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O ensino de música no Rio Grande do Sul: investigando escolas públicas

                                           do estado

                                                                        Cristina Rolim Wolffenbüttel
                                                        Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
                                               Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre/RS
                                                                cristina-wolffenbuttel@uergs.edu.br
                                                                                 Daniele Isabel Ertel
                                                        Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
                                                                            dani.ertel@hotmail.com

Resumo: Esta comunicação apresenta a pesquisa sobre a educação musical na Educação
Básica em escolas do estado do Rio Grande do Sul. O projeto foi aprovado no Edital
001/2011, IniCie/UERGS, contando com bolsa de iniciação científica. A metodologia será
orientada pela abordagem quantitativa, sendo o método um survey interseccional de grande
porte. Os dados serão coletados através da utilização de questionários autoadministrados. Para
o estabelecimento da comunicação com as escolas públicas estaduais serão contatadas as
Coordenadorias Regionais de Educação, contando com o apoio da Secretaria de Estado da
Educação do Rio Grande do Sul; os instrumentos de pesquisa serão encaminhados às escolas
sendo, posteriormente, retornados do mesmo modo para a pesquisadora. Considerando-se a
Lei nº 11.769, de agosto de 2008, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de música,
este estudo poderá contribuir com a elaboração de políticas públicas para a implementação da
música na Educação Básica.
Palavras chave: música na Educação Básica, Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul,
Lei 11.769/2008.


Introdução

        Pesquisas na área da educação musical têm apontado a reduzida presença de
professores formados em música atuando na Educação Básica. Penna (2002), em pesquisa
desenvolvida entre os anos de 1999 e 2002, na Grande João Pessoa (PB), aponta o reduzido o
número de professores com habilitação em música atuando nas escolas de educação básica.
Em sua investigação, a autora afirma que

              a música não está conseguindo ocupar com eficiência o espaço que poderia ter na
              educação básica, atuando para ampliar o alcance e a qualidade da vivência musical
              dos alunos: é bastante elevado o índice de professores com formação em Educação
              Artística, mas extremamente reduzido o número de professores com habilitação em
              música. (PENNA, 2002, p.7).

        Apesar deste panorama, pesquisadores também têm sustentado que a música pode se
apresentar em outros tempos e espaços nas escolas (DEL BEN, 2005; DINIZ, 2005;
SANTOS, 2005; SOUZA et al., 2002; FUKS, 1991). O que tem ocorrido, de acordo com as

                    XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical
                                   Educação Musical para o Brasil do Século XXI
                                         Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
pesquisas, é uma desarticulação quanto à ocupação dos espaços oferecidos nos documentos
oficiais (PENNA, 2004; SANTOS, 2005). A música, então, desse modo, não teria
desaparecido das escolas, muito embora sua presença tenha se configurado de maneiras
diferenciadas (SANTOS, 2005).
       O ensino de música em escolas públicas estaduais de Educação Básica da cidade de
Porto Alegre foi mapeado por Del Ben (2005). A pesquisadora observou que “a música se
mantém presente nas escolas de Educação Básica, independentemente de sua inclusão como
disciplina dos currículos escolares” (p.15). A autora também constatou que, dentre os modos
pelos quais a música se manifesta no ambiente escolar, as atividades extracurriculares
apresentam-se de forma predominante (DEL BEN, 2005).
       Em pesquisa desenvolvida junto à Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre/RS,
Wolffenbüttel (2004) constatou a preferência dos professores de música pelo ensino
extracurricular. Na investigação, a autora verificou a atuação dos professores de música com
maior intensidade no ensino extracurricular,

                      fora da sala de aula através da oficina de instrumento musical, onde são
                      ministradas aulas de flauta doce, e da oficina de prática de conjunto vocal,
                      caracterizada como canto coral. Há que se considerar que essas oficinas não
                      atendem à totalidade dos alunos da escola, ficando a maioria deles sem o
                      contato com o ensino musical. Isso se deve ao fato de existir somente um
                      professor de música nessa escola, não existindo carga horária suficiente para
                      que seja possível atender à totalidade dos ciclos. (WOLFFENBÜTTEL, 2004,
                      p. 52-53).

