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Baixar para ler offline
editorial
O prefeito de Paulínia, Edson Moura
Jr. (PMDB), empossado há uma se-
mana, anunciou ontem um bônus de
R$ 1 mil a todos os 5 mil servidores
da Prefeitura até o final de seu man-
dato, em 2016, totalizando um gasto
de R$ 5 milhões. Também anunciou
o economista Renato Netto Cardoso
para a Secretaria de Saúde e a retoma-
da do polo de cinema. PÁGINA A5
Moura Jr. anuncia
bônus a servidor e
secretário de Saúde
Dominique Torquato/AAN
A transferência de famílias de habita-
ções irregulares no Jd. Florence 2, em
Campinas,paraapartamentos dosresi-
denciais Sírius e Bassoli deixou para
trás dezenas de cães e gatos. Abando-
nados, os animais sobrevivem com a
solidariedade de moradores do bairro,
que buscam doação de ração e cons-
truíram abrigo improvisado com o en-
tulho de casas demolidas. PÁGINA A11
Desocupação de
área deixa legião
de cães sem dono
Policiaiscompropinaatrasada
aterrorizavamoSãoFernando
Traficantes ligados à quadrilha de An-
dinho afirmaram, em depoimento ao
Ministério Público (MP), que policiais
do Departamento Estadual de Repres-
são ao Narcotráfico (Denarc) impu-
nham uma rotina de medo no Jd. São
Fernando, em Campinas, ao cobra-
rem propinas. Relataram que, quando
o pagamento atrasava, eles circula-
vam pelo bairro em carros sem identi-
ficação e, nessas ações, eram comuns
tiros para o alto e agressões no meio
da rua, na presença de moradores. Ho-
je haverá acareação entre policiais e in-
tegrantes do bando presos em opera-
ção na semana passada. PÁGINA A7
Jabor
Não vivemos diante de “acontecimentos”,
mas só de incertezas, de “não acontecimen-
tos”. Na mídia, só vemos narrativas de im-
punidades, de “quase vitórias”. PÁGINA C2
Algumas vezes
a realidade su-
pera a ficção. A juíza
catarinense Sônia
Moroso deu, ao vivo,
uma aula de Direito.
Leitores
Cercado pela multidão, o papa Francisco desfila no papamóvel pelas ruas do Rio de Janeiro em direção ao Palácio Guanabara
Gabriel Bouys/France Press
36 Primeiro Caderno 12 páginas
Economia 3 páginas
Brasil 4 páginas
Mundo 1 página
Digital 1 página
Esportes 3 páginas
Caderno C 6 páginas
Classificados 6 páginas
Filho do príncipe William e Kate, o terceiro na linha de sucessão, nasceu
ontem em Londres com 3,8kg; nome ainda não foi anunciado. PÁGINA B8
tempo
Campinasderrubataxademortesnotrânsito
Rio acolhe o papa
commanifestação
calorosa nas ruas
PSDB e PT go-
vernam há dé-
cadas, contudo, os
discursos não se re-
verteram em políti-
ca afirmativa.
A previsão para Campinas é de frio e ven-
to forte, com possibilidade de chuva.
MÁXIMA
indicadores
edição de hoje
colunistas
Casal faz boneco de neve em Urupema,
uma das 29 cidades catarinenses onde
nevou ontem; previsão para amanhã é
de temperaturas negativas. PÁGINA B4
Com 78 vítimas fatais, 2012 tem o menor índice dos últimos 17 anos PÁGINA A4
Em sua primeira viagem oficial des-
de que assumiu o pontificado, o pa-
pa Francisco desembarcou no Brasil
na tarde de ontem para a Jornada
Mundial da Juventude com uma re-
cepçãocalorosa nasruasdurante des-
file em carro aberto e um recado pa-
raos políticos.Cobrou,em seudiscur-
so, meios materiais e educação que
possibilitem o desenvolvimento e pa-
ra que não se crie uma geração perdi-
da. Em português, com leve sotaque,
afirmou que “Cristo bota fé nos jo-
vens”. Amanhã, o pontífice segue pa-
ra Aparecida, onde são esperados
200 mil peregrinos. PÁGINAS B1 A B3
Rosária de Souza ajuda a cuidar dos cães em abrigo improvisado por moradores
Carlos Alberto Marchi
de Queiroz, delegado
11˚
PÁGINAS
● O prefeito Jonas Donizette (PSB) com o terno molhado após ser atingido por água jogada por uma manifestante em
protesto pela redução da tarifa, ontem, no Largo do Rosário, durante lançamento de campanha de trânsito. PÁGINA A4
16˚
TEMPERATURA DESPENCA
E CRIA PAISAGEM EUROPEIA
NOS ESTADOS DO SUL
Uma palavra
de paz e amor
Traficantes relatam ao MP rotina de tiros para o alto e agressões no meio da rua
Lourenço Faria,
bacharel de Direito
Dólar compra venda
Comercial 2,235 2,236
Paralelo 2,230 2,380
Turismo 2,137 2,340
Euro 2,840 3,053
SINAL
VERMELHO
MÍNIMA
REINO UNIDO CELEBRA
A VINDA DO BEBÊ REAL
Emblematicamente, a visita do papa se
dá no meio da efervescência dos atos de
violência que abalaram o Rio. O Brasil vi-
ve um momento de convulsão social e de-
ve parar para assistir ao desfile do pontífi-
ce em sua pregação de paz e de amor ao
próximo, o que não é pouco. PÁGINA A3
Érica Dezonne/AAN
TERÇA-FEIRA, 23 DE JULHO DE 2013 / CAMPINAS / ANO 86 / Nº 27377 / R$ 2,80
www.correio.com.br
EDISON LINS
edison.c.lins@gmail.com
SILVIA
BRANDALISE
No sábado, o jornal Correio
Popular divulgou a recente
adesão de Campinas ao Pro-
grama Mais Médicos, delinea-
do pelo governo federal. Sem
entrar no mérito dessa deci-
são política, julgo importante
tornar pública a experiência
do Centro Infantil Boldrini no
que se refere ao trabalho jun-
to às pessoas carentes, residen-
tes em locais desprovidos de
recursos médicos.
Ao redor do ano 2000, o
Centro Infantil Boldrini estabe-
leceu como um programa ins-
titucional a erradicação da
anemia nutricional de crian-
ças, vivendo em regiões caren-
tes da cidade de Campinas.
Na época foi escolhido o Par-
que Oziel, próximo ao Aero-
porto de Viracopos.
Decorridos dois anos de
trabalho contínuo realizado
aos sábados, supervisionando
os alunos de Medicina da
PUC-Campinas e da Uni-
camp, obtivemos resultados
surpreendentes. Com a Asso-
ciação dos Moradores do
Oziel, resolvemos o destino do
lixo — que ficava a céu aberto
— confeccionando lixeiras al-
tas feitas de caixotes de madei-
ra, com a placa “coloque o li-
xo no lixo”. Infrutíferas ha-
viam sido as iniciativas de re-
solução junto à Prefeitura Mu-
nicipal de Campinas. Com es-
sa medida, diminuíram os epi-
sódios de diarreia nas crian-
ças, como também as vermi-
noses. Os cachorros que se nu-
triam do lixo, migraram para
outras instâncias, diminuindo
em muito a contaminação das
crianças com os vermes pró-
prios desses animais. Assim,
as mesmas não eram mais es-
poliadas.
Fato para nós surpreenden-
te foi constatar que nesse bair-
ro da cidade de Campinas ha-
via falta de água encanada. As
famílias gastavam os poucos
recursos disponíveis para a
compra de galões de água.
Sem sucesso foi a busca de so-
lução na Prefeitura Municipal
de Campinas. Somente com a
doação de filtros de água para
a Associação de Moradores do
Oziel, para cada moradia, foi
possível melhorar a saúde das
crianças. A doação foi feita pe-
la Igreja Big Canoe, localizada
na Georgia (USA).
Problema sério nesse bair-
ro eram as afecções pulmona-
res nas crianças, que decor-
riam das péssimas condições
de habitação. Moradias sem ja-
nela, instaladas em chão de
terra, contando sempre com
várias pessoas, algumas fu-
mantes, além dos animais,
coabitando em áreas muito
restritas. Somente com a aju-
da dos alunos da Faculdade
de Engenharia da Unicamp
foi possível estabelecer pro-
postas de melhorias e
ventilação dessas moradias.
As crianças, sem bronquite,
tornaram-se mais saudáveis.
A implantação nesse bair-
ro da Horta e Cozinha Comu-
nitárias, com doação de equi-
pamentos e insumos providos
por empresas privadas, tor-
nou possível nutrir os mais
desfavorecidos e esquecidos
pela sociedade. A participação
dos alunos da Engenharia de
Alimentos da Unicamp foi de-
cisiva nessa tarefa.
Com essa experiência,
aprendemos que bem pouco
a Medicina poderia fazer para
a saúde das pessoas, sem a ga-
rantia da infraestrutura míni-
ma de saneamento básico,
educação, condições de habi-
tação e alimentação. Com es-
sa convicção, foi proposta em
duas ocasiões para dois reito-
res da Unicamp a criação do
exercício civil obrigatório.
Exercício não somente para os
alunos de Medicina, mas para
todos os alunos nos primeiros
anos de graduação de todas as
faculdades da Universidade.
Por que nos primeiros anos?
Porque os currículos privile-
giam as especialidades.
A proposta do exercício ci-
vil para universitários de esco-
la pública também foi apresen-
tada em Fóruns Sociais ideali-
zados pelo jornal Gazeta Mer-
cantil. Infelizmente, as pes-
s o a s c o m p o d e r d e
decisão preferiram o silêncio.
A implantação do exercício ci-
vil obrigatório nas faculdades
públicas do Brasil exigirá am-
pla discussão no âmbito des-
tas instituições de ensino,
compartilhada com os diferen-
tes segmentos da sociedade.
Essa política, que em muito
transcende ao aluno de Medi-
cina, deverá ter a contraparti-
da das garantias pelo poder
público, do provimento e ma-
nutenção da infraestrutura do
saneamento básico, das condi-
ções saudáveis de moradia, de
alimentação e educação da po-
pulação. O comprometimento
com as melhorias dos índices
de desenvolvimento humano
da sociedade brasileira é uma
tarefa de todos. A velocidade
dessas conquistas dependerá
não só dos planos dos gover-
nantes, mas também da vonta-
de do povo brasileiro.
Desafios a superar
MAIS MÉDICOS
A cidade mais importante do
Interior brasileiro, Campinas,
completou aniversário, tendo
superado, do ponto de vista po-
lítico, uma das mais terríveis
páginas de sua história, com
prefeito cassado e, em decor-
rência, sucessivas alternâncias
nesse importante cargo. Passa-
da essa tormenta, e sob uma
nova administração, a cidade
vive a expectativa de, também,
virar a página de seus muitos
desafios. Para que a cidade re-
cupere qualidade de vida. Desa-
fios que a cidade pode, por sua
história e desenvolvimento, efe-
tivamente superar. São muitos
seus desafios, e em diversas
áreas: saúde pública, transpor-
te, mobilidade urbana, educa-
ção, cultura, revitalização da
área central, recuperação e cui-
dado com ruas e calçadas, pra-
ças e parques públicos, entre
outros. Com vontade política e
objetividade, pela pujança des-
ta grande cidade, o conjunto
de problemas pode avançar pa-
ra soluções. Afinal, Campinas é
uma cidade protagonista e ino-
vadora em tecnologia de ponta
e no desenvolvimento huma-
no.
Sede da nona maior região
metropolitana do Brasil, é com-
posta por 19 municípios, com
indicadores econômicos de
destaque em níveis estadual e
nacional. Seu aeroporto inter-
nacional ganha importância ca-
da vez maior no País e fora de-
le. A cada três toneladas de
mercadorias exportadas e im-
portadas, uma passa por Vira-
copos, que também realiza par-
te expressiva do fluxo aéreo to-
tal de cargas brasileiro. A cida-
de possui um expressivo e refe-
renciado conjunto de institui-
ções universitárias. É sede de
uma das mais importantes uni-
versidades públicas brasileiras,
a Unicamp, que de acordo
com recente ranking interna-
cional, é a única instituição de
ensino superior latino-america-
na na lista das cem melhores
universidades com menos de
50 anos. A Unicamp atrai, para
Campinas, gente das mais va-
riadas regiões brasileiras e de
muitos países na busca do ensi-
no, da pesquisa e de qualifica-
dos recursos médicos. Seria
possível enumerar, com orgu-
lho, e sem ufanismo, outros in-
dicadores que sempre posicio-
nam a cidade, entre as melho-
res do País. Avanços que permi-
tem vislumbrar o potencial da
cidade para virar a página da
lista de muitas questões, tanto
as inerentes ao contexto urba-
no como as do seu entorno.
Além dos itens já citados, tam-
bém gera oportunidades educa-
cionais e profissionais para os
jovens.
Há o desafio de revitalizar a
área central, algo também há
muito esperado, sem sair efeti-
vamente do papel ou das inten-
ções, sempre renovadas nos
processos eleitorais. Fazer isso,
envolvendo a população e os
diversos setores interessados,
reveste-se de suma importân-
cia, tanto econômica quanto
para o resgate da identidade
cultural, campo em que Campi-
nas tem contribuições insofis-
máveis. A degradação de áreas
urbanas centrais é um fenôme-
no bastante comum em cida-
des que adquirem porte médio
ou grande. E Campinas, infeliz-
mente, não fugiu a isso. Raríssi-
mos são os equipamentos cul-
turais, públicos ou não, funcio-
nando na área central. Parado-
xalmente há prédios em desu-
so, que poderiam acolher proje-
tos e ações de expansão cultu-
ral para nossa população. Caso
do prédio histórico onde já fun-
cionou o Centro Cultural Vitó-
ria. Alguns, como o Centro de
Ciências Letras e Artes, ou a
Academia Campinense de Le-
tras, funcionam de forma heroi-
ca. O teatro do Centro de Con-
vivência, rico patrimônio muni-
cipal, está hoje desativado, à es-
pera de uma reforma que o de-
volva para os campineiros,
com uma política cultural para
os talentos da cidade. Espera-
se uma ação ampla, liderada
pela prefeitura e que, de fato,
ocorra a propalada revitaliza-
ção da área central com impac-
tos por toda a cidade.
Enfim, que as comemora-
ções de mais um aniversário se-
jam acompanhadas de medi-
das efetivas. Para que Campi-
nas recupere algumas de suas
conquistas históricas, expres-
sas no seu impressionante de-
senvolvimento, que dimensio-
na as perspectivas concretas de
superação dos seus atuais desa-
fios. E que no próximo aniver-
sário haja mais o que comemo-
rar.
Tarefa de todos
Opinião
Aposentadoria
CAMPINAS
“Sentir esta união de tantos povos diferentes, de
peregrinos por único Deus, me deixa muito feliz”
André Lee Jung Hong, que acompanha um grupo de peregrinos sul-coreanos à Jornada Mundial da Juventude.
dalcio
manuelcarlos
■ ■ Silvia Regina Brandalise é médica e
presidente do Centro Infantil Boldrini
Fui professor da Faculdade
de Direito da PUC durante
25 anos, mas no final do ano
passado resolvi me aposen-
tar.
No meu primeiro dia de
ócio recebi um e-mail con-
tando um episódio atribuído
ao hilariante Barão de Itara-
ré, acontecido em seu tempo
de estudante.
Conta-se que um velho
professor, daqueles que
acham saber tudo e que os
alunos são ignorantes ao ex-
tremo, perguntou a Torelly:
— Quantos rins nós temos?
— Temos quatro, estima-
do mestre, respondeu o Ba-
rão com toda segurança.
Chamando o bedel, o pro-
fessor lhe disse: — Traga-me
um feixe de capim para ali-
mentar um burro.
— Para mim um café, in-
terveio o Barão.
Indignado com tanta ousa-
dia, o professor expulsou o
Barão da sala, que ao sair ain-
da lhe disse: — A resposta
que dei estava correta. O se-
nhor perguntou quantos rins
nós temos e os meus dois so-
mados aos seus são realmen-
te quatro. Bom apetite, res-
peitado mestre.
No magistério, também já
enfrentei situações inusita-
das. Certa ocasião, falando
sobre a divisão de poderes,
perguntei aos alunos: — Nós
temos o poder Executivo, o
Legislativo e o Judiciário, em
qual desses poderes está o
Ministério Público?
Uma aluna, do fundo da
classe respondeu: — Em ne-
nhum deles, professor, o MP
está em Alphaville.
O fato apenas confirma
minha tese de que os alunos
pensam que estão pagando
para ensinarmos a eles, mas
nós professores é que recebe-
mos para aprender.
Estava justamente come-
morando essa minha ociosi-
dade e como gastar o meu
tempo inutilmente, quando
o telefone tocou.
Tirei o telefone do gancho
e alguém do outro lado da li-
nha foi logo perguntando: —
Quem está falando?
Respondi prontamente:
— Você.
Entretanto, as pessoas es-
tão perdendo o senso de hu-
mor e minha resposta não
foi bem recebida.
Já percebi isso em outras
ocasiões e tenho me diverti-
do muito. Certa ocasião, fa-
lando com uma operadora
de cartão de crédito, ao solici-
tar uma informação, a aten-
dente advertiu: — Para sua
maior segurança vou lhe fa-
zer algumas perguntas pes-
soais, tudo bem?
— Qual o nome de seu
pai?
— José.
— Qual é a data de seu ani-
versário?
— 5 de maio.
— De que ano?
— De todos os anos.
Na semana passada, en-
contrei-me com um conheci-
do político e perguntei a ele:
— A maneira mais rápida de
se chegar a Brasília é em um
avião da FAB?
— Não é, disse-me, com
despreparo, incompetência e
falta de vergonha na cara che-
ga-se muito mais depressa.
Não podemos perder o hu-
mor e nem a esperança de
um Brasil melhor para nos-
sos filhos. Como diria o Ba-
rão de Itararé: — Nunca de-
sista de seu sonho. Se aca-
bou em uma padaria, procu-
re em outra.
A2 CORREIO POPULAR
Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013 Editor: Rui Motta rui@rac.com.br - Editora-assistente: Ana Carolina Martins carol@rac.com.br - Correio do Leitor leitor@rac.com.br
■ ■ Edison Cardoso Lins é mestre em
Educação, funcionário da Unicamp e
professor titular da rede estadual
■ ■ Manuel Carlos Cardoso é advogado e
professor
cardoso@rac.com.br
opinião@rac.com.br
Aula de Direito
Carlos Alberto Marchi de Queiroz
Delegado, Campinas
Algumas vezes a
realidade
supera a ficção.
O Correio de
18/7, A9,
noticiou que
uma juíza
catarinense, de 48 anos, antes
de embarcar de Viracopos
para Santa Catarina,
reconheceu um passageiro
que ela condenara, à revelia,
cinco anos antes, em Itajaí
(SC), quando titular da 1ª Vara
Criminal. A juíza Sônia
Moroso, sem perder a calma,
não pondo em risco a
segurança do voo, acionou a
Polícia Civil de Navegantes
(SC) para cumprir o mandado
de prisão que ela expedira,
condenando o foragido a dez
anos de prisão por estupro
cometido contra os filhos
dele, uma menina de 5 e um
menino de 4 anos. A
magistrada conhecia o réu
apenas por fotografias. Logo
após o pouso, a polícia
invadiu a aeronave e sob forte
aplauso, cumpriu a lei. A dra.
Sônia, demonstrando
conhecer a CF, especialmente
as funções da Justiça e da
polícia, deu, ao vivo, uma aula
de Direito. Demonstrou,
também, o acerto de Agatha
Christie, que sempre
sustentou que Miss Marple
era melhor investigadora que
os seus detetives homens.
Acidente
Pedro Dias
Administrador, Campinas
É triste, revoltante e
lamentável a ocorrência que
resultou na morte de três
motoristas que foram
atingidos por um embriagado
enquanto faziam socorro na
Rodovia Santos Dumont. Tal
fato mostra a situação caótica
reinante neste País, em que
pessoas bem-intencionadas e
preocupadas em ajudar o
próximo acabam sendo
vitimadas por um
irresponsável, que
beneficiado pela nossa frouxa
Justiça, permanecerá
praticando ilicitudes como se
fosse tudo normal. Resta-nos
desejar às famílias enlutadas
muita força para superar esse
grave acontecimento.
Aniversário
Adelia Malinowski Salles
Aposentada, Campinas
Parabéns a todos os
repórteres e editores do
Correio Popular pela
belíssima edição do
aniversário de Campinas. Ela
vai fazer parte dos meus
guardados. (...)
Vandalismo
Helio Rosolen
Aposentado, Campinas
Sou
completamente
contra a onda de
vandalismo que
vem ocorrendo
em várias
cidades do País.
Não podemos confundir
manifesto com bagunça. O
que vemos são badernas às
barbas de nossa polícia
engessada pelos detentores do
poder, que ao invés de
procurarem defender não só o
patrimônio público como o
privado, proíbem o confronto
com os bandidos, proibindo-a
de usar suas atribuições,
inclusive com bombas e balas
de borracha, deixando os
vândalos à vontade para agir.
Lutamos tanto para que fosse
implantada a democracia no
Brasil, mas na época da
ditadura pelo menos não
havia desrespeito à ordem
pública. Já começamos a ter
saudade dos militares.
Zeza Amaral
Renato Mesquita
Psicólogo, Campinas
Zeza, na sua crônica de 21/7,
você foi, em poucas palavras,
competentíssimo. Fez um
diagnóstico quase perfeito
sobre aqueles anos que algum
maluco chamou de “anos
dourados”. Infelizmente, você
esqueceu, ou talvez, não
houve tempo para
aprofundar seu olhar crítico
sob a nevoa úmida, que feito
manto de herói salvador,
encobria as víboras, traíras,
predadores e pragas
devastadoras que, feito
“calangos”, naquele
momento, vestiam cores de
pessoas sérias, idôneas e
preocupadas com a sociedade
brasileira. Ainda, também,
não pode observar aqueles
monstros que estavam sendo
gerados por aquele
movimento. Pense sobre esses
aspectos e, com sua
inteligência especial, em nova
crônica, conclua o diagnóstico
tornando-o perfeito!
Educação
Sandra A. F. de Andrade Bortholoto
Prof. aposentada, Campinas
Sinceramente, numa primeira
leitura (Correio, 18/7), achei
que o professor e dirigente
regional de ensino da
Campinas Oeste estava
usando da figura da ironia. Na
minha ótica de professora
aposentada do ensino público
estadual e com experiência de
quatro décadas de trabalho
entre sala de aula e
coordenação pedagógica, a
maioria das situações
chamadas por ele de
“conquistas”, eu as chamaria
de contínuas perdas na
carreira dessa categoria de
trabalhadores que desde a
década de 70 só vê seus
direitos desrespeitados.
Poderia justificar essas
afirmativas com argumentos
oriundos dos anos de
trabalho, mas não tenho o
espaço que teve o professor
Antonio Admir. Vejamos, só
para exemplificar, “esses
profissionais poderão
...aumentando sua carga
horária para até 65 horas
semanais”. Seriam, em média,
treze aulas por dia! Treze
aulas em sala? Não, é claro
(…). As horas reservadas não
são suficientes, são? Porém,
às vezes, o professor assume
essas horas por necessidade
financeira e fica, então, entre
esgotar-se para fazer um bom
trabalho ou frustrar-se por
não conseguir fazê-lo.
Morador de rua
Antonio Augusto Chagas
Advogado, Campinas
A problemática do chamado
“morador de rua” em
Campinas é uma indignidade
que as nossas autoridades
assistem de braços cruzados,
tendo como tristes autores
cidadãos que um dia foram
dignos, tiveram famílias e
profissões. Prefeitos
insensíveis para com esse
drama que não gera votos nas
eleições municipais fazem
ciranda com esses peregrinos
afastando-os para cidades
vizinhas, sem qualquer
respeito ao cristianismo. Essa
cortina de insensibilidade
precisa ser descerrada e se
exigir que o Estado acabe de
vez com essa tragédia. Há que
se implantar o brocardo
latino: res, non verba, ou seja,
parem de falar e trabalhem
em benefício da sociedade. E
você que reclama tanto dos
nossos políticos, quando neles
votou, sabia se eles eram
capazes e honestos e que
fariam leis para nossa
sociedade tão abandonada?
Resposta
Carlos Sampaio
Deputado federal, Campinas
Em resposta à carta de José
Luis Rodrigues (Correio do
Leitor, 21/07), acolho e
respeito as críticas que fez às
minhas considerações em
recente artigo publicado neste
Correio e ao governo Alckmin.
No entanto, discordo de sua
avaliação sobre serem
“oportunistas” minhas
colocações que enalteceram
as vozes das ruas, pois já há
muito tempo venho
defendendo na Câmara
Federal várias das propostas
que viraram “bandeiras” nos
protestos, como a derrubada
da PEC 37 e o fim do voto
secreto.
