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HISTÓRIA DAS MULHERES DO
BRASIL
Docente: Elias Brito Jr.
Introdução ao tema
Durante o período colonial, muitas mulheres
viram-se diante da necessidade de abandonar
os próprios filhos, uma dor geralmente
caracterizada pelos obstáculos ao tentar
assumir e sustentar os filhos nascidos fora do
matrimonio ou por sua situação financeira.
• Século XVI: Devido ao contato entre índios e
colonizadores, que traziam muitas doenças
consigo, resultou em uma multidão de bebês
doentes e, por consequência, abandonados.
• Século XVII: O abandono de crianças passou a
ser percebido pela população portuguesa.
• Século XVIII: Os ritmos de crescimento do
mundo colonial repercutiram na condição de
vida das crianças. No campo, o abandono
raramente ocorria, já na cidade, isso era
frequente, inclusive o tipo mais selvagem de
abandono.
MATERNIDADE NEGADA
Com o aumento dos abandonos, nascem as
Santas Casas de Misericórdia, instituições que
acolhiam crianças enjeitadas. Também existia
uma inquietação diante do futuro espiritual
dos abandonados. Por isso, quem encontrasse
um recém-nascido na rua ou o recebesse
diretamente dos pais deveria recolher a
criança e batizá-la.
Algumas crianças eram criadas nas próprias
Santas Casas, outras tinham a sorte, ou não,
de serem criadas pelas chamadas “famílias
criadeiras”, as quais recebiam para criar os
pequenos. As famílias podiam escolher entre
duas formas de recebimento: trimestral ou ao
fim da criação, por morte ou pelo fato da
criança atingir sete anos de idade.
Roda dos Expostos/Enjeitados foi um cilindro
de madeira que fora colocado nos Conventos
e Casas de Misericórdia a fim de receber
crianças enjeitadas. A Roda funcionava dia e
noite e, qualquer um podia deixar um
pequerrucho sem ser notado ou incomodado.
Apesar de o sistema tentar encontrar a origem
dos bebês, quase sempre, era inútil. O
abandono selvagem continuou sendo
praticado e a ajuda privada foi a principal
forma de proteção aos enjeitados.
Frequentes formas de abandono
O abandono raramente ocorria no meio rural.
Para os camponeses sem escravos, a força de
trabalho familiar ocupava um papel fundamental
na sobrevivência da unidade doméstica. As
crianças realizavam pequenos trabalhos, de
função produtiva ou de apoio. Talvez seja por isso
que se evitava o abandono selvagem a todo
custo. Mesmo enviar o filho para o vizinho, o
abandono civilizado, implicava em perda de um
braço precioso para a economia doméstica.
• Na cidade, o trabalho infantil tinha pouco valor.
• Filhos de miseráveis e desclassificados sociais
geralmente eram abandonados.
• Mulheres brancas também enjeitavam os filhos,
principalmente quando eram frutos de traições.
• Pelas mães se acharem insuficientes e
desqualificadas.
• Algumas mães ficavam muito doentes e deixavam
os filhos provisoriamente na casa dos expostos
até se recuperarem.
Mulheres Criadeiras
Eram mulheres contratadas pela câmara ou
Santa Casa, podendo ser livres ou escravas. O
auxílio aos expostos premiava os criadores
com valores inferiores aos do mercado das
amas escravas. Alguns proprietários ou
mulheres livres aceitavam manter enjeitados
recebendo muito pouco ou nada por isso,
alegando estar pagando promessas.
Como a renda era pouca, os bebês, a maioria
das vezes eram mal alimentados. Caldos
quentes, leite de vaca ou até mesmo água
morna com açúcar eram dados aos pequenos.
Havia também uma péssima e nem sempre
proposital falta de higiene dos criadores. Além
de tudo, em muitas residências as amas se
impacientavam com as crianças, que já eram
submetidas á amamentação artificial e agora,
a mistura de aguardente (pinga ou cachaça) ao
leite para acalmá-las.
Os motivos das mães
• As mães solteiras abandonavam ou por se
acharem desqualificadas para cuidar de um
filho ou por serem taxadas como desonra para
a família.
• A pobreza de seus pais.
• Como já dito, algumas ficavam doentes.
• Morte dos pais.
Um outro amor materno
Até agora vimos que muitas mães
abandonavam os filhos de forma desalmada e
egoísta. Porém, em alguns casos, o abandono
podia representar um gesto de ternura. Um
exemplo disso são os casos de escravas que
rejeitavam os filhos, na esperança de vê-los
livres.
Uma forma de controle de natalidade?
Embora algumas pessoas considerem o
abandono uma forma de desprezo à criança,
outros consideram como um tipo de
manifestação de amor. Sem dúvida, o abandono é
bem menos cruel do que o infanticídio, o
assassinato da criança.
A existência de instituições destinadas aos
cuidados dos pequenos demonstra uma atitude
complacente das autoridades em relação ao
abandono. O mesmo não pode ser dito do
infanticídio e do aborto.
