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Media e Socializ@ção




O papel dos Media Digitais na construção
    da identidade social dos jovens




  Maria do Carmo Lança e Graça Brito
  Universidade Aberta
  Curso de Mestrado: Gestão de Informação e Bibliotecas
  Escolares

  Janeiro de 2012
Media e Socializ@ção



Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile
Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.

No artigo de Gitte Stald (2008),propõe-se a analisar e a fazer uma
reflexão sobre o quão é importante o uso do telemóvel enquanto meio
de comunicação privilegiado dos jovens , bem como a sua influência
no processo de afirmação e construção daidentidade social.
Tendo como base e ponto de partida a análise de resultados de
estudos     efetuados     sobre   a   utilização   de   telemóveis    por jovens
dinamarqueses, constata que para os adolescentes o telemóvel,
simboliza muito mais do que sua função prática pressupõe ,ao contrário
dos adultos.
Para os jovens, o telemóvel assume-se como um meio de comunicação
que tem um duplo significado, é um meio de comunicação que
enquanto ferramenta e canal para a troca de informação e
instrumento     de     socialização    que    decorre     desse   processo(de
comunicação).
Dessa forma, aqui defende-se que a identidade dos jovens e a
aprendizagem de determinadas regras e normas pelas quais se rege a
sociedade é extritamente influênciada pela utilização pessoal, diária e
muito     regular    de   meios   de     comunicação       móveis,e    que   as
características desse meio influenciam e facilitam o seu processo de
construçãoe afirmação de identidade social dos jovens.
Neste artigo, pode constatar-se que a autora aborda o tema, através
de quatro grandes áreas temáticas: a Disponibilidade, que o telemóvel
demonstra em primeiro lugar por estar sempre acessivel, uma vez que
está sempre ligado, determina que sempre que o utilizador necessita o
tem sempre disponível, podendo transmitir informação quase de
imediato;




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Maria da Graça Brito
Media e Socializ@ção

O Sentimento social de presença, que decorre durante todo o processo
de comunicação, uma vez que o jovem se sente seguro com o fato de
possuir um aparelho de comunicação móvel,
A Função de diário, uma vez que para além de posder comunicar,
pode ser utilizado como um instrumento de registo das atividades diárias
e registo de experiências pessoais,
O Papel de ferramenta, que serve para aprendizagem das normas e
regras sociais.


A rápida evolução da tecnologia, permite que o telemóvel se tenha
tornado num sistema multimédia em larga escala. No entanto aquilo
que o distingue dos outros meiosd de comunicação é a sua fácil
acessibilidade e o fato de se poder deslocar com relativa facilidade, o
que acaba por favoprecer e estimular o processo de comunicação e
assim facilitar o processo de socialização entre os jovens.
Muitas vezes o telemóvel funciona como uma extensão do próprio
corpo. O telemóvel permite que o seu utilizador troque informação de
uma forma bastante rápida, tem carateristicas de mobilidade, e através
dele a informação é trocada com relativa facilidade e acessibilidade,
independentemente do tempo e do espaço em que o processo de
traca de informação decorra.


A mobilidade do telemóvel, facilita a mobilidade social dos jovens e a
vontade    de     interagir   com   os   amigos   durante   o   período   da
adolescência. A interacção na adolescência é uma importante parte
do desenvolvimento da identidade, porque permite testar os códigos
individuais, culturais, sociais e comportamentais do jovem. Nesse
sentido, para os jovens, o fato de ser móvel significa também um passo
em frente na sua afirmação enquanto indivíduos.Neste contexto, o
telemóvel representa para os jovens um interface muito importante, e
torna-se indispensável para lidar com o ritmo da constante troca de