Casa própria
Antonio Carlos Guedes Chaves
Aposentado, Campinas
Sob inspiradíssima manchete:
Um semestre de ouro para o
sonho, o Correio divulgou no
dia 19/7, uma notícia
maravilhosa: a Caixa
Econômica Federal liberou no
primeiro semestre,
financiamento para casa
própria e à produção no valor
de R$ l,52 bilhão. O expressivo
valor destina-se apenas à
região de Campinas, tendo
sido assinados 14.747
contratos. O amplo alcance
social que permitirá
concretizar o sonho da casa
própria dos mais carentes,
que vivem em precaríssimas
condições de miséria, em
barracos infectos, é tão
expressivo como a visita do
papa.
Governos
Lourenço Faria
Bacharel de Direito, Campinas
Especifica-
mente sobre
dois
ex-presidentes
da República,
FHC e Lula,
antes e depois de subirem ao
poder: o primeiro e o
segundo, ao se tornarem
presidentes, em programas de
televisão, sempre alegavam
que quatro anos para
governar o País era pouco e
não dava para elaborar um
projeto para o Brasil. Hoje,
passados 30 anos da
redemocratização do Brasil,
tanto o PSDB quanto o PT,
com a reeleição, governaram
e governam o País há
décadas, contudo os discursos
daqueles não se reverteram
em política afirmativa, já que
passado tanto tempo
podemos constatar que
ambos mentiram para várias
gerações (…). Será que os
discursos de FHC e Lula não
foram estelionatos políticos?
O Brasil é um país que se transforma em grandes even-
tos. A forma apaixonada como os brasileiros se entre-
gam às grandes mobilizações sempre eleva o caráter fes-
tivo dos acontecimentos, reforçando a imagem distorci-
da de um povo absolutamente afável e amistoso. Há
sempre uma verdadeira comoção que se traduz em ma-
nifestações comemorativas e tudo parece caminhar ao
passo de cada evento.
A visita do papa Francisco ao Brasil é um desses mo-
mentos que se impõem naturalmente pela sua impor-
tância, transcendência e rele-
vância, independente de con-
vicções religiosas ou ideológi-
cas. Como líder de uma Igreja
espalhada por todo o mundo
e, no Brasil, a mais numerosa
em fiéis, o Sumo Pontífice
tem a toga da autoridade polí-
tica, de chefe de Estado, de re-
presentação legítima, que tor-
nam únicos os momentos de-
dicados à pregação de suas
ideias e crenças.
O discurso do papa Francisco é, acima de tudo, pela
paz. A mobilização de centenas de milhares de pessoas
em peregrinação ao Rio de Janeiro, com o propósito de
avivamento de sua Igreja, bastaria para que todos os
brasileiros se quedassem em reflexão e reverência a al-
guém que traz uma proposta de renovação, de confir-
mação de dogmas, de aproximação com o povo. A ad-
ministração de um legado secular impressionante é um
desafio para qualquer ser humano — mesmo ungido,
como creem os católicos — exigindo do pastor argenti-
no uma dedicação extraordinária.
Emblematicamente, a visita do papa se dá no meio
da efervescência dos atos de violência que abalaram o
Rio de Janeiro nas últimas semanas. O Brasil vive um
momento de convulsão social e deve parar para assistir
ao desfile do pontífice em sua pregação de paz e de
amor ao próximo, o que não é pouco. Os protestos de-
vem acontecer na medida da liberdade de expressão de
cada cidadão. Mas, não se pode atingir a aura de respei-
to de uma personalidade que toca o coração de mi-
lhões de pessoas e ainda é responsável por ditar formas
de encarar a vida.
Se tantos jovens de idade e de espírito são capazes
de se deixarem tocar por um evento desse porte e dessa
natureza, não se pode negar o seu alcance, é preciso
abrir as portas e as mentes para que a mensagem do pa-
pa ecoe positivamente, se não para reforçar dogmas in-
ternos de seu rebanho, que ao menos deixe a todos um
legado de paz, de amor e respeito ao próximo, de uma
vida limpa e sem violência, que tanto o Brasil precisa
neste momento.
O Correio Popular publica as opiniões de seus leitores sobre temas de interesse coletivo. As cartas devem conter no
máximo 15 linhas, cerca de 700 caracteres com espaços, medidos pelo Microsoft Word. A Redação se dá o direito
de publicar os textos parcial ou integralmente. Fica a critério do jornal a seleção de cartas para ilustração com fotos,
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Diretor Editorial
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Editores Executivos
Luis Cesar de Souza Pinto
Marcelo Pereira
PERGUNTA DE ONTEM
A fé em
Francisco
Jornada Mundial
da Juventude
Você acha que faltou
organização na chegada do
papa no Rio de Janeiro ?
facebook.com/CPopular
Rua 7 de Setembro, 189,
Vila Industrial
CEP 13035-350
De forma
emblemática,
a visita do papa se
dá no meio da
efervescência dos
atos de violência
que abalaram o
Rio de Janeiro nas
últimas semanas
O vídeo do dia
Enquete
Há 50
anos
A visita do papa Francisco traz
fé e esperança para muitos
brasileiros. Não apenas os
católicos, mas também os
crédulos de muitas religiões.
Definir o pontífice da Igreja
Católica papa Francisco, com a
frase “Evangelizar não é fazer
proselitismo”, que ele costuma
sempre dizer, torna-se uma
missão muito fácil.
Você aprova o uso de dinheiro
público para pagar os gastos
da visita do papa Francisco?
CORREIO POPULAR
AS CARTAS DEVEM
SER ENVIADAS PARA:
Uma palavra
de amor e paz
para o mundo
“Seremos na imprensa vigilantes fiscaes da administração publica e
zeladores intransigentes do direito collectivo” - (Nº 1, Anno 1)
25,38%
74,62%
● CIENTISTAS VÃO
FOTOGRAFAR O ECLIPSE DO SOL
A BORDO DE JATO Um grupo de
cientistas norte-americanos,
juntamente com o astronauta
Malcom Scott Carpenter, vai
fotografar o eclipse total do sol que
ocorrerá hoje viajando a bordo de um
avião a jato DC-8, especialmente
adaptado. A fotografia aérea do
evento tirada acima da camada
distorcente da atmosfera terrestre faz
parte de um intenso programa que
está sendo preparado pelos Estados
Unidos para permitir a adequada
observação do fenômeno. O
físico-fotógrafo encarregado da
missão fará o trabalho com rapidez,
uma vez que as condições propícias
para o desempenho da tarefa
ocorrerão apenas no começo
e no fim do eclipse.
Serão 200 fotos. Carpenter foi o
quarto americano no espaço e o
segundo a entrar em órbita da Terra,
a bordo da cápsula Aurora 7, em
maio de 1962, viajando durante
cinco horas e três voltas completas
ao redor do planeta.
● FALECIMENTO DO CARDEAL
VALÉRIO VALERI O cardeal
Valério Valeri, prefeito da Sagrada
Congregação dos Religiosos, acaba
de falecer em Roma, aos 70 anos
de idade. O prelado havia sido
escolhido como divisa “Pax in
Virtute” quando recebeu a púrpura
cardinalística, em 1953. Com o
seu passamento, o Sacro Colégio
fica reduzido a 80 membros, dos
quais 27 deles italianos e o
restante de cardeais estrangeiros.
Prefeito de Campinas
enfrenta protesto no
Centro durante evento
O astronauta Malcom Scott Carpenter ajudará a fotografar o eclipse
Opinião CORREIO POPULAR A3
Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
CORREIO
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e-mail:
leitor@rac.com.br
NÃO
PERGUNTA DE HOJE
MARIA DE FÁTIMA
LEITURAS INTERATIVAS
EDITORIAL
.COM.BR
SIM
Cidade teve, no ano passado, o menor número de vítimas de acidentes desde 1995, afirma Emdec
Patrícia Azevedo
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
patricia.azevedo@rac.com.br
Campinas registrou, em 2012,
o menor número de mortos
em acidentes da sua história.
Foram 78 vítimas fatais contra
as 145 registradas no ano ante-
rior, uma queda de 47,3%. A
medição começou a ser feita
pela Empresa Municipal de
Desenvolvimento de Campi-
nas (Emdec) em 1995, quando
181 pessoas morreram. Antes
de 2012, o ano que havia regis-
trado o menor número de víti-
mas tinha sido 2005, com 87
mortos.
Proporcionalmente, a que-
da também é significativa. Em
1995, quando a frota de veícu-
los em Campinas era de apro-
ximadamente 352 mil veícu-
los, segundo a Emdec, foram
5,14 mortes para cada 10 mil
veículos. No ano passado,
com 788 mil veículos, o índice
caiu para 0,9 morte para cada
10 mil veículos.
Os motociclistas conti-
nuam sendo a maior parte das
vítimas. “Cerca de 50% das víti-
mas que estavam em motos
têm entre 18 e 30 anos. São jo-
vens que, muitas vezes, usam
a moto para trabalhar”, afir-
mou o secretário de Transpor-
te, Sérgio Benassi.
O relatório mostrou que o
número de mortes entre os
motociclistas teve a maior re-
dução, com queda de 64%. Se-
gundo a Emdec, isso é reflexo
da campanha direcionada à
categoria no ano passado. O
número de mortos entre os pe-
destres caiu 38% e entre os
motoristas de carros, 48,6%.
“Tivemos uma redução impor-
tante que é fruto de uma série
de ações educativas”, afirmou
o secretário Benassi.
O número total de aciden-
tes e de feridos ainda não foi
levantado e deve ser divulga-
do em breve. O anúncio foi fei-
to ontem durante o lançamen-
to da Campanha Trânsito Ami-
go, uma ação permanente de
segurança no trânsito que en-
volve escolas e a comunidade.
“A meta é conscientizar os mo-
toristas, ciclistas e pedestres
sobre o respeito às regras de
trânsito e o respeito ao próxi-
mo. Além disso, faz parte da
minha Administração garantir
investimentos na melhoria do
transporte de massa”, disse o
prefeito Jonas Donizette
(PSB).
O objetivo da campanha é
reduzir os índices de aciden-
tes e de mortes no trânsito,
promover uma cultura de
paz, segurança e qualidade de
vida nas vias da cidade. Serão
intensificadas ações de fiscali-
zação, educação e engenha-
ria. Entre as ações de engenha-
ria estão planejamento do sis-
tema viário, do trânsito, do
transporte e da engenharia de
tráfego para garantir maior se-
gurança e fluidez no trânsito.
Simulação
Uma simulação de acidente
de trânsito com carros e mo-
tos chamou a atenção de
quem passou pelo Largo do
Rosário na manhã de ontem.
“Eu achei que fosse um aci-
dente de verdade, a mulher es-
tava passando mal no chão.
Mas é bom chocar assim para
ajudar o pessoal a ter mais
consciência”, explicou o apo-
sentado José Reis da Silva.
O
relatório sobre
acidentes de
trânsito em
Campinas revelou que
metade das vítimas fatais
que foram submetidas a
exame de dosagem
alcoólica estavam com o
teor acima do permitido.
Do total de mortos, apenas
53%, o equivalente a 41
pessoas, foram submetidas
a exame porque não
chegaram a receber
qualquer tipo de
atendimento médico e
medicação, o que poderia
alterar o resultado do
teste. Deste total, 20
apresentaram teor igual
ou superior a 0,6
decigramas de álcool por
litro. Do total de pessoas
que foram submetidas ao
teste, 45% eram
motociclistas, 33% eram
pedestres e 45% eram
motoristas de carros,
ônibus ou caminhões. “O
que podemos observar é
que o álcool é o fator que
mais provoca as mortes no
trânsito”, afirmou o
secretário de Transporte,
Sérgio Benassi. Segundo o
secretário, o combate ao
consumo de bebida
alcoolica por motoristas
será um dos focos das
campanhas de
conscientização no
trânsito. “Vamos
intensificar esse aspecto
nas campanhas
educativas”, disse.
(PA/AAN)
Sugestões de pautas, críticas e elogios:
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Editores: Adriana Villar, Claudio Liza Junior, Jorge Massarolo, Luís Fernando Manzoli e Marcia Marcon Chefe de reportagem: Guilherme Busch
Grupo, que contava com cerca de 15 integrantes, pedia redução na tarifa de transporte público e instauração de CPI
Campinas reduz mortes no trânsito
Secretário de Transporte
Metade das
vítimas estava
alcoolizada
Um manifestante que protesta-
va pela redução da tarifa do
transporte público em Campi-
nas atirou água contra o prefei-
to Jonas Donizette (PSB) na
manhã de ontem. A agressão
aconteceu no momento em
que o prefeito se preparava pa-
ra sair da praça, após partici-
par do lançamento da Campa-
nha Trânsito Amigo, e se diri-
gia ao seu carro. Jonas foi cer-
cado por um grupo de 15 ma-
nifestantes, que gritavam pala-
vras de ordem contra o secretá-
rio de Transporte, Sérgio Be-
nassi, e cobravam a instalação
de uma Comissão Parlamen-
tar de Inquérito (CPI) da Tari-
fa.
Assessores ligados ao prefei-
to Jonas identificaram a pes-
soa acusada da agressão — se-
ria ligada ao Psol. A reporta-
gem entrou em contato com a
jovem, estudante da Unicamp,
e ela negou que tenha sido a
autora da agressão. A jovem
contou que estava na manifes-
tação e disse que não conse-
guiu ver quem atirou a água
contra o prefeito. Ela disse ain-
da que houve empurra-empur-
ra entre os manifestantes e os
seguranças. “Ele perdeu a com-
postura quando respondeu
aos manifestantes”, disse uma
das participantes do protesto.
Depois do incidente, o pre-
feito, que não contava com a
segurança da Guarda Munici-
pal no momento, seguiu cami-
nhando pela Rua General Osó-
rio enquanto esperava a chega-
da do carro oficial. Sem apoio
da GM, o prefeito foi protegi-
do pelos seus dois seguranças
e por outros funcionários da
Emdec até a chegada da Polí-
cia Militar, que acompanhou
o protesto.
O protesto começou duran-
te o discurso de Benassi e Jo-
nas. Os manifestantes do Cole-
tivo Domínio Público de Movi-
mento Estudantil promove-
ram um apitaço e gritaram pa-
lavras de ordem cobrando que
os vereadores presentes assi-
nassem a CPI da Tarifa. Irrita-
do, Jonas respondeu aos mani-
festantes quando ouviu que
ele não os representava: “Eu
fui eleito com 58% dos votos,
então eu represento sim a po-
pulação de Campinas”.
Gustavo Petta (PCdoB), que
participava da solenidade, tam-
bém respondeu à provocação
dos manifestantes. “Eu partici-
pei do movimento estudantil e
das lutas pelo passe livre e aju-
damos a conseguir o desconto
de 60% para estudantes”, dis-
se.
A Guarda Municipal infor-
mou, por meio da assessoria
de imprensa, que o prefeito
tem por filosofia não sobrecar-
regar os aparatos de seguran-
ça da cidade, manter o conta-
to com o povo e estar aberto
ao diálogo. Ainda segundo a
assessoria, no evento de on-
tem, não parecia ser necessá-
rio o reforço ostensivo da segu-
rança, já que havia número pe-
queno de participantes e o pre-
feito conta com sua segurança
pessoal. (PA/AAN)
Manifestante joga água em Jonas durante protesto
Fotos: Érica Dezonne/AAN
Em números
proporcionais, a queda
também é significativa
SÉRGIO BENASSI
Editoria de Arte: Sena/AAN
As mortes por acidente de trânsito em Campinas
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
181
158
142
111
106 109 94 102
89 92 87 96
120
136
118
104
145
78
Fonte: Emdec
“Tivemos
uma redução
importante
(nos acidentes
com moto) que é
fruto de uma
série de ações
educativas.”
Cidades
CAMPANHA ||| CONSCIENTIZAÇÃO
Simulação de acidente no Largo do Rosário faz parte de campanha lançada ontem: Emdec quer envolver escolas contra a violência no trânsito
Jonas Donizette caminha, já com segurança e policiais, após ser atingido por água: “Aberto ao diálogo”
Vídeo da cobertura
da abertura da
campanha
A4 CORREIO POPULAR
Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
Na primeira decisão administrativa, prefeito segue passos do pai e dá R$ 1 mil para cada funcionário
Bruna Mozer
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
bruna.pinto@rac.com.br
Na primeira decisão adminis-
trativa de seu governo, o pre-
feito de Paulínia, Edson Mou-
ra Júnior (PMDB), segue os
passos do pai, ex-prefeito da
cidade, e anuncia um bônus
de R$ 1 mil que será pago até
o final de seu mandato, em
2016, para todos os servido-
res. A Prefeitura tem hoje cer-
ca de 5 mil funcionários públi-
cos, o que representa um cus-
to de R$ 5 milhões nos quatro
anos de governo. Júnior, que
assumiu o Executivo há uma
semana, também anunciou
ontem o economista Renato
Netto Cardoso como novo se-
cretário de Saúde — a pasta
estava há seis dias sem chefia
—, e a retomada do polo de ci-
nema ainda este ano.
O abono será pago em qua-
tro parcelas de R$ 250 por
ano. O primeiro pagamento
será efetuado em outubro e
os demais em março de 2014,
de 2015 e 2016, até completar
o valor total. A Prefeitura não
informou qual o impacto des-
se benefício no Orçamento da
cidade. Segundo o Executivo,
o gasto está dentro do limite
de Responsabilidade Fiscal.
“A nossa meta é valorizar e
oferecer as melhores condi-
ções aos servidores públicos.
Vamos motivar nossos funcio-
nários”, disse o prefeito duran-
te o anúncio. Moura Júnior
também garantiu que irá ace-
lerar o andamento do plano
de cargos e carreira — cursos
de reciclagem e aprimoramen-
to serão oferecidos — além de
corte de horas extras.
Quando esteve à frente da
Prefeitura, o ex-prefeito Ed-
son Moura deu abono de R$
1,5 mil aos funcionários pú-
blicos. A prática foi seguida
pelo ex-prefeito José Pavan
Júnior (PSB), que o sucedeu e
concedeu um adicional de R$
300 nos quatro anos de seu
governo.
Na época, o abono concedi-
do por Moura foi contestado
na Justiça porque era propor-
cional à carga horária exerci-
da pelo funcionário, o que
prejudicou, por exemplo, al-
guns profissionais como os
professores. De acordo com a
Prefeitura, a decisão anuncia-
da ontem por Júnior será
igual para todos os trabalha-
dores, independentemente
do cargo, salário ou jornada
de trabalho.
Cinema
Em seu primeiro anúncio on-
tem, Júnior também garantiu
que o polo cinematográfico se-
rá retomado, com o início dos
cursos ainda este ano. Tam-
bém será feito um levanta-
mento para avaliar a condi-
ção dos equipamentos e insta-
lações do projeto. Reporta-
gens publicadas pelo Correio
este ano revelaram estado de
abandono do local. A Prefeitu-
ra alegou, na época, que não
havia interesse por parte de
grupos pelos projetos, mas
que novo edital seria aberto
neste mês. Quanto ao Festival
de Cinema, a antiga gestão re-
solveu direcionar a verba para
as áreas sociais. “O Município
ganhou projeção nacional e
retornos financeiros. Quere-
mos retomar essa forma de
desenvolvimento econômico
e cultural”, disse Júnior.
Pauliprev
O prefeito também quer uma
auditoria nos investimentos
do Instituto de Previdência
dos Servidores Públicos de
Paulínia (Pauliprev). Existem
suspeitas de que investimen-
tos feitos pela antiga diretoria
causaram prejuízos ao fundo
de pensão. O prejuízo pode
ter chegado aos R$ 42 mi-
lhões, segundo informações
da Prefeitura. “Existem indí-
cios de falta de respeito com
o dinheiro dos funcionários
públicos. O momento é delica-
do e vamos ter muito cuidado
com o futuro de nossos servi-
dores”, afirmou o presidente
do instituto, Mario Lacerda.
Moura Jr. anuncia bônus a servidor
Economista é nomeado
para comando da Saúde
O
economista
Renato Netto
Cardoso foi
nomeado ontem
secretário de Saúde de
Paulínia. A pasta ficou
sem comando por seis
dias, embora seja
considerada como
prioridade pelo prefeito
Edson Moura Júnior
(PMDB). Ainda estão
sem comando as áreas
de Educação;
Planejamento,
Desenvolvimento e
Coordenação e Defesa
Civil. No sábado, o nome
de José Carlos Bueno
Queiroz foi anunciado
como chefe de Gabinete.
Cardoso afirmou que
está preparado para
realizar um choque de
gestão na área da Saúde,
mas que ainda não teve
tempo de identificar os
gargalos do setor. Por
isso, reuniões serão
realizadas nos próximos
dias com técnicos da
área. Embora não seja
da área médica, ele
afirma que é preciso
saber administrar para
conseguir colocar a
Saúde nos eixos. “A
Saúde precisa de uma
boa gestão”, disse.
Ligado ao PSDB,
Cardoso já foi candidato
a prefeito de
Hortolândia em 2004,
mas saiu derrotado. Ele
também fez parte do
governo de Sumaré, na
gestão de Paulino
Carrara (PSDB) — de
1989 a 1992. Cardoso
chegou a ocupar o cargo
de chefe de Gabinete à
época.
Na gestão do ex-prefeito
de Hortolândia Jair
Padovani (PSDB), o
economista também
assumiu secretarias de
Finanças, Planejamento,
Infraestrutura e
também a chefia de
Gabinete. Cardoso
afirma morar há seis
anos em Paulínia por
segurança de sua família
após divergências
políticas nessas duas
cidades. “Eu conhecia o
Moura Júnior, a gente
conversava muito sobre
gestão pública. Ele me
chamou e eu aceitei o
desafio”, disse. Há um
dia no governo, ele não
soube falar sobre
futuras obras, falta de
médicos ou novos
projetos no setor.
(BM/AAN)
Érica Dezonne/16jul2013/AAN
PAULÍNIA ||| EXECUTIVO
Moura Jr. faz sinal de positivo no dia de sua posse como prefeito
Concessão do benefício
custará R$ 5 milhões
aos cofres públicos
CIDADES CORREIO POPULAR A5
Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
SAIBAMAIS
Nas regiões definidas para
receber a transferência de
potencial poderão ser
construídas até 20% a mais do
que a legislação de uso e
ocupação do solo permite. Só
estão proibidos de utilizar a
legislação os proprietários de
bens naturais ou de interesse
ambiental, sobre os quais
pesam restrições ou
impedimentos à edificação.
Maria Teresa Costa
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
teresa@rac.com.br
Há quatro anos a Prefeitura
vem impedindo proprietários
de imóveis considerados patri-
mônio de Campinas de obter
recursos para a recuperação
dos bens. Uma das edificações
é a Catedral Metropolitana,
que tem empresários interessa-
dos em comprar o potencial
construtivo do prédio para uti-
lizá-lo em outras áreas, mas es-
tão impedidos porque a Admi-
nistração, desde 2009, quando
a lei de transferência do poten-
cial construtivo foi aprovada,
não sabe o que fazer com ela.
Assim, sem poder vender o po-
tencial, porque a Prefeitura
não emite os certificados, o
restauro da Catedral está para-
do, por falta de recursos.
O secretário de Administra-
ção, Sílvio Bernardin, infor-
mou que há um grupo estu-
dando a lei e deve propor algu-
mas alterações para torná-la
mais atrativa. Um problema
que existe, segundo ele, no ca-
so dos bens tombados, é que
eles estão enquadrados na zo-
na 18, que permite construir
uma vez a área do terreno. A
Catedral, por exemplo, é zona
18, mas está inserida no Cen-
tro, que é zona 17 (permite
construir cinco vezes a área
do terreno). Está em análise
manter o zoneamento dos
bens tombados, mas para efei-
to de transferência do poten-
cial construtivo será utilizada
a regra do entorno do bem.
“Estamos analisando e deve-
mos enviar um projeto a Câ-
mara promovendo a altera-
ção”, afirmou.
O secretário de Cultura e
presidente do Conselho de De-
fesa do Patrimônio Cultural de
Campinas (Condepacc), Ney
Carrasco, disse que a lei é es-
sencial. “Com ela, poderemos
alavancar investimentos para
recuperar patrimônios priva-
dos e também públicos”, afir-
mou. Para o diretor regional
do Sindicato da Habitação (Se-
covi), Jorge Fuad Cury, a trans-
ferência de potencial construti-
vo é um dos instrumentos
mais importantes e justos, que
estimulam os atuais proprietá-
rios e seus futuros herdeiros
na preservação e recuperação
dos bens históricos. “Esse pa-
trimônio preservado será um
marco na formação cultural
das futuras gerações e no com-
promisso do desenvolvimento
sustentável”, afirmou.
