Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
Postura diante de um novo ano
1.
2. O ano de 2015 terminou. Mas é sempre útil fazermos um balanço de como
nos comportamos em termos trabalho, de atividades voluntárias, de ajuda
humanitária, de nosso relacionamento com o próximo. É hora de avaliarmos o
que fizemos, e fazermos uma reflexão sobre o que ficou faltando fazer e o
quanto poderíamos ter caminhado. E também refletirmos sobre as
oportunidades que tivemos e as que deixamos de aproveitar. Ou seja, seguir a
orientação de Santo Agostinho, que todas as noites fazia um retrospecto do
seu dia, para ver como tratou o próximo em palavras, pensamentos e atos, e
que lições nós acrescentamos ao nosso patrimônio espiritual. O novo ano que
surge, apesar de ser uma simples alteração de calendário, traz o simbolismo
de um novo tempo, de novas esperanças, e de novas metas a serem
alcançadas.
3. É o momento ideal para projetarmos nosso amanhã. Um futuro melhor para o
planeta. Sim, é chegado o tempo de profundas reflexões.
A Doutrina Espírita ensina que a Terra se encontra em fase transitória da
condição de um planeta de provas e expiações, onde a prática do mal, a dor e
o sofrimento ainda fazem parte de seu cotidiano, para ingressar numa nova
realidade, de um mundo de regeneração, onde o bem começará a prevalecer
em relação ao mal. Então, é necessário que estejamos preparados para
ingressar nesse novo ciclo da vida do planeta. O primeiro passo é
começarmos a dominar as más inclinações que trazemos de um passado de
dificuldades, ponto de partida para a nossa transformação.
4. O Espiritismo aponta, como instrumento eficaz para a nossa transformação, o
autoconhecimento socrático, relembrado por Santo Agostinho na questão
919 de O Livro dos Espíritos. Somente conhecendo nossas dificuldades será
possível combatê-las, como um enfermo necessita diagnosticar sua doença
para poder ministrar-lhe o tratamento devido.
Não desconhecemos que esse processo transformador não se concretiza
com facilidades, pois, toda transformação, notadamente as de natureza
moral, somente pode ser feita com sacrifícios, esforço e muito trabalho no
campo do bem. Mas a compensação por isto virá, indubitavelmente,
quando estivermos vivendo na nova condição que está chegando.
5. O processo de evolução é impossível de ser detido, e os Benfeitores
espirituais informam que aqueles que hoje obstaculizam o progresso; aqueles
que permanecem com suas inclinações para o mal, norteados por sentimentos
e paixões de natureza inferior, terão que se modificar se desejarem
permanecer no mundo regenerado que surge, caso contrário serão exilados
compulsoriamente para um mundo de provas mais doloroso.
Todo processo transformador traz consigo uma quota de sacrifício a ser
atendida. Havemos, portanto, que ser perseverantes na busca da tão sonhada
transformação. Jesus, como nosso guia e modelo, mostrou-nos o caminho a
ser seguido, nas lições e exemplos legados no Evangelho.
6. Ao indagar aos Espíritos por que indícios se pode reconhecer no homem o
progresso real que o elevará na hierarquia espiritual, Kardec obteve como
resposta, das sábias Entidades codificadoras, que o espírito prova sua
elevação quando todos os atos de sua vida expressam a prática da lei de Deus
e quando antecipadamente compreende a vida espiritual. O simbolismo do
Ano Novo nos traz um convite para que essas duas condições sejam por nós
perseguidas.
O primeiro passo é o atendimento ao mandamento maior da lei de Deus
ensinado pelo Cristo, que é amar o Criador com sinceridade e de todo coração
e ao próximo como a nós mesmos, pois o amor a Deus só se concretiza
quando o demonstramos no relacionamento com o nosso próximo, àquelas
que exigirão de nós um esforço maior.
7. Comecemos, pois, a busca da nossa elevação na hierarquia espiritual pela
maneira com que nos relacionamos com o nosso semelhante, partindo das
situações mais simples do dia a dia, que exigem menor esforço, até
chegarmos àquelas que exigirão de nós um esforço maior.
Que neste Novo Ano possamos fazer parte da sinfonia que é a vida, sem
sermos a nota dissonante que enfeia e quebra a harmonia do conjunto.
Não permitamos que o Ano Novo se limite a uma corriqueira mudança
de calendário, sempre marcada por muitos projetos de realizações futuras,
mas que nem sempre se concretizam. Façamos dele um marco no
processo renovador de nossas vidas. Comecemos pela maneira como nos
relacionamos com o próximo, exercitando nossa renovação no dia a dia,
partindo daí para as situações que exigirão de nós um maior esforço.
8. Sim, é chegado o tempo de profundas reflexões que não devem levar ao
temor de um traumático fim deste mundo, mas à esperança de um mundo
melhor, mais solidário e justo. “Se acabará o mundo moral negativo, o mundo
perverso, e a Terra se transformará no Éden lentamente, sem prazo marcado”.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho
Segundo o Espiritismo.