ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
Língua e ensino: concepções e políticas
1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
CAMPUS AVANÇADO “PROFa. MARIA ELISA DE A. MAIA” –
CAMEAM.
DEPARTAMENTO DE LETRAS – DL
Programa de Pós-Graduação em Letras – PPGL.
Mestrado Acadêmico em Letras
Área de concentração: Texto, ensino e construção do sentido
LÍNGUA E ENSINO
Regiane Santos CABRAL de PAIVA
Orientadora: Maria Lúcia Pessoa
Sampaio
2. LÍNGUA E ENSINO
Capítulo: Linguística e
ensino (Mariangela Rios de
Oliveira)
•Concepções da Linguagem
•Formalismo
•Funcionalismo
•Concepção e perspectiva
funcional da linguagem
•Funcionalismo pragmático
•Professor sob a perspectiva
funcional pragmática
3. LÍNGUA E ENSINO
• Concepções da Linguagem
Enfoque estruturalista X Enfoque gerativista
▫ vê a língua como sistema virtual, abstrato,
apartado
das
influências
das
condições
interacionais.
▫ a gramática das línguas é um processo mental e
inato, fundado num conjunto de princípios
universais.
Concepção
Formalista
▫ Fenômeno linguístico: nessa perspectiva é tratá-lo de modo abstrato,
considerando-o objeto único de investigação.
▫ Foco da atenção é a própria estrutura linguística, de certa forma
deslocada de todas as interferências comunicativas que cercam sua
produção e recepção.
4. LÍNGUA E ENSINO
LISMO
• PERSPECTIVA FORMALISTA: concepção antiga e de forte
prestígio que concorreu e muito concorre ainda na
formação dos docentes de letras.
• Práticas Formalistas:
▫ Noções de certo e errado;
▫ As tarefas de análise linguística ficam no âmbito da palavra,
do sintagma ou da oração;
▫ A atividade de interpretação do texto como exercício da
procura do verdadeiro sentido ou do que o autor que dizer;
▫ Respostas dos exercícios presentes nos livros didáticos;
5. LÍNGUA E ENSINO
• Incompreensão da
FUNCIONALISTA:
proposta
▫ Embora a língua fosse concebida
como um sistema funcional por
conta do caráter de finalidade, de
propósito comunicativo com que
era tratada a atividade linguística,
houve uma redução a um conjunto
estruturado das seis “funções da
linguagem”.
Caráter mais formal
que funcional
6. LÍNGUA E ENSINO
• CONCEPÇÃO FUNCIONAL E PRAGMÁTICA
FENÔMENO LINGUÍSTICO COMO PRODUTO E PROCESSO DA
INTERAÇÃO HUMANA, DA ATIVIDADE SOCIOCULTURAL
• Concepção Funcional da Linguagem
Aulas que se voltam para a observação e análise de
distintos e específicos usos linguísticos relacionando
esses usos aos fatores sociais que cercam os grupos que
assim se expressam.
SOCIOLINGUÍSTICA
7. LÍNGUA E ENSINO
• Perspectiva funcional da linguagem: a chamada
linguagem
“norma culta” ou “língua padrão” passa a ser vista
como mais uma variante de uso, uma forma de
expressão tão eficiente com todas as outras que
circulam na comunidade linguística.
Por intermédio das
contribuições sociolinguísticas,
pode o professor iniciar seu
trabalho a partir dos usos de
seus alunos, incorporando e
valorizando essa expressão em
suas aulas... (p. 238 e 239)
8. LÍNGUA E ENSINO
• Pressupostos orientadores para uma abordagem
funcionalista para a atividade de ensino de língua:
▫ a) os usos linguísticos são forjados e organizados
nos contextos de interação, nas situações
comunicativas e, a partir daí, se sistematizam para
formar as rotinas ou padrões convencionais de
expressão.
▫ b) as funções desempenhadas pela língua são
motivadas por fatores externos e é possível em
alguns níveis de análise, como textual e o
morfossintático, se chagar à depreensão dessas
funções.
(p. 239)
9. LÍNGUA E ENSINO
• Com o advento da pragmática, a concepção funcional
pragmática
enriquece-se , pois ganha destaque os modos de dizer, as
intenções comunicativas, as informações implícitas, a
eficácia do ato da fala, enfim, privilegia os contexto
extralinguístico e o ponto de vista do usuário da língua
para se atingir os sentidos veiculados ao texto.