       Paralelamente aos esforços para assegurar a presença da música nos espaços escolares,
educadores musicais também têm se mobilizado, a fim de tornar mais específicos os preceitos
normativos para o ensino de música nas escolas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional nº 9.394, de 1996 (LDB 9.394/96) constituiu-se, também, resultado pela busca
quanto à separação no ensino das artes na Educação Básica.
       Entretanto, mesmo com o estabelecimento da obrigatoriedade do ensino das artes na
Educação Básica e, sendo a música uma das possibilidades, juntamente com as artes visuais, a
dança e o teatro, ainda assim persistiu a indefinição e a ambiguidade, ambas apontadas nas
investigações de Penna (2004), permitindo múltiplas possibilidades, à medida que o ensino
das artes pode ser interpretado de diversos modos. Assim, a música constitui-se, apenas, uma
possibilidade, e não uma obrigatoriedade na Educação Básica.
       Passados os anos, novamente houve uma mobilização nacional, envolvendo
professores de música, artistas, políticos e sociedade em geral, a fim de garantir a presença da


                    XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical
                                   Educação Musical para o Brasil do Século XXI
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música nas escolas. Tem-se, neste sentido, o estabelecimento da Lei nº 11.769, de agosto de
2008, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de música na Educação Básica. No
entanto, a partir da leitura do texto da lei infere-se que, ainda, persistem ambiguidades, pois a
música não está apresentada especificamente como componente curricular, mas como
conteúdo obrigatório. Mesmo assim, busca-se à implementação da música nas escolas.
       Nesse sentido, quer a música esteja na chamada “grade curricular”, como componente
curricular, quer seja atividade extracurricular, ocupando outros tempos e espaços escolares,
entende-se que o ensino de música na escola pode ser analisado sob a perspectiva das
diferentes configurações da educação musical, bem como dos inúmeros lugares em que pode
ocorrer a apropriação e a transmissão musical (KRAEMER, 2000). Segundo Souza (2001), a
educação musical pode ser pensada de um modo mais abrangente, fundamentada nos
princípios de que a prática músico-educacional encontra-se em diversos lugares. A
pesquisadora afirma que é importante para o desenvolvimento da educação musical que os
pesquisadores considerem as múltiplas relações “que os sujeitos fazem com as músicas nos
mais diferentes espaços”, permitindo várias articulações (SOUZA, 2001, p.91).
       Tendo em vista o exposto e, considerando-se a complexidade territorial do Rio Grande
do Sul (RS), considera-se importante uma investigação mais profunda quanto à presença da
música nas escolas estaduais.

Questões, objetivos e justificativa da pesquisa

       No RS existem diversas realidades escolares e musicais, pois um estado com 497
municípios permite essa diversidade. Após leituras e análises suscitadas pelas investigações
referidas, surgiram questionamentos, indicando a necessidade de empreender uma
investigação sobre o assunto. Dentre estas questões destacam-se: Como a educação musical se
configura na Educação Básica? Quais as atividades musicais existentes nas escolas de
Educação Básica? Como, por quem, quando e para quem são desenvolvidas as atividades
musicais nas escolas de Educação Básica? Quais as funções e os objetivos das atividades
musicais desenvolvidas nas escolas de Educação Básica?
       O presente projeto, portanto, foi concebido objetivando investigar as configurações
que a música tem se apresentado nas escolas públicas estaduais do RS. Corrobora a relevância
da pesquisa a articulação entre a Secretaria de Estado da Educação (SEC) e a Universidade
Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), as quais, através de uma parceria, procuram
identificar como as escolas têm oferecido este ensino, bem como traçar caminhos para a

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implementação da educação musical nas escolas do estado do RS.

Metodologia

       Para a realização desta investigação, em fase inicial, foi selecionada a abordagem
quantitativa, sendo o método o survey interseccional de grande porte.
       A pesquisa quantitativa busca uma análise de quantidades das informações para que os
resultados se constituam medidas precisas e confiáveis do objeto em estudo. Permite análises
estatísticas, mensuração, representatividade e projeção. Com estes procedimentos, os
resultados podem ser projetados para o todo, sendo generalizados (POPE; MAYS, 1995).
       O survey, método selecionado, caracteriza-se por reunir dados de um ponto particular
no tempo, descrevendo a natureza das condições existentes, ou mesmo identificando padrões
com os quais as condições existentes possam ser comparadas, determinando a relação entre
eventos específicos (COHEN; MANION, 1994). As pesquisas utilizando o survey como
método assemelham-se aos censos. Porém, diferem por examinarem uma amostra da
população em estudo, ao passo que o censo geralmente implica uma enumeração de toda a
população (BABBIE, 1999). Torna-se adequada a utilização do survey, pois permite “
enunciados descritivos sobre alguma população, isto é, descobrir a distribuição de certos
traços e atributos” (BABBIE, 1999, p.96). O survey do tipo interseccional foi particularmente
escolhido, pois a pesquisa será baseada em informações obtidas em um só ponto temporal,
não se constituindo uma coleta longitudinal. Nesse sentido, em um survey interseccional, os

                        dados são colhidos num certo momento, de uma amostra selecionada para
                        descrever alguma população maior na mesma ocasião. Tal survey pode ser
                        usado não só para descrever, mas também para determinar relações entre
                        variáveis e época de estudo. (BABBIE, 1999, p.101).

