Este documento discute o tratamento da disfunção erétil causada por medicamentos (iatrogênica) e após cirurgias pélvicas como a prostatectomia radical. Ele descreve estratégias de tratamento como descontinuar drogas implicadas, substituí-las, tratar comorbidades e usar terapias direcionadas para DE. Também discute o mecanismo de ação e eficácia dos inibidores da fosfodiesterase-5 no tratamento da DE iatrogênica e pós-cirurgia.
1. Conversas com o especialista
Disfunção eréctil e Iatrogenia
Fortunato Barros
Consulta de Andrologia
Hospital S. José
Responsável do Serviço: Dr. Vaz Santos
Lisboa, 2 de Dezembro de 2008
2. Tratamento da DE iatrogénica
Estratégia
Descontinuação das drogas implicadas
Substituição por drogas menos tóxicos
Tratamento das comorbilidades
Alteração do estilo de vida
Instituição de tratamentos dirigidos para a DE.
3. Prostatectomia radical
Etiologia da DE
Neurogénica (lesão do FVN)
Neurotomia ou neuropraxia (estiramento, térmica, isquémico e inflamatório)
Vasculogénica
Lesão da art. Pudenda acessória
IMVO
Apoptose do musculo liso cavernoso e atrofia tecidularfibrose e
colagenização do tecido cavernoso e diminuição do comprimento e volume
penianos
Psicogénica
(stress da cirurgia, medo oncológico, recuperação da continência etc)
4. DE pós cirurgia pélvica
Prevenção
Aplicação cuidada da técnica cirúrgica
Mapeamento nervoso intraoperatório
“CaverMap” (baixa especificidade)
Ampliação do campo cirúrgico
Enxerto nervoso
Preservação das vesículas seminais
Medidas de reabilitação sexual precoce
5. DE pós Cirurgia pélvica
Reabilitação sexual pós-PR
“Fisioterapia peniana”
IIC de PGE (5-20ng) 3 vezes por semana
61% de respostas satisfatórias
IIC de PGE + sildenafil
Sildenafil ou vardenafil ou tadalafil
Aumenta a amplitude e duração das erecções
nocturnasaumenta a oxigenação dos tecidos e diminui a fibrose
6.
7.
8. Tratamento da DE
Estratégia terapêutica
Atenção ás causas e factores de risco
–
–
Estilo de vida; hábitos; iatrogenia; interacções;
risco cardiovascular
Tratamento directo
–
–
–
Decisão partilhada
Comodidade e reversibilidade
Pouco invasivo e baixo custo
9. Tratamento da DE iatrogénica
Modalidades terapêuticas
Terapêutica farmacológica
Injecção intracavernosa
MUSE
Dispositivo de vácuo
Prótese peniana
11. Inibidores da 5 - PDE
Actualmente:
–
Inibidores da 5-fosfodiesterase disponíveis:
Sildenafil (Viagra®)
Tadalafil (Cialis®)
Vardenafil (Levitra®)
Terapêutica de primeira linha
12. Inibidores da 5-PDE
Aspectos relevantes
Farmacocinética
Estímulo sexual adequado
Efeito vasodilatador dose-dependente
Interferência do álcool e dos alimentos
Contra-indicação: nitratos e dadores de NO
15. Inibidores da 5 - PDE
Eficácia
–
Resposta de 70-81%, com melhoria significativa do IIEF na
maioria dos estudos publicados
–
Média de 75% de sucesso nas tentativas sexuais
Estudos com populações mistas
16. Inibidores da 5 - PDE
Eficácia
–
Populações com disfunção orgânica de tratamento difícil
Diabetes Mellitus
–
Sildenafil – Sildenafil Diabetes Study Group
(Rendell et al, 1999)
50-56% de resposta
–
Vardenafil - Goldstein et al, 2003
72% de resposta
54% sucesso nas relações
17. Inibidores da 5 - PDE
–
Eficácia
Populações com disfunção orgânica de tratamento difícil
Pós-Prostatectomia
–
radical /cirurgia pélvica
Resposta directamente relacionada com:
Função eréctil prévia
Idade
Estádio oncológico
Preservação dos feixes vasculonervosos
18. Inibidores da 5 - PDE
–
Eficácia
Populações com disfunção orgânica de tratamento difícil
Pós-Prostatectomia radical com preservação bilateral do
feixes vasculonervosos:
–
Resposta aos inibidores da 5-fosfodiesterase
47 a 65% nos estudos publicados
(Brock et al, J Urol, 2003; Montorsi et al, 2004; Padma-Nathan et al,
2004)
60% de eficácia aos 18-24 meses
Aumenta erecções nocturnas, oxigenação dos tecidos e
diminui fibrose e lesões irreversíveis
19. Inibidores da 5 - PDE
Qual é o mais eficaz?