• Contribuições:
(p.240)
Contribuições
▫ Estudo que focam os modos de produção e de
organização do dizer;
▫ A investigação das formas de comportamento e
expressão de sentimentos, calcadas na polidez, de
acordo coma cultura da comunidade;
▫ A relevância do caráter interacional da linguagem , da
necessária e previsível presença do outro, do
interlocutor.
10. LÍNGUA E ENSINO
• Professor sob a perspectiva funcional pragmática:
Passa a agir como mediador
O professor é leitor/(co)
da tarefa ensinoprodutor de saberes ,
aprendizagem, deixando o
estudando e pesquisando,
lugar de centro, de primazia
atualizando-se nas novas
sobre um saber prépesquisas que envolvem o
concebido uma vez que,
seu trabalho a fim de optar
assim como o saber é copor concepções de língua e
construído, as relações
gramática afinadas teórica e
humanas também o são, seja metodologicamente com os
em que âmbito ocorram.
avanços científicos
[...] seu papel passa a ser o
produzidos para, assim,
de intermediário da
desenvolver práticas de
experiência com o uso
ensino transformadoras.
linguístico. (p.240)
(p.241)
12. LÍNGUA E ENSINO
O que é língua? O que é gramática?
• Conceitos de gramática
▫ Normativa: conjunto sistemático de normas para
Normativa
bem falar e escrever. Nessa perspectiva, ensinar
gramática é ensinar língua (norma culta), o que
significa desprezar as outras variedades.
Concepção de ERRO:
é errado todo uso da
linguagem que esteja fora dos padrões Linguísticos
estabelecidos como ideais.
Unifica a língua , higienizando-a, produzindo
e difundindo uma imagem do que seria a
norma culta escrita formal, tendo como base
o modelo dos considerados bons escritores do
passado.
13. LÍNGUA E ENSINO
O que é língua? O que é gramática?
▫ Descritiva: se descreve os fatos de uma
língua. Neste caso saber gramática significa
distinguir, nas expressões de uma língua, as
categorias, as funções e as relações que
entram em sua construção, descrevendo com
elas sua estrutura interna e avaliando sua
gramaticalidade.
▫ ERRO: é o que não ocorre sistematicamente
na língua, em nenhuma de sua variedades.
14. LÍNGUA E ENSINO
O que é língua? O que é gramática?
▫ Internalizada: corresponde ao saber
Internalizada
linguístico que o falante de uma língua
desenvolve dentro de certos limites
impostos pela sua própria dotação
genética humana, em condições
apropriadas
de
natureza
social
antropológica.
ERRO- é aquilo
ERRO
que não
corresponde
sistematicamente
na língua
Conceito de língua: se produz nas
língua
relações sociais vividas pelo falante,
produzida também pelo falante que
opera sobe a linguagem construindo
hipóteses
a
respeito
do
seu
funcionamento.
15. LÍNGUA E ENSINO
SAUSSURE
LÍNGUA
A língua é sistemática,
objetiva, homogênea, o que
torna difícil sua relação tão
estreita com um exterior
que faz parte dela.
BAKHTIN
A língua está sempre afetada
pelo que é exterior , este
sendo constitutivo dela.
Confronta com o anterior
que retira da língua o seu
caráter
ideológico,
considerando o signo com
valor imutável, imanente.
16. LÍNGUA E ENSINO
BAKHTIN
SUJEITO
A consciência do sujeito se
dá
nas
relações
interativas do eu com um
outro, através da relação
do eu com a palavra do
outro, na internalização
dessa sua palavra, num
processo ininterrupto e
sempre acabado .
Heterogeneidade
no sujeito e na
linguagem
FOUCAULT
Sujeito
analisado
por
mecanismos de controle,
seleção, organização e
redistribuição
dos
discursos
por meio de
mecanismos: externos ao
discurso, internos e de
rarefação(seleção)
dos
sujeitos.
