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   No conto temos dois espaços que se apresentam como
    os pólos centralizadores da acção: a ilha de Vig e uma
    “cidade carregada de memórias”. Esta cidade pode ser
    associada à cidade do Porto.


   A «Saga», sendo um conto de ficção, tem alguns
    aspectos biográficos da autora.
Na obra «Saga» encontramos várias
expressões que nos remetem para a
cidade do Porto, sem nunca ser
mencionado o nome Porto.
(…) penetraram sob o arco das gaivotas, na barra
estreita de um rio esverdeado e turvo (…). À
esquerda, subindo a vertente, erguia-se o casario
branco, amarelo e vermelho…
Na estrada que corria junto às margens viam-se
bois enfeitados e vermelhos, puxando carros de
madeira que chiavam sob o peso de pipas, pedra e
areias.
(…) à porta das adegas respirou a frescura sombria e o
cheiro do vinho entornado.
Caminhou ao longo do rio, na margem onde as
mulheres, descalças, carregavam cestos de areia...
Penetrou nas igrejas de azulejo e talha que não
eram claras e frias como as igrejas do seu país, mas
doiradas e sombrias…
Depois destes pequenos excertos que retirámos
da «Saga» e que nos permitem concluir que se trata
da cidade do Porto, vamos estabelecer um paralelismo
entre a história de ficção e a história verídica da
autora e dos seus antepassados.

Para isso, baseámo-nos em dois documentos:
  O  barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em
  Portugal, por Rita Roby Gonçalves;
  Uma Vida Vertical, por Luís Miguel Queirós.
Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no
Porto (…). O seu pai, João Henrique Andresen, era
neto de um dinamarquês, Jan Henrik, que se fixou
no Porto e que ali fez fortuna, primeiro no sector
da cabotagem, depois no negócio dos vinhos. A
mãe, Maria Amélia de Mello Breyner (…) pertencia
a uma família aristocrática de fortes tradições
liberais.


                                   Uma Vida Vertical
                         Por LUÍS MIGUEL QUEIRÓS
Hans também se fixou no Porto e ali fez fortuna.
Também trabalhou no negócio dos vinhos com Hoyle.
    Hoyle era armador e negociava no transporte de
vinho para os países do Norte… («Saga»)
Hans casou com a filha de um general liberal
que desembarcou no Mindelo… («Saga»)
Os antepassados de Sophia de Mello Breyner
chegaram a Portugal em meados do século XIX,
vindos da ilha de Föhr, no arquipélago das Frísias.
    Tudo começou com um adolescente de
espírito aventureiro que viria a introduziu o nome
Andresen no nosso país.
Estávamos no século XIX e na altura o isolamento
da vida numa ilha era ainda mais constrangedor. Foi
neste cenário que certo dia, em 1840, Jann Andresen
pediu aos pais - Thomaz Andresen e Thunke Poppen -
autorização para embarcar num veleiro.

O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por
                                        Rita Roby Gonçalves
Hans vivia na ilha de Vig e queria ser um grande
marinheiro. Certo dia, sem a autorização do pai, fugiu
num cargueiro inglês que seguia para o Sul.
Após semanas a viajar pelos mares da Europa, o
barco ancorou no Porto numa manhã quente, e os
marinheiros dinamarqueses tomaram conta da cidade.
A bordo manteve-se o mais novo tripulante, o jovem
Andresen, com a incumbência de tomar conta da
embarcação. Às tantas, aborrecido, encontrou uma
pele de um urso-polar e resolveu estendê-la na coberta
do barco, com o objectivo de atrair transeuntes.

   O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal,
                                   por Rita Roby Gonçalves
Por meio de gestos, contava aos curiosos a história
da caça ao urso-polar e cobrava 10 réis a quem quisesse
entrar no barco para apreciar de perto a pele do animal.
O negócio corria-lhe bem até que o comandante,
regressado de terra, se deparou com aquele cenário.
    Irado com a ousadia do rapaz, o comandante
perseguiu-o até onde pôde com o intuito de o sovar.
    Mais rápido e mais jovem, Andresen refugiou-se em
terra e nunca mais os seus companheiros lhe puseram a
vista em cima.

     O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal,
                                     por Rita Roby Gonçalves
Maria Alice Rios contou esta aventura no livro
 Famílias Tradicionais do Porto. Do resto da vida de
 Jann Hinrich Andresen, o que se sabe é que as
 coisas lhe correram de feição. Ficou em terra e
 nunca mais pensou voltar à gelada ilha de Föhr.