Roda: um cemitério de crianças?
Existem também casos de abandono de
crianças mortas. Os bebês, muitas vezes, já
vinham mortos ou acabavam morrendo no
período em que as mães deixavam o filho na
Roda. Boa parte dos enjeitados pagavam o
preço por terem nascido em uma sociedade
que desconhecia orfanatos ou leis favoráveis à
adoção.
O massacre de anjinhos
Os destinos dos enjeitados variam-se muito,
desde a morte precoce a venda dos pequenos
como escravos. A sobrevivência deles não estava
apenas ligada à sorte de serem, ou não,
acolhidos, mas também a forma de como eram
criados. Além da amamentação artificial, a
sobrevivência dos abandonas estava ligada à
outros fatores: dependia de pessoas que,
movidos pelo espírito da caridade, aceitassem
criar a criança com pouca renda.
Além de tudo, quem não tinha a chance de
ser alimentado por uma ama, quase sempre
acabava morto.
De que morriam os expostos
Com o aumento de bebês rejeitados, era
necessário um aumento também de amas e
cuidadores . Por isso, várias mulheres se
tornaram escravas de aluguel, porém eram
ineficientes, empregando técnicas de
amamentação artificial desastrosas, o que
levou muitos óbitos.
Em busca de culpados
Por muitas vezes, a culpa pela morte dos
pequenos era atribuída às mulheres.
Porém, vale lembrar que, de acordo com
as condições em que eram recebido na
Casa da Roda e o descaso das amas, as
mães não eram as únicas culpadas pela
morte em massa dos filhos.
Destinos Possíveis
Para muitas mulheres, enjeitar o filho se
tornava uma forma de protegê-lo. Haviam,
inclusive , mães que acabaram reconstruindo
famílias ao reencontrar os filhos. São inúmeras
as histórias de moças pobres que conseguiram
a devolução dos filhos graças a constatação de
sua situação financeira. Apesar disso, mais de
80% das mães jamais reencontram os filhos,
por terem morrido ou serem vendidos.
Independentemente de todo o esforço, muitos
desses jovens crescidos acabavam se tornando
revoltados e fugiam dos locais de trabalho
para morar na rua. A partir daí, foi iniciado
um novo ciclo de casais miseráveis e mães que
abandonavam o filhos.
Trabalho:
• Ana Catarina - nº 01
• Beatriz Araújo - nº03
• Beatriz Borges - nº04
• Isabella Vazan - nº11
• Mayara Cristina - nº17

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  • 1. HISTÓRIA DAS MULHERES DO BRASIL Docente: Elias Brito Jr.
  • 2. Introdução ao tema Durante o período colonial, muitas mulheres viram-se diante da necessidade de abandonar os próprios filhos, uma dor geralmente caracterizada pelos obstáculos ao tentar assumir e sustentar os filhos nascidos fora do matrimonio ou por sua situação financeira.
  • 3. • Século XVI: Devido ao contato entre índios e colonizadores, que traziam muitas doenças consigo, resultou em uma multidão de bebês doentes e, por consequência, abandonados. • Século XVII: O abandono de crianças passou a ser percebido pela população portuguesa. • Século XVIII: Os ritmos de crescimento do mundo colonial repercutiram na condição de vida das crianças. No campo, o abandono raramente ocorria, já na cidade, isso era frequente, inclusive o tipo mais selvagem de abandono.
  • 4. MATERNIDADE NEGADA Com o aumento dos abandonos, nascem as Santas Casas de Misericórdia, instituições que acolhiam crianças enjeitadas. Também existia uma inquietação diante do futuro espiritual dos abandonados. Por isso, quem encontrasse um recém-nascido na rua ou o recebesse diretamente dos pais deveria recolher a criança e batizá-la.
  • 5. Algumas crianças eram criadas nas próprias Santas Casas, outras tinham a sorte, ou não, de serem criadas pelas chamadas “famílias criadeiras”, as quais recebiam para criar os pequenos. As famílias podiam escolher entre duas formas de recebimento: trimestral ou ao fim da criação, por morte ou pelo fato da criança atingir sete anos de idade.
  • 6. Roda dos Expostos/Enjeitados foi um cilindro de madeira que fora colocado nos Conventos e Casas de Misericórdia a fim de receber crianças enjeitadas. A Roda funcionava dia e noite e, qualquer um podia deixar um pequerrucho sem ser notado ou incomodado. Apesar de o sistema tentar encontrar a origem dos bebês, quase sempre, era inútil. O abandono selvagem continuou sendo praticado e a ajuda privada foi a principal forma de proteção aos enjeitados.
  • 7.
  • 8. Frequentes formas de abandono O abandono raramente ocorria no meio rural. Para os camponeses sem escravos, a força de trabalho familiar ocupava um papel fundamental na sobrevivência da unidade doméstica. As crianças realizavam pequenos trabalhos, de função produtiva ou de apoio. Talvez seja por isso que se evitava o abandono selvagem a todo custo. Mesmo enviar o filho para o vizinho, o abandono civilizado, implicava em perda de um braço precioso para a economia doméstica.