Inibem a
heterogeneidade
no discurso
17. LÍNGUA E ENSINO
FOUCAULT e seus mecanismos de controle, seleção e
organização dos discursos e dos sujeitos
(p.242)
EXTERNOS/
EXCLUSÃO
• Proibição
•Rejeição
•Vontade de verdade
INTERNOS/
CONTROLE
• Comentário
•Autor
•Disciplina
RAREFAÇÃO, SELEÇÃO DOS
SUJEITOS
• Sociedades dos discursos
•Doutrina
•Apropriação social dos discursos
18. LÍNGUA E ENSINO
Escola
Professor
Sistema de apropriação do discurso
(apropriação
dos
saberes
produzidos na sociedade, e os
sujeitos que passam por esses
sistemas é que são autorizados a
formular determinados discursos.)
Sociedade
do
discurso
(conservam e produzem os
discursos,
fazendo-os
circularem em espaço restrito,
isto é, são poucos os sujeitos
que podem fazer parte deles.)
19. LÍNGUA E ENSINO
Professor
(sociedade
do
discurso)
• O discurso produzido por estes sujeitos
deve estar nos limites fixados pela
disciplina , a qual, por sua vez, determina
tanto o que é verdadeiro e o que é falso
dentro de suas fronteiras científicas. Em
casos extremos há uma proibição de
determinados conteúdos. Por outro lado,
o professor atado a determinadas
concepções pedagógicas (doutrina) pode
produzir uns discurso e não outros. Preso
a práticas já consagradas no interior da
escola, e que se aproximam dos rituais, o
professor sofre coerções que tolhem sua
atividade .
(p.243)
20. LÍNGUA E ENSINO
Língua e ensino: política de fechamento
Formadores de opinião: mídia, livros
didáticos e vestibulares
Reforçam valores linguísticos equivocados, tendo
em vista conhecimentos recentes produzidos pela
Linguística.
• Esses formadores de opinião (sociedade do
discurso) instituem o que deve ser a disciplina de
discurso
Língua Portuguesa, como ela deve ser ministrada,
excluindo de seus domínios outras formas de
conceber a língua e lidar com ela.
21. LÍNGUA E ENSINO
Silenciamento da leitura
INTERPETRAR
É investigar não só o seu conteúdo,
mas
refletir
sobre
aspectos
pragmáticos
e
discursivos
que
constituem esse texto e que o fazem
ser aquilo que é.
• Determinados sentidos de textos são naturalizados. A
naturalizados
seleção desses sentidos é feita da perspectiva dos leitores
privilegiados, que se utilizam da escola e do professor para
produzir monoleitura autorizada.
• Tomando a literatura como exemplo, pode-se dizer que os
textos literários ganham estatutos diferentes em épocas
diversas e esses estatutos são tomados como “verdadeiros”
para os sujeitos que vivem o momento em que esses valores
são instituídos.
22. LÍNGUA E ENSINO
Silenciamento da leitura
• No livro didático a prática da leitura de quaisquer
textos segue de perto um sentido transparente ,
não com a opacidade própria da heterogeneidade
discursiva.
REBENTO- Gilberto Gil
Rebento, substantivo
abstrato
O ato, a criação, o seu
momento
Como uma estrela nova e o
seu barato que só Deus
sabe, lá no firmamento.
Questão: Com o que se
Questão
relaciona o conteúdo deste
parágrafo?
R: À atividade criadora do
artista.
Outra proposta: faz um elogio à
vida e às suas manifestações
mais evidentes. Poderíamos nos
referir
ao
ato
sexual
e
simultaneamente à criação da
vida.
23. LÍNGUA E ENSINO
Silenciamento da leitura
• Considerações:
▫ Não há leituras erradas em si, mas erradas se
consideradas as interações em que ocorrem, os
sujeitos que participam delas, o momento
histórico a que estão presas.
▫ As relações dos sujeitos com a língua não
podem ser postuladas como um conjunto finito
e definido de possibilidades.
▫ Como o autor do livro didático costuma ser
tomado como autoridade pelo professor e como
o professor, pela hierarquia escolar, é visto pelo
aluno como alguém que sabe mais que ele, o
silenciamento tem grande chance de ocorrer.
24. LÍNGUA E ENSINO
Silenciamento da produção de texto
• ESCRITA- não pode ser tida como uma atividade
ESCRITA
solitária, mas como uma atividade em que um
sujeito-autor, constitutivamente formado por
outros sujeitos, lança uma palavra a um sujeitoleitor no mundo, cuja representação imaginária é
produzida pelo sujeito-autor.
• Escola: Produção de texto ou Redação?
