Este documento fornece uma análise tática detalhada da equipe Benfica B, com foco nas seguintes áreas:
1) Organização ofensiva, com ênfase na construção de jogo, criação e finalização;
2) Organização defensiva, com destaque para a pressão alta e transição defensiva;
3) Pontos fortes e fracos da equipe.
2. Jogos Observados
84
Gianni Rodriguez
3
Steven
Vitória
67
Hélder Costa
77
Rúben Pinto
52
Varela
30
André Gomes
65
Fábio
Cardoso
56
Lolo
94
Bernardo
Silva
23
Urreta
70
João Cancelo
Nota: Hélder Costa expulso aos 85´
1 S.L. Benfica– U. D. Oliveirense 3
Golos Benfica
Substituições
5' Bernardo Silva,
29' Hélder Costa,
44' André Gomes,
88' Sancidino Silva
João Teixeira (97) por André Gomes 61´
Sancidino Silva (74) por Urreta 71´
Jorge Rojas (81) por Lolo 80´
3. Características gerais da equipa
• Sistema Táctico: 1x4x3x2x1 (com duplo-pivot defensivo e um número “10”,
dois extremos e um avançado)
• É uma equipa agressiva ofensivamente e defensivamente, mas um pouco
imatura relativamente ao controlo e equilíbrio do jogo
• Procura jogar circulado inicialmente, na 1ª fase de construção e na fase de
criação procura um jogo mais directo, jogando no apoio frontal e realizando
várias combinações nos três corredores.
• Exerce uma grande pressão zonal defensivamente
• Os extremos estão em troca posicional constante
• Tem jogadores muito fortes no 1x1 (Bernardo Silva, Hélder Costa, João
Cancelo)
• O elo de ligação entre a fase de construção e criação é o André Gomes
• Pontos fortes: Organização ofensiva e transição ofensiva
• Pontos fracos: Transição defensiva (quando perde a bola no meio campo
defensivo e organização defensiva (bolas nas costas da linha defensiva,
principalmente.
4. Organização Ofensiva
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Fase de construção: Procura um jogo circulado e apoiado inicialmente, por isso, é uma equipa que sai a jogar pelos defesas centrais e os
laterais são profundidade. Nesta fase do jogo um dos médios mais recuados desce para vir buscar jogo (principalmente o Rúben Pinto)
(situação 1).
É uma equipa em que os seus pivots participam muito nesta primeira fase de construção.
Se o adversário está bem fechado no corredor central, a equipa também procura muito os laterais para a esta 1ª fase. O Hélder costa
desce muito no terreno. Passam sempre coma bola pelo corredor central e só depois é que a colocam no corredor lateral (situação 2).
Nesta fase a equipa é lenta, pois só acelera o jogo após o meio campo e o principal elo de ligação entre as duas fases é André Gomes
Sugestões: Fechar bem o corredor central e pressionar de imediato o lateral quando a bola vai para lá. Tentar fechar a linha de passe do
André Gomes para os obrigar a jogar de outro maneira.
Fase de criação: Nesta fase, a equipa tenta acelerar o seu jogo. Quando a bola está no corredor lateral, um dos pivots vai receber e o
extremo desmarca-se na linha, havendo duas linha de passe em triângulo (situação 3).
É uma equipa que desequilibra muito no corredor através de combinações directas (situação 4)
Jogam muito no apoio frontal e quem faz o passe desmarca-se na frente. É a partir deste momento em que tentam acelerar o jogo
(situação 5). Este processo também passa muito pelos laterais, que também jogam várias vezes no apoio frontal. Por vezes, a equipa
perde a bola em demasia com estes passes devido a antecipações do adversário
O Bernardo Silva é um jogador muito rápido e forte a aparecer entre linhas. Também aparece muito no corredor e é muito bom no 1x1. é
um dos jogadores que desequilibra mais.
Os extremos realizam trocas posicionais constantemente.
Sugestões: Fechar as linhas de passe do apoio frontal e obrigar a equipa a desacelerar o seu jogo. Ter atenção à mobilidade e
criatividade do Bernardo Silva e à velocidade e técnica do Hélder Costa. Pressionar o André Gomes que é o elo de ligação entre as fases
de criação e construção
Fase de finalização: A equipa procura finalizar rápido e entra na área através de combinações directas. Outras das formas de finalização
desta equipa é em lances individuais através dos dois extremos e do número “10” Bernardo Silva, de cruzamento, por parte dos extremos
ou dos laterais e através de remate de meia distância por parte de Hélder Costa, Bernardo Silva, Urreta e André Gomes.
