O documento discute conceitos de habilidades motoras e capacidade física. Apresenta definições de habilidade motora, movimentos, ações e desenvolvimento motor. Também descreve capacidades físicas como força, coordenação, agilidade, equilíbrio e capacidades motoras fundamentais e específicas.
Habilidades Motoras, Capacidades Físicas e Conceitos
1. Conceitos de Habilidades Motoras e Capacidade Física: Atividades elaboradas utilizando
coordenação, equilíbrio, força, agilidade e potência
Habilidades Motoras
Conceitos de Habilidades, movimentos e ações:
Existem vários tipos de habilidades, porém devemos compreender e utilizar cada um deles
corretamente, todas as habilidades motoras visa um determinado objetivo, devemos saber que
reflexos não são considerados habilidades, pois uma habilidade motora requer movimento do
corpo ou dos membros para atingir as metas determinadas isso indica que para se realizar
uma habilidade motora antes é necessário que ela seja aprendida para que a pessoa consiga
atingir com sucesso os objetivos da habilidade. Podemos citar o nosso caminhar, que mesmo
sendo uma habilidade que o ser humano desempenha naturalmente, ela precisa ser aprendida
quando criança, além disso, caminhar é uma habilidade que muitas pessoas podem necessitar
reaprender tais como aqueles que sofrem um derrame, ou recebem próteses de articulações
dos joelhos, quadril ou pessoas que aprender a andar com perna artificial.
Movimentos: o termo movimento se refere à característica de comportamento de um membro
especifico ou de uma combinação de membros os movimentos são partes que compõem as
habilidades usando o exemplo do caminhar observamos que nossos membros se movimentam de
forma bastante diferente conforme caminhamos sobre um lugar concreto, de lama ou areia
porem embora os movimentos forem diferentes a habilidade continua sendo o caminhar.
Ações: são respostas a metas que consistem em movimentos do corpo ou dos membros as ações
pode também ser definida como uma família de movimentos é importante considerar que uma
variedade de movimentos pode produzir a mesma ação, por exemplo, se subir os degraus de
uma escada é uma ação o se objetivo é chegar ao topo porem para atingir essa meta a pessoa
poderá realizar vários movimentos diferentes. Em cada situação a ação é a mesma, mas os
movimentos executados para realizá-la são bem diferentes.
Desenvolvimento motor: São alterações contínuas ou progressivas no comportamento motor ao
longo do ciclo da vida.
Habilidade:
Concepções: “Aptidão, destreza, disposição para alguma coisa, consistem em saber como”.
(Saraiva, 1993) Habilidade é um saber fazer, um conhecimento operacional, procedimental,
uma seqüência de modos operatórios, de analogias, de intuições, induções, deduções,
aplicações, transposições (Littera) “Consiste em saber como; é difícil verbalizar;
adquire-se gradualmente e por prática (aquisição por descobrimento)”. (Pozo, 1998)
Habilidade Motora: é entendida como um padrão fundamental realizado com precisão, exatidão
e controle.
Movimentos fundamentais na terceira infância (8 á 10 Anos):
•Estabilidade: sentar, ficar em pé, curvar, torcer e girar
•Locomoção: correr, saltar, pular
•Manipulação: lançar, pegar, chutar e rebater
Movimentos especializados
2. •Estabilidade: andarem superfície escorregadia, esquiar, ginástica na trave
•Locomoção e Manipulação: jogos recreativos e esportes competitivos
Capacidades e habilidades:
•Capacidade: refere-se à potencial, poder, faculdade
•Capacidade Motora: qualidades físicas que dão sustentação às realizações desta natureza
(Freire e Scaglia, 2003)
•Habilidade: uma tarefa com uma finalidade específica a ser atingida
•Habilidade Motora: movimento voluntário do corpo e /ou membros, para atingir o objetivo
(Gallahue e Ozmun, 2003)
•Habilidades motoras fundamentais:
•- 02 a 06 anos: período mais propício para aquisição, ex: andar, correr, arremessar,
lançar, saltar, girar, rolar, quicar, rebater, chutar, etc.
•- 07 a 10 anos: período mais propício para aperfeiçoamento e combinação
•Habilidades motoras específicas: a partir dos 11 – 12 anos: período mais propício para
iniciação dos fundamentos (movimentos específicos) dos esportes, ex: arremesso do
handebol, bandeja do basquete, cortada do vôlei, técnicas do salto em distância, etc.
(Gallahue e Ozmun, 2003)
Capacidade Física
As capacidades físicas indispensáveis para a execução das ações motoras compreendem
essencialmente dois tipos: as quantitativas (condicionais) e as qualitativas
(coordenativas).
