1) A tuberculose é uma doença milenar causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, transmitida por via aérea.
2) O tratamento atual cura quase 100% dos casos novos com esquemas de múltiplas drogas por pelo menos seis meses.
3) A resistência a medicamentos ocorre quando o tratamento é interrompido ou inadequado, requerendo novas abordagens.
3. Descoberta do agente causal por Robert
Koch em 1882.
FONTE: TARANTINO. Doenças Pulmonares. 6ª edição. Editora Sextante. 2008.
4. CONCEITOS INICIAIS
Mycobacterium tuberculosis
Atenção: Existem muitas outras espécies de micobactérias, algumas delas também são patogênicas para a
espécie humana. Esses quadros são conhecidos como micobacterioses não tuberculosas.
5.
6. A doença pulmonar por MNT geralmente
ocorre em pacientes com doença pulmonar
crônica como:
Pneumoconiose.
DPOC.
Sequela de tuberculose.
Bronquiectasia.
Doença esofágica associada à aspiração crônica de
material alimentar pelas vias aéreas.
8. Até a década de 1950 o pneumotórax
artificial foi o tratamento mais utilizado
FONTE: TARANTINO. Doenças Pulmonares. 6ª edição. Editora Sextante. 2008.
10. Doença grave, porém curável em
praticamente 100% dos casos
novos.
Tratamento adequado é o meio
para evitar a persistência
bacteriana e o desenvolvimento
de resistência.
O tratamento reduz as fontes de
infecção e o impacto da doença
na comunidade.
11. Para que ocorra a transmissão
da tuberculose é necessário que
haja:
• O AGENTE INFECCIOSO
• O MODO DE TRANSMISSÃO DO MESMO
• A PESSOA SUSCEPTÍVEL
12. OMS – Tuberculose, 2007:
Casos novos no mundo: 9,27 milhões;
Maioria: Ásia (55%) e África (31%);
Incidência TB/HIV +: 1,37 milhão, 79% na África
Óbitos em casos novos : 1,75 milhão, sendo 456 mil nos HIV
positivos.
TB multirresistente (TBMR) 500 mil casos.
16. Dentro dos 22 países (80%) priorizados pela OMS;
2007 : 72.194 casos novos – 38 casos/105
hab;
41.117 bacilíferos;
19° posição/ n° de casos;
SP maior número absoluto de casos
RJ maior coeficiente de incidência;
Óbitos 4500/ano
TB 4° causa morte DIPs, 1° AIDS/TB.
FONTE: (SINAN).
17. Dados de 2008:
1. Rio de Janeiro (68,64/100 mil hab);
2. Amazonas (67,88);
3. Pernambuco (47,61);
4. Pará (43,72);
5. Ceará (43,2);
6. Rio Grande do Sul (42,53).
As menores taxas de incidência do país foram registradas no Distrito Federal
(13,73), Tocantins (13,67) e Goiás (13,91).
FONTE: (SINAN).
18. A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa através do ar.
O paciente bacilífero ao tossir ou falar elimina aerosóis contendo o
germe.
19. PATOGENIA
Macrófago ativado
IL-6, IL-12, TNF
Interferon gama
Novos
macrófagos
Morte dos macrófagos
acumulo de células
inflamatórias e fibrina
formam um granuloma
(tubérculo)
Células gigantes de Langhans que
retiram água e depositam sais de
cálcio
20. A probabilidade que a TB seja transmitida depende de alguns
fatores:
Da contagiosidade do doente bacilífero fonte da infecção;
Do tipo de ambiente onde a exposição ocorreu;
Da duração da exposição.
21. O risco de progressão da infecção para a doença aumenta na
presença de situações que debilitem o sistema imunológico da
pessoa, como, por exemplo:
Diabetes Mellitus (DM);
Infecção pelo HIV;
Tratamento prolongado com corticosteroídes;
Terapia imunossupressora;
Doenças renais crônicas, entre outras.
22.
23. TUBERCULOSE LATENTE ou INFECÇÃO
LATENTE DE TUBERCULOSE (ILTB) – Quando
o indivíduo encontra-se infectado pelo M.
tuberculosis, mas sem clínica ou alteração
radiológica. Um marcador é o PPD reator forte.
TUBERCULOSE – Quando as manifestações
clínicas da doença pulmonar ou extra-pulmonar
se tornam aparentes, através de exames ou
achados clínicos.
24. DEFINIÇÃO DE CASO – Todo indivíduo que tem
este diagnóstico confirmado por baciloscopia ou
cultura ou aquele em que o médico, com base
em dados clínico-epidemiológicos e no resultado
de exames complementares, firma o diagnóstico
de tuberculose.
CASO NOVO – É o doente com tuberculose que
nunca foi tratado ou que usou drogas anti-
tuberculosas por menos de 30 dias.
31. Nos suspeitos de TB pulmonar (SR) a baciloscopia de escarro deve ser realizada
em, no mínimo, duas amostras, sendo a realização da segunda amostra
independente do resultado da primeira.
32. Contatos de casos de tuberculose resistente;
Pacientes com antecedentes de tratamento prévio independentemente do
tempo decorrido;
Pacientes imunodeprimidos, principalmente portadores de HIV;
Paciente com baciloscopia positiva no final do 2º mês de tratamento;
Falência ao tratamento anti-TB.
Em investigação de populações com maior risco (profissionais de saúde,
indígenas, prisionais, moradores de rua)
ATENÇÃO: Atualmente as culturas demandam um tempo de 45 a 60 dias para serem
liberadas.
34. Características do M. tuberculosis,
importantes para entender o tratamento
quimioterápico:
Aerobiose estrita.
Multiplicação lenta.