– Estudos publicados
Populações e metodologias diferentes
Faltam estudos comparativos directos
–
Eficácia sobreponível
Carson e Lue, 2005
20. Inibidores da 5 - PDE
Preferência entre os inibidores da 5-PDE
–
Maioria dos estudos têm metodologias questionáveis
71%
tadalafil Vs 29% sildenafil
Eardley et al, BJU Int 2005
52%
tadalafil Vs 28% sildenafil Vs 20% vardenafil
Tolra et al, J Sex Med 2006
Eficácia sobreponível
Tadalafil
– maior tempo de acção
Maior espontaneidade
21. Inibidores da 5 - PDE
Má resposta
–
30-35% dos doentes
Estratégias
–
–
–
–
–
–
–
Educação
Uso incorrecto
Correcção de factores de risco
Dislipidémia
Diabetes
Hipogonadismo
Mudança de estilos de vida
Aumento da dose
Tentativa com outro inibidor da 5-PDE
Psicoterapia
Se factores psicosociais
Terapêutica de segunda e terceira linha
23. Inibidores da 5 - PDE
Efeitos adversos
–
Pico nas primeiras duas semanas
14%
Cedem
–
com o uso continuado
4% após dois meses
24. Inibidores da 5 - PDE
Efeitos adversos
–
Neuropatia óptica anterior isquémica não-arterítica
Estudos sugerem uma associação com todos os 3 inibidores
da PDE-5
– Muito rara
– Relação causal não está totalmente estabelecida
– Obriga à interrupção do fármaco
Laties et al, J Sex Med 2006
25. Inibidores da 5-PDE
Precauções
•Inibidores das proteases (anti-retrovirais)
•Inibidores do Citocrómio P450
•Idosos com insuficiência hepática e renal
•Hipotensores
•Doentes com risco de priapismo
•Retinite pigmentosa
•Grupos de risco cardiovascular
26. Inibidores da 5 - PDE
Contra-indicações
–
Nitratos
Uso
–
concomitante está totalmente contraindicado
Hipotensão grave
24h com sildenafil e vardenafil
48h com tadalafil
27. Inibidores da 5 - PDE
Contra-indicações
–
Bloqueadores alfa
Ex. – tansulosina, alfuzosina, doxazosina
Uso concomitante pode provocar hipotensão ortostática
–
–
–
–
Tadalafil não é recomendado
Janela de 4h (sildenafil) a 6h (vardenafil)
Doses baixas
Anti-hipertensores
Quedas minor da TA, sem significado clinico
28. Inibidores da 5 - PDE
Segurança cardiovascular
–
Não aumentam o risco de síndrome coronário agudo ou de
morte súbita.
Evidência de nível 1a.
–
Podem inclusive melhorar o tempo até à isquemia em
provas de esforço, em doentes com angina estável
Jackson et al, Int J Clin Pract 2002
Jackson et al, J Sex Med 2006
29. Inibidores da 5 - PDE
Segurança cardiovascular
–
Doentes com antecedentes cardiovasculares
O factor mais importante é se há contraindicação para a
actividade sexual
– Estratificação dos doentes em grupos de risco.
Ex. critérios de Princeton
Uso seguro nos doentes de baixo risco (tipicamente
são doentes com capacidade em efectuar exercício
de pequena/média intensidade)
30. Inibidores da 5 - PDE
Segurança cardiovascular
–
Vardenafil
Interfere com a condução cardíaca
Está contraindicado:
– Uso concomitante com antiarrítmicos do tipo IA (quinidina
ou procainamida) ou do tipo 3 (sotalol ou amiodarona)
–
Síndrome do QT longo congénito
31. Inibidores da 5 - PDE
Taxa de satisfação
–
40-58% de taxa de satisfação
Martin-Morales et al, Eur Urol 2007
–
74% de taxa de satisfação nas companheiras
Montorsi e Althof, 2004
–
47% de taxa de abandono
–
–
Custo
Factores psicosociais
Perda de interesse
Perda da companheira
Problemas conjugais
32. Inibidores da 5 - PDE
–
O que há de novo…
Uso diário – “Once daily”, em vez do “On-demand”
Aumenta
a taxa de eficácia?
O uso crónico pode levar à ..cura?
33. Inibidores da 5 - PDE
O que há de novo…Uso diário – “Once daily”, em vez do “On-demand”
Aumenta a taxa de eficácia?
–
–
–
Haztimouratidis et al, Eur Urol 2006
Até 18,2% de reposta adicional
McMahon et al, J Sex Med 2008
Aumento de 27%
Christian Gratzke, Eur Urol 2008
“Um número considerável de doentes não responde ao tratamento
“On-demand”. O uso crónico diário pode ser uma opção terapêutica
Zumbé et al, Eur Urol 2008
– Estudo controlado por placebo, duplamento cego
– Não houve diferença entre “On-Demand” Vs “”Once daily”, ao longo de 24
meses
34. Inibidores da 5 - PDE
O que há de novo… – “Once daily”, em vez do “On-demand”
O uso crónico pode levar à ..cura?