  • 9. • Na cidade, o trabalho infantil tinha pouco valor. • Filhos de miseráveis e desclassificados sociais geralmente eram abandonados. • Mulheres brancas também enjeitavam os filhos, principalmente quando eram frutos de traições. • Pelas mães se acharem insuficientes e desqualificadas. • Algumas mães ficavam muito doentes e deixavam os filhos provisoriamente na casa dos expostos até se recuperarem.
  • 10. Mulheres Criadeiras Eram mulheres contratadas pela câmara ou Santa Casa, podendo ser livres ou escravas. O auxílio aos expostos premiava os criadores com valores inferiores aos do mercado das amas escravas. Alguns proprietários ou mulheres livres aceitavam manter enjeitados recebendo muito pouco ou nada por isso, alegando estar pagando promessas.
  • 11. Como a renda era pouca, os bebês, a maioria das vezes eram mal alimentados. Caldos quentes, leite de vaca ou até mesmo água morna com açúcar eram dados aos pequenos. Havia também uma péssima e nem sempre proposital falta de higiene dos criadores. Além de tudo, em muitas residências as amas se impacientavam com as crianças, que já eram submetidas á amamentação artificial e agora, a mistura de aguardente (pinga ou cachaça) ao leite para acalmá-las.
  • 12. Os motivos das mães • As mães solteiras abandonavam ou por se acharem desqualificadas para cuidar de um filho ou por serem taxadas como desonra para a família. • A pobreza de seus pais. • Como já dito, algumas ficavam doentes. • Morte dos pais.
  • 13. Um outro amor materno Até agora vimos que muitas mães abandonavam os filhos de forma desalmada e egoísta. Porém, em alguns casos, o abandono podia representar um gesto de ternura. Um exemplo disso são os casos de escravas que rejeitavam os filhos, na esperança de vê-los livres.
  • 14. Uma forma de controle de natalidade? Embora algumas pessoas considerem o abandono uma forma de desprezo à criança, outros consideram como um tipo de manifestação de amor. Sem dúvida, o abandono é bem menos cruel do que o infanticídio, o assassinato da criança. A existência de instituições destinadas aos cuidados dos pequenos demonstra uma atitude complacente das autoridades em relação ao abandono. O mesmo não pode ser dito do infanticídio e do aborto.
  • 15. Roda: um cemitério de crianças? Existem também casos de abandono de crianças mortas. Os bebês, muitas vezes, já vinham mortos ou acabavam morrendo no período em que as mães deixavam o filho na Roda. Boa parte dos enjeitados pagavam o preço por terem nascido em uma sociedade que desconhecia orfanatos ou leis favoráveis à adoção.
  • 16. O massacre de anjinhos Os destinos dos enjeitados variam-se muito, desde a morte precoce a venda dos pequenos como escravos. A sobrevivência deles não estava apenas ligada à sorte de serem, ou não, acolhidos, mas também a forma de como eram criados. Além da amamentação artificial, a sobrevivência dos abandonas estava ligada à outros fatores: dependia de pessoas que, movidos pelo espírito da caridade, aceitassem criar a criança com pouca renda.
  • 17. Além de tudo, quem não tinha a chance de ser alimentado por uma ama, quase sempre acabava morto.
  • 18. De que morriam os expostos Com o aumento de bebês rejeitados, era necessário um aumento também de amas e cuidadores . Por isso, várias mulheres se tornaram escravas de aluguel, porém eram ineficientes, empregando técnicas de amamentação artificial desastrosas, o que levou muitos óbitos.
  • 19. Em busca de culpados Por muitas vezes, a culpa pela morte dos pequenos era atribuída às mulheres. Porém, vale lembrar que, de acordo com as condições em que eram recebido na Casa da Roda e o descaso das amas, as mães não eram as únicas culpadas pela morte em massa dos filhos.
  • 20. Destinos Possíveis Para muitas mulheres, enjeitar o filho se tornava uma forma de protegê-lo. Haviam, inclusive , mães que acabaram reconstruindo famílias ao reencontrar os filhos. São inúmeras as histórias de moças pobres que conseguiram a devolução dos filhos graças a constatação de sua situação financeira. Apesar disso, mais de 80% das mães jamais reencontram os filhos, por terem morrido ou serem vendidos.
  • 21. Independentemente de todo o esforço, muitos desses jovens crescidos acabavam se tornando revoltados e fugiam dos locais de trabalho para morar na rua. A partir daí, foi iniciado um novo ciclo de casais miseráveis e mães que abandonavam o filhos.
  • 22. Trabalho: • Ana Catarina - nº 01 • Beatriz Araújo - nº03 • Beatriz Borges - nº04 • Isabella Vazan - nº11 • Mayara Cristina - nº17