O Bernardo Silva aparece várias vezes na grande área e as suas acções são imprevisíveis, apesar de tentar muitas vezes o 1x1. O Helder
Costa está constantemente à procura de zonas interiores, e nestas situações o lateral passa nas costas.
Sugestões: Pressionar à entada da área a fim de evitar o remate. Pressionar O Bernardo Silva limitando as suas acções. Dar sempre
cobertura ao portador da bola pois o Benfica é muito forte no 1x1.
5. Situação 1: A equipa saia
jogar pelos centrais e um
dos médios (Rúben Pinto,
principalmente) desce
para vir buscar jogo. O
André Gomes coloca-se
um pouco mais à frente
6. Situação 2: Adversário
bem fechado, e a
equipa procura muito
os laterais. O Hélder
Costa desce muito no
terreno. A equipa
procura sempre o
corredor central nesta
fase e só coloca a bola
no corredor lateral
depois.
Situação 3: Quando a
bola está no corredor
lateral, um dos médios
vai receber e o extremo
desmarca-se na linha
formando um triângulo.
7. Situação 4: A equipa
tenta desequilibrar
muito no corredor
lateral através de
combinações directas.
Situação 5: A equipa
coloca quase
sempre a bola no
apoio frontal e
desmarca-se na
frente a fim de fazer
acelerar o seu jogo
e criar desequilíbrio
no adversário
8. Transição Ofensiva
• Neste momento de jogo, o Benfica é uma equipa que tenta sair a jogar de imediato se tem
espaço antes do meio campo. Neste processo, há muitas vezes uma tentativa de acelerar em
condução e depois colocar no corredor lateral (situação 6).
• É uma equipa muito forte neste momento pois consegue reagir muito bem à recuperação de
bola dando largura e profundidade de imediato, conseguindo desequilibrar o adversário.
• Nesta fase, é também uma equipa que continua a procurar muitas combinações directas muito
velozes, conseguindo sair em ataque rápido com muito sucesso.
• Os laterais são também muito importantes nesta fase pois, quando a bola é colocada no
corredor, estes passam nas costas do extremo e realizam um cruzamento se a bola é lá colocada
ou arrastam um defesa permitindo ao portador da bola ter espaço para conduzir para zonas
interiores (situação 7).
• No último terço do terreno a equipa coloca várias vezes a bola no espaço principalmente por
Bernardo Silva ou por André Gomes, que fazem um passe “a rasgar” (situação 8). Se recuperam
a bola nestas zonas, são muito rápidos a sair em direcção à baliza adversária
• Quando não há espaço para sair a jogar antes do meio campo, a equipa tende a bater para o
corredor lateral e quando o adversário reage bem à perda de bola e fecha o espaço de imediato,
a equipa organiza o jogo por trás, voltando à 1ª fase de construção.
• Sugestões: Pressionar de imediato o portador se o Benfica está em inferioridade, fechando
bem os espaços e obrigando a jogar para trás. Fechar de imediato as linhas de passe mais
próximas a fim de evitar combinações directas.
9. Situação 6: A equipa,
quando tem espaço antes
do meio campo, tenta
acelerar o jogo com
condução de bola e
depois colocá-la no
corredor lateral. O
jogador que conduz
inicialmente acompanha
o processo até ao final.
10. Situação 7: Os laterias
fazem vários
envolvimentos no
corredor nesta fase
permitindo fazendo um
cruzamento ou
arrastando um defesa
possibilitando o
extremo de entrar para
zonas interiores, pois
um defesa é arrastado
Situação 8: A equipa
coloca a bola no
espaço várias vezes,
por parte do Bernardo
Silva ou do André
Gomes
11. Organização Defensiva
• É uma equipa que tenta limitar a 1ª fase de construção do adversário exercendo uma pressão
alta sobre os centrais, com um médio que sobre (Bernardo Silva, na maioria das vezes), com
um pivot, com o avançado e um extremo (situação 9). Nesta situação, os médios fecham as
linhas de passe no corredor central.