 O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal,
                                 por Rita Roby Gonçalves

    Vemos claramente este episódio retratado no
conto «Saga», aquando da querela entre Hans e o
capitão.
Podia não saber falar uma única palavra de
português, mas tinha jeito para os negócios. Primeiro,
empregou-se numa loja de candeeiros. Deu-se bem.
Mais tarde, seguiu a sua paixão: os vinhos. Trabalhou
afincadamente e era obstinado nos negócios. Em poucos
anos, criou uma verdadeira fortuna com base no vinho
do Porto.

 O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por
                                         Rita Roby Gonçalves
Hans também fez fortuna…
    Associado ao inglês, Hans começou a construir uma
fortuna pessoal que nunca tinha projectado. Era um homem
de negócios hábil porque se apercebia da natureza das
coisas… (“Saga”)
Em 1854, com a anexação das Frísias pelo imperador
alemão, durante a Guerra dos Ducados, Jann Hinrich reagiu
violentamente e pediu a naturalização portuguesa. D.
Fernando II, príncipe regente, concedeu-lha, no Paço de
Sintra. A partir de então, o dinamarquês, que na altura já
era um respeitado homem de negócios, passou a chamar-se
João Henrique Andresen. E assim ficou conhecido para
sempre.

   O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal,
                                    por Rita Roby Gonçalves
Nas gerações que se seguiram, a fortuna da família foi
consolidada e os negócios floresceram. João Henrique
júnior comprou a Quinta de Campo Alegre, onde a família
viveu muitos anos. Foi na Quinta de Campo Alegre que a
escritora Sophia de Mello Breyner - 4.ª geração dos
Andresen - passou a infância.

   O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal,
                                     por Rita Roby Gonçalves
QUINTA DO CAMPO ALEGRE

    Hans, depois de Hoyle
morrer, compra uma quinta
com         características
semelhantes à Quinta do
Campo Alegre onde a autora
cresceu. Por sua vez esta
quinta fica muito próximo
do cemitério de Agramonte
onde podemos encontrar um
túmulo    cuja    inscrição
pertence      à     família
Andresen.
CASA DA QUINTA DO CAMPO ALEGRE
Algumas fotografias do túmulo da família
Andresen, no cemitério de Agramonte, no Porto.
Em pedra e em bronze, com
mastros quebrados e velas rasgadas,
o navio foi construído sobre a campa
de Hans. Este estranho jazigo que
entre lápides, bustos, anjos de pedra,
canteiros e piedosas cruzes tinha
algo de arrebatado e selvático …
                                «Saga»
Trabalho Adaptado.


   Agradeço aos alunos do 8.º C de Frazão a gentileza de
   terem publicado o seu trabalho da internet para que
   todos possamos aprender com ele.



