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2010
     ARROZ DO CÉU
– GUIÃO DE LEITURA




          ESCOLA EB2,3/SEC DE PENACOVA
          30-12-2010
Guião de leitura do conto “Arroz do Céu”
           de José Rodrigues Miguéis, Gente da Terceira Classe

Ao longo dos passeios de Nova York, por sobre as estações e galerias do subway, abrem-
se grandes respiradouros gradeados por onde cai de tudo: o sol e a chuva, o luar e a neve,
luvas, lunetas e botões, papelada. chewing gum, tacões de sapatos de mulheres que ficam
entalados, e até dinheiro. Às vezes, lá no fundo, no lixo acumulado ou em poças de água
estagnada, brilham moedas de níquel e mesmo de prata. Os garotos ajoelham de nariz
colado às grades, tentando lobrigar tesouros na obscuridade donde sopra um hálito
húmido e oleoso e o cheiro dos freios queimados. Fazem prodígios de habilidade e
obstinação para pescar as moedas perdidas. Alguns têm êxito nisso, mas depois
engalfinham-se em disputas tremendas sobre a posse e a partilha do tesouro: nunca se
sabe quem foi que viu primeiro.

Outros, quando a colheita promete, chegam a arriscar nisso algum capital: juntam as
posses, e entram dois, é quanto basta, no subway; uma vez lá dentro, trepam sub-
repticiamente aos respiradouros, o que é uma difícil operação de acrobacia, para colher
aquele dinheiro-de-ninguém, enquanto um ou mais camaradas vigilantes os vão guiando cá de fora. Também os há
que entram sem pagar, por entre as pernas da freguesia e agachando-se por baixo dos torniquetes.

O limpa-vias trabalhava há muitos anos no subway, sempre de olhos no chão. Uma toupeira, um rato dos canos.
Picava papéis na ponta de um pau com um prego, e metia-os no saco. Varria milhões de pontas de cigarros, na
maioria quase intactos, de fumadores impacientes, raspava das plataformas o chewing gum odioso, limpava as
latrinas, espalhava desinfectantes, ajudava a pôr graxa nas calhas, polvilhava as vias de um pó branco e misterioso, e
todas as vezes que o camarada da lanterna soltava um apito estrídulo – lá vem o comboio! – Ele encolhia-se contra a
parede negra, onde escorriam águas de infiltração, na estreita passagem de serviço. Até já tinha ajudado a recolher
pedaços de cadáveres, de gente que se atirava para debaixo dos trens, e a transportar
os corpos exangues de velhos que de repente se lembravam de morrer de ataque
cardíaco, nas horas de maior ajuntamento, uns e outros perturbando o horário e
provocando a curiosidade casual e momentânea dos passageiros apressados. Sempre
de olhos no chão, bisonho e calado, como quem nada espera do Alto, e não esperava.
A vida dele vinha toda do chão imundo e viscoso. Nem sequer olhava a lívida claridade
que resvala dos respiradouros para o negrume interior, onde tremeluzem lâmpadas
eléctricas, entre as pilastras inumeráveis daquela floresta subterrânea metalizada:
nunca lhos tinham mandado limpar. Eram provavelmente o domínio exclusivo de
operários especializados, membros de outro sindicato, que ele não conhecia. Nem
talvez soubesse que existiam os respiradouros. Era estrangeiro, imigrante, como tanta
gente. Não brincara nem vadiara na voragem empolgante das ruas da grande cidade, e
vivia perfeitamente resignado à sua obscuridade. Devia aquele emprego a um
camarada que era membro dum clube onde mandavam homens de peso, mas ele de
política não entendia nada, nem fazia perguntas. Como tinha nascido na Lituânia, ou
talvez na Estónia, só falava em monossílabos; e, debaixo da pátina oleosa e negra que o ar do subway nela imprimira
com o tempo, a sua face era incolor e a raça indistinta. Antes disso tinha trabalhado em escavações, um «toupeira».
Este emprego era muito melhor, embora também fosse subterrâneo. E não tinha que falar o inglês, que mal
entendia.

Ora, à esquina de certa rua, no Uptown, há uma igreja, a de São João Baptista e do Santíssimo Sacramento, a todo o
comprimento de cuja fachada barroca e cinzenta os respiradouros do subway formam uma longa plataforma de aço
arrendado. Os casamentos são frequentes, ali, por ser chique a paróquia e imponente a igreja. O arroz chove às
        2 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                                    Professora Graça
            Viais
cabazadas em cima dos noivos, à saída da cerimónia, num grande estrago de alegria. Metade dele some-se logo
pelas grelhas dos respiradouros, outra parte fica espalhada nas placas de cimento do passeio. Depois dos
casamentos, o sacristão ou porteiro da igreja, de cigarro ao canto da boca, varre o arroz para dentro das grades, por
comodidade. Provavelmente é irlandês, o arroz não lhe interessa, nem se ocupa de pombos: pombos é lá com os
italianos, que, apesar de se dizerem católicos, são uma espécie de pagãos. O que se derramou no pavimento da rua,
lá fica: é com os varredores municipais.

Volta e meia há casório, sobretudo no bom tempo, ou aos domingos. E um desperdício de arroz, não sei donde vem
o costume: talvez seja um prenúncio votivo de abundância, ou um símbolo do «crescei e multiplicai-vos» (como
arroz). A gente pára a olhar, e tem vontade de perguntar: «A como está hoje o arroz de primeira cá na freguesia?»

Aquela chuva de grãos atravessa as grades, resvala no plano inclinado do
respiradouro, e, se não adere à sujidade pegajosa ou ao chewing gum (o bairro é
pouco dado a mastigar o chicle), ressalta para dentro do subterrâneo, numa estreita
passagem de serviço vedada aos passageiros.

A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe
debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para
dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com mais
frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no
escuro da galeria. O homem matutou: donde é que viria tanto arroz? Intrigado, ergueu os olhos pela primeira vez
para o Alto, e avistou a vaga luz de masmorra que escorria da parede. Mas o respiradouro, se bem me
compreendem, obliquava como uma chaminé, e a grade, ela própria, ficava-lhe invisível do interior. Era dali, com
certeza, que caía o arroz, como as moedas, a poeira, a água da chuva e o resto. O limpa-vias encolheu os ombros,
sem entender. Desconhecia os ritos e as elegâncias. No casamento dele não tinha havido arroz de qualidade
nenhuma, nem cru, nem doce, nem de galinha.

Até que um dia, depois de olhar em roda, não andasse alguém a espiá-lo, abaixou-se,
ajuntou os bagos com a mão, num montículo, e encheu com eles um bolso do macaco.
Chegado a casa, a mulher cruzou as mãos de assombro: alvo, carolino, de primeira!
Dias depois, sempre sozinho, varreu o arroz para dentro de um cartucho que apanhara
abandonado num cesto de lixo da estação, e levou-o para casa. Pobres, aquela fartura
de arroz enchia-lhes a barriga, a ele, à patroa e aos seis ou sete filhos. Ela habituou-se,
e às vezes dizia-lhe: «Vê lá se hoje há arroz, acabou-se-nos o que tínhamos em casa.»
Confiada naquele remedeio de vida!

O limpa-vias nunca perguntou donde é que chovia tanto grão, sobretudo no bom tempo, pelo Verão, e aos
domingos, que até parecia uma colheita regular. Embrulhava-o num jornal ou metia-o num cartucho, e assim o
levava à família. Ignorando que lá em cima era a Igreja de São João Baptista e do Santíssimo Sacramento, e como tal
de bom-tom, não sabia a que atribuir o fenómeno. Pelo lado da raiz, no subway, os palácios, os casebres e os
templos não se distinguem.

E foi assim que aquela chuva benéfica, de arroz polido, carolino, de primeira, acabou por lhe dar a noção concreta de
uma Providência. O arroz vinha do Céu, como a chuva, a neve, o sol e o raio. Deus, no Alto, pensava no limpa-vias,
tão pobre e calado, e mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos. Sem ele ter pedido nada. Guardou
segredo – é mau contar os prodígios com que a graça divina nos favorece. Resignou-se a ser o objecto da vontade
misericordiosa do Senhor. E começou a rezar-lhe fervorosamente, à noite, o que nunca fizera: ao lado da mulher.
Arroz do Céu...

O Céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam.

                             In Gente da Terceira Classe, Lisboa, Editorial Estúdios Cor, 1971, pp. 67-71 (1ª ed. 1962)


         3 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                                    Professora Graça
            Viais
TESTE DE COMPREENSÃO DO CONTO

                                    "ARROZ DO CÉU" DE JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS

  Depois de teres ouvido / lido o conto, resolve a seguinte ficha para verificar se o compreendeste bem.

A. Indica se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas CORRIGINDO AS FALSAS:

   1. O limpa-vias é um homem que varre as ruas da cidade.
   2. A família do limpa-vias é composta por ele, mulher, 3 filhos e uma avó.
   3. A primeira vez que o limpa-vias viu o arroz, apanhou-o e levou-o para casa.
   4. O limpa-vias costuma apanhar o arroz e leva-o para casa para a família comer.
   5. O arroz que o limpa-vias apanha vem de um armazém de arroz.
   6. Para o limpa-vias o arroz é uma dádiva do Céu.

B. Selecciona a melhor opção das apresentadas:

   1. O limpa-vias é originário da:                          4. O limpa-vias costumava levar o arroz para casa:
      a) Alabama ou Alasca.                                       a) no boné.
      b) Polónia ou Letónia.                                      b) num balde.
      c) Ucrânia ou Geórgia.                                      c) num cartucho de papel.
      d) Estónia ou Lituânia                                      d) no bolso.
  2. Nos respiradouros caem:                                 5. Pelos respiradouros do metropolitano caía arroz
     a) peúgas, latrinas, neve.                              proveniente de:
      b) luvas, botões, pastilha elástica, dinheiro.         a)um mercado abastecedor da cidade;
      c) botões, papeladas, óculos.                          b) uma igreja de fachada barroca;
      d) luvas, sapatos, latas.                              c) um armazém de arroz.
  3. Devido ao seu trabalho, a sua face era:               6. A família do limpa-vias ficou:
     a) incolor e a raça indistinta.                             a) pouco satisfeita pois não gostava de arroz.
      b) de cor amarela e a raça oriental.                        b) pouco satisfeita pois já comia muito arroz.
      c) de cor negra e a raça africana.                          c) satisfeita, pois assim não passava fome.
      d) de raça cigana.                                          d) satisfeita, porque só comia arroz.

C. Para saberes se compreendeste bem o conto "Arroz do Céu", preenche a seguinte grelha:


ESPAÇO DA ACÇÃO


PRINCIPAIS MOMENTOS
DA ACÇÃO DO CONTO.




        4 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                                   Professora Graça
            Viais
I. ESTRUTURA / ACÇÃO

1. O conto “Arroz do Céu” pode ser dividido em cinco partes. Delimita cada uma dessas partes e distingue o assunto
de cada uma delas.

Parágrafos do texto                                            Assunto




1.2.Delimita as seguintes partes da narrativa :
introdução (ou situação inicial), desenvolvimento (ponto culminante) e conclusão (desenlace).

                         Segmentos do texto                                  Assunto

  INTRODUÇÃO
  (Acontecimentos
  principais -situação
  inicial: o dia-a-dia
  de um limpa-vias )



DESENVOLVIMENTO
 (acontecimento
 inesperado:
 -mudança na vida
 familiar)


CONCLUSÃO
(situação final)
         5 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                                 Professora Graça
             Viais
ESPAÇO
1. No início do conto é feita a localização espacial da acção. Indica-a.
2. Por que razão é que os garotos dedicam tanto tempo aos respiradores?
2.1. Que estratégias utilizam os garotos para alcançar o que se encontra lá em baixo?

3. Os respiradouros por onde cai o arroz são o elemento de ligação entre o subway e o Uptown.
Contudo, o arroz não tem a mesma importância para estas duas partes da cidade.
3.1.Faz corresponder as seguintes expressões ao subway e ao Uptown, tendo em conta o significado que o
    arroz tem em cada um desses espaços.
        “chuva benéfica”, “trabalho”, “obscuridade”, “prenúncio votivo de abundância”, “mundo abastado”,
        “imponente igreja”, “chão imundo e viscoso” , “cerimónias”, “enchia-lhes a barriga”, “sustento”,
        “lívida claridade”, “símbolo do “crescei e multiplicai-vos” , ” maná”, “desperdício”, pobreza”, “grande
        estrago de alegria”, “arroz carolino, de primeira”, “negrume interior”




CONCLUSÃO:
A acção deste conto passa-se em Nova Iorque, e dentro da cidade são apresentados dois espaços distintos.
                    Subway                                                 Uptown
                       ↓                                                         ↓
              Símbolo do mundo ao                                        Símbolo do mundo ao
            qual o Limpa-vias pertence                              qual o Limpa-vias não pertence
                       ↓                                                         ↓
        6 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                                Professora Graça
            Viais
O LIMPA-VIAS RECOLHE O                               MUNDO ABASTADO
       QUE OUTROS DESPERDIÇAM                                 QUE DESPERDIÇA


                      SÃO DOIS MUNDOS QUE SE TOCAM, MAS NUNCA SE MISTURAM.