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Maria da Graça Brito
Media e Socializ@ção

informação de carácter pessoal, gerir a organização da sua vida diária
e lidar com a insegurança, muitas vezes característica da idade,
transformando-se num meio de aprendizagem social que lhes permite
posicionar-se face aos desafios das sociedades modernas.
Para a maioria dos jovens, o telemóvel são de extrema importância,
importancia essa que tem um decrescimo com a idade; porque:
      Servem de coordenação da sua vida social;
      Servem para organizar o trabalho/ estudo;
      Servem de meio de comunicação com as instituições;
      Servem como forma de organizar a sua vida familiar e amorosa.
Apesar de existir uma diferença muito pouco significativa, o estudo
demonstra a existência de mais utilizadores do sexo feminino do que do
masculino.
O telemóvel assume para os jovens uma importância tal que se chega
ao cúmulo de determinados jovens afirmarem que o fato de se
esquecer do telemóvel é como se sentissem desprovidos de roupa.
Podemos então interrogar-nos:
      Porque é considerado o telemóvel tão importante?
      Porque é que muitos jovens consideram importantes os telemóveis
      mas também expressam a sua preocupação sobre o impacto
      desta situação?
A partir de alguns estudos chegou até nós a informação que o uso
principal e significado que lhe era atribuído, o telemóvel é visto, em
primeiro lugar, como meio imediato de coordenação social e de
actualização de informação, em segundo lugar, em conjunto com o
computador, um meio pessoal libertador da proximidade física e da
imobilidade espacial do jovem.
Atualmente o telemóvel tem uma série de funcionalidades. O seu uso
pode ser visto como prático.Os jovens utilizam-no essencialmente como
forma de comunicação. Depois desta as funcionalidades mais utilizadas
são o alarme, relógio, bloco de notas e agenda.


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Maria da Graça Brito
Media e Socializ@ção

A internet, MMS, jogos, música e rádio são considerados os serviços
menos utilizados, isto apesar dos jovens que foram submetidos ao
estudo considerarem que é importante ter telemóveis com tecnologias
avançadas e assinaturas quel hes permitiam o uso desses serviços, e eles
próprios têm.

Alguns jovens argumentam para a não utilização desses serviços
prendem-se       com   questões     financeiras   e    a   fraca   qualidade,
exceptuando o serviço de rádio e MP3 que está em franco
crescimento.

A função de fotografia, é pouco utilizada com o telemóvel, isto é, a
fotografia é tirada com o telemóvel, contudo raramente são enviadas
através dos mesmos. São mostradas através do dispositivo físico ou
guardadas no computador através de ligações infravermelhos ou
Bluetooth e compartilhadas via e-mail, Messenger, chats ou através das
redes sociais.

Outra das razões apontadas para a limitada utilização dos telemóveis é
o baixo nível de literacia tecnológica. Muitos não se dão ao trabalho de
configurar os dispositivos e usá-los, também preferem um ecrã maior,
um teclado melhor e uma ligação mais rápida que a oferecida pelos
telemóveis.

Isto apesar da maioria que se considera analfabeto/tecnológico, nas
entrevistas      demonstrou   ter      conhecimentos        dos    potenciais
serviços,funções, soluções e as qualidades desejáveis e indesejáveis dos
conteúdos.

A utilizaçãodas ligações através de Bluetooth, infravermelhos e portas
USB têm vindo a crescer.Os telemóveis cada vez mais oferecem
diferentes    tecnologias, formatos de comunicação, conteúdos e
ligações a outros meios de comunicação.



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Maria da Graça Brito
Media e Socializ@ção

Se analisado a longo prazo, estas probabilidades não é fácil de prever o
que poderá ocorrer nos diferentes países do mundo, elas são
adaptadas e integradas de diferentes formas segundo vários conjuntos
de condições que as afectam: factores culturais, aspectos sociais e
constrangimentos práticos.

A escolha dos telemóveis e da utilização dos serviços também são
indicativos da mobilidade e das tendências nas culturas juvenis. Neste
aspeto os jovens dividem-se em duas categorias:

      Os que adquirem os telemóveis mais avançados, mais na moda e
      mais   caros,     não   pelas   suas    funcionalidades   mas    como
      demonstração social e se não oconseguem adquirir podem
      mesmo ficar com traumas;
      Os que não se importam com a aparência do telemóvel desde
      que funcione.