Escola
▫ A situação de produção do texto escolar é tão
artificial que esse perde sua característica
básica: o caráter interlocutório. Quando o
produtor do texto não encontra um
interlocutor a atividade de escrita torna-se
monológica.
25. LÍNGUA E ENSINO
Silenciamento da produção de texto
• Estratégias de preenchimento
▫ Quando os estudantes utilizam estruturas
estereotipadas, produzindo sequências de ideias
sem coesão e sem coerência, sem interesse em
produzir linguagem .
▫ A estas práticas faltam a interação com o outro, uma
representação do outro como sujeito-históricoideológico. Sem essa interação a atividade de
produção de texto fica sem objetivo, a não ser a de
preencher uma folha de papel.
26. LÍNGUA E ENSINO
Silenciamento da produção de texto
• A
palavra
do sujeito-aluno é
silenciada e seu texto, quando
não é desinteressante, cheio de
clichês, fragmentado, contraditório
etc., toma uma forma padronizada
de gênero.
• Há um silenciamento, fechamento
de possibilidades de linguagem se
se considerar, como Bakhtin, que o
gênero discursivo é heterogêneo
não só porque são muitas as suas
manifestações,
mas
também
porque elas se entrecruzam e se
constroem continuamente. (p.251)
27. O Grito - Edvard Munch- 1893
LÍNGUA E ENSINO
Silenciamento da produção de texto
O Grito - Edvard Munch- 1893
• [...] os formadores de opinião- neste
caso os autores dos livros didáticosinfluenciam as relações de ensino,
constituindo “gêneros escolares” e
colocando a redação distante dos textos
produzidos no exterior da escola. Ela,
portanto, não forma escritores, autores,
mas redatores – no sentido daquele
que só faz redações, preenchendo
modelos aleatoriamente.
(p. 254)
• O professor, na adoção indiscriminada
do modelo, está tirando desse sujeitoaluno a palavra. Dando oportunidade,
retira-a.
(p.254)
28. LÍNGUA E ENSINO
Contribuição da linguística
• Para a leitura (p. 258)
1. Possibilitar várias leituras de um texto oral e
escrito, de forma que o aluno possa, na atividade
de interpretação, lançar sua contra-palavra .
2. Interessante se não houvesse questionário
direcionando as leituras;
3. Se houvesse respostas esperadas e abertura para
aceitação das inesperadas;
4. Ampliar o leque de leituras do aluno, de forma
que ele tenha acesso a vários universos culturais, a
várias formas de lidar com a realidade .
29. LÍNGUA E ENSINO
Contribuição da linguística
• Para a produção de textos (p. 258, 259)
1. Escrita de textos para leitores efetivos;
2. Leitura efetiva feita pelo professor, este agindo não só como
corretor, mas como leitor real– que gosta ou não do texto, que se
emociona com ele, que quer saber do que se trata, etc.
3. Com uma abertura na concepção de gênero, aceitando no texto
do aluno tanto aquilo que tem aparecido no que é veiculado pela
sociedade letrada, quanto o que seja possível no texto,
considerando-se o objetivo do aluno, seu universo cultural, a
situação de produção e recepção, etc.
4. Com a apresentação de vários textos de apoio (orais ou escritos)
ampliando as possibilidades do dizer do aluno, para que ele
possa, cada vez melhor, lançar seu “fio de sol” em meio a tantos
outros na tecedura da manhã.
30. LÍNGUA E ENSINO
Contribuição da linguística
• Para o uso da língua
(p. 259)
1. Possibilitar que o aluno use com eficiência a língua em
diversas situações e saiba refletir sobre ela. Como:
a) refletir sobre texto oral e texto escrito , entre texto
formal e informal;
b) ter comentados seus textos escritos e falados, de forma
que possam ter um retorno das atividades de linguagem
que realizam;
c) ter acesso à norma culta vigente na sociedade em que
vivem;
d) ter acesso à metalinguagem usada pelos gramáticos nas
gramáticas normativas, às descrições e as normas
presentes nessas gramáticas e refletir sobre elas.
31. LÍNGUA E ENSINO
Primeira parte: Processos de
parte
produção textual
“[...] o ensino seja lá como for, é
sempre o ensino de uma visão o
objeto e de uma relação com ele.”
(p.50)
• Quando se ensina língua, o
que se ensina?
“[...] a gramática? A leitura e a escrita?
A língua oral? O processo de
enunciação de textos orais e escritos?