                                             EMPRÉSTIMOS
São elementos lexicais que podem ser internos a uma língua ou estrangeirismos adoptados por essa língua.
A palavra janela é um empréstimo da própria língua, porque além do seu significado comum (Abre a janela
para arejar a casa), passou a designar também uma área do ecrã do computador, por tradução do inglês
window. O mesmo se passa com o vocábulo rato (o animal e o periférico de entrada que envia informação
para o computador).
Os estrangeirismos são palavras que a língua não conseguiu adaptar: marketing, software, ballet,
croissant… Na língua portuguesa, os estrangeirismos mais significativos são os anglicismos e os galicismos,
palavras inglesas e francesas.




   1. No conto “Arroz do céu” surge ainda outro estrangeirismo. Identifica-o e diz qual o seu significado.
   2. Repara no seguinte exemplo: O meu hobby preferido é fazer natação.
                                      O meu passatempo preferido é fazer natação.
      2.1.O estrangeirismo foi substituído por uma palavra portuguesa. Tendo em conta este exemplo,
            reescreve as seguintes frases:
       a)    Tens que utilizar uma password para aceder ao programa.
       b)    O staff da minha empresa é muito competente.
       c)     Hoje, a Luísa foi a um casting.
       d)    Este produto tem um bom slogan.
     3. Completa as seguintes frases com as palavras que te são dadas:
        Paparazzi; performance; bluff; skinhead, stock; check up; check in
 a) O António fez ____________ no jogo de cartas.
b) Amanhã vou fazer um ____________ de rotina para ficar mais descansada.
 c) No jornal, informaram que dois jovens foram incomodados por um indivíduo que pertencia a um
grupo______________ .

       7 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                            Professora Graça
            Viais
d) Tenho que chegar ao aeroporto duas horas mais cedo para fazer o ____________.
e) A loja de discos tem pouco _________ .
f) Adorei a ____________ do actor principal da peça de teatro.
g) Os actores de Hollywood normalmente são perseguidos pelos ________________.


                                       AS PERSONAGENS
1. Faz o levantamento das personagens do conto, inscrevendo-as no quadro que se segue:

  PERSONAGENS PRINCIPAIS                     PERSONAGENS SECUNDÁRIAS                PERSONAGENS FIGURANTES
  Personagens mais importantes, cujas       Personagens menos importantes, cujas    personagens que estão presentes
  acções têm importância para o             acções não têm tanta importância        mas      não     intervêm        nos
  desenrolar dos acontecimentos,            para o desenrolar dos acontecimentos;   acontecimentos da história: têm
  modificando / alterando de alguma         são normalmente adjuvantes ou           como único objectivo ilustrar o
  forma a situação inicial da história. É   oponentes da personagem principal.      ambiente e o espaço social, cultural,
  o herói.                                                                          …




2. Na primeira apresentação da personagem principal é aqui feita, ficamos a saber:

            a sua profissão                    o local onde é exercida              o trabalho diário do limpa-vias.




.
3. Para caracterizar o Limpa-vias, o narrador utiliza a expressão “uma toupeira, um rato dos canos”. Isto
   significa que…

a) O Limpa-vias gostava de andar dentro dos canos.
b) O Limpa-vias passava muito tempo no subterrâneo.
c) O Limpa-vias era peludo e cheirava mal.

3.1. Identifica o recurso estilístico presente na expressão acima mencionada.


3.2.Transforma-o de modo a obteres uma comparação.


3.1. De acordo com a informação que se segue, identifica o modo de caracterização presente na expressão
acima referida:

                                                                         A Caracterização Indirecta
                Caracterização Directa
                                                          é inferida pelo leitor a partir dos
          As personagens são caracterizadas
                                                        actos, atitudes e comportamentos da
         8 guião leitura Arroz do céusuas
             directamente, quando as de José Rodrigues Miguéis                            Professora                Graça
            características são apresentadas
            Viais                                          personagem ao longo da acção.
           explicitamente pelo narrador, por            O retrato é traçado, principalmente o
            outras personagens ou por elas               psicológico e o social, recorrendo a
                        próprias.                               factos e / ou atitudes.
4. Caracteriza o limpa-vias, utilizando as seguintes expressões do conto:
 “estrangeiro”, “raça indistinta”, “imigrante”, “só falava em monossílabos”, “pobre”, “patina oleosa e negra”,
                  “face incolor”, “sempre de olhos no chão”, “bisonho e calado”, “resignado”

Retrato físico                           Retrato psicológico                      Condição social




                                    - Indicação de particularidades como
                                    hábitos, sentimentos, temperamento,
                                                                                - Indicação de particularidades como
- Indicação de particularidades     relacionamento com os outros… - A
                                                                                profissão, estatuto económico, nível
como altura, estatura, cor dos      caracterização psicológica feita de forma
                                                                                cultural… - A caracterização social feita de
olhos.. - É geralmente feita de     directa, é, normalmente, realizada
                                                                                forma directa, é, normalmente, realizada
forma directa, mas o facto de a     através de adjectivos como sensato,
                                                                                através de adjectivos como rico, pobre,
personagem ser apresentada a        teimoso, obstinado, perspicaz, tolerante,
                                                                                culto, desfavorecido, desempregado… -
carregar grandes pesos indica       agressivo… - Quando é realizada de
                                                                                Quando é realizada de forma indirecta, é o
uma       constituição     física   forma indirecta é ao leitor que cabe a
                                                                                leitor que tem de inferir a qualidade de
robusta, dando-nos, assim,          atribuição das qualidades de corajosa a
                                                                                pobreza em relação a uma personagem que
uma característica física de        uma personagem que é apresentada a
                                                                                mora numa rua estreita, sem sol e com as
forma indirecta.                    salvar sozinha a sua casa em chamas,
                                                                                casas em ruína.
                                    quando todas as outras já haviam
                                    desistido


Ao longo do conto, o Limpa-vias mostra desconhecer algumas das utilidades do arroz.
    5. Atenta nos 7º, 8º e 9º parágrafos e preenche o quadro:
       5.1.Assinalando tudo o que o Limpa-vias desconhecia.
       5.2.Apontando as razões para o desconhecimento dos aspectos apresentados.

          5.1 O Limpa-vias desconhecia…                                 5.2 porque…




         9 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                                       Professora Graça
             Viais
o que ficava por cima da galeria




   6. O desconhecimento destes aspectos levou o Limpa-vias à mudança: quer a nível das atitudes
      perante o concreto, quer a nível das suas crenças.
      6.1.Completa o esquema com a evolução das suas reacções relativamente ao arroz, de acordo com
          o modelo.

   A primeira vez                       ignorou-o      porque      considerou-o lixo

   Vezes seguintes     ……………………………                     porque     ………………………………………...

   Um dia  ………………………………………                             porque    ………………………………………...

   A partir desse dia  …………………………….                    porque    ………………………………………...

   
   7. A evolução do Limpa-vias teve outras consequências. Recorda a frase “Sempre de olhos no chão (…)
      como quem nada espera do Alto e não espera.”
      7.1.Justifica a utilização de maiúscula na palavra Alto.
      7.2.Que podemos concluir relativamente à fé do Limpa-vias?
      7.3.Comprova com elementos do texto que a importância do arroz conduziu o Limpa-vias a uma
          mudança relativamente à sua fé.
      7.4.Esta mudança implicou ainda outras atitudes. Completa as frases com palavras tuas.

    Guardou segredo, pois…
    Resignou-se à vontade de Deus porque…
    Começou a rezar-lhe para …


   8. Sublinha, neste excerto, a frase que caracteriza o arroz.

“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das
botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um
aro na boca. Mas como ia agora por ali com mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e
polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é
que viria tanto arroz?”

    8.1.Qual o recurso estilístico presente na frase que sublinhaste? Completa a frase que se segue:

        O arroz é descrito de uma forma muito sugestiva, trata-se de uma _______________. O arroz é
        ______________ a pérolas, realçando o que ambos têm em comum: a brancura e o brilho.

    4.2. Se pensares um pouco existem outras coisas igualmente brilhantes: lâmpadas, estrelas, velas.
    Tudo isto brilha intensamente no escuro.

      10 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                            Professora Graça
           Viais
4.2.1. O narrador compara o arroz a pérolas e não a lâmpadas, velas ou estrelas porque…

          a) …as lâmpadas e as velas são pouco brilhantes.
          b) …as pérolas são mais raras e muito valiosas.
          c) …as estrelas estão demasiado longe.

   4.2.2. A comparação entre as pérolas e o arroz significa que…

           a) para o Limpa-vias o arroz era tão raro e tão valioso como pérolas.
           b) o Limpa-vias encontrava colares de pérolas desfeitos junto com o arroz.
           c) o sonho do Limpa-vias era ter muitas pérolas.
9. O “arroz do céu” teve duas consequências na vida do limpa-vias: uma, é de ordem material; outra,
   espiritual. Indica uma e outra.


10. Assim, a imagem que o limpa-vias tem do arroz também muda ao longo da acção. Completa o texto
    com palavras / expressões retiradas do quadro 2.



                            Texto lacunar                                        quadro 2


Primeiro, o arroz foi visto como ……………………………….……..…, mas começa
a destacar-se porque era …………………………………..…….…, polido e brilhava,
ao contrário dos detritos. Depois, passou a ser um ………….…………………..…:          divina / limpo
alvo, carolino, de primeira! A importância que ganhou na subsistência da      lixo / maná
família e a sua origem possivelmente …………………….……………..…, deu-lhe                alimento de
uma imagem de …………………………………………., isto é, de alimento dado                       qualidade
pelos deuses.




11. Como deves ter reparado, os últimos parágrafos do conto têm várias expressões com significado
    religioso. Relê-os atentamente e, seguidamente, escreve nos espaços vazios as palavras ou
    expressões ligadas à religião, preenchendo o esquema.




  11 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                         Professora Graça
       Viais
Campo lexical

                                                                                          Ao seleccionares
                                                                                          as palavras e ao
                                                                                          agrupá-las em
                                                                                          volta do conceito
                                                                                          de religião,
                                                                                          acabaste de criar
                                                                                          um campo lexical.
                                                                                          Como podes ver,
                                                                                          trata-se de um
                                                                                          conjunto de
                                                                                          palavras que se
                                                                                          podem associar à
                                                                                          volta de uma
                                                                                          ideia, conceito ou
                                                                                          realidade.




                                       Palavras parónimas
Uma das palavras usadas para caracterizar o limpa-vias foi “imigrante”. Sabes qual o seu significado?
             Imigrante                                         Emigrante
                 ▼                                                  ▼
 pessoa que imigra: que vem estabelecer-se                 pessoa que emigra; que deixa o seu país
      num país que não é o seu.                            para se estabelecer noutro.
                   Estados Unidos da América         ←                 Estónia ou Lituânia

      12 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                                Professora Graça
           Viais
Palavras parónimas: são palavras semelhantes a nível fónico e a nível gráfico, mas que não são equivalentes a
         nível do significado ( têm grafia e som semelhantes e são passíveis de confusão dada essa semelhança).
    1. Faz corresponder as seguintes palavras e o seu significado correcto, de modo a obteres pares de
       palavras parónimas.
         ( sono, ascender, emergir, extracto largura, incidente, evadir, ilegível, iminente, rebelar,
                  cumprimento, crer, parecer, apreender, discrição, mandado, assassínio )
PARÓNIMAS             SIGNIFICADO                     SENTIDOS              PARÓNIMAS        SIGNIFICADO
comprimento                            INSTRUIR-SE / ASSIMILAR              sonho
                                       HOMICIDA / HOMICÍDIO
                                       MOSTRAR / INSURGIR
descrição                              VIR À SUPERFÍCIE / MERGULHAR         mandato
                                       MEDIDA / SAUDAÇÃO


assassino                              DESCREVER / DISCRETO                 perecer
                                       PERÍODO DE ACÇÃO POLÍTICA / ORDEM

querer                                 FUGIR / APODERAR-SE                  aprender
                                       QUE NÃO SE PODE LER / SER

elegível                              VONTADE DE DORMIR / SONHAR            imergir
                                       PRESTES A ACONTECER / ELEVADO

eminente                               ACREDITAR / PRETENDER                invadir
                                       ILUMINAR / ELEVAR

revelar                                QUE PODE SER ELEITO                  acender
                                       MORRER / APARENTAR

estrato                                CAMADA / ALGO EXTRAÍDO, SEPARADO     acidente
                                       ACONTECIMENTO CASUAL GRAVE /
                                       ACONTECIMENTO CASUAL SEM GRAVIDADE
2. Atenta nas frases seguintes e classifica as palavras sublinhadas:
a) A mulher do limpa-vias comprou uma saia linda. O limpa-vias saía muito tarde do trabalho.
b) O limpa-vias está sem dinheiro. Os seus pais deram-lhe cem euros.
c) A sua mulher foi ao banco pedir um empréstimo. O limpa-vias sentou-se num banco a descansar.
d) O limpa-vias arrumou o arroz na despensa. Ele vai pedir dispensa do serviço nocturno.

