois do estudo da rede é que deveremos começar a falar em fatores cognitivos.
  • 5. 5 Princípio 3 – Nunca somos postos diante da ciência, da tecnologia e da sociedade, mas sim diante de uma gama de associações mais fracas e mais fortes; portanto, entender o que são fatos e máquinas é o mesmo que entender o que as pessoas são. Princípio 5 – A acusação de irracionalidade é sempre feita por alguém que está construindo uma rede em relação à outra pessoa que atravessa seu caminho; portando não há Grande Divisor de mentes, apenas redes maiores ou menores; os fatos duros não são regra, mas exceção, visto serem necessários em poucos casos para afastar um grande número de pessoas de seu caminho habitual. Princípio 6 – A história da tecnociência é, em grande parte, a história dos recursos espalhados ao longo das redes para acelerar a mobilidade, a fidedignidade, a combinação e a coesão dos traçados que possibilitam a ação a distância. (Latour, 2000 p. 421-424 [grifo nosso] Quem fala; para quem fala; com que intenção fala? O biólogo e jornalista, Eduardo Geraque é editor-adjunto do caderno Folha Ciência, exeditor da agência FAPESP e pesquisador (doutorando) em jornalismo científico na Universidade de São Paulo. Em 2004, escrevia o jornalista para a Folhaonline sobre as dissenções políticas em torno do adesão do Protocolo de Kyoto com a decisão da Russia ratificar o documento: “ Desde 1800, a temperatura da superfície da Terra está 0,6 ºC a 5,8 ºC mais elevada. Mesmo que prevaleça um número conservador, esse aumento do gradiente térmico terá sido maior em um século do que foi nos últimos 10 mil anos 2 ”. Em 17 de janeiro de 2007, antes portanto do anúncio do Relatório I do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança de Clima), Geraque abria sua notícia Interação climahomem com a frase: “ Que a temperatura global vai subir nas próximas décadas já é quase senso comum (...)” Neste artigo dava voz às opiniões de Carlos Nobre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do antropólogo norte-americano Emilio Moran da Universidade de Indiana (EUA) numa conferência sobre o impacto das ações humanas nas mudanças globais. Na Folha de São Paulo de 11 de abril de 2007, Geraque publicou um artigo Brasil não monitora mudanças de clima na qual relatou que o pesquisador Carlos Nobre teria dito que “o Brasil é um grande vazio de monitoramento do que ocorre nos processos físicos e biológicos” e que não seríamos [América latina] um ator importante, uma vez que apenas cinco trabalhos apresentados entre os 30 mil analisados pelo grupo do IPCC seriam latino-americanos. Casualmente (ou não) no dia 2 de maio de 2007, o jornalista paulista publica a notícia Computadores “escondem” parte da crise climática [Anexo I] para mais uma vez abordar e qualificar que as projeções de aumento da temperatura são otimistas demais, pois não levam em conta vários processos físicos que tendem a projetar um aquecimento global mais acentuado. Neste artigo dá voz, novamente, a Carlos Nobre e, acrecenta um dado duro ao lado não-humano da ciência, representado pelos modelos matemáticos que 2 Retirado da web em http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u940.shtml
  • 6. 6 fazem rodar poderosos computadores dos laboratórios e indica que o Brasil estaria fora desta controvérsia, pois não detém modelos semelhantes à altura da complexidade científica (internacional) que a questão mudanças climáticas impõe. No artigo, aparentemente esclarecendo a frase divulgada no artigo de 11 de abril (sobre o vazio de monitoramento), Carlos Nobre afirma: ”Apesar de já existirem vários estudos sobre isso[aquecimento global], os modelos usados para os cenários apresentados este ano pelo IPCC não consideram o ciclo de carbono acoplado, o processo do derretimento das geleiras e nem o comportamento dinâmico da vegetação". Frase esta que poderia ser interpretada: não temos modelo, mas temos especialistas que saberiam indicar o que falta ser feito. Nesta notícia, diferentemente das anteriores, a argumentação central deixou de ser a opinião reconhecida pela comunidade científica de Carlos Nobre (humano), que agora fica mais elucidativa, e passou a ser os cálculos efetuados pelos modelos matemáticos (não-humanos) criados nos laboratórios dos Estados Unidos, Japão até 3 Coréia do Sul e China. O Brasil não tem nenhum modelo para oferecer (sic), escreveu o jornalista para afirmar em seguida: “Um modelo climático, na prática, é o resultado do processamento de uma série de equações matemáticas embutidas em um programa de computador. São, normalmente, milhões de comandos que precisam ser processados”. O que vem a ser as equações matématicas na visão da Ciência em ação? Para Latour, modelos e equações matemáticas são recursos de representação que interrelacionam coisas diferentes e as tornam equivalentes. São