Alta proporção de mutantes resistentes.
35. Necessidade de oxigênio para seu metabolismo.
Mácrofagos: meio ácido, pouco oxigenado
crescimento lento.
Lesões Caseosas/fechadas pH ácido ou neutro
necessita acumular O2 proveniente do metabolismo
tecidual. Crescimento intermitente Persistentes
RECAÍDAS/RECIDIVAS.
36.
37. Com a liquefação do cáseo e o esvaziamento
da lesão, o bacilo encontra na parede da
cavidade condições ideais para sua
multiplicação, tanto pela boa oferta de
oxigênio e pelo pH neutro como pela
presença de substâncias nutrientes,
desenvolvendo então um crescimento
rápido.
Nestas lesões, formam-se grandes populações
bacilares que, se tratadas inadequadamente,
resultam na falência do tratamento pelo
aparecimento de "bacilos resistentes" .
38. Interior dos macrófagos Rifampicina (R),
Pirazinamida (P) e Etambutol (E).
Difundem no meio intracelular e atuam em pH ácido.
Lesões fechadas a mais efetiva e de maior
rapidez de ação é a R, sendo a atuação da
isoniazida (H) mais lenta e demorada.
Na parede cavitária as ações da Rifampicina,
da isoniazida e da estreptomicina (S), que só age
em pH neutro, são boas .
39.
40.
41.
42.
43. O bacilo desloca de forma prioritária seu metabolismo
para a construção da cápsula, em detrimento da própria
construção proteica celular, apresentando uma
contradição entre conteúdo (citoplasma) e continente
(cápsula), tornando lenta sua divisão celular.
Por encontrar dificuldades de penetração através da
cápsula, os medicamentos só agem durante o
metabolismo ativo, ou seja, momento da divisão bacilar.
44. Quanto mais lento o metabolismo, mais
demorada será a atividade medicamentosa.
No estado de infecção, sem doença e sem
atividade bacilar, os medicamentos
nãoapresentam atividade. Esta característica do
bacilo determina uma evolução crônica para a
doença e exige um tempo maior de tratamento .
45. A quimioterapia moderna para TB,
corretamente prescrita e
administrada, cura 98 a 99% dos
casos nunca tratados.
O M. tuberculosis apresenta uma
freqüência de mutantes naturalmente
resistentes às drogas, variável de
acordo com cada uma delas.
46. Esta resistência natural aos medicamentos se deve a
mutações genéticas e existem previamente nas populações
bacilares, antes mesmo da exposição a eles (resistência
primária)
Tratamentos irregulares, interrompidos antes de uma
completa esterilização dos germes (abandono) ou com doses
inadequadas, condicionam o aparecimento de cepas
resistentes aos medicamentos (resistência pós-primária).
47.
48.
49.
50.
51. A Rifampicina diminui substantivamente sua
ação com a ingestão concomitante de
alimentos e se altera com o uso de antiácidos,
levando à menor concentração sérica.
52. R = RIFAMPICINA
H = ISONIAZIDA
Z= PIRAZINAMIDA
E= ETAMBUTOL
53.
54.
55. Recomenda‐se a solicitação de cultura, identificação e teste de
sensibilidade (TS) para todos os casos com baciloscopia positiva
ao final do segundo mês de tratamento.
De acordo com o resultado do TS será identificada a possível
resistência aos fármacos e mudança do esquema será avaliada na
unidade de referência terciária
Até o retorno e avaliação do TS deverá ser mantido o esquema
inicial.
56. FALÊNCIA TERAPÊUTICA:
Persistência de baciloscopia positiva ao final do
tratamento
Casos fortemente positivos (++ ou +++) no início do
tratamento e que mantêm essa situação até o quarto mês
de tratamento
Casos com positividade inicial seguida de negativação e
nova positividade a partir do quarto mês de tratamento.
57. Abandono de Tratamento
Interrupção do tratamento por período período
acima de 30 dias consecutivos.
58. Visa o fortalecimento do paciente ao tratamento e
prevenção de resistência, reduzindo os casos de abandono e
aumentar a probabilidade de cura;
Todo caso de tuberculose (novos e retratamentos) deve
realizar o tratamento diretamente observado, pois não é
possível predizer os casos que irão aderir ao tratamento;
Tomada observada diária de segunda a sexta;
Uso de incentivos;
60. Caso índice – Todo paciente com TB
pulmonar ativa, prioritariamente com
baciloscopia positiva.
Contato – Toda pessoa que convive no
mesmo ambiente com o caso índice, no
momento do diagnostico da TB.
61. Sintomáticos criancas ou adultos (incluindo pessoas com HIV/aids)
deverão ter sua investigação diagnostica ampliada com radiografia de
tórax, baciloscopia de escarro e/ou outros exames, de acordo com cada
caso.
Assintomáticos adultos e adolescentes (>10 anos) – realizar PT .
Assintomáticos crianças (<10 anos) – realizar PT e RX.
Contatos com historia previa de TB tratada anteriormente com
quaisquer resultados da PT nao devem ser tratados para ILTB.
62.
63.
64. O tratamento da ILTB com ISONIAZIDA
reduz em 60% a 90% o risco de adoecimento
Fármaco utilizado: Isoniazida
Dose de 5 a 10 mg/kg de peso ate a dose
maxima de 300mg/dia.
Tempo de tratamento: mínimo de seis
meses.
65.
66.
67.
68.
69.
70.
71.
72. 1)Manual de recomendações para controle da tuberculose. MS. 2010.
2) Doenças Pulmonares. 6ª Edição.Affonso Berardinelli Tarantino.
Notas do Editor
desde que obedecidos os princípios da moderna quimioterapia.