                                ACERCA DE – CERCA DE- HÁ CERCA DE
1. Escreve-se ACERCA DE: com o sentido de “a respeito de” (O limpa-vias falou acerca do arroz à mulher.)
2. Escreve-se CERCA DE: com o sentido de “mais ou menos” (Ele recolheu cerca de um quilo de arroz.)
3. Escreve-se HÁ CERCA DE: com o sentido de “intervalo de tempo” (O limpa-vias trabalha há cerca de 3
   meses no subway.)

          13 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                            Professora Graça
              Viais
Exercícios:
Falámos ___________________ tudo e mais         Foi _________________ de três dias que ele reparou no
alguma coisa.                                   arroz.
Não sei nada _______________ disso.             Portugal tem _______________ de 10 milhões de
Estive em Nova-Iorque ____________ de um        habitantes.
mês.                                            Foi um grande casamento: estavam lá ___________ 500
O seminário foi _______________ da pobreza.     pessoas.
O que me dizes _________________ de irmos       O seu trabalho é _________________ de quê?
de metro?                                       Já não ando de metro ______________ de 6 meses.

                                    CONTUDO – COM TUDO
    1. Escreve-se CONTUDO:- quando se trata da conjunção adversativa (tal como “MAS”, “PORÉM”)
O limpa-vias trabalha, contudo não ganha o suficiente para sustentar a família.
    2. Escreve-se COM TUDO:- quando se trata de uma preposição seguida de um pronome indefinido.
Naquele dia, o limpa-vias ficou tão feliz que se esqueceu do saco com tudo lá dentro!
 Nasci à beira-mar, ___________ não sei nadar. ________ isto desarrumado, nem penses que vais sair!
 Arruma o quarto_________ como estava.              ________ o que tens feito, bem mereces um descanso.
 __________ o que reuni na Internet, já posso       Estudei bastante, __________ parece que não sei nada.
 fazer um bom trabalho; __________ não me            Fiquei transtornada ___________ o que me contaste.
 posso limitar a copiar o que encontrei.             Tenho dinheiro e ____________ não sou feliz.

                                        DEMAIS – DE MAIS
    1. Escreve-se DEMAIS: com o sentido de “os outros”, “os restantes”
O limpa-vias e os demais emigrantes vivem com muitas dificuldades.
    2. Escreve-se DE MAIS: com o sentido de “demasiado”, “a mais”
O limpa-vias trabalha de mais.
Isto é ______________________.                      Não corras ____________________ que ficas com
o aluno saiu da sala e os _______ ficaram lá        dor de barriga.
dentro.                                             Portugal e os _________________ países da Europa
Estou cansada ______________ para te aturar.        são muito procurados pelos emigrantes.
Estás a comer ________________________.

                                         SE NÃO - SENÃO
1. Escreve-se SE NÃO: quando SE é uma conjunção e NÃO é um advérbio ( com o sentido de “caso não”.
    (Se não tivesse encontrado o arroz, passaria fome.)
2. Escreve-se SENÃO: com o sentido de “apenas”, “excepto” (Ninguém ligava àquele arroz, senão o
    limpa-vias.)
Perdes o comboio, ______________ te apressares. Não sei nadar ________________ de costas.
______________ encontrar arroz, a família não terá Não tinham nada para comer, ______________
jantar.                                               arroz.
__________________ percebes, diz.                     Não dizes ________________ asneiras.




                                             A CARTA


      14 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                           Professora Graça
           Viais
Querida mãe, querido pai. Então que tal?                 Espero que não demorem a mandar
Nós andamos do jeito que Deus quer                       Novidade na volta do correio
Entre dias que passam menos mal                          A ribeira corre bem ou vai secar?
Em vem um que nos dá mais que fazer                      Como estão as oliveiras de "candeio"?

Mas falemos de coisas bem melhores                       Já não tenho mais assunto pra escrever
A Laurinda faz vestidos por medida                       Cumprimentos ao nosso pessoal
O rapaz estuda nos computadores                          Um abraço deste que tanto vos quer
Dizem que é um emprego com saída                         Sou capaz de ir aí pelo Natal

Cá chegou direitinha a encomenda
Pelo "expresso" que parou na Piedade
Pão de trigo e linguiça pra merenda
Sempre dá para enganar a saudade
1. Acabaste de ouvir uma canção que se chama “POSTAL DOS CORREIOS”; observa a estrutura da carta
   e rescreve a canção, obedecendo a essa estrutura e introduzindo os elementos necessários.




                                                                                      - para saudar ou
                                                                                      apresentar
                                                                                      brevemente o
                                                                                      objectivo da carta;




 - para tratar                                                                        - para encerrar o
com algum                                                                             assunto e fazer
pormenor o
                                                                                      despedidas
assunto
principal,
introduzir
outros assuntos
e apresentar
argumentos, se
necessário;



   Além da necessidade de respeitar a estrutura da carta, é fundamental a utilização das fórmulas
   de tratamento e dos registos de língua adequados ao destinatário e à situação


   2. Como sabes, o limpa-vias é imigrante em Nova Iorque. O seu país de origem é a Estónia ou a Lituânia
      e, provavelmente, deixou lá alguns familiares. Hoje, ele resolveu escrever uma carta à mãe, contando
      a sua nova vida em Nova York.
      2.1. Redige a carta que o limpa-vias escreveu à mãe.


                                          O NARRADOR
      15 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                             Professora Graça
            Viais
Para se partilhar uma história é necessário contá-la.
O narrador é uma entidade imaginária que conta a história. É uma das três entidades da história, sendo
as outras o autor e o leitor. O leitor e o autor habitam o mundo real. A função do autor é criar um
mundo alternativo, com personagens, cenários e acontecimentos que formem a história. A função do
leitor é entender e interpretar a história. Já o narrador existe no mundo da história (e apenas nele) e
aparece de uma forma que o leitor possa compreendê-lo.
    1. Lê o seguinte excerto:
“Volta e meia há casório, sobretudo no bom tempo, ou aos domingos. É um desperdício de arroz, não sei donde
vem o costume: talvez seja um prenúncio votivo de abundância, ou um símbolo do «crescei e multiplicai-vos»
(como arroz). A gente pára a olhar, e tem vontade de perguntar: «A como está hoje o arroz de primeira cá na
freguesia?»
“Aquela chuva de grãos atravessa as grades, resvala no plano inclinado do respiradouro, e, se não adere à
sujidade pegajosa ou ao chewing gum (o bairro é pouco dado a mastigar o chicle), ressalta para dentro do
subterrâneo, numa estreita passagem de serviço vedada aos passageiros.”

   2. Quem conta este excerto da história do limpa-vias?
a) O limpa-vias                b) O autor                c) O sacristão           d) O narrador

                           Narrador participante / não participante
O narrador pode contar a história de diferentes maneiras. Completa o texto com o vocabulário que te é dado.
1. Pode participar na história que está a narrar e          VOCABULÁRIO              2. Pode contar uma história
nesse caso é um narrador _______________.                                            na qual não participa e
Assim, se for a personagem principal da história          NÃO PARTICIPANTE           nesse caso é um narrador
que conta, é um narrador de _______________.                PARTICIPANTE             ____________________.
Se for apenas uma das personagens secundárias é              3ª PESSOA               Este narrador narra a acção
um narrador de ____________________.                         1ª PESSOA               na _____________ pessoa.

1. Identifica no excerto as oito formas verbais que te indicam que estamos na presença de um narrador não
   participante.
“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das botifarras, o
limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como
ia agora por ali com mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas
de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que viria tanto arroz?”
2. Se o narrador fosse o limpa-vias as formas verbais passariam para a 1ª pessoa e estaríamos perante um
   narrador participante. Imagina então que o narrador é o limpa-vias e transforma o texto.

“A primeira vez que ________ aquele arroz derramado no chão, e __________ os bagos a ___________ debaixo das
botifarras, não ________ caso; __________ com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca.
Mas como _________ agora por ali com mais frequência, ___________ que a coisa se repetia.
O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. E _______________:
donde é que viria tanto arroz?”

   Posição do                   objectivo                                       subjectivo
    narrador       não toma posição face aos toma posição, declara ou sugere a sua posição de
                   acontecimentos:    é   isento    e adesão ou recusa, fazendo comentários, revelando a
                   imparcial.                         sua opinião; é parcial.
   3. Relê o conto e transcreve passagens do texto onde sejam evidentes cada uma destas posições.


       16 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                                 Professora Graça
            Viais
CLASSE DOS VERBOS
                  Os verbos são palavras variáveis que exprimem:
                     1. Acções – “Intrigado, ergueu os olhos pela primeira vez para o alto”
 DEFINIÇÃO
                     2. Qualidades – “O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil
                         colares”
   FLEXÃO         MODOS                   TEMPOS              NÚMERO                    PESSOAS

   MODOS                                             TEMPOS
                  PRESENTE       PRETÉRITO    PRETÉRITO PRETÉRITO          FUTURO          Existem
                                IMPERFEITO     PERFEITO  MAIS QUE         IMPERFEIT        ainda as
                                                          PERFEITO            O             formas
                  eu estudo     eu estudava   eu estudei     eu               eu         verbais não
 INDICATIVO
                                                          estudara         estudarei        finitas:
                     que eu       que eu                                  se/quando       *Infinitivo
CONJUNTIVO
                     estude     estudasse                                 eu estudar      (pessoal e
                       eu                                                                impessoal)
CONDICIONAL                                                                               *gerúndio
                    estudaria
                    estuda /                                                             *particípio
                     estude                                                                passado
 IMPERATIVO       /estudemos
                   / estudai /
                    estudem
                  VERBOS REGULARES: MANTÉM O RADICAL
                  1ª CONJUGAÇÃO             2ª CONJUGAÇÃO             3ª CONJUGAÇÃO
                  Verbos de tema em –a      Verbos de tema em -e      Verbos de tema em -i
                                         FORMAS ESPECIAIS DE CONJUGAÇÃO
                  Conjugação Pronominal     Conjugação Pronominal     verbos defectivos
CONJUGAÇÃO
                  (Verbo conjugado com      Reflexa                   (Verbos que só se conjugam
                  pronome pessoal. EXº:     (Verbo conjugado com      em algumas pessoas. EXº
                  amá-lo)                   pronome reflexo. EXº:     chover)
                                            lavar-se)
                  VERBOS IRREGULARES: NÃO MANTÊM O RADICAL
                  verbos        verbos       verbos         verbos transitivos       verbos
 SUBCLASSES       intransitivos transitivos transitivos     DIRECTOS E               copulativos
                                DIRECTOS     INDIRECTOS     INDIRECTOS
  TPC: Copia o seguinte quadro no caderno diário e conjuga os verbos
  REPETIR e VARRER
                 PRESENTE         PRETÉRITO        PRETÉRITO         PRETÉRITO           FUTURO
                                 IMPERFEITO         PERFEITO         MAIS QUE          IMPERFEITO
                                                                      PERFEITO
 INDICATIVO
CONJUNTIVO
CONDICIONAL
 IMPERATIVO



                            CONJUGAÇÃO PRONOMINAL
  17 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                         Professora Graça
      Viais
1. As formas verbais sublinhadas, no seguinte excerto, encontram-se na conjugação pronominal.

“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das botifarras,
    o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico…”
       “Embrulhava-o num jornal ou metia-o num cartucho, e assim o levava à família.”

1.1. Rescreve o texto substituindo os pronomes pessoais pelas palavras que lhes correspondem.
1.2. Identifica a função dessas palavras, nas frases que escreveste.