O domínio de uma língua considerada
lógica e correta em si mesma? O
domínio de uma variedade linguística
prestigiada socialmente? ” (Batista apud
Marcuschi, 2008, p.50)
32. LÍNGUA E ENSINO
• Quando se estuda a língua, o que se
estuda?
• Para Joaquim Fonseca (apud Marcuschi, 2008,
p. 56) uma sugestão para aula de língua
seria privilegiar “ a preparação do aluno
para a produção ágil dos seus discursos e
para a avaliação crítica dos discursos
alheios[...]”
• Para Marcuschi a gramática tem uma
função sociocognitiva relevante, desde que
entendida como uma ferramenta que
permite uma melhor atuação comunicativa.
O problema é fazer uma metalinguagem
técnica e de uma análise formal o centro
do trabalho com a língua. (p.57)
33. LÍNGUA E ENSINO
• “[...] dizer que a língua se limita
à sintaxe é reduzir a língua a
algo muito delimitado, pois os
aspectos textuais e discursivos,
bem
como
as
questões
pragmáticas,
sociais
e
cognitivas
são
muito
relevantes[...]” (p.57)
34. LÍNGUA E ENSINO
Noção de língua (p.60)
• Como forma ou estrutura
• Como instrumento
• Como atividade cognitiva
• Como atividade sociointeracionista
LÍNGUA
Heterogênea
Social
Histórica
Cognitiva
Indeterminada
Variável
Interativa
Situada
35. LÍNGUA E ENSINO
• Segundo Marcuschi (2008), é hoje
um consenso tanto entre os
lingüistas teóricos como aplicados.
Ele acrescenta que “A questão não
reside no consenso ou na aceitação
deste postulado, mas no modo
como isso é posto em prática, já
que muitas são as formas de se
trabalhar o texto” (2008, p.51).
Orienta,
especialmente,
que
através dos textos é possível
trabalhar:
36. LÍNGUAlíngua;
E ENSINO
a) as questões do desenvolvimento histórico da
b) a língua em seu funcionamento autêntico e não
simulado;
c) as relações entre as diversas variantes lingüísticas;
d) as relações entre fala e escrita no uso real da
língua;
e) a organização fonológica da língua;
f) os problemas morfológicos em seus vários níveis;
g) o funcionamento e a definição de categorias
gramaticais;
h) os padrões e a organização de estruturas sintáticas;
i) a organização do léxico e a exploração do
vocabulário;
j) o funcionamento dos processos semânticos da
língua;
37. LÍNGUA E ENSINO
k) a organização das intenções e os processos
pragmáticos;
l) as estratégias de redação e questões de estilo;
m) a progressão temática e a organização tópica;
n) a questão da leitura e da compreensão;
o) o treinamento do raciocínio e da
argumentação;
p) o estudo dos gêneros textuais;
q) o treinamento da ampliação, redução e
resumo de texto;
r)o estudo da pontuação e da ortografia;
s) os problemas residuais da alfabetização.
38. LÍNGUA E ENSINO
• Cap. 1:
A língua e a
identidade
cultural de um
povo
• Cap. 2:
Língua e
cidadania:
Repercussões
para o ensino
39. LÍNGUA E ENSINO
A língua e a identidade cultural de um povo
“Efetivamente, a língua, sob a forma de
uma identidade concreta, não existe. O
que existe são falantes; são grupos de
falantes. A língua tomada em si mesma,
não passa de uma abstração, de uma
possibilidade, de uma hipótese.
O que existe de concreto, de observável são
os falantes, que, sempre, numa situação
social particular, usam, [ e criam!] os
recursos linguísticos para interagirem uns
com os outros e fazerem circular a gama
de valores culturais que marcam cada
lugar, cada situação e cada tempo” (p.22)
40. LÍNGUA E ENSINO
A língua e a identidade cultural de um povo
• A língua é um grande pondo de encontro; de
cada um de nós, com os nossos antepassados,
com aqueles que, de qualquer forma , fizeram
e fazem a nossa história. (p. 23)
• A ESCOLA▫ O trabalho da escola à volta com as
nomenclaturas, ou fechado na análise apenas
sintática de frases soltas, de textos construídos
artificialmente para exemplificar unidades
linguísticas, tem, na grande maioria, deixado
de fora a exploração dos sentidos, da intenções,
das implicações socioculturais dos usos da
língua. (p.30)
41. LÍNGUA E ENSINO
A língua e a identidade cultural de um povo
• Orientações:
▫ Seria importante que a escola incluísse,
evidentemente
questões
de
gramática,mas que soubesse ir muito
mais além do que descrevem ou
prescrevem os manuais.
