2. Quinhentismo corresponde ao estilo literário que
abrange todas as manifestações literárias
produzidas no Brasil na época de seu
descobrimento, durante o século XVI.
As principais manifestações literárias não são
propriamente Literatura Brasileira, mas Literatura
sobre o Brasil.
Incluem-se nessas manifestações a Literatura
Informativa dos viajantes e a Literatura
catequética do Pe. José de Anchieta
3. Principais produções:
A Carta de Pero Vaz de Caminha. – PERO VAZ DE CAMINHA
A literatura informativa, também chamada de
literatura dos viajantes ou dos cronistas, reflexo das
grandes navegações, empenha-se em fazer um
levantamento da terra nova, de sua flora, fauna, de
sua gente.
Auto da Pregação Universal (1570)
Diálogo do P.e Pero Dias Martir (1571)
Na Festa de Natal ou Pregação (1577)
As obras de Anchieta tinham como forte
característica a visão catequética, com uma
concepção Teocêntrica do mundo tendo
como temática constante a religiosidade
e a moral.
4. BARROCO: Uma época de
conflitos
No século XVII, o Brasil presenciou o
surgimento de uma literatura própria a
partir dos escritores nascidos na
colônia.
Contexto Histórico:
Primeira invasão holandesa, que ocorreu
na Bahia, em 1624, e a Segunda, em
Pernambuco, em 1630, que perdurou até
1654.
Costuma-se considerar a publicação
da obra Prosopopéia (1601), de
Bento Teixeira, como o marco
inicial do Barroco no Brasil.
Retábulo da Basílica de Nossa Senhora do
Carmo em Recife, uma das glórias do
barroco brasileiro
5. Movimento artístico e filosófico que surge com o
conflito entre a Reforma Protestante e a Contra
Reforma.
Seu objetivo era propagar a religião através de uma
arte de impacto, sinuosa, enfeitada ao extremo.
Arte altamente contraditória.
A origem da palavra barroco é obscura, hipóteses
têm sido consideradas mais aceitáveis: barroco era o
adjetivo que designava certas pérolas de superfície
irregular e preço.
Igreja de São Francisco, em Salvador, com frontão de característica barroca
6. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA LITERATURA BARROCA
O homem dividido entre o desejo de aproveitar a vida e o de
garantir um lugar no céu. Homem dividido entre o prazer
pagão e a fé religiosa.
Antropocentrismo x Teocentrismo (homem X Deus, carne X
espírito).
Detalhismo e rebuscamento- a extravagância e o exagero nos
detalhes.
A arte do contraditório, onde é comum a idéia de opostos;
Linguagem rebuscada e trabalhada ao extremo, usando
muitos recursos estilísticos e figuras de linguagem e sintaxe;
Regido por duas filosofias: Cultismo e Conceptismo.
Cultismo é o jogo de palavras, o uso culto da língua,
predominando inversões sintáticas. Conceptismo são os
jogos de raciocínio e de retórica que visavam melhor explicar
o conflito dos opostos.
7. PRINCIPAIS REPRESENTANTES DO BARROCO BRASILEIRO
POESIA
GREGÓRIO DE MATOS GUERRA (apelido de Boca do Inferno
ou Boca de Brasa )
TEMAS DA POESIA GREGORIANA: A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR
POESIA RELIGIOSA Pequei, Senhor; mas não porque hei
POESIA SATÍRICA pecado,
POESIA ERÓTICA da vossa alta clemência me despido;
porque, quanto mais tenho delinqüido,
vos tenho a perdoar mais empenhado.
PROSA Se basta a vos irar tanto pecado,
PADRE ANTÔNIO VIEIRA a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido
vos tem para o perdão lisonjeado.
―Fazer pouco fruto a palavra de Deus
no Mundo, pode proceder de um de três Se uma ovelha perdida, e já cobrada
princípios: ou da parte do pregador, ou glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na sacra história,
da parte do ouvinte, ou da parte de
Deus..(...)”
eu sou Senhor, a ovelha desgarrada,
(Sermão da Sexagésima, Padre Antônio Vieira,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
pregado na Capela Real, no ano de 1655)
perder na vossa ovelha, a vossa glória.