Pronome pessoal:
    O pronome pessoal refere-se aos participantes do discurso, através de uma das três pessoas gramaticais,
ou representa um nome anteriormente expresso. Varia quanto à pessoa, ao número, ao género e à função. No
quadro que se segue encontram-se todas as formas do pronome pessoal e as funções sintácticas que
podem desempenhar:

                                         Pronomes pessoais
                                                  FUNÇÕES SINTÁCTICAS
Número         Pessoa                           COMPLEMENTO        COMPLEMENTO
                            SUJEITO
                                                   DIRECTO           INDIRECTO
              primeira           eu                      me                          mim, comigo
singular      segunda            tu                       te                           ti, contigo
               terceira       ele, ela              o, a, lhe, se                 ele, ela, si, consigo

              primeira         nós                      nos                        nós, connosco
 plural       segunda          vós                      vos                         vós, convosco
               terceira     eles, elas            os, as, lhes, se              eles, elas, si, consigo

       2. Sublinha os pronomes pessoais presentes nas seguintes frases:
   a) trepam sub-repticiamente aos respiradouros (…)para colher aquele dinheiro-de-ninguém, enquanto um ou
      mais camaradas vigilantes os vão guiando cá de fora. Também os há que entram sem pagar, por entre as
      pernas da freguesia (..).
   b) Ele picava papéis na ponta de um pau com um prego, e metia-os no saco.
   c) Nem sequer olhava a lívida claridade que resvala dos respiradouros (…) nunca lhos tinham mandado limpar.
   d) Até que um dia, depois de olhar em roda, não andasse alguém a espiá-lo, abaixou-se, ajuntou os bagos com
      a mão, num montículo, e encheu com eles um bolso do macaco.

       2.1.Preenche o quadro com os pronomes pessoais que sublinhaste, colocando-os na coluna
           adequada, consoante a sua função sintáctica.

     SUJEITO               COMPLEMENTO DIRECTO                       COMPLEMENTO INDIRECTO




              CONJUGAÇÃO PRONOMINAL ( transformações dos pronomes o, a, os, as )


      18 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                               Professora Graça
           Viais
Quando juntamos pronomes aos verbos, há algumas regras que temos que ter em conta:
1 – Quando a forma verbal termina em vogal, o pronome não sofre alterações.

      ex: Vi o filme. > Vi-o

2 - Quando a forma verbal termina em R, S, ou Z, estas consoantes caem e o pronome                     verbo + lo,
pessoal passa a ser: -lo, -la, -los, -las.                                                             la, los, las
      ex: Vou ver o Luís. > Vou vê-lo.
          Tu contas histórias. > Tu conta-las.
          Ele faz os trabalhos de casa. > Ele fá-los.

3 - Se a forma verbal terminar em M ou em ditongo nasal (õe, ão), o pronome tomará as                  verbo +
formas: -no, -na -nos, -nas.                                                                           no, na,
                                                                                                       nos, nas
      ex: Os alunos viram o filme. > Os alunos viram-no
          O João põe o livro na estante. > O João põe-no na estante.

4 – Quando a forma verbal estiver no modo condicional, o pronome coloca-se entre o radi-               verbo +
cal do verbo e as terminações verbais (-ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, –iam). No entanto, como o        pronome
radical termina em R, este cai e o pronome ganha um L, tomando a forma -lo, -la, -los, -las.           + ia,
                                                                                                       ias, ia,
       ex: Eu levaria a bicicleta para a escola. > Eu levá-la-ia para a escola.                        íamos,
          Tu convidarias os teus amigos para a festa. > Tu convidá-los-ias para a festa.               íeis, iam.

5 - Quando a forma verbal estiver no futuro, o pronome coloca-se entre o radical do verbo
e as terminações verbais (-á, -ás, -á, -emos, -eis, –ão). No entanto, como o radical termina           verbo +
em «R», este cai e o pronome ganha um L, tomando a forma -lo, -la, -los, -las.                         pronome
                                                                                                       + ei, ás,
       ex: Ele entregará a encomenda a tempo. > Ele entregá-la-á a tempo.                              á, emos,
          Eles pedirão a prenda à mãe. > Eles pedi-la-ão à mãe.                                        eis, ão.
6 – Se a frase estiver na negativa, o pronome vai para antes do verbo, sem sofrer
alterações (tal como nalguns casos em que a frase está na forma interrogativa).

       ex: Ele não levou o livro para a aula. > Ele não o levou para a aula
          Já leste o livro todo?. > Já o leste todo?

CASOS ESPECIAIS:
Sempre que na frase se encontrem em contacto duas formas de pronome pessoal,
complemento directo e indirecto, elas contraem-se formando uma só palavra (em qualquer
                                                                                                       _!
                                                                                                       ( formas
tempo verbal).                                                                                         contraídas )

        ex: Já li o livro. Posso emprestar-to ( te o )
           Encontraste a peça? Então dá-ma. (me a)

        6. Substitui as expressões destacadas pelo pronome correspondente e faz as alterações necessárias:
Os rapazes tiraram as moedas do respiradouro.            ele pôs o arroz dentro do saco.
Ele levará o arroz para casa.                            Aquele arroz mataria a fome à família e si próprio.
O limpa-vias contou tudo à mulher.                       A mulher pediu-lhe arroz.
Os colegas do limpa-vias não viram o lixo no chão.       O limpa-vias vai arrumar o arroz na despensa.
 O limpa-vias metia os papéis no saco.                   O sacristão não varre o arroz quando acabam os casamentos.




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             Viais
Desenlace do conto “Arroz do Céu”
1. O “arroz do céu” teve duas consequências na vida do limpa-vias: uma, é de ordem material; outra, espiritual.
1.1. Indica uma e outra.

.
    “O céu do limpa-vias é a
    rua que os outros pisam”




                           A frase final é profundamente irónica, dando a entender que há um Céu para os ricos
                                                e outro Céu (muito mais baixo) para os pobres.
Preenche o esquema-síntese do conto com
palavras/expressões QUE OS CARACTERIZEM,
OPONDO-OS, segundo o modelo:                                 M
                                                             U                      SUBWAY
                       UPTOWN                                N
    M                                                        D
                                                             O            MUNDO DO LIMPA-VIAS
    U
    N ABUNDÂNCIA                                                 __________________________
    D
                                                             D   OBSCURIDADE
    O __________________________                             O
        CONSUMISMO                                               __________________________
    D                                                        L
    O   __________________________                           I   FOME
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        ALEGRIA                                                  __________________________
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        _________________________                            V   REMEDEIO
                                                             I
    O           _________________________                        RESIGNAÇÃO
                                                             A
    S
                                                             S
         20 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                                      Professora Graça
               Viais
NARRATIVA ABERTA VS NARRATIVA FECHADA

História completa — Geralmente a história
começa por preparar o leitor para o que se vai
passar em algumas linhas iniciais (introdução). Só
então       se     narram      os   acontecimentos
                                                           Pode acontecer que o destino das
(desenvolvimento) e, finalmente, também em
                                                           personagens fique suspenso,
poucas linhas, o leitor sente, através de um               incompleto, A história não é
                                                           totalmente solucionada (não se
desenlace ( conclusão), opinião ou parecer, que
                                                           conhecendo o final) ou
termina a história (conclusão ou final).                   permitindo ao leitor imaginar
                                                           uma continuação ou um final.
                                                           Sendo assim, trata-se de uma
Narrativa fechada — A este tipo de narrativa com           narrativa aberta.
introdução, desenvolvimento e conclusão, damos
o nome de narrativa fechada porque sabemos a
sorte final das personagens.
È uma narrativa fechada porque a história foi
solucionada até ao pormenor, até um ponto que
sentimos como acabada.




  1. De acordo com a informação acima, podemos considerar que o conto “ARROZ DO
     CÉU” permite-nos imaginar uma continuação da história.

        1.1.     Imagina a continuação da história, escrevendo um desenlace para este
                 conto de modo a torná-lo numa narrativa fechada.




 21 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                        Professora Graça
        Viais
Lê um possível desenlace para o conto Arroz do Céu:

       Confiado naquele remedeio de vida, o limpa-vias vivia agora obcecado por aquele arroz
que Deus, lá no Alto, lhe mandava para encher a barriga dos filhos.
       Todos os dias, levava um saco no bolso e apanhava, fervorosamente, todo o arroz que
encontrava.
Mas, certo dia, embrenhado na recolha do arroz, só tendo olhos para os bagos alvos, não se
apercebeu da chegada fatal do metropolitano das 17 horas.
       Ajoelhado no meio da via, repentinamente, viu iluminarem-se os bagos; agora, nas suas
mãos, os bagos pareciam ouro!
       Depois, um violento embate, sombras, trevas, uma sensação de entorpecimento, a
lembrança da mulher e dos filhos à espera do arroz do céu.
       Em casa, a mulher e os filhos daí a pouco saberiam: aquela chuva de arroz polido,
carolino, de primeira, nunca mais os alegraria.



1. Um director de jornal enviou, ao local do sinistro, um jornalista pouco experiente que, embora
   tenha recolhido todos os dados, tem muitas dificuldades em redigir uma notícia bem estruturada.
   1.1.Partindo dos apontamentos do jovem jornalista e da informação sobre as características da
       notícia, na página seguinte, ajuda-o a escrever a notícia.

                                   O limpa-vias Antunius Juri de      A reforçar esta hipótese foi
   Eram 17 horas quando                                               adiantado o facto de ter
   de repente o condutor           43 anos de idade imigrante foi
                                   atropelado por um                  sido encontrado no local
   do metropolitano John                                              do sinistro arroz espalhado
   Smith, se deu conta de          metropolitano tendo morte
                                   imediata.                          pelo chão assim como um
   um vulto na via;                                                   saco com arroz na mão do
   travou de imediato                                                 sinistrado.
   mas não conseguiu
   evitar o embate.                O limpa-vias que residia num dos
                                   subúrbios de Nova Iorque deixa a      As circunstâncias
                                   mulher e os sete filhos sem           desta morte
                                   quaisquer recursos.                   permanecem
    Um limpa-vias                                                        obscuras: as
    sucumbiu ontem à                                                     autoridades locais
    tarde na linha do                O condutor afirma ainda que o       referem a
    metro em Nova                    limpa-vias nem sequer se            possibilidade de o
    Iorque.                          apercebeu da aproximação do         limpa-vias ter
                                     veículo pois que não fez            tropeçado e caído na
                                     qualquer tentativa de fuga.         linha aí permanecendo
                                                                         inconsciente.

   1.2.Como reparaste, o jornalista também não pontuou o seu texto. Ajuda-o novamente.

   1.3.Dá um título preciso e sugestivo à notícia.




  22 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                         Professora Graça
       Viais
A NOTÍCIA
Notícia - estrutura e linguagem

A notícia é um texto de carácter informativo do domínio da Comunicação Social. Caracteriza-
se pela actualidade, objectividade, brevidade e interesse geral. Relata, por vezes, situações
pouco habituais. É redigida na 3.a pessoa. As informações são, geralmente, apresentadas por
ordem decrescente de importância.

A estrutura da notícia

Uma notícia bem estruturada deve ser constituída por:
  1. A notícia é encabeçada por um TÍTULO que deve ser muito preciso e expressivo, para
     chamar a atenção do leitor. Este título relaciona-se, habitualmente, com o que é
     tratado no LEAD e pode ser acompanhado por um antetítulo ou por um subtítulo.

   2.    LEAD, CABEÇA ou PARÁGRAFO-GUIA - primeiro parágrafo, no qual se resume o
        que aconteceu. É a parte mais importante da notícia e o seu objectivo é, não só captar
        a atenção do leitor, mas ainda fornecer-lhe as informações fundamentais.
        Neste parágrafo deverá ser dada resposta às seguintes perguntas essenciais: quem?, o
        quê?, onde?, quando?

   3. CORPO DA NOTÍCIA - desenvolvimento da notícia, onde se faz a descrição
        pormenorizada do que aconteceu.
        Nesta segunda parte, deverá responder-se às perguntas: como?, porquê?


                            ANTETÍTULO
                              TÍTULO
                            SUBTÍTULO
                                                                     quem?
                                 LEAD                                 o quê?
                                                                     onde?
                                                                     quando?
                               NOTÍCIA
                              CORPO DA
                                                          como?
                                                           porquê?
                                                          consequências?
                                                          etc.…



O esquema acima refere-se à técnica da pirâmide invertida - é habitual representar-se
graficamente a notícia por esta pirâmide invertida.
Na prática, aparecem muitas notícias que não respeitam a estrutura atrás apresentada.

