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Ciências Biológicas / Ecologia / Ecologia
ENSAIO DE TOXICIDADE COM Artemia salina DO HIDROLATO DE LARANJA
Erika Ferreira dos Santos – nielyrios@yahoo.com.br
EEFM Profª. Telina Barbosa da Costa – Fortaleza, CE
Danielly Albuquerque Medeiros Rios
Profa. Orientadora – Secretaria de Educação do Ceará- SEDUC
INTRODUÇÃO
Produtos naturais abundantes e facilmente acessíveis podem servir como matéria-prima
para a preparação de novas moléculas com potencial aplicação na área de fármacos ou ainda
como inseticidas. O resultado da destilação de cascas de laranja, denominado hidrolato de
laranja, apresentou em testes atividade contra moluscos aquáticos. Assim, para avaliar a
introdução desse produto natural no meio ambiente resolveu-se testa sua toxicidade. Os testes de
toxicidade são elaborados com os objetivos de avaliar ou prever os efeitos tóxicos nos sistemas
biológicos e dimensionar a toxicidade relativa das substâncias (FORBES e FORBES, 1994).
Muitos ensaios de toxicidade podem ser utilizados, como o ensaio de letalidade com o
microcrustáceo Artemia salina, que foi desenvolvido para detectar compostos bioativos em
extratos vegetais (MEYER et al., 1982). Artemia salina é uma espécie de microcrustáceo da
ordem Anostraca, utilizada neste trabalho como bioindicador de toxicidade. A Artemia é um
crustáceo filtrador que se alimenta basicamente de bactérias, algas unicelulares, pequenos
protozoários e detritos dissolvidos no meio. A filtração ocorre nos toracópodos, encarregados de
conduzir as partículas alimentícias em direção ao sistema digestivo. A taxa de filtração diminui
com o aumento da concentração de partículas, ficando estas acumuladas e interferindo o
processo normal de seus batimentos. Outro efeito das altas concentrações é que podem passar
diretamente pelo tubo digestivo sem sofrer digestão, tornando o indivíduo subnutrido (SOUTO,
1991).
A maioria de experimentos que visam testas a toxicidade utilizam modelos baseados em
ratos em crescimento, apresentando desvantagens para o método como o gasto de quantidade de
amostra e o elevado custo (RIOS, 1995). A utilização do crustáceo Artemia é uma espécie de fácil
manipulação em laboratório e baixo custo econômico (CALOW, 1993). Estudos comprovam a
ação tóxica de várias substâncias naturais ao crustáceo Artemia (RIOS, 1995; NASCIMENTO et
al, 2008).
Buscando analisar a toxicidade do hidrolato de laranja para testar sua ação contra moluscos
sem interferir no processo ambiental, o presente trabalho objetiva avaliar o efeito tóxico do produto
natural de laranja, resultado do método de destilação, com relação ao crustáceo Artemia salina.
MÉTODOS E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ensaio de toxicidade sobre Artemia salina foi realizada através da adaptação da
metodologia de Meyer et al. (1982), preparando-se uma solução com sal marinho na concentração
de 30 g L-1
. O pH foi ajustado entre 8,0 e 9,0, por meio de solução 0,1 mol L-1
de NaOH. Esta
solução foi utilizada para eclosão dos ovos de Artemia salina e no preparo das demais diluições.
Os ovos foram colocados para eclodir na solução salina por 48 horas, com aeração constante a
25 º
C (Figura 1).
Figura 1. Aquário contendo cistos de Artemia salina submetidos durante um período de 48h,
sobre iluminação e aeração constante para eclosão.
Cerca de 10 larvas de Artemia salina foram transferidas para tubos contendo a solução
salina e amostras a serem testadas, nas seguintes concentrações do extrato aquoso: 10, 100,
500, 1000 e 1500ppm e extrato bruto do hidrolato. O ensaio foi realizado em triplicata de
amostras, sendo a contagem dos animais mortos e vivos realizada após 24 horas (Figura 2).
Figura 2. Bioensaio com náuplios de Artemia salina em concentrações diferentes do
hidrolato de laranja.
Aos dados de porcentagem de larvas de Artemia salina mortas, em relação ao aumento da
concentração do hidrolato de laranja, ajustou-se uma equação linear simples, a qual foi utilizada
para estimar a concentração de extrato responsável por matar 50% das artemias valor
representativo da DL50. Utilizou-se método gráfico de análise para obtenção da DL50 (dose letal do
extrato para 50% da população). O teste foi acompanhado de um controle negativo, somente com
água salina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O extrato foi testado nas concentrações de 10, 100, 500, 1000 e 1500 ppm e no extrato
bruto. A análise gráfica do ensaio testado confere para o hidrolato de laranja DL50 = 756.000 ppm.
