1. 1
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Introdução
A bexiga é um reservatório, que vai armazenando a urina produzida pelos rins entre cada
micção. À medida que o volume de urina na bexiga vai aumentando, a sua parede vai-se
distendendo (habitualmente após a acumulação de 250 a 350 ml de urina), dando a percepção
de que a bexiga está cheia e que tem de urinar. Este complexo processo é controlado pelo
cérebro. Para iniciar a micção, o sistema nervoso provoca uma contracção do músculo da
parede da bexiga (detrusor) e o relaxamento dos esfíncteres que são músculos que se
encontram a volta da uretra, de modo a expulsar a urina. Este mecanismo resulta num
equilíbrio entre forças que expulsam a urina e forças que a retêm. Fazem parte destas forças,
estruturas ligamentares, musculares e nervosas do pavimento pélvico.
A micção normal ocorre até 8 vezes por dia e a maioria dos adultos e crianças saudáveis não se
levantam à noite com vontade de urinar.
Qualquer causa que altere a estrutura normal do tracto urinário pode levar ao aparecimento
de retenção urinária ou incontinência urinária.
O que é a incontinência urinária?
Chama-se incontinência urinária à perda involuntária de urina. Ou a incapacidade de controlar
o esvaziamento da bexiga e de aguardar pelo momento e o lugar adequado para o fazer.
Afecta milhões de pessoas. É uma queixa mais predominante no sexo feminino, embora
também possa afligir os homens. Ainda que seja mais frequente nas pessoas idosas, pode
manifestar-se em qualquer idade, dependendo da sua causa. Erradamente, pensa-se que é
própria da idade, e que o tratamento é ineficaz ou complicado.
A incontinência urinária é pessoal e socialmente muito embaraçosa. A qualidade de vida fica
diminuída, a auto-estima fica perturbada e o quotidiano alterado. Quem sofre de
incontinência evita sair à rua e ter contactos com outras pessoas, pelo receio de que o cheiro
a urina se note, tal como perdas de urina ou o uso de fralda. Para além do desconforto e
embaraço físico e psíquico da situação, há ainda a acrescentar os custos sociais e económicos
da incontinência.
2. 2
A incontinência urinária pode associar-se a prolapsos dos órgãos pélvicos como cistocele,
rectocele, enterocele ou prolapso uterino ou da cúpula vaginal, que por vezes obriga a
tratamento concomitante.
Tipos de Incontinência
1- Incontinência de esforço
Perdas de urina associadas a acções que aumentam a pressão abdominal, tais como rir, tossir,
espirrar, saltar, correr, mudar de posição, etc.
Devem-se a factores que condicionam o enfraquecimento dos músculos que suportam a
bexiga e a uretra, como gravidez, parto, obesidade, alterações hormonais da menopausa e
cirurgia pélvica.
2- Incontinência por imperiosidade ou bexiga hiperactiva
Neste tipo de incontinência a perda de urina é acompanhada de uma vontade forte e urgente
(imperiosa) para urinar, que não se consegue controlar.
Pode ser desencadeada pelo ruído de água a correr, pelo acto de chegar a casa, de tentar
meter a chave na porta, por momentos de ansiedade.
Pode existir perdas durante a noite e deitado e ainda micções frequentes (mais de 8 vezes
durante o período de 24 horas).
Está associada frequentemente a doenças neurológicas, diabetes, infecções, cálculos da
bexiga, tumores da bexiga, tratamentos de radioterapia, algaliações, doenças da próstata,
entre outras situações.
3. 3
3- Incontinência mista
Como o próprio nome indica, a incontinência de esforço está associada á incontinência por
imperiosidade.
4- Outros tipos
Há outras formas de incontinência, como a enurese, perda de urina durante o sono, condição
mais frequente na criança e a incontinência por regurgitação que é perda de urina com a
bexiga cheia, por atonia vesical (bexiga neurogénica atónica) ou obstrução infravesical pela
próstata.
