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Uma visita ao Universo ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Créditos ,[object Object],[object Object],[object Object]
Parte I - Nem tão grande... ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
A imagem ao lado cobre um quadrado de 1 m X 1 m. Esta escala de partida é o que chamaremos de escala de 10 0 .   10 0  m = 1 m Esta é a escala de tamanho onde nós humanos nos situamos e onde se encontra a maior parte dos objetos com os quais lidamos. Nós mesmos temos normalmente um tamanho entre um e dois metros de altura. No centro dessa imagem vemos uma abelha pousada sobre uma flor. Escala de 10 0
Essa imagem cobre a área de um quadrado de 10 m X 10 m e mostra parte do jardim onde está a flor e a abelha da imagem anterior (a área destacada em um quadrado no centro da imagem). Essa é a escala de 10 1 . 10 1  m = 10 m   Nessa escala de tamanho encontra-se a maior parte de nossas moradias, por exemplo, de nossos ambientes de trabalho e de lazer (escritórios, salas de aulas, quadras, piscinas, etc.).   Escala de 10 1
Afastando-nos ainda mais, por um fator 10, vemos agora a paisagem de um quadrado de 100 m X 100 m. Essa é a escala de 10 2 . 10 2  m = 100 m 100 m é o comprimento normal da maioria dos quarteirões dos bairros residenciais. O homem mais rápido do mundo consegue correr essa distância em pouco menos de 10 segundos. Escala de 10 2
Distanciando-nos mais uma vez por um fator 10, vemos agora um quadrado de lados 1.000 m X 1.000 m ou, equivalentemente, um quadrado de 1 km X 1 km de lado. Estamos agora no fator de escala 10 3 . 10 3  m = 1.000 m = 1 km Para percorrermos 1 km caminhando normalmente, demoramos cerca de 20 minutos. Escala de 10 3
No fator de escala de 10 4  nossa imagem cobre agora um quadrado de 10.000 m X 10.000 m, ou seja, 10 km X 10 km. 10 4  m = 10.000 m = 10 km Nessa área cabe a maioria das nossas pequenas cidades. Percorrer essa distância a pé demora cerca de três horas e meia. De carro, a 40 km/h, demoraríamos cerca de 15 minutos. Vendo a paisagem dessa altura também já estaríamos saindo da troposfera e entrando na estratosfera, onde não há mais oxigênio suficiente para respirarmos. Escala de 10 4
Aumentando nosso fator de escala para 10 5 , vemos agora um quadrado de 100 km X 100 km. 10 5  m = 100.000 m = 100 km Dessa distância, vista do alto, já podemos identificar facilmente os detalhes do relevo do planeta. Cobrir essa distância de automóvel, a 80 km/h, demoraria cerca de 1 hora e 15 minutos apenas, mas a pé teríamos de caminhar ininterruptamente durante aproximadamente um dia e meio.  Escala de 10 5
Em um quadrado de 1000 km X 1000 km já não conseguimos mais ver os detalhes do relevo. Nessa altitude já estaríamos praticamente fora da atmosfera terrestre, na região onde os satélites e laboratórios espaciais ficam orbitando a Terra. Estamos agora em um fator de escala de 10 6 . 10 6  m = 1.000 km = 1 Mm Mm é um múltiplo do metro: o megametro. 1 Mm = 10 6  m Percorrer essa distância de automóvel, a 80 km/h, demoraria 12 horas e meia. A pé precisaríamos caminhar, sem parar, por mais de dez dias. Escala de 10 6
10.000 km é quase o diâmetro do nosso planeta. Nesse fator de escala, 10 7 , já podemos praticamente ver a Terra toda. A essa altitude já estaríamos no espaço interplanetário, sendo torrados pela luz do Sol de um lado e congelados do outro lado pelo frio do espaço. 10 7  m = 10.000 km = 10 Mm De automóvel demoraríamos cerca de 5 dias e cinco horas para percorrer essa distância sobre o planeta (em linha reta e sem parar), a pé demoraríamos quase quatro meses; mas com um avião à jato demoraríamos apenas 10 horas e, em um caça, levaríamos cerca de 3 horas apenas. Escala de 10 7
Aumentando nosso fator de escala para 10 8  já podemos ver a Terra inteira como uma "pequena Lua" retratada nesse quadrado de 100 Mm X 100 Mm. Parte das estrelas mostradas nessa ilustração não seria visível devido ao ofuscamento provocado pela reflexão da luz solar pelo nosso planeta. 10 8  m = 100.000 km = 100 Mm A essa distância da Terra já teríamos percorrido 1/4 da distância entre ela e a Lua. A Terra parece então estar suspensa no vazio e o número de estrelas visíveis no céu é gigantesco. Estamos no espaço. Escala de 10 8
A uma distância de 1 Gm (1.000.000.000 m), um gigametro, com um fator de escala de 10 9 , já podemos ver a Lua orbitando a Terra conforme mostrado na figura (a órbita da Lua não é tão achatada, é quase circular, e o desenho é só ilustrativo). 10 9  m = 1.000.000 km =1 Gm A essa distância a Terra e a Lua se parecem com pequenas pedrinhas, quase imperceptíveis sobre o tapete negro do céu e ofuscadas pelo brilho radiante de bilhões de estrelas ao fundo. Escala de 10 9