       A razão para a escolha do survey está relacionada aos objetivos aos quais a pesquisa se
propõe, na medida em que objetiva investigar as configurações da música nas escolas públicas
estaduais de Educação Básica do RS, com vistas a um mapeamento das configurações da área
em tais espaços.
       O tipo de amostragem escolhido foi a probabilística, tendo como desenho a
amostragem por estratos. A amostragem probabilística gera uma maior representatividade.
Permite generalização das descobertas em torno da amostragem (COHEN; MANION, 1994) e
todos os membros da população têm igual oportunidade na seleção para a composição da
amostra (BABBIE, 1999).


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Dentre as possibilidades de seleção de amostra existentes, selecionou-se a amostragem
por estratos, também denominada de amostragem estratificada. É “um método para obter
maior grau de representatividade, reduzindo o provável erro amostral” (BABBIE, 1999,
p.137). A “função última da estratificação é organizar a população em subconjuntos
homogêneos (com heterogeneidade entre os subconjuntos) e selecionar o número apropriado
de elementos de cada subconjunto)” (BABBIE, 1999, p.138).
       Para a composição da amostragem estratificada participarão escolas públicas estaduais
de Educação Básica do RS, sendo escolhida uma escola representativa de cada um dos 497
municípios existentes no estado. Cada uma das 497 escolas selecionadas na amostragem
estratificada constituir-se-á uma unidade de amostra, e o conjunto das 497 escolas da pesquisa
será denominada de moldura de amostragem (BABBIE, 1999). Os dados serão fornecidos
pelas equipes diretivas das escolas, bem como pelos professores de música e profissionais que
desenvolvem atividades musicais nas escolas de Educação Básica do RS.
       A técnica selecionada para coletar os dados foi a aplicação de questionários
autoadministrados. A razão para esta escolha reside no fato desta técnica possibilitar o acesso
a diversos dados com uma parcela maior da população em estudo, no caso desta investigação,
escolas públicas estaduais de educação básica de 497 municípios.
       Dentre as questões norteadoras dos questionários autoadministrados encontram-se: a
escola oportuniza a participação dos alunos em atividades musicais? Qual a frequência em
que as atividades musicais ocorrem? Quais são as práticas de ensino de música atualmente
presentes na educação básica? São atividades curriculares ou extracurriculares?
        Após a coleta dos dados será realizada a análise, procedendo-se à checagem dos
questionários, identificando possíveis inconsistências, inexistências ou incompletudes de
respostas. Em seguida, será realizada a redução dos dados, atribuindo códigos para as
questões. Todos os questionários passarão por esses procedimentos.
       Finalizada esta etapa, os questionários serão analisados no todo, compreendendo-os
como um conjunto, buscando mapear as atividades musicais desenvolvidas nestas escolas,
analisar as semelhanças e diferenças entre o ensino de música curricular e extracurricular,
além de examinar as funções e os objetivos do ensino de música nas escolas públicas
estaduais do RS.
       A partir de estudos em educação musical (SOUZA et al., 2002; SOUZA, 2001;
HENTSCHKE; OLIVEIRA, 2000; KRAEMER, 2000), os dados serão analisados, com vistas
à compreensão de como a música se configura nas escolas públicas estaduais de Educação
Básica RS.
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Dados preliminares e considerações finais

       Atualmente, a pesquisa encontra-se na etapa da coleta dos dados, a qual acontece em
articulação com a SEC. Até o momento, o mapeamento realizado permitiu a coleta de dados
preliminares, os quais foram disponibilizados pela SEC.
       O RS conta com 12.135 escolas, sendo 7.108 públicas municipais, 2.586 públicas
estaduais, 2.413 particulares e 28 federais. As escolas públicas estaduais, as quais são o foco
desta investigação, encontram-se organizadas em 30 Coordenadorias Regionais de Educação
(CREs). Cada uma destas CREs tem a incumbência de organizar as escolas e o ensino, sendo
responsáveis pela supervisão educacional em diversas cidades gaúchas.
       Como informações iniciais já se possui o número de professores formados em música,
o número de professores de música que atuam na área, o número de escolas que possuem
projetos de música e com banda.


           Tabela 1: Mapeamento preliminar da música nas escolas públicas estaduais do RS
    Coordenadoria        Número de Número de Número de Número de Número
      Regional de        Municípios Professores Professores           Escolas          de
       Educação                        de Música      de Música         com         Escolas
                                                      Atuantes       Projetos         com
                                                                    de Música        Banda
1ª Porto Alegre               1             22            16             36             8
2ª São Leopoldo              38              5            5              16            13
3ª Estrela                   32              3             -             28             7
4ª Caxias do Sul             14             10            10             18             7
5ª Pelotas                   18              0            0               2             3
6ª Santa Cruz do Sul         18              9            3              14             8
7ª Passo Fundo               32             14            14              9             7
8ª Santa Maria               23              7             -             23            12
9ª Cruz Alta                 11              2            1              10             3
10ª Uruguaiana                5              3            0               7            21
11ª Osório                   24             17            10             12            13
12ª Guaíba                   19              0            5              22            17
13ª Bagé                      7              1            1               5             5
14ª Santo Ângelo             11              1            4              12            11
15ª Erechim                  42              0            2              10             6
16ª Bento Gonçalves          25              5            4               7             3
17ª Santa Rosa               22              4            6               7             4
18ª Rio Grande                4              1             -              -            11
19ª Livramento                5              4             -             16            26
20ª Palmeira das             28              4            4               9             6
Missões
21ª Três Passos              19              2             -             12             5
23ª Vacaria                   9              2            1               2             8