Estudos pré-clínicos, modelos animais
– Uso crónico
Reverte a disfunção endotelial
Aumenta a resposta ao NO
Aumenta a síntese de NO
Menor perda de tecido muscular liso
Menor síntese de colagénio
Reversão da fibrose
Behr-Roussel et al, Eur Urol 2005
Musicki et al, J Urol 2005
Ferrini et al, Bio Reprod 2007
35. Inibidores da 5 - PDE
O que há de novo… – “Once daily”, em vez do “On-demand”
O uso crónico pode levar à ..cura?
–
–
–
–
Carreta et al, Eur Urol 2005
Aumento do número de erecções espontâneas
McMahon et al, J Se Med 2005
O uso diário está associado a uma melhoria da função eréctil
Sighinolfi et al, Andrologia 2006
Após 20 meses de terapia
Melhoria de 10,5% dos parâmetros no ecodoppler
De Youg et al, Eur Urol 2008
Uso diário leva a melhoria da função eréctil
Estudos com um baixo nível de evidência
36. Inibidores da 5 - PDE
O que há de novo… – “Once daily”, em vez do “On-demand”
O uso crónico pode levar à ..cura?
– Porst et al, j Sex Med 2008
Níveis do IIEF-EF voltaram aos níveis de base
–
Zumbé et al, Eur Urol 2008 – RESTORE STUDY
É o único estudo randomizado, controlado por placebo,
duplamente cego
Doentes com disfunção eréctil ligeira a moderada
Não houve benefício clínico após interrupção do tratamento
–
E em doentes com disfunção eréctil grave?
40. Terapêutica intracavernosa
Aceitação da terapêutica intracavernosa
–
49 a 84%
Montesa et al, 1992
Gerber e Levine, 1991
Chandeck
Baixa adesão a longo prazo
–
–
Taxa de abandono – 41 a 68%
50% desistem
Nos primeiros 2-3 meses
Lakin et al, J Urol 1990
Leungwattanakij et al, Urol Clin North Am, 2001
41. Terapêutica intracavernosa
Baixa adesão
Medo da picada/agulha
Falta de espontaneidade
Dor peniana
Perda de interesse
Perda da companheira
Má resposta
Custo
Para melhorar a adesão:
- Informação e educação;
- Ensino e consultas de seguimento
42. Injecção intracavernosa na DE iatrogénica
Taxa de eficácia- 85% (Denis McDouglas)
Dor peniana -14%
Fibrose peniana- 2.15%
Taxa de abandono- 40%
Tempo de eficácia- 3 meses (Gontero et al)
Contra-indicações: discrasia hemorrágica, doentes
psiquiátricos e doentes com risco de priapismo
43. Terapia combinada oral e intracavernosa
Inibidor da 5-PDE e Alprostadil
Eficaz
– Até 31% de resposta adicional
Efeitos laterais não desprezíveis
– 49% dos doentes
Tonturas – 20%
–
Uso clínico em doentes muito selecionados
44.
45.
46. Dispositivo de vácuo
•Indicação:
- Pós-PR
- Pós-explante de prótese
- Pós cirurgia vascular do pénis
- Trauma medular; diabetes
- Opção do doente
Resultados: Erecção satisfatória- 70-94%; insatisfação da
parceira- 11%; abandono do tratamento: 19-36% aos 3
meses e 50% aos 2 anos
Crítica: Erecção de baixo fluxo e isquémico
Efeito nocivo na oxigenação dos corpos cavernosos nos
primeiros 24 meses após a cirurgia
32% de taxa de utilização
48. PRÓTESES DO PÉNIS
TIPOS
“SOFT SILICONE”
- silicone puro
SEMI-RÍGIDAS
MALEÁVEIS
- tutor central de plástico / metal
MECÂNICAS
- segmentos unidos por um cabo central
HIDRÁULICAS
2 componentes
3 componentes
53. DISFUNÇÃO ERÉCTIL – TRATAMENTO CIRÚRGICO
PRÓTESES HIDRÁULICAS
TIPO - 2 COMPONENTES
2 cilindros “pré-ligados” (corpos cavernosos)
bomba (escroto)
MECANISMO
Compressão da bomba promove a transferência de
líquido da região post. dos cilindros para a região média
provocando a rigidez
Deflação produzida pela flexão ventral do corpo do
pénis (o líquido retorna à região posterior dos cilindros)
produzindo-se a flacidez
55. DISFUNÇÃO ERÉCTIL – TRATAMENTO CIRÚRGICO
PRÓTESES HIDRÁULICAS
TIPO - 3 COMPONENTES
