Camilo Castelo Branco foi um escritor português do século XIX que viveu uma vida tumultuada e se dedicou a diversos gêneros literários como romances, crônicas e poesia. Sua obra mais famosa foi o romance "Amor de Perdição" publicado em 1862, que refletia as paixões intensas da época romântica e a sociedade portuguesa em transformação. Camilo foi um dos primeiros autores a viver exclusivamente da literatura em Portugal.
1. Camilo Castelo Branco Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (Lisboa, 16 de Março de 1825 — São Miguel de Seide, 1 de Junho de 1890) foi um escritor português. Camilo foi romancista português, além de cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor. Teve uma vida atribulada que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas HYPERLINK
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Novela
novelas. Foi o primeiro escritor de HYPERLINK
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Língua portuguesa
língua portuguesa a viver exclusivamente dos seus escritos literários. Apesar de ter de escrever para um público, sujeitando-se assim aos ditames da HYPERLINK
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Moda
moda, conseguiu ter uma escrita muito original. Biografia Camilo Castelo Branco teve uma vida atribulada, passional e impulsiva. Uma vida tipicamente romântica. Camilo Castelo Branco, primeiro visconde de Correia Botelho, nasceu em Lisboa, no Largo do Carmo, a 16 de Março de 1825. Foi órfão de mãe quando tinha um ano de idade e de pai aos dez anos, o que lhe criou um carácter de eterno insatisfeito com a vida. Estando órfão, foi recebido por uma tia de HYPERLINK
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Vila Real
Vila Real, e depois por uma irmã mais velha, Carolina Rita Botelho Castelo Branco, em HYPERLINK
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Vilarinho de Samardã
Vilarinho de Samardã, em 1839, recebendo uma educação irregular através de dois padres de província. Na sua HYPERLINK
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Adolescência
adolescência formou-se lendo os clássicos portugueses e latinos, HYPERLINK
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Literatura
literatura eclesiástica e em contato com a vida ao ar livre HYPERLINK
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Trás-os-Montes
transmontana. 4513580659130Com apenas dezesseis anos (1841), Camilo casa com Joaquina Pereira de França e instala-se em Friúme (Ribeira de Pena). O casamento precoce parece ter sido resultado de uma mera paixão juvenil, não tendo resistido muito tempo. No ano seguinte prepara-se para ingressar na Universidade, indo estudar com o Padre Manuel da Lixa, em Granja Velha. O seu carácter instável e irrequieto leva-o a amores tumultuosos (Patrícia Emília, a freira Isabel Cândida). Camilo tenta então o curso de HYPERLINK
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Medicina
Medicina no HYPERLINK
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Porto
Porto que não conclui, optando depois por Direito. A partir de HYPERLINK
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1848
1848 faz uma vida de HYPERLINK
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Boémia
boemia repleta de paixões, repartindo o seu tempo entre os HYPERLINK
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Cafeeiro
cafés e os salões burgueses, dedicando-se entretanto ao jornalismo. Apaixona-se por HYPERLINK
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Ana Plácido
Ana Plácido, e quando esta se casa, tem, de 1850 a 1852, uma crise de misticismo, chegando a frequentar o HYPERLINK
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Seminário
seminário que depois abandona. HYPERLINK
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Ana Plácido
Ana Plácido tornara-se mulher de um negociante de seu nome, Pinheiro Alves, um brasileiro que o inspira como personagem em algumas das suas novelas, muitas vezes com carácter depreciativo. Seduz e rapta Ana Plácido e, depois de algum tempo, são capturados pelas autoridades e depois julgados. Naquela época o caso emocionou a opinião pública pelo seu conteúdo tipicamente HYPERLINK
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Romantismo
romântico do amor contrariado, que se ergue à revelia das convenções e imposições sociais. Presos na HYPERLINK
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Cadeia da relação
cadeia da relação do Porto, escreveu Memórias do Cárcere, tendo conhecido o famoso delinquente HYPERLINK
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Zé do Telhado
Zé do Telhado. Depois de absolvidos do crime de HYPERLINK
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Adultério
adultério, Camilo e Ana Plácido passam a viver juntos, contando ele trinta e oito anos de idade. Entretanto, Ana Plácido tem um filho, teoricamente do seu antigo marido, ao que se somam mais dois de Camilo. Com uma família tão numerosa para sustentar Camilo vai escrever a um ritmo alucinante. Quando o ex-marido de Ana Plácido, falece em HYPERLINK