As capacidades condicionais são essencialmente determinadas pelos mecanismos que conduzem
à obtenção e transformação de energia, isto é, os processos metabólicos nos músculos e nos
sistemas orgânicos. Portanto nelas predomina a condição física. São essencialmente
determinadas pelas componentes energéticas, por isso têm caráter quantitativo. São:
resistência e força.
Nas capacidades coordenativas predomina a coordenação. Relacionam-se com os processos de
controle do movimento dependentes do sistema nervoso central, por isso têm caráter
qualitativo. Estas capacidades “permitem que o atleta consiga dominar de forma segura e
econômica as ações motoras, tanto em situações previsíveis (estereótipos), como
imprevisíveis (adaptação). É através destas capacidades que o atleta consegue aprender
relativamente depressa gestos motores, bem como regular eficazmente a tensão muscular no
tempo e no espaço”. As suas formas de manifestação são: equilíbrio, observação, controle
motor, reação motora, antecipação, expressão motora, representação, ritmo, diferenciação
sinestésica, coordenação e orientação espacial.
Há ainda quem considere que algumas capacidades dependem das duas dimensões e por isso as
designam por coordenativo/condicionais: velocidade, flexibilidade e destreza.
Ao grau de desenvolvimento das capacidades motoras chama-se condição física. Esta pode ser
melhorada e desenvolvida através do treino ou preparação física. O seu desenvolvimento é a
garantia para a aprendizagem e para a realização eficaz dos movimentos desportivos, pois
intervém em maior ou menor grau em todas as atividades físicas, individuais ou coletivas.
Capacidades Motoras:
3. •Capacidades Coordenativas: determinadas essencialmente por componentes onde predominam os
processos de condução nervosa
•Capacidades Condicionais (força, velocidade, resistência e flexibilidade): fundamentadas
na eficiência do metabolismo energético; são determinadas pelos processos que conduzem à
obtenção e transformação de energia, isto é, os processos metabólicos nos músculos e
sistemas orgânicos (Barbanti, 2001)
Capacidades Físicas:
Força/Potencia:
São capacidades motoras com o mesmo objetivo, que é permitir aos músculos vencer uma
resistência. A potência pode ser considerada como a união da força com a velocidade. Para
o guarda-redes de Futsal, os deslocamentos, saltos e reposições são realizados por
movimentos com muita potência muscular
Coordenação:
É a capacidade física que permite uma combinação físico-motora, onde o gesto executado
será realizado com mais facilidade, favorecendo uma ação mais eficaz dos diversos grupos
musculares na realização de movimentos seqüentes, proporcionando além da eficácia uma
economia de energia. A coordenação permite mais consciência na execução do movimento,
colaborando desta forma para um melhor desenvolvimento da velocidade e da agilidade.
É a habilidade de integrar, em padrões eficientes de movimento, sistemas motores separados
com modalidades sensórias variadas. Quanto mais complicadas as tarefas motoras, maior o
nível de coordenação necessário para um desempenho eficiente. A coordenação liga-se aos
componentes de aptidão motora de equilíbrio, velocidade e de agilidade, porém não está
intimamente alinhada à força e à resistência. O comportamento coordenado requer que a
criança desempenhe movimentos específicos, em série, rápida e precisamente. Esses
movimentos coordenados devem ser sincronizados, rítmicos e apropriadamente seqüenciais.
Conceito 12.13: O movimento coordenado requer a integração dos sistemas motor e sensorial
em um padrão de ação harmonioso e lógico.
As coordenações olho-mão e olho-pé são caracterizados pela integração de informações
visuais à ação de membros. Os movimentos devem ser visualmente controlados e precisos para
projetar um objeto exterior, fazer contato com ele ou recebê-lo. Rebater, apanhar,
arremessar, chutar e interceptar, todos requerem consideráveis quantidades de informações
visuais, integradas e ações motoras, para alcançar um movimento coordenado eficiente.
A coordenação corporal rudimentar em crianças envolve a rápida movimentação do corpo,
enquanto são desempenhadas várias habilidades motoras fundamentais. Certas tarefas – como
corrida de obstáculo, corrida de 30 jardas, vários pulos e saltos em um só pé, salto em
distância etc. – requerem alto tipo de coordenação corporal rudimentar. A coordenação
corporal rudimentar e as coordenações olho-mão e olho-pé parecem melhorar com a idade de
maneira aproximadamente linear. Da mesma forma, meninos tendem a demonstrar coordenação
melhor do que meninas na infância (Frederick, 1977; Van Slooten, 1973).
Agilidade:
Podemos considerar como sendo a capacidade de mudar de posição ou de direção dentro do
menor tempo possível. Está capacidade é fundamental para o guarda-redes de Futsal, devido
4. às constantes mudanças de posição impostas ao seu corpo durante o jogo e tem uma relação
direta com a velocidade.