▫ Uma análise, enfim, que explorasse os
usos reais que são feitos e, assim,
pudesse surpreender o movimento de
criação e de vida que passa pelo interior
da história de todas as línguas. (p.31)
42. LÍNGUA E ENSINO
Língua e cidadania: repercussões para o ensino
• Constatações:
▫ Ainda se predomina uma concepção
de língua como um sistema abstrato ,
virtual apenas, despregado dos
contextos de uso o,sem pés e sem
face, sem vida e sem alma, “inodora,
insípida e incolor”.
▫ Prevalece uma concepção de língua
demasiado
estática,
demasiado
simplificada
e
reduzida,
descontextualizada
e,
portanto,
falseada.
43. LÍNGUA E ENSINO
Língua e cidadania: repercussões para o ensino
• Concepções de língua que podem favorecer o
ensino na formação do cidadão:
▫ Língua como atividade funcional: nenhuma língua
existe em função de si mesma.
▫ Língua a serviço das pessoas, de seus propósitos
interativos reais, os mais diversificados, conforme as
configurações contextuais, conforme os eventos e os
estados em que os interlocutores se encontram.
▫ Língua-em-função, língua concretizada em
atividades, em ações e em atuações comunicativas,
como forma de prática social direcionada para
determinado objeto.
44. LÍNGUA E ENSINO
Língua e cidadania: repercussões para o ensino
• Orientações:
▫ Os programas de línguas teriam outra orientação se
fossem inspirados pela procura do que uma pessoa
precisa saber par atuar socialmente com eficácia. Os
pontos de gramática ou do léxico não viriam à sala
de aula simplesmente porque estão no programa
nem viriam na ordem que lá estão. Viriam por
exigência do que os alunos precisam ir aprendendo,
para serem comunicativamente competentes e,
assim, construírem e interpretarem os diferentes
gêneros, adequada e relevantemente. (p. 39)
45. LÍNGUA E ENSINO
Língua e cidadania: repercussões para o ensino
• Do ponto de vista mais estritamente linguístico , o
ensino de línguas poderia promover a formação do
cidadão:
▫ Fomentando a conscientização do grande significado
da linguagem para a construção dos sentidos;
▫ Centrando-se na exploração dos usos da língua;
▫ Incentivando toda forma de interação;
▫ Fomentando a prática da observação, da análise, do
questionamento da reflexão crítica, pela ampliação
do repertório de informações e da capacidade do
usuário para criar, recriar, ressignificar e incorporar
novas palavras;
46. LÍNGUA E ENSINO
Língua e cidadania: repercussões para o ensino
▫ Explicitando
as
intuições
linguísticas
já
sedimentadas ou ampliando as concepções acerca
dos fenômenos específicos aos usos da língua;
▫ Acatando e valorizando a pluralidade linguística que
se manifesta nos mais variados falares nacionais,
abominando, assim, todo e qualquer resquício de
discriminação ou preconceito pro este ou aquele
modo de falar.
47. LÍNGUA E ENSINO
Língua e cidadania: repercussões para o ensino
• Enquanto
saber
a
língua
identificar-se
com
saber
amontoado de nomenclaturas, de
classificações e regras estáveis,
quase dogmáticas; enquanto saber
essas
coisas
constituir
um
parâmetro de discriminação e
exclusão, a escola não terá
condições de cumprir com seu
papel fundamental :
Favorecer a participação consciente ,
crítica e relevante das pessoas na
construção de um mundo em que
todos possam ter vez e voz.
49. Referências
ANTUNES, I. Língua texto e ensino: outra escola
possível. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de
gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial,
2008.
MENDONÇA, M. C. Língua e ensino: políticas de
fechamento. In: MUSSALIM, F. (org.). Introdução à
linguística: domínios e fronteiras, v.2. São Paulo:
Cortez, 2006.
OLIVEIRA, M. R. de & WILSON, V. Linguística e ensino.
In: MARTELLOTA, M. E. Manual de Linguística. São
Paulo: Contexto, 2008.