Sem verbas para recuperar
edificações como o Centro de
Convivência Cultural, a Prefei-
tura pode, por exemplo, ven-
der o potencial construtivo da-
quela área e obter recursos pa-
ra as obras necessárias, mas a
morosidade é tanta que mes-
mo a Catedral, que foi autori-
zada pelo Condepacc a vender
o potencial construtivo, ainda
não obteve o documento que
permite a transação.
A legislação diz que o pro-
prietário que desejar utilizar o
mecanismo de transferência
receberá um Certificado de Po-
tencial Construtivo Decorren-
te do Tombamento (CPC-T)
que é emitido pela Prefeitura e
com o qual pode negociar no
mercado imobiliário. Esse cer-
tificado define a quantidade
de metros quadrados que o
proprietário poderá transferir.
A expedição da CPC-T ficará
condicionada à assinatura, pe-
lo proprietário, de compromis-
so de efetiva recuperação do
imóvel tombado. O certificado
terá validade por três anos e se
não utilizá-lo nesse período
poderá requerê-lo novamente.
O mercado tem interesse
em comprar os certificados, se-
gundo o presidente do Institu-
to de Arquitetos do Brasil
(IAB) em Campinas, Alan
Cury. “A Prefeitura tem interes-
se nesta negociação, mas é
preciso ter regulação séria pa-
ra que a sua aplicação não pre-
judique a infraestrutura local
onde será aplicada a nova
construção”, afirmou.
A venda do potencial cons-
trutivo é a esperança para a ob-
tenção das verbas necessárias
para a conclusão do restauro
da Catedral. A Arquidiocese de
Campinas está autorizada, pe-
lo Ministério da Cultura, a cap-
tar os R$ 7,1 milhões necessá-
rios à obra, utilizando a lei de
incentivos fiscais. Até o mo-
mento, conseguiu apenas
uma doação — de R$ 350 mil,
pelo Banco Itaú, que está usan-
do a lei de incentivos (Lei
Rouanet) para repassar parte
do imposto de renda devido
ao restauro. Com essa doação
ainda não é possível iniciar a
obra, porque a lei exige que es-
tejam depositados em conta
específica pelo menos 20% do
valor total da obra.
Na segunda fase do restau-
ro serão recuperadas a cúpula,
torre, as quatro fachadas,
além dos sistemas elétrico e hi-
dráulico e de comunicação. O
restauro é parte de um projeto
que pretende tornar a Cate-
dral um complexo religioso e
cultural e prepará-la para ser a
âncora turística da cidade do
grandes eventos que ocorre-
rão em 2014 e 2016, com a Co-
pa do Mundo e as Olimpíadas.
Proprietário pode vender capacidade de obra impedida de usar em bem tombado
A transferência de potencial
construtivo é mecanismo ur-
banístico que compensa os
donos de imóveis históricos
do eventual engessamento
imobiliário provocado pelo
tombamento. Pela lei, os pro-
prietários recebem um Certi-
ficado de Potencial Constru-
tivo (CPC) e ficam autoriza-
dos a transferir para outro
terreno o potencial construti-
vo que foi impedido de utili-
zar na área onde está o bem
tombado. Ele poderá, inclusi-
ve, vender esse potencial.
No caso da Catedral, cujo
terreno tem 2.190 metros
quadrados e está situada em
uma área onde o zoneamen-
to permite a construção de
um imóvel com cinco vezes
a área do terreno, haveria
possibilidade de construir,
ali, uma imóvel de cerca de
11 mil metros quadrados. Co-
mo o prédio é tombado e,
portanto, não pode ser de-
molido para dar lugar a uma
torre comercial, por exem-
plo, a Arquidiocese de Cam-
pinas, proprietária do bem,
poderá vender esse poten-
cial, de forma que o compra-
dor possa usar a quantidade
de metros quadrados adqui-
rida em outro lugar. O di-
nheiro da venda será usado
obrigatoriamente na recupe-
ração da igreja. Para que isso
ocorra, precisará alterar a
lei, porque a Catedral tem zo-
neamento 18.
A transferência, no entan-
to, não poderá ser feita para
qualquer lugar. A legislação
autoriza o repasse do direito
de construir para os bairros
São Quirino, Vila Nova, Cas-
telo, Nossa Senhora Auxilia-
dora, Parque Brasília, Jardim
Garcia, Campos Elíseos, Au-
rélia, Vila Teixeira, Pompeia,
Ponte Preta, Proença, São
Fernando, Nova Europa, Jar-
dim dos Oliveiras, Valença,
Campo Grande, Mauro Mar-
condes, San Martin, Nova
Aparecida e Fazendi-
nha.(MTC/AAN)
Eu represento a
população, sim.
Fui eleito com 58% dos
votos. Quem foi que
teve a maior redução
da tarifa de ônibus no País? Fomos nós.
Falta de conhecimento
sobre lei trava restauro
Presidente DO IAB
Da Sanasa
Do prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), após ouvir dos
manifestantes que ele não os representa.
Era para ser discreto
Prefeitura não sabe lidar com transferência de potencial construtivo
César Rodrigues/AAN
milene@rac.com.br
Xeque-Mate
ALAN CURY
Donodeimóvelhistóricoécompensado
Fechou o tempo
A pé mesmo
A situação ficou meio con-
fusa e Jonas decidiu descer a
General Osório a pé. Era o
prefeito na frente, a impren-
sa no meio e os manifestan-
tes atrás. Quem passava pelo
Centro não entendeu nada.
Vou continuar
Apesar dos protestos e do
governo afirmar que as reivin-
dicações não são pautadas
por ações locais, mas sim
por uma agenda nacional, so-
brou para o prefeito ontem.
A ação dos manifestantes, di-
zem interlocutores do gover-
no, não vai impedir o peesse-
bista de continuar com seus
discursos na rua.
Não se espantou
Os manifestantes, mesmo
tendo levado cartazes com
os dizeres “Fora Benassi”,
não conseguiram intimidar o
chefe do Transporte em Cam-
pinas. Isso porque, como ve-
reador, ex-líder de governo
do prefeito cassado Hélio de
Oliveira Santos (PDT) e ten-
do sido o único a não votar
pela cassação do pedetista
em 2011, Benassi está mais
do que acostumado a mani-
festações contrárias às suas
ações.
Vai pagar
Corre nos bastidores a in-
formação de que o governo
Jonas não vai dar conta de
pagar o adiantamento do 13º
salário dos aposentados e
pensionistas no último dia
deste mês. O Executivo infor-
mou ontem que está tudo
certo com o pagamento e
que no dia 30 fará o depósi-
to.
Atraso no pedágio
O deputado Gerson Bitten-
court (PT) apresentou um
projeto de lei que obriga as
concessionárias de rodovias
a suspender a cobrança de
pedágio e permitir a libera-
ção da passagem de veículos
quando ocorrer atraso no
atendimento. A regra será
aplicada quando o usuário
permanecer um tempo máxi-
mo de cinco minutos em fila
ou quando a fila ultrapassar
200 metros de extensão. Se a
proposta for aprovada, a vol-
ta do Litoral durante os feria-
dos pode render economia
ao bolso dos motoristas.
Verba
A Casa Maria de Nazaré
afirmou que recebeu de
emenda da deputada esta-
dual Ana Perugini (PT) R$ 30
mil. O total de R$ 300 mil de
emendas colocado pela colu-
na foram distribuídos para
quatro cidades e duas entida-
des.
IMÓVEIS ||| PATRIMÔNIO
MILENE MORETO
“É preciso ter
regulação séria
para que a sua
aplicação não
prejudique a
infraestrutura
local onde será
aplicada a nova
construção.”
Um pequeno grupo de manifestantes resolveu tirar o
sossego do prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB),
durante o lançamento da Campanha Trânsito Amigo,
ontem, no Centro. Com faixas e apitos, os integrantes do
Coletivo Domínio Público de Movimento Estudantil
cobraram a abertura de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) para apurar os dados das planilhas de
custo do transporte público e pressionaram por uma
redução maior no preço atual da tarifa, que é de R$ 3,00
Uma manifestante que
estava no local ainda jogou
água nas costas do prefeito.
Os integrantes do
movimento disseram que
Jonas e o presidente da
Emdec, Sérgio Benassi, não
os representavam. Nesta
hora, o peessebista revidou
e disse que representava
sim, uma vez que foi eleito
com 58% dos votos. Com o
clima tenso, Jonas fez o
lançamento, falou com a
imprensa e se preparou
para ir embora. O
problema é que o carro
oficial não estava lá.
Interlocutores do governo Jonas fizeram ontem uma
observação sobre o evento promovido na última semana
dentro do Hospital Mario Gatti para reabrir leitos em
reforma. A presença dos políticos na unidade de Saúde fez
com que médicos e pacientes pedissem silêncio nos
corredores. Os integrantes da Administração disseram
que não houve convite a políticos para que
acompanhassem o anúncio. O que aconteceu foi que a
turma acabou aparecendo por lá e atrapalhando a rotina
do hospital. Os interlocutores de Jonas também disseram
que escolheram o andar mais esvaziado e a última sala,
justamente, para evitar tumultos na unidade de saúde.
O restauro da Catedral está parado porque a Prefeitura não emite certificados para captar recursos
Secretário diz que
grupo vai propor
alterações em regras
A6 CORREIO POPULAR CIDADES
Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
Traficantes do bairro relatam ao MP o medo dos moradores com as ações de extorsão dos investigadores
Luciana Félix
Milene Moreto
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
luciana.felix@rac.com.br
milene.moreto@rac.com.br
Os depoimentos dos trafican-
tes ligados à quadrilha de Wan-
derson Nilton de Paula Lima, o
Andinho, ao Ministério Público
(MP), revelam o pânico vivido
pelos moradores da região do
Jardim São Fernando, em Cam-
pinas, com as ações dos poli-
ciais do Departamento Esta-
dual de Repressão ao Narcotrá-
fico (Denarc) que buscavam
propina no bairro para, em tro-
ca, liberarem o tráfico. O medo
de serem mortos pelos investi-
gadores não ficou restrito aos
familiares dos traficantes envol-
vidos e que chegaram, inclusi-
ve, a serem sequestrados, mas
passou também a ser sensação
comum, uma rotina na vida
dos campineiros que moram
na região.
No bairro impera a lei do si-
lêncio. As pessoas que vivem lá
preferem não dar nenhuma de-
claração sobre o assunto, mas
confirmam que sabiam das
ações dos policiais do Denarc
na região e da extorsão, co-
mum há alguns anos. Em mui-
tos relatos dos traficantes e de
pessoas vítimas da quadrilha
de policiais, as ações violentas
e agressivas dos integrantes do
Denarc eram feitas no meio da
rua e presenciadas por todos.
Segundo as declarações dos
traficantes aos promotores do
Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado
(Gaeco), os policiais não fa-
ziam questão de passarem des-
percebidos. Pelo contrário,
quando o pagamento da propi-
na atrasava, eles chegavam no
bairro em veículos sem identifi-
cação, transitavam chamando
a atenção e até atiravam para
cima para intimidar os morado-
res. O terror imposto pelos in-
vestigadores era uma forma de
pressionar os integrantes do
tráfico a efetuarem o pagamen-
to de forma rápida.
As declarações que denun-
ciam o medo fazem parte do re-
latório usado pelo Gaeco para
fundamentar as prisões de no-
ve policiais civis — dois de
Campinas e sete de São Paulo
— acusados de extorquir trafi-
cantes para permitir a comer-
cialização de drogas na região
do São Fernando. Os policiais
de Campinas são acusados de
participar de outro esquema
de cobrança de propina para li-
beração do tráfico no bairro.
Eles recebiam um mensalinho
de R$ 20 mil dos traficantes.
Os nove investigadores es-
tão presos há uma semana
após uma operação conjunta
do MP e da Corregedoria da Po-
lícia Civil. Segundo as investiga-
ções que tiveram início em ou-
tubro do ano passado, os envol-
vidos da Capital teriam recebi-
do R$ 2 milhões dos traficantes
desde o final de 2012. Os poli-
ciais vinham de São Paulo para
praticar a extorsão em Campi-
nas. Quando não conseguiam
o dinheiro, sequestravam, agre-
diam e até torturavam familia-
res e conhecidos dos trafican-
tes.
De acordo com os relatos
dos traficantes, os policiais che-
gavam ao bairro e pegavam me-
ninos na rua e os agrediam,
sem qualquer motivo. Em uma
das ações, eles prenderam duas
mulheres. Elas foram tortura-
das com um aparelho de cho-
que e levaram socos e chutes
no rosto. O motivo era que
uma delas foi vista conversan-
do com um dos traficantes que
deveria ter entregado o dinhei-
ro aos policiais. Eles queriam sa-
ber o paradeiro do criminoso.
Para se precaver, os próprios
traficantes montaram uma re-
de de informação para detectar
a chegada dos carros “frios”
dos investigadores no bairro.
Eles já sabiam as placas e os
modelos usados, que eram sem-
pre os mesmos. E se comunica-
vam quando os veículos eram
vistos. Segundo eles, os carros
descaracterizados usados pelos
investigadores eram um Corsa
preto, Saveiro preta, Linea pra-
ta, Astra preto, Troller preto, Sa-
veiro branca e Parati prata.
O medo
“A situação estava ficando difí-
cil. Todo mundo da região,
principalmente minha família,
estava com medo de ser morta
pelo pessoal do Denarc”, afir-
mou o traficante Aguinaldo
Aparecido da Silva Simão, co-
nhecido como Codorna.
Aguinaldo foi sequestrado
pelos policiais e coordenou ou-
tros traficantes para consegui-
rem reunir e entregar R$ 200
mil aos investigadores. Além
dele, sua mulher e filha, uma
prima e a filha dela também fi-
caram horas nas mãos dos poli-
ciais até a quantia ser entregue.
A ação aconteceu no começo
deste ano. “Eles queriam R$
200 mil para ‘reforçar a amiza-
de’. Eles eram perigosos e cum-
priam o que prometiam. Fui
obrigado a correr atrás do di-
nheiro pra eles. Eles prende-
ram duas meninas e inventa-
ram que estavam com drogas”,
disse Codorna ao MP.
Outro traficante identifica-
do como Lucas Escotão, tam-
bém responsável pelo paga-
mento da propina, foi seques-
trado pelos policiais e afirma
no depoimento que tinha me-
do das ações dos investigado-
res. “Normalmente, eles pega-
vam moleques na rua e batiam
neles, dando ordens para que
os moleques dissessem onde
eu e o Codorna estávamos. Al-
gumas vezes, eles chegaram a
efetuar disparos de arma de fo-
go para cima para intimidar as
pessoas. Uma vez entraram na
casa de um rapaz e lá rouba-
ram várias coisas, inclusive a
quantia de R$ 20 mil.” Em seu
depoimento, ele afirma que os
policiais conseguiram pegá-lo
e, na sequência, começaram a
prender qualquer pessoa que
ele conhecesse. “Eles me colo-
caram na Blazer e passaram a
transitar comigo pelo São Fer-
nando. Eles também trouxe-
ram pessoas para a viatura. Jo-
garam todas as pessoas dentro
da Blazer e nós fomos levados
até o hipermercado Extra Aboli-
ção. Ficamos lá no estaciona-
mento. Lá nos bateram de-
mais”, afirmou no relatório.
Atualmente, os dois traficantes
estão presos por tráfico, as ou-
tras pessoas foram liberadas pe-
los policiais.
Uma das pessoas que foram
agredidas pelos policiais foi Ja-
naina de Souza Ribeiro, conhe-
cida como Neguinha. Ela foi
presa acusada de tráfico de dro-
ga. Informação que ela nega e
diz que os policiais armaram
para ela e sua amiga. “O poli-
cial veio em direção ao carro e
começou a gritar conosco dan-
do ordens para que falássemos
onde havia droga na favela.
Nós dizíamos que não sabía-
mos de nada. O policial disse
que então iríamos presas no lu-
gar de Guina (Aguinaldo) e Es-
cotão (Lucas). O policial come-
çou a bater em mim.” Janaina
afirmou também ter sido tortu-
rada com aparelho de choque.
“Ele ligou essa máquina em
uma tomada do carro e aumen-
tou o volume do som do veícu-
lo. Então, ele começou a me
dar choques nos dedos da
mão. Ele queria que eu disses-
se onde o Escotão estava escon-
dido. Como não sabia, eles con-
tinuaram dando choques. Foi
muito sofrimento. Eles ficaram
horas lá nos torturando”, afir-
mou no relatório.
Policiais aterrorizavam São Fernando
Promotores fazem acareação com traficantes
O
s promotores do
Grupo de Atuação
Especial de Combate
ao Crime Organizado
(Gaeco) vão ouvir hoje os
policiais presos na última
semana acusados de
extorsão, tortura, sequestro e
corrupção e promover uma
acareação e reconhecimento
entre os traficantes ligados a
Andinho envolvidos no caso,
e que também foram presos.
Os depoimentos estão
marcados para as 9h na sede
do Ministério Público (MP).
Na última semana os
promotores ouviram os dois
delegados do Denarc
envolvidos no esquema. Um
deles, Clemente Castilhone,
já foi liberado da prisão. Seu
envolvimento era restrito ao
suposto vazamento das
informações sobre as
investigações do MP. O outro
delegado, Fábio Alcântara, é
suspeito de integrar o
esquema criminoso e deverá
retornar hoje à cidade para
ficar frente a frente com
traficantes e testemunhas do
esquema criminoso
supostamente operado pelos
policiais do Denarc.
Os dois policiais de
Campinas lotados no 10º
Distrito Policial, Renato
Peixeiro Pinto e Mark de
Castro Pestana, também
virão hoje ao Ministério
Público. Eles são acusados
de terem envolvimento em
outro esquema de
pagamento de propina, no
qual receberiam dos
traficantes do São Fernando
cerca de R$ 20 mil para que
o tráfico não fosse
combatido no local.
(MM/AAN)
Cedoc/RAC
DENARC ||| TRÁFICO
Investigações do Gaeco culminaram na prisão de sete policiais do Denarc: violência para obter propina
Comunidadeadota lei
dosilêncio; situação foi
reveladaem depoimento
CIDADES CORREIO POPULAR A7
Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
SAIBAMAIS
O programa de computador
utilizado pelos alunos para
desenvolver os robôs é o
Scratch, criado pelo Instituto
de Tecnologia de
Massachusetts (MIT) e
disponível nos equipamentos
do Programa Um Computador
por Aluno (UCA). O software
foi desenvolvido para ser
usado por crianças a partir de
8 anos e envolve conceitos
matemáticos e informática
básica. Com ele, é possível
também criar histórias
animadas e jogos. A interface
gráfica permite montar
protótipos usando ferramentas
que lembram os brinquedos de
armar, com peças que se
encaixam formando figuras
tridimensionais. O programa
pode ser baixado
gratuitamente na internet.
Iniciativa de professoras do 5º ano desfaz
mitos e estimula a investigação e descobertas
Fabiano Ormaneze
ESPECIAL PARA A AGÊNCIA ANHANGUERA
fabiano.ormaneze@rac.com.br
Não é de hoje
que, nas esco-
las particula-
res, os robôs já
aceleram nas
mãos de alunos nas aulas de
robótica. Mas, nos colégios pú-
blicos, eles ainda patinam, a
não ser por experiências como
a da professora Gisele Flávia
Alves Oliveira Giachetto, da Es-
cola Municipal de Ensino Fun-
damental (Emef) Elza Maria
Pellegrini de Aguiar, no Par-
que D. Pedro II, em Campi-
nas. Ela e a colega Valéria Al-
ves dos Santos Salgado, res-
ponsáveis pelas classes de 5º
ano, conseguiram, em 2013, in-
cluir a robótica como ativida-
de curricular e, a partir desse
impulso, incorporar todas as
disciplinas do currículo.
“Em muitas escolas, a robó-
tica é colocada como uma au-
la extra, fora do horário nor-
mal, inclusive. Nossa propos-
ta é utilizá-la como uma ma-
neira de trabalhar as investiga-
ções, as descobertas e a inter-
disciplinaridade”, explica a
professora Gisele.
O projeto começou tímido
no ano passado, como um pi-
loto, a partir da inclusão da es-
cola no Programa Um Compu-
tador por Aluno (UCA), do go-
verno federal, que distribuiu,
em escolas públicas de todo o
País, laptops para os estudan-
tes. O projeto conta com o
apoio do Núcleo de Informáti-
ca Aplicada à Educação
(Nied), da Universidade Esta-
dual de Campinas (Unicamp)
e as professoras tiveram o
apoio do pesquisador João Vi-
lhete para desenvolver as pri-
meiras aulas de robótica, usan-
do o programa Scratch, dispo-
nível nos computadores entre-
gues aos alunos.
Como os resultados no ano
passado, quando a atividade
era complementar, foram aci-
ma do esperado, a escola re-
solveu adquirir um kit de ro-
bótica com peças, parafusos,
roldanas, jogos e brinquedos
de montar para que o projeto
pudesse ser a chave do traba-
lho com todas as disciplinas
do 5º ano. Na primeira fase, as
professoras — cada uma res-
ponsável por uma turma de
cerca de 27 alunos — questio-
naram os estudantes sobre os
objetivos da robótica e como
um robô pode ser incorpora-
do à vida humana. “Interes-
sante notar que, nessa primei-
ra abordagem, a maioria tem
a visão de um robô propaga-
da pelos filmes, como um hu-
manoide, com características
que lembram o homem”, lem-
bra Valéria.
Interdisciplinaridade
De posse desse levantamento
prévio, as professoras organi-
zaram, então, uma pesquisa
bibliográfica sobre robótica.
Nesse ponto, começou a inte-
ração entre as disciplinas. Em
português, os alunos produ-
zem os textos, fazem os relató-
rios das descobertas, estudam
os gêneros textuais em que os
materiais pesquisados foram
produzidos e precisam exerci-
tar a oralidade, apresentando
os resultados aos colegas. Da
mesma forma, em história e
geografia, eles contextualizam
a interação entre homem e
máquina desde a Revolução
Industrial e os locais em que
essa prática está mais dissemi-
nada atualmente.
Em paralelo, os alunos
aprendem a usar o programa
que vão utilizar para projetar
o robô. Como um primeiro
exercício, cada grupo de cinco
alunos teve que desenvolver
um protótipo usando apenas
o material disponível em casa,
em geral sucata. Com os resul-
tados, outros questionamen-
tos: “Procuramos mostrar a
função social da tecnologia e
como o homem pode usar
seus conhecimentos para o
bem da sociedade”, conta Gi-
sele. Isso porque, como os alu-
nos têm cerca de 10 anos, é
muito comum a imagem dos
desenhos animados e dos fil-
mes de ficção científica.
Depois dessa primeira ten-
tativa e da contextualização so-
bre o papel dos robôs, o traba-
lho, neste ano, usou a temáti-
ca água e sustentabilidade co-
mo estímulo. “Assim, envolve-
mos também os conteúdos de
ciências”, afirma Valéria. No
uso das ferramentas do progra-
ma de computador, em que,
primeiro, o robô é esquemati-
zado, os alunos também preci-
sam de conceitos de matemáti-
ca e de raciocínio lógico.
O desafio está lançado: ago-
ra, no segundo semestre, cada
equipe de cinco alunos deve-
rá projetar e produzir, usando
o kit de robótica comprado pe-
la escola, um robô que tenha
utilidade diante dos proble-
mas ambientais. “Já começam
a surgir e a ser desenvolvidos,
por exemplo, ideias sobre car-
ros para a coleta do lixo, uma
prova de que eles já absorve-
ram que a robótica é mais do
que a imagem fantasiosa que
possuíam antes das aulas”,
acredita Gisele. Os robôs que
encerram as atividades devem
estar pronto até o final do
ano.
Investigação
De acordo com Gisele, o obje-
tivo do projeto é fugir dos mo-
delos e permitir que os alunos
descubram quais as etapas do
processo de aprendizagem de
qualquer conteúdo. “Em mo-
mento algum, nós damos
uma receita de como um robô
é feito. Vamos construindo o
conhecimento e descontruin-
do ideias equivocadas ou sim-
plistas que os alunos trazem”,
diz. Além disso, mesmo nos
assuntos mais teóricos, de al-
guma forma, a robótica é en-
volvida. Dia desses, por exem-
plo, a professora trabalhava
trânsito com os alunos e uma
das formas de envolver o mun-
do tecnológico foi a explica-
ção de como funciona um se-
máforo.
“Os alunos ficam mais en-
volvidos, pois isso aguça a
curiosidade. Nós, professoras,
também aprendemos muito,
pois esse assunto não faz par-
te da formação de nenhum
educador. É um aprendizado
constante para todos, em que
as bases são a problematiza-
ção e a investigação”, afirma
Valéria.