ferramentas que permitem reunir, mobilizar, organizar e apresentar elementos. É o ponto final de uma longa cadeia, um meio de acelerar ainda mais a mobilidade dos traçados. São subconjuntos de translações (relacionar algo com algo de diferente natureza), traduzidas em forma de inscrições, e que deveriam ser estudadas juntamente com toda a construção da rede de atores (Latour, 2000 p. 388-391). A notícia, em seguida, interrompe o fluxo dos argumentos humanos [e não humanos] e abre um sugestivo intertítulo Fé na Física. Tudo, entretanto, nasce da Física, escreveu Geraque. Se a controvérsia sobre a formulação da inscrição (equação matemática) foi aparentemente aberta pelo jornalista quando indica a ausência das variáveis que incluam o ciclo do carbono e a dinâmica dos processos de geleiras e vegetação; não apresentou o contexto de sua formulação (laboratórios dos Estados Unidos, China, etc.). Por que não investigou o contexto de tais laboratórios: seriam laboratórios pertencentes a paises que acataram o Protocolo de Kyoto ou não? 3 A particula até pode conotar uma diminuição ou ato de surpresa, excluindo a Coréia e a China do centro altamente qualificado de pesquisa sobre mudanças climáticas.
  • 7. 7 Ao utilizar a Física como argumento cognitivo (que, para além da Matemática, já se constitui num grande obstáculo de compreensão da Ciência para os leigos), o jornalista tenta dissolver a controvérsia sobre as diferenças das projeções de aumento da temperatura, apoiando-se no conceito de “volumes elementar” (tão distante do leigo e, portanto, inquestionável, com uma convincente descrição acompanhada de um infográfico 4 (representação ou inscrição), na qual descreve os elementos ou fatores que comporiam as equações matemáticas que conformariam a caixa-preta. Porém, se retomarmos o Princípio 3 5 associado à Regra 7 6 e ao Princípio 6 7 de Latour, algo nesta matéria jornalística nos diz que estamos diante de uma rede de associações, baseada em formas de inscrições que buscam legitimar a “racionalidade” [ou seria irracionalidade?] abstrata e constituída socialmente das duas Ciências mais duras: a Física e a Matemática. Talvez para colocar em movimento (via inscrição matemática) o rigor, a fidedignidade, a combinação e a coesão dos traçados que possibilitam a ação a distância da Ciência. Ao agir assim, consciente ou não, o jornalista infringiu a Regra 6 8 ao valer-se do argumento duro para tentar sobrepor a controvérsia sobre os números de aumento da temperatura – principalmente porque escrevia a um público leigo, mas legitimadores das idéias científicas - apresentando, como suposto fechamento da controvérsia, o modelo “completo” utilizado pelo computador inglês do Centro Hadley, e por isso capaz de inscrever a Verdade, de que o acréscimo deverá variar entre 3ºC e 8ºC e não como as previsões “otimistas” de 1ºC a 5,8º C. Para Latour, o jornalista estaria contrariando, ainda, a Regra 4 9 que diz: Como a resolução de uma controvérsia é a causa da estabilidade da sociedade, não podemos usar a sociedade para explicar como e por que uma controvérsia foi dirimida. Devemos considerar simétricamente os esforços para alistar recursos humanos e não-humanos. Assim sendo onde estará o motivo da divulgação de tais argumentos? Para dirimir controvérsias, segundo Latour, é necessário buscar com rigor respostas para questões tais como qual a direção que a controvérsia toma? que tipo de elementos novos a controvérsia adicona para convencer os colegas? por que uma controvérsia para de 4 5 em sua versão impressa original, a matéria estava acompanhada de um gráfico colorido em tres dimensões. Princípio 3: Nunca somos postos diante da ciência, da tecnologia e da sociedade, mas sim diante de uma gama de associações mais fracas e mais fortes; portanto, entender o que são fatos e máquinas é o mesmo que entender o que as pessoas são. 6 Regra 7 : Antes de atribuir qualquer qualidade especial à mente ou ao método das pessoas, examinemos os muitos modos como as inscrições são coligidas, combinadas, interligadas e devolvidas. 7 Regra 7: A história da tecnociência é, em grande parte, a história dos recursos espalhados ao longo das redes para acelerar a mobilidade, a fidedignidade, a combinação e a coesão dos traçados que possibilitam a ação a distância. 8 Regra 6 – Diante da acusação de irracionalidade, não olhamos para a regra da lógica que foi infringida nem que estrutura social poderia explicar a distorção, mas sim para o ângulo e a direção do deslocamento do observador, bem como para a extensão da rede que assim está sendo construída. 9 Regra 4 – Como a resolução de uma controvérsia é a causa da estabilidade da sociedade, não podemos usar a sociedade para explicar como e por que uma controvérsia foi dirimida. Devemos considerar simétricamente os esforços para alistar recursos humanos e não-humanos.