Os resultados dos ensaios nas concentrações testadas podem ser visualizados nas figuras 3 e 4.
O extrato testado não apresentou toxidade frente a Artemia salina, uma vez que a DL50 >
1000 ppm. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são consideradas tóxicas
substâncias que apresentam valores de DL50 abaixo de 1000 ppm em Artemia salina (Meyer et al.,
1982). O motivo que corrobora a observação da baixa toxicidade do hidrolato de laranja sobre A.
salina é o fato de esta planta ser comumente utilizada na complementação da alimentação.
Figura 3. Porcentagem de náuplios de Artemia salina mortos em relação ao aumento de
concentração do hidrolato de laranja evidenciados pela linha azul no gráfico (concentrações 10,
100 e 1000 ppm). A DL50 (dose letal do hidrolato para 50% da população) é observada em
755.921,3, ou aproximadamente 756.000 ppm do extrato.
Figura 4. Porcentagem de náuplios de Artemia salina mortos em relação ao aumento de
concentração do hidrolato de laranja evidenciados pela linha azul no gráfico (concentrações 100,
500, 1000 e 1500 ppm).
A ausência de toxicidade do hidrolato de laranja frente aos náuplios de Artemia salina
fornecem dados para a utilização do referido produto natural na ação contra caramujos, espécies
invasoras que podem causar danos no meio ambiente ou agirem como transmissores de
patologias humanas e animal.
y = 0,000065x + 0,865111
R² = 0,496815
82%
84%
86%
88%
90%
92%
94%
0 200 400 600 800 1000 1200
%Artemiasmortas
Concentração (ppm)
76%
78%
80%
82%
84%
86%
88%
90%
92%
0 500 1000 1500 2000
%Artemiasmortas
Concentração (ppm)
CONCLUSÕES
O hidrolato de laranja não apresentou toxicidade ao microcrustáceo Artemia salina. Os
resultados foram bons, apresentando dados positivos para o objetivo de pesquisa. Estudos
apontam ação moliscicida do hidrolato em moluscos aquáticos, o fato de não apresentar
toxicidade em Artemia confere que o hidrolato de laranja pode apresentar uma possível ação
tóxica seletiva e, portanto, viabiliza a possível utilização do extrato no meio ambiente como
interventor de caramujos invasores.
Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Trabalho de Iniciação Científica Júnior
Palavras-chave:
Artemia salina
Hidrolato de laranja
Toxicidade
Referências Bibliográficas
CALOW, P. Marine and estuarine invertebrate toxicity tests. In: HOFFMAN, D. et al. Handbook in
cytotoxicology. Oxford: Blackwell Scientific Publication, 1993. v. 1. p. 1-5.
FORBES, V. E.; FORBES, T. L. Ecotoxicology in theory and practice. Londres: Chapman and
Hall, 1994. 247 p.
MEYER, B. N., FERRIGNI, N. R., PUTNAN, J. E., JACOBSEN, L. B., NICHOLS, D. E., Mcl.
AUGHLIN, J. Brine shrimp: A convenient general bioassay for active plant constituents. Journal of
Medical Plant Research, v. 45, n.1, p. 31-34, 1982.
NASCIMENTO, J.E.; MELO, A.F.M.; LIMA E SILVA, T.C.; VERAS FILHO, J.; SANTOS, E.M.;
ALBUQUERQUE, U.P.; AMORIM, E.L.C. Estudo fitoquímico e bioensaio toxicológico frente a
larvas de Artemia salina Leach. de três espécies medicinais do gênero Phyllanthus
(Phyllanthaceae). Journal of Basic and Applied Pharmaceutical Sciences, v. 29, n.2, p. 143-
148, 2008.
RIOS, F. J. B. Digestibilidade in vitro e toxicidade de lectinas vegetais para náuplios de
Artemia sp.1995. Dissertação (Mestrado em Bioquímica) – Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza-Ce.
SOUTO, F. J. B. Influencias de parâmetros ambientais sobre Artemia sp (Branchiopoda:
Artemiidae) em uma salina artesanal do estado do Rio Grande do Norte. Curso de Mestrado em
Ciências Biológicas – Zoologia, Universidade Federal da Paraíba, 1991, 19 p. Notas de aula.

