A revolta dos legumes na horta do avô de Joana levou a uma discussão sobre agricultura biológica vs convencional. O Coentrão organizou uma reunião para protestar contra o crescimento lento dos legumes biológicos. O casal Abóbora e Mogango, de Espanha, convenceu os legumes que a agricultura biológica é saudável e popular, acalmando a revolta. Agora a horta prospera com a agricultura biológica harmoniosa.
A revolta dos legumes: a era da agricultura biológica
1. A revolta dos legumes: a era dos biológicos…
8ºA
Todos os dias é notícia na comunicação social a palavra “crise”, dando
origem à revolta do povo.
Mas a verdadeira revolta existe na agricultura. Sim, na agricultura
biológica, já ouviram falar?
Começo por contar uma história que se passou nas minhas férias:
Num lindo dia de agosto, apercebi-me, que na horta do meu avô Manuel,
assim como na dos seus vizinhos, a salsa, os espinafres, os coentros e os
restantes legumes não queriam “vingar”.
Não havia maneira de vir a chuva, para os alimentar. Além disso, a
geada queimava-os logo que cresciam.
Assim se iniciou a crise…
Visto que tinham de arranjar outra forma de plantar, pois para além da
geada, os químicos também faziam mal às plantas, descobriu-se a agricultura
biológica…
E o que causou a grande revolta? “E porquê?”, perguntam vocês:
Porque os legumes cresciam mais lentamente e assim não chegavam a tempo
às empresas. Aliado a isso, existia também o TAMANHO! Quanto mais
pequenos eram os legumes, menos procurados e baratos eram.
Os agricultores não eram capazes de vender os produtos, pois estavam
a “competir” com grandes empresas de produção em massa de legumes.
Um dos grandes protagonistas desta revolta foi o Coentrão. Há um mês
atrás, o meu avô, agricultor Manuel, tinha sido influenciado pela Couve
Felismina a praticar a agricultura biológica. O Coentrão (um dos mais
prestigiados coentros da horta), tinha reparado que os legumes andavam muito
preguiçosos e demoravam muito a crescer, foi então queixar-se ao agricultor,
mas o meu avô não o ouviu. Desta forma, o Coentrão decidiu iniciar a revolta
dos protestantes.
Organizou uma reunião dentro de um caixote velho e disse:
- Temos que nos mostrar!
- E o que é que fazemos?- perguntou o Tomate.
- Vamos falar com o Manuel!- disse o Coentrão.
2. -Então vamos a isso! – responderam todos.
E lá foram falar com o agricultor Manuel, que estava deitado a
descansar.
Eles disseram-lhe a sua ideia e ele respondeu-lhes:
-Meus caros, a agricultura biológica é uma das melhores coisas que
existe… Não podemos estar preocupados com o TAMANHO, pois o que
interessa é que são mais nutritivos e saudáveis!
- Mas Manuel, assim não pode ser! Se não introduzes químicos na terra,
não ficamos tão apetecíveis e viçosos!- disse a Bonifácia Beringela.
Quando tais acontecimentos chegaram aos ouvidos do Cabeludo Alho
Francês, da Menina Cenourinha e da Senhora Batata, o pânico aumentou na
horta, porque estes vegetais concordavam com o meu avô e queriam ser
biológicos.
Durante aquela semana, muitas raízes rolaram, muito sumo correu e
muitas sementes voaram.
Estas notícias chegaram além fronteiras, através da Legumes TV,
apresentadas pelo Senhor Nabo.
Eis senão quando, fugidos da prateleira do supermercado Alcampo,
apareceu o casal Abóbora e Mogango, que eram conhecidos por resolver
problemas entre legumes e logo perguntaram:
- Que ensalada viene a ser esta?
E o Coentrão, conhecendo o famoso casal, apressou-se a explicar toda
a situação.
Depois, a senhora Abóbora logo exclamou:
- Mira, la agricultura biológica es muy buena para la salud humana!
E o Senhor Mogango continuou:
Además, está de moda por todas las huertas!
E o Coentrão, tentando dar provas do seu espanhol, apressou-se a
responder:
-Qué dizes hombre? Nós no queremos sabier de modas! Nuestra horta
no es como tu supermercado!
- Pues hombre, en mi tienda los productos biológicos son los primieros a
ser vendidos. – respondeu o Senhor Mogango.
Então, a Couve Felismina falou para a comunidade leguminosa:
3. - Oiçam, este culto casal, que vem da nossa vizinha Espanha, conhece
mais do mundo do que nós, que nunca saímos da nossa pequena horta.
Sabem do que falam, oiçamos o que dizem!
Nenhum dos legumes presentes teve coragem de contrariar as sábias
palavras da Couve Felismina.
E assim se acalmou a revolta.
Um mês depois, a horta do meu avô tinha uma atmosfera harmoniosa,
mal se chegava à entrada da singela horta, pairava no ar um agradável cheiro
a hortelã, que despertava o olfato de qualquer curioso que por lá passava.
Agora, o meu avô, o Sr. Manuel, não dá conta das encomendas para os
supermercados da região e eu vou ajudá-lo e visitá-lo todos os dias, até o cão
da horta se chama Biológico!
Depois da Joana contar esta história aos seus colegas, eles acharam tão
engraçado, que decidiram fazer um artigo para o jornal sobre a agricultura
biológica!
TRABALHO ELABORADO PELOS ALUNOS DO 8º A