                    XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical
                                   Educação Musical para o Brasil do Século XXI
                                         Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
24ª Cachoeira do Sul             11                  9                    4          8      4
25ª Soledade                     18                  7                    7          5      3
27ª Canoas                        5                  0                    0          2      -
28ª Gravataí                      5                  6                    -         22      9
32ª São Luiz Gonzaga             11                  1                    0         11      8
35ª São Borja                     7                  0                    0          -     24
36ª Ijuí                         12                  0                    0         11      6
39ª Carazinho                    21                  2                    3          6      -
30 CRES                          497                141                  100        342    258
Fonte: SEC, junho de 2011.


        A partir da análise superficial dos dados contidos na Tabela 1 observa-se que o
número de professores formados em música nas escolas públicas estaduais é de 141. Porém,
destes apenas 100 encontram-se atuando na área.
        Outro dado relevante é o número de escolas que possuem projetos de música ou banda
escolar, 342 e 258, respectivamente. De acordo com dados da SEC, a existência de projetos e
bandas deve-se à adesão das escolas a projetos sociais diversos, dentre estes o “Mais
Educação”.
        Ao analisar preliminarmente os dados obtidos, considera-se que há, ainda, muito a ser
feito em se tratando de inserção da música nas escolas públicas estaduais. Se for levado em
consideração que existem 2.586 escolas em todo o estado e, até o momento, há apenas há 141
professores formados em música, e destes, apenas 100, atuando, entende-se que a presença da
música nas escolas deverá ser planejada considerando-se ações a curto, médio e longo prazo.
        Considerando-se que a LDB 9.394/96 concede autonomia às escolas de Educação
Básica para elaborarem seus projetos pedagógicos e gerenciarem seus espaços e tempos
escolares; a Lei 11.769, de 2008, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de música na
Educação Básica; e os estudos sobre a presença da música nas escolas, é relevante investigar
quais atividades musicais têm sido desenvolvidas no âmbito escolar, analisando suas
diferenças e semelhanças, suas funções e objetivos, tendo em vista o maior entendimento
acerca das configurações que a educação musical pode apresentar na Educação Básica. Ainda
são escassos os estudos que resultem mapeamentos para a educação musical. Desse modo,
este estudo poderá contribuir com a elaboração de políticas públicas com vistas à
implementação da música na escola, pois construirá um mapeamento das atividades musicais
desenvolvidas nas escolas, analisará o ensino musical escolar e examinará funções e objetivos
do ensino de música na Educação Básica em escolas públicas estaduais do Rio Grande do Sul.




                      XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical
                                     Educação Musical para o Brasil do Século XXI
                                           Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
Referências


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Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Artes, Departamento de Música.
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ensino de Porto Alegre - RS. 2005. Dissertação (Mestrado em Música) – Programa de Pós-
Graduação Mestrado e Doutorado em Música, Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.

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ausência significativa. In: Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 7, set. 2002, p.7-19.

_______. A dupla dimensão da política educacional e a música na escola: - I analisando a
legislação e os termos normativos. In: Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 10, mar. 2004,
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qualitative methods in health and health service research. In: British Medical Journal, n.311,
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vivências de professores do ensino fundamental. Série Estudos. Porto Alegre, novembro,
2002.

WOLFFENBÜTTEL, C. R. Vivências e concepções de folclore e música folclórica: um
survey com alunos de 9 a 11 anos do ensino fundamental. 2004. Dissertação (Mestrado em

                    XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical
                                   Educação Musical para o Brasil do Século XXI
                                         Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
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                  XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical
                                 Educação Musical para o Brasil do Século XXI
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O ensino de música no rs, investigando escolas públicas do…