  • 8. 8 ser discutida? e porque a sociedade acata seus argumentos? como acabam sendo escritas? Dirimir controvérsias não aconteceria, para latour, apenas com a apresentação de argumentos (instrumento de força) representados dentro e da própria Ciência para acabar com a “diferença”. Uma pesquisa na internet realizada um mês depois da publicação desta notícia constatou que a noticia circulou integralmente (e, portanto, assumida como relevante) em inúmeros sites ambientalistas, notadamente de sítios favoráveis ao desenvolvimento comercial do mercado de carbono, inclusive no site do Ministério de Ciência e Tecnologia brasileiro, o que poderíamos nos levar a refletir sobre que tipo de visão de ciência exerce a hegemonia no Brasil hoje. O que pode ser tema para outro artigo. Conclusões transitórias Na abordagem de Latour, com esta notícia, Geraque pouco adicionou para convencer seus colegas-cientistas sobre a controvérsia dos números corretos do aquecimento global. Pois, como acadêmico o jornalista também está no centro da controvérsia (a contar pelas sucessivas presenças do pesquisador Carlos Nobre, como fonte primária, porém sem contrapontos). Geraque, acabou, assim, por contribuir para o aprofundamento do fosso 10 entre Ciência e Sociedade (para além do jardim da Ciência, como diria o matemático Rômulo Lins, 2004) ao afastar da discussão o leitor-leigo, colocando-o na periferia do debate. Ao afastar da discussão os leigos, Geraque re-conduz o debate para o interior da comunidade científica, onde, de maneira controlada, poderá continuar. Para os leitores, crentes na Física e na Matemática dos deuses, ao contrário de receber informações que os auxiliassem a compreender os fatos e os fenômenos para tomarem decisões críticas, esta notícia os leva a permanecer no vazio, na imobilidade. Desta maneira a rede de cientistas e jornalistas científicos “duros” mais uma vez exerce sua governância 11 . 10 Da evidência não convincente à evidencia acima da controvérsia (Latour 2000 p. 97) O autor chega a ele empilhando tantas fileiras de caixa-spretas que, em algum ponto, o leitor, suficientemente obstidado para discordar, topará com fatos tão antigos e unanimimente aceitos que, se quiser continuar duvidando, ficará sozinho (...) assim o escritor dará um jeito de atar a sorte de seu artigo à sorte de fatos cada vez mais duros.(idem p. 99) 11 O controle ampliado pela rede pode ser observado também em ações divulgadas pelas notícias do Anexo II e Anexo III.
  • 9. 9 Referências bibliográficas LATOUR, B. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo: UNESP, 2000. HALL, S A centralidade da Cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo”. 1997 In: http://www.educacaoonline.pro.br/art_a_centralidade_da_cultura.asp?f_id_artigo=450 (Texto publicado no capítulo 5 do livro Media and Cultural Regulation, organizado por Kenneth Thompson e editado na Inglaterra em 1997. Publicado em Educação & Realidade com a autorização do autor.) LINS, R. Matemática, monstros, significados e Educação Matética. In BICUDO, M.A. e BORBA, M. Educação matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez Editora, 2004 RUTHERFORD, P. Ecologia, ciencia natural y biopolitica.in M. Revista Mexicana de Sociología, Vol. 62, No. 3 México: Universidad Nacional Autónoma de México (Jul. Sep., 2000), pp. 147-165.
