5. TRILHOS URBANOSCaetano Veloso O melhor o tempo esconde, longe, muito longe Mas bem dentro aqui, quando o bonde dava a volta ali No cais de Araújo Pinho, tamarindeirinho Nunca me esqueci onde o imperador fez xixi Cana doce Santo Amaro, gosto muito raro Trago em mim por ti, e uma estrela sempre a luzir Bonde da Trilhos Urbanos vão passando os anos E eu não te perdi, meu trabalho é te traduzir Rua da Matriz ao Conde no trole ou no bonde Tudo é bom de vê, seu Popó do Maculelê Mas aquela curva aberta, aquela coisa certa Não dá prá entender o Apolo e o rio Subaé Pena de Pavão de Krishna, maravilha, vixe Maria Mãe de Deus, será que esses olhos são meus? Cinema transcendental, Trilhos Urbanos Gal cantando o Balancê Como eu sei lembrar de você
6. Constituem afirmações verdadeiras sobre o texto: (01) Em “Trilhos Urbanos”, Caetano Veloso manifesta-se sobre o passado, a partir de modelos que o presente lhe oferece. (02) Na primeira estrofe, as noções de tempo e lugar se confundem na evocação do poeta. (04) No verso 3, o “tamarindeirinho” — diminutivo afetivo — aparece no cenário como testemunha de fatos ocorridos no passado. (08) No verso 12, ao referir-se a “Apolo” e ao “rio Subaé”, o poeta relaciona um monumento da cultura clássica a um patrimônio natural. (16) Nesse poema-canção, as palavras do poeta demonstram a indissociabilidade do tripé sujeito, história e lugar. (32) No texto em estudo, os valores da terra são desqualificados pelo enunciador. (64) Nos versos de Caetano, a pluralidade de sentidos sugerida pela expressão “Trilhos Urbanos” permite ao leitor articular a idéia objetiva de uma empresa de transporte com representações poéticas dos caminhos de uma cidade determinada.
7. Constituem afirmações verdadeiras sobre o texto: (01) Em “Trilhos Urbanos”, Caetano Veloso manifesta-se sobre o passado, a partir de modelos que o presente lhe oferece. (02) Na primeira estrofe, as noções de tempo e lugar se confundem na evocação do poeta. (tempo/longe, dentro/quando) (04) No verso 3, o “tamarindeirinho” — diminutivo afetivo — aparece no cenário como testemunha de fatos ocorridos no passado. (passivo) (08) No verso 12, ao referir-se a “Apolo” e ao “rio Subaé”, o poeta relaciona um monumento da cultura clássica a um patrimônio natural. (16) Nesse poema-canção, as palavras do poeta demonstram a indissociabilidade do tripé sujeito, história e lugar. (versos 2 e 5) (32) No texto em estudo, os valores da terra são desqualificados pelo enunciador. (É o inverso) (64) Nos versos de Caetano, a pluralidade de sentidos sugerida pela expressão “Trilhos Urbanos” permite ao leitor articular a idéia objetiva de uma empresa de transporte com representações poéticas dos caminhos de uma cidade determinada. (verso 7 – artigo “a”)
8. AS VITRINESChico Buarque de Holanda Eu te vejo sair por aí Te avisei que a cidade era um vão -Dá tua mão -Olha pra mim -Não faz assim -Não vai lá não Os letreiros a te colorir Embaraçam a minha visão Eu te vi suspirar de aflição E sair da sessão, frouxa de rir Já te vejo brincando, gostando de ser Tua sombra a se multiplicar Nos teus olhos também posso ver As vitrines te vendo passar Na galeria, cada clarão É como um dia depois de outro dia Abrindo um salão Passas em exposição Passas sem ver teu vigia Catando a poesia Que entornas no chão
9. A leitura do poema-canção “As Vitrines” permite afirmar: (01) A cidade é mostrada como lugar de perigo. (02) O enunciador, na primeira pessoa, dirige-se à mulher amada, colocando-se como seu protetor. (04) A idéia associada a “vitrines” acentua o aspecto da mercantilização de seres e objetos na cidade. (08) O temor do sujeito apaixonado diante da possibilidade de coisificação da mulher amada é percebido no texto. (16) A relação entre os termos “letreiros” (v. 7), “colorir” (v. 7) e “Embaraçam” (v. 8) expressa o deslumbramento do poeta com o mundo citadino. (32) Chico Buarque, ao dizer “Passas sem ver teu vigia” (v. 19), se apresenta como um poeta encantado por sua musa, que o ignora. (64) A repetida referência a “vitrines” reflete o fascínio que elas exercem sobre o poeta.