Agora nosso campo de imagem é um quadrado de lados iguais a 10 Gm. A ilustração mostra a órbita da Terra e da Lua, mas como são corpos celestes sem luz própria já não é fácil percebê-los. 10 10  m = 10.000.000 km = 10 Gm Ainda que essa distância nos pareça gigantesca, a Terra demora apenas quatro dias para percorrê-la em sua órbita a uma velocidade de cerca de 104.167 km/h! Escala de 10 10
Agora já estamos no fator de escala de 10 11 . O quadrado da figura tem 100 Gm de lado e já podemos ver as órbitas dos dois planetas mais próximos de nós: Marte, mais abaixo, e Vênus, mais acima. 10 11  m = 100.000.000 km = 100 Gm Nessa distância os três planetas são apenas pontinhos brilhantes, iluminados pelo Sol e perdidos na imensidão. Escala de 10 11
Agora já estamos na escala de 10 12  e a figura ilustra as órbitas de Mercúrio, Marte, Terra, Vênus e Júpiter, a mais afastada delas. 10 12  m = 1.000.000.000 km = 1 Tm No centro da figura uma estrela brilha soberana: é a "nossa" estrela, o Sol.  O lado do quadrado da figura corresponde agora a um terametro. Observe que Júpiter está muito distante dos demais planetas. Escala de 10 12
Na escala de 10 13  nossa figura agora nos mostra todo o Sistema Solar. As cinco órbitas mais bem destacadas são, de dentro para fora, dos planetas: Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. 10 13  m = 10 Tm Plutão já não é mais considerado um "planeta", e sim um "planeta-anão". Esses cinco planetas (ou quatro planetas e um planeta-anão) são chamados de “planetas externos”, por estarem bem distantes dos outros quatros (chamados de planetas internos). Escala de 10 13
A 100.000.000.000 km, no fator de escala de 10 14 , nosso sistema solar se confunde com sua estrela central e a essa distância do Sol há apenas vazio e uma rocha gelada aqui ou ali, vagando pelo espaço. 10 14  m = 100 Tm Embora essa distância seja absurdamente grande, a luz demora cerca de quatro dias apenas para percorrê-la com sua incrível velocidade de 300.000 km/s. Escala de 10 14
Nossa imagem mostra agora um quadrado de lados medindo incríveis 10 15  m ou, se preferir, um trilhão de quilômetros! 10 15  m = 1 Pm A essa distância, um petametro, estamos em pleno espaço interestelar, em uma região de onde acredita-se que partam muitos dos cometas que rumam para o sistema solar. A luz gasta pouco mais de um mês para cruzar essa distância. Escala de 10 15
No fator de escala de 10 16  o Sol e todo o Sistema Solar são apenas um pontinho luminoso no centro de um quadrado de cerca de 1 ano-luz de lado. Um ano-luz é a distância que a luz percorre no vácuo em um ano. 10 16  m = 10 Pm Parece que ficamos bem distantes, quase perdidos na imensidão do espaço vazio. Mas a estrela mais próxima de nós está ainda a cerca de 4 anos-luz da borda dessa figura. Escala de 10 16
Cem bilhões de quilômetros! Esse é o tamanho do lado do quadrado mostrado na figura. Nessa escala de 10 17  chegamos enfim à região das nossas estrelas vizinhas. 10 17  m = 100 Pm Nessa região do espaço, além do nosso Sol, habitam apenas mais 10 estrelas vizinhas. A luz demora 10 anos para percorrer esse quadrado de um lado a outro da figura. Escala de 10 17
Estamos agora na escala de 10 18 . O lado do quadrado de nossa figura tem 1 Em (um exametro). A luz demora 100 anos para atravessar esse quadrado e isso é mais do que o tempo de vida da maioria das pessoas. 10 18  m = 1 Em A essa distância é preciso ter um bom telescópio para poder ver as estrelas de menor brilho. Também é interessante notar que em toda essa região há apenas cerca de 100 estrelas (todas as demais mostradas na figura estão muito mais distantes). O espaço parece ser um local bastante vazio... Escala de 10 18
Na escala de 10 19  a paisagem parece mudar um pouco. O que nos parece uma "fumacinha" na figura são milhares de estrelas juntas e muita poeira cósmica. 10 19  m = 10 Em A luz que chega aqui na Terra de uma estrela situada nas bordas dessa figura partiu de sua estrela de origem a cerca de 1.000 anos atrás, quando aqui na Terra ainda se imaginava que éramos o centro do universo e que todas as estrelas estavam juntas no céu, presas a uma casca esférica de cristal. Escala de 10 19
Nossa figura ocupa agora um quadrado de cem trilhões de quilômetros! Essa é a escala de 10 20 .  A luz que partiu de uma distância dessas e está chegando agora aqui na Terra, saiu de sua estrela de origem a cerca de 10.000 anos atrás, bem antes do homem ter inventado a civilização (a, aproximadamente, 6.000 anos). 10 20  m = 100 Em No entanto, tudo o que vemos são bilhões de estrelas aglomeradas em formatos de "nuvens". Escala de 10 20
É preciso nos afastarmos ainda mais, para a escala de 10 21 , para vislumbrarmos uma imagem mais significativa: a nossa galáxia, a Via Láctea! 10 21  m = 1 Zm Nesse quadrado de um zettâmetro de lado já podemos identificar o centro de nossa galáxia e seus braços espirais.  Mas para ver melhor a galáxia ainda precisamos nos afastar mais um pouco... Escala de 10 21