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Ensaio toxicidade

  • 1. Ciências Biológicas / Ecologia / Ecologia ENSAIO DE TOXICIDADE COM Artemia salina DO HIDROLATO DE LARANJA Erika Ferreira dos Santos – nielyrios@yahoo.com.br EEFM Profª. Telina Barbosa da Costa – Fortaleza, CE Danielly Albuquerque Medeiros Rios Profa. Orientadora – Secretaria de Educação do Ceará- SEDUC INTRODUÇÃO Produtos naturais abundantes e facilmente acessíveis podem servir como matéria-prima para a preparação de novas moléculas com potencial aplicação na área de fármacos ou ainda como inseticidas. O resultado da destilação de cascas de laranja, denominado hidrolato de laranja, apresentou em testes atividade contra moluscos aquáticos. Assim, para avaliar a introdução desse produto natural no meio ambiente resolveu-se testa sua toxicidade. Os testes de toxicidade são elaborados com os objetivos de avaliar ou prever os efeitos tóxicos nos sistemas biológicos e dimensionar a toxicidade relativa das substâncias (FORBES e FORBES, 1994). Muitos ensaios de toxicidade podem ser utilizados, como o ensaio de letalidade com o microcrustáceo Artemia salina, que foi desenvolvido para detectar compostos bioativos em extratos vegetais (MEYER et al., 1982). Artemia salina é uma espécie de microcrustáceo da ordem Anostraca, utilizada neste trabalho como bioindicador de toxicidade. A Artemia é um crustáceo filtrador que se alimenta basicamente de bactérias, algas unicelulares, pequenos protozoários e detritos dissolvidos no meio. A filtração ocorre nos toracópodos, encarregados de conduzir as partículas alimentícias em direção ao sistema digestivo. A taxa de filtração diminui com o aumento da concentração de partículas, ficando estas acumuladas e interferindo o processo normal de seus batimentos. Outro efeito das altas concentrações é que podem passar diretamente pelo tubo digestivo sem sofrer digestão, tornando o indivíduo subnutrido (SOUTO, 1991). A maioria de experimentos que visam testas a toxicidade utilizam modelos baseados em ratos em crescimento, apresentando desvantagens para o método como o gasto de quantidade de amostra e o elevado custo (RIOS, 1995). A utilização do crustáceo Artemia é uma espécie de fácil manipulação em laboratório e baixo custo econômico (CALOW, 1993). Estudos comprovam a ação tóxica de várias substâncias naturais ao crustáceo Artemia (RIOS, 1995; NASCIMENTO et al, 2008). Buscando analisar a toxicidade do hidrolato de laranja para testar sua ação contra moluscos sem interferir no processo ambiental, o presente trabalho objetiva avaliar o efeito tóxico do produto natural de laranja, resultado do método de destilação, com relação ao crustáceo Artemia salina.
  • 2. MÉTODOS E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O ensaio de toxicidade sobre Artemia salina foi realizada através da adaptação da metodologia de Meyer et al. (1982), preparando-se uma solução com sal marinho na concentração de 30 g L-1 . O pH foi ajustado entre 8,0 e 9,0, por meio de solução 0,1 mol L-1 de NaOH. Esta solução foi utilizada para eclosão dos ovos de Artemia salina e no preparo das demais diluições. Os ovos foram colocados para eclodir na solução salina por 48 horas, com aeração constante a 25 º C (Figura 1). Figura 1. Aquário contendo cistos de Artemia salina submetidos durante um período de 48h, sobre iluminação e aeração constante para eclosão. Cerca de 10 larvas de Artemia salina foram transferidas para tubos contendo a solução salina e amostras a serem testadas, nas seguintes concentrações do extrato aquoso: 10, 100, 500, 1000 e 1500ppm e extrato bruto do hidrolato. O ensaio foi realizado em triplicata de amostras, sendo a contagem dos animais mortos e vivos realizada após 24 horas (Figura 2). Figura 2. Bioensaio com náuplios de Artemia salina em concentrações diferentes do hidrolato de laranja. Aos dados de porcentagem de larvas de Artemia salina mortas, em relação ao aumento da concentração do hidrolato de laranja, ajustou-se uma equação linear simples, a qual foi utilizada para estimar a concentração de extrato responsável por matar 50% das artemias valor representativo da DL50. Utilizou-se método gráfico de análise para obtenção da DL50 (dose letal do extrato para 50% da população). O teste foi acompanhado de um controle negativo, somente com água salina.