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1863
1863, o casal vai viver para a sua HYPERLINK
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Casa de Camilo Castelo Branco
casa, em HYPERLINK
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São Miguel de Seide
São Miguel de Seide. Em HYPERLINK
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1870
1870 vai viver para HYPERLINK
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Vila do Conde
Vila do Conde motivado por problemas de saúde, aí se mantendo até HYPERLINK
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1871
1871. Foi em Vila do Conde que escreveu a peça de teatro
O Condenado
, bem como inúmeros poemas, crônicas, artigos de opinião e traduções. A peça
O Condenado
é representada no HYPERLINK
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Porto
Porto em 1871. Outras obras de Camilo estão associadas a Vila do Conde. Na obra
A Filha do Arcediago
, relata a passagem de uma noite do Arcediago com um exército numa estalagem, conhecida pela Estalagem das Pulgas. Essa estalagem pertencera outrora ao Mosteiro de São Simão da Junqueira, e situa-se no lugar Casal de Pedro, freguesia da Junqueira. Camilo dedicou ainda o romance
A Engeitada” a um ilustre vilacondense seu conhecido, o Dr. Manuel Costa. Em HYPERLINK
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1885
1885 é-lhe concedido o título de HYPERLINK
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Visconde
visconde de Correia Botelho e posteriormente, a HYPERLINK
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9 de Março
9 de Março de 1888 casa-se finalmente com Ana Plácido. Camilo passa os últimos anos da sua vida ao lado de Ana Plácido, não encontrando a estabilidade emocional por que ansiava. As dificuldades financeiras, e os filhos dão-lhe enormes preocupações: considera Nuno irresponsável e Jorge sofre de uma doença mental. A progressiva e crescente HYPERLINK
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Cegueira
cegueira (causada pela HYPERLINK
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Sífilis
sífilis), impede Camilo de ler e de trabalhar, o que o mergulha num enorme desespero. Camilo Castelo Branco, depois da consulta a um HYPERLINK
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Oftalmologista
oftalmologista que lhe confirmara a gravidade do seu estado, em desespero desfere um tiro de revólver na têmpora direita, às 15h15 de HYPERLINK
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1 de Junho
1 de Junho de 1890, acabando por morrer às 17h00 desse mesmo dia. O ESCRITOR Camilo foi seguramente o primeiro escritor profissional português. Durante quase toda a sua vida ativa assegurou a sua subsistência e a da família, depois de assumida a relação com Ana Plácido, com os seus trabalhos jornalísticos e as novelas que publicava em ritmo frenético: a sua bibliografia ultrapassa muito a centena de títulos, descontada a profusa colaboração espalhada pelos jornais da época. Essa atividade literária tão intensa —
forçado das letras
, chamou-lhe alguém — bem como a leitura frequente e atenta dos escritores portugueses, sobretudo os clássicos, são os principais responsáveis pelo domínio da língua, que revela em numerosas passagens das suas obras. É verdade que o ritmo vertiginoso com que escrevia (o Amor de Perdição, por exemplo, terá sido escrito em cerca de quinze dias) não lhe permitia trabalhar como gostaria a escrita. Essa urgência da escrita é certamente a grande responsável pela irregularidade qualitativa da sua obra, onde encontramos textos de inegável qualidade a par de outros que não conseguiram resistir ao tempo. Embora seja um escritor da segunda metade do século XIX, a verdade é que muitas das suas novelas refletem o clima social, político e mental da primeira metade — época extremamente conturbada, a nível político, e marcada por profundas transformações de natureza social. O anticlericalismo da facção liberal também não contribuía para a expansão das suas ideias, já que a população rural, religiosa, analfabeta e controlada pelo clero, rejeitava com vigor as ideias defendidas pelos
herejes
. Quando finalmente em 1834 os absolutistas são vencidos, o conflito transfere-se para o campo liberal, opondo conservadores e progressistas. A estabilidade só chegará em 1851, com a Regeneração. Ora, Camilo formou-se, como homem e como escritor, nesta sociedade em efervescência. E é nesse clima de agitação, de instabilidade, que decorre a ação de muitas das suas novelas. As suas novelas constituem um painel descritivo, em tom frequentemente sarcástico, da sociedade portuguesa do século dezenove. A sua atenção debruça-se sobretudo sobre uma aristocracia em clara decadência — material e moral — e uma burguesia em ascensão, que, aos seus olhos, se destaca pela boçalidade. A obra de Camilo é, em grande parte, um reflexo do seu próprio percurso biográfico. A agitação, a instabilidade, os raptos, o conflito entre a paixão e a razão que encontramos nas novelas de Camilo, encontramo-los igualmente na vida de Camilo. Por outro lado, como profissional das letras que era, Camilo não pôde ignorar os apelos do seu público, que os editores traduziam sob a forma de pressões incontornáveis. Camilo vivia da escrita, e para isso precisava vender, o que implicava obedecer de alguma maneira às solicitações do público leitor. É essa sujeição aos gostos dominantes que explica também a