Em relação a este primeiro grupo, normalmente são jovens do sexo
feminino, gostam de decorar o telefone, modificar as configurações, os
toques de acordo com as tendências musicais da moda e adicionam a
imagem fotográfica ao toque.

Todos os entrevistados posuiam telemóvel e apenas um pequeno grupo
não o coloca como algo absolutamente indispensável. Um pequeno
grupo possuia telemóveis antigos e simples e raramente efectuavam
chamadas ou utilizavam mensagens escritas.
Outro grupo também tinha uma postura descontraída e indiferente face
à utilização do telemóvel mas mais consciente; deixavam os telemóveis
em casa várias vezes e cultivavam a atitude de não estarem
dependentes     dele,    no    entanto,      esta   atitude   não   expressa
necessariamente resistência à cultura de grupo mas sim, mostra
controle. Em comum todos concordam que o telemóvel em si e
combinado com outros meios decomunicação social, é extremamente


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Maria da Graça Brito
Media e Socializ@ção

útil, necessário e bom para manter todo o tipo de relacionamentos e
mantê-los ligados ao meio social em que circulam.


No estudo em questão, demonstra-se que 80% dos entrevistados não
desliga o telemóvel e osoutros 20% só o desligam por um período de
quatro a doze horas, o que demonstra estarem sempre disponíveis para
a comunicação, informação, entretenimento e para as pessoas.
Sentem que se o desligam podem perder alguma coisa e sentem-se
desconetados da rede social. Estar sem rede no telemóvel ou
desligados é um luxo que só os muito seguros da sua posição na rede
social o conseguem ter.

Com o telemóvel sempre ligado não há momentos livres, embora o
ideal seja controlar a sua utilização o que significaria, em simultâneo,
controlar a sua vida. O que se poderia perder se desligar o telefone? É
demasiado para que essa hipótes e possa ser considerada. Então
continuamos a ver que há adolescentes que são continuamente
interrompidos no dia-a-dia, levantando-se a questão acerca da
habilidade cognitiva que é necessária para se concentrar, lidar com
múltiplas tarefas e grandes quantidades de informação.
Por outro lado, o fato de telemóvel estar sempre ligado, pode induzir a
situações de stress. O fluxo de actividades inerentes ao telemóvel, mas
também, curiosamente,quando não temos telemóvel. É preocupante
não estarmos em contato, nem contactáveis. É como que uma
necesidade de estar sempre contatavél e ter a sensação de que se
“acontece algo e eu não sou informado”, é como uma questão de
lealdade. Estas experiências que geram confusão, pressão, stress,
resumem-se não só ao telefone mas tambémao fato de ser jovem numa
sociedade moderna.
O fato de querer estar sempre presente em todos os acontecim,entos
marcantes prende-se essencialmenmte com três perceções difedrentes:
      Perceção da presença num espaço partilhado;

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Maria da Graça Brito
Media e Socializ@ção

      Capacidade de estar, simultaneamente, presente em mais doque
      um sítio;
      Potencial   perturbação   provocada         por   um   telemóvel   em
      situações sociais.
Os jovens estão sempre noutro local, potencialmente, diferente do local
físico em que se encontram. Embora eles considerem um ideal
normativo de comportamento em relação ao uso do telefone,
otelemóvel acaba por “afastar” as pessoas com quem se está, dada a
necessidade de estar sempre a controlar se há mensagens ou de
responder a uma chamada. Não é possível estar em dois sítios ao
mesmo tempo.
Em relação à percepção da presença num espaço partilhado, esta
experiência depende do tipo de informação que se consegue, com
quem se está a falar. Alguns autores defendem que, quanto mais
modalidades de comunicação se utilizam mais sentidos são ativados e
mais efetivo se torna o sentimento de presença.
Em relação à capacidade de estar, simultaneamente, presente em
mais doque um sítio, o ser humano tem a capacidade de poder dividir-
se em atenção quando interage em espaços diferentes. Quando utiliza
o telemóvel acaba por conseguir estar concentrado em duas
actividades, se está acompanhado, o que acaba por causar alguma
frustração na pesoa com quem está presencialmente, pois a sua
atenção á dividida.
No que concerne à potencial perturbação provocada por um
telemóvel em situações sociais, um vez que o telemóvel funciona
também como um tipo de diário digital que é alegremente partilhado
com amigos, mas também porque pode ser concebido como uma
extensão docorpo e da mente e até mesmo um tipo de “eu” adicional.
Os jovens experimentam uma certa simbiose com os seus telemóveis,
em   que    oequipamento    físico   se   torna   entendível   como      uma
representação do significado pessoal e de identidade.