• Exerce uma grande pressão nos médios do adversário e, quando ó portador está de costas
para a baliza, há um acompanhamento imediato nele e fecham-se as linhas de passe mais
próximas (situação 10)
• No meio campo, há sempre um acompanhamento agressivo ao portador da bola que não
tem espaço para conduzir nem para executar um passe (situação 11). Nestas alturas a
cobertura está próxima, e o equilíbrio defensivo é bem executado. Por vezes, o lateral do
lado contrário não fecha e preocupa-se só com o jogador
• É uma equipa com as linhas muito juntas, com um bloco muito compacto e agressivo.
• Um dos defesas centrais (Steven Vitória, essencialmente) acompanha sempre o avançado da
equipa adversária e, por vezes, há um grande desequilíbrio defensivo devido a esse
acompanhamento (situação 12)
• É uma equipa fraca a defender cruzamentos quando há muito mobilidade dentro de área
(ou jogadores vindo de fora de área ou das costas da defesa). Fracos quando o cruzamento
é para o segundo poste ou para perto da pequena área
• Sugestões: Jogar com falso avançado de modo a provocar a subida de um dos centrais do
Benfica e criar desequilíbrio defensivo. Rodar rápido o centro de jogo, obrigando a bascular
a equipa a fim de se abrir espaços.
12. Situação 9: Pressão
alta na 1ª fase de
construção. Os dois
médios fecham as
linhas de passe no
corredor central.
Situação 10: É
exercida uma
grande pressão no
meio campo e
quando o
adversário está de
costas para a
baliza, há um
acompanhamento
e fecham-se as
linhas de passe
mais próximas
13. Situação 11: Grande
pressão no meio campo
que limita a acção do
jogador adversário.
É uma equipa muito
agressiva nas disputas de
bola, no 1x1 com o
adversário.
14. Situação 12: Acompanhamento constante do Steven Vitória ao avançado
adversário, o que por vezes provoca um grande desequilíbrio defensivo na equipa
15. Transição Defensiva
• É uma equipa que reage bem à perda de bola no meio campo ofensivo devido ao aglomerado de jogadores
nessa zona, mas que não reage tão bem quando perde a bola ainda no meio campo defensivo, ficando
descompensada defensivamente.
• Nas situação em que perdem a bola no meio campo ofensivo reagem bem e pressionam de imediato
porque estão em superioridade numérica. Mas quando a linha defensiva está demasiado adiantada e a
bola é colocada nas suas costas, principalmente do lado do Fábio Cardoso, a equipa fica com dificuldades,
devido à velocidade desse defesa.
• Se perdem a bola no meio campo, há pressão imediata no portador (situação 13)
• Logo que há um passe para o corredor lateral, há uma aproximação imediata no portador.
• Quando a equipa está em inferioridade numérica, realiza contenção e a linha defensiva tenta baixar no
terreno de imediato acompanhando os jogadores da frente e fechando os espaços (situação 14)
• Quando perdem a bola no meio campo defensivo, a equipa é lenta, os laterais são lentos também a reagir
à perda de bola, tal como o Fábio Cardoso (é muito fraco na antecipação).
• Quando a linha defensiva está adiantada e a bola é colocada no espaço (do lado esquerdo principalmente),
há muito espaço para condução do adversário (situação 15). Nestas situações, a equipa torna-se pouco
agressiva pouco equilibrada.
• Quando o Steven Vitória faz o acompanhamento ao avançado sem sucesso, a equipa fica descompensada e
há espaço para conduzir e para colocar a bola entre os dois centrais (devido ao atraso no terreno do Steven
Vitória) (situação 16)
• Sugestões: Tentar recuperar a bola no meio campo ofensivo do Benfica a fim de procurar o desequilíbrio.