Na escala de 10 22  já podemos visualizar a Via Láctea toda e ao seu redor outras pequenas galáxias que formam com ela o Grupo Local. A luz dessas Galáxias demora mais de um milhão de anos para viajar de lá até aqui, na Terra. 10 22  m = 10 Zm Note que entre as galáxias também impera o espaço vazio. Na verdade parece que o espaço é mesmo um grande vazio onde pipocam galáxias aqui, ali e acolá. Escala de 10 22
Daqui por diante a história parece se repetir: a medida que nos afastamos mais e mais galáxias surgem em nosso quadrado, agora na escala de 10 23 . 10 23  m = 100 Zm De muito longe as galáxias, cada uma com bilhões de bilhões de estrelas, se parecem elas mesmas com estrelas e formam, juntas, um "outro céu estrelado". Escala de 10 23
Nessa imagem ilustrativa, cada pontinho brilhante é uma galáxia. Estamos agora na escala de 10 24  e a cerca de cem milhões de anos-luz de distância da Terra ou, em metros, a um yottametro de distância. 10 24  m = 1 Ym Quando a luz dessas galáxias que hoje vemos partiu de suas estrelas de origem, nós, os seres humanos, ainda não existíamos. Escala de 10 24
Na escala de 10 25  vemos agrupamentos e superagrupamentos de galáxias formando novos "padrões". Esses agrupamentos estão a distâncias da ordem de 1 bilhão de anos-luz da Terra. 10 25  m = 10 Ym Entre os aglomerados, mais uma vez, imensidões vazias. Escala de 10 25
A cerca de 10 bilhões de anos-luz da Terra já estamos chegando aos "limites" do nosso universo. O que vemos aqui, na escala de 20 26 , são superestruturas de aglomerados de galáxias. 10 26  m = 100 Ym Bilhões de bilhões de aglomerados, cada um com bilhões de bilhões de galáxias e, cada uma delas, com bilhões de bilhões de estrelas. É quase impossível crer que apenas em um pequenino planetinha azul tenha surgido a vida, não é? Escala de 10 26
O último passo dessa viagem, rumo ao fator de escala 10 27 , não pode ser dado nem por nossa imaginação, pois estaríamos agora "fora" de nosso universo, cujo "tamanho" é estimado em cerca de 15 bilhões de anos-luz. 10 27  m = 1.000 Ym Mas será mesmo assim? Ou haverá, quem sabe, outros fatores de escala para ampliarmos nossa visão do Universo? Essa é uma viagem em que o grande desafio talvez seja "nunca chegar ao final". Escala de 10 27
Parte II - Nem tão pequeno... ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
A imagem ao lado cobre um quadrado de 1 m X 1 m. Esta escala de partida é o que chamaremos de escala de 10 0 .   10 0  m = 1 m Esta é a escala de tamanho onde nós humanos nos situamos e onde se encontra a maior parte dos objetos com os quais lidamos. Nós mesmos temos normalmente um tamanho entre um e dois metros de altura. No centro dessa imagem vemos uma abelha pousada sobre uma flor. Escala de 10 0
Essa imagem cobre a área de um decímetro quadrado (10 cm X 10 cm) e mostra com maior grandeza de detalhes a flor e a abelha pousada sobre ela. Essa é a escala de 10 -1 . 10 -1  m = 0,1 m Nessa escala de tamanho encontram-se muitos dos objetos e das ferramentas que manipulamos. Escala de 10 -1
Aproximando-nos ainda mais, por um fator 10, vemos agora os detalhes da cabeça e parte do corpo da abelha em um quadrado de 1 cm X 1 cm. Essa é a escala de 10 -2 . 10 -2  m = 0,01 m Nessa escala estão pequenos objetos e detalhes de objetos maiores. Nossa visão ainda responde bem à essa escala de tamanhos, mas só quando estamos bem próximos do objeto. Escala de 10 -2
Aproximando-nos mais uma vez por um fator 10, vemos agora grãos de pólen sobre o olho da abelha.  Estamos agora no fator de escala de 10 -3 . 10 -3  m = 0,001 m = 1 mm Objetos dessa ordem de tamanho (um milímetro) nos passam normalmente desapercebidos e não é fácil observá-los a olho nu, senão como pequenos pontos. Escala de 10 -3
No fator de escala de 10 -4  nossa imagem cobre agora um quadrado de 0,0001 m X 0,0001 m e mostra em detalhes o grão de pólen. Ao fundo vemos detalhes do olho da abelha. 10 -4  m = 0,0001 m = 0,1 mm Esse tamanho já é pequeno demais para nossos olhos e não conseguimos manipular objetos tão pequenos com os dedos. Antes da invenção das lentes era praticamente impossível lidar com objetos desse tamanho. Escala de 10 -4
Mudando nosso fator de escala para 10 -5  vemos agora um quadrado de 0,01 mm X 0,01 mm. 10 -5  m = 0,00001 m = 0,01 mm Estamos agora em uma escala de tamanho completamente desconhecida para nossos olhos, mas onde habita a maioria dos seres vivos. A imagem mostra detalhes do grão de pólen e alguma bactérias sobre ele: são elas quem dominam o mundo. Para observar essa escala de tamanhos precisamos de bons microscópios ópticos. Escala de 10 -5