  • 10. 10 Anexo I 02/05/2007 - 13h34 Computadores "escondem" parte da crise climática EDUARDO GERAQUE enviado especial do jornal Folha de S. Paulo a São José dos Campos A abertura da "caixa-preta" dos modelos de computador usados pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança do Clima) não deixa dúvida. As previsões feitas neste ano pelos cientistas são otimistas demais, pois ainda não levam em conta vários processos físicos que tendem a projetar um aquecimento global mais acentuado. "Apesar de já existirem vários estudos sobre isso, os modelos usados para os cenários apresentados este ano pelo IPCC não consideram o ciclo de carbono acoplado, o processo do derretimento das geleiras e nem o comportamento dinâmico da vegetação", explica à Folha o climatologista Carlos Nobre, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No caso do carbono, apenas os gases lançados na atmosfera pelo homem são levados em conta no cálculo. Quando o carbono natural interage em seu ciclo com o "artificial" (emitido por atividades humanas), e com o clima, a tendência é que a quantidade de carbono aumente na atmosfera. Isso já aparece nas contas do Centro Hadley, do Reino Unido, mas ainda não está no modelo que a instituição desenvolveu para o IPCC. A incorporação do ciclo de carbono ao cálculo pode fazer com que a estimativa da quantidade de gás emitida até 2100 seja até 30% maior do que a esperada. Isso implicaria em uma diferença para mais na temperatura da Terra de até 2ºC, o que pode ser muito conforme o local. O modelo de computador inglês é um dos 21 usados pelo IPCC nos relatórios apresentados este ano. Ele é considerado pessimista porque o aumento de temperatura que ele sugere para o fim do século é um dos maiores. Para os continentes, por exemplo, o acréscimo deverá variar entre 3ºC e 8ºC. O painel de cientistas montou os diferentes cenários que apresentou em fevereiro com base em uma média de todos os modelos. Cada um, porém, olha para o clima real de forma diferente. Há desde modelos criados por EUA e Japão até Coréia do Sul e China. (O Brasil não tem nenhum para oferecer.) Apesar dessas discrepâncias, todos os grupos consideram em seus cálculos os processos atmosféricos, a física do oceano, a vegetação de todo planeta (mas de forma estática) e a formação do gelo marinho. Um modelo climático, na prática, é o resultado do processamento de uma série de equações matemáticas embutidas em um programa de computador. São, normalmente, milhões de comandos que precisam ser processados. Fé na física Tudo, entretanto, nasce na física. Os climatologistas enxergam toda a atmosfera do planeta por meio do que eles chamam de volumes elementares. É como se tudo fosse dividido em paralelepípedos de 270 km por 270 km. Isso numa coluna com 39 km de altura, segundo os números usados pelo Hadley Centre.
  • 11. 11 "Para cada volume existem as medidas de vento, temperatura, umidade e de nuvens. As equações também calculam a interação desses paralelepípedos entre si e com a superfície da Terra", diz Nobre. Segundo o pesquisador do Inpe, a previsão feita por esses modelos do IPCC é considerada bastante eficiente. Guardada as devidas proporções, é como ocorre hoje com a previsão do tempo no Brasil. "O sistema brasileiro é capaz de prever com mais de 90% de precisão as temperaturas para as próximas 24 horas", garante o cientista. "O índice de acerto é bastante alto", diz. Para Nobre, crer nos modelos que pretendem saber as características climáticas do futuro --e não o estado do tempo-- é bem possível. "É uma questão de acreditar que a física básica é bem representada."