(Gregório de Matos)
8. ARCADISMO
O Arcadismo desenvolveu-se no Brasil do
século XVIII especialmente em Minas Gerais,
onde se havia descoberto ouro, fato que marcou
o local como centro econômico e, portanto,
cultural da colônia portuguesa.
Delimita-se o Arcadismo no Brasil
entre os anos de 1768 (publicação das
Obras poéticas, de Cláudio
Manuel da Costa) e 1836 (início do
Romantismo).
Pastoral de outono, por François Boucher.
Representação do pastoralismo.
9. Características
Apesar dos traços do cultismo barroco em alguns poetas,
a maioria deles procurou seguir as convenções dos
neoclassicistas europeus. São elas:
•Utilização de personagens mitológicas;
•Idealização da vida campestre (bucolismo);
•Eu lírico caracterizado como um pastor e a mulher
amada como uma pastora (pastoralismo);
•Ambiente tranqüilo, idealização da natureza, cenário
perfeito e aprazível (locus amoenus);
•Visão da cidade como local de sofrimento e corrupção
(fugere urbem);
•Elogio ao equilíbrio e desprezo às extremidades (aurea
mediocritas - expressão de Horácio);
•Desprezo aos prazeres do luxo e da riqueza;
•Aproveitamento do momento presente, devido à
incerteza do amanhã. Vivência plena do amor durante a
juventude, porque a velhice é incerta (carpe diem)
10. Os principais autores árcades são:
Cláudio Manoel da Costa, (Glauceste Satúrnio) produziu o poema
épico, Vila Rica .
Basílio da Gama, (Termindo Sipílio) sua obra principal foi o poema
épico O Uraguai
Frei José de Santa Rita Durão. sua obra consiste basicamente no
Caramuru
Tomás Antonio Gonzaga (Dirceu) escreveu As Liras de Marília de
Dirceu.
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Edição de 1824
11. ROMANTISMO
O Romantismo surge em 1830, influenciado pela
Independência, em 1822. Desenvolve uma linguagem
própria e aborda temas ligados à natureza e às
questões político-sociais. Defende a liberdade de
criação e privilegia a emoção. As obras valorizam o
individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade,
a natureza, os temas nacionais, as questões político-
sociais e o passado.
O marco inicial do romantismo
brasileiro é a publicação, em 1836,
de Suspiros Poéticos e Saudades,
de Gonçalves de Magalhães
(1811-1882).
12. CARACTERÍSTICAS
1 – Individualismo, egocentrismo, subjetivismo,
narcisismo
2 – Sentimentalismo, Escola do Coração (lágrima,
sonho, devaneio, ternura, emoção)
3 – Sentimento da nacionalidade, patriotismo, com
nacionalismo focado na natureza e na sociedade.
4 – Liberdade de composição
5 – Cristianismo
6 – Escritores assumem atitudes de artificialismo
- cabelos longos;- pele pálida;- olhar perdido;- vida
desregrada
13. A produção literária passa por três fases:
1- Geração indianista ou Nacionalista
Características:
Nacionalismo, ufanismo
Exaltação à natureza e à pátria
O Índio como grande herói nacional
Sentimentalismo
PRINCIPAIS AUTORES:
Gonçalves de Magalhães
Gonçalve Dias
José de Alencar
14. Canção do exílio (Gonçalves Dias)
Em cismar - sozinho, à noite -
quot;Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá; Mais prazer encontro eu lá;
As aves que aqui gorjeiam, Minha terra tem palmeiras,
Não gorjeiam como lá. Onde canta o Sabiá.
Nosso céu tem mais estrelas, Não permita Deus que eu morra,
Nossas várzeas têm mais flores, Sem que eu volte para lá;
Nossos bosques têm mais vida, Sem que desfrute os primores
Nossa vida mais amores. Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Em cismar, sozinho, à noite, Onde canta o Sabiá.quot;
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
15. José de Alencar
Nascimento 1 de Maio de 1829, Ceará
12 de Dezembro de 1877 (48 anos) Rio de
Falecimento
Janeiro,
Alguns Romances:
Cinco minutos, 1856
A viuvinha, 1857
O guarani, 1857
Lucíola, 1862
Diva, 1864
Iracema, 1865
Ubirajara, 1874
O sertanejo, 1875
Senhora, 1875
16. 2-GERAÇÃO BYRONIANA OU ULTRA-ROMÂNTICA
CARACTERÍSTICAS:
Estilo subjetivo
Vida boêmia, noturna, voltada para o vício e os prazeres da bebida,
do fumo e do sexo
Mal do século
Fuga da realidade, evasão - Através da morte, do sonho, da loucura,
do vinho, etc.