conversão
naturalista, detectável nas últimas obras de Camilo. Independentemente dessas cedências, há na sua obra passagens antológicas, onde transparecem os costumes, os comportamentos, os geitos de falar do norte de Portugal. A exuberância, o imprevisto, o excesso passional das suas intrigas cativaram igualmente a geração literária dita ultra-romântica, que o homenageou quase no fim da vida. A intriga é quase sempre de teor passional, como se esperaria de um escritor romântico. Os impulsos do coração determinam a ação das personagens principais, que, normalmente, se defrontam com outras, movidas por outros impulsos menos ideais: o estatuto social, as rivalidades familiares, os interesses econômicos... As suas intrigas são frequentemente demasiado lineares, mas não se pode negar a Camilo uma capacidade de efabulação notável. As condicionantes estéticas da sua época, os circuitos editoriais, a sociologia e psicologia do seu público e a sua própria personalidade impuseram à sua obra novelística características fortemente românticas. No entanto, a sua longa permanência de quase meio século na vida literária, e a sua dependência financeira da escrita, levaram-no, talvez a contragosto, a tentar acompanhar a evolução ideológica do seu tempo. Daí que o mais romântico dos nossos escritores nos apareça, quase no fim da vida, a ensaiar uma escrita realista e até naturalista. É autor de uma obra multifacetada. Nela se destaca, como sabemos, a componente novelística, mas estende-se também pelo teatro, jornalismo, ensaios biográficos e históricos, poesia, polêmica, crítica literária, além de dezenas de traduções e uma extensa epistolografia. Resumo da obra “Amor de Perdição” Amor de Perdição é o título de uma novela HYPERLINK
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Portuguesa
portuguesa de HYPERLINK
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Camilo Castelo Branco
Camilo Castelo Branco, escrito em HYPERLINK
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1862
1862. É o mais famoso romance do autor, um dos expoentes do HYPERLINK
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Romantismo
romantismo em HYPERLINK
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Portugal
Portugal. A redação dessa obra, sua maior novela passional, foi inspirada em suas desventuras - sempre envolvido em casos amorosos complicados - e na peça Romeu e Julieta, de Shakespeare. Com a publicação da obra em 1862, Castelo Branco alcança grande popularidade. Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, membros de família rivais da cidade de Viseu, em Portugal, apaixonam-se perdidamente. No entanto, logo percebem a impossibilidade da realização desse amor por meio do casamento, pois suas famílias eram declaradamente inimigas. Não tarda muito para os jovens amantes sentirem todo o ódio de seus pais. Tadeu de Albuquerque, pai de Teresa, ao descobrir o romance, trata de prometer a mão de sua filha a seu sobrinho Baltasar Coutinho. No entanto, a moça rejeita o pretendente fato que irrita profundamente o pai. Surge, nesse momento, o segundo grande elemento complicador. Desprezado e ofendido em seus brios Baltasar alia-se ao tio e juntos tramam o destino da pobre Teresa. Decididos, procuram persuadi-la a esquecer Simão, sob pena de a encerrarem em um convento. Teresa, temendo a ira de seu pai diante do rompimento causado por sua desobediência, aceita passivamente seu destino, prometendo afastar-se de Simão. No entanto, da repulsa ao casamento imposto por seu pai, ela continua irredutível. A moça não aceitava um casamento contrário às regras de seu coração. Na casa dos Botelhos, concomitantemente a esse fato, o pai de Simão, muito irritado com aquela desdita paixão resolve por fim ao romance entre seu filho e Teresa, enviando o jovem Simão a Coimbra para concluir seus estudos, almejava com isso sufocar o amor dos jovens pela distância. Porém, nem mesmo esse empecilho foi capaz de destruir esse infortúnio sentimento. Teresa mesmo confinada em sua casa escrevia a Simão, contando os dissabores por que passava e haveria de passar, sob as pressões de seu primo e de seu pai. Contudo, mesmo diante dessas adversidades, os amantes clandestinamente se comunicavam por cartas com certa freqüência. Comunicação essa, que mais o amor dos dois. Simão, enlouquecido pela saudade de sua amada, decide ir a Viseu encontrar-se com Teresa. Furtivamente, é hospedado pelo ferreiro João da Cruz, homem destemido, forte e fiel. Sob proteção de João, Simão tenta chegar à casa de