  • 1. O ensino de música no Rio Grande do Sul: investigando escolas públicas do estado Cristina Rolim Wolffenbüttel Universidade Estadual do Rio Grande do Sul Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre/RS cristina-wolffenbuttel@uergs.edu.br Daniele Isabel Ertel Universidade Estadual do Rio Grande do Sul dani.ertel@hotmail.com Resumo: Esta comunicação apresenta a pesquisa sobre a educação musical na Educação Básica em escolas do estado do Rio Grande do Sul. O projeto foi aprovado no Edital 001/2011, IniCie/UERGS, contando com bolsa de iniciação científica. A metodologia será orientada pela abordagem quantitativa, sendo o método um survey interseccional de grande porte. Os dados serão coletados através da utilização de questionários autoadministrados. Para o estabelecimento da comunicação com as escolas públicas estaduais serão contatadas as Coordenadorias Regionais de Educação, contando com o apoio da Secretaria de Estado da Educação do Rio Grande do Sul; os instrumentos de pesquisa serão encaminhados às escolas sendo, posteriormente, retornados do mesmo modo para a pesquisadora. Considerando-se a Lei nº 11.769, de agosto de 2008, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de música, este estudo poderá contribuir com a elaboração de políticas públicas para a implementação da música na Educação Básica. Palavras chave: música na Educação Básica, Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul, Lei 11.769/2008. Introdução Pesquisas na área da educação musical têm apontado a reduzida presença de professores formados em música atuando na Educação Básica. Penna (2002), em pesquisa desenvolvida entre os anos de 1999 e 2002, na Grande João Pessoa (PB), aponta o reduzido o número de professores com habilitação em música atuando nas escolas de educação básica. Em sua investigação, a autora afirma que a música não está conseguindo ocupar com eficiência o espaço que poderia ter na educação básica, atuando para ampliar o alcance e a qualidade da vivência musical dos alunos: é bastante elevado o índice de professores com formação em Educação Artística, mas extremamente reduzido o número de professores com habilitação em música. (PENNA, 2002, p.7). Apesar deste panorama, pesquisadores também têm sustentado que a música pode se apresentar em outros tempos e espaços nas escolas (DEL BEN, 2005; DINIZ, 2005; SANTOS, 2005; SOUZA et al., 2002; FUKS, 1991). O que tem ocorrido, de acordo com as XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Educação Musical para o Brasil do Século XXI Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
  • 2. pesquisas, é uma desarticulação quanto à ocupação dos espaços oferecidos nos documentos oficiais (PENNA, 2004; SANTOS, 2005). A música, então, desse modo, não teria desaparecido das escolas, muito embora sua presença tenha se configurado de maneiras diferenciadas (SANTOS, 2005). O ensino de música em escolas públicas estaduais de Educação Básica da cidade de Porto Alegre foi mapeado por Del Ben (2005). A pesquisadora observou que “a música se mantém presente nas escolas de Educação Básica, independentemente de sua inclusão como disciplina dos currículos escolares” (p.15). A autora também constatou que, dentre os modos pelos quais a música se manifesta no ambiente escolar, as atividades extracurriculares apresentam-se de forma predominante (DEL BEN, 2005). Em pesquisa desenvolvida junto à Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre/RS, Wolffenbüttel (2004) constatou a preferência dos professores de música pelo ensino extracurricular. Na investigação, a autora verificou a atuação dos professores de música com maior intensidade no ensino extracurricular, fora da sala de aula através da oficina de instrumento musical, onde são ministradas aulas de flauta doce, e da oficina de prática de conjunto vocal, caracterizada como canto coral. Há que se considerar que essas oficinas não atendem à totalidade dos alunos da escola, ficando a maioria deles sem o contato com o ensino musical. Isso se deve ao fato de existir somente um professor de música nessa escola, não existindo carga horária suficiente para que seja possível atender à totalidade dos ciclos. (WOLFFENBÜTTEL, 2004, p. 52-53). Paralelamente aos esforços para assegurar a presença da música nos espaços escolares, educadores musicais também têm se mobilizado, a fim de tornar mais específicos os preceitos normativos para o ensino de música nas escolas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394, de 1996 (LDB 9.394/96) constituiu-se, também, resultado pela busca quanto à separação no ensino das artes na Educação Básica. Entretanto, mesmo com o estabelecimento da obrigatoriedade do ensino das artes na Educação Básica e, sendo a música uma das possibilidades, juntamente com as artes visuais, a dança e o teatro, ainda assim persistiu a indefinição e a ambiguidade, ambas apontadas nas investigações de Penna (2004), permitindo múltiplas possibilidades, à medida que o ensino das artes pode ser interpretado de diversos modos. Assim, a música constitui-se, apenas, uma possibilidade, e não uma obrigatoriedade na Educação Básica. Passados os anos, novamente houve uma mobilização nacional, envolvendo professores de música, artistas, políticos e sociedade em geral, a fim de garantir a presença da XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Educação Musical para o Brasil do Século XXI Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