Mulher idealizada, distante
Introspecção PRINCIPAIS AUTORES:
•Álvares de Azevedo
•Casimiro de Abreu
•Junqueira Freire
•Fagundes Varela
17. MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
•Casimiro de Abreu
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
(...)
18. 3- GERAÇÃO CONDOREIRA
•1888 - Abolição da Escravatura
•1889 - Proclamação da República
•Influenciada pelos acontecimentos sociais, discursa sobre
liberdade,
•questões sociais, o abolicionismo.
•Uso de exclamações, exageros.
•Mulher presente, carnal.
•Volta-se para o futuro, progresso.
•Luta pela liberdade, temáticas sociais.
•Ainda fala sobre o amor.
•O condor simboliza a liberdade, por isso geração condoreira.
Principais poetas
• Castro Alves - quot;O Poeta dos Escravosquot;
• Tobias Barreto
• Sousândrade
19. Navio Negreiro ( Castro Alves)
Presa nos elos de uma só cadeia,
IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho A multidão faminta cambaleia,
Que das luzernas avermelha o brilho. E chora e dança ali!
Em sangue a se banhar. Um de raiva delira, outro enlouquece,
Tinir de ferros... estalar de açoite... Outro, que martírios embrutece,
Legiões de homens negros como a noite, Cantando, geme e ri!
Horrendos a dançar...
No entanto o capitão manda a manobra,
Negras mulheres, suspendendo às tetas E após fitando o céu que se desdobra,
Magras crianças, cujas bocas pretas Tão puro sobre o mar,
Rega o sangue das mães: Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
Outras moças, mas nuas e espantadas, quot;Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
No turbilhão de espectros arrastadas, Fazei-os mais dançar!...quot;
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente
E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais...
Faz doudas espirais ... Qual um sonho dantesco as sombras
Se o velho arqueja, se no chão resvala, voam!...
Ouvem-se gritos... o chicote estala. Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E voam mais e mais... E ri-se Satanás!...
20. Realismo Naturalismo no Brasil
/
ORIGEM DO REALISMO
França – Madame Bovary – Gustave Flaubert – 1ª obra realista
No Brasil, esse contexto se inicia em 1881, com
Machado de Assis, que publica Memórias póstumas de
Brás Cubas (primeiro romance realista do Brasil).
Durante o período de passagem do Romantismo para o
Realismo , o Brasil sofreu inúmeras mudanças na
história econômica, política e social.
O Realismo encontrou no Brasil uma realidade propícia
para a ascensão da literatura, já que escritores como
Castro Alves e José de Alencar haviam preparado o
terreno.
21. CARACTERÍSTICAS
1 – Oposição ao Romantismo
2 – Racionalismo
3 – Objetivismo
4 – Universalismo
5 – Crítica Social (obra literária é um instrumento a
serviço de novas idéias, crítica à sociedade arcaica
6 – Formalismo – perfeição da forma; a palavra
retratando fielmente a sociedade
7 – Filosofia materialista
8 - Anti-romantismo, anti-burguesia, anti-igreja
9 - Romance de tese
10 - Linguagem trabalhada
11 - Ataque ao casamento
22. O Realismo na Literatura manifesta-se na prosa. A poesia da época
vive o parnasianismo. O romance – social, psicológico e de tese – é a
principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distração e torna-
se veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à
hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a
sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e
direta.
Realismo Romantismo
Distanciamento do narrador Narrador em primeira pessoa
Valoriza o que se idealiza e
Valoriza o que se é
sente
Crítica direta Crítica indireta
Objetividade Sentimentos à flor da pele
Textos, às vezes, sem censura Textos geralmente respeitosos
Imagens sem fantasias, reais Imagens fantasiadas, perfeitas
Aversão ao Amor platônico Amores platônicos
Mistura de épico e lírico nos
Separação
textos
23. PRINCIPAIS AUTORES REALISTAS:
RAUL POMPÉIA ( O ATENEU)
VISCONDE DE TAUNAY ( Inocência)
MACHADO DE ASSIS: Romances:
Ressurreição, 1872.