Ampliando nossa imagem para uma escala de 10 -6  ou, um milionésimo de metro (um "micrometro", símbolo: µm), podemos começar a distinguir pequenos "objetos" sobre o corpo da bactéria: os vírus. 10 -6  m = 0,001 mm = 1 µm Os vírus são as menores criaturas que conhecemos que contém ainda DNA e a capacidade de se reproduzir. Recentemente descobriu-se os “príons”. Um príon é uma proteína com capacidade de modificar outras proteínas, tornando-as cópias de si mesmos. Príons, assim como os vírus, atacam outros seres vivos. Escala de 10 -6
Com uma imagem aumentada dez vezes, chegamos a escala de 10 -7 .  Nessa escala apenas os modernos supermicroscópios conseguem nos mostrar imagens e, ainda assim, contando com a ajuda de computadores. 10 -7  m = 0,1 µm Agora podemos distinguir no vírus as suas partes interiores: o DNA.  Veríamos algo semelhante se estivéssemos observando o núcleo das células do nosso corpo. Escala de 10 -7
No fator de escala de 10 -8  já podemos perceber detalhes do DNA: uma macromolécula em forma de espiral contendo milhares de pequenas moléculas encaixadas entre si em uma ordem que define quem será um vírus e quem será um ser humano. 10 -8  m = 0,01 µm Todo ser vivo é identificado pela seqüência única de seu DNA. Escala de 10 -8
Aumentando nossa imagem para um fator de escala de 10 -9 , já podemos ver detalhes das moléculas que compõem a macromolécula de DNA.  Estamos agora na escala dos "nanometros" (símbolo: nm). 10 -9  m = 1 nm Esse é o limite onde nossos supermicroscópios conseguem chegar com a ajuda de computadores, e é onde acaba o domínio da força gravitacional e começa o domínio da força elétrica. Escala de 10 -9
Nossa próxima parada, na escala de 10 -10 , já é no mundo completamente invisível dos átomos. 10 -10  m = 0,1 nm = 1 Å Um angstron (símbolo Å) = 10 -10  m. Nessa escala estaríamos nas proximidades dos limites do átomo, em uma região chamada eletrosfera, onde habitam algumas partículas com carga negativa, denominadas elétrons. A imagem é apenas ilustrativa, bem como todas as demais que se seguirão a esta. Escala de 10 -10
Agora já estamos no fator de escala de 10 -11 . Essa já é a região interior do átomo, uma região praticamente inabitada onde, vez por outra, encontramos um elétron, mas que é uma região praticamente vazia. 10 -11  m = 0,01 nm Bem no centro da imagem, onde parece não haver mais nada, resta ainda a parte do átomo onde praticamente toda sua massa se concentra: o núcleo. O núcleo do átomo e carregado positivamente e lá habitam os prótons (com carga elétrica positiva) e os nêutrons (que não possuem carga elétrica). Escala de 10 -11
Somente agora, na escala de 10 -12  poderíamos distinguir o núcleo entremeio o imenso vazio de que é feito o átomo. 10 -12  m = 1 pm (1 pentâmero) É curioso e fascinante como o íntimo da matéria é tão vazio quanto o universo visto em grande escala. Em poucas palavras poderíamos dizer que "tudo o que há resume-se a praticamente nada". Escala de 10 -12
Na escala de 10 -13  nossa figura agora nos mostra detalhes do núcleo do átomo: os prótons e nêutrons. Aí começa o domínio das forças nucleares, milhares de vezes mais intensas do que as forças elétricas. 10 -13  m = 0,1 pm Embora não possamos ver um núcleo, já os conhecemos bem e sabemos como usá-los para o bem e para o mal. Escala de 10 -13
A Física da escala de 10 -14  é a Física Nuclear. Desde que penetramos no universo minúsculo dos átomos, na escala de 10 -10 , precisamos de uma nova mecânica, a Mecânica Qüântica, e de conceitos totalmente diferentes daqueles que aprendemos quando estudamos a física dos fenômenos do nosso cotidiano, do nosso mundo com fator de escala 10 0 . 10 -14  m = 0,01 pm Nesse micro-universo tudo é novo e diferente. Escala de 10 -14
Na escala de 10 -15  ingressamos em um mundo ainda mais incrível, um mundo habitado pelas partículas mais elementares da natureza: os quarks. 10 -15  m = 1 fm Nessa escala de tamanho, da ordem de fentômetros, todos os fenômenos físicos envolvem energias absurdamente altas e que só estiveram disponíveis nos momentos iniciais do Big-Bang, na origem do universo. Escala de 10 -15
No fator de escala de 10 -16  já nos encontramos no "interior" do próton.  Essa é uma região extremamente "vazia" se considerarmos que os quarks devem ter um tamanho que não ultrapassa 10 -18  m, segundo as estimativas atuais. 10 -16  m = 0,1 fm Novamente estamos perdidos no vazio da matéria, em uma região que, semelhantemente às grandes distâncias do universo, somente nossa imaginação é capaz de atingir. Escala de 10 -16
A 0,00000000000000001 m encerraremos nossa viagem. Nessa escala, de 10 -17 , teríamos enfim encontrado os quarks e outras "partículas virtuais" responsáveis pelas interações entre eles: os glúons. 10 -17  m = 0,01 fm Teorias atuais falam de estruturas ainda menores que os quarks: as cordas. Mas isso já é outra história... Escala de 10 -17