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Maria da Graça Brito
Media e Socializ@ção

Não se trata tanto do equipamento, mas sobretudo do conteúdo que
por exemplo o cartão SIM contém. O número de telemóvel, numa
mudança de equipamento mantém-se inalterado, uma vez que os
jovens consideramser o código para as relações sociais e íntimas.

Em forma de conclusão, pçodemos considerar que esta abordagem
temática, acabou por demonstrar algumas imkplicações desta nova
forma e comunicar através de telemóvel para formação da identidade
juvenil. Desta forma o telemóvel adquir um valor simbólico e imediato
para ols jovens, com um potencial altamente tecnológico que acaba
por transmitir a própria identidade dos jovens.

O telemóvel serve como ferramenta pessoal para coordenare orientar
os jovens no dia a dia, para a atualização de cada um nas relações
sociais e para a partilha coletiva de experiências e vivências .
É assim desta forma um mediador de significados e emoções que
podem ser muito importantes na formação da identidade dos jovens,
reforçando e aumentando um ritmo de comunicação intenso e de
experiências emocionais e intelectuais, culturais e sociais, para além de
ser uma ferramenta importante que permite a uma pessoa estar no
controlo,mas ao mesmo tempo tem-se tornado mais importante ser-se
capaz de controlar o telemóvel, pois para além disso o telemóvel
também se tornou num icon social. A marca e modelo de telemóvel
neste momento é o indicador do estilo de vida e do poder social do
adolescente.




Maria do Carmo Lança                                               Página 9
Maria da Graça Brito