  • 3. música nas escolas. Tem-se, neste sentido, o estabelecimento da Lei nº 11.769, de agosto de 2008, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de música na Educação Básica. No entanto, a partir da leitura do texto da lei infere-se que, ainda, persistem ambiguidades, pois a música não está apresentada especificamente como componente curricular, mas como conteúdo obrigatório. Mesmo assim, busca-se à implementação da música nas escolas. Nesse sentido, quer a música esteja na chamada “grade curricular”, como componente curricular, quer seja atividade extracurricular, ocupando outros tempos e espaços escolares, entende-se que o ensino de música na escola pode ser analisado sob a perspectiva das diferentes configurações da educação musical, bem como dos inúmeros lugares em que pode ocorrer a apropriação e a transmissão musical (KRAEMER, 2000). Segundo Souza (2001), a educação musical pode ser pensada de um modo mais abrangente, fundamentada nos princípios de que a prática músico-educacional encontra-se em diversos lugares. A pesquisadora afirma que é importante para o desenvolvimento da educação musical que os pesquisadores considerem as múltiplas relações “que os sujeitos fazem com as músicas nos mais diferentes espaços”, permitindo várias articulações (SOUZA, 2001, p.91). Tendo em vista o exposto e, considerando-se a complexidade territorial do Rio Grande do Sul (RS), considera-se importante uma investigação mais profunda quanto à presença da música nas escolas estaduais. Questões, objetivos e justificativa da pesquisa No RS existem diversas realidades escolares e musicais, pois um estado com 497 municípios permite essa diversidade. Após leituras e análises suscitadas pelas investigações referidas, surgiram questionamentos, indicando a necessidade de empreender uma investigação sobre o assunto. Dentre estas questões destacam-se: Como a educação musical se configura na Educação Básica? Quais as atividades musicais existentes nas escolas de Educação Básica? Como, por quem, quando e para quem são desenvolvidas as atividades musicais nas escolas de Educação Básica? Quais as funções e os objetivos das atividades musicais desenvolvidas nas escolas de Educação Básica? O presente projeto, portanto, foi concebido objetivando investigar as configurações que a música tem se apresentado nas escolas públicas estaduais do RS. Corrobora a relevância da pesquisa a articulação entre a Secretaria de Estado da Educação (SEC) e a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), as quais, através de uma parceria, procuram identificar como as escolas têm oferecido este ensino, bem como traçar caminhos para a XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Educação Musical para o Brasil do Século XXI Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
  • 4. implementação da educação musical nas escolas do estado do RS. Metodologia Para a realização desta investigação, em fase inicial, foi selecionada a abordagem quantitativa, sendo o método o survey interseccional de grande porte. A pesquisa quantitativa busca uma análise de quantidades das informações para que os resultados se constituam medidas precisas e confiáveis do objeto em estudo. Permite análises estatísticas, mensuração, representatividade e projeção. Com estes procedimentos, os resultados podem ser projetados para o todo, sendo generalizados (POPE; MAYS, 1995). O survey, método selecionado, caracteriza-se por reunir dados de um ponto particular no tempo, descrevendo a natureza das condições existentes, ou mesmo identificando padrões com os quais as condições existentes possam ser comparadas, determinando a relação entre eventos específicos (COHEN; MANION, 1994). As pesquisas utilizando o survey como método assemelham-se aos censos. Porém, diferem por examinarem uma amostra da população em estudo, ao passo que o censo geralmente implica uma enumeração de toda a população (BABBIE, 1999). Torna-se adequada a utilização do survey, pois permite “ enunciados descritivos sobre alguma população, isto é, descobrir a distribuição de certos traços e atributos” (BABBIE, 1999, p.96). O survey do tipo interseccional foi particularmente escolhido, pois a pesquisa será baseada em informações obtidas em um só ponto temporal, não se constituindo uma coleta longitudinal. Nesse sentido, em um survey interseccional, os dados são colhidos num certo momento, de uma amostra selecionada para descrever alguma população maior na mesma ocasião. Tal survey pode ser usado não só para descrever, mas também para determinar relações entre variáveis e época de estudo. (BABBIE, 1999, p.101). A razão para a escolha do survey está relacionada aos objetivos aos quais a pesquisa se propõe, na medida em que objetiva investigar as configurações da música nas escolas públicas estaduais de Educação Básica do RS, com vistas a um mapeamento das configurações da área em tais espaços. O tipo de amostragem escolhido foi a probabilística, tendo como desenho a amostragem por estratos. A amostragem probabilística gera uma maior representatividade. Permite generalização das descobertas em torno da amostragem (COHEN; MANION, 1994) e todos os membros da população têm igual oportunidade na seleção para a composição da amostra (BABBIE, 1999). XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Educação Musical para o Brasil do Século XXI Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