A
s professoras Gisele
Flávia Alves Oliveira
Giachetto e Valéria
Alves dos Santos Salgado
não só têm o privilégio de
contar com o kit robótica,
adquirido com recursos
próprios da escola, como
também de trabalhar numa
unidade beneficiada pelo
Programa Um Computador
por Aluno (UCA), do
Ministério da Educação
(MEC), que atende a 300
escolas públicas em todo o
País e já distribuiu cerca de
150 mil laptops, desde
2010, quando começou a
ser implantado.
O programa começou a ser
criado em 2005 e foi
apresentado como uma
estratégia de inclusão
digital no Fórum
Econômico Mundial, em
Davos, na Suíça. As escolas
— estaduais ou municipais
— são escolhidas a partir
de uma avaliação do MEC
que envolve localização,
quantidade de alunos,
anuência dos professores e
proximidade com núcleos
de estudo de informática
aplicada ao ensino, como é
o caso da Universidade
Estadual de Campinas
(Unicamp). Na cidade,
apenas a Elza Maria
Pellegrini de Aguiar, com
cerca de 500 alunos, faz
parte do programa. Na
região, uma escola de
Pedreira também está
contemplada, envolvendo
outros 400 estudantes. No
Brasil, só seis municípios já
têm o programa
implantado em todas as
suas escolas públicas.
(FO/AAN)
Robótica entra
no currículo de
escola pública
Programa de
inclusão chega
1º à unidade
REDE MUNICIPAL ||| TECNOLOGIA
Fotos: Divulgação
Grupos da escola Elza Aguiar trabalham com os
kits de robótica comprados pela escola e, acima, a
professora Gisele Giachetto (ao centro) com
estudantes, envolvidos no projeto: equipes terão de
projetar e produzir um robô que tenha função
relacionada aos problemas ambientais
Alunos do 5º ano com laptops do programa
federal Um Computador por Aluno: unidade é a
única da cidade beneficiada com o projeto de
inclusão digital do Ministério da Educação
Projeto incentiva a
interação entre
diversas disciplinas
A8 CORREIO POPULAR
Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
Criança de 7 anos recebeu tecido para tratamento contra tumor; foi a 3ª cirurgia do tipo no hospital
Fabiana Marchezi
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
fabiana.marchezi@rac.com.br
Uma menina de 7 anos é a pri-
meira criança a passar por um
transplante de osso no Hospital
de Clínicas da Universidade Es-
tadual de Campinas (Unicamp).
A cirurgia de alta complexidade
foi realizada pela terceira vez no
hospital no último dia 15 e du-
rou três horas. As outras duas fo-
ram em adultos.
A pequena L., que mora em
Limeira, tinha um tumor benig-
no chamado displasia fibrosa e
recebeu um enxerto ósseo. Ela
passa bem e deve receber alta
ainda nesta semana. A mãe de
L. se diz aliviada com o estado
de saúde atual da filha. “Ela está
só com dor, mas não vai preci-
sar nem de quimioterapia”, afir-
mou. Segundo a assessoria de
imprensa do HC da Unicamp, o
hospital é o único credenciado
na região pelo Ministério da Saú-
de para esse tipo de procedi-
mento. O osso foi fornecido pe-
lo Banco de Tecido Músculo Es-
quelético (Unioss) da Universi-
dade de Marília (leia texto ao la-
do).
De acordo com o coordena-
dor da área de oncologia ortopé-
dica do HC, professor Maurício
Etchebehere, responsável pela
cirurgia, no caso de L., o trans-
plante foi a melhor alternativa
para o tratamento do tumor ós-
seo, que causa deformidades,
principalmente no quadril, e
que acomete uma em cada 100
mil pessoas. “No caso dela, se
você coloca o osso dela mesma,
que já é alterado, a chance do tu-
mor voltar é maior. Com o osso
de um doador, a chance de rein-
cidência cai para cerca de 5%.”
A previsão é de que a menina
volte a andar com apoio total no
chão e sem ajuda de muletas
em três meses. Para que L. reto-
me sua vida normal é necessá-
rio que o enxerto ósseo esteja in-
tegrado ao osso da menina. “Ge-
ralmente, a integração do enxer-
to ocorre mais rápido em uma
criança do que em um indiví-
duo adulto”, disse.
O ortopedista da Unicamp ex-
plicou que o procedimento con-
sistiu na abertura do osso exata-
mente no local do tumor, segui-
da de uma raspagem onde esta-
va alojado o tumor. A cavidade
formada é cauterizada com bis-
turi elétrico e, em seguida, a
equipe faz uma lavagem com so-
ro fisiológico. Uma pequena fra-
tura é feita no osso para corrigir
a deformidade óssea causada pe-
lo tumor. Depois, duas hastes
de titânio são introduzidas no in-
terior do osso para mantê-lo es-
tável.
A última etapa da cirurgia foi
o preenchimento da cavidade
com enxerto ósseo. Foram utili-
zadas 100 gramas de osso espon-
joso, preparado em pequenos
cubos de um centímetro. “Os
fragmentos de osso são bem
comprimidos no local onde an-
tes havia o tumor,”
HC faz 1º transplante ósseo infantil
Processo para doar ossos é
o mesmo de outros órgãos
R
esponsável pelo
fornecimento de
mais de 63% do
material usado nessas
cirurgias em todo o País, o
banco de tecidos da
Universidade de Marília é
o maior do Brasil em
captação e processamento
de tecidos ósseos. “Há um
controle rigoroso do
Ministério da Saúde. Cada
material processado
recebe um número de
identificação do
ministério, que vai
acompanhá-lo até o fim
do processo. Toda
documentação sobre o
doador e o receptor fica
arquivada por 25 anos”,
explicou Karla Bachega,
coordenadora do Unioss.
Segundo Luiz Antônio
Sardinha, coordenador da
Organização de Procura
de Órgãos (OPO) do HC da
Unicamp, o modelo de
controle é o mesmo já
aplicado para outros tipos
de órgãos e tecidos.
Familiares de potenciais
doadores são orientados
em caso de morte
encefálica. Quando há
disponibilidade para
doação, a informação é
passada para uma central,
que aciona o banco de
ossos mais próximo do
local da extração. O
material é mantido sob
baixa temperatura em
ambientes esterilizados, é
cortado e classificado.
Antes de seguir para a
doação, passa por um
período de quarentena. É
o tempo necessário para a
sorologia de várias
doenças, como Aids e
hepatites. Ossos das
pernas doados podem
beneficiar até 380 pessoas.
Dados relativos ao ano de
2012 revelam que foram
realizados 23.211
transplantes de ossos no
Brasil — odontológicos e
médicos —, sendo 14.107
fornecidos pelo Unioss.
O HC da Unicamp já está
autorizado pelo
Ministério da Saúde a
montar um Banco de
Tecido Músculo
Esquelético. A nova área
começa a ser construída
dentro do hospital em
2014. (FM/AAN)
Elcio Alves/AAN
cidades/esportes
Paciente passa
bem e deve ter
alta nesta semana
SAÚDE ||| AVANÇOS
Maurício Etchebehere, coordenador da área de oncologia ortopédica do HC: baixa chance de reincidência
CORREIO POPULAR A9
Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
A passagem de uma
frente fria deixa muitas
nuvens que provocam
chuva. A temperatura fica
baixa mesmo durante a
tarde. Venta forte e esfria
muito à noite.
Piracicaba contabiliza os
prejuízos após temporal
9˚ 20˚ 9˚ 16˚ 9˚ 18˚
TERÇA QUARTA QUINTA
SOL
11˚
DIA SEGUINTE
MISSAS E FUNERAIS
Cidade mín máx
Araçatuba 18 26
Araraquara 18 28
Bauru 16 24
Botucatu 14 22
CamposdoJordão 12 23
Cidade mínmáx
Jundiaí 15 25
Piracicaba 16 26
PresidentePrudente 9 19
RibeirãoPreto 17 29
Santos 15 21
Cidade mínmáx
SãoCarlos 17 27
S.JosédoRioPreto 18 25
S.JosédosCampos 17 25
Sorocaba 14 23
Ubatuba 13 20
16˚
A segunda-feira em Piracicaba
foi para contabilizar os prejuízos
deixados pelo temporal que
durou menos de dez minutos e
traçou um rastro de destruição
em alguns bairros na tarde de
domingo. Árvores foram
arrancadas, casas e
estabelecimentos comerciais
foram danificados. Apesar da
força do temporal, não houve
feridos. Os ventos chegaram a
128km/h e entre às 15h e 17h,
choveram 13, 8mm. Muitos
bairros ficaram sem energia
elétrica desde o final do
domingo. De acordo com a
metereologista do Instituto
Climatempo, Daniele Lima, a
tempestade foi provocada pelo
aquecimento e por uma chegada
de frente fria à região. Hoje e
amanhã, a temperatura deve
cair bastante. Para quarta-feira,
a mínima prevista é de 8º C, e a
máxima de 15º C. Também estão
previstas pancadas de chuva nos
próximos dias. Marília e Porto
Feliz também foram atingidas
por chuvas fortes anteontem. O
secretário de Defesa do Meio
Ambiente, Rogério Vidal, esteve
ontem em alguns dos pontos
mais atingidos na cidade, dentre
eles, a Avenida Carlos Botelho,
que foi fechada para o trânsito
até a hora do almoço. “Temos
muitos pontos problemáticos,
como a própria Carlos , a
Saldanha Marinho, Avenida
Brasil, avenida Independência,
dentre outras”. Em muitas ruas,
o acesso foi totalmente
bloqueado por causa da queda
de árvores e postes. A obstrução
das vias complicou o trânsito na
cidade e chegou até a afetar o
movimento no comércio ontem.
Vidal explicou que desde a tarde
do domingo, a principal
providência da secretaria tem
sido a retirada das árvores que
estavam obstruindo a passagem.
Diversas secretarias foram
acionadas pela Prefeitura para
ajudar na limpeza da cidade.
O abastecimento de água foi
prejudicado em diversos pontos
da cidade ontem. A maior causa
foi a falta de energia elétrica nas
casas de bombas, paralisando o
bombeamento. A Captação I
(Rio Piracicaba) estava
paralisada por causa da falta de
energia. Ela é responsável por
um terço do abastecimento da
cidade. (Da Gazeta de
Piracicaba)
■ ■ Padre Messias Martins é administrador da Paróquia
Conceição de Nova Aparecida, em Campinas.
PRÓXIMOS DIAS NO ESTADO
■ ■ (Irmã) Maria Marta Madalena
Simão - Faleceu em Campinas aos 72
anos. Solteira. Filha de Neri Simão e
Celuta Maria de Jesus. Seu
sepultamento deu-se dia 22/07/2013
às 10h00min. No Cemitério da
Saudade em Campinas/SP. À Família
enlutada as condolências dos
Diretores e Colaboradores do Grupo
Serra. (Associada do Grupo Serra
Campinas 19 3775-9752).
■ ■ Janette Mazzoleni Degrecci -
Faleceu em Campinas aos 81 anos.
Viúva de Oswaldo Decrecci. Deixa os
seguintes Filhos: Mara e Oswaldo.
Seu sepultamento deu-se dia
22/07/2013 às 10h30min. No
Cemitério Parque das Acácias em
Valinhos/SP. À Família enlutada as
condolências dos Diretores e
Colaboradores do Grupo Serra.
(Associada do Grupo Serra Campinas
19 3775-9752).
■ ■ Octaviano Silveira - Faleceu em
Campinas aos 85 anos. Casado com
Aparecida Verges Silveira. Deixa os
seguintes Filhos: Lais, Octaviano
Filho e Carlos. Seu sepultamento
deu-se dia 22/07/2013 às
13h00min. No Cemitério Parque das
Acácias em Valinhos/SP. À Família
enlutada as condolências dos
Diretores e Colaboradores do Grupo
Serra. (Associado do Grupo Serra
Campinas 19 3775-9752).
■ ■ Alice Candida de Oliveira -
Faleceu em Campinas aos 63 anos.
Casada com Nelson Pereira. Deixa as
Filhas: Andreia e Gisneila. Seu
sepultamento deu-se dia 22/07/2013
às 14h00min. No Cemitério Parque
das Flores em Campinas/SP. À
Família enlutada as condolências dos
Diretores e Colaboradores do Grupo
Serra. (Associada do Grupo Serra
Campinas 19 3775-9752).
■ ■ Terezina Gallina Mittestainer -
Faleceu em Campinas aos 85 anos.
Casado com João Mittestainer. Deixa
os seguintes Filhos: Francisco, Juraci,
Claudinei e Mauro. Seu sepultamento
deu-se dia 22/07/2013 às
16h00min. No Cemitério Municipal
de Serra Negra em Serra Negra/SP. À
Família enlutada as condolências dos
Diretores e Colaboradores do Grupo
Serra. (Associada do Grupo Serra
Campinas 19 3775-9752).
■ ■ Dirceu Jose de Oliveira - Faleceu
em Indaiatuba aos 71 anos. Casado
com a Sra Ulisses Ferreira de Oliveira.
Deixa os seguintes Filhos: Agnaldo,
Reginaldo e Ronaldo. Seu
sepultamento deu-se no dia
22/07/2013 às 16h00min. No
Cemitério Parque das Acácias em
Campinas/SP. À Família enlutada as
condolências dos Diretores e
Colaboradores do Grupo Serra.
(Associado do Grupo Serra Campinas
19 3775-9752).
Inaê Miranda
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
inae.miranda@rac.com.br
A tarde de 40 meninas atendi-
das pelo organização não go-
vernamental (ONG) Grupo
Primavera foi marcada on-
tem por um encontro fasci-
nante e cheio de descober-
tas. Pela primeira vez, elas ti-
veram a oportunidade de es-
tar bem perto de uma escrito-
ra para um bate-papo sobre
os livros e sobre a vida dela.
Telma Guimarães, autora de
diversos títulos infantojuve-
nis, tratou não apenas de
conquistar novos leitores,
mas de despertar no público
o prazer pela escrita.
Telma conta que viu sua
participação no encontro co-
mo uma forma de mexer
com as meninas e tirá-las da
zona de conforto do leitor.
“A ideia é mexer com a vonta-
de delas de escrever, fazer
com que elas se lancem à es-
crita, que tenham um diário
e que produzam”, afirmou.
Durante a apresentação, Tel-
ma também falou como é o
seu processo de produção.
“Escrevo sobre aquilo que vi.
Mas se os elementos são in-
suficientes, invento. Na mi-
nha casa não tinha animais e
não acontecia quase nada.
Nas redações da escola apro-
veitava para inventar muitas
histórias e isso no começo
me causou alguns proble-
mas”, contou.
A ideia do encontro com a
escritora surgiu durante as
aulas de comunicação e ex-
pressão da ONG. A partir dos
títulos Viver um grande amor
e Rita está crescendo, ambos
de Telma, os professores dis-
cutiram durante as rodas de
leituras temas como o primei-
ro amor, relacionamentos e
a afetividade. Telma atendeu
ao convite e as garotas de 11
a 13 anos preparam pergun-
tas, que foram direcionadas
para a escritora. “Além do
aprendizado, o encontro fez
um bem enorme para autoes-
tima delas”, afirmou a profes-
sora Ângela Junquer.
Para as estudantes, poder
ver a autora de um livro que
leram, conversar com ela, ti-
rar dúvidas, foi inspirador.
“Gosto dos livros dela e para
mim foi uma experiência no-
va porque nunca tinha fala-
do com um escritor antes.
Também a achei muito en-
graçada”, contou Karolayne
Vitória dos Santos, de 11
anos, que sonha ser advoga-
da ou escritora. Yasmin Cris-
tina Gomes da Silva, de 11
anos, gostou de aprender um
pouco mais sobre as técnicas
da escritora. “Achei legal o
jeito de transformar histórias
da vida dela em livro. Tam-
bém achei que ela fosse
ser mais séria, mas é bem
legal e engraçada”, disse.
A tarde de leitura é pro-
movida pelo Grupo Prima-
vera duas vezes por ano.
Esta foi a primeira vez em
que um escritor partici-
pou. “O objetivo das tar-
des de leitura é que elas
passem a perceber que po-
dem vir à livraria, que vai
estar sempre de portas
abertas. E que elas pode-
rão ler, degustar, sem ne-
cessariamente comprar os
livros”, afirmou Denise Po-
dolsky da Cruz, que ajuda
a promover os encontros.
Em 2011, morria Amy Jade Winehouse
(Londres, 14 de setembro de 1983 —
Londres, 23 de julho de 2011), cantora e
compositora britânica conhecida por seu
poderoso e profundo contralto vocal e sua
mistura eclética de gêneros, incluindo soul e
jazz. Começou apresentando-se em clubes
de jazz em Londres.
LUAS
MÁXIMA
Minguante
29/7
Nova
6/8
Jovens são estimulados
a fazerem sua história
HOJE EM CAMPINAS
QUARTA-FEIRA
Tadeu Fernandes
MÍNIMA
Arquidiocese Célia Farjallat Pasquale Espaço Aberto
Cenário
desafiador
QUINTA-FEIRA
Meninas do Grupo Primavera batem papo com Telma Guimarães
Crescente
16/7
Nascente
6h46
Poente
17h43
SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA SEXTA-FEIRA SÁBADO
NESTA DATA
Marcos Inhauser Moacyr Castro
Dominique Torquato/AAN
Antonio Trivelin/Gazeta de Piracicaba
Cheia
22/7
França+5
Inglaterra+4
Espanha+5
Itália+5
China+11
Alemanha+5
Japão+12
falecimentos
Tempo
Lendo a reportagem de Natá-
lia Duarte do portal G1, dias
atrás, lá estava escrito que: Es-
tudiosos estimam que o Pa-
pa, encontrará apenas 10%
da participação efetiva de
fiéis católicos. O Papa Francis-
co, encontrará um cenário de-
safiador. A Jornada Mundial
da Juventude ocorrerá em
um País de maioria católica,
mas com baixo índice de fiéis
ativos, aberto a diferentes cor-
rentes religiosas e com cresci-
mento do número das pes-
soas que se declaram “sem re-
ligião”. Além disso, estudio-
sos lembram que a Igreja no
Brasil também convive com
os efeitos do aumento do po-
der aquisitivo de parte da po-
pulação e a permanência da
exclusão social.
Esse é o atual contexto
que o Papa Francisco encon-
trará em sua visita ao País pa-
ra participar da 28ª Jornada
Mundial da Juventude. “O
Brasil é um país-chave para a
Igreja no mundo, porque se a
Igreja conseguir resolver os
desafios que encontra no Bra-
sil, ela terá aqui um laborató-
rio de experiências possíveis
no mundo inteiro”, afirma o
sociólogo Francisco Borba. É
interessante percebemos o as-
sunto do momento, pelo me-
nos no “mundo-católico” so-
bre a ótica dos números, no
que diz respeito à Jornada
Mundial da Juventude (JMJ)
a partir dos índices que nos
oferecem os institutos de pes-
quisas de nosso País: Entre os
cerca de 350 mil jovens inscri-
tos na Jornada Mundial da Ju-
ventude (JMJ), 215 mil são
brasileiros.
Mesmo sendo um dos
maiores países em quantida-
de de fiéis, especialistas esti-
mam em apenas 10% o índi-
ce de católicos brasileiros par-
ticipantes ativos na Igreja. De
acordo com o Censo 2010 do
Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística (IBGE), dos
190,7 milhões de brasileiros,
34,1 milhões são jovens com
idades entre 15 e 24 anos. O
País tem 123,3 milhões de ca-
tólicos, sendo 21,8 milhões jo-
vens. Menos de 1% deles esta-
rá na JMJ. Um em cada dez
católicos do mundo está
aqui. É um número significati-
vo, mas não indica realmente
o percentual de pertencimen-
to que temos no País.
Segundo o teólogo Rodri-
go Franklin de Sousa, coorde-
nador do programa de pós-
graduação em Ciências da Re-
ligião da Universidade Presbi-
teriana Mackenzie “o novo jo-
vem católico é aquele que
quer viver a fé, mas muitas ve-
zes se sente deslocado. Existe
um descompasso entre os an-
seios dos jovens e alguns posi-
cionamentos da Igreja, e a ju-
ventude sente que não tem
voz há muito tempo. São jo-
vens que gostam de ser católi-
cos, identificam-se com a fé,
mas estão em busca de uma
Igreja que seja voltada a
idéias mais concretas, com
maior abertura para as dife-
renças, para a tolerância”.
Participei apenas de um
evento em preparação a JMJ
na minha forania aqui na ci-
dade de Campinas. Ao ter
contado com jovens france-
ses, argentinos e nossos pró-
prios jovens que irão ao Rio
de Janeiro, a impressão que fi-
cou foi que esse encontro po-
derá dar a Igreja e ao mundo,
novos evangelizadores. Eles
serão protagonistas da Nova
Evangelização. Eu creio que
os jovens não são o futuro
longínquo, mais o presente
aqui e agora.
Para contato: falecimentos@rac.com.br
FUSOS
messias martins
ENCONTRO ||| LITERATURA
A escritora Telma Guimarães durante o encontro com as meninas do Grupo Primavera, ontem: leitura
Escritora também
contou a meninas seu
processo de produção
Ventos de até 128km/h derrubaram árvores: ninguém ficou ferido
A10 CORREIO POPULAR CIDADES
Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
DOMINGO
Famílias que saíram de área de invasão para os residenciais Bassoli e Sírus largaram seus animais
Inaê Miranda
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
inae.miranda@rac.com.br
Com a saída dos moradores
da área de invasão do Jardim
Florence 2, em Campinas, pa-
ra os apartamentos dos con-
juntos residenciais Sírius e
Bassoli, dezenas de cães e ga-
tos foram abandonados no
bairro e contam hoje apenas
com a solidariedade das famí-
lias que ficaram. Mas, além do
carinho e da atenção que rece-
bem, os animais precisam de
um lar e de cuidados médicos.
Os moradores do bairro tam-
bém reclamam do entulho es-
quecido há quase um ano no
local e dos bichos e insetos
que se abrigam nele e constan-
temente invadem as casas.
A maior parte do problema
está concentrada na Rua Luiz
Henrique Giovannetti, às mar-
gens de um córrego. A demoli-
ção das habitações irregulares
começou há aproximadamen-
te um ano e os moradores, aos
poucos, foram para as novas
casas. Alguns deles, que cuida-
vam de vários animais ou de
animais de grande porte, aca-
baram abandonando os bi-
chos. Uma parte foi adotada
pela vizinhança. Outros fica-
ram à mercê da sorte e da boa-
vontade e solidariedade de
pessoas como a dona de casa
Neusa Nolato de Oliveira.
Dona Neusa, como é conhe-
cida, construiu em frente a
sua residência — com o entu-
lho das casas demolidas —
um lar provisório para cerca
de dez cachorros. Dentro do
abrigo há colchão e pedaços
de papelão que servem como
cama, além de água. Com a
ajuda da vizinha Rosária Perei-
ra de Souza, dona Neusa con-
segue alimentar os cães pelo
menos uma vez por dia. “Às
vezes, quando não consigo co-
mida para eles não durmo à
noite”, afirmou Neusa. Rosá-
ria passa os dias em busca de
doação de alimentos para os
cães. “Peço para os filhos e
amigos porque é muito ca-
chorro. Quando não consigo
doação, compro do meu bol-
so”, disse.
Além de cuidar dos ani-
mais na rua, ambas levaram al-
guns para casa. “Dois eu ado-
tei e moram comigo. Do lado
de fora ficam cinco”, afirma
Neusa. Rosária também ado-
tou vários. “Fiquei com muita
pena e levei um monte para
casa.” Os doentes receberam
cuidados dos protetores e se
recuperaram. Alguns não resis-
tiram e morreram. “Cuidamos
com muito sacrifício. Seria
bom se alguém pudesse levá-
los para um lugar melhor, on-
de pudessem ficar mais prote-
gidos”, afirmou Neusa.
As duas protetoras enfren-
tam problemas com outros vi-
zinhos por causa dos cães. “As
pessoas passam de bicicleta,
de moto ou de carro e os ca-
chorros latem. Aí as pessoas
chutam eles e maltratam. Um
foi atropelado e morreu. Um
dia a mulher veio brigar comi-
go”, contou Neusa. “Nós faze-
mos o que está ao nosso alcan-
ce. A Prefeitura não faz nada.
Não sei para quem a gente po-
de apelar”, reclamou. O Cen-
tro de Controle de Zoonose in-
formou que pretende ir ao lo-
cal esta semana verificar se os
animais oferecem risco à saú-
de pública. A Secretaria de
Saúde informou ainda que
abandono de animais é crime.
Entulho
O entulho deixado pela Prefei-
tura com a demolição dos imó-
veis também está trazendo
uma série de problemas para
os moradores do Jardim Flo-
rence 2. “Aqui está um desca-
so total. Se a gente disser que
caiu uma bomba, as pessoas
acreditam”, afirmou Fátima
Aparecida Camargo, líder co-
munitária. Segundo ela, virou
rotina aparecerem ratazanas,
escorpiões e cobras nas casas.