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Media e identidade social

  • 1. Media e Socializ@ção O papel dos Media Digitais na construção da identidade social dos jovens Maria do Carmo Lança e Graça Brito Universidade Aberta Curso de Mestrado: Gestão de Informação e Bibliotecas Escolares Janeiro de 2012
  • 2. Media e Socializ@ção Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164. No artigo de Gitte Stald (2008),propõe-se a analisar e a fazer uma reflexão sobre o quão é importante o uso do telemóvel enquanto meio de comunicação privilegiado dos jovens , bem como a sua influência no processo de afirmação e construção daidentidade social. Tendo como base e ponto de partida a análise de resultados de estudos efetuados sobre a utilização de telemóveis por jovens dinamarqueses, constata que para os adolescentes o telemóvel, simboliza muito mais do que sua função prática pressupõe ,ao contrário dos adultos. Para os jovens, o telemóvel assume-se como um meio de comunicação que tem um duplo significado, é um meio de comunicação que enquanto ferramenta e canal para a troca de informação e instrumento de socialização que decorre desse processo(de comunicação). Dessa forma, aqui defende-se que a identidade dos jovens e a aprendizagem de determinadas regras e normas pelas quais se rege a sociedade é extritamente influênciada pela utilização pessoal, diária e muito regular de meios de comunicação móveis,e que as características desse meio influenciam e facilitam o seu processo de construçãoe afirmação de identidade social dos jovens. Neste artigo, pode constatar-se que a autora aborda o tema, através de quatro grandes áreas temáticas: a Disponibilidade, que o telemóvel demonstra em primeiro lugar por estar sempre acessivel, uma vez que está sempre ligado, determina que sempre que o utilizador necessita o tem sempre disponível, podendo transmitir informação quase de imediato; Maria do Carmo Lança Página 2 Maria da Graça Brito
  • 3. Media e Socializ@ção O Sentimento social de presença, que decorre durante todo o processo de comunicação, uma vez que o jovem se sente seguro com o fato de possuir um aparelho de comunicação móvel, A Função de diário, uma vez que para além de posder comunicar, pode ser utilizado como um instrumento de registo das atividades diárias e registo de experiências pessoais, O Papel de ferramenta, que serve para aprendizagem das normas e regras sociais. A rápida evolução da tecnologia, permite que o telemóvel se tenha tornado num sistema multimédia em larga escala. No entanto aquilo que o distingue dos outros meiosd de comunicação é a sua fácil acessibilidade e o fato de se poder deslocar com relativa facilidade, o que acaba por favoprecer e estimular o processo de comunicação e assim facilitar o processo de socialização entre os jovens. Muitas vezes o telemóvel funciona como uma extensão do próprio corpo. O telemóvel permite que o seu utilizador troque informação de uma forma bastante rápida, tem carateristicas de mobilidade, e através dele a informação é trocada com relativa facilidade e acessibilidade, independentemente do tempo e do espaço em que o processo de traca de informação decorra. A mobilidade do telemóvel, facilita a mobilidade social dos jovens e a vontade de interagir com os amigos durante o período da adolescência. A interacção na adolescência é uma importante parte do desenvolvimento da identidade, porque permite testar os códigos individuais, culturais, sociais e comportamentais do jovem. Nesse sentido, para os jovens, o fato de ser móvel significa também um passo em frente na sua afirmação enquanto indivíduos.Neste contexto, o telemóvel representa para os jovens um interface muito importante, e torna-se indispensável para lidar com o ritmo da constante troca de Maria do Carmo Lança Página 3 Maria da Graça Brito
  • 4. Media e Socializ@ção informação de carácter pessoal, gerir a organização da sua vida diária e lidar com a insegurança, muitas vezes característica da idade, transformando-se num meio de aprendizagem social que lhes permite posicionar-se face aos desafios das sociedades modernas. Para a maioria dos jovens, o telemóvel são de extrema importância, importancia essa que tem um decrescimo com a idade; porque: Servem de coordenação da sua vida social; Servem para organizar o trabalho/ estudo; Servem de meio de comunicação com as instituições; Servem como forma de organizar a sua vida familiar e amorosa. Apesar de existir uma diferença muito pouco significativa, o estudo demonstra a existência de mais utilizadores do sexo feminino do que do masculino. O telemóvel assume para os jovens uma importância tal que se chega ao cúmulo de determinados jovens afirmarem que o fato de se esquecer do telemóvel é como se sentissem