  • 5. Dentre as possibilidades de seleção de amostra existentes, selecionou-se a amostragem por estratos, também denominada de amostragem estratificada. É “um método para obter maior grau de representatividade, reduzindo o provável erro amostral” (BABBIE, 1999, p.137). A “função última da estratificação é organizar a população em subconjuntos homogêneos (com heterogeneidade entre os subconjuntos) e selecionar o número apropriado de elementos de cada subconjunto)” (BABBIE, 1999, p.138). Para a composição da amostragem estratificada participarão escolas públicas estaduais de Educação Básica do RS, sendo escolhida uma escola representativa de cada um dos 497 municípios existentes no estado. Cada uma das 497 escolas selecionadas na amostragem estratificada constituir-se-á uma unidade de amostra, e o conjunto das 497 escolas da pesquisa será denominada de moldura de amostragem (BABBIE, 1999). Os dados serão fornecidos pelas equipes diretivas das escolas, bem como pelos professores de música e profissionais que desenvolvem atividades musicais nas escolas de Educação Básica do RS. A técnica selecionada para coletar os dados foi a aplicação de questionários autoadministrados. A razão para esta escolha reside no fato desta técnica possibilitar o acesso a diversos dados com uma parcela maior da população em estudo, no caso desta investigação, escolas públicas estaduais de educação básica de 497 municípios. Dentre as questões norteadoras dos questionários autoadministrados encontram-se: a escola oportuniza a participação dos alunos em atividades musicais? Qual a frequência em que as atividades musicais ocorrem? Quais são as práticas de ensino de música atualmente presentes na educação básica? São atividades curriculares ou extracurriculares? Após a coleta dos dados será realizada a análise, procedendo-se à checagem dos questionários, identificando possíveis inconsistências, inexistências ou incompletudes de respostas. Em seguida, será realizada a redução dos dados, atribuindo códigos para as questões. Todos os questionários passarão por esses procedimentos. Finalizada esta etapa, os questionários serão analisados no todo, compreendendo-os como um conjunto, buscando mapear as atividades musicais desenvolvidas nestas escolas, analisar as semelhanças e diferenças entre o ensino de música curricular e extracurricular, além de examinar as funções e os objetivos do ensino de música nas escolas públicas estaduais do RS. A partir de estudos em educação musical (SOUZA et al., 2002; SOUZA, 2001; HENTSCHKE; OLIVEIRA, 2000; KRAEMER, 2000), os dados serão analisados, com vistas à compreensão de como a música se configura nas escolas públicas estaduais de Educação Básica RS. XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Educação Musical para o Brasil do Século XXI Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
  • 6. Dados preliminares e considerações finais Atualmente, a pesquisa encontra-se na etapa da coleta dos dados, a qual acontece em articulação com a SEC. Até o momento, o mapeamento realizado permitiu a coleta de dados preliminares, os quais foram disponibilizados pela SEC. O RS conta com 12.135 escolas, sendo 7.108 públicas municipais, 2.586 públicas estaduais, 2.413 particulares e 28 federais. As escolas públicas estaduais, as quais são o foco desta investigação, encontram-se organizadas em 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs). Cada uma destas CREs tem a incumbência de organizar as escolas e o ensino, sendo responsáveis pela supervisão educacional em diversas cidades gaúchas. Como informações iniciais já se possui o número de professores formados em música, o número de professores de música que atuam na área, o número de escolas que possuem projetos de música e com banda. Tabela 1: Mapeamento preliminar da música nas escolas públicas estaduais do RS Coordenadoria Número de Número de Número de Número de Número Regional de Municípios Professores Professores Escolas de Educação de Música de Música com Escolas Atuantes Projetos com de Música Banda 1ª Porto Alegre 1 22 16 36 8 2ª São Leopoldo 38 5 5 16 13 3ª Estrela 32 3 - 28 7 4ª Caxias do Sul 14 10 10 18 7 5ª Pelotas 18 0 0 2 3 6ª Santa Cruz do Sul 18 9 3 14 8 7ª Passo Fundo 32 14 14 9 7 8ª Santa Maria 23 7 - 23 12 9ª Cruz Alta 11 2 1 10 3 10ª Uruguaiana 5 3 0 7 21 11ª Osório 24 17 10 12 13 12ª Guaíba 19 0 5 22 17 13ª Bagé 7 1 1 5 5 14ª Santo Ângelo 11 1 4 12 11 15ª Erechim 42 0 2 10 6 16ª Bento Gonçalves 25 5 4 7 3 17ª Santa Rosa 22 4 6 7 4 18ª Rio Grande 4 1 - - 11 19ª Livramento 5 4 - 16 26 20ª Palmeira das 28 4 4 9 6 Missões 21ª Três Passos 19 2 - 12 5 23ª Vacaria 9 2 1 2 8 XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Educação Musical para o Brasil do Século XXI Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