A mão e a luva, 1874.
Helena, 1876.
Iaiá Garcia, 1878.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881.
Quincas Borba, 1891.
Dom Casmurro, 1899.
Esaú Jacó, 1904.
Memorial de Aires, 1908.
24. Naturalismo no Brasil
O Naturalismo é uma escola literária conhecida por ser a
radicalização do Realismo, baseando-se na observação
fiel da realidade e na experiência, mostrando que o
indivíduo é determinado pelo ambiente e pela
hereditariedade. A escola esboçou o que pode-se
declarar como os primeiros passos do pensamento
teórico evolucionista de Charles Darwin.
O primeiro romance é O mulato (1881) do
maranhense Aluísio de Azevedo, o escritor
que melhor representa a corrente literária
do naturalismo brasileiro. Além dessa obra,
foi o responsável pela criação de um dos
maiores marcos da literatura brasileira:
O cortiço.
25. Quadro comparativo
Realismo: Naturalismo:
Preocupação com a verdade Visão determinista do
exata; homem (animal, presa de
forças fatais e superiores –
Observação e análise;
meio, herança genética,
Personagens tipificadas,
fisiologia, momento).
preferência pelas camadas
Tendência para análise dos
altas da sociedade;
deslizes de personalidade.
Objetividade. Descrições Deturpações psíquicas e
pormenorizadas; Linguagem físicas.
correta, no entanto é mais
Preferência pela classe
próxima da natural, maior
operária.
interesse pela caracterização
Patologia social: miséria,
que pela ação – tese
adultério, criminalidade,
documental.
etc – tese experimental.
26. Parnasianismo:
O parnasianismo é uma escola literária ou um movimento
literário essencialmente poético, contemporâneo do
Realismo-Naturalismo. Um estilo de época que se
desenvolveu na poesia a partir de 1850, na França
Arte pela arte, objetividade, poesia descritiva, versos
impassíveis, exatidão e economia de imagens e metáforas,
poesia técnica e formal, retomada de valores clássicos,
apego à mitologia greco-romana.
PRINCIPAIS POETAS BRASILEIROS:
Olavo Bilac,
Alberto de Oliveira,
Raimundo Correia,
Vicente de Carvalho
27. Profissão de fé (Olavo Bilac)
Torce, aprimora, alteia, lima
.........................................
A frase; e, enfim,
Invejo o ourives quando escrevo:
No verso de ouro engasta a rima,
Imito o amor
Como um rubim.
Com que ele, em ouro, o alto
relevo
Quero que a estrofe cristalina,
Faz de uma flor.
Dobrada ao jeito
.
De ourives, saia da oficina
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
Sem um defeito:
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
[...]
O ônix prefiro.
.
Assim procedo. Minha pena
Por isso, corre, por servir-me,
Segue esta norma,
Sobre o papel
Por te servir, Deusa serena,
A pena, como em prata firme
Serena Forma!
Corre o cinzel. (Bilac, Olavo. Poesias. Rio de Janeiro: Ediouro.)
.
Corre; desenha, enfeita a imagem,
A idéia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla
roupagem
Azul-celeste.
28. SIMBOLISMO
Iniciou-se no Brasil com a publicação de MISSAL E
BROQUÉIS de Cruz e Sousa em 1883.
Os Simbolistas usavam a palavra como
símbolo, sugestão ou evocação.
CARACTERÍSTICAS:
1- Temas como: mistérios da vida e da
morte, religião, existência de Deus, misticismo, solidão, a
ilusão, o vago, o sobrenatural.
2- Preocupação com a forma: preocupação maior com a
escolha e beleza das palavras do que com as idéias.
3-Musicalidade: vocábulos sonoros, onomatopéias, etc.
4- uso das cores;
5- Uso de palavras ambíguas, com duplo sentido;
6- Sinestesia: junção dos sentidos.
29. Principal autor: CRUZ E SOUSA ( 1861 – 1898)
VIOLÕES QUE CHORAM
Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.
Noites de além, remotas, que eu recordo,
Noites da solidão, noites remotas
Que nos azuis da Fantasia bordo,
Vou constelando de visões ignotas.
(...)
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
(...)
Paul Gauguin