                             Características da linguagem da notícia

        A linguagem a utilizar na notícia deverá respeitar os seguintes princípios:
        - ser simples, clara, concisa e acessível, utilizando vocabulário corrente e frases curtas;
        - recorrer prioritariamente ao nome e ao verbo, evitando sobretudo os adjectivos
        valorativos;


        23 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                   Professora Graça
            Viais
Este guião foi elaborado com base na seguinte bibliografia:
 Uma análise do conto “Arroz do Céu” Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos
 Ilustrações a partir da Escola Virtual, Porto Editora
 ficha formativa da Professora Paula do Aido Almeida
 Manual: Oficina da língua 7, Carla Marques e outros, edições Asa



Algumas soluções / sugestões:




     Nova Iorque, 19 de Novembro de 2006
     Querida mãe,
     Espero que, quando receberes esta carta, estejas de perfeita saúde.
     Bem sei que esperavas notícias minhas mais cedo, mas nem sempre posso escrever quando
     quero. A nossa vida por cá continua muito difícil. Ainda não entendo muito bem o inglês e sinto-
     me muito sozinho. Além disso, o dinheiro é pouco e quase não chega para comer. Mas
     ultimamente temos tido uma ajuda vinda do Céu. Tem caído muito arroz para dentro da estação
     de metro onde trabalho. Não sei bem o que se passa, mas acho que Deus não se esqueceu de
     nós…
     Gostávamos muito de ir passar o Natal convosco, mas infelizmente não temos dinheiro para a
     viagem. Pelo menos, este ano temos arroz com fartura para a ceia de Natal.
     Tenho de terminar. Estou cheio de saudades vossas e mal posso esperar pela hora de vos voltar
     a ver e a abraçar.
                 Um grande abraço cheio de saudade
       O teu filho




    MORTE NA LINHA DO METRO
    Um limpa-vias sucumbiu ontem à tarde na linha do metro em Nova Iorque.
    O limpa-vias Antunius Juri de 43 anos de idade imigrante foi atropelado por um metropolitano
    tendo morte imediata.
    Eram 17 horas quando de repente o condutor do metropolitano John Smith, se deu conta de um
    vulto na via; travou de imediato mas não conseguiu evitar o embate. O condutor afirma ainda
    que o limpa-vias nem sequer se apercebeu da aproximação do veículo pois que não fez qualquer
    tentativa de fuga.
    As circunstâncias desta morte permanecem obscuras: as autoridades locais referem a
    possibilidade de o limpa-vias ter tropeçado e caído na linha aí permanecendo inconsciente. A
    reforçar esta hipótese foi adiantado o facto de ter sido encontrado no local do sinistro arroz
    espalhado pelo chão assim como um saco com arroz na mão do sinistrado.
    O limpa-vias que residia num dos subúrbios de Nova Iorque deixa a mulher e os sete filhos sem
    quaisquer recursos.



      24 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis                               Professora Graça
          Viais

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Arroz do Céu: A história de um limpa-vias pobre que encontra arroz caído do céu