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Uma Visita Ao Universo

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  • 4. A imagem ao lado cobre um quadrado de 1 m X 1 m. Esta escala de partida é o que chamaremos de escala de 10 0 . 10 0 m = 1 m Esta é a escala de tamanho onde nós humanos nos situamos e onde se encontra a maior parte dos objetos com os quais lidamos. Nós mesmos temos normalmente um tamanho entre um e dois metros de altura. No centro dessa imagem vemos uma abelha pousada sobre uma flor. Escala de 10 0
  • 5. Essa imagem cobre a área de um quadrado de 10 m X 10 m e mostra parte do jardim onde está a flor e a abelha da imagem anterior (a área destacada em um quadrado no centro da imagem). Essa é a escala de 10 1 . 10 1 m = 10 m Nessa escala de tamanho encontra-se a maior parte de nossas moradias, por exemplo, de nossos ambientes de trabalho e de lazer (escritórios, salas de aulas, quadras, piscinas, etc.). Escala de 10 1
  • 6. Afastando-nos ainda mais, por um fator 10, vemos agora a paisagem de um quadrado de 100 m X 100 m. Essa é a escala de 10 2 . 10 2 m = 100 m 100 m é o comprimento normal da maioria dos quarteirões dos bairros residenciais. O homem mais rápido do mundo consegue correr essa distância em pouco menos de 10 segundos. Escala de 10 2
  • 7. Distanciando-nos mais uma vez por um fator 10, vemos agora um quadrado de lados 1.000 m X 1.000 m ou, equivalentemente, um quadrado de 1 km X 1 km de lado. Estamos agora no fator de escala 10 3 . 10 3 m = 1.000 m = 1 km Para percorrermos 1 km caminhando normalmente, demoramos cerca de 20 minutos. Escala de 10 3
  • 8. No fator de escala de 10 4 nossa imagem cobre agora um quadrado de 10.000 m X 10.000 m, ou seja, 10 km X 10 km. 10 4 m = 10.000 m = 10 km Nessa área cabe a maioria das nossas pequenas cidades. Percorrer essa distância a pé demora cerca de três horas e meia. De carro, a 40 km/h, demoraríamos cerca de 15 minutos. Vendo a paisagem dessa altura também já estaríamos saindo da troposfera e entrando na estratosfera, onde não há mais oxigênio suficiente para respirarmos. Escala de 10 4
  • 9. Aumentando nosso fator de escala para 10 5 , vemos agora um quadrado de 100 km X 100 km. 10 5 m = 100.000 m = 100 km Dessa distância, vista do alto, já podemos identificar facilmente os detalhes do relevo do planeta. Cobrir essa distância de automóvel, a 80 km/h, demoraria cerca de 1 hora e 15 minutos apenas, mas a pé teríamos de caminhar ininterruptamente durante aproximadamente um dia e meio. Escala de 10 5
  • 10. Em um quadrado de 1000 km X 1000 km já não conseguimos mais ver os detalhes do relevo. Nessa altitude já estaríamos praticamente fora da atmosfera terrestre, na região onde os satélites e laboratórios espaciais ficam orbitando a Terra. Estamos agora em um fator de escala de 10 6 . 10 6 m = 1.000 km = 1 Mm Mm é um múltiplo do metro: o megametro. 1 Mm = 10 6 m Percorrer essa distância de automóvel, a 80 km/h, demoraria 12 horas e meia. A pé precisaríamos caminhar, sem parar, por mais de dez dias. Escala de 10 6
  • 11. 10.000 km é quase o diâmetro do nosso planeta. Nesse fator de escala, 10 7 , já podemos praticamente ver a Terra toda. A essa altitude já estaríamos no espaço interplanetário, sendo torrados pela luz do Sol de um lado e congelados do outro lado pelo frio do espaço. 10 7 m = 10.000 km = 10 Mm De automóvel demoraríamos cerca de 5 dias e cinco horas para percorrer essa distância sobre o planeta (em linha reta e sem parar), a pé demoraríamos quase quatro meses; mas com um avião à jato demoraríamos apenas 10 horas e, em um caça, levaríamos cerca de 3 horas apenas. Escala de 10 7
  • 12. Aumentando nosso fator de escala para 10 8 já podemos ver a Terra inteira como uma "pequena Lua" retratada nesse quadrado de 100 Mm X 100 Mm. Parte das estrelas mostradas nessa ilustração não seria visível devido ao ofuscamento provocado pela reflexão da luz solar pelo nosso planeta. 10 8 m = 100.000 km = 100 Mm A essa distância da Terra já teríamos percorrido 1/4 da distância entre ela e a Lua. A Terra parece então estar suspensa no vazio e o número de estrelas visíveis no céu é gigantesco. Estamos no espaço. Escala de 10 8
  • 13. A uma distância de 1 Gm (1.000.000.000 m), um gigametro, com um fator de escala de 10 9 , já podemos ver a Lua orbitando a Terra conforme mostrado na figura (a órbita da Lua não é tão achatada, é quase circular, e o desenho é só ilustrativo). 10 9 m = 1.000.000 km =1 Gm A essa distância a Terra e a Lua se parecem com pequenas pedrinhas, quase imperceptíveis sobre o tapete negro do céu e ofuscadas pelo brilho radiante de bilhões de estrelas ao fundo. Escala de 10 9