“Faz pouco tempo que um es-
corpião picou minha vizinha.
Depois a minha filha achou
três em casa”, conta.
Fátima enfrentou o perigo
dentro da própria casa. “Esta-
va assistindo televisão e en-
trou uma cobra. Estava pronta
para dar o bote em mim, quan-
do vi e chamei os vizinhos pa-
ra me ajudarem”, contou. Eles
reclamam ainda do risco de
dengue ao qual estão expos-
tos. A moradora já recorreu à
Administração Regional do
bairro, mas até o momento
não teve solução. “Disseram
que só estão com uma máqui-
na, mas precisamos que to-
mem providência. A popula-
ção do Florence 2 está abando-
nada”, afirmou.
A Secretaria de Serviços Pú-
blicos informou que vai fazer
dentro de 20 dias um mutirão
para limpar o local. Já a Vigi-
lância em Saúde Noroeste in-
formou que pretende verificar
a denúncia e tomar providên-
cia ainda esta semana.
Campinas-Monte Mor
ganha duas passarelas
Desocupação deixa cães sem dono
Dona de casa
Estruturas ficam em trecho urbano, na divisa com Hortolândia
Fotos: Dominique Torquato/AAN
NEUSA DE OLIVEIRA
ESTRADA ||| SEGURANÇA
Da Agência Anhanguera
A Rodovia Jornalista Francis-
co Aguirre Proença (SP-101),
que liga Campinas a Monte
Mor, ganhou duas novas pas-
sarelas de pedestres. As arma-
ções foram instaladas nos qui-
lômetros 12 e 17. De acordo
com a concessionária Rodo-
vias do Tietê, que administra
a estrada, as estruturas ficam
na divisa entre os municípios
de Hortolândia e Monte Mor,
em um trecho urbano de bas-
tante tráfego de pedestres. As
novas travessias são em estru-
tura metálica, possuem ilumi-
nação e rampas de acessibili-
dade para pessoas com mobi-
lidade reduzida.
Segundo a empresa gesto-
ra, as obras constam no crono-
grama de investimentos da
concessionária, que irá rece-
ber nas próximas semanas
duas novas passarelas, nos
quilômetros 15 e 20, ambas
em Monte Mor. Com a entre-
ga das quatro passarelas, a Ro-
dovia Jornalista Francisco
Aguirre Proença contará com
12 travessias de pedestres.
A concessionária espera re-
duzir o número de atropela-
mentos na estrada. Só no pri-
meiro semestre de 2012, nove
pessoas foram atropeladas e
duas morreram. Este ano, os
números quase dobraram no
mesmo período. Foram regis-
trados 16 atropelamentos,
que resultaram em duas mor-
tes.
A Rodovias do Tietê infor-
mou que além da infraestrutu-
ra, é preciso que os pedestres
se conscientizem e sigam di-
cas simples, como atravessar
a rodovia sempre por passare-
las, pontes e viadutos e evitar
caminhar pelo acostamento.
“Às vezes,
quando não
consigo comida
para eles não
durmo à noite.”
ABANDONO ||| JARDIM FLORENCE 2
As moradoras Neusa Naloto de Oliveira e Rosária Pereira de Souza em frente ao abrigo construído para proteger os cães: preocupação
Fátima mostra o entulho que restou das casas demolidas: perigo
Voluntárias buscam
doações para
cuidar dos bichos
CORREIO POPULAR A11
Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
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  • 1. editorial O prefeito de Paulínia, Edson Moura Jr. (PMDB), empossado há uma se- mana, anunciou ontem um bônus de R$ 1 mil a todos os 5 mil servidores da Prefeitura até o final de seu man- dato, em 2016, totalizando um gasto de R$ 5 milhões. Também anunciou o economista Renato Netto Cardoso para a Secretaria de Saúde e a retoma- da do polo de cinema. PÁGINA A5 Moura Jr. anuncia bônus a servidor e secretário de Saúde Dominique Torquato/AAN A transferência de famílias de habita- ções irregulares no Jd. Florence 2, em Campinas,paraapartamentos dosresi- denciais Sírius e Bassoli deixou para trás dezenas de cães e gatos. Abando- nados, os animais sobrevivem com a solidariedade de moradores do bairro, que buscam doação de ração e cons- truíram abrigo improvisado com o en- tulho de casas demolidas. PÁGINA A11 Desocupação de área deixa legião de cães sem dono Policiaiscompropinaatrasada aterrorizavamoSãoFernando Traficantes ligados à quadrilha de An- dinho afirmaram, em depoimento ao Ministério Público (MP), que policiais do Departamento Estadual de Repres- são ao Narcotráfico (Denarc) impu- nham uma rotina de medo no Jd. São Fernando, em Campinas, ao cobra- rem propinas. Relataram que, quando o pagamento atrasava, eles circula- vam pelo bairro em carros sem identi- ficação e, nessas ações, eram comuns tiros para o alto e agressões no meio da rua, na presença de moradores. Ho- je haverá acareação entre policiais e in- tegrantes do bando presos em opera- ção na semana passada. PÁGINA A7 Jabor Não vivemos diante de “acontecimentos”, mas só de incertezas, de “não acontecimen- tos”. Na mídia, só vemos narrativas de im- punidades, de “quase vitórias”. PÁGINA C2 Algumas vezes a realidade su- pera a ficção. A juíza catarinense Sônia Moroso deu, ao vivo, uma aula de Direito. Leitores Cercado pela multidão, o papa Francisco desfila no papamóvel pelas ruas do Rio de Janeiro em direção ao Palácio Guanabara Gabriel Bouys/France Press 36 Primeiro Caderno 12 páginas Economia 3 páginas Brasil 4 páginas Mundo 1 página Digital 1 página Esportes 3 páginas Caderno C 6 páginas Classificados 6 páginas Filho do príncipe William e Kate, o terceiro na linha de sucessão, nasceu ontem em Londres com 3,8kg; nome ainda não foi anunciado. PÁGINA B8 tempo Campinasderrubataxademortesnotrânsito Rio acolhe o papa commanifestação calorosa nas ruas PSDB e PT go- vernam há dé- cadas, contudo, os discursos não se re- verteram em políti- ca afirmativa. A previsão para Campinas é de frio e ven- to forte, com possibilidade de chuva. MÁXIMA indicadores edição de hoje colunistas Casal faz boneco de neve em Urupema, uma das 29 cidades catarinenses onde nevou ontem; previsão para amanhã é de temperaturas negativas. PÁGINA B4 Com 78 vítimas fatais, 2012 tem o menor índice dos últimos 17 anos PÁGINA A4 Em sua primeira viagem oficial des- de que assumiu o pontificado, o pa- pa Francisco desembarcou no Brasil na tarde de ontem para a Jornada Mundial da Juventude com uma re- cepçãocalorosa nasruasdurante des- file em carro aberto e um recado pa- raos políticos.Cobrou,em seudiscur- so, meios materiais e educação que possibilitem o desenvolvimento e pa- ra que não se crie uma geração perdi- da. Em português, com leve sotaque, afirmou que “Cristo bota fé nos jo- vens”. Amanhã, o pontífice segue pa- ra Aparecida, onde são esperados 200 mil peregrinos. PÁGINAS B1 A B3 Rosária de Souza ajuda a cuidar dos cães em abrigo improvisado por moradores Carlos Alberto Marchi de Queiroz, delegado 11˚ PÁGINAS ● O prefeito Jonas Donizette (PSB) com o terno molhado após ser atingido por água jogada por uma manifestante em protesto pela redução da tarifa, ontem, no Largo do Rosário, durante lançamento de campanha de trânsito. PÁGINA A4 16˚ TEMPERATURA DESPENCA E CRIA PAISAGEM EUROPEIA NOS ESTADOS DO SUL Uma palavra de paz e amor Traficantes relatam ao MP rotina de tiros para o alto e agressões no meio da rua Lourenço Faria, bacharel de Direito Dólar compra venda Comercial 2,235 2,236 Paralelo 2,230 2,380 Turismo 2,137 2,340 Euro 2,840 3,053 SINAL VERMELHO MÍNIMA REINO UNIDO CELEBRA A VINDA DO BEBÊ REAL Emblematicamente, a visita do papa se dá no meio da efervescência dos atos de violência que abalaram o Rio. O Brasil vi- ve um momento de convulsão social e de- ve parar para assistir ao desfile do pontífi- ce em sua pregação de paz e de amor ao próximo, o que não é pouco. PÁGINA A3 Érica Dezonne/AAN TERÇA-FEIRA, 23 DE JULHO DE 2013 / CAMPINAS / ANO 86 / Nº 27377 / R$ 2,80 www.correio.com.br
  • 2. EDISON LINS edison.c.lins@gmail.com SILVIA BRANDALISE No sábado, o jornal Correio Popular divulgou a recente adesão de Campinas ao Pro- grama Mais Médicos, delinea- do pelo governo federal. Sem entrar no mérito dessa deci- são política, julgo importante tornar pública a experiência do Centro Infantil Boldrini no que se refere ao trabalho jun- to às pessoas carentes, residen- tes em locais desprovidos de recursos médicos. Ao redor do ano 2000, o Centro Infantil Boldrini estabe- leceu como um programa ins- titucional a erradicação da anemia nutricional de crian- ças, vivendo em regiões caren- tes da cidade de Campinas. Na época foi escolhido o Par- que Oziel, próximo ao Aero- porto de Viracopos. Decorridos dois anos de trabalho contínuo realizado aos sábados, supervisionando os alunos de Medicina da PUC-Campinas e da Uni- camp, obtivemos resultados surpreendentes. Com a Asso- ciação dos Moradores do Oziel, resolvemos o destino do lixo — que ficava a céu aberto — confeccionando lixeiras al- tas feitas de caixotes de madei- ra, com a placa “coloque o li- xo no lixo”. Infrutíferas ha- viam sido as iniciativas de re- solução junto à Prefeitura Mu- nicipal de Campinas. Com es- sa medida, diminuíram os epi- sódios de diarreia nas crian- ças, como também as vermi- noses. Os cachorros que se nu- triam do lixo, migraram para outras instâncias, diminuindo em muito a contaminação das crianças com os vermes pró- prios desses animais. Assim, as mesmas não eram mais es- poliadas. Fato para nós surpreenden- te foi constatar que nesse bair- ro da cidade de Campinas ha- via falta de água encanada. As famílias gastavam os poucos recursos disponíveis para a compra de galões de água. Sem sucesso foi a busca de so- lução na Prefeitura Municipal de Campinas. Somente com a doação de filtros de água para a Associação de Moradores do Oziel, para cada moradia, foi possível melhorar a saúde das crianças. A doação foi feita pe- la Igreja Big Canoe, localizada na Georgia (USA). Problema sério nesse bair- ro eram as afecções pulmona- res nas crianças, que decor- riam das péssimas condições de habitação. Moradias sem ja- nela, instaladas em chão de terra, contando sempre com várias pessoas, algumas fu- mantes, além dos animais, coabitando em áreas muito restritas. Somente com a aju- da dos alunos da Faculdade de Engenharia da Unicamp foi possível estabelecer pro- postas de melhorias e ventilação dessas moradias. As crianças, sem bronquite, tornaram-se mais saudáveis. A implantação nesse bair- ro da Horta e Cozinha Comu- nitárias, com doação de equi- pamentos e insumos providos por empresas privadas, tor- nou possível nutrir os mais desfavorecidos e esquecidos pela sociedade. A participação dos alunos da Engenharia de Alimentos da Unicamp foi de- cisiva nessa tarefa. Com essa experiência, aprendemos que bem pouco a Medicina poderia fazer para a saúde das pessoas, sem a ga- rantia da infraestrutura míni- ma de saneamento básico, educação, condições de habi- tação e alimentação. Com es- sa convicção, foi proposta em duas ocasiões para dois reito- res da Unicamp a criação do exercício civil obrigatório. Exercício não somente para os alunos de Medicina, mas para todos os alunos nos primeiros anos de graduação de todas as faculdades da Universidade. Por que nos primeiros anos? Porque os currículos privile- giam as especialidades. A proposta do exercício ci- vil para universitários de esco- la pública também foi apresen- tada em Fóruns Sociais ideali- zados pelo jornal Gazeta Mer- cantil. Infelizmente, as pes- s o a s c o m p o d e r d e decisão preferiram o silêncio. A implantação do exercício ci- vil obrigatório nas faculdades públicas do Brasil exigirá am- pla discussão no âmbito des- tas instituições de ensino, compartilhada com os diferen- tes segmentos da sociedade. Essa política, que em muito transcende ao aluno de Medi- cina, deverá ter a contraparti- da das garantias pelo poder público, do provimento e ma- nutenção da infraestrutura do saneamento básico, das condi- ções saudáveis de moradia, de alimentação e educação da po- pulação. O comprometimento com as melhorias dos índices de desenvolvimento humano da sociedade brasileira é uma tarefa de todos. A velocidade dessas conquistas dependerá não só dos planos dos gover- nantes, mas também da vonta- de do povo brasileiro. Desafios a superar MAIS MÉDICOS A cidade mais importante do Interior brasileiro, Campinas, completou aniversário, tendo superado, do ponto de vista po- lítico, uma das mais terríveis páginas de sua história, com prefeito cassado e, em decor- rência, sucessivas alternâncias nesse importante cargo. Passa- da essa tormenta, e sob uma nova administração, a cidade vive a expectativa de, também, virar a página de seus muitos desafios. Para que a cidade re- cupere qualidade de vida. Desa- fios que a cidade pode, por sua história e desenvolvimento, efe- tivamente superar. São muitos seus desafios, e em diversas áreas: saúde pública, transpor- te, mobilidade urbana, educa- ção, cultura, revitalização da área central, recuperação e cui- dado com ruas e calçadas, pra- ças e parques públicos, entre outros. Com vontade política e objetividade, pela pujança des- ta grande cidade, o conjunto de problemas pode avançar pa- ra soluções. Afinal, Campinas é uma cidade protagonista e ino- vadora em tecnologia de ponta e no desenvolvimento huma- no. Sede da nona maior região metropolitana do Brasil, é com- posta por 19 municípios, com indicadores econômicos de destaque em níveis estadual e nacional. Seu aeroporto inter- nacional ganha importância ca- da vez maior no País e fora de- le. A cada três toneladas de mercadorias exportadas e im- portadas, uma passa por Vira- copos, que também realiza par- te expressiva do fluxo aéreo to- tal de cargas brasileiro. A cida- de possui um expressivo e refe- renciado conjunto de institui- ções universitárias. É sede de uma das mais importantes uni- versidades públicas brasileiras, a Unicamp, que de acordo com recente ranking interna- cional, é a única instituição de ensino superior latino-america- na na lista das cem melhores universidades com menos de 50 anos. A Unicamp atrai, para Campinas, gente das mais va- riadas regiões brasileiras e de muitos países na busca do ensi- no, da pesquisa e de qualifica- dos recursos médicos. Seria possível enumerar, com orgu- lho, e sem ufanismo, outros in- dicadores que sempre posicio- nam a cidade, entre as melho- res do País. Avanços que permi- tem vislumbrar o potencial da cidade para virar a página da lista de muitas questões, tanto as inerentes ao contexto urba- no como as do seu entorno. Além dos itens já citados, tam- bém gera oportunidades educa- cionais e profissionais para os jovens. Há o desafio de revitalizar a área central, algo também há muito esperado, sem sair efeti- vamente do papel ou das inten- ções, sempre renovadas nos processos eleitorais. Fazer isso, envolvendo a população e os diversos setores interessados, reveste-se de suma importân- cia, tanto econômica quanto para o resgate da identidade cultural, campo em que Campi- nas tem contribuições insofis- máveis. A degradação de áreas urbanas centrais é um fenôme- no bastante comum em cida- des que adquirem porte médio ou grande. E Campinas, infeliz- mente, não fugiu a isso. Raríssi- mos são os equipamentos cul- turais, públicos ou não, funcio- nando na área central. Parado- xalmente há prédios em desu- so, que poderiam acolher proje- tos e ações de expansão cultu- ral para nossa população. Caso do prédio histórico onde já fun- cionou o Centro Cultural Vitó- ria. Alguns, como o Centro de Ciências Letras e Artes, ou a Academia Campinense de Le- tras, funcionam de forma heroi- ca. O teatro do Centro de Con- vivência, rico patrimônio muni- cipal, está hoje desativado, à es- pera de uma reforma que o de- volva para os campineiros, com uma política cultural para os talentos da cidade. Espera- se uma ação ampla, liderada pela prefeitura e que, de fato, ocorra a propalada revitaliza- ção da área central com impac- tos por toda a cidade. Enfim, que as comemora- ções de mais um aniversário se- jam acompanhadas de medi- das efetivas. Para que Campi- nas recupere algumas de suas conquistas históricas, expres- sas no seu impressionante de- senvolvimento, que dimensio- na as perspectivas concretas de superação dos seus atuais desa- fios. E que no próximo aniver- sário haja mais o que comemo- rar. Tarefa de todos Opinião Aposentadoria CAMPINAS “Sentir esta união de tantos povos diferentes, de peregrinos por único Deus, me deixa muito feliz” André Lee Jung Hong, que acompanha um grupo de peregrinos sul-coreanos à Jornada Mundial da Juventude. dalcio manuelcarlos ■ ■ Silvia Regina Brandalise é médica e presidente do Centro Infantil Boldrini Fui professor da Faculdade de Direito da PUC durante 25 anos, mas no final do ano passado resolvi me aposen- tar. No meu primeiro dia de ócio recebi um e-mail con- tando um episódio atribuído ao hilariante Barão de Itara- ré, acontecido em seu tempo de estudante. Conta-se que um velho professor, daqueles que acham saber tudo e que os alunos são ignorantes ao ex- tremo, perguntou a Torelly: — Quantos rins nós temos? — Temos quatro, estima- do mestre, respondeu o Ba- rão com toda segurança. Chamando o bedel, o pro- fessor lhe disse: — Traga-me um feixe de capim para ali- mentar um burro. — Para mim um café, in- terveio o Barão. Indignado com tanta ousa- dia, o professor expulsou o Barão da sala, que ao sair ain- da lhe disse: — A resposta que dei estava correta. O se- nhor perguntou quantos rins nós temos e os meus dois so- mados aos seus são realmen- te quatro. Bom apetite, res- peitado mestre. No magistério, também já enfrentei situações inusita- das. Certa ocasião, falando sobre a divisão de poderes, perguntei aos alunos: — Nós temos o poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário, em qual desses poderes está o Ministério Público? Uma aluna, do fundo da classe respondeu: — Em ne- nhum deles, professor, o MP está em Alphaville. O fato apenas confirma minha tese de que os alunos pensam que estão pagando para ensinarmos a eles, mas nós professores é que recebe- mos para aprender. Estava justamente come- morando essa minha ociosi- dade e como gastar o meu tempo inutilmente, quando o telefone tocou. Tirei o telefone do gancho e alguém do outro lado da li- nha foi logo perguntando: — Quem está falando? Respondi prontamente: — Você. Entretanto, as pessoas es- tão perdendo o senso de hu- mor e minha resposta não foi bem recebida. Já percebi isso em outras ocasiões e tenho me diverti- do muito. Certa ocasião, fa- lando com uma operadora de cartão de crédito, ao solici- tar uma informação, a aten- dente advertiu: — Para sua maior segurança vou lhe fa- zer algumas perguntas pes- soais, tudo bem? — Qual o nome de seu pai? — José. — Qual é a data de seu ani- versário? — 5 de maio. — De que ano? — De todos os anos. Na semana passada, en- contrei-me com um conheci- do político e perguntei a ele: — A maneira mais rápida de se chegar a Brasília é em um avião da FAB? — Não é, disse-me, com despreparo, incompetência e falta de vergonha na cara che- ga-se muito mais depressa. Não podemos perder o hu- mor e nem a esperança de um Brasil melhor para nos- sos filhos. Como diria o Ba- rão de Itararé: — Nunca de- sista de seu sonho. Se aca- bou em uma padaria, procu- re em outra. A2 CORREIO POPULAR Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013 Editor: Rui Motta rui@rac.com.br - Editora-assistente: Ana Carolina Martins carol@rac.com.br - Correio do Leitor leitor@rac.com.br ■ ■ Edison Cardoso Lins é mestre em Educação, funcionário da Unicamp e professor titular da rede estadual ■ ■ Manuel Carlos Cardoso é advogado e professor cardoso@rac.com.br opinião@rac.com.br
  • 3. Aula de Direito Carlos Alberto Marchi de Queiroz Delegado, Campinas Algumas vezes a realidade supera a ficção. O Correio de 18/7, A9, noticiou que uma juíza catarinense, de 48 anos, antes de embarcar de Viracopos para Santa Catarina, reconheceu um passageiro que ela condenara, à revelia, cinco anos antes, em Itajaí (SC), quando titular da 1ª Vara Criminal. A juíza Sônia Moroso, sem perder a calma, não pondo em risco a segurança do voo, acionou a Polícia Civil de Navegantes (SC) para cumprir o mandado de prisão que ela expedira, condenando o foragido a dez anos de prisão por estupro cometido contra os filhos dele, uma menina de 5 e um menino de 4 anos. A magistrada conhecia o réu apenas por fotografias. Logo após o pouso, a polícia invadiu a aeronave e sob forte aplauso, cumpriu a lei. A dra. Sônia, demonstrando conhecer a CF, especialmente as funções da Justiça e da polícia, deu, ao vivo, uma aula de Direito. Demonstrou, também, o acerto de Agatha Christie, que sempre sustentou que Miss Marple era melhor investigadora que os seus detetives homens. Acidente Pedro Dias Administrador, Campinas É triste, revoltante e lamentável a ocorrência que resultou na morte de três motoristas que foram atingidos por um embriagado enquanto faziam socorro na Rodovia Santos Dumont. Tal fato mostra a situação caótica reinante neste País, em que pessoas bem-intencionadas e preocupadas em ajudar o próximo acabam sendo vitimadas por um irresponsável, que beneficiado pela nossa frouxa Justiça, permanecerá praticando ilicitudes como se fosse tudo normal. Resta-nos desejar às famílias enlutadas muita força para superar esse grave acontecimento. Aniversário Adelia Malinowski Salles Aposentada, Campinas Parabéns a todos os repórteres e editores do Correio Popular pela belíssima edição do aniversário de Campinas. Ela vai fazer parte dos meus guardados. (...) Vandalismo Helio Rosolen Aposentado, Campinas Sou completamente contra a onda de vandalismo que vem ocorrendo em várias cidades do País. Não podemos confundir manifesto com bagunça. O que vemos são badernas às barbas de nossa polícia engessada pelos detentores do poder, que ao invés de procurarem defender não só o patrimônio público como o privado, proíbem o confronto com os bandidos, proibindo-a de usar suas atribuições, inclusive com bombas e balas de borracha, deixando os vândalos à vontade para agir. Lutamos tanto para que fosse implantada a democracia no Brasil, mas na época da ditadura pelo menos não havia desrespeito à ordem pública. Já começamos a ter saudade dos militares. Zeza Amaral Renato Mesquita Psicólogo, Campinas Zeza, na sua crônica de 21/7, você foi, em poucas palavras, competentíssimo. Fez um diagnóstico quase perfeito sobre aqueles anos que algum maluco chamou de “anos dourados”. Infelizmente, você esqueceu, ou talvez, não houve tempo para aprofundar seu olhar crítico sob a nevoa úmida, que feito manto de herói salvador, encobria as víboras, traíras, predadores e pragas devastadoras que, feito “calangos”, naquele momento, vestiam cores de pessoas sérias, idôneas e preocupadas com a sociedade brasileira. Ainda, também, não pode observar aqueles monstros que estavam sendo gerados por aquele movimento. Pense sobre esses aspectos e, com sua inteligência especial, em nova crônica, conclua o diagnóstico tornando-o perfeito! Educação Sandra A. F. de Andrade Bortholoto Prof. aposentada, Campinas Sinceramente, numa primeira leitura (Correio, 18/7), achei que o professor e dirigente regional de ensino da Campinas Oeste estava usando da figura da ironia. Na minha ótica de professora aposentada do ensino público estadual e com experiência de quatro décadas de trabalho entre sala de aula e coordenação pedagógica, a maioria das situações chamadas por ele de “conquistas”, eu as chamaria de contínuas perdas na carreira dessa categoria de trabalhadores que desde a década de 70 só vê seus direitos desrespeitados. Poderia justificar essas afirmativas com argumentos oriundos dos anos de trabalho, mas não tenho o espaço que teve o professor Antonio Admir. Vejamos, só para exemplificar, “esses profissionais poderão ...aumentando sua carga horária para até 65 horas semanais”. Seriam, em média, treze aulas por dia! Treze aulas em sala? Não, é claro (…). As horas reservadas não são suficientes, são? Porém, às vezes, o professor assume essas horas por necessidade financeira e fica, então, entre esgotar-se para fazer um bom trabalho ou frustrar-se por não conseguir fazê-lo. Morador de rua Antonio Augusto Chagas Advogado, Campinas A problemática do chamado “morador de rua” em Campinas é uma indignidade que as nossas autoridades assistem de braços cruzados, tendo como tristes