desprovidos de roupa. Podemos então interrogar-nos: Porque é considerado o telemóvel tão importante? Porque é que muitos jovens consideram importantes os telemóveis mas também expressam a sua preocupação sobre o impacto desta situação? A partir de alguns estudos chegou até nós a informação que o uso principal e significado que lhe era atribuído, o telemóvel é visto, em primeiro lugar, como meio imediato de coordenação social e de actualização de informação, em segundo lugar, em conjunto com o computador, um meio pessoal libertador da proximidade física e da imobilidade espacial do jovem. Atualmente o telemóvel tem uma série de funcionalidades. O seu uso pode ser visto como prático.Os jovens utilizam-no essencialmente como forma de comunicação. Depois desta as funcionalidades mais utilizadas são o alarme, relógio, bloco de notas e agenda. Maria do Carmo Lança Página 4 Maria da Graça Brito
  • 5. Media e Socializ@ção A internet, MMS, jogos, música e rádio são considerados os serviços menos utilizados, isto apesar dos jovens que foram submetidos ao estudo considerarem que é importante ter telemóveis com tecnologias avançadas e assinaturas quel hes permitiam o uso desses serviços, e eles próprios têm. Alguns jovens argumentam para a não utilização desses serviços prendem-se com questões financeiras e a fraca qualidade, exceptuando o serviço de rádio e MP3 que está em franco crescimento. A função de fotografia, é pouco utilizada com o telemóvel, isto é, a fotografia é tirada com o telemóvel, contudo raramente são enviadas através dos mesmos. São mostradas através do dispositivo físico ou guardadas no computador através de ligações infravermelhos ou Bluetooth e compartilhadas via e-mail, Messenger, chats ou através das redes sociais. Outra das razões apontadas para a limitada utilização dos telemóveis é o baixo nível de literacia tecnológica. Muitos não se dão ao trabalho de configurar os dispositivos e usá-los, também preferem um ecrã maior, um teclado melhor e uma ligação mais rápida que a oferecida pelos telemóveis. Isto apesar da maioria que se considera analfabeto/tecnológico, nas entrevistas demonstrou ter conhecimentos dos potenciais serviços,funções, soluções e as qualidades desejáveis e indesejáveis dos conteúdos. A utilizaçãodas ligações através de Bluetooth, infravermelhos e portas USB têm vindo a crescer.Os telemóveis cada vez mais oferecem diferentes tecnologias, formatos de comunicação, conteúdos e ligações a outros meios de comunicação. Maria do Carmo Lança Página 5 Maria da Graça Brito
  • 6. Media e Socializ@ção Se analisado a longo prazo, estas probabilidades não é fácil de prever o que poderá ocorrer nos diferentes países do mundo, elas são adaptadas e integradas de diferentes formas segundo vários conjuntos de condições que as afectam: factores culturais, aspectos sociais e constrangimentos práticos. A escolha dos telemóveis e da utilização dos serviços também são indicativos da mobilidade e das tendências nas culturas juvenis. Neste aspeto os jovens dividem-se em duas categorias: Os que adquirem os telemóveis mais avançados, mais na moda e mais caros, não pelas suas funcionalidades mas como demonstração social e se não oconseguem adquirir podem mesmo ficar com traumas; Os que não se importam com a aparência do telemóvel desde que funcione. Em relação a este primeiro grupo, normalmente são jovens do sexo feminino, gostam de decorar o telefone, modificar as configurações, os toques de acordo com as tendências musicais da moda e adicionam a imagem fotográfica ao toque. Todos os entrevistados posuiam telemóvel e apenas um pequeno grupo não o coloca como algo absolutamente indispensável. Um pequeno grupo possuia telemóveis antigos e simples e raramente efectuavam chamadas ou utilizavam mensagens escritas. Outro grupo também tinha uma postura descontraída e indiferente face à utilização do telemóvel mas mais consciente; deixavam os telemóveis em casa várias vezes e cultivavam a atitude de não estarem dependentes dele, no entanto, esta atitude não expressa necessariamente resistência à cultura de grupo mas sim, mostra controle. Em comum todos concordam que o telemóvel em si e combinado com outros meios decomunicação social, é extremamente Maria do Carmo Lança Página 6 Maria da Graça Brito