É a habilidade de alterar a direção do corpo rápida e precisamente. Com a agilidade,
podem-se fazer alterações rápidas e precisas na posição do corpo durante o movimento.
Várias corridas de agilidade têm sido usadas como medidas indiretas dessa aptidão.
Infelizmente, os muitos modos pelas quais essas pontuações foram obtidas tornam impossível
comparar os estudos. Pontuações obtidas na corrida de 30 pés são tipicamente usadas como
medidas de agilidade. Melhoras anuais são observadas, na infância, com vantagem para os
meninos em todas as idades.
Equilibrio:
É a qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares com propósito de
assumir e sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade. Pode ser de três
tipos: Equilíbrio dinâmico, estático e recuperado.
É a habilidade de um indivíduo manter a postura de seu corpo inalterada, quando este é
colocado em várias posições. O equilíbrio é básico para todo movimento e é influenciado
por estímulos visuais, táteis, sinestésicos e vestibulares. A visão desempenha papel
importante no equilíbrio de crianças pequenas. Cratty e Martin (1969) constataram que
meninos e meninas de 6 (ou menos) anos de idade não conseguiam equilibrar-se em um só pé
com os olhos fechados. Por volta dos 7 anos, todavia, eles eram capazes de manter o
equilíbrio com os olhos fechados, e a habilidade de equilíbrio passou a melhorar com a
idade. O uso da visão propicia à criança a focalização de um ponto de referência, a fim de
manter o equilíbrio. Os olhos também fazem com que a criança monitore o corpo visualmente
durante a tarefa de equilíbrio estático ou dinâmico.
Conceito 12.14: O equilíbrio é crítico em todo o comportamento motor e influenciado por
uma variedade de mecanismos sensitivos.
O equilíbrio é profundamente influenciado pelo aparato vestibular. O fluido contido nos
“canais semicirculares” e no “otólito” desempenha papel-chave, auxiliando o indivíduo
a manter o equilíbrio.
O equilíbrio estático refere-se à habilidade do corpo em manter-se em certa posição
estacionária. Equilibrar-se em um só pé, ficar em pé na trave de equilíbrio e desempenhar
o equilíbrio com vara são meios comuns de avaliação das habilidades de equilíbrio estático
de crianças mostram tendência linear, direcionada a um desempenho melhor, entre 2 e 12
anos de idade (DeOreo, 1971; Keogh, 1965; Van Slooten, 1973). Antes de 2 anos, as
crianças, em geral, não são capazes de desempenhar tarefas de equilíbrio estático em um só
pé, porque, provavelmente, suas habilidades de manter sua postura controlada ainda estão
se desenvolvendo. DeOreo (1980) indicou que as diferenças marcantes entre meninos e
meninas não são tão aparentes em tarefas de equilíbrio estático, como são em outras
tarefas de desempenho motor. De fato, as meninas tendem a ser mais proficientes do que os
meninos até, aproximadamente, 7 ou 8 anos de idade, quando então, os meninos igualam-se á
elas. Os dois sexos estabilizam-se por volta dos 8 anos, à espera de novo impulso nas
habilidades, no intervalo de 9/12 anos.
O equilíbrio dinâmico refere-se à habilidade do indivíduo em manter o equilíbrio, quando
em movimento de um ponto a outro. Os testes direcionais de caminhar em linha são usados,
5. mais freqüentemente, como medidas de equilíbrio dinâmico em crianças. As meninas são, em
geral, mais proficientes do que os meninos até 8 ou 9 anos de idade, quando eles, então,
tem níveis parecidos de desempenho. Meninos e meninas desaceleram seu processo por volta
dos 9 anos, antes de obter rápidos ganhos até a idade de 12 anos (DeOreo, 1971; Frederick,
1977).
Força
É energia que permite deslocar objetos e vencer resistências externas, ou mesmo as do
nosso próprio corpo, independentemente do fator tempo. Permite, assim, superar ou
contrariar as resistências ao movimento, com base em forças internas (produzidas por
contração muscular, ações dos tendões e ligamentos) e forças externas (gravidade, atrito,
oposição).
Para além de ser necessária para o movimento, a força aplica-se também:
Na “resistência muscular”, que mais não é do que o uso prolongado desta capacidade;
Na “resistência à fadiga”, que depende fundamentalmente da quantidade de sangue bombeado
pelo coração em cada contração sistólica; na “velocidade”, que não seria possível sem
níveis de força adequados.
A força tem como variantes:
Força máxima
Força rápida ou potência
Força resistente
Potência
É a habilidade de realizar um esforço máximo em um período tão curto possível. A potência
é às vezes denominada como “força explosiva” e representa o produto da força dividido
pelo tempo. Essa combinação de força e velocidade é encontrada em atividades de crianças
que envolvam pular, rebater, arremessar em distância e outros esforços máximos. A
velocidade de contração dos músculos envolvidos, a força e o uso coordenado deles
determinam o grau de potência do indivíduo. Pelo fato de a potência envolver a combinação
de habilidades motoras, é difícil, se não impossível, obter o valor puro desse componente.