  • 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O extrato foi testado nas concentrações de 10, 100, 500, 1000 e 1500 ppm e no extrato bruto. A análise gráfica do ensaio testado confere para o hidrolato de laranja DL50 = 756.000 ppm. Os resultados dos ensaios nas concentrações testadas podem ser visualizados nas figuras 3 e 4. O extrato testado não apresentou toxidade frente a Artemia salina, uma vez que a DL50 > 1000 ppm. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são consideradas tóxicas substâncias que apresentam valores de DL50 abaixo de 1000 ppm em Artemia salina (Meyer et al., 1982). O motivo que corrobora a observação da baixa toxicidade do hidrolato de laranja sobre A. salina é o fato de esta planta ser comumente utilizada na complementação da alimentação. Figura 3. Porcentagem de náuplios de Artemia salina mortos em relação ao aumento de concentração do hidrolato de laranja evidenciados pela linha azul no gráfico (concentrações 10, 100 e 1000 ppm). A DL50 (dose letal do hidrolato para 50% da população) é observada em 755.921,3, ou aproximadamente 756.000 ppm do extrato. Figura 4. Porcentagem de náuplios de Artemia salina mortos em relação ao aumento de concentração do hidrolato de laranja evidenciados pela linha azul no gráfico (concentrações 100, 500, 1000 e 1500 ppm). A ausência de toxicidade do hidrolato de laranja frente aos náuplios de Artemia salina fornecem dados para a utilização do referido produto natural na ação contra caramujos, espécies invasoras que podem causar danos no meio ambiente ou agirem como transmissores de patologias humanas e animal. y = 0,000065x + 0,865111 R² = 0,496815 82% 84% 86% 88% 90% 92% 94% 0 200 400 600 800 1000 1200 %Artemiasmortas Concentração (ppm) 76% 78% 80% 82% 84% 86% 88% 90% 92% 0 500 1000 1500 2000 %Artemiasmortas Concentração (ppm)
  • 4. CONCLUSÕES O hidrolato de laranja não apresentou toxicidade ao microcrustáceo Artemia salina. Os resultados foram bons, apresentando dados positivos para o objetivo de pesquisa. Estudos apontam ação moliscicida do hidrolato em moluscos aquáticos, o fato de não apresentar toxicidade em Artemia confere que o hidrolato de laranja pode apresentar uma possível ação tóxica seletiva e, portanto, viabiliza a possível utilização do extrato no meio ambiente como interventor de caramujos invasores. Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq Trabalho de Iniciação Científica Júnior Palavras-chave: Artemia salina Hidrolato de laranja Toxicidade Referências Bibliográficas CALOW, P. Marine and estuarine invertebrate toxicity tests. In: HOFFMAN, D. et al. Handbook in cytotoxicology. Oxford: Blackwell Scientific Publication, 1993. v. 1. p. 1-5. FORBES, V. E.; FORBES, T. L. Ecotoxicology in theory and practice. Londres: Chapman and Hall, 1994. 247 p. MEYER, B. N., FERRIGNI, N. R., PUTNAN, J. E., JACOBSEN, L. B., NICHOLS, D. E., Mcl. AUGHLIN, J. Brine shrimp: A convenient general bioassay for active plant constituents. Journal of Medical Plant Research, v. 45, n.1, p. 31-34, 1982. NASCIMENTO, J.E.; MELO, A.F.M.; LIMA E SILVA, T.C.; VERAS FILHO, J.; SANTOS, E.M.; ALBUQUERQUE, U.P.; AMORIM, E.L.C. Estudo fitoquímico e bioensaio toxicológico frente a larvas de Artemia salina Leach. de três espécies medicinais do gênero Phyllanthus (Phyllanthaceae). Journal of Basic and Applied Pharmaceutical Sciences, v. 29, n.2, p. 143- 148, 2008. RIOS, F. J. B. Digestibilidade in vitro e toxicidade de lectinas vegetais para náuplios de Artemia sp.1995. Dissertação (Mestrado em Bioquímica) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-Ce. SOUTO, F. J. B. Influencias de parâmetros ambientais sobre Artemia sp (Branchiopoda: Artemiidae) em uma salina artesanal do estado do Rio Grande do Norte. Curso de Mestrado em Ciências Biológicas – Zoologia, Universidade Federal da Paraíba, 1991, 19 p. Notas de aula.