  • 7. Media e Socializ@ção útil, necessário e bom para manter todo o tipo de relacionamentos e mantê-los ligados ao meio social em que circulam. No estudo em questão, demonstra-se que 80% dos entrevistados não desliga o telemóvel e osoutros 20% só o desligam por um período de quatro a doze horas, o que demonstra estarem sempre disponíveis para a comunicação, informação, entretenimento e para as pessoas. Sentem que se o desligam podem perder alguma coisa e sentem-se desconetados da rede social. Estar sem rede no telemóvel ou desligados é um luxo que só os muito seguros da sua posição na rede social o conseguem ter. Com o telemóvel sempre ligado não há momentos livres, embora o ideal seja controlar a sua utilização o que significaria, em simultâneo, controlar a sua vida. O que se poderia perder se desligar o telefone? É demasiado para que essa hipótes e possa ser considerada. Então continuamos a ver que há adolescentes que são continuamente interrompidos no dia-a-dia, levantando-se a questão acerca da habilidade cognitiva que é necessária para se concentrar, lidar com múltiplas tarefas e grandes quantidades de informação. Por outro lado, o fato de telemóvel estar sempre ligado, pode induzir a situações de stress. O fluxo de actividades inerentes ao telemóvel, mas também, curiosamente,quando não temos telemóvel. É preocupante não estarmos em contato, nem contactáveis. É como que uma necesidade de estar sempre contatavél e ter a sensação de que se “acontece algo e eu não sou informado”, é como uma questão de lealdade. Estas experiências que geram confusão, pressão, stress, resumem-se não só ao telefone mas tambémao fato de ser jovem numa sociedade moderna. O fato de querer estar sempre presente em todos os acontecim,entos marcantes prende-se essencialmenmte com três perceções difedrentes: Perceção da presença num espaço partilhado; Maria do Carmo Lança Página 7 Maria da Graça Brito
  • 8. Media e Socializ@ção Capacidade de estar, simultaneamente, presente em mais doque um sítio; Potencial perturbação provocada por um telemóvel em situações sociais. Os jovens estão sempre noutro local, potencialmente, diferente do local físico em que se encontram. Embora eles considerem um ideal normativo de comportamento em relação ao uso do telefone, otelemóvel acaba por “afastar” as pessoas com quem se está, dada a necessidade de estar sempre a controlar se há mensagens ou de responder a uma chamada. Não é possível estar em dois sítios ao mesmo tempo. Em relação à percepção da presença num espaço partilhado, esta experiência depende do tipo de informação que se consegue, com quem se está a falar. Alguns autores defendem que, quanto mais modalidades de comunicação se utilizam mais sentidos são ativados e mais efetivo se torna o sentimento de presença. Em relação à capacidade de estar, simultaneamente, presente em mais doque um sítio, o ser humano tem a capacidade de poder dividir- se em atenção quando interage em espaços diferentes. Quando utiliza o telemóvel acaba por conseguir estar concentrado em duas actividades, se está acompanhado, o que acaba por causar alguma frustração na pesoa com quem está presencialmente, pois a sua atenção á dividida. No que concerne à potencial perturbação provocada por um telemóvel em situações sociais, um vez que o telemóvel funciona também como um tipo de diário digital que é alegremente partilhado com amigos, mas também porque pode ser concebido como uma extensão docorpo e da mente e até mesmo um tipo de “eu” adicional. Os jovens experimentam uma certa simbiose com os seus telemóveis, em que oequipamento físico se torna entendível como uma representação do significado pessoal e de identidade. Maria do Carmo Lança Página 8 Maria da Graça Brito
  • 9. Media e Socializ@ção Não se trata tanto do equipamento, mas sobretudo do conteúdo que por exemplo o cartão SIM contém. O número de telemóvel, numa mudança de equipamento mantém-se inalterado, uma vez que os jovens consideramser o código para as relações sociais e íntimas. Em forma de conclusão, pçodemos considerar que esta abordagem temática, acabou por demonstrar algumas imkplicações desta nova forma e comunicar através de telemóvel para formação da identidade juvenil. Desta forma o telemóvel adquir um valor simbólico e imediato para ols jovens, com um potencial altamente tecnológico que acaba por transmitir a própria identidade dos jovens. O telemóvel serve como ferramenta pessoal para coordenare orientar os jovens no dia a dia, para a atualização de cada um nas relações sociais e para a partilha coletiva de experiências e vivências . É assim desta forma um mediador de significados e emoções que podem ser muito importantes na formação da identidade dos jovens, reforçando e aumentando um ritmo de comunicação intenso e de experiências emocionais e intelectuais, culturais e sociais, para além de ser uma ferramenta importante que permite a uma pessoa estar no controlo,mas ao mesmo tempo tem-se tornado mais importante ser-se capaz de controlar o telemóvel, pois para além disso o telemóvel também se tornou num icon social. A marca e modelo de telemóvel neste momento é o indicador do estilo de vida e do poder social do adolescente. Maria do Carmo Lança Página 9 Maria da Graça Brito