  • 1. 2010 ARROZ DO CÉU – GUIÃO DE LEITURA ESCOLA EB2,3/SEC DE PENACOVA 30-12-2010
  • 2. Guião de leitura do conto “Arroz do Céu” de José Rodrigues Miguéis, Gente da Terceira Classe Ao longo dos passeios de Nova York, por sobre as estações e galerias do subway, abrem- se grandes respiradouros gradeados por onde cai de tudo: o sol e a chuva, o luar e a neve, luvas, lunetas e botões, papelada. chewing gum, tacões de sapatos de mulheres que ficam entalados, e até dinheiro. Às vezes, lá no fundo, no lixo acumulado ou em poças de água estagnada, brilham moedas de níquel e mesmo de prata. Os garotos ajoelham de nariz colado às grades, tentando lobrigar tesouros na obscuridade donde sopra um hálito húmido e oleoso e o cheiro dos freios queimados. Fazem prodígios de habilidade e obstinação para pescar as moedas perdidas. Alguns têm êxito nisso, mas depois engalfinham-se em disputas tremendas sobre a posse e a partilha do tesouro: nunca se sabe quem foi que viu primeiro. Outros, quando a colheita promete, chegam a arriscar nisso algum capital: juntam as posses, e entram dois, é quanto basta, no subway; uma vez lá dentro, trepam sub- repticiamente aos respiradouros, o que é uma difícil operação de acrobacia, para colher aquele dinheiro-de-ninguém, enquanto um ou mais camaradas vigilantes os vão guiando cá de fora. Também os há que entram sem pagar, por entre as pernas da freguesia e agachando-se por baixo dos torniquetes. O limpa-vias trabalhava há muitos anos no subway, sempre de olhos no chão. Uma toupeira, um rato dos canos. Picava papéis na ponta de um pau com um prego, e metia-os no saco. Varria milhões de pontas de cigarros, na maioria quase intactos, de fumadores impacientes, raspava das plataformas o chewing gum odioso, limpava as latrinas, espalhava desinfectantes, ajudava a pôr graxa nas calhas, polvilhava as vias de um pó branco e misterioso, e todas as vezes que o camarada da lanterna soltava um apito estrídulo – lá vem o comboio! – Ele encolhia-se contra a parede negra, onde escorriam águas de infiltração, na estreita passagem de serviço. Até já tinha ajudado a recolher pedaços de cadáveres, de gente que se atirava para debaixo dos trens, e a transportar os corpos exangues de velhos que de repente se lembravam de morrer de ataque cardíaco, nas horas de maior ajuntamento, uns e outros perturbando o horário e provocando a curiosidade casual e momentânea dos passageiros apressados. Sempre de olhos no chão, bisonho e calado, como quem nada espera do Alto, e não esperava. A vida dele vinha toda do chão imundo e viscoso. Nem sequer olhava a lívida claridade que resvala dos respiradouros para o negrume interior, onde tremeluzem lâmpadas eléctricas, entre as pilastras inumeráveis daquela floresta subterrânea metalizada: nunca lhos tinham mandado limpar. Eram provavelmente o domínio exclusivo de operários especializados, membros de outro sindicato, que ele não conhecia. Nem talvez soubesse que existiam os respiradouros. Era estrangeiro, imigrante, como tanta gente. Não brincara nem vadiara na voragem empolgante das ruas da grande cidade, e vivia perfeitamente resignado à sua obscuridade. Devia aquele emprego a um camarada que era membro dum clube onde mandavam homens de peso, mas ele de política não entendia nada, nem fazia perguntas. Como tinha nascido na Lituânia, ou talvez na Estónia, só falava em monossílabos; e, debaixo da pátina oleosa e negra que o ar do subway nela imprimira com o tempo, a sua face era incolor e a raça indistinta. Antes disso tinha trabalhado em escavações, um «toupeira». Este emprego era muito melhor, embora também fosse subterrâneo. E não tinha que falar o inglês, que mal entendia. Ora, à esquina de certa rua, no Uptown, há uma igreja, a de São João Baptista e do Santíssimo Sacramento, a todo o comprimento de cuja fachada barroca e cinzenta os respiradouros do subway formam uma longa plataforma de aço arrendado. Os casamentos são frequentes, ali, por ser chique a paróquia e imponente a igreja. O arroz chove às 2 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 3. cabazadas em cima dos noivos, à saída da cerimónia, num grande estrago de alegria. Metade dele some-se logo pelas grelhas dos respiradouros, outra parte fica espalhada nas placas de cimento do passeio. Depois dos casamentos, o sacristão ou porteiro da igreja, de cigarro ao canto da boca, varre o arroz para dentro das grades, por comodidade. Provavelmente é irlandês, o arroz não lhe interessa, nem se ocupa de pombos: pombos é lá com os italianos, que, apesar de se dizerem católicos, são uma espécie de pagãos. O que se derramou no pavimento da rua, lá fica: é com os varredores municipais. Volta e meia há casório, sobretudo no bom tempo, ou aos domingos. E um desperdício de arroz, não sei donde vem o costume: talvez seja um prenúncio votivo de abundância, ou um símbolo do «crescei e multiplicai-vos» (como arroz). A gente pára a olhar, e tem vontade de perguntar: «A como está hoje o arroz de primeira cá na freguesia?» Aquela chuva de grãos atravessa as grades, resvala no plano inclinado do respiradouro, e, se não adere à sujidade pegajosa ou ao chewing gum (o bairro é pouco dado a mastigar o chicle), ressalta para dentro do subterrâneo, numa estreita passagem de serviço vedada aos passageiros. A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que viria tanto arroz? Intrigado, ergueu os olhos pela primeira vez para o Alto, e avistou a vaga luz de masmorra que escorria da parede. Mas o respiradouro, se bem me compreendem, obliquava como uma chaminé, e a grade, ela própria, ficava-lhe invisível do interior. Era dali, com certeza, que caía o arroz, como as moedas, a poeira, a água da chuva e o resto. O limpa-vias encolheu os ombros, sem entender. Desconhecia os ritos e as elegâncias. No casamento dele não tinha havido arroz de qualidade nenhuma, nem cru, nem doce, nem de galinha. Até que um dia, depois de olhar em roda, não andasse alguém a espiá-lo, abaixou-se, ajuntou os bagos com a mão, num montículo, e encheu com eles um bolso do macaco. Chegado a casa, a mulher cruzou as mãos de assombro: alvo, carolino, de primeira! Dias depois, sempre sozinho, varreu o arroz para dentro de um cartucho que apanhara abandonado num cesto de lixo da estação, e levou-o para casa. Pobres, aquela fartura de arroz enchia-lhes a barriga, a ele, à patroa e aos seis ou sete filhos. Ela habituou-se, e às vezes dizia-lhe: «Vê lá se hoje há arroz, acabou-se-nos o que tínhamos em casa.» Confiada naquele remedeio de vida! O limpa-vias nunca perguntou donde é que chovia tanto grão, sobretudo no bom tempo, pelo Verão, e aos domingos, que até parecia uma colheita regular. Embrulhava-o num jornal ou metia-o num cartucho, e assim o levava à família. Ignorando que lá em cima era a Igreja de São João Baptista e do Santíssimo Sacramento, e como tal de bom-tom, não sabia a que atribuir o fenómeno. Pelo lado da raiz, no subway, os palácios, os casebres e os templos não se distinguem. E foi assim que aquela chuva benéfica, de arroz polido, carolino, de primeira, acabou por lhe dar a noção concreta de uma Providência. O arroz vinha do Céu, como a chuva, a neve, o sol e o raio. Deus, no Alto, pensava no limpa-vias, tão pobre e calado, e mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos. Sem ele ter pedido nada. Guardou segredo – é mau contar os prodígios com que a graça divina nos favorece. Resignou-se a ser o objecto da vontade misericordiosa do Senhor. E começou a rezar-lhe fervorosamente, à noite, o que nunca fizera: ao lado da mulher. Arroz do Céu... O Céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam. In Gente da Terceira Classe, Lisboa, Editorial Estúdios Cor, 1971, pp. 67-71 (1ª ed. 1962) 3 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 4. TESTE DE COMPREENSÃO DO CONTO "ARROZ DO CÉU" DE JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS Depois de teres ouvido / lido o conto, resolve a seguinte ficha para verificar se o compreendeste bem. A. Indica se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas CORRIGINDO AS FALSAS: 1. O limpa-vias é um homem que varre as ruas da cidade. 2. A família do limpa-vias é composta por ele, mulher, 3 filhos e uma avó. 3. A primeira vez que o limpa-vias viu o arroz, apanhou-o e levou-o para casa. 4. O limpa-vias costuma apanhar o arroz e leva-o para casa para a família comer. 5. O arroz que o limpa-vias apanha vem de um armazém de arroz. 6. Para o limpa-vias o arroz é uma dádiva do Céu. B. Selecciona a melhor opção das apresentadas: 1. O limpa-vias é originário da: 4. O limpa-vias costumava levar o arroz para casa: a) Alabama ou Alasca. a) no boné. b) Polónia ou Letónia. b) num balde. c) Ucrânia ou Geórgia. c) num cartucho de papel. d) Estónia ou Lituânia d) no bolso. 2. Nos respiradouros caem: 5. Pelos respiradouros do metropolitano caía arroz a) peúgas, latrinas, neve. proveniente de: b) luvas, botões, pastilha elástica, dinheiro. a)um mercado abastecedor da cidade; c) botões, papeladas, óculos. b) uma igreja de fachada barroca; d) luvas, sapatos, latas. c) um armazém de arroz. 3. Devido ao seu trabalho, a sua face era: 6. A família do limpa-vias ficou: a) incolor e a raça indistinta. a) pouco satisfeita pois não gostava de arroz. b) de cor amarela e a raça oriental. b) pouco satisfeita pois já comia muito arroz. c) de cor negra e a raça africana. c) satisfeita, pois assim não passava fome. d) de raça cigana. d) satisfeita, porque só comia arroz. C. Para saberes se compreendeste bem o conto "Arroz do Céu", preenche a seguinte grelha: ESPAÇO DA ACÇÃO PRINCIPAIS MOMENTOS DA ACÇÃO DO CONTO. 4 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 5. I. ESTRUTURA / ACÇÃO 1. O conto “Arroz do Céu” pode ser dividido em cinco partes. Delimita cada uma dessas partes e distingue o assunto de cada uma delas. Parágrafos do texto Assunto 1.2.Delimita as seguintes partes da narrativa : introdução (ou situação inicial), desenvolvimento (ponto culminante) e conclusão (desenlace). Segmentos do texto Assunto INTRODUÇÃO (Acontecimentos principais -situação inicial: o dia-a-dia de um limpa-vias ) DESENVOLVIMENTO (acontecimento inesperado: -mudança na vida familiar) CONCLUSÃO (situação final) 5 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 6. ESPAÇO 1. No início do conto é feita a localização espacial da acção. Indica-a. 2. Por que razão é que os garotos dedicam tanto tempo aos respiradores? 2.1. Que estratégias utilizam os garotos para alcançar o que se encontra lá em baixo? 3. Os respiradouros por onde cai o arroz são o elemento de ligação entre o subway e o Uptown. Contudo, o arroz não tem a mesma importância para estas duas partes da cidade. 3.1.Faz corresponder as seguintes expressões ao subway e ao Uptown, tendo em conta o significado que o arroz tem em cada um desses espaços. “chuva benéfica”, “trabalho”, “obscuridade”, “prenúncio votivo de abundância”, “mundo abastado”, “imponente igreja”, “chão imundo e viscoso” , “cerimónias”, “enchia-lhes a barriga”, “sustento”, “lívida claridade”, “símbolo do “crescei e multiplicai-vos” , ” maná”, “desperdício”, pobreza”, “grande estrago de alegria”, “arroz carolino, de primeira”, “negrume interior” CONCLUSÃO: A acção deste conto passa-se em Nova Iorque, e dentro da cidade são apresentados dois espaços distintos. Subway Uptown ↓ ↓ Símbolo do mundo ao Símbolo do mundo ao qual o Limpa-vias pertence qual o Limpa-vias não pertence ↓ ↓ 6 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 7. O LIMPA-VIAS RECOLHE O MUNDO ABASTADO QUE OUTROS DESPERDIÇAM QUE DESPERDIÇA SÃO DOIS MUNDOS QUE SE TOCAM, MAS NUNCA SE MISTURAM. EMPRÉSTIMOS São elementos lexicais que podem ser internos a uma língua ou estrangeirismos adoptados por essa língua. A palavra janela é um empréstimo da própria língua, porque além do seu significado comum (Abre a janela para arejar a casa), passou a designar também uma área do ecrã do computador, por tradução do inglês window. O mesmo se passa com o vocábulo rato (o animal e o periférico de entrada que envia informação para o computador). Os estrangeirismos são palavras que a língua não conseguiu adaptar: marketing, software, ballet, croissant… Na língua portuguesa, os estrangeirismos mais significativos são os anglicismos e os galicismos, palavras inglesas e francesas. 1. No conto “Arroz do céu” surge ainda outro estrangeirismo. Identifica-o e diz qual o seu significado. 2. Repara no seguinte exemplo: O meu hobby preferido é fazer natação. O meu passatempo preferido é fazer natação. 2.1.O estrangeirismo foi substituído por uma palavra portuguesa. Tendo em conta este exemplo, reescreve as seguintes frases: a) Tens que utilizar uma password para aceder ao programa. b) O staff da minha empresa é muito competente. c) Hoje, a Luísa foi a um casting. d) Este produto tem um bom slogan. 3. Completa as seguintes frases com as palavras que te são dadas: Paparazzi; performance; bluff; skinhead, stock; check up; check in a) O António fez ____________ no jogo de cartas. b) Amanhã vou fazer um ____________ de rotina para ficar mais descansada. c) No jornal, informaram que dois jovens foram incomodados por um indivíduo que pertencia a um grupo______________ . 7 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 8. d) Tenho que chegar ao aeroporto duas horas mais cedo para fazer o ____________. e) A loja de discos tem pouco _________ . f) Adorei a ____________ do actor principal da peça de teatro. g) Os actores de Hollywood normalmente são perseguidos pelos ________________. AS PERSONAGENS 1. Faz o levantamento das personagens do conto, inscrevendo-as no quadro que se segue: PERSONAGENS PRINCIPAIS PERSONAGENS SECUNDÁRIAS PERSONAGENS FIGURANTES Personagens mais importantes, cujas Personagens menos importantes, cujas personagens que estão presentes acções têm importância para o acções não têm tanta importância mas não intervêm nos desenrolar dos acontecimentos, para o desenrolar dos acontecimentos; acontecimentos da história: têm modificando / alterando de alguma são normalmente adjuvantes ou como único objectivo ilustrar o forma a situação inicial da história. É oponentes da personagem principal. ambiente e o espaço social, cultural, o herói. … 2. Na primeira apresentação da personagem principal é aqui feita, ficamos a saber: a sua profissão o local onde é exercida o trabalho diário do limpa-vias. . 3. Para caracterizar o Limpa-vias, o narrador utiliza a expressão “uma toupeira, um rato dos canos”. Isto significa que… a) O Limpa-vias gostava de andar dentro dos canos. b) O Limpa-vias passava muito tempo no subterrâneo. c) O Limpa-vias era peludo e cheirava mal. 3.1. Identifica o recurso estilístico presente na expressão acima mencionada. 3.2.Transforma-o de modo a obteres uma comparação. 3.1. De acordo com a informação que se segue, identifica o modo de caracterização presente na expressão acima referida: A Caracterização Indirecta Caracterização Directa é inferida pelo leitor a partir dos As personagens são caracterizadas actos, atitudes e comportamentos da 8 guião leitura Arroz do céusuas directamente, quando as de José Rodrigues Miguéis Professora Graça características são apresentadas Viais personagem ao longo da acção. explicitamente pelo narrador, por O retrato é traçado, principalmente o outras personagens ou por elas psicológico e o social, recorrendo a próprias. factos e / ou atitudes.