Teresa, mas lá estava Baltasar comemorando o aniversário da prima. O astuto Baltasar consegue perceber a ansiedade de Teresa e deduz o que estava para acontecer. No meio da festa a jovem tenta falar com Simão no jardim, contudo o casal é surpreendido, arma-se uma confusão que culmina com as mortes de dois criados de Baltasar. Desse entrevero Simão sai ferido. O rapaz busca refúgio na casa de João da Cruz para recuperar-se dos ferimentos. Entretanto, ainda não estava determinado o fim desse romance. Os amantes ainda mantinham comunicação por meio de uma velha mendiga que passava com freqüência sob a janela do quarto de Teresa. Para punir a rebeldia da filha, Tadeu de Albuquerque decide mandá-la a um convento do porto -chamado Monchique - cuja prioresa era patente de Teresa. Antes, porém, a jovem é recolhida em um convento na própria cidade de Viseu, enquanto Tadeu aguardava a resposta do Porto. Em Viseu, na casa do ferreiro, Mariana, filha de João da Cruz, torna-se a enfermeira de Simão, tratando-o com muito cuidado. Nasce nela um profundo amor pelo enfermo. Amor esse não revelado pela moça. Mariana, sabedora que Simão e Teresa não estavam conseguindo manter a comunicação, visto que Teresa estava sob rigorosa vigilância, resolve ajudar os amantes. Mariana vai até o convento com a desculpa de visitar uma amiga. Sua ação é bem sucedida, a filha de João da Cruz consegue falar com Teresa e essa manda um recado a Simão. Nele a jovem fala de sua impossibilidade de escrever a Simão e que ela iria para um convento na cidade do Porto. Simão ao tomar conhecimento dos fatos, fica furioso e, em um acesso incontido de raiva, decide tentar raptar Teresa de seu fatídico fim no convento. O jovem defronta-se com Baltasar, na tentativa de resgatar a amada. Mesmo diante de várias testemunhas o jovem Simão atinge Baltasar com um tiro mortal. Em meio à confusão surge João da Cruz que procura dar cobertura a fuga de Simão, contudo esse recusa-se a fugir entregando-se a prisão. Simão é preso e condenado a morte. Porém, devido à interferência do corregedor Domingos Botelho, pai de Simão, a pena é convertida ao degredo nas Índias. Em meio a tanta tragédia, Simão ainda preso no Porto, toma conhecimento que seu fiel amigo João da Cruz havia sido assassinado. Mariana, sem ter mais ninguém, resolve acompanhar Simão ao desterro. Essa situação aflora, no coração da jovem Mariana, a esperança de concretizar o seu amor por Simão. A sentença do desterro sai, Simão é condenado a ficar dez anos na Índia. Enquanto para Mariana o degredo é sinônimo de esperança, para Simão, a Índia é sinônimo de humilhação e miséria. Teresa começa a ter sua saúde abalada. Definha, cada vez mais triste e muito magoada, a linda fidalga parece ter perdido a vontade de viver. Seu fim aproxima-se, recusa-se a evitá-lo. Ao embarcar rumo à Índia, Simão contempla Monchique e vê, pela última vez no mirante do convento, a mulher que fora responsável por tudo aquilo. Também Teresa contempla o navio que levava seu amado. Logo após, Teresa morre. Simão, antes de seguir seu destino, toma conhecimento da morte de Teresa e, profundamente consternado e deprimido, segue rumo ao degredo. Ainda, muito consternado ele guarda algumas cartas de Teresa, seu corpo vai sendo consumido pela morte. Alguns dias após a viagem, Simão morre vitimado pela febre. Mariana não resistindo à perda do amado, rompe o silêncio com gritos que saem do mais fundo do seu coração. Quando percebe que seria impossível viver sem a presença de Simão, a filha do ferreiro entrega-se às revoltas águas do mar, as quais já haviam recebido o corpo de Simão. O suicídio de Mariana marca o fim da trágica história dos Botelhos e Albuquerque. Corrente literária Amor de Perdição faz parte da chamada segunda fase do romantismo, em que o amor pode levar até as últimas consequências (como a própria morte). Resumo da obra “Amor de Perdição” Simão Botelho e Teresa de Albuquerque pertecem a famílias distintas, que se odeiam. Moradores de casas vizinhas, em Viseu, acabam por se apaixonar e manter um namoro silencioso através das janelas próximas. Ambas as famílias, desconfiadas, fazem de tudo para combater a união amorosa. Tadeu de Albuquerque (o pai de Teresa), após recorrentes tentativas de casar sua filha a um primo acaba por interná-la num convento. Após luta travada com os criados do primo de Teresa, Simão Botelho permanece na casa de um ferreiro devedor de favores ao seu pai. A filha do ferreiro, Mariana, acaba também por se apaixonar por Simão, constituindo um triângulo amoroso. Teresa e Simão mantêm contacto por cartas. Este, numa tentativa de resgatar Teresa do convento, acaba por balear o primo de Teresa, Baltasar, e é condenado à forca. Mais tarde, as influências de seu pai, antigo corregedor, irão mudar a pena para dez anos de degredo na Índia. Ao embarcar, vê Teresa, que morre de desgosto. Nove dias depois, doente, Simão acaba por morrer também, e no momento em que vão lançar o corpo ao mar, Mariana, filha do ferreiro, lança-se ao mar.