2 cilindros (corpos cavernosos)
bomba (escroto)
reservatório (hipogastro “espaço de Retzius”)
MECANISMO
ACTIVAÇÃO: compressão da bomba escrotal promove a
transf. de líq. do reservatório p/ os cilindros > rigidez
DESACTIVAÇÃO: compressão da válvula na região mais
alta da bomba transf. liq. dos cilindros p/ reservatório >
flacidez
56. DISFUNÇÃO ERÉCTIL – TRATAMENTO CIRÚRGICO
PRÓTESES HIDRÁULICAS
TIPO - 3 COMPONENTES
AMS 700 ULTREX / ULTREX PLUS
57. DISFUNÇÃO ERÉCTIL – TRATAMENTO CIRÚRGICO
PRÓTESES HIDRÁULICAS
TIPO 3 COMPONENTES – avanços técnicos
modelos de base estreita
- doentes c/ corpos cavernosos pequenos
- corpos cavernosos fibrosados
. dça Peyronie
. infecção prévia dos corpos cavernosos
impregnação com antibióticos
- INHIBIZONE® (AMS)
- RESIST® (Mentor)
melhoria dos mecanismos de activação / desactivação
- MONUMENTARY SQUEEZE® (AMS)
- ONE TOUCHE® (Mentor)
válvula bloqueio (anti auto-activação)
58. DISFUNÇÃO ERÉCTIL – TRATAMENTO CIRÚRGICO
PRÓTESES HIDRÁULICAS
TIPO 3 COMPONENTES – avanços técnicos
INHIBIZONE®
zona de
inibição
Staphylococcus
epidermidis
- AMS: MS 700 / TACTILE
- MENTOR: TITAN
59. Tratamento da DE
Prótese do Pénis
Vantagens
Semi-rígidas
- Fácil aplicação
Desvantagens
taxa de avarias
-< custo
- Perturba actividade
física
-Endoscopia díficil
-> risco de erosão
-Rigidez permanente
- Melhor aparência
- Melhor rigidez e
flacidez
- Melhor tamanho
- Cirurgia complexa
- > Taxa de reparação
-<
Hidraúlicas
60. TRATAMENTO DA D.E
Prótese do pénis- Pré-operatório
Discutir
Tamanho do pénis
Taxa de reparação
Sensibilidade
Ejaculação
Destreza manual
Estado mental
Decisão partilhada
Selecção cuidada do doente
Irreversibilidade do
procedimento
Preparação
Urinocultura
Lavagem dos genitais
Tricotomia no bloco
Profilaxia AB
Solução antiséptica
61.
62.
63.
64. TRATAMENTO DA D.E
Prótese do pénis- Complicações
Intra-operatório
Perfuração da uretra
Crossover crural (25%)
Perfuração crural
proximal
Pós-operatório
Problemas mecânicos
Extensão/Extrusão do
cilindro
Hipermobilidade da glande
Aneurisma/encurvamento
Encurtamento
Infecção (1-3%)
65. DISFUNÇÃO ERÉCTIL – TRATAMENTO CIRÚRGICO
RESULTADOS
NÍVEIS DE SATISFAÇÃO – parâmetros de avaliação:
grau de desconforto pós operatório
complicações
grau de dissimulação da prótese
aspecto estético
desempenho da prótese
facilidade de activação / desactivação
nível de aceitação da companheira
66. DISFUNÇÃO ERÉCTIL – TRATAMENTO CIRÚRGICO
Resultados
Prótese do pénis
CAUSAS DE INSATISFAÇÃO
dor local
aspecto do pénis
necessidade de re-operação
67. TRATAMENTO DA D.E
Prótese do pénis
Infecção da Prótese
Mais frequente nas situações de reimplante, revisão e diabetes
(HbA1>11%)
Infecção periprotésica (Pseudomonas e estafilococos)
Tratamento:
- Remoção, AB e reinserção aos 6 meses
- Medida de salvação (AB com solventes; peróxido de
hidrogénio; reinserção imediata)
68. TRATAMENTO DA D.E
Prótese do pénis
Resultados
Satisfação
- Doente- 80-90%
- Parceira- 70-80%
Taxa de reparação
- Aos 5 anos- 5-10%
- Aos 10 anos- 15% (85% dos doentes mantêm a prótese)
69. DISFUNÇÃO ERÉCTIL – TRATAMENTO
TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO ERÉCTIL
OBJECTIVO
RESTABELECER A ACTIVIDADE SEXUAL SATISFATÓRIA
informar:
riscos e co-morbilidades
“trat. médicos gerais”
opções de tratamento:
aconselhar (doente / companheira)
inibidores 5PDE
resultado insatisfatório
reavaliar / adaptar a dose / informar
resultado insatisfatório
alternativas (orais / locais)
resultado insatisfatório
cirurgia / terap. psiquiátrica
tratamento:
médico / psico-social
trat. locais