As medidas de saltos e de arremessos freqüentemente usadas, por exemplo, fornecem apenas
uma indicação indireta de potência, por causa da habilidade necessária para realizar essas
tarefas. Frederick (1977), porém, encontrou aumentos anuais significativos no salto
vertical, no salto em distância e no arremesso, em crianças entre 3 e 5 anos de idade. Os
meninos superaram os desempenhos das meninas em todas as medidas, em todas as faixas
etárias.
Melhoras lineares parecidas e diferenças entre meninos e meninas foram demonstradas, no
salto em distância, na idade de 3 a 5 anos (Frederick, 1977), de 6 a 12 (Keogh, 1965) e de
10 a 17 (Ross e Gilbert, 1985). Diferenças na velocidade de arremesso, baseadas em idade e
em sexo, também têm sido demonstradas em amostragens de crianças de 6 a 14 anos de idade
(Glassow e Kruse, 1960; Luedke, 1980). As diferenças quanto a idade e ao sexo, porém,
estão intimamente relacionadas a aumentos anuais de força e de velocidade de movimento,
bem como a influências sócio-culturais variáveis em meninos e meninas.
6. Atividades
Será realizado um trabalho que tem como objetivo trabalhar as habilidades motoras em
diferentes atividades:
•Coordenação
•Equilíbrio
•Força
•Agilidade
•Potência
Os materiais gínmicos utilizados serão; bambolês, corda, colchões verdes (de algodão),
colchões sanerge (espuma densa), cones, banco sueco e bexigas.
A turma será dividida em duas colunas, para as seguintes atividades:
Atividade 1
Equilíbrio
PI: Posição Fundamental, com os alunos em roda.
EX: Realizar ¼ de giro para a direita. Elevar o MIE posteriormente em ± 90º. Segurar o
MIE do companheiro á sua frente, permanecer nessa posição por 25 segundos.
PF: Posição Fundamental.
Atividade 2
Agilidade
PI: Com MMII em posição Antero posterior, com o tronco inclinado anteriormente um pouco,
segurando a bexiga encostada no peito com ambas às mãos.
EX: Correr em direção ao cone, sentar em cima da bexiga até estourar, levantar e correr
até o final da fila. Repetir essa execução com todos os outros componentes do grupo.
PF: Sentado com os MMII estendidos em grande afastamento lateral, um atrás do outro.
Atividade 3
Potência
PI: Com MMII em posição Antero posterior, com tronco inclinado anteriormente um pouco e os
MMSS em flexão em ± 90º.
Ex: Correr e saltar até bater a mão na bexiga e cair em qualquer posição no colchão.
PF: Posição Fundamental.
Atividade 4
Força e Coordenação
PI: Em decúbito ventral, com os MMSS flexionados e os antebraços apoiados no solo.
EX: Elevar o quadril, flexionar um dos MMII e estender um dos MMSS. Fazer a transferência
de peso até estender o membro inferior que está flexionado e flexionar o outro membro
inferior e repetir esses movimentos até o final do percurso.
7. PF: Posição Fundamental.
Atividade 5
Circuito
A turma será dividida em dois grupos, e terão que percorrer um circuito em menor tempo,
passando por quatro atividades envolvendo: coordenação, equilíbrio, agilidade, força e
potência.
1º Terão seis bambolês no chão e as crianças deveram passar por cima deles, pisando com um
pé em cada bambolê, percorrendo o caminho já estabelecido.
PI: Posição Fundamental.
EX: Percorrer o percurso dando saltitos, flexionando á ± 45º o MIE primeiro e MID,
revezando conforme os saltitos.
PF: Posição Fundamental.
2º Realizar percurso no banco sueco.
PI: Posição Fundamental
EX: Andar com MMII um á frente do outro, com abdução dos MMSS estendidos até ± 90º, até o
final do banco, realizar um salto ao final.
PF: Posição Fundamental.
3º Realizar rolamento entre os cones.
PI: Decúbito Dorsal com os MMSS ao prolongamento do corpo.
EX: Realizar rolamento longitudinal estendido até os cones.
PF: Posição Fundamental.
4º Realizar rolamento com salto.
PI: Posição Fundamental.
EX: Realizar um rolamento sobre o eixo transversal (cambalhota), parando na posição
fundamental, saltar a corda de maneira que se sentir mais confiante, e logo após realizar
outro rolamento sobre o eixo transversal (cambalhota) e realizar um salto estendido ao
final do rolamento.
PF: Posição Fundamental.