  • 12. 12 Anexo II Retirado da web em 7 de julho 2007 http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=32171 mudanças climáticas 05/07/2007 PC calcula danos que você causa ao ambiente Você sabe quanto carbono despeja na atmosfera? Uma boa forma de se conscientizar sobre práticas sustentáveis e de neutralização desse carbono é usar uma ferramenta específica para calcular o tamanho do problema. E são várias as opções encontradas na internet, geralmente levando em conta os estilos de vida norte-americano ou europeu. No Baixatudo, é possível ter acesso a versões adaptadas para a realidade brasileira. Desenvolvida pela equipe do projeto Florestas do Futuro, a Calculadora de Emissão de CO2 traz um questionário em português para analisar as atividades cotidianas realizadas pelo público brasileiro, como trajetos de carro, ônibus ou avião, por exemplo. Após o questionário ser preenchido, a ferramenta calcula automaticamente quanto de carbono o usuário emite e mostra o que fazer para neutralizar seus efeitos nocivos na natureza. A Calculadora Carbono Neutro é outra ferramenta interativa para calcular a emissão de CO² em diversas situações: transporte, eletricidade, gás natural, etc. Você pode adicionar diversos parâmetros e descobrir a quantidade de árvores correspondente ao carbono emitido anualmente por você e sua família. Ambos os aplicativos fazem parte do kit especial montado pelo Baixatudo para o Live Earth, que conta ainda com wallpapers oficiais do evento mundial e tema ecologicamente correto para o messenger. (Globo Online) Site http://www.liveearth.org/event.php Brasil Applications for media accreditation for Live Earth Brasil will be accepted from June 14th through June 22nd. To apply for concert accreditation, please contact: Vanessa Vascouto or Adriana Rodrigues IN PRESS PORTER NOVELLI Av. Juscelino Kubitscheck, 1726, 10th floor. Tel.: +55 11 3323-1596 Fax: +55 11 3323-1599 E mail: vanessa.vascouto@inpresspni.com.br or adriana.rodrigues@inpresspni.com.br
  • 13. 13 Anexo III Interesses comerciais http://www.liveearth.org/?p=223 THE LIGHTS GO OUT ON LIVE EARTH LONDON BUT THE BEAT GOES ON IN RIO DE JANEIRO AND NEW YORK Live Earth Global Concerts Have Reached More Than 10 Million Visitors Online at MSN – Most Simultaneous Viewers of Any Online Concert Ever London (July 7, 2007) – The London leg of 24-hour, 7-continent Live Earth concert series closed in emphatic fashion tonight with a rousing speech from actor, Terence Stamp and a stirring closing set from pop icon, Madonna that included “Hey You” – the song she created for Live Earth – “Ray of Light,” “La Isla Bonita” and “Hung Up”. The crowd of 65,000 people at Wembley Stadium – and the millions watching worldwide – were treated to an all-star line-up that also included Razorlight, Snow Patrol, Black Eyed Peas, Red Hot Chili Peppers, Metallica, Beastie Boys, Pussycat Dolls, James Blunt, Genesis, Damien Rice, David Gray, Kasabian, Paolo Nutini, John Legend, Duran Duran, Bloc Party, Corinne Bailey Rae, Terra Naomi, Keane, Foo Fighters and Spinal Tap. At the last count, the Live Earth global concerts had reached more than 10 million visitors online – the most simultaneous viewers of any online concert — and inspired change in viewers worldwide. “The climate crisis requires a global solution. Live Earth is using an unprecedented media architecture to reach a global audience,” said Kevin Wall, Founder and Executive Producer of Live Earth. Live Earth London was presented by numerous special guests, including Chris Moyles, Eddie Izzard, Alan Carr, Ricky Gervais, Miranda Richardson, Thandie Newton, Chris Rock, Russell Brand, Rob Reiner, Neve Campbell, June Sarpong, David Tennant and Geri Halliwell. Special broadcasts were beamed in from former U.S. Vice President Al Gore at the Smithsonian’s National Museum of the American Indian in Washington, DC, and also from the British Antarctic Research Station in Antarctica where Nunatak, the band of the British Scientific Team, performed their self-written song “Would You Do It All Again”. And for those late night revelers, the party is still going on across the pond. A huge beach party is seeing the sun set on Copacabana Beach, Rio de Janeiro, while The Police, Kanye West and John Mayer are closing Live Earth with “Message in a Bottle” at Giants Stadium in the New York area. The 24-hour, 7-continent series of concert events on 7.7.07 have brought together more than 100 artists and 2 billion people to inspire a global movement to ‘Answer the Call’ and help solve the climate crisis. In addition to providing over 100 simple actions people can take in their daily lives, which will have a tremendous positive impact when carried out on a mass scale, Live Earth is asking people to support a 90% reduction in CO2 emissions by 2050 and a comprehensive international treaty on global warming by 2009. “Nations all over the world are making progress in tackling the climate crisis. But too many proposals fall short of the strong, decisive action that’s needed. Individual nations alone cannot solve this crisis. The nations of the world must join together as one if we are to succeed,” said Al Gore, Live Earth Partner and the chair of the Alliance for Climate Protection. The Live Earth Pledge I Pledge: To demand that my country join an international treaty within the next 2 years that cuts global warming pollution by 90% in developed countries and by more than half worldwide in time for the next generation to inherit a healthy earth; To take personal action to help solve the climate crisis by reducing my own CO2 pollution as much as I can and offsetting the rest to become “carbon neutral;” To fight for a moratorium on the construction of any new generating facility that burns coal without the capacity to safely trap and store the CO2; To work for a dramatic increase in the energy efficiency of my home, workplace, school, place of worship, and means of transportation; To fight for laws and policies that expand the use of renewable energy sources and reduce dependence on oil and coal;