  • 9. 4. Caracteriza o limpa-vias, utilizando as seguintes expressões do conto: “estrangeiro”, “raça indistinta”, “imigrante”, “só falava em monossílabos”, “pobre”, “patina oleosa e negra”, “face incolor”, “sempre de olhos no chão”, “bisonho e calado”, “resignado” Retrato físico Retrato psicológico Condição social - Indicação de particularidades como hábitos, sentimentos, temperamento, - Indicação de particularidades como - Indicação de particularidades relacionamento com os outros… - A profissão, estatuto económico, nível como altura, estatura, cor dos caracterização psicológica feita de forma cultural… - A caracterização social feita de olhos.. - É geralmente feita de directa, é, normalmente, realizada forma directa, é, normalmente, realizada forma directa, mas o facto de a através de adjectivos como sensato, através de adjectivos como rico, pobre, personagem ser apresentada a teimoso, obstinado, perspicaz, tolerante, culto, desfavorecido, desempregado… - carregar grandes pesos indica agressivo… - Quando é realizada de Quando é realizada de forma indirecta, é o uma constituição física forma indirecta é ao leitor que cabe a leitor que tem de inferir a qualidade de robusta, dando-nos, assim, atribuição das qualidades de corajosa a pobreza em relação a uma personagem que uma característica física de uma personagem que é apresentada a mora numa rua estreita, sem sol e com as forma indirecta. salvar sozinha a sua casa em chamas, casas em ruína. quando todas as outras já haviam desistido Ao longo do conto, o Limpa-vias mostra desconhecer algumas das utilidades do arroz. 5. Atenta nos 7º, 8º e 9º parágrafos e preenche o quadro: 5.1.Assinalando tudo o que o Limpa-vias desconhecia. 5.2.Apontando as razões para o desconhecimento dos aspectos apresentados. 5.1 O Limpa-vias desconhecia… 5.2 porque… 9 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 10. o que ficava por cima da galeria 6. O desconhecimento destes aspectos levou o Limpa-vias à mudança: quer a nível das atitudes perante o concreto, quer a nível das suas crenças. 6.1.Completa o esquema com a evolução das suas reacções relativamente ao arroz, de acordo com o modelo. A primeira vez  ignorou-o porque considerou-o lixo Vezes seguintes  …………………………… porque ………………………………………... Um dia  ……………………………………… porque ………………………………………... A partir desse dia  ……………………………. porque ………………………………………...  7. A evolução do Limpa-vias teve outras consequências. Recorda a frase “Sempre de olhos no chão (…) como quem nada espera do Alto e não espera.” 7.1.Justifica a utilização de maiúscula na palavra Alto. 7.2.Que podemos concluir relativamente à fé do Limpa-vias? 7.3.Comprova com elementos do texto que a importância do arroz conduziu o Limpa-vias a uma mudança relativamente à sua fé. 7.4.Esta mudança implicou ainda outras atitudes. Completa as frases com palavras tuas. Guardou segredo, pois… Resignou-se à vontade de Deus porque… Começou a rezar-lhe para … 8. Sublinha, neste excerto, a frase que caracteriza o arroz. “A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que viria tanto arroz?” 8.1.Qual o recurso estilístico presente na frase que sublinhaste? Completa a frase que se segue: O arroz é descrito de uma forma muito sugestiva, trata-se de uma _______________. O arroz é ______________ a pérolas, realçando o que ambos têm em comum: a brancura e o brilho. 4.2. Se pensares um pouco existem outras coisas igualmente brilhantes: lâmpadas, estrelas, velas. Tudo isto brilha intensamente no escuro. 10 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 11. 4.2.1. O narrador compara o arroz a pérolas e não a lâmpadas, velas ou estrelas porque… a) …as lâmpadas e as velas são pouco brilhantes. b) …as pérolas são mais raras e muito valiosas. c) …as estrelas estão demasiado longe. 4.2.2. A comparação entre as pérolas e o arroz significa que… a) para o Limpa-vias o arroz era tão raro e tão valioso como pérolas. b) o Limpa-vias encontrava colares de pérolas desfeitos junto com o arroz. c) o sonho do Limpa-vias era ter muitas pérolas. 9. O “arroz do céu” teve duas consequências na vida do limpa-vias: uma, é de ordem material; outra, espiritual. Indica uma e outra. 10. Assim, a imagem que o limpa-vias tem do arroz também muda ao longo da acção. Completa o texto com palavras / expressões retiradas do quadro 2. Texto lacunar quadro 2 Primeiro, o arroz foi visto como ……………………………….……..…, mas começa a destacar-se porque era …………………………………..…….…, polido e brilhava, ao contrário dos detritos. Depois, passou a ser um ………….…………………..…: divina / limpo alvo, carolino, de primeira! A importância que ganhou na subsistência da lixo / maná família e a sua origem possivelmente …………………….……………..…, deu-lhe alimento de uma imagem de …………………………………………., isto é, de alimento dado qualidade pelos deuses. 11. Como deves ter reparado, os últimos parágrafos do conto têm várias expressões com significado religioso. Relê-os atentamente e, seguidamente, escreve nos espaços vazios as palavras ou expressões ligadas à religião, preenchendo o esquema. 11 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 12. Campo lexical Ao seleccionares as palavras e ao agrupá-las em volta do conceito de religião, acabaste de criar um campo lexical. Como podes ver, trata-se de um conjunto de palavras que se podem associar à volta de uma ideia, conceito ou realidade. Palavras parónimas Uma das palavras usadas para caracterizar o limpa-vias foi “imigrante”. Sabes qual o seu significado? Imigrante Emigrante ▼ ▼ pessoa que imigra: que vem estabelecer-se pessoa que emigra; que deixa o seu país num país que não é o seu. para se estabelecer noutro. Estados Unidos da América ← Estónia ou Lituânia 12 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 13. Palavras parónimas: são palavras semelhantes a nível fónico e a nível gráfico, mas que não são equivalentes a nível do significado ( têm grafia e som semelhantes e são passíveis de confusão dada essa semelhança). 1. Faz corresponder as seguintes palavras e o seu significado correcto, de modo a obteres pares de palavras parónimas. ( sono, ascender, emergir, extracto largura, incidente, evadir, ilegível, iminente, rebelar, cumprimento, crer, parecer, apreender, discrição, mandado, assassínio ) PARÓNIMAS SIGNIFICADO SENTIDOS PARÓNIMAS SIGNIFICADO comprimento INSTRUIR-SE / ASSIMILAR sonho HOMICIDA / HOMICÍDIO MOSTRAR / INSURGIR descrição VIR À SUPERFÍCIE / MERGULHAR mandato MEDIDA / SAUDAÇÃO assassino DESCREVER / DISCRETO perecer PERÍODO DE ACÇÃO POLÍTICA / ORDEM querer FUGIR / APODERAR-SE aprender QUE NÃO SE PODE LER / SER elegível VONTADE DE DORMIR / SONHAR imergir PRESTES A ACONTECER / ELEVADO eminente ACREDITAR / PRETENDER invadir ILUMINAR / ELEVAR revelar QUE PODE SER ELEITO acender MORRER / APARENTAR estrato CAMADA / ALGO EXTRAÍDO, SEPARADO acidente ACONTECIMENTO CASUAL GRAVE / ACONTECIMENTO CASUAL SEM GRAVIDADE 2. Atenta nas frases seguintes e classifica as palavras sublinhadas: a) A mulher do limpa-vias comprou uma saia linda. O limpa-vias saía muito tarde do trabalho. b) O limpa-vias está sem dinheiro. Os seus pais deram-lhe cem euros. c) A sua mulher foi ao banco pedir um empréstimo. O limpa-vias sentou-se num banco a descansar. d) O limpa-vias arrumou o arroz na despensa. Ele vai pedir dispensa do serviço nocturno. ACERCA DE – CERCA DE- HÁ CERCA DE 1. Escreve-se ACERCA DE: com o sentido de “a respeito de” (O limpa-vias falou acerca do arroz à mulher.) 2. Escreve-se CERCA DE: com o sentido de “mais ou menos” (Ele recolheu cerca de um quilo de arroz.) 3. Escreve-se HÁ CERCA DE: com o sentido de “intervalo de tempo” (O limpa-vias trabalha há cerca de 3 meses no subway.) 13 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 14. Exercícios: Falámos ___________________ tudo e mais Foi _________________ de três dias que ele reparou no alguma coisa. arroz. Não sei nada _______________ disso. Portugal tem _______________ de 10 milhões de Estive em Nova-Iorque ____________ de um habitantes. mês. Foi um grande casamento: estavam lá ___________ 500 O seminário foi _______________ da pobreza. pessoas. O que me dizes _________________ de irmos O seu trabalho é _________________ de quê? de metro? Já não ando de metro ______________ de 6 meses. CONTUDO – COM TUDO 1. Escreve-se CONTUDO:- quando se trata da conjunção adversativa (tal como “MAS”, “PORÉM”) O limpa-vias trabalha, contudo não ganha o suficiente para sustentar a família. 2. Escreve-se COM TUDO:- quando se trata de uma preposição seguida de um pronome indefinido. Naquele dia, o limpa-vias ficou tão feliz que se esqueceu do saco com tudo lá dentro! Nasci à beira-mar, ___________ não sei nadar. ________ isto desarrumado, nem penses que vais sair! Arruma o quarto_________ como estava. ________ o que tens feito, bem mereces um descanso. __________ o que reuni na Internet, já posso Estudei bastante, __________ parece que não sei nada. fazer um bom trabalho; __________ não me Fiquei transtornada ___________ o que me contaste. posso limitar a copiar o que encontrei. Tenho dinheiro e ____________ não sou feliz. DEMAIS – DE MAIS 1. Escreve-se DEMAIS: com o sentido de “os outros”, “os restantes” O limpa-vias e os demais emigrantes vivem com muitas dificuldades. 2. Escreve-se DE MAIS: com o sentido de “demasiado”, “a mais” O limpa-vias trabalha de mais. Isto é ______________________. Não corras ____________________ que ficas com o aluno saiu da sala e os _______ ficaram lá dor de barriga. dentro. Portugal e os _________________ países da Europa Estou cansada ______________ para te aturar. são muito procurados pelos emigrantes. Estás a comer ________________________. SE NÃO - SENÃO 1. Escreve-se SE NÃO: quando SE é uma conjunção e NÃO é um advérbio ( com o sentido de “caso não”. (Se não tivesse encontrado o arroz, passaria fome.) 2. Escreve-se SENÃO: com o sentido de “apenas”, “excepto” (Ninguém ligava àquele arroz, senão o limpa-vias.) Perdes o comboio, ______________ te apressares. Não sei nadar ________________ de costas. ______________ encontrar arroz, a família não terá Não tinham nada para comer, ______________ jantar. arroz. __________________ percebes, diz. Não dizes ________________ asneiras. A CARTA 14 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 15. Querida mãe, querido pai. Então que tal? Espero que não demorem a mandar Nós andamos do jeito que Deus quer Novidade na volta do correio Entre dias que passam menos mal A ribeira corre bem ou vai secar? Em vem um que nos dá mais que fazer Como estão as oliveiras de "candeio"? Mas falemos de coisas bem melhores Já não tenho mais assunto pra escrever A Laurinda faz vestidos por medida Cumprimentos ao nosso pessoal O rapaz estuda nos computadores Um abraço deste que tanto vos quer Dizem que é um emprego com saída Sou capaz de ir aí pelo Natal Cá chegou direitinha a encomenda Pelo "expresso" que parou na Piedade Pão de trigo e linguiça pra merenda Sempre dá para enganar a saudade 1. Acabaste de ouvir uma canção que se chama “POSTAL DOS CORREIOS”; observa a estrutura da carta e rescreve a canção, obedecendo a essa estrutura e introduzindo os elementos necessários. - para saudar ou apresentar brevemente o objectivo da carta; - para tratar - para encerrar o com algum assunto e fazer pormenor o despedidas assunto principal, introduzir outros assuntos e apresentar argumentos, se necessário; Além da necessidade de respeitar a estrutura da carta, é fundamental a utilização das fórmulas de tratamento e dos registos de língua adequados ao destinatário e à situação 2. Como sabes, o limpa-vias é imigrante em Nova Iorque. O seu país de origem é a Estónia ou a Lituânia e, provavelmente, deixou lá alguns familiares. Hoje, ele resolveu escrever uma carta à mãe, contando a sua nova vida em Nova York. 2.1. Redige a carta que o limpa-vias escreveu à mãe. O NARRADOR 15 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 16. Para se partilhar uma história é necessário contá-la. O narrador é uma entidade imaginária que conta a história. É uma das três entidades da história, sendo as outras o autor e o leitor. O leitor e o autor habitam o mundo real. A função do autor é criar um mundo alternativo, com personagens, cenários e acontecimentos que formem a história. A função do leitor é entender e interpretar a história. Já o narrador existe no mundo da história (e apenas nele) e aparece de uma forma que o leitor possa compreendê-lo. 1. Lê o seguinte excerto: “Volta e meia há casório, sobretudo no bom tempo, ou aos domingos. É um desperdício de arroz, não sei donde vem o costume: talvez seja um prenúncio votivo de abundância, ou um símbolo do «crescei e multiplicai-vos» (como arroz). A gente pára a olhar, e tem vontade de perguntar: «A como está hoje o arroz de primeira cá na freguesia?» “Aquela chuva de grãos atravessa as grades, resvala no plano inclinado do respiradouro, e, se não adere à sujidade pegajosa ou ao chewing gum (o bairro é pouco dado a mastigar o chicle), ressalta para dentro do subterrâneo, numa estreita passagem de serviço vedada aos passageiros.” 2. Quem conta este excerto da história do limpa-vias? a) O limpa-vias b) O autor c) O sacristão d) O narrador Narrador participante / não participante O narrador pode contar a história de diferentes maneiras. Completa o texto com o vocabulário que te é dado. 1. Pode participar na história que está a narrar e VOCABULÁRIO 2. Pode contar uma história nesse caso é um narrador _______________. na qual não participa e Assim, se for a personagem principal da história NÃO PARTICIPANTE nesse caso é um narrador que conta, é um narrador de _______________. PARTICIPANTE ____________________. Se for apenas uma das personagens secundárias é 3ª PESSOA Este narrador narra a acção um narrador de ____________________. 1ª PESSOA na _____________ pessoa. 1. Identifica no excerto as oito formas verbais que te indicam que estamos na presença de um narrador não participante. “A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que viria tanto arroz?” 2. Se o narrador fosse o limpa-vias as formas verbais passariam para a 1ª pessoa e estaríamos perante um narrador participante. Imagina então que o narrador é o limpa-vias e transforma o texto. “A primeira vez que ________ aquele arroz derramado no chão, e __________ os bagos a ___________ debaixo das botifarras, não ________ caso; __________ com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como _________ agora por ali com mais frequência, ___________ que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. E _______________: donde é que viria tanto arroz?” Posição do objectivo subjectivo narrador não toma posição face aos toma posição, declara ou sugere a sua posição de acontecimentos: é isento e adesão ou recusa, fazendo comentários, revelando a imparcial. sua opinião; é parcial. 3. Relê o conto e transcreve passagens do texto onde sejam evidentes cada uma destas posições. 