autores cidadãos que um dia foram dignos, tiveram famílias e profissões. Prefeitos insensíveis para com esse drama que não gera votos nas eleições municipais fazem ciranda com esses peregrinos afastando-os para cidades vizinhas, sem qualquer respeito ao cristianismo. Essa cortina de insensibilidade precisa ser descerrada e se exigir que o Estado acabe de vez com essa tragédia. Há que se implantar o brocardo latino: res, non verba, ou seja, parem de falar e trabalhem em benefício da sociedade. E você que reclama tanto dos nossos políticos, quando neles votou, sabia se eles eram capazes e honestos e que fariam leis para nossa sociedade tão abandonada? Resposta Carlos Sampaio Deputado federal, Campinas Em resposta à carta de José Luis Rodrigues (Correio do Leitor, 21/07), acolho e respeito as críticas que fez às minhas considerações em recente artigo publicado neste Correio e ao governo Alckmin. No entanto, discordo de sua avaliação sobre serem “oportunistas” minhas colocações que enalteceram as vozes das ruas, pois já há muito tempo venho defendendo na Câmara Federal várias das propostas que viraram “bandeiras” nos protestos, como a derrubada da PEC 37 e o fim do voto secreto. Casa própria Antonio Carlos Guedes Chaves Aposentado, Campinas Sob inspiradíssima manchete: Um semestre de ouro para o sonho, o Correio divulgou no dia 19/7, uma notícia maravilhosa: a Caixa Econômica Federal liberou no primeiro semestre, financiamento para casa própria e à produção no valor de R$ l,52 bilhão. O expressivo valor destina-se apenas à região de Campinas, tendo sido assinados 14.747 contratos. O amplo alcance social que permitirá concretizar o sonho da casa própria dos mais carentes, que vivem em precaríssimas condições de miséria, em barracos infectos, é tão expressivo como a visita do papa. Governos Lourenço Faria Bacharel de Direito, Campinas Especifica- mente sobre dois ex-presidentes da República, FHC e Lula, antes e depois de subirem ao poder: o primeiro e o segundo, ao se tornarem presidentes, em programas de televisão, sempre alegavam que quatro anos para governar o País era pouco e não dava para elaborar um projeto para o Brasil. Hoje, passados 30 anos da redemocratização do Brasil, tanto o PSDB quanto o PT, com a reeleição, governaram e governam o País há décadas, contudo os discursos daqueles não se reverteram em política afirmativa, já que passado tanto tempo podemos constatar que ambos mentiram para várias gerações (…). Será que os discursos de FHC e Lula não foram estelionatos políticos? O Brasil é um país que se transforma em grandes even- tos. A forma apaixonada como os brasileiros se entre- gam às grandes mobilizações sempre eleva o caráter fes- tivo dos acontecimentos, reforçando a imagem distorci- da de um povo absolutamente afável e amistoso. Há sempre uma verdadeira comoção que se traduz em ma- nifestações comemorativas e tudo parece caminhar ao passo de cada evento. A visita do papa Francisco ao Brasil é um desses mo- mentos que se impõem naturalmente pela sua impor- tância, transcendência e rele- vância, independente de con- vicções religiosas ou ideológi- cas. Como líder de uma Igreja espalhada por todo o mundo e, no Brasil, a mais numerosa em fiéis, o Sumo Pontífice tem a toga da autoridade polí- tica, de chefe de Estado, de re- presentação legítima, que tor- nam únicos os momentos de- dicados à pregação de suas ideias e crenças. O discurso do papa Francisco é, acima de tudo, pela paz. A mobilização de centenas de milhares de pessoas em peregrinação ao Rio de Janeiro, com o propósito de avivamento de sua Igreja, bastaria para que todos os brasileiros se quedassem em reflexão e reverência a al- guém que traz uma proposta de renovação, de confir- mação de dogmas, de aproximação com o povo. A ad- ministração de um legado secular impressionante é um desafio para qualquer ser humano — mesmo ungido, como creem os católicos — exigindo do pastor argenti- no uma dedicação extraordinária. Emblematicamente, a visita do papa se dá no meio da efervescência dos atos de violência que abalaram o Rio de Janeiro nas últimas semanas. O Brasil vive um momento de convulsão social e deve parar para assistir ao desfile do pontífice em sua pregação de paz e de amor ao próximo, o que não é pouco. Os protestos de- vem acontecer na medida da liberdade de expressão de cada cidadão. Mas, não se pode atingir a aura de respei- to de uma personalidade que toca o coração de mi- lhões de pessoas e ainda é responsável por ditar formas de encarar a vida. Se tantos jovens de idade e de espírito são capazes de se deixarem tocar por um evento desse porte e dessa natureza, não se pode negar o seu alcance, é preciso abrir as portas e as mentes para que a mensagem do pa- pa ecoe positivamente, se não para reforçar dogmas in- ternos de seu rebanho, que ao menos deixe a todos um legado de paz, de amor e respeito ao próximo, de uma vida limpa e sem violência, que tanto o Brasil precisa neste momento. O Correio Popular publica as opiniões de seus leitores sobre temas de interesse coletivo. As cartas devem conter no máximo 15 linhas, cerca de 700 caracteres com espaços, medidos pelo Microsoft Word. A Redação se dá o direito de publicar os textos parcial ou integralmente. Fica a critério do jornal a seleção de cartas para ilustração com fotos, que serão produzidas exclusivamente pelos fotógrafos do Correio. As cartas para o Correio do Leitor devem ser enviadas para Rua 7 de Setembro, 189 - Vila Industrial - CEP 13035-350 ou por e-mail: leitor@rac.com.br = Cartas devem ser acompanhadas de: nome completo, endereço, profissão e telefone de modo a permitir prévia confirmação. = Opinião dos colunistas não reflete a opinião do jornal. Correio do Leitor O NOSSO OBJECTIVO Publicado por Correio Popular S/A - Fundado em 4/9/1927 Diretor Presidente Sylvino de Godoy Neto Diretor Superintendente Adhemar J. de Godoy Jacob Diretor de Planejamento Marco Aurélio Matallo Pavani Diretor Tesoureiro Luiz E. Nogueira Porto Diretor Comercial Eduardo S. Porto Filho Diretor Industrial Amim Ali Filho Diretor Adm. Financeiro Moacir Teixeira Dias Diretor de Tecnologia Luiz Sérgio Vieira Dutra Diretor Editorial Nelson Homem de Mello Editores Executivos Luis Cesar de Souza Pinto Marcelo Pereira PERGUNTA DE ONTEM A fé em Francisco Jornada Mundial da Juventude Você acha que faltou organização na chegada do papa no Rio de Janeiro ? facebook.com/CPopular Rua 7 de Setembro, 189, Vila Industrial CEP 13035-350 De forma emblemática, a visita do papa se dá no meio da efervescência dos atos de violência que abalaram o Rio de Janeiro nas últimas semanas O vídeo do dia Enquete Há 50 anos A visita do papa Francisco traz fé e esperança para muitos brasileiros. Não apenas os católicos, mas também os crédulos de muitas religiões. Definir o pontífice da Igreja Católica papa Francisco, com a frase “Evangelizar não é fazer proselitismo”, que ele costuma sempre dizer, torna-se uma missão muito fácil. Você aprova o uso de dinheiro público para pagar os gastos da visita do papa Francisco? CORREIO POPULAR AS CARTAS DEVEM SER ENVIADAS PARA: Uma palavra de amor e paz para o mundo “Seremos na imprensa vigilantes fiscaes da administração publica e zeladores intransigentes do direito collectivo” - (Nº 1, Anno 1) 25,38% 74,62% ● CIENTISTAS VÃO FOTOGRAFAR O ECLIPSE DO SOL A BORDO DE JATO Um grupo de cientistas norte-americanos, juntamente com o astronauta Malcom Scott Carpenter, vai fotografar o eclipse total do sol que ocorrerá hoje viajando a bordo de um avião a jato DC-8, especialmente adaptado. A fotografia aérea do evento tirada acima da camada distorcente da atmosfera terrestre faz parte de um intenso programa que está sendo preparado pelos Estados Unidos para permitir a adequada observação do fenômeno. O físico-fotógrafo encarregado da missão fará o trabalho com rapidez, uma vez que as condições propícias para o desempenho da tarefa ocorrerão apenas no começo e no fim do eclipse. Serão 200 fotos. Carpenter foi o quarto americano no espaço e o segundo a entrar em órbita da Terra, a bordo da cápsula Aurora 7, em maio de 1962, viajando durante cinco horas e três voltas completas ao redor do planeta. ● FALECIMENTO DO CARDEAL VALÉRIO VALERI O cardeal Valério Valeri, prefeito da Sagrada Congregação dos Religiosos, acaba de falecer em Roma, aos 70 anos de idade. O prelado havia sido escolhido como divisa “Pax in Virtute” quando recebeu a púrpura cardinalística, em 1953. Com o seu passamento, o Sacro Colégio fica reduzido a 80 membros, dos quais 27 deles italianos e o restante de cardeais estrangeiros. Prefeito de Campinas enfrenta protesto no Centro durante evento O astronauta Malcom Scott Carpenter ajudará a fotografar o eclipse Opinião CORREIO POPULAR A3 Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013 CORREIO @correiopontocom e-mail: leitor@rac.com.br NÃO PERGUNTA DE HOJE MARIA DE FÁTIMA LEITURAS INTERATIVAS EDITORIAL .COM.BR SIM
  • 4. Cidade teve, no ano passado, o menor número de vítimas de acidentes desde 1995, afirma Emdec Patrícia Azevedo DA AGÊNCIA ANHANGUERA patricia.azevedo@rac.com.br Campinas registrou, em 2012, o menor número de mortos em acidentes da sua história. Foram 78 vítimas fatais contra as 145 registradas no ano ante- rior, uma queda de 47,3%. A medição começou a ser feita pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campi- nas (Emdec) em 1995, quando 181 pessoas morreram. Antes de 2012, o ano que havia regis- trado o menor número de víti- mas tinha sido 2005, com 87 mortos. Proporcionalmente, a que- da também é significativa. Em 1995, quando a frota de veícu- los em Campinas era de apro- ximadamente 352 mil veícu- los, segundo a Emdec, foram 5,14 mortes para cada 10 mil veículos. No ano passado, com 788 mil veículos, o índice caiu para 0,9 morte para cada 10 mil veículos. Os motociclistas conti- nuam sendo a maior parte das vítimas. “Cerca de 50% das víti- mas que estavam em motos têm entre 18 e 30 anos. São jo- vens que, muitas vezes, usam a moto para trabalhar”, afir- mou o secretário de Transpor- te, Sérgio Benassi. O relatório mostrou que o número de mortes entre os motociclistas teve a maior re- dução, com queda de 64%. Se- gundo a Emdec, isso é reflexo da campanha direcionada à categoria no ano passado. O número de mortos entre os pe- destres caiu 38% e entre os motoristas de carros, 48,6%. “Tivemos uma redução impor- tante que é fruto de uma série de ações educativas”, afirmou o secretário Benassi. O número total de aciden- tes e de feridos ainda não foi levantado e deve ser divulga- do em breve. O anúncio foi fei- to ontem durante o lançamen- to da Campanha Trânsito Ami- go, uma ação permanente de segurança no trânsito que en- volve escolas e a comunidade. “A meta é conscientizar os mo- toristas, ciclistas e pedestres sobre o respeito às regras de trânsito e o respeito ao próxi- mo. Além disso, faz parte da minha Administração garantir investimentos na melhoria do transporte de massa”, disse o prefeito Jonas Donizette (PSB). O objetivo da campanha é reduzir os índices de aciden- tes e de mortes no trânsito, promover uma cultura de paz, segurança e qualidade de vida nas vias da cidade. Serão intensificadas ações de fiscali- zação, educação e engenha- ria. Entre as ações de engenha- ria estão planejamento do sis- tema viário, do trânsito, do transporte e da engenharia de tráfego para garantir maior se- gurança e fluidez no trânsito. Simulação Uma simulação de acidente de trânsito com carros e mo- tos chamou a atenção de quem passou pelo Largo do Rosário na manhã de ontem. “Eu achei que fosse um aci- dente de verdade, a mulher es- tava passando mal no chão. Mas é bom chocar assim para ajudar o pessoal a ter mais consciência”, explicou o apo- sentado José Reis da Silva. O relatório sobre acidentes de trânsito em Campinas revelou que metade das vítimas fatais que foram submetidas a exame de dosagem alcoólica estavam com o teor acima do permitido. Do total de mortos, apenas 53%, o equivalente a 41 pessoas, foram submetidas a exame porque não chegaram a receber qualquer tipo de atendimento médico e medicação, o que poderia alterar o resultado do teste. Deste total, 20 apresentaram teor igual ou superior a 0,6 decigramas de álcool por litro. Do total de pessoas que foram submetidas ao teste, 45% eram motociclistas, 33% eram pedestres e 45% eram motoristas de carros, ônibus ou caminhões. “O que podemos observar é que o álcool é o fator que mais provoca as mortes no trânsito”, afirmou o secretário de Transporte, Sérgio Benassi. Segundo o secretário, o combate ao consumo de bebida alcoolica por motoristas será um dos focos das campanhas de conscientização no trânsito. “Vamos intensificar esse aspecto nas campanhas educativas”, disse. (PA/AAN) Sugestões de pautas, críticas e elogios: cidades@rac.com.br ou pelos telefones 3772-8221 e 3772-8162 Atendimento ao assinante: 3736-3200 ou pelo e-mail saa@rac.com.br Editores: Adriana Villar, Claudio Liza Junior, Jorge Massarolo, Luís Fernando Manzoli e Marcia Marcon Chefe de reportagem: Guilherme Busch Grupo, que contava com cerca de 15 integrantes, pedia redução na tarifa de transporte público e instauração de CPI Campinas reduz mortes no trânsito Secretário de Transporte Metade das vítimas estava alcoolizada Um manifestante que protesta- va pela redução da tarifa do transporte público em Campi- nas atirou água contra o prefei- to Jonas Donizette (PSB) na manhã de ontem. A agressão aconteceu no momento em que o prefeito se preparava pa- ra sair da praça, após partici- par do lançamento da Campa- nha Trânsito Amigo, e se diri- gia ao seu carro. Jonas foi cer- cado por um grupo de 15 ma- nifestantes, que gritavam pala- vras de ordem contra o secretá- rio de Transporte, Sérgio Be- nassi, e cobravam a instalação de uma Comissão Parlamen- tar de Inquérito (CPI) da Tari- fa. Assessores ligados ao prefei- to Jonas identificaram a pes- soa acusada da agressão — se- ria ligada ao Psol. A reporta- gem entrou em contato com a jovem, estudante da Unicamp, e ela negou que tenha sido a autora da agressão. A jovem contou que estava na manifes- tação e disse que não conse- guiu ver quem atirou a água contra o prefeito. Ela disse ain- da que houve empurra-empur- ra entre os manifestantes e os seguranças. “Ele perdeu a com- postura quando respondeu aos manifestantes”, disse uma das participantes do protesto. Depois do incidente, o pre- feito, que não contava com a segurança da Guarda Munici- pal no momento, seguiu cami- nhando pela Rua General Osó- rio enquanto esperava a chega- da do carro oficial. Sem apoio da GM, o prefeito foi protegi- do pelos seus dois seguranças e por outros funcionários da Emdec até a chegada da Polí- cia Militar, que acompanhou o protesto. O protesto começou duran- te o discurso de Benassi e Jo- nas. Os manifestantes do Cole- tivo Domínio Público de Movi- mento Estudantil promove- ram um apitaço e gritaram pa- lavras de ordem cobrando que os vereadores presentes assi- nassem a CPI da Tarifa. Irrita- do, Jonas respondeu aos mani- festantes quando ouviu que ele não os representava: “Eu fui eleito com 58% dos votos, então eu represento sim a po- pulação de Campinas”. Gustavo Petta (PCdoB), que participava da solenidade, tam- bém respondeu à provocação dos manifestantes. “Eu partici- pei do movimento estudantil e das lutas pelo passe livre e aju- damos a conseguir o desconto de 60% para estudantes”, dis- se. A Guarda Municipal infor- mou, por meio da assessoria de imprensa, que o prefeito tem por filosofia não sobrecar- regar os aparatos de seguran- ça da cidade, manter o conta- to com o povo e estar aberto ao diálogo. Ainda segundo a assessoria, no evento de on- tem, não parecia ser necessá- rio o reforço ostensivo da segu- rança, já que havia número pe- queno de participantes e o pre- feito conta com sua segurança pessoal. (PA/AAN) Manifestante joga água em Jonas durante protesto Fotos: Érica Dezonne/AAN Em números proporcionais, a queda também é significativa SÉRGIO BENASSI Editoria de Arte: Sena/AAN As mortes por acidente de trânsito em Campinas 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 181 158 142 111 106 109 94 102 89 92 87 96 120 136 118 104 145 78 Fonte: Emdec “Tivemos uma redução importante (nos acidentes com moto) que é fruto de uma série de ações educativas.” Cidades CAMPANHA ||| CONSCIENTIZAÇÃO Simulação de acidente no Largo do Rosário faz parte de campanha lançada ontem: Emdec quer envolver escolas contra a violência no trânsito Jonas Donizette caminha, já com segurança e policiais, após ser atingido por água: “Aberto ao diálogo” Vídeo da cobertura da abertura da campanha A4 CORREIO POPULAR Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
  • 5. Na primeira decisão administrativa, prefeito segue passos do pai e dá R$ 1 mil para cada funcionário Bruna Mozer DA AGÊNCIA ANHANGUERA bruna.pinto@rac.com.br Na primeira decisão adminis- trativa de seu governo, o pre- feito de Paulínia, Edson Mou- ra Júnior (PMDB), segue os passos do pai, ex-prefeito da cidade, e anuncia um bônus de R$ 1 mil que será pago até o final de seu mandato, em 2016, para todos os servido- res. A Prefeitura tem hoje cer- ca de 5 mil funcionários públi- cos, o que representa um cus- to de R$ 5 milhões nos quatro anos de governo. Júnior, que assumiu o Executivo há uma semana, também anunciou ontem o economista Renato Netto Cardoso como novo se- cretário de Saúde — a pasta estava há seis dias sem chefia —, e a retomada do polo de ci- nema ainda este ano. O abono será pago em qua- tro parcelas de R$ 250 por ano. O primeiro pagamento será efetuado em outubro e os demais em março de 2014, de 2015 e 2016, até completar o valor total. A Prefeitura não informou qual o impacto des- se benefício no Orçamento da cidade. Segundo o Executivo, o gasto está dentro do limite de Responsabilidade Fiscal. “A nossa meta é valorizar e oferecer as melhores condi- ções aos servidores públicos. Vamos motivar nossos funcio- nários”, disse o prefeito duran- te o anúncio. Moura Júnior também garantiu que irá ace- lerar o andamento do plano de cargos e carreira — cursos de reciclagem e aprimoramen- to serão oferecidos — além de corte de horas extras. Quando esteve à frente da Prefeitura, o ex-prefeito Ed- son Moura deu abono de R$ 1,5 mil aos funcionários pú- blicos. A prática foi seguida pelo ex-prefeito José Pavan Júnior (PSB), que o sucedeu e concedeu um adicional de R$ 300 nos quatro anos de seu governo. Na época, o abono concedi- do por Moura foi contestado na Justiça porque era propor- cional à carga horária exerci- da pelo funcionário, o que prejudicou, por exemplo, al- guns profissionais como os professores. De acordo com a Prefeitura, a decisão anuncia- da ontem por Júnior será igual para todos os trabalha- dores, independentemente do cargo, salário ou jornada de trabalho. Cinema Em seu primeiro anúncio on- tem, Júnior também garantiu que o polo cinematográfico se- rá retomado, com o início dos cursos ainda este ano. Tam- bém será feito um levanta- mento para avaliar a condi- ção dos equipamentos e insta- lações do projeto. Reporta- gens publicadas pelo Correio este ano revelaram estado de abandono do local. A Prefeitu- ra alegou, na época, que não havia interesse por parte de grupos pelos projetos, mas que novo edital seria aberto neste mês. Quanto ao Festival de Cinema, a antiga gestão re- solveu direcionar a verba para as áreas sociais. “O Município ganhou projeção nacional e retornos financeiros. Quere- mos retomar essa forma de desenvolvimento econômico e cultural”, disse Júnior. Pauliprev O prefeito também quer uma auditoria nos investimentos do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Paulínia (Pauliprev). Existem suspeitas de que investimen- tos feitos pela antiga diretoria causaram prejuízos ao fundo de pensão. O prejuízo pode ter chegado aos R$ 42 mi- lhões, segundo informações da Prefeitura. “Existem indí- cios de falta de respeito com o dinheiro dos funcionários públicos. O momento é delica- do e vamos ter muito cuidado com o futuro de nossos servi- dores”, afirmou o presidente do instituto, Mario Lacerda. Moura Jr. anuncia bônus a servidor Economista é nomeado para comando da Saúde O economista Renato Netto Cardoso foi nomeado ontem secretário de Saúde de Paulínia. A pasta ficou sem comando por seis dias, embora seja considerada como prioridade pelo prefeito Edson Moura Júnior (PMDB). Ainda estão sem comando as áreas de Educação; Planejamento, Desenvolvimento e Coordenação e Defesa Civil. No sábado, o nome de José Carlos Bueno Queiroz foi anunciado como chefe de Gabinete. Cardoso afirmou que está preparado para realizar um choque de gestão na área da Saúde, mas que ainda não teve tempo de identificar os gargalos do setor. Por isso, reuniões serão realizadas nos próximos dias com técnicos da área. Embora não seja da área médica, ele afirma que é preciso saber administrar para conseguir colocar a Saúde nos eixos. “A Saúde precisa de uma boa gestão”, disse. Ligado ao PSDB, Cardoso já foi candidato a prefeito de Hortolândia em 2004, mas saiu derrotado. Ele também fez parte do governo de Sumaré, na gestão de Paulino Carrara (PSDB) — de 1989 a 1992. Cardoso chegou a ocupar o cargo de chefe de Gabinete à época. Na gestão do ex-prefeito de Hortolândia Jair Padovani (PSDB), o economista também assumiu secretarias de Finanças, Planejamento, Infraestrutura e também a chefia de Gabinete. Cardoso afirma morar há seis anos em Paulínia por segurança de sua família após divergências políticas nessas duas cidades. “Eu conhecia o Moura Júnior, a gente conversava muito sobre gestão pública. Ele me chamou e eu aceitei o desafio”, disse. Há um dia no governo, ele não soube falar sobre futuras obras, falta de médicos ou novos projetos no setor. (BM/AAN) Érica Dezonne/16jul2013/AAN PAULÍNIA ||| EXECUTIVO Moura Jr. faz sinal de positivo no dia de sua posse como prefeito Concessão do benefício custará R$ 5 milhões aos cofres públicos CIDADES CORREIO POPULAR A5 Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