  • 14. 14 To plant new trees and to join with others in preserving and protecting forests; and, To buy from businesses and support leaders who share my commitment to solving the climate crisis and building a sustainable, just, and prosperous world for the 21st century. Additionally, Live Earth is asking people to commit to making changes at home, at work, while getting around, while shopping, in their communities and to urge changes by their governments. People can make their commitments and find solutions against the climate crisis at www.liveearth.org, www.LiveEarth.MSN.com, or by sending a text message of “SOS” to 82004. The names of people making commitments and signing the pledge through their computers or mobile phones on July 7th were shown on the Live Earth web site, on the screens at the concerts around the world, and on the global TV broadcasts. In the UK, people will be able to find out how they can make personal and political changes to combat climate change by visiting one of Live Earth’s two legacy partners, ‘We’re in this Together’ www.together.com or ‘I Count’ www.icount.org.uk. ABOUT LIVE EARTH Live Earth is a monumental music event that will bring together more than 2 billion people on July 7, 2007 to combat the climate crisis. Live Earth will stage concerts in New York , London , Sydney , Tokyo , Shanghai , Rio de Janeiro , Johannesburg and Hamburg , and will feature more than 150 of the world’s best music acts – a mix of both legendary music acts like The Police, Genesis, Bon Jovi and Madonna with the latest headliners like Kanye West, Kelly Clarkson, Black Eyed Peas and Jack Johnson. Live Earth’s 24 hours of music across 7 continents will deliver a worldwide call to action and the solutions necessary to answer that call. Live Earth marks the beginning of a multi-year campaign to drive individuals, corporations and governments to take action to solve the climate crisis. Live Earth is partnering with the Alliance for Climate Protection, The Climate Group, Stop Climate Chaos and other international organizations in this ongoing effort. Live Earth was founded by Kevin Wall, CEO of Control Room, the company producing the concerts globally. Former Vice President of the United States Al Gore is the Chair of the Alliance for Climate Protection and a Partner of Live Earth. Exclusive online media partner MSN is helping Live Earth reach people in every corner of the globe. Live Earth London will be streamed live at http://liveearth.uk.msn.com. MSN’s 39 localized web portals worldwide attract 465 million monthly users. smart is the world’s only automaker serving as an Official Partner. Unlike any other vehicle, the new smart fortwo combines a modern, individual lifestyle with environmental protection by setting the standard in urban mobility and offering the lowest CO2 emission of any vehicle on the market. smart responds to environmental demands with innovative, technologically sound solutions and as a result produces positive and credible answers to the question of ecological driving. Philips, as the world’s leading lighting supplier, joins Live Earth as an Official Partner. Philips was the first to introduce the energy saving light bulb in 1980 and has put environmental product improvement at the heart of its business with its EcoDesign program since 1994, increasing its green product range year by year. Live Earth is partnering with companies on a local level who share the commitment to helping people live a more energy efficient lifestyle. PepsiCo, an Official Partner of Live Earth, is committed to making a difference with eco-friendlier packaging, energy and water conservation and waste reduction. It’s all part of PepsiCo’s commitment to Performance with Purpose — to do better by doing better. Esurance, the direct-to-consumer personal auto insurance company, joins Live Earth as an Official Sponsor and is the latest extension of Esurance’s efforts to conserve energy and preserve the planet’s precious resources. For more than seven years, Esurance policyholders have helped save thousands of trees by buying their auto insurance online and using electronic documents. An official partner of Live Earth, The Absolut Spirits Company, Inc., a subsidiary of V&S Group, produces and markets ABSOLUT® VODKA, Level ™ Vodka, FRÏS® Vodka , Plymouth™ Gin and Cruzan® Rum. The Absolut Spirits Company focuses on reducing the impact on climate change, sustainable agriculture and optimizing use of natural resources as mandated by V&S Group. To view details on the company’s efforts to combat global warming, visit www.vsgroup.com and click on “Corporate Responsibility/Environment.” Intelsat, the leading provider of fixed satellite services worldwide, is the official satellite capacity sponsor to Live Earth, providing the global high definition infrastructure for an unforgettable viewer experience. Intelsat connects the planet to Live Earth through its network of 52 satellites and global terrestrial facilities. For more information, visit http://liveearth.org or http://liveearth.msn.com. ### GLOBAL HEADQUARTERS MEDIA CONTACT: Matthew diGirolamo 310-402-9107 / mdigirolamo@liveearth.org