Tratamento
Por ser uma doença embaraçosa, ou por pensarem que a incontinência urinária é uma
consequência natural do envelhecimento, a maioria dos doentes não procura ajuda
profissional.
É muito importante que se dirija ao seu médico, pois a incontinência urinária tem solução.
O tipo de incontinência é normalmente reconhecido pelo seu médico após falar abertamente
sobre as suas queixas.
Para além da história clínica, do diário miccional, da quantificação das perdas e do exame
físico, por vezes são necessários exames complementares, como análises, ecografia,
cistoscopia e estudo urodinâmico, de modo a fazer um correcto diagnóstico do tipo de
incontinência e decidir qual o tratamento mais adequado.
Antes de qualquer tratamento dirigido, há que ter em conta alguns conselhos práticos como:
- Urinar em intervalos regulares;
- Diminuir a ingestão de líquidos;
- Evitar alimentos ou bebidas irritativos para a bexiga (picante, condimentos, café, álcool,
bebidas gaseificadas);
- Zelar pelo bom funcionamento vesical
- Evitar a obesidade
- Treinar os músculos do pavimento pélvico- Ginástica dirigida.
As doenças responsáveis por alguns tipos de incontinências devem ser controladas, assim
como os prolapsos dos órgãos pélvicos associados.
Actualmente encontram-se disponíveis pensos e fraldas absorventes para retenção de grande
quantidade de urina, mas que não são o tratamento ideal e definitivo.
Os exercícios de estimulação dos músculos pélvicos, com técnicas de reeducação períneo-
esfincteriana com electroestimulação e biofeedback, podem reforçar os mecanismos de
encerramento da bexiga constituindo solução para alguns casos de incontinência de esforço e
de imperiosidade.
Na incontinência por imperiosidade está indicado tratamento médico com drogas específicas
que relaxam o músculo da bexiga e os esfíncteres. Nas situações mais complicadas pode ter
indicação injecções intravesicais de toxina botulínica ou mesmo cirurgia.
A incontinência de esforço é tratada com uma taxa de eficácia superior a 80%, na maioria dos
casos, com cirurgias minimamente invasivas e com internamentos curtos ou mesmo em
4. 4
regime ambulatório (técnicas de sling suburetral- “TOT/TVT” ou injecções de “bulking agents”/
colagénio). Nas formas mistas aconselha-se tratamento médico antes de qualquer
procedimento cirúrgico.
Curiosidades- Dados nacionais
- Existem 600 mil incontinentes nas diferentes idades
- 3 mulheres por cada homem entre os 45-65 anos sofrem
- 50 % de pessoas institucionalizas sofrem
- Só 10% faz tratamento
- A taxa de cura da incontinência urinária ronda os 90%
Vale a pena Saber!
Participe!
Viva a vida com qualidade!
Não sofra, procure o médico!
A Clínica CuF Torres Vedras dispõe de consultas da especialidade, que
ajudam a solucionar este problema: Consulta de Uroginecologia e
Consulta de Urologia.
5. 5
MENSAGENS
- É errado pensar que a incontinência é própria da idade.
- A incontinência urinária é pessoal e socialmente muito embaraçosa.
- A qualidade de vida fica diminuída, a auto-estima fica perturbada e o
quotidiano alterado.
- Quem sofre de incontinência evita sair à rua e ter contactos com outras
pessoas
- A incontinência urinária interfere com a sexualidade
- A incontinência urinária interfere com a vida profissional
-Para além do desconforto e embaraço físico e psíquico da situação, a
incontinência urinária tem custos sociais e económicos.
- A incontinência urinária tem solução com tratamentos simples e
eficazes. Procure o médico
Curiosidades- Dados nacionais
- Existem 600 mil incontinentes nas diferentes idades
- 3 mulheres por cada homem entre os 45-65 anos sofrem
- 50 % de pessoas institucionalizas sofrem
- Só 10% faz tratamento
- A taxa de cura da incontinência urinária ronda os 90%