  • 6. SAIBAMAIS Nas regiões definidas para receber a transferência de potencial poderão ser construídas até 20% a mais do que a legislação de uso e ocupação do solo permite. Só estão proibidos de utilizar a legislação os proprietários de bens naturais ou de interesse ambiental, sobre os quais pesam restrições ou impedimentos à edificação. Maria Teresa Costa DA AGÊNCIA ANHANGUERA teresa@rac.com.br Há quatro anos a Prefeitura vem impedindo proprietários de imóveis considerados patri- mônio de Campinas de obter recursos para a recuperação dos bens. Uma das edificações é a Catedral Metropolitana, que tem empresários interessa- dos em comprar o potencial construtivo do prédio para uti- lizá-lo em outras áreas, mas es- tão impedidos porque a Admi- nistração, desde 2009, quando a lei de transferência do poten- cial construtivo foi aprovada, não sabe o que fazer com ela. Assim, sem poder vender o po- tencial, porque a Prefeitura não emite os certificados, o restauro da Catedral está para- do, por falta de recursos. O secretário de Administra- ção, Sílvio Bernardin, infor- mou que há um grupo estu- dando a lei e deve propor algu- mas alterações para torná-la mais atrativa. Um problema que existe, segundo ele, no ca- so dos bens tombados, é que eles estão enquadrados na zo- na 18, que permite construir uma vez a área do terreno. A Catedral, por exemplo, é zona 18, mas está inserida no Cen- tro, que é zona 17 (permite construir cinco vezes a área do terreno). Está em análise manter o zoneamento dos bens tombados, mas para efei- to de transferência do poten- cial construtivo será utilizada a regra do entorno do bem. “Estamos analisando e deve- mos enviar um projeto a Câ- mara promovendo a altera- ção”, afirmou. O secretário de Cultura e presidente do Conselho de De- fesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc), Ney Carrasco, disse que a lei é es- sencial. “Com ela, poderemos alavancar investimentos para recuperar patrimônios priva- dos e também públicos”, afir- mou. Para o diretor regional do Sindicato da Habitação (Se- covi), Jorge Fuad Cury, a trans- ferência de potencial construti- vo é um dos instrumentos mais importantes e justos, que estimulam os atuais proprietá- rios e seus futuros herdeiros na preservação e recuperação dos bens históricos. “Esse pa- trimônio preservado será um marco na formação cultural das futuras gerações e no com- promisso do desenvolvimento sustentável”, afirmou. Sem verbas para recuperar edificações como o Centro de Convivência Cultural, a Prefei- tura pode, por exemplo, ven- der o potencial construtivo da- quela área e obter recursos pa- ra as obras necessárias, mas a morosidade é tanta que mes- mo a Catedral, que foi autori- zada pelo Condepacc a vender o potencial construtivo, ainda não obteve o documento que permite a transação. A legislação diz que o pro- prietário que desejar utilizar o mecanismo de transferência receberá um Certificado de Po- tencial Construtivo Decorren- te do Tombamento (CPC-T) que é emitido pela Prefeitura e com o qual pode negociar no mercado imobiliário. Esse cer- tificado define a quantidade de metros quadrados que o proprietário poderá transferir. A expedição da CPC-T ficará condicionada à assinatura, pe- lo proprietário, de compromis- so de efetiva recuperação do imóvel tombado. O certificado terá validade por três anos e se não utilizá-lo nesse período poderá requerê-lo novamente. O mercado tem interesse em comprar os certificados, se- gundo o presidente do Institu- to de Arquitetos do Brasil (IAB) em Campinas, Alan Cury. “A Prefeitura tem interes- se nesta negociação, mas é preciso ter regulação séria pa- ra que a sua aplicação não pre- judique a infraestrutura local onde será aplicada a nova construção”, afirmou. A venda do potencial cons- trutivo é a esperança para a ob- tenção das verbas necessárias para a conclusão do restauro da Catedral. A Arquidiocese de Campinas está autorizada, pe- lo Ministério da Cultura, a cap- tar os R$ 7,1 milhões necessá- rios à obra, utilizando a lei de incentivos fiscais. Até o mo- mento, conseguiu apenas uma doação — de R$ 350 mil, pelo Banco Itaú, que está usan- do a lei de incentivos (Lei Rouanet) para repassar parte do imposto de renda devido ao restauro. Com essa doação ainda não é possível iniciar a obra, porque a lei exige que es- tejam depositados em conta específica pelo menos 20% do valor total da obra. Na segunda fase do restau- ro serão recuperadas a cúpula, torre, as quatro fachadas, além dos sistemas elétrico e hi- dráulico e de comunicação. O restauro é parte de um projeto que pretende tornar a Cate- dral um complexo religioso e cultural e prepará-la para ser a âncora turística da cidade do grandes eventos que ocorre- rão em 2014 e 2016, com a Co- pa do Mundo e as Olimpíadas. Proprietário pode vender capacidade de obra impedida de usar em bem tombado A transferência de potencial construtivo é mecanismo ur- banístico que compensa os donos de imóveis históricos do eventual engessamento imobiliário provocado pelo tombamento. Pela lei, os pro- prietários recebem um Certi- ficado de Potencial Constru- tivo (CPC) e ficam autoriza- dos a transferir para outro terreno o potencial construti- vo que foi impedido de utili- zar na área onde está o bem tombado. Ele poderá, inclusi- ve, vender esse potencial. No caso da Catedral, cujo terreno tem 2.190 metros quadrados e está situada em uma área onde o zoneamen- to permite a construção de um imóvel com cinco vezes a área do terreno, haveria possibilidade de construir, ali, uma imóvel de cerca de 11 mil metros quadrados. Co- mo o prédio é tombado e, portanto, não pode ser de- molido para dar lugar a uma torre comercial, por exem- plo, a Arquidiocese de Cam- pinas, proprietária do bem, poderá vender esse poten- cial, de forma que o compra- dor possa usar a quantidade de metros quadrados adqui- rida em outro lugar. O di- nheiro da venda será usado obrigatoriamente na recupe- ração da igreja. Para que isso ocorra, precisará alterar a lei, porque a Catedral tem zo- neamento 18. A transferência, no entan- to, não poderá ser feita para qualquer lugar. A legislação autoriza o repasse do direito de construir para os bairros São Quirino, Vila Nova, Cas- telo, Nossa Senhora Auxilia- dora, Parque Brasília, Jardim Garcia, Campos Elíseos, Au- rélia, Vila Teixeira, Pompeia, Ponte Preta, Proença, São Fernando, Nova Europa, Jar- dim dos Oliveiras, Valença, Campo Grande, Mauro Mar- condes, San Martin, Nova Aparecida e Fazendi- nha.(MTC/AAN) Eu represento a população, sim. Fui eleito com 58% dos votos. Quem foi que teve a maior redução da tarifa de ônibus no País? Fomos nós. Falta de conhecimento sobre lei trava restauro Presidente DO IAB Da Sanasa Do prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), após ouvir dos manifestantes que ele não os representa. Era para ser discreto Prefeitura não sabe lidar com transferência de potencial construtivo César Rodrigues/AAN milene@rac.com.br Xeque-Mate ALAN CURY Donodeimóvelhistóricoécompensado Fechou o tempo A pé mesmo A situação ficou meio con- fusa e Jonas decidiu descer a General Osório a pé. Era o prefeito na frente, a impren- sa no meio e os manifestan- tes atrás. Quem passava pelo Centro não entendeu nada. Vou continuar Apesar dos protestos e do governo afirmar que as reivin- dicações não são pautadas por ações locais, mas sim por uma agenda nacional, so- brou para o prefeito ontem. A ação dos manifestantes, di- zem interlocutores do gover- no, não vai impedir o peesse- bista de continuar com seus discursos na rua. Não se espantou Os manifestantes, mesmo tendo levado cartazes com os dizeres “Fora Benassi”, não conseguiram intimidar o chefe do Transporte em Cam- pinas. Isso porque, como ve- reador, ex-líder de governo do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT) e ten- do sido o único a não votar pela cassação do pedetista em 2011, Benassi está mais do que acostumado a mani- festações contrárias às suas ações. Vai pagar Corre nos bastidores a in- formação de que o governo Jonas não vai dar conta de pagar o adiantamento do 13º salário dos aposentados e pensionistas no último dia deste mês. O Executivo infor- mou ontem que está tudo certo com o pagamento e que no dia 30 fará o depósi- to. Atraso no pedágio O deputado Gerson Bitten- court (PT) apresentou um projeto de lei que obriga as concessionárias de rodovias a suspender a cobrança de pedágio e permitir a libera- ção da passagem de veículos quando ocorrer atraso no atendimento. A regra será aplicada quando o usuário permanecer um tempo máxi- mo de cinco minutos em fila ou quando a fila ultrapassar 200 metros de extensão. Se a proposta for aprovada, a vol- ta do Litoral durante os feria- dos pode render economia ao bolso dos motoristas. Verba A Casa Maria de Nazaré afirmou que recebeu de emenda da deputada esta- dual Ana Perugini (PT) R$ 30 mil. O total de R$ 300 mil de emendas colocado pela colu- na foram distribuídos para quatro cidades e duas entida- des. IMÓVEIS ||| PATRIMÔNIO MILENE MORETO “É preciso ter regulação séria para que a sua aplicação não prejudique a infraestrutura local onde será aplicada a nova construção.” Um pequeno grupo de manifestantes resolveu tirar o sossego do prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), durante o lançamento da Campanha Trânsito Amigo, ontem, no Centro. Com faixas e apitos, os integrantes do Coletivo Domínio Público de Movimento Estudantil cobraram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os dados das planilhas de custo do transporte público e pressionaram por uma redução maior no preço atual da tarifa, que é de R$ 3,00 Uma manifestante que estava no local ainda jogou água nas costas do prefeito. Os integrantes do movimento disseram que Jonas e o presidente da Emdec, Sérgio Benassi, não os representavam. Nesta hora, o peessebista revidou e disse que representava sim, uma vez que foi eleito com 58% dos votos. Com o clima tenso, Jonas fez o lançamento, falou com a imprensa e se preparou para ir embora. O problema é que o carro oficial não estava lá. Interlocutores do governo Jonas fizeram ontem uma observação sobre o evento promovido na última semana dentro do Hospital Mario Gatti para reabrir leitos em reforma. A presença dos políticos na unidade de Saúde fez com que médicos e pacientes pedissem silêncio nos corredores. Os integrantes da Administração disseram que não houve convite a políticos para que acompanhassem o anúncio. O que aconteceu foi que a turma acabou aparecendo por lá e atrapalhando a rotina do hospital. Os interlocutores de Jonas também disseram que escolheram o andar mais esvaziado e a última sala, justamente, para evitar tumultos na unidade de saúde. O restauro da Catedral está parado porque a Prefeitura não emite certificados para captar recursos Secretário diz que grupo vai propor alterações em regras A6 CORREIO POPULAR CIDADES Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
  • 7. Traficantes do bairro relatam ao MP o medo dos moradores com as ações de extorsão dos investigadores Luciana Félix Milene Moreto DA AGÊNCIA ANHANGUERA luciana.felix@rac.com.br milene.moreto@rac.com.br Os depoimentos dos trafican- tes ligados à quadrilha de Wan- derson Nilton de Paula Lima, o Andinho, ao Ministério Público (MP), revelam o pânico vivido pelos moradores da região do Jardim São Fernando, em Cam- pinas, com as ações dos poli- ciais do Departamento Esta- dual de Repressão ao Narcotrá- fico (Denarc) que buscavam propina no bairro para, em tro- ca, liberarem o tráfico. O medo de serem mortos pelos investi- gadores não ficou restrito aos familiares dos traficantes envol- vidos e que chegaram, inclusi- ve, a serem sequestrados, mas passou também a ser sensação comum, uma rotina na vida dos campineiros que moram na região. No bairro impera a lei do si- lêncio. As pessoas que vivem lá preferem não dar nenhuma de- claração sobre o assunto, mas confirmam que sabiam das ações dos policiais do Denarc na região e da extorsão, co- mum há alguns anos. Em mui- tos relatos dos traficantes e de pessoas vítimas da quadrilha de policiais, as ações violentas e agressivas dos integrantes do Denarc eram feitas no meio da rua e presenciadas por todos. Segundo as declarações dos traficantes aos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os policiais não fa- ziam questão de passarem des- percebidos. Pelo contrário, quando o pagamento da propi- na atrasava, eles chegavam no bairro em veículos sem identifi- cação, transitavam chamando a atenção e até atiravam para cima para intimidar os morado- res. O terror imposto pelos in- vestigadores era uma forma de pressionar os integrantes do tráfico a efetuarem o pagamen- to de forma rápida. As declarações que denun- ciam o medo fazem parte do re- latório usado pelo Gaeco para fundamentar as prisões de no- ve policiais civis — dois de Campinas e sete de São Paulo — acusados de extorquir trafi- cantes para permitir a comer- cialização de drogas na região do São Fernando. Os policiais de Campinas são acusados de participar de outro esquema de cobrança de propina para li- beração do tráfico no bairro. Eles recebiam um mensalinho de R$ 20 mil dos traficantes. Os nove investigadores es- tão presos há uma semana após uma operação conjunta do MP e da Corregedoria da Po- lícia Civil. Segundo as investiga- ções que tiveram início em ou- tubro do ano passado, os envol- vidos da Capital teriam recebi- do R$ 2 milhões dos traficantes desde o final de 2012. Os poli- ciais vinham de São Paulo para praticar a extorsão em Campi- nas. Quando não conseguiam o dinheiro, sequestravam, agre- diam e até torturavam familia- res e conhecidos dos trafican- tes. De acordo com os relatos dos traficantes, os policiais che- gavam ao bairro e pegavam me- ninos na rua e os agrediam, sem qualquer motivo. Em uma das ações, eles prenderam duas mulheres. Elas foram tortura- das com um aparelho de cho- que e levaram socos e chutes no rosto. O motivo era que uma delas foi vista conversan- do com um dos traficantes que deveria ter entregado o dinhei- ro aos policiais. Eles queriam sa- ber o paradeiro do criminoso. Para se precaver, os próprios traficantes montaram uma re- de de informação para detectar a chegada dos carros “frios” dos investigadores no bairro. Eles já sabiam as placas e os modelos usados, que eram sem- pre os mesmos. E se comunica- vam quando os veículos eram vistos. Segundo eles, os carros descaracterizados usados pelos investigadores eram um Corsa preto, Saveiro preta, Linea pra- ta, Astra preto, Troller preto, Sa- veiro branca e Parati prata. O medo “A situação estava ficando difí- cil. Todo mundo da região, principalmente minha família, estava com medo de ser morta pelo pessoal do Denarc”, afir- mou o traficante Aguinaldo Aparecido da Silva Simão, co- nhecido como Codorna. Aguinaldo foi sequestrado pelos policiais e coordenou ou- tros traficantes para consegui- rem reunir e entregar R$ 200 mil aos investigadores. Além dele, sua mulher e filha, uma prima e a filha dela também fi- caram horas nas mãos dos poli- ciais até a quantia ser entregue. A ação aconteceu no começo deste ano. “Eles queriam R$ 200 mil para ‘reforçar a amiza- de’. Eles eram perigosos e cum- priam o que prometiam. Fui obrigado a correr atrás do di- nheiro pra eles. Eles prende- ram duas meninas e inventa- ram que estavam com drogas”, disse Codorna ao MP. Outro traficante identifica- do como Lucas Escotão, tam- bém responsável pelo paga- mento da propina, foi seques- trado pelos policiais e afirma no depoimento que tinha me- do das ações dos investigado- res. “Normalmente, eles pega- vam moleques na rua e batiam neles, dando ordens para que os moleques dissessem onde eu e o Codorna estávamos. Al- gumas vezes, eles chegaram a efetuar disparos de arma de fo- go para cima para intimidar as pessoas. Uma vez entraram na casa de um rapaz e lá rouba- ram várias coisas, inclusive a quantia de R$ 20 mil.” Em seu depoimento, ele afirma que os policiais conseguiram pegá-lo e, na sequência, começaram a prender qualquer pessoa que ele conhecesse. “Eles me colo- caram na Blazer e passaram a transitar comigo pelo São Fer- nando. Eles também trouxe- ram pessoas para a viatura. Jo- garam todas as pessoas dentro da Blazer e nós fomos levados até o hipermercado Extra Aboli- ção. Ficamos lá no estaciona- mento. Lá nos bateram de- mais”, afirmou no relatório. Atualmente, os dois traficantes estão presos por tráfico, as ou- tras pessoas foram liberadas pe- los policiais. Uma das pessoas que foram agredidas pelos policiais foi Ja- naina de Souza Ribeiro, conhe- cida como Neguinha. Ela foi presa acusada de tráfico de dro- ga. Informação que ela nega e diz que os policiais armaram para ela e sua amiga. “O poli- cial veio em direção ao carro e começou a gritar conosco dan- do ordens para que falássemos onde havia droga na favela. Nós dizíamos que não sabía- mos de nada. O policial disse que então iríamos presas no lu- gar de Guina (Aguinaldo) e Es- cotão (Lucas). O policial come- çou a bater em mim.” Janaina afirmou também ter sido tortu- rada com aparelho de choque. “Ele ligou essa máquina em uma tomada do carro e aumen- tou o volume do som do veícu- lo. Então, ele começou a me dar choques nos dedos da mão. Ele queria que eu disses- se onde o Escotão estava escon- dido. Como não sabia, eles con- tinuaram dando choques. Foi muito sofrimento. Eles ficaram horas lá nos torturando”, afir- mou no relatório. Policiais aterrorizavam São Fernando Promotores fazem acareação com traficantes O s promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) vão ouvir hoje os policiais presos na última semana acusados de extorsão, tortura, sequestro e corrupção e promover uma acareação e reconhecimento entre os traficantes ligados a Andinho envolvidos no caso, e que também foram presos. Os depoimentos estão marcados para as 9h na sede do Ministério Público (MP). Na última semana os promotores ouviram os dois delegados do Denarc envolvidos no esquema. Um deles, Clemente Castilhone, já foi liberado da prisão. Seu envolvimento era restrito ao suposto vazamento das informações sobre as investigações do MP. O outro delegado, Fábio Alcântara, é suspeito de integrar o esquema criminoso e deverá retornar hoje à cidade para ficar frente a frente com traficantes e testemunhas do esquema criminoso supostamente operado pelos policiais do Denarc. Os dois policiais de Campinas lotados no 10º Distrito Policial, Renato Peixeiro Pinto e Mark de Castro Pestana, também virão hoje ao Ministério Público. Eles são acusados de terem envolvimento em outro esquema de pagamento de propina, no qual receberiam dos traficantes do São Fernando cerca de R$ 20 mil para que o tráfico não fosse combatido no local. (MM/AAN) Cedoc/RAC DENARC ||| TRÁFICO Investigações do Gaeco culminaram na prisão de sete policiais do Denarc: violência para obter propina Comunidadeadota lei dosilêncio; situação foi reveladaem depoimento CIDADES CORREIO POPULAR A7 Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
  • 8. SAIBAMAIS O programa de computador utilizado pelos alunos para desenvolver os robôs é o Scratch, criado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e disponível nos equipamentos do Programa Um Computador por Aluno (UCA). O software foi desenvolvido para ser usado por crianças a partir de 8 anos e envolve conceitos matemáticos e informática básica. Com ele, é possível também criar histórias animadas e jogos. A interface gráfica permite montar protótipos usando ferramentas que lembram os brinquedos de armar, com peças que se encaixam formando figuras tridimensionais. O programa pode ser baixado gratuitamente na internet. Iniciativa de professoras do 5º ano desfaz mitos e estimula a investigação e descobertas Fabiano Ormaneze ESPECIAL PARA A AGÊNCIA ANHANGUERA fabiano.ormaneze@rac.com.br Não é de hoje que, nas esco- las particula- res, os robôs já aceleram nas mãos de alunos nas aulas de robótica. Mas, nos colégios pú- blicos, eles ainda patinam, a não ser por experiências como a da professora Gisele Flávia Alves Oliveira Giachetto, da Es- cola Municipal de Ensino Fun- damental (Emef) Elza Maria Pellegrini de Aguiar, no Par- que D. Pedro II, em Campi- nas. Ela e a colega Valéria Al- ves dos Santos Salgado, res- ponsáveis pelas classes de 5º ano, conseguiram, em 2013, in- cluir a robótica como ativida- de curricular e, a partir desse impulso, incorporar todas as disciplinas do currículo. “Em muitas escolas, a robó- tica é colocada como uma au- la extra, fora do horário nor- mal, inclusive. Nossa propos- ta é utilizá-la como uma ma- neira de trabalhar as investiga- ções, as descobertas e a inter- disciplinaridade”, explica a professora Gisele. O projeto começou tímido no ano passado, como um pi- loto, a partir da inclusão da es- cola no Programa Um Compu- tador por Aluno (UCA), do go- verno federal, que distribuiu, em escolas públicas de todo o País, laptops para os estudan- tes. O projeto conta com o apoio do Núcleo de Informáti- ca Aplicada à Educação (Nied), da Universidade Esta- dual de Campinas (Unicamp) e as professoras tiveram o apoio do pesquisador João Vi- lhete para desenvolver as pri- meiras aulas de robótica, usan- do o programa Scratch, dispo- nível nos computadores entre- gues aos alunos. Como os resultados no ano passado, quando a atividade era complementar, foram aci- ma do esperado, a escola re- solveu adquirir um kit de ro- bótica com peças, parafusos, roldanas, jogos e brinquedos de montar para que o projeto pudesse ser a chave do traba- lho com todas as disciplinas do 5º ano. Na primeira fase, as professoras — cada uma res- ponsável por uma turma de cerca de 27 alunos — questio- naram os estudantes sobre os objetivos da robótica e como um robô pode ser incorpora- do à vida humana. “Interes- sante notar que, nessa primei- ra abordagem, a maioria tem a visão de um robô propaga- da pelos filmes, como um hu- manoide, com características que lembram o homem”, lem- bra Valéria. Interdisciplinaridade De posse desse levantamento prévio, as professoras organi- zaram, então, uma pesquisa bibliográfica sobre robótica. Nesse ponto, começou a inte- ração entre as disciplinas. Em português, os alunos produ- zem os textos, fazem os relató- rios das descobertas, estudam os gêneros textuais em que os materiais pesquisados foram produzidos e precisam exerci- tar a oralidade, apresentando os resultados aos colegas. Da mesma forma, em história e geografia, eles contextualizam a interação entre homem e máquina desde a Revolução Industrial e os locais em que essa prática está mais dissemi- nada atualmente. Em paralelo, os alunos aprendem a usar o programa que vão utilizar para projetar o robô. Como um primeiro exercício, cada grupo de cinco alunos teve que desenvolver um protótipo usando apenas o material disponível em casa, em geral sucata. Com os resul- tados, outros questionamen- tos: “Procuramos mostrar a função social da tecnologia e como o homem pode usar seus conhecimentos para o bem da sociedade”, conta Gi- sele. Isso porque, como os alu- nos têm cerca de 10 anos, é muito comum a imagem dos desenhos animados e dos fil- mes de ficção científica. Depois dessa primeira ten- tativa e da contextualização so- bre o papel dos robôs, o traba- lho, neste ano, usou a temáti- ca água e sustentabilidade co- mo estímulo. “Assim, envolve- mos também os conteúdos de ciências”, afirma Valéria. No uso das ferramentas do progra- ma de computador, em que, primeiro, o robô é esquemati- zado, os alunos também preci- sam de conceitos de matemáti- ca e de raciocínio lógico. O desafio está lançado: ago- ra, no segundo semestre, cada equipe de cinco alunos deve- rá projetar e produzir, usando o kit de robótica comprado pe- la escola, um robô que tenha utilidade diante dos proble- mas ambientais. “Já começam a surgir e a ser desenvolvidos, por exemplo, ideias sobre car- ros para a coleta do lixo, uma prova de que eles já absorve- ram que a robótica é mais do que a imagem fantasiosa que possuíam antes das aulas”, acredita Gisele. Os robôs que encerram as atividades devem estar pronto até o final do ano. Investigação De acordo com Gisele, o obje- tivo do projeto é fugir dos mo- delos e permitir que os alunos descubram quais as etapas do processo de aprendizagem de qualquer conteúdo. “Em mo- mento algum, nós damos uma receita de como um robô é feito. Vamos construindo o conhecimento e descontruin- do ideias equivocadas ou sim- plistas que os alunos trazem”, diz. Além disso, mesmo nos assuntos mais teóricos, de al- guma forma, a robótica é en- volvida. Dia desses, por exem- plo, a professora trabalhava trânsito com os alunos e uma das formas de envolver o mun- do tecnológico foi a explica- ção de como funciona um se- máforo. “Os alunos ficam mais en- volvidos, pois isso aguça a curiosidade. Nós, professoras, também aprendemos muito, pois esse assunto não faz par- te da formação de nenhum educador. É um aprendizado constante para todos, em que as bases são a problematiza- ção e a investigação”, afirma Valéria. A s professoras Gisele Flávia Alves Oliveira Giachetto e Valéria Alves dos Santos Salgado não só têm o privilégio de contar com o kit robótica, adquirido com recursos próprios da escola, como também de trabalhar numa unidade beneficiada pelo Programa Um Computador por Aluno (UCA), do Ministério da Educação (MEC), que atende a 300 escolas públicas em todo o País e já distribuiu cerca de 150 mil laptops, desde 2010, quando começou a ser implantado. O programa começou a ser criado em 2005 e foi apresentado como uma estratégia de inclusão digital no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. As escolas — estaduais ou municipais — são escolhidas a partir de uma avaliação do MEC que envolve localização, quantidade de alunos, anuência dos professores e proximidade com núcleos de estudo de informática aplicada ao ensino, como é o caso da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Na cidade, apenas a Elza Maria Pellegrini de Aguiar, com cerca de 500 alunos, faz parte do programa. Na região, uma escola de Pedreira também está contemplada, envolvendo outros 400 estudantes. No Brasil, só seis municípios já têm o programa implantado em todas as suas escolas públicas. (FO/AAN) Robótica entra no currículo de escola pública Programa de inclusão chega 1º à unidade REDE MUNICIPAL ||| TECNOLOGIA Fotos: Divulgação Grupos da escola Elza Aguiar trabalham com os kits de robótica comprados pela escola e, acima, a professora Gisele Giachetto (ao centro) com estudantes, envolvidos no projeto: equipes terão de projetar e produzir um robô que tenha função relacionada aos problemas ambientais Alunos do 5º ano com laptops do programa federal Um Computador por Aluno: unidade é a única da cidade beneficiada com o projeto de inclusão digital do Ministério da Educação Projeto incentiva a interação entre diversas disciplinas A8 CORREIO POPULAR Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