Tentar colocar a bola entre os centrais quando o Steven Vitória faz o acompanhamento. Sair rápido a
jogar desde trás e colocar a bola nas costas da linha defensiva (do lado esquerdo principalmente)
16. Situação 13: Quando a
equipa perde a bola
no meio campo
ofensivo, há uma
pressão imediata no
portador da bola
Situação 14: Quando a
equipa está em
inferioridade
numérica, realiza
contenção e a linha
defensiva tenta baixar
no terreno de
imediato
acompanhando os
jogadores da frente e
fechando os espaços
17. Situação 15:Quando a
linha defensiva está
adiantada e a bola é
colocada no espaço (do
lado esquerdo
principalmente), há
muito espaço para
condução do adversário
Situação 16: Quando
o Steven Vitória faz o
acompanhamento ao
avançado sem
sucesso, a equipa fica
descompensada e há
espaço para conduzir
e para colocar a bola
entre os dois centrais
18. Esquemas Táticos Ofensivos
Cantos Ofensivos
Livres Ofensivos
• Lado esquerdo: Urreta (pé direito)
• Canto curto com jogador posicionado
no bico da grande área e três jogadores
na retaguarda.
• Canto longo: Cinco jogadores dentro de
área. Três na 1ª zona (1 no 1º poste, 1
no 2º e 1 na zona de penálti), 1 jogador
atrás deles e outro vindo de trás,
acompanhando o movimento da bola e
atacando a bola de frente.
Marca Urreta/Cancelo dos dois lados. Um
jogador perto da bola e cinco jogadores
dentro de área. Três na 1ª zona (1 no 1º
poste, 1 no 2º e 1 na zona de penálti) e
dois jogadores vindos de trás,
acompanhando o movimento da bola e
atacando a bola de frente.
Livres directos: Urreta/ Cancelo. Ambos
batem muito bem e criam perigo.
Colocam-se 1 jogador na barreira e outro
à entrada da área
Referências nas bolas paradas ofensivas: Steven
Vitória, Lolo, André Gomes, Fábio Cardoso
19. Esquemas Táticos Defensivos
Cantos Defensivos
• Defendem à zona e marcam os
jogadores livres (marcação mista)
• 1 jogador ao 1º poste
• 1 jogador ao 2º poste
• 1 jogador no 1º espaço
• 1 jogador na área de penalti
• 1 entre a área de penalti e a pequena
área
• 1 jogador à entrada da área
• Os restantes marcam HXH
Livres Defensivos
Defendem à zona e marcam os jogadores
livres (marcação mista)
Posicionamento de acordo com a linha da
barreira
Marcação ao homem maioritariamente e
o resto na retaguarda e em zonas como o
segundo poste
20. Análise individual
Varela
É um GR muito alto e com reflexos muito bons. Esteve presente nos momentos de maior aperto do
Benfica. É alto e forte nas saídas. Acompanha bem a linha defensiva quando esta está subida.
João Cancelo
Jogador muito ofensivo e muito irreverente. Forte nos cruzamentos, no 1x1 e muito rápido.
Fábio Cardoso
Central forte no desarme, mas lento na transição defensiva. Reage mal à perda de bola e é fraco na
antecipação
Steven Vitória
Jogador alto e muito forte no acompanhamento e na antecipação ao adversário. Teve muito sucesso
no desarme e é forte no cabeceamento. As suas acções de acompanhamento fazem desequilibrar a
equipa, por vezes.
Gianni Rodriguez
Lateral rápido e muito ofensivo. Forte tecnicamente
André Gomes
Médio lento, mas de grande execução. Forte na 1ª fase de construção e participativo na fase de
criação. Fraco na transição defensiva mas muito bom desarme.
Rúben Pinto
É o médio mais participativo na 1ª fase de construção, descendo no terreno para ir buscar jogo.
Bernardo Silva
Homem do jogo. É muito móvel, forte no passe e no 1x1, muito irreverente e de rápidas acções.
Aparece muito na área e nos corredores laterais e é bom finalizador. Apesar da sua pequena estatura,
é muito agressivo
Urreta
Extremo rápido e bom no 1x1. Tem um bom cruzamento e é forte na marcação de bolas paradas
Hélder Costa
É um jogador muito rápido e muito desequilibrador devido à sua técnica, velocidade e mudanças de
direcção. Tem um bom pé esquerdo e remata bem.
Lolo
É também extremo e tem alguma velocidade. Teve dificuldades por estar a jogar de costas para a
baliza.
João Teixeira
Jogador que trás equilíbrio, forte no passe curto e forte no posicionamento
Sancidino
Rápido e forte no 1x1. Entrou no jogo para desequilibrar na transição ofensiva em lances de bolas no
espaço ou lances de 1x1
Esteve muito pouco tempo em campo e participou pouco no jogo