                                         Cristina Fontes

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  • 1.
  • 2. No conto temos dois espaços que se apresentam como os pólos centralizadores da acção: a ilha de Vig e uma “cidade carregada de memórias”. Esta cidade pode ser associada à cidade do Porto.  A «Saga», sendo um conto de ficção, tem alguns aspectos biográficos da autora.
  • 3. Na obra «Saga» encontramos várias expressões que nos remetem para a cidade do Porto, sem nunca ser mencionado o nome Porto.
  • 4. (…) penetraram sob o arco das gaivotas, na barra estreita de um rio esverdeado e turvo (…). À esquerda, subindo a vertente, erguia-se o casario branco, amarelo e vermelho…
  • 5. Na estrada que corria junto às margens viam-se bois enfeitados e vermelhos, puxando carros de madeira que chiavam sob o peso de pipas, pedra e areias.
  • 6. (…) à porta das adegas respirou a frescura sombria e o cheiro do vinho entornado.
  • 7. Caminhou ao longo do rio, na margem onde as mulheres, descalças, carregavam cestos de areia...
  • 8. Penetrou nas igrejas de azulejo e talha que não eram claras e frias como as igrejas do seu país, mas doiradas e sombrias…
  • 9. Depois destes pequenos excertos que retirámos da «Saga» e que nos permitem concluir que se trata da cidade do Porto, vamos estabelecer um paralelismo entre a história de ficção e a história verídica da autora e dos seus antepassados. Para isso, baseámo-nos em dois documentos: O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves; Uma Vida Vertical, por Luís Miguel Queirós.
  • 10. Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto (…). O seu pai, João Henrique Andresen, era neto de um dinamarquês, Jan Henrik, que se fixou no Porto e que ali fez fortuna, primeiro no sector da cabotagem, depois no negócio dos vinhos. A mãe, Maria Amélia de Mello Breyner (…) pertencia a uma família aristocrática de fortes tradições liberais. Uma Vida Vertical Por LUÍS MIGUEL QUEIRÓS
  • 11. Hans também se fixou no Porto e ali fez fortuna. Também trabalhou no negócio dos vinhos com Hoyle. Hoyle era armador e negociava no transporte de vinho para os países do Norte… («Saga»)
  • 12. Hans casou com a filha de um general liberal que desembarcou no Mindelo… («Saga»)
  • 13. Os antepassados de Sophia de Mello Breyner chegaram a Portugal em meados do século XIX, vindos da ilha de Föhr, no arquipélago das Frísias. Tudo começou com um adolescente de espírito aventureiro que viria a introduziu o nome Andresen no nosso país.
  • 14. Estávamos no século XIX e na altura o isolamento da vida numa ilha era ainda mais constrangedor. Foi neste cenário que certo dia, em 1840, Jann Andresen pediu aos pais - Thomaz Andresen e Thunke Poppen - autorização para embarcar num veleiro. O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves
  • 15. Hans vivia na ilha de Vig e queria ser um grande marinheiro. Certo dia, sem a autorização do pai, fugiu num cargueiro inglês que seguia para o Sul.
  • 16. Após semanas a viajar pelos mares da Europa, o barco ancorou no Porto numa manhã quente, e os marinheiros dinamarqueses tomaram conta da cidade. A bordo manteve-se o mais novo tripulante, o jovem Andresen, com a incumbência de tomar conta da embarcação. Às tantas, aborrecido, encontrou uma pele de um urso-polar e resolveu estendê-la na coberta do barco, com o objectivo de atrair transeuntes. O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves
  • 17. Por meio de gestos, contava aos curiosos a história da caça ao urso-polar e cobrava 10 réis a quem quisesse entrar no barco para apreciar de perto a pele do animal. O negócio corria-lhe bem até que o comandante, regressado de terra, se deparou com aquele cenário. Irado com a ousadia do rapaz, o comandante perseguiu-o até onde pôde com o intuito de o sovar. Mais rápido e mais jovem, Andresen refugiou-se em terra e nunca mais os seus companheiros lhe puseram a vista em cima. O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves
  • 18. Maria Alice Rios contou esta aventura no livro Famílias Tradicionais do Porto. Do resto da vida de Jann Hinrich Andresen, o que se sabe é que as coisas lhe correram de feição. Ficou em terra e nunca mais pensou voltar à gelada ilha de Föhr. O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves Vemos claramente este episódio retratado no conto «Saga», aquando da querela entre Hans e o capitão.
  • 19. Podia não saber falar uma única palavra de português, mas tinha jeito para os negócios. Primeiro, empregou-se numa loja de candeeiros. Deu-se bem. Mais tarde, seguiu a sua paixão: os vinhos. Trabalhou afincadamente e era obstinado nos negócios. Em poucos anos, criou uma verdadeira fortuna com base no vinho do Porto. O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves
  • 20. Hans também fez fortuna… Associado ao inglês, Hans começou a construir uma fortuna pessoal que nunca tinha projectado. Era um homem de negócios hábil porque se apercebia da natureza das coisas… (“Saga”)
  • 21. Em 1854, com a anexação das Frísias pelo imperador alemão, durante a Guerra dos Ducados, Jann Hinrich reagiu violentamente e pediu a naturalização portuguesa. D. Fernando II, príncipe regente, concedeu-lha, no Paço de Sintra. A partir de então, o dinamarquês, que na altura já era um respeitado homem de negócios, passou a chamar-se João Henrique Andresen. E assim ficou conhecido para sempre. O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves
  • 22. Nas gerações que se seguiram, a fortuna da família foi consolidada e os negócios floresceram. João Henrique júnior comprou a Quinta de Campo Alegre, onde a família viveu muitos anos. Foi na Quinta de Campo Alegre que a escritora Sophia de Mello Breyner - 4.ª geração dos Andresen - passou a infância. O barco dos Andresen da Dinamarca ancorou em Portugal, por Rita Roby Gonçalves
  • 23. QUINTA DO CAMPO ALEGRE Hans, depois de Hoyle morrer, compra uma quinta com características semelhantes à Quinta do Campo Alegre onde a autora cresceu. Por sua vez esta quinta fica muito próximo do cemitério de Agramonte onde podemos encontrar um túmulo cuja inscrição pertence à família Andresen.
  • 24. CASA DA QUINTA DO CAMPO ALEGRE
  • 25. Algumas fotografias do túmulo da família Andresen, no cemitério de Agramonte, no Porto.
  • 26. Em pedra e em bronze, com mastros quebrados e velas rasgadas, o navio foi construído sobre a campa de Hans. Este estranho jazigo que entre lápides, bustos, anjos de pedra, canteiros e piedosas cruzes tinha algo de arrebatado e selvático … «Saga»
  • 27. Trabalho Adaptado. Agradeço aos alunos do 8.º C de Frazão a gentileza de terem publicado o seu trabalho da internet para que todos possamos aprender com ele. Cristina Fontes