O poema descreve o sentimento de solidão e perda do eu lírico. Ele se sente cheio de lembranças dolorosas e esgotado pelo amor e desejo. Teme que quando acordar, o céu estará morto e saqueado, assim como ele mesmo. Lamenta não ter sido avisado sobre uma guerra e não ter trazido comida e fogo. Pede perdão por se sentir disperso e humilde. Ao fim, imagina ficar sozinho desfiando as lembranças daqueles que viviam em uma barraca e não foram
2. Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo, mas estou cheio de escravos, minhas lembranças escorrem e o corpo transige na confluência do amor.
3. Quando me levantar, o céu estará morto e saqueado, eu mesmo estarei morto, morto meu desejo, morto o pântano sem acordes.
4. Os camaradas não disseram que havia uma guerra e era necessário trazer fogo e alimento. Sinto-me disperso, anterior a fronteiras, humildemente vos peço que me perdoeis.
5. Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho desfiando a recordação do sineiro, da viúva e do microscopista que habitavam a barraca e não foram encontrados ao amanhecer