  • 9. Criança de 7 anos recebeu tecido para tratamento contra tumor; foi a 3ª cirurgia do tipo no hospital Fabiana Marchezi DA AGÊNCIA ANHANGUERA fabiana.marchezi@rac.com.br Uma menina de 7 anos é a pri- meira criança a passar por um transplante de osso no Hospital de Clínicas da Universidade Es- tadual de Campinas (Unicamp). A cirurgia de alta complexidade foi realizada pela terceira vez no hospital no último dia 15 e du- rou três horas. As outras duas fo- ram em adultos. A pequena L., que mora em Limeira, tinha um tumor benig- no chamado displasia fibrosa e recebeu um enxerto ósseo. Ela passa bem e deve receber alta ainda nesta semana. A mãe de L. se diz aliviada com o estado de saúde atual da filha. “Ela está só com dor, mas não vai preci- sar nem de quimioterapia”, afir- mou. Segundo a assessoria de imprensa do HC da Unicamp, o hospital é o único credenciado na região pelo Ministério da Saú- de para esse tipo de procedi- mento. O osso foi fornecido pe- lo Banco de Tecido Músculo Es- quelético (Unioss) da Universi- dade de Marília (leia texto ao la- do). De acordo com o coordena- dor da área de oncologia ortopé- dica do HC, professor Maurício Etchebehere, responsável pela cirurgia, no caso de L., o trans- plante foi a melhor alternativa para o tratamento do tumor ós- seo, que causa deformidades, principalmente no quadril, e que acomete uma em cada 100 mil pessoas. “No caso dela, se você coloca o osso dela mesma, que já é alterado, a chance do tu- mor voltar é maior. Com o osso de um doador, a chance de rein- cidência cai para cerca de 5%.” A previsão é de que a menina volte a andar com apoio total no chão e sem ajuda de muletas em três meses. Para que L. reto- me sua vida normal é necessá- rio que o enxerto ósseo esteja in- tegrado ao osso da menina. “Ge- ralmente, a integração do enxer- to ocorre mais rápido em uma criança do que em um indiví- duo adulto”, disse. O ortopedista da Unicamp ex- plicou que o procedimento con- sistiu na abertura do osso exata- mente no local do tumor, segui- da de uma raspagem onde esta- va alojado o tumor. A cavidade formada é cauterizada com bis- turi elétrico e, em seguida, a equipe faz uma lavagem com so- ro fisiológico. Uma pequena fra- tura é feita no osso para corrigir a deformidade óssea causada pe- lo tumor. Depois, duas hastes de titânio são introduzidas no in- terior do osso para mantê-lo es- tável. A última etapa da cirurgia foi o preenchimento da cavidade com enxerto ósseo. Foram utili- zadas 100 gramas de osso espon- joso, preparado em pequenos cubos de um centímetro. “Os fragmentos de osso são bem comprimidos no local onde an- tes havia o tumor,” HC faz 1º transplante ósseo infantil Processo para doar ossos é o mesmo de outros órgãos R esponsável pelo fornecimento de mais de 63% do material usado nessas cirurgias em todo o País, o banco de tecidos da Universidade de Marília é o maior do Brasil em captação e processamento de tecidos ósseos. “Há um controle rigoroso do Ministério da Saúde. Cada material processado recebe um número de identificação do ministério, que vai acompanhá-lo até o fim do processo. Toda documentação sobre o doador e o receptor fica arquivada por 25 anos”, explicou Karla Bachega, coordenadora do Unioss. Segundo Luiz Antônio Sardinha, coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do HC da Unicamp, o modelo de controle é o mesmo já aplicado para outros tipos de órgãos e tecidos. Familiares de potenciais doadores são orientados em caso de morte encefálica. Quando há disponibilidade para doação, a informação é passada para uma central, que aciona o banco de ossos mais próximo do local da extração. O material é mantido sob baixa temperatura em ambientes esterilizados, é cortado e classificado. Antes de seguir para a doação, passa por um período de quarentena. É o tempo necessário para a sorologia de várias doenças, como Aids e hepatites. Ossos das pernas doados podem beneficiar até 380 pessoas. Dados relativos ao ano de 2012 revelam que foram realizados 23.211 transplantes de ossos no Brasil — odontológicos e médicos —, sendo 14.107 fornecidos pelo Unioss. O HC da Unicamp já está autorizado pelo Ministério da Saúde a montar um Banco de Tecido Músculo Esquelético. A nova área começa a ser construída dentro do hospital em 2014. (FM/AAN) Elcio Alves/AAN cidades/esportes Paciente passa bem e deve ter alta nesta semana SAÚDE ||| AVANÇOS Maurício Etchebehere, coordenador da área de oncologia ortopédica do HC: baixa chance de reincidência CORREIO POPULAR A9 Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013
  • 10. A passagem de uma frente fria deixa muitas nuvens que provocam chuva. A temperatura fica baixa mesmo durante a tarde. Venta forte e esfria muito à noite. Piracicaba contabiliza os prejuízos após temporal 9˚ 20˚ 9˚ 16˚ 9˚ 18˚ TERÇA QUARTA QUINTA SOL 11˚ DIA SEGUINTE MISSAS E FUNERAIS Cidade mín máx Araçatuba 18 26 Araraquara 18 28 Bauru 16 24 Botucatu 14 22 CamposdoJordão 12 23 Cidade mínmáx Jundiaí 15 25 Piracicaba 16 26 PresidentePrudente 9 19 RibeirãoPreto 17 29 Santos 15 21 Cidade mínmáx SãoCarlos 17 27 S.JosédoRioPreto 18 25 S.JosédosCampos 17 25 Sorocaba 14 23 Ubatuba 13 20 16˚ A segunda-feira em Piracicaba foi para contabilizar os prejuízos deixados pelo temporal que durou menos de dez minutos e traçou um rastro de destruição em alguns bairros na tarde de domingo. Árvores foram arrancadas, casas e estabelecimentos comerciais foram danificados. Apesar da força do temporal, não houve feridos. Os ventos chegaram a 128km/h e entre às 15h e 17h, choveram 13, 8mm. Muitos bairros ficaram sem energia elétrica desde o final do domingo. De acordo com a metereologista do Instituto Climatempo, Daniele Lima, a tempestade foi provocada pelo aquecimento e por uma chegada de frente fria à região. Hoje e amanhã, a temperatura deve cair bastante. Para quarta-feira, a mínima prevista é de 8º C, e a máxima de 15º C. Também estão previstas pancadas de chuva nos próximos dias. Marília e Porto Feliz também foram atingidas por chuvas fortes anteontem. O secretário de Defesa do Meio Ambiente, Rogério Vidal, esteve ontem em alguns dos pontos mais atingidos na cidade, dentre eles, a Avenida Carlos Botelho, que foi fechada para o trânsito até a hora do almoço. “Temos muitos pontos problemáticos, como a própria Carlos , a Saldanha Marinho, Avenida Brasil, avenida Independência, dentre outras”. Em muitas ruas, o acesso foi totalmente bloqueado por causa da queda de árvores e postes. A obstrução das vias complicou o trânsito na cidade e chegou até a afetar o movimento no comércio ontem. Vidal explicou que desde a tarde do domingo, a principal providência da secretaria tem sido a retirada das árvores que estavam obstruindo a passagem. Diversas secretarias foram acionadas pela Prefeitura para ajudar na limpeza da cidade. O abastecimento de água foi prejudicado em diversos pontos da cidade ontem. A maior causa foi a falta de energia elétrica nas casas de bombas, paralisando o bombeamento. A Captação I (Rio Piracicaba) estava paralisada por causa da falta de energia. Ela é responsável por um terço do abastecimento da cidade. (Da Gazeta de Piracicaba) ■ ■ Padre Messias Martins é administrador da Paróquia Conceição de Nova Aparecida, em Campinas. PRÓXIMOS DIAS NO ESTADO ■ ■ (Irmã) Maria Marta Madalena Simão - Faleceu em Campinas aos 72 anos. Solteira. Filha de Neri Simão e Celuta Maria de Jesus. Seu sepultamento deu-se dia 22/07/2013 às 10h00min. No Cemitério da Saudade em Campinas/SP. À Família enlutada as condolências dos Diretores e Colaboradores do Grupo Serra. (Associada do Grupo Serra Campinas 19 3775-9752). ■ ■ Janette Mazzoleni Degrecci - Faleceu em Campinas aos 81 anos. Viúva de Oswaldo Decrecci. Deixa os seguintes Filhos: Mara e Oswaldo. Seu sepultamento deu-se dia 22/07/2013 às 10h30min. No Cemitério Parque das Acácias em Valinhos/SP. À Família enlutada as condolências dos Diretores e Colaboradores do Grupo Serra. (Associada do Grupo Serra Campinas 19 3775-9752). ■ ■ Octaviano Silveira - Faleceu em Campinas aos 85 anos. Casado com Aparecida Verges Silveira. Deixa os seguintes Filhos: Lais, Octaviano Filho e Carlos. Seu sepultamento deu-se dia 22/07/2013 às 13h00min. No Cemitério Parque das Acácias em Valinhos/SP. À Família enlutada as condolências dos Diretores e Colaboradores do Grupo Serra. (Associado do Grupo Serra Campinas 19 3775-9752). ■ ■ Alice Candida de Oliveira - Faleceu em Campinas aos 63 anos. Casada com Nelson Pereira. Deixa as Filhas: Andreia e Gisneila. Seu sepultamento deu-se dia 22/07/2013 às 14h00min. No Cemitério Parque das Flores em Campinas/SP. À Família enlutada as condolências dos Diretores e Colaboradores do Grupo Serra. (Associada do Grupo Serra Campinas 19 3775-9752). ■ ■ Terezina Gallina Mittestainer - Faleceu em Campinas aos 85 anos. Casado com João Mittestainer. Deixa os seguintes Filhos: Francisco, Juraci, Claudinei e Mauro. Seu sepultamento deu-se dia 22/07/2013 às 16h00min. No Cemitério Municipal de Serra Negra em Serra Negra/SP. À Família enlutada as condolências dos Diretores e Colaboradores do Grupo Serra. (Associada do Grupo Serra Campinas 19 3775-9752). ■ ■ Dirceu Jose de Oliveira - Faleceu em Indaiatuba aos 71 anos. Casado com a Sra Ulisses Ferreira de Oliveira. Deixa os seguintes Filhos: Agnaldo, Reginaldo e Ronaldo. Seu sepultamento deu-se no dia 22/07/2013 às 16h00min. No Cemitério Parque das Acácias em Campinas/SP. À Família enlutada as condolências dos Diretores e Colaboradores do Grupo Serra. (Associado do Grupo Serra Campinas 19 3775-9752). Inaê Miranda DA AGÊNCIA ANHANGUERA inae.miranda@rac.com.br A tarde de 40 meninas atendi- das pelo organização não go- vernamental (ONG) Grupo Primavera foi marcada on- tem por um encontro fasci- nante e cheio de descober- tas. Pela primeira vez, elas ti- veram a oportunidade de es- tar bem perto de uma escrito- ra para um bate-papo sobre os livros e sobre a vida dela. Telma Guimarães, autora de diversos títulos infantojuve- nis, tratou não apenas de conquistar novos leitores, mas de despertar no público o prazer pela escrita. Telma conta que viu sua participação no encontro co- mo uma forma de mexer com as meninas e tirá-las da zona de conforto do leitor. “A ideia é mexer com a vonta- de delas de escrever, fazer com que elas se lancem à es- crita, que tenham um diário e que produzam”, afirmou. Durante a apresentação, Tel- ma também falou como é o seu processo de produção. “Escrevo sobre aquilo que vi. Mas se os elementos são in- suficientes, invento. Na mi- nha casa não tinha animais e não acontecia quase nada. Nas redações da escola apro- veitava para inventar muitas histórias e isso no começo me causou alguns proble- mas”, contou. A ideia do encontro com a escritora surgiu durante as aulas de comunicação e ex- pressão da ONG. A partir dos títulos Viver um grande amor e Rita está crescendo, ambos de Telma, os professores dis- cutiram durante as rodas de leituras temas como o primei- ro amor, relacionamentos e a afetividade. Telma atendeu ao convite e as garotas de 11 a 13 anos preparam pergun- tas, que foram direcionadas para a escritora. “Além do aprendizado, o encontro fez um bem enorme para autoes- tima delas”, afirmou a profes- sora Ângela Junquer. Para as estudantes, poder ver a autora de um livro que leram, conversar com ela, ti- rar dúvidas, foi inspirador. “Gosto dos livros dela e para mim foi uma experiência no- va porque nunca tinha fala- do com um escritor antes. Também a achei muito en- graçada”, contou Karolayne Vitória dos Santos, de 11 anos, que sonha ser advoga- da ou escritora. Yasmin Cris- tina Gomes da Silva, de 11 anos, gostou de aprender um pouco mais sobre as técnicas da escritora. “Achei legal o jeito de transformar histórias da vida dela em livro. Tam- bém achei que ela fosse ser mais séria, mas é bem legal e engraçada”, disse. A tarde de leitura é pro- movida pelo Grupo Prima- vera duas vezes por ano. Esta foi a primeira vez em que um escritor partici- pou. “O objetivo das tar- des de leitura é que elas passem a perceber que po- dem vir à livraria, que vai estar sempre de portas abertas. E que elas pode- rão ler, degustar, sem ne- cessariamente comprar os livros”, afirmou Denise Po- dolsky da Cruz, que ajuda a promover os encontros. Em 2011, morria Amy Jade Winehouse (Londres, 14 de setembro de 1983 — Londres, 23 de julho de 2011), cantora e compositora britânica conhecida por seu poderoso e profundo contralto vocal e sua mistura eclética de gêneros, incluindo soul e jazz. Começou apresentando-se em clubes de jazz em Londres. LUAS MÁXIMA Minguante 29/7 Nova 6/8 Jovens são estimulados a fazerem sua história HOJE EM CAMPINAS QUARTA-FEIRA Tadeu Fernandes MÍNIMA Arquidiocese Célia Farjallat Pasquale Espaço Aberto Cenário desafiador QUINTA-FEIRA Meninas do Grupo Primavera batem papo com Telma Guimarães Crescente 16/7 Nascente 6h46 Poente 17h43 SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA SEXTA-FEIRA SÁBADO NESTA DATA Marcos Inhauser Moacyr Castro Dominique Torquato/AAN Antonio Trivelin/Gazeta de Piracicaba Cheia 22/7 França+5 Inglaterra+4 Espanha+5 Itália+5 China+11 Alemanha+5 Japão+12 falecimentos Tempo Lendo a reportagem de Natá- lia Duarte do portal G1, dias atrás, lá estava escrito que: Es- tudiosos estimam que o Pa- pa, encontrará apenas 10% da participação efetiva de fiéis católicos. O Papa Francis- co, encontrará um cenário de- safiador. A Jornada Mundial da Juventude ocorrerá em um País de maioria católica, mas com baixo índice de fiéis ativos, aberto a diferentes cor- rentes religiosas e com cresci- mento do número das pes- soas que se declaram “sem re- ligião”. Além disso, estudio- sos lembram que a Igreja no Brasil também convive com os efeitos do aumento do po- der aquisitivo de parte da po- pulação e a permanência da exclusão social. Esse é o atual contexto que o Papa Francisco encon- trará em sua visita ao País pa- ra participar da 28ª Jornada Mundial da Juventude. “O Brasil é um país-chave para a Igreja no mundo, porque se a Igreja conseguir resolver os desafios que encontra no Bra- sil, ela terá aqui um laborató- rio de experiências possíveis no mundo inteiro”, afirma o sociólogo Francisco Borba. É interessante percebemos o as- sunto do momento, pelo me- nos no “mundo-católico” so- bre a ótica dos números, no que diz respeito à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a partir dos índices que nos oferecem os institutos de pes- quisas de nosso País: Entre os cerca de 350 mil jovens inscri- tos na Jornada Mundial da Ju- ventude (JMJ), 215 mil são brasileiros. Mesmo sendo um dos maiores países em quantida- de de fiéis, especialistas esti- mam em apenas 10% o índi- ce de católicos brasileiros par- ticipantes ativos na Igreja. De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geogra- fia e Estatística (IBGE), dos 190,7 milhões de brasileiros, 34,1 milhões são jovens com idades entre 15 e 24 anos. O País tem 123,3 milhões de ca- tólicos, sendo 21,8 milhões jo- vens. Menos de 1% deles esta- rá na JMJ. Um em cada dez católicos do mundo está aqui. É um número significati- vo, mas não indica realmente o percentual de pertencimen- to que temos no País. Segundo o teólogo Rodri- go Franklin de Sousa, coorde- nador do programa de pós- graduação em Ciências da Re- ligião da Universidade Presbi- teriana Mackenzie “o novo jo- vem católico é aquele que quer viver a fé, mas muitas ve- zes se sente deslocado. Existe um descompasso entre os an- seios dos jovens e alguns posi- cionamentos da Igreja, e a ju- ventude sente que não tem voz há muito tempo. São jo- vens que gostam de ser católi- cos, identificam-se com a fé, mas estão em busca de uma Igreja que seja voltada a idéias mais concretas, com maior abertura para as dife- renças, para a tolerância”. Participei apenas de um evento em preparação a JMJ na minha forania aqui na ci- dade de Campinas. Ao ter contado com jovens france- ses, argentinos e nossos pró- prios jovens que irão ao Rio de Janeiro, a impressão que fi- cou foi que esse encontro po- derá dar a Igreja e ao mundo, novos evangelizadores. Eles serão protagonistas da Nova Evangelização. Eu creio que os jovens não são o futuro longínquo, mais o presente aqui e agora. Para contato: falecimentos@rac.com.br FUSOS messias martins ENCONTRO ||| LITERATURA A escritora Telma Guimarães durante o encontro com as meninas do Grupo Primavera, ontem: leitura Escritora também contou a meninas seu processo de produção Ventos de até 128km/h derrubaram árvores: ninguém ficou ferido A10 CORREIO POPULAR CIDADES Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013 DOMINGO
  • 11. Famílias que saíram de área de invasão para os residenciais Bassoli e Sírus largaram seus animais Inaê Miranda DA AGÊNCIA ANHANGUERA inae.miranda@rac.com.br Com a saída dos moradores da área de invasão do Jardim Florence 2, em Campinas, pa- ra os apartamentos dos con- juntos residenciais Sírius e Bassoli, dezenas de cães e ga- tos foram abandonados no bairro e contam hoje apenas com a solidariedade das famí- lias que ficaram. Mas, além do carinho e da atenção que rece- bem, os animais precisam de um lar e de cuidados médicos. Os moradores do bairro tam- bém reclamam do entulho es- quecido há quase um ano no local e dos bichos e insetos que se abrigam nele e constan- temente invadem as casas. A maior parte do problema está concentrada na Rua Luiz Henrique Giovannetti, às mar- gens de um córrego. A demoli- ção das habitações irregulares começou há aproximadamen- te um ano e os moradores, aos poucos, foram para as novas casas. Alguns deles, que cuida- vam de vários animais ou de animais de grande porte, aca- baram abandonando os bi- chos. Uma parte foi adotada pela vizinhança. Outros fica- ram à mercê da sorte e da boa- vontade e solidariedade de pessoas como a dona de casa Neusa Nolato de Oliveira. Dona Neusa, como é conhe- cida, construiu em frente a sua residência — com o entu- lho das casas demolidas — um lar provisório para cerca de dez cachorros. Dentro do abrigo há colchão e pedaços de papelão que servem como cama, além de água. Com a ajuda da vizinha Rosária Perei- ra de Souza, dona Neusa con- segue alimentar os cães pelo menos uma vez por dia. “Às vezes, quando não consigo co- mida para eles não durmo à noite”, afirmou Neusa. Rosá- ria passa os dias em busca de doação de alimentos para os cães. “Peço para os filhos e amigos porque é muito ca- chorro. Quando não consigo doação, compro do meu bol- so”, disse. Além de cuidar dos ani- mais na rua, ambas levaram al- guns para casa. “Dois eu ado- tei e moram comigo. Do lado de fora ficam cinco”, afirma Neusa. Rosária também ado- tou vários. “Fiquei com muita pena e levei um monte para casa.” Os doentes receberam cuidados dos protetores e se recuperaram. Alguns não resis- tiram e morreram. “Cuidamos com muito sacrifício. Seria bom se alguém pudesse levá- los para um lugar melhor, on- de pudessem ficar mais prote- gidos”, afirmou Neusa. As duas protetoras enfren- tam problemas com outros vi- zinhos por causa dos cães. “As pessoas passam de bicicleta, de moto ou de carro e os ca- chorros latem. Aí as pessoas chutam eles e maltratam. Um foi atropelado e morreu. Um dia a mulher veio brigar comi- go”, contou Neusa. “Nós faze- mos o que está ao nosso alcan- ce. A Prefeitura não faz nada. Não sei para quem a gente po- de apelar”, reclamou. O Cen- tro de Controle de Zoonose in- formou que pretende ir ao lo- cal esta semana verificar se os animais oferecem risco à saú- de pública. A Secretaria de Saúde informou ainda que abandono de animais é crime. Entulho O entulho deixado pela Prefei- tura com a demolição dos imó- veis também está trazendo uma série de problemas para os moradores do Jardim Flo- rence 2. “Aqui está um desca- so total. Se a gente disser que caiu uma bomba, as pessoas acreditam”, afirmou Fátima Aparecida Camargo, líder co- munitária. Segundo ela, virou rotina aparecerem ratazanas, escorpiões e cobras nas casas. “Faz pouco tempo que um es- corpião picou minha vizinha. Depois a minha filha achou três em casa”, conta. Fátima enfrentou o perigo dentro da própria casa. “Esta- va assistindo televisão e en- trou uma cobra. Estava pronta para dar o bote em mim, quan- do vi e chamei os vizinhos pa- ra me ajudarem”, contou. Eles reclamam ainda do risco de dengue ao qual estão expos- tos. A moradora já recorreu à Administração Regional do bairro, mas até o momento não teve solução. “Disseram que só estão com uma máqui- na, mas precisamos que to- mem providência. A popula- ção do Florence 2 está abando- nada”, afirmou. A Secretaria de Serviços Pú- blicos informou que vai fazer dentro de 20 dias um mutirão para limpar o local. Já a Vigi- lância em Saúde Noroeste in- formou que pretende verificar a denúncia e tomar providên- cia ainda esta semana. Campinas-Monte Mor ganha duas passarelas Desocupação deixa cães sem dono Dona de casa Estruturas ficam em trecho urbano, na divisa com Hortolândia Fotos: Dominique Torquato/AAN NEUSA DE OLIVEIRA ESTRADA ||| SEGURANÇA Da Agência Anhanguera A Rodovia Jornalista Francis- co Aguirre Proença (SP-101), que liga Campinas a Monte Mor, ganhou duas novas pas- sarelas de pedestres. As arma- ções foram instaladas nos qui- lômetros 12 e 17. De acordo com a concessionária Rodo- vias do Tietê, que administra a estrada, as estruturas ficam na divisa entre os municípios de Hortolândia e Monte Mor, em um trecho urbano de bas- tante tráfego de pedestres. As novas travessias são em estru- tura metálica, possuem ilumi- nação e rampas de acessibili- dade para pessoas com mobi- lidade reduzida. Segundo a empresa gesto- ra, as obras constam no crono- grama de investimentos da concessionária, que irá rece- ber nas próximas semanas duas novas passarelas, nos quilômetros 15 e 20, ambas em Monte Mor. Com a entre- ga das quatro passarelas, a Ro- dovia Jornalista Francisco Aguirre Proença contará com 12 travessias de pedestres. A concessionária espera re- duzir o número de atropela- mentos na estrada. Só no pri- meiro semestre de 2012, nove pessoas foram atropeladas e duas morreram. Este ano, os números quase dobraram no mesmo período. Foram regis- trados 16 atropelamentos, que resultaram em duas mor- tes. A Rodovias do Tietê infor- mou que além da infraestrutu- ra, é preciso que os pedestres se conscientizem e sigam di- cas simples, como atravessar a rodovia sempre por passare- las, pontes e viadutos e evitar caminhar pelo acostamento. “Às vezes, quando não consigo comida para eles não durmo à noite.” ABANDONO ||| JARDIM FLORENCE 2 As moradoras Neusa Naloto de Oliveira e Rosária Pereira de Souza em frente ao abrigo construído para proteger os cães: preocupação Fátima mostra o entulho que restou das casas demolidas: perigo Voluntárias buscam doações para cuidar dos bichos CORREIO POPULAR A11 Campinas, terça-feira, 23 de julho de 2013