16 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 17. CLASSE DOS VERBOS Os verbos são palavras variáveis que exprimem: 1. Acções – “Intrigado, ergueu os olhos pela primeira vez para o alto” DEFINIÇÃO 2. Qualidades – “O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares” FLEXÃO MODOS TEMPOS NÚMERO PESSOAS MODOS TEMPOS PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO FUTURO Existem IMPERFEITO PERFEITO MAIS QUE IMPERFEIT ainda as PERFEITO O formas eu estudo eu estudava eu estudei eu eu verbais não INDICATIVO estudara estudarei finitas: que eu que eu se/quando *Infinitivo CONJUNTIVO estude estudasse eu estudar (pessoal e eu impessoal) CONDICIONAL *gerúndio estudaria estuda / *particípio estude passado IMPERATIVO /estudemos / estudai / estudem VERBOS REGULARES: MANTÉM O RADICAL 1ª CONJUGAÇÃO 2ª CONJUGAÇÃO 3ª CONJUGAÇÃO Verbos de tema em –a Verbos de tema em -e Verbos de tema em -i FORMAS ESPECIAIS DE CONJUGAÇÃO Conjugação Pronominal Conjugação Pronominal verbos defectivos CONJUGAÇÃO (Verbo conjugado com Reflexa (Verbos que só se conjugam pronome pessoal. EXº: (Verbo conjugado com em algumas pessoas. EXº amá-lo) pronome reflexo. EXº: chover) lavar-se) VERBOS IRREGULARES: NÃO MANTÊM O RADICAL verbos verbos verbos verbos transitivos verbos SUBCLASSES intransitivos transitivos transitivos DIRECTOS E copulativos DIRECTOS INDIRECTOS INDIRECTOS TPC: Copia o seguinte quadro no caderno diário e conjuga os verbos REPETIR e VARRER PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO FUTURO IMPERFEITO PERFEITO MAIS QUE IMPERFEITO PERFEITO INDICATIVO CONJUNTIVO CONDICIONAL IMPERATIVO CONJUGAÇÃO PRONOMINAL 17 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 18. 1. As formas verbais sublinhadas, no seguinte excerto, encontram-se na conjugação pronominal. “A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico…” “Embrulhava-o num jornal ou metia-o num cartucho, e assim o levava à família.” 1.1. Rescreve o texto substituindo os pronomes pessoais pelas palavras que lhes correspondem. 1.2. Identifica a função dessas palavras, nas frases que escreveste. Pronome pessoal: O pronome pessoal refere-se aos participantes do discurso, através de uma das três pessoas gramaticais, ou representa um nome anteriormente expresso. Varia quanto à pessoa, ao número, ao género e à função. No quadro que se segue encontram-se todas as formas do pronome pessoal e as funções sintácticas que podem desempenhar: Pronomes pessoais FUNÇÕES SINTÁCTICAS Número Pessoa COMPLEMENTO COMPLEMENTO SUJEITO DIRECTO INDIRECTO primeira eu me mim, comigo singular segunda tu te ti, contigo terceira ele, ela o, a, lhe, se ele, ela, si, consigo primeira nós nos nós, connosco plural segunda vós vos vós, convosco terceira eles, elas os, as, lhes, se eles, elas, si, consigo 2. Sublinha os pronomes pessoais presentes nas seguintes frases: a) trepam sub-repticiamente aos respiradouros (…)para colher aquele dinheiro-de-ninguém, enquanto um ou mais camaradas vigilantes os vão guiando cá de fora. Também os há que entram sem pagar, por entre as pernas da freguesia (..). b) Ele picava papéis na ponta de um pau com um prego, e metia-os no saco. c) Nem sequer olhava a lívida claridade que resvala dos respiradouros (…) nunca lhos tinham mandado limpar. d) Até que um dia, depois de olhar em roda, não andasse alguém a espiá-lo, abaixou-se, ajuntou os bagos com a mão, num montículo, e encheu com eles um bolso do macaco. 2.1.Preenche o quadro com os pronomes pessoais que sublinhaste, colocando-os na coluna adequada, consoante a sua função sintáctica. SUJEITO COMPLEMENTO DIRECTO COMPLEMENTO INDIRECTO CONJUGAÇÃO PRONOMINAL ( transformações dos pronomes o, a, os, as ) 18 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 19. Quando juntamos pronomes aos verbos, há algumas regras que temos que ter em conta: 1 – Quando a forma verbal termina em vogal, o pronome não sofre alterações. ex: Vi o filme. > Vi-o 2 - Quando a forma verbal termina em R, S, ou Z, estas consoantes caem e o pronome verbo + lo, pessoal passa a ser: -lo, -la, -los, -las. la, los, las ex: Vou ver o Luís. > Vou vê-lo. Tu contas histórias. > Tu conta-las. Ele faz os trabalhos de casa. > Ele fá-los. 3 - Se a forma verbal terminar em M ou em ditongo nasal (õe, ão), o pronome tomará as verbo + formas: -no, -na -nos, -nas. no, na, nos, nas ex: Os alunos viram o filme. > Os alunos viram-no O João põe o livro na estante. > O João põe-no na estante. 4 – Quando a forma verbal estiver no modo condicional, o pronome coloca-se entre o radi- verbo + cal do verbo e as terminações verbais (-ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, –iam). No entanto, como o pronome radical termina em R, este cai e o pronome ganha um L, tomando a forma -lo, -la, -los, -las. + ia, ias, ia, ex: Eu levaria a bicicleta para a escola. > Eu levá-la-ia para a escola. íamos, Tu convidarias os teus amigos para a festa. > Tu convidá-los-ias para a festa. íeis, iam. 5 - Quando a forma verbal estiver no futuro, o pronome coloca-se entre o radical do verbo e as terminações verbais (-á, -ás, -á, -emos, -eis, –ão). No entanto, como o radical termina verbo + em «R», este cai e o pronome ganha um L, tomando a forma -lo, -la, -los, -las. pronome + ei, ás, ex: Ele entregará a encomenda a tempo. > Ele entregá-la-á a tempo. á, emos, Eles pedirão a prenda à mãe. > Eles pedi-la-ão à mãe. eis, ão. 6 – Se a frase estiver na negativa, o pronome vai para antes do verbo, sem sofrer alterações (tal como nalguns casos em que a frase está na forma interrogativa). ex: Ele não levou o livro para a aula. > Ele não o levou para a aula Já leste o livro todo?. > Já o leste todo? CASOS ESPECIAIS: Sempre que na frase se encontrem em contacto duas formas de pronome pessoal, complemento directo e indirecto, elas contraem-se formando uma só palavra (em qualquer _! ( formas tempo verbal). contraídas ) ex: Já li o livro. Posso emprestar-to ( te o ) Encontraste a peça? Então dá-ma. (me a) 6. Substitui as expressões destacadas pelo pronome correspondente e faz as alterações necessárias: Os rapazes tiraram as moedas do respiradouro. ele pôs o arroz dentro do saco. Ele levará o arroz para casa. Aquele arroz mataria a fome à família e si próprio. O limpa-vias contou tudo à mulher. A mulher pediu-lhe arroz. Os colegas do limpa-vias não viram o lixo no chão. O limpa-vias vai arrumar o arroz na despensa. O limpa-vias metia os papéis no saco. O sacristão não varre o arroz quando acabam os casamentos. 19 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 20. Desenlace do conto “Arroz do Céu” 1. O “arroz do céu” teve duas consequências na vida do limpa-vias: uma, é de ordem material; outra, espiritual. 1.1. Indica uma e outra. . “O céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam” A frase final é profundamente irónica, dando a entender que há um Céu para os ricos e outro Céu (muito mais baixo) para os pobres. Preenche o esquema-síntese do conto com palavras/expressões QUE OS CARACTERIZEM, OPONDO-OS, segundo o modelo: M U SUBWAY UPTOWN N M D O MUNDO DO LIMPA-VIAS U N ABUNDÂNCIA __________________________ D D OBSCURIDADE O __________________________ O CONSUMISMO __________________________ D L O __________________________ I FOME S M ALEGRIA __________________________ O P U LUXO A __________________________ T R _________________________ V REMEDEIO I O _________________________ RESIGNAÇÃO A S S 20 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 21. NARRATIVA ABERTA VS NARRATIVA FECHADA História completa — Geralmente a história começa por preparar o leitor para o que se vai passar em algumas linhas iniciais (introdução). Só então se narram os acontecimentos Pode acontecer que o destino das (desenvolvimento) e, finalmente, também em personagens fique suspenso, poucas linhas, o leitor sente, através de um incompleto, A história não é totalmente solucionada (não se desenlace ( conclusão), opinião ou parecer, que conhecendo o final) ou termina a história (conclusão ou final). permitindo ao leitor imaginar uma continuação ou um final. Sendo assim, trata-se de uma Narrativa fechada — A este tipo de narrativa com narrativa aberta. introdução, desenvolvimento e conclusão, damos o nome de narrativa fechada porque sabemos a sorte final das personagens. È uma narrativa fechada porque a história foi solucionada até ao pormenor, até um ponto que sentimos como acabada. 1. De acordo com a informação acima, podemos considerar que o conto “ARROZ DO CÉU” permite-nos imaginar uma continuação da história. 1.1. Imagina a continuação da história, escrevendo um desenlace para este conto de modo a torná-lo numa narrativa fechada. 21 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 22. Lê um possível desenlace para o conto Arroz do Céu: Confiado naquele remedeio de vida, o limpa-vias vivia agora obcecado por aquele arroz que Deus, lá no Alto, lhe mandava para encher a barriga dos filhos. Todos os dias, levava um saco no bolso e apanhava, fervorosamente, todo o arroz que encontrava. Mas, certo dia, embrenhado na recolha do arroz, só tendo olhos para os bagos alvos, não se apercebeu da chegada fatal do metropolitano das 17 horas. Ajoelhado no meio da via, repentinamente, viu iluminarem-se os bagos; agora, nas suas mãos, os bagos pareciam ouro! Depois, um violento embate, sombras, trevas, uma sensação de entorpecimento, a lembrança da mulher e dos filhos à espera do arroz do céu. Em casa, a mulher e os filhos daí a pouco saberiam: aquela chuva de arroz polido, carolino, de primeira, nunca mais os alegraria. 1. Um director de jornal enviou, ao local do sinistro, um jornalista pouco experiente que, embora tenha recolhido todos os dados, tem muitas dificuldades em redigir uma notícia bem estruturada. 1.1.Partindo dos apontamentos do jovem jornalista e da informação sobre as características da notícia, na página seguinte, ajuda-o a escrever a notícia. O limpa-vias Antunius Juri de A reforçar esta hipótese foi Eram 17 horas quando adiantado o facto de ter de repente o condutor 43 anos de idade imigrante foi atropelado por um sido encontrado no local do metropolitano John do sinistro arroz espalhado Smith, se deu conta de metropolitano tendo morte imediata. pelo chão assim como um um vulto na via; saco com arroz na mão do travou de imediato sinistrado. mas não conseguiu evitar o embate. O limpa-vias que residia num dos subúrbios de Nova Iorque deixa a As circunstâncias mulher e os sete filhos sem desta morte quaisquer recursos. permanecem Um limpa-vias obscuras: as sucumbiu ontem à autoridades locais tarde na linha do O condutor afirma ainda que o referem a metro em Nova limpa-vias nem sequer se possibilidade de o Iorque. apercebeu da aproximação do limpa-vias ter veículo pois que não fez tropeçado e caído na qualquer tentativa de fuga. linha aí permanecendo inconsciente. 1.2.Como reparaste, o jornalista também não pontuou o seu texto. Ajuda-o novamente. 1.3.Dá um título preciso e sugestivo à notícia. 22 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 23. A NOTÍCIA Notícia - estrutura e linguagem A notícia é um texto de carácter informativo do domínio da Comunicação Social. Caracteriza- se pela actualidade, objectividade, brevidade e interesse geral. Relata, por vezes, situações pouco habituais. É redigida na 3.a pessoa. As informações são, geralmente, apresentadas por ordem decrescente de importância. A estrutura da notícia Uma notícia bem estruturada deve ser constituída por: 1. A notícia é encabeçada por um TÍTULO que deve ser muito preciso e expressivo, para chamar a atenção do leitor. Este título relaciona-se, habitualmente, com o que é tratado no LEAD e pode ser acompanhado por um antetítulo ou por um subtítulo. 2. LEAD, CABEÇA ou PARÁGRAFO-GUIA - primeiro parágrafo, no qual se resume o que aconteceu. É a parte mais importante da notícia e o seu objectivo é, não só captar a atenção do leitor, mas ainda fornecer-lhe as informações fundamentais. Neste parágrafo deverá ser dada resposta às seguintes perguntas essenciais: quem?, o quê?, onde?, quando? 3. CORPO DA NOTÍCIA - desenvolvimento da notícia, onde se faz a descrição pormenorizada do que aconteceu. Nesta segunda parte, deverá responder-se às perguntas: como?, porquê? ANTETÍTULO TÍTULO SUBTÍTULO quem? LEAD  o quê? onde? quando? NOTÍCIA CORPO DA como?  porquê? consequências? etc.… O esquema acima refere-se à técnica da pirâmide invertida - é habitual representar-se graficamente a notícia por esta pirâmide invertida. Na prática, aparecem muitas notícias que não respeitam a estrutura atrás apresentada. Características da linguagem da notícia A linguagem a utilizar na notícia deverá respeitar os seguintes princípios: - ser simples, clara, concisa e acessível, utilizando vocabulário corrente e frases curtas; - recorrer prioritariamente ao nome e ao verbo, evitando sobretudo os adjectivos valorativos; 23 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais
  • 24. Este guião foi elaborado com base na seguinte bibliografia: Uma análise do conto “Arroz do Céu” Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Ilustrações a partir da Escola Virtual, Porto Editora ficha formativa da Professora Paula do Aido Almeida Manual: Oficina da língua 7, Carla Marques e outros, edições Asa Algumas soluções / sugestões: Nova Iorque, 19 de Novembro de 2006 Querida mãe, Espero que, quando receberes esta carta, estejas de perfeita saúde. Bem sei que esperavas notícias minhas mais cedo, mas nem sempre posso escrever quando quero. A nossa vida por cá continua muito difícil. Ainda não entendo muito bem o inglês e sinto- me muito sozinho. Além disso, o dinheiro é pouco e quase não chega para comer. Mas ultimamente temos tido uma ajuda vinda do Céu. Tem caído muito arroz para dentro da estação de metro onde trabalho. Não sei bem o que se passa, mas acho que Deus não se esqueceu de nós… Gostávamos muito de ir passar o Natal convosco, mas infelizmente não temos dinheiro para a viagem. Pelo menos, este ano temos arroz com fartura para a ceia de Natal. Tenho de terminar. Estou cheio de saudades vossas e mal posso esperar pela hora de vos voltar a ver e a abraçar. Um grande abraço cheio de saudade O teu filho MORTE NA LINHA DO METRO Um limpa-vias sucumbiu ontem à tarde na linha do metro em Nova Iorque. O limpa-vias Antunius Juri de 43 anos de idade imigrante foi atropelado por um metropolitano tendo morte imediata. Eram 17 horas quando de repente o condutor do metropolitano John Smith, se deu conta de um vulto na via; travou de imediato mas não conseguiu evitar o embate. O condutor afirma ainda que o limpa-vias nem sequer se apercebeu da aproximação do veículo pois que não fez qualquer tentativa de fuga. As circunstâncias desta morte permanecem obscuras: as autoridades locais referem a possibilidade de o limpa-vias ter tropeçado e caído na linha aí permanecendo inconsciente. A reforçar esta hipótese foi adiantado o facto de ter sido encontrado no local do sinistro arroz espalhado pelo chão assim como um saco com arroz na mão do sinistrado. O limpa-vias que residia num dos subúrbios de Nova Iorque deixa a mulher e os sete filhos sem quaisquer recursos. 24 guião leitura Arroz do céu de José Rodrigues Miguéis Professora Graça Viais