10. A leitura do poema-canção “As Vitrines” permite afirmar: (01) A cidade é mostrada como lugar de perigo. (1ª estrofe) (02) O enunciador, na primeira pessoa, dirige-se à mulher amada, colocando-se como seu protetor. (1ª estrofe) (04) A idéia associada a “vitrines” acentua o aspecto da mercantilização de seres e objetos na cidade. (inferência a partir do signo) (08) O temor do sujeito apaixonado diante da possibilidade de coisificação da mulher amada é percebido no texto. (versos 14 e 18) (16) A relação entre os termos “letreiros” (v. 7), “colorir” (v. 7) e “Embaraçam” (v. 8) expressa o deslumbramento do poeta com o mundo citadino. (32) Chico Buarque, ao dizer “Passas sem ver teu vigia” (v. 19), se apresenta como um poeta encantado por sua musa, que o ignora. (64) A repetida referência a “vitrines” reflete o fascínio que elas exercem sobre o poeta. (idem 16)
11. Gênero Épico Epopéia fundo histórico e feitos heróicos narrativa em versos ideais de um povo construção identitária
14. Epopéias de Imitação Eneida (Virgílio) - Século I a.C. Os Lusíadas (Luís de Camões) – Renascimento Caramuru – Santa Rita Durão O Uraguai – Basílio da Gama Século XVIII
16. Eduardo E MônicaLegião Urbana Quem um dia irá dizer Que existe razão Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão? Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar Ficou deitado e viu que horas eram Enquanto Mônica tomava um conhaque No outro canto da cidade, como eles disseram... Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer... Um carinha do cursinho do Eduardo que disse: "Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir" Festa estranha, com gente esquisita "Eu não 'to' legal, não agüento mais birita“ E a Mônica riu, e quis saber um pouco Mais sobre o boyzinho que tentava Impressionar E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa "É quase duas, eu vou me ferrar..." Eduardo e Mônica trocaram telefone Depois telefonaram e decidiram se Encontrar O Eduardo sugeriu uma lanchonete, Mas a Mônica queria ver o filme do Godard Se encontraram então no parque da Cidade A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
17. O Eduardo achou estranho, e melhor não Comentar, mas a menina tinha tinta no cabelo Eduardo e Mônica era nada parecidos Ela era de Leão e ele tinha dezesseis Ela fazia Medicina e falava alemão E ele ainda nas aulinhas de inglês Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus De Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud E o Eduardo gostava de novela E jogava futebol-de-botão com seu avô Ela falava coisas sobre o Planalto Central Também magia e meditação E o Eduardo ainda tava no esquema "escola, cinema clube, televisão". E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente Uma vontade de se ver E os dois se encontravam todo dia E a vontade crescia, como tinha de ser... Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia Teatro, artesanato, e foram viajar A Mônica explicava pro Eduardo Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar... Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer E decidiu trabalhar E ela se formou no mesmo mês Que ele passou no vestibular E os dois comemoraram juntos E também brigaram juntos, muitas vezes depois E todo mundo diz que ele completa ela E vice-versa, que nem feijão com arroz
18. Construíram uma casa há uns dois anos atrás Mais ou menos quando os gêmeos vieram Batalharam grana, seguraram legal A barra mais pesada que tiveram Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília E a nossa amizade dá saudade no verão Só que nessas férias, não vão viajar Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação E quem um dia irá dizer Que existe razão Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer Que não existe razão!
19. Gênero Dramático Drama: Ação (Grego) Retrata os conflitos humanos Ausência de narrador A história é contada pelas ações e falas Textos para serem representados