  • 7. 24ª Cachoeira do Sul 11 9 4 8 4 25ª Soledade 18 7 7 5 3 27ª Canoas 5 0 0 2 - 28ª Gravataí 5 6 - 22 9 32ª São Luiz Gonzaga 11 1 0 11 8 35ª São Borja 7 0 0 - 24 36ª Ijuí 12 0 0 11 6 39ª Carazinho 21 2 3 6 - 30 CRES 497 141 100 342 258 Fonte: SEC, junho de 2011. A partir da análise superficial dos dados contidos na Tabela 1 observa-se que o número de professores formados em música nas escolas públicas estaduais é de 141. Porém, destes apenas 100 encontram-se atuando na área. Outro dado relevante é o número de escolas que possuem projetos de música ou banda escolar, 342 e 258, respectivamente. De acordo com dados da SEC, a existência de projetos e bandas deve-se à adesão das escolas a projetos sociais diversos, dentre estes o “Mais Educação”. Ao analisar preliminarmente os dados obtidos, considera-se que há, ainda, muito a ser feito em se tratando de inserção da música nas escolas públicas estaduais. Se for levado em consideração que existem 2.586 escolas em todo o estado e, até o momento, há apenas há 141 professores formados em música, e destes, apenas 100, atuando, entende-se que a presença da música nas escolas deverá ser planejada considerando-se ações a curto, médio e longo prazo. Considerando-se que a LDB 9.394/96 concede autonomia às escolas de Educação Básica para elaborarem seus projetos pedagógicos e gerenciarem seus espaços e tempos escolares; a Lei 11.769, de 2008, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de música na Educação Básica; e os estudos sobre a presença da música nas escolas, é relevante investigar quais atividades musicais têm sido desenvolvidas no âmbito escolar, analisando suas diferenças e semelhanças, suas funções e objetivos, tendo em vista o maior entendimento acerca das configurações que a educação musical pode apresentar na Educação Básica. Ainda são escassos os estudos que resultem mapeamentos para a educação musical. Desse modo, este estudo poderá contribuir com a elaboração de políticas públicas com vistas à implementação da música na escola, pois construirá um mapeamento das atividades musicais desenvolvidas nas escolas, analisará o ensino musical escolar e examinará funções e objetivos do ensino de música na Educação Básica em escolas públicas estaduais do Rio Grande do Sul. XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Educação Musical para o Brasil do Século XXI Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
  • 8. Referências BABBIE, E. Métodos de pesquisas de survey. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999. COHEN, L., MANION, L. Research methods in education. 4th ed. London: Routledge, 1994. DEL BEN, L. M. Um estudo com escolas da rede estadual de ensino básico de Porto Alegre – RS: subsídios para a elaboração de políticas de educação musical. Relatório de Pesquisa. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Artes, Departamento de Música. Porto Alegre, agosto, 2005. DINIZ, L. N. Música na educação infantil: um survey com professoras da rede municipal de ensino de Porto Alegre - RS. 2005. Dissertação (Mestrado em Música) – Programa de Pós- Graduação Mestrado e Doutorado em Música, Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. FUKS, R. O discurso do silêncio. Rio de Janeiro: Enelivros, 1991. HENTSCHKE, L.; OLIVEIRA, A. A educação musical no Brasil. In.: A educação musical em países de línguas neolatinas. Porto Alegre: Ed. da universidade/UFRGS, 2000, p.47-64. KRAEMER, R. Dimensões e funções do conhecimento pedagógico-musical. In: Em Pauta, Porto Alegre, V.11, n. 16/17, abr./nov., p.50-73, 2000. PENNA, M. Professores de música nas escolas públicas de ensino fundamental e médio: uma ausência significativa. In: Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 7, set. 2002, p.7-19. _______. A dupla dimensão da política educacional e a música na escola: - I analisando a legislação e os termos normativos. In: Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 10, mar. 2004, p.19-28. POPE, C., MAYS, N. Reaching the parts other methods cannot reach: an introduction to qualitative methods in health and health service research. In: British Medical Journal, n.311, p.42-45, 1995. SANTOS, R M. S. Música, a realidade nas escolas e políticas de formação. In: Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 12, mar, 2005, p.49-56. SOUZA, J. Múltiplos espaços e novas demandas profissionais: reconfigurando o campo da educação musical. In: X ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MUSICAL, 2001, Uberlândia. Anais... Uberlândia: 2001, p.85-92. SOUZA, J. et al. A música na escola. In: O que faz a música na escola? Concepções e vivências de professores do ensino fundamental. Série Estudos. Porto Alegre, novembro, 2002. WOLFFENBÜTTEL, C. R. Vivências e concepções de folclore e música folclórica: um survey com alunos de 9 a 11 anos do ensino fundamental. 2004. Dissertação (Mestrado em XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Educação Musical para o Brasil do Século XXI Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011
  • 9. Música) – Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Música, Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004. XX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical Educação Musical para o Brasil do Século XXI Vitória, 07 a 10 de novembro de 2011