2.
“ Situação de Aprendizagem”
7º ano – 6ª série
Tempo previsto: em média 8 aulas
Conteúdos e temas: Leitura de enunciados; leitura
de “relatos de experiências”; interpretação e
inferência; elaboração de questões de interpretação;
estudo de marcadores temporais; marcas de diálogo
(discursos direto e indireto).
Estrutura do caderno do
professor
3. • Competências e habilidades (GI, GII e GIII)
• Interpretar textos de acordo com o tema e as
características estruturais do gênero ao qual
pertence; apropriar-se do conhecimento sobre o
gênero “relato de experiência” reconhecendo sua
função social de acordo com o contexto de
comunicação.
• Inferir informações subjacentes aos conteúdos
explicitados no texto.
4. Reconhecer no uso do tempo verbal, as relações
entre passado e presente, propiciando ao estudante
a compreensão da estrutura do gênero “relato de
experiência vivida” e o seu propósito comunicativo.
5. Estratégias: aula interativa, com a participação
dialógica do aluno, com a preparação e o
conhecimento de conteúdos e estratégias por parte
do professor; valorização do cotidiano escolar e de
um aprendizado ativo centrado no refletir e no fazer.
Recursos: Cópias do texto, dicionário e sulfite.
Avaliação: Representação do texto através do
desenho, produção escrita de relato de experiência.
6.
Antes da leitura do texto, será feita um levantamento
de hipóteses com os alunos.
A) Para você, qual o significado da palavra
“eternidade”?
B) Vocês já leram ou ouviram falar da autora Clarice
Lispector?
I - Sondagem inicial
7. Será entregue aos alunos, uma cópia do
texto “Medo da eternidade” e antes da leitura,
os alunos vão observar o título e analisar qual
será o assunto tratado no texto. Após esse
momento será feito a leitura oral e
compartilhada.
Será feito um levantamento de palavras
desconhecidas com pesquisa em dicionários.
8. - Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada
para o reino de histórias de príncipes e fadas.
Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que
representava o elixir do longo prazer. Examinei-a,
quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como
outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala
ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la
durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa,
de aparência tão inocente, tornando possível o
mundo impossível do qual já começara a me dar
conta.
9. - Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na
boca.
- E agora que é que eu faço? - Perguntei para não
errar no ritual que certamente deveria haver.
- Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho
dele, e só depois que passar o gosto você começa a
mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que
você perca, eu já perdi vários.
- Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer
que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos
para a escola.
10. - Acabou-se o docinho. E agora?
- Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não saberia dizer por quê.
Comecei a mastigar e em breve tinha na
boca aquele puxa-puxa cinzento de
borracha que não tinha gosto de nada.
Mastigava, mastigava. Mas me sentia
contrafeita. Na verdade eu não estava
gostando do gosto. E a vantagem de ser
bala eterna me enchia de uma espécie de
medo, como se tem diante da ideia de
eternidade ou de infinito.
11. Eu não quis confessar que não estava à altura da
eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto
isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o
portão da escola, dei um jeito de o chicle
mastigado cair no chão de areia.
12. - Olha só o que me aconteceu! - Disse eu em fingidos
espanto e tristeza. - Agora não posso mastigar mais! A
bala acabou!
- Já lhe disse - repetiu minha irmã - que ela não acaba
nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a
gente pode ir mastigando, mas para não engolir no
sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste,
um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
13. Eu estava envergonhada diante da bondade de
minha irmã, envergonhada da mentira que
pregara dizendo que o chicle caíra na boca por
acaso.
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre
mim.
14.
Após a leitura, o professor perguntará aos alunos
sobre as hipóteses levantadas anteriormente.
O texto que você leu atendeu as suas expectativas?
II – Discussão Oral
15. III – Leitura e análise do
texto
1- Identifique qual é o gênero do texto.
2- É possível dizer que os acontecimentos relatados no
texto foram vividas pelo autor? Comente.
3- No texto predomina o tempo cronológico ou
psicológico?
4- Há marcas espaciais no texto? Quais?
5- Qual a guloseima desconhecida pela personagem?
16. 6- Leia o trecho e responda:
“ --Acabou-se o docinho. E agora?
--Agora mastigue para sempre.”
O trecho analisado é uma passagem de discurso direto ou
indireto?
7- Na sua opinião, qual é a relação entre a palavra
eternidade e chicle?
8- Qual foi a solução encontrada pela personagem para se
livrar daquela aflição?
17. 9- Você gostou do texto? Qual a mensagem que
podemos tirar como exemplo?
10- Que sentimentos a personagem demonstrou em
relação à irmã?