  • 14. Agora nosso campo de imagem é um quadrado de lados iguais a 10 Gm. A ilustração mostra a órbita da Terra e da Lua, mas como são corpos celestes sem luz própria já não é fácil percebê-los. 10 10 m = 10.000.000 km = 10 Gm Ainda que essa distância nos pareça gigantesca, a Terra demora apenas quatro dias para percorrê-la em sua órbita a uma velocidade de cerca de 104.167 km/h! Escala de 10 10
  • 15. Agora já estamos no fator de escala de 10 11 . O quadrado da figura tem 100 Gm de lado e já podemos ver as órbitas dos dois planetas mais próximos de nós: Marte, mais abaixo, e Vênus, mais acima. 10 11 m = 100.000.000 km = 100 Gm Nessa distância os três planetas são apenas pontinhos brilhantes, iluminados pelo Sol e perdidos na imensidão. Escala de 10 11
  • 16. Agora já estamos na escala de 10 12 e a figura ilustra as órbitas de Mercúrio, Marte, Terra, Vênus e Júpiter, a mais afastada delas. 10 12 m = 1.000.000.000 km = 1 Tm No centro da figura uma estrela brilha soberana: é a "nossa" estrela, o Sol. O lado do quadrado da figura corresponde agora a um terametro. Observe que Júpiter está muito distante dos demais planetas. Escala de 10 12
  • 17. Na escala de 10 13 nossa figura agora nos mostra todo o Sistema Solar. As cinco órbitas mais bem destacadas são, de dentro para fora, dos planetas: Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. 10 13 m = 10 Tm Plutão já não é mais considerado um "planeta", e sim um "planeta-anão". Esses cinco planetas (ou quatro planetas e um planeta-anão) são chamados de “planetas externos”, por estarem bem distantes dos outros quatros (chamados de planetas internos). Escala de 10 13
  • 18. A 100.000.000.000 km, no fator de escala de 10 14 , nosso sistema solar se confunde com sua estrela central e a essa distância do Sol há apenas vazio e uma rocha gelada aqui ou ali, vagando pelo espaço. 10 14 m = 100 Tm Embora essa distância seja absurdamente grande, a luz demora cerca de quatro dias apenas para percorrê-la com sua incrível velocidade de 300.000 km/s. Escala de 10 14
  • 19. Nossa imagem mostra agora um quadrado de lados medindo incríveis 10 15 m ou, se preferir, um trilhão de quilômetros! 10 15 m = 1 Pm A essa distância, um petametro, estamos em pleno espaço interestelar, em uma região de onde acredita-se que partam muitos dos cometas que rumam para o sistema solar. A luz gasta pouco mais de um mês para cruzar essa distância. Escala de 10 15
  • 20. No fator de escala de 10 16 o Sol e todo o Sistema Solar são apenas um pontinho luminoso no centro de um quadrado de cerca de 1 ano-luz de lado. Um ano-luz é a distância que a luz percorre no vácuo em um ano. 10 16 m = 10 Pm Parece que ficamos bem distantes, quase perdidos na imensidão do espaço vazio. Mas a estrela mais próxima de nós está ainda a cerca de 4 anos-luz da borda dessa figura. Escala de 10 16
  • 21. Cem bilhões de quilômetros! Esse é o tamanho do lado do quadrado mostrado na figura. Nessa escala de 10 17 chegamos enfim à região das nossas estrelas vizinhas. 10 17 m = 100 Pm Nessa região do espaço, além do nosso Sol, habitam apenas mais 10 estrelas vizinhas. A luz demora 10 anos para percorrer esse quadrado de um lado a outro da figura. Escala de 10 17
  • 22. Estamos agora na escala de 10 18 . O lado do quadrado de nossa figura tem 1 Em (um exametro). A luz demora 100 anos para atravessar esse quadrado e isso é mais do que o tempo de vida da maioria das pessoas. 10 18 m = 1 Em A essa distância é preciso ter um bom telescópio para poder ver as estrelas de menor brilho. Também é interessante notar que em toda essa região há apenas cerca de 100 estrelas (todas as demais mostradas na figura estão muito mais distantes). O espaço parece ser um local bastante vazio... Escala de 10 18
  • 23. Na escala de 10 19 a paisagem parece mudar um pouco. O que nos parece uma "fumacinha" na figura são milhares de estrelas juntas e muita poeira cósmica. 10 19 m = 10 Em A luz que chega aqui na Terra de uma estrela situada nas bordas dessa figura partiu de sua estrela de origem a cerca de 1.000 anos atrás, quando aqui na Terra ainda se imaginava que éramos o centro do universo e que todas as estrelas estavam juntas no céu, presas a uma casca esférica de cristal. Escala de 10 19
  • 24. Nossa figura ocupa agora um quadrado de cem trilhões de quilômetros! Essa é a escala de 10 20 . A luz que partiu de uma distância dessas e está chegando agora aqui na Terra, saiu de sua estrela de origem a cerca de 10.000 anos atrás, bem antes do homem ter inventado a civilização (a, aproximadamente, 6.000 anos). 10 20 m = 100 Em No entanto, tudo o que vemos são bilhões de estrelas aglomeradas em formatos de "nuvens". Escala de 10 20
  • 25. É preciso nos afastarmos ainda mais, para a escala de 10 21 , para vislumbrarmos uma imagem mais significativa: a nossa galáxia, a Via Láctea! 10 21 m = 1 Zm Nesse quadrado de um zettâmetro de lado já podemos identificar o centro de nossa galáxia e seus braços espirais. Mas para ver melhor a galáxia ainda precisamos nos afastar mais um pouco... Escala de 10 21
  • 26. Na escala de 10 22 já podemos visualizar a Via Láctea toda e ao seu redor outras pequenas galáxias que formam com ela o Grupo Local. A luz dessas Galáxias demora mais de um milhão de anos para viajar de lá até aqui, na Terra. 10 22 m = 10 Zm Note que entre as galáxias também impera o espaço vazio. Na verdade parece que o espaço é mesmo um grande vazio onde pipocam galáxias aqui, ali e acolá. Escala de 10 22
  • 27. Daqui por diante a história parece se repetir: a medida que nos afastamos mais e mais galáxias surgem em nosso quadrado, agora na escala de 10 23 . 10 23 m = 100 Zm De muito longe as galáxias, cada uma com bilhões de bilhões de estrelas, se parecem elas mesmas com estrelas e formam, juntas, um "outro céu estrelado". Escala de 10 23
  • 28. Nessa imagem ilustrativa, cada pontinho brilhante é uma galáxia. Estamos agora na escala de 10 24 e a cerca de cem milhões de anos-luz de distância da Terra ou, em metros, a um yottametro de distância. 10 24 m = 1 Ym Quando a luz dessas galáxias que hoje vemos partiu de suas estrelas de origem, nós, os seres humanos, ainda não existíamos. Escala de 10 24
  • 29. Na escala de 10 25 vemos agrupamentos e superagrupamentos de galáxias formando novos "padrões". Esses agrupamentos estão a distâncias da ordem de 1 bilhão de anos-luz da Terra. 10 25 m = 10 Ym Entre os aglomerados, mais uma vez, imensidões vazias. Escala de 10 25
  • 30. A cerca de 10 bilhões de anos-luz da Terra já estamos chegando aos "limites" do nosso universo. O que vemos aqui, na escala de 20 26 , são superestruturas de aglomerados de galáxias. 10 26 m = 100 Ym Bilhões de bilhões de aglomerados, cada um com bilhões de bilhões de galáxias e, cada uma delas, com bilhões de bilhões de estrelas. É quase impossível crer que apenas em um pequenino planetinha azul tenha surgido a vida, não é? Escala de 10 26
  • 31. O último passo dessa viagem, rumo ao fator de escala 10 27 , não pode ser dado nem por nossa imaginação, pois estaríamos agora "fora" de nosso universo, cujo "tamanho" é estimado em cerca de 15 bilhões de anos-luz. 10 27 m = 1.000 Ym Mas será mesmo assim? Ou haverá, quem sabe, outros fatores de escala para ampliarmos nossa visão do Universo? Essa é uma viagem em que o grande desafio talvez seja "nunca chegar ao final". Escala de 10 27
  • 32.
  • 33. A imagem ao lado cobre um quadrado de 1 m X 1 m. Esta escala de partida é o que chamaremos de escala de 10 0 . 10 0 m = 1 m Esta é a escala de tamanho onde nós humanos nos situamos e onde se encontra a maior parte dos objetos com os quais lidamos. Nós mesmos temos normalmente um tamanho entre um e dois metros de altura. No centro dessa imagem vemos uma abelha pousada sobre uma flor. Escala de 10 0
  • 34. Essa imagem cobre a área de um decímetro quadrado (10 cm X 10 cm) e mostra com maior grandeza de detalhes a flor e a abelha pousada sobre ela. Essa é a escala de 10 -1 . 10 -1 m = 0,1 m Nessa escala de tamanho encontram-se muitos dos objetos e das ferramentas que manipulamos. Escala de 10 -1
  • 35. Aproximando-nos ainda mais, por um fator 10, vemos agora os detalhes da cabeça e parte do corpo da abelha em um quadrado de 1 cm X 1 cm. Essa é a escala de 10 -2 . 10 -2 m = 0,01 m Nessa escala estão pequenos objetos e detalhes de objetos maiores. Nossa visão ainda responde bem à essa escala de tamanhos, mas só quando estamos bem próximos do objeto. Escala de 10 -2
  • 36. Aproximando-nos mais uma vez por um fator 10, vemos agora grãos de pólen sobre o olho da abelha. Estamos agora no fator de escala de 10 -3 . 10 -3 m = 0,001 m = 1 mm Objetos dessa ordem de tamanho (um milímetro) nos passam normalmente desapercebidos e não é fácil observá-los a olho nu, senão como pequenos pontos. Escala de 10 -3
  • 37. No fator de escala de 10 -4 nossa imagem cobre agora um quadrado de 0,0001 m X 0,0001 m e mostra em detalhes o grão de pólen. Ao fundo vemos detalhes do olho da abelha. 10 -4 m = 0,0001 m = 0,1 mm Esse tamanho já é pequeno demais para nossos olhos e não conseguimos manipular objetos tão pequenos com os dedos. Antes da invenção das lentes era praticamente impossível lidar com objetos desse tamanho. Escala de 10 -4
  • 38. Mudando nosso fator de escala para 10 -5 vemos agora um quadrado de 0,01 mm X 0,01 mm. 10 -5 m = 0,00001 m = 0,01 mm Estamos agora em uma escala de tamanho completamente desconhecida para nossos olhos, mas onde habita a maioria dos seres vivos. A imagem mostra detalhes do grão de pólen e alguma bactérias sobre ele: são elas quem dominam o mundo. Para observar essa escala de tamanhos precisamos de bons microscópios ópticos. Escala de 10 -5
  • 39. Ampliando nossa imagem para uma escala de 10 -6 ou, um milionésimo de metro (um "micrometro", símbolo: µm), podemos começar a distinguir pequenos "objetos" sobre o corpo da bactéria: os vírus. 10 -6 m = 0,001 mm = 1 µm Os vírus são as menores criaturas que conhecemos que contém ainda DNA e a capacidade de se reproduzir. Recentemente descobriu-se os “príons”. Um príon é uma proteína com capacidade de modificar outras proteínas, tornando-as cópias de si mesmos. Príons, assim como os vírus, atacam outros seres vivos. Escala de 10 -6
  • 40. Com uma imagem aumentada dez vezes, chegamos a escala de 10 -7 . Nessa escala apenas os modernos supermicroscópios conseguem nos mostrar imagens e, ainda assim, contando com a ajuda de computadores. 10 -7 m = 0,1 µm Agora podemos distinguir no vírus as suas partes interiores: o DNA. Veríamos algo semelhante se estivéssemos observando o núcleo das células do nosso corpo. Escala de 10 -7
  • 41. No fator de escala de 10 -8 já podemos perceber detalhes do DNA: uma macromolécula em forma de espiral contendo milhares de pequenas moléculas encaixadas entre si em uma ordem que define quem será um vírus e quem será um ser humano. 10 -8 m = 0,01 µm Todo ser vivo é identificado pela seqüência única de seu DNA. Escala de 10 -8
  • 42. Aumentando nossa imagem para um fator de escala de 10 -9 , já podemos ver detalhes das moléculas que compõem a macromolécula de DNA. Estamos agora na escala dos "nanometros" (símbolo: nm). 10 -9 m = 1 nm Esse é o limite onde nossos supermicroscópios conseguem chegar com a ajuda de computadores, e é onde acaba o domínio da força gravitacional e começa o domínio da força elétrica. Escala de 10 -9
  • 43. Nossa próxima parada, na escala de 10 -10 , já é no mundo completamente invisível dos átomos. 10 -10 m = 0,1 nm = 1 Å Um angstron (símbolo Å) = 10 -10 m. Nessa escala estaríamos nas proximidades dos limites do átomo, em uma região chamada eletrosfera, onde habitam algumas partículas com carga negativa, denominadas elétrons. A imagem é apenas ilustrativa, bem como todas as demais que se seguirão a esta. Escala de 10 -10
  • 44. Agora já estamos no fator de escala de 10 -11 . Essa já é a região interior do átomo, uma região praticamente inabitada onde, vez por outra, encontramos um elétron, mas que é uma região praticamente vazia. 10 -11 m = 0,01 nm Bem no centro da imagem, onde parece não haver mais nada, resta ainda a parte do átomo onde praticamente toda sua massa se concentra: o núcleo. O núcleo do átomo e carregado positivamente e lá habitam os prótons (com carga elétrica positiva) e os nêutrons (que não possuem carga elétrica). Escala de 10 -11
  • 45. Somente agora, na escala de 10 -12 poderíamos distinguir o núcleo entremeio o imenso vazio de que é feito o átomo. 10 -12 m = 1 pm (1 pentâmero) É curioso e fascinante como o íntimo da matéria é tão vazio quanto o universo visto em grande escala. Em poucas palavras poderíamos dizer que "tudo o que há resume-se a praticamente nada". Escala de 10 -12
  • 46. Na escala de 10 -13 nossa figura agora nos mostra detalhes do núcleo do átomo: os prótons e nêutrons. Aí começa o domínio das forças nucleares, milhares de vezes mais intensas do que as forças elétricas. 10 -13 m = 0,1 pm Embora não possamos ver um núcleo, já os conhecemos bem e sabemos como usá-los para o bem e para o mal. Escala de 10 -13
  • 47. A Física da escala de 10 -14 é a Física Nuclear. Desde que penetramos no universo minúsculo dos átomos, na escala de 10 -10 , precisamos de uma nova mecânica, a Mecânica Qüântica, e de conceitos totalmente diferentes daqueles que aprendemos quando estudamos a física dos fenômenos do nosso cotidiano, do nosso mundo com fator de escala 10 0 . 10 -14 m = 0,01 pm Nesse micro-universo tudo é novo e diferente. Escala de 10 -14
  • 48. Na escala de 10 -15 ingressamos em um mundo ainda mais incrível, um mundo habitado pelas partículas mais elementares da natureza: os quarks. 10 -15 m = 1 fm Nessa escala de tamanho, da ordem de fentômetros, todos os fenômenos físicos envolvem energias absurdamente altas e que só estiveram disponíveis nos momentos iniciais do Big-Bang, na origem do universo. Escala de 10 -15
  • 49. No fator de escala de 10 -16 já nos encontramos no "interior" do próton. Essa é uma região extremamente "vazia" se considerarmos que os quarks devem ter um tamanho que não ultrapassa 10 -18 m, segundo as estimativas atuais. 10 -16 m = 0,1 fm Novamente estamos perdidos no vazio da matéria, em uma região que, semelhantemente às grandes distâncias do universo, somente nossa imaginação é capaz de atingir. Escala de 10 -16
  • 50. A 0,00000000000000001 m encerraremos nossa viagem. Nessa escala, de 10 -17 , teríamos enfim encontrado os quarks e outras "partículas virtuais" responsáveis pelas interações entre eles: os glúons. 10 -17 m = 0,01 fm Teorias atuais falam de estruturas ainda menores que os quarks: as cordas. Mas isso já é outra história